5 coisas que vão marcar o dia

INE publica PIB e inflação. Banca apresenta mais resultados. E o Governo vai explicar o novo regime de remuneração de horas extraordinárias nas urgências.

O dia vai ser pleno de dados económicos relevantes, como o crescimento económico, taxa de inflação e atividade turística. Há também mais resultados da banca para conhecer, agora da Caixa Geral de Depósitos e do BPI.

Economia continua a crescer?

A estimativa das Contas Nacionais Trimestrais para o segundo trimestre vai ser publicada esta sexta-feira pelo INE e os economistas vão estar atentos para saber se continua o crescimento significativo alcançado no primeiro trimestre (os EUA entraram ontem em recessão técnica). Portugal está a beneficiar da retoma do turismo e, em julho, a Comissão Europeia reviu em alta a previsão para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano, para 6,5%.

E a inflação, chegou ao pico?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica a estimativa rápida da taxa de inflação em julho, um dado que vai ser analisando para perceber se há algum sinal de alívio na subida dos preços. Também o Eurostat avançará com a estimativa rápida da inflação na Zona Euro, que permitirá comparar Portugal com os pares da moeda única. Em junho, a taxa acelerou para 8,7%, a mais elevada desde 1992.

Mais resultados da banca

Há mais resultados da banca para conhecer. Caixa e BPI vão apresentar as contas do primeiro semestre, depois do BCP o ter feito na quarta-feira o Santander Totta na quinta. Na primeira metade do ano passado, o banco público viu os lucros subirem 18%, para 294 milhões de euros. Já o BPI viu o resultado líquido disparar 300%, para 185 milhões de euros. Os resultados vão ser fortemente escrutinados, podendo alimentar a corrente de pensamento que defende a criação de uma taxa sobre os “lucros extraordinários” das empresas.

Turismo recupera da pandemia

O setor do turismo é o principal motor da economia. Ora, além da evolução do PIB e da taxa de inflação, o INE vai publicar também a estimativa rápida da atividade turística em junho, o mês que marcou o início do período do verão. Em maio, os dados mostraram uma desaceleração, depois de, em abril, a atividade ter ficado acima do pré-pandemia pela primeira vez desde a chegada da Covid-19. Noutro plano, o instituto divulgará ainda as estimativas mensais do emprego e desemprego.

Nos expande rede 5G

Meo, Nos e Vodafone continuam a instalar 5G em Portugal. Depois do lançamento dos primeiros tarifários no final do ano passado e início deste, há obrigações de cobertura para cumprir em 2023 e 2025. Esta sexta-feira, a Nos inaugura a quinta geração numa nova cidade, Pombal, num evento em que estarão presentes o administrador da Nos Manuel Ramalho Eanes e o presidente da Câmara de Pombal Pedro Pimpão.

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Há sete anos que as famílias não estavam tão pessimistas sobre a sua situação financeira

Em julho, a perceção dos portugueses sobre a situação financeira do agregado familiar nos últimos 12 meses atingiu os -27,5, segundo o inquérito do INE. Está em mínimos de julho de 2014.

A confiança dos consumidores melhorou em julho, contudo, os portugueses estão cada vez mais pessimistas sobre a sua situação financeira. Com a inflação a acelerar, é preciso recuar até julho de 2014 para encontrar um valor mais baixo relativamente à perceção sobre a situação do agregado familiar nos últimos 12 meses.

Seja enquanto empresários, seja enquanto consumidores, os portugueses estão mais confiantes. No que toca especificamente aos consumidores, este indicador é medido tendo por base a avaliação relativa a quatro componentes: a situação económica do país nos próximos 12 meses, a realização de compras importantes nos próximos 12 meses, a perceção sobre a situação financeira do agregado familiar nos últimos 12 meses, bem como a perceção sobre a situação financeira do agregado familiar nos próximos 12 meses.

E são sobretudo “as opiniões e as expectativas relativas à situação financeira do agregado familiar” que estão a contribuir negativamente para o indicador de confiança dos consumidores, segundo o último inquérito de conjuntura às empresas e aos consumidores, divulgado na quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em julho, a perceção dos portugueses sobre a situação financeira do agregado familiar nos últimos 12 meses atingiu os -27,5, estando este valor a aumentar desde maio deste ano, isto é, o segundo mês completo desde o início da guerra na Ucrânia. É preciso recuar até julho de 2014 para encontrar um valor mais baixo, quando atingiu os -28, de acordo com os dados desagregados mensalmente pelo INE.

Quanto à perceção dos portugueses sobre a situação financeira do agregado familiar nos próximos 12 meses, “diminuiu nos últimos dois meses”, tendo atingido os -19,3 em julho e após os “aumentos registados em abril e maio e da segunda maior diminuição da série registada em março”, nota ainda o INE. Nesse mês, tinha atingido os -21,4.

Estes dados revelam, por isso, que os portugueses estão cada vez mais pessimistas sobre a sua situação económica, numa altura em que a taxa de inflação está em máximos de 1992. A escalada dos preços, levou o Governo a prorrogar o apoio de 60 euros destinado a apoiar as famílias carenciadas na compra de bens alimentares –, que tal como o ECO noticiou já começou a ser pago aos beneficiários da tarifa social de energia sendo que os restantes beneficiários de prestações mínimas sociais receberão a segunda tranche em agosto –, numa altura em que há cada vez mais portugueses a recorrer a instituições, como o Banco Alimentar.

A conjuntura económica tem também penalizado o mercado imobiliário, com os preços das casas a dispararem, num contexto de subida dos juros. Também as rendas não escapam a esta tendência, e como podem ser atualizadas anualmente com base na inflação, esta situação poderá ditar aumentos de até 5% para os inquilinos no próximo ano. O PS já está a preparar medidas de apoio, enquanto o Bloco de Esquerda defende uma atualização das rendas de acordo com a inflação de 2021. Mas, ao ECO, as associações de proprietários afirmam que há “bom senso” e que a maioria dos senhorios não vai aumentar as rendas com base no coeficiente de atualização.

Quanto às outras duas componentes que ajudam a medir a confiança dos consumidores — a perceção sobre a situação económica do país, bem como a realização de compras importantes nos próximos 12 meses — estas contribuíram positivamente para a evolução observada neste indicador.

No que toca à perceção sobre a situação económica do país nos próximos 12 meses, esta atingiu os -49,1 em julho, contra os -50,2 registados em junho. Já no que respeita à realização de compras importantes nos próximos 12 meses, esta atingiu os -28,4 em julho, contra os -37,6 em junho.

Apesar da escalada da inflação — cujos dados provisórios relativos a julho serão conhecidos esta sexta-feira –, tanto os consumidores como os empresários antecipam uma descida generalizada dos preços nos próximos meses em Portugal, após terem sido registados máximos em junho na construção e obras públicas. Não obstante, o indicador de poupança dos consumidores dos próximos 12 meses aumentou em julho, face ao mês anterior.

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Economia terá abrandado no segundo trimestre, antecipam os economistas

O comportamento do PIB no segundo trimestre poderá oscilar entre um crescimento de 2% e uma contração de 0,8%. Mas será sempre um abrandamento face aos 2,6% registados nos primeiros três meses do ano.

A economia no segundo trimestre desacelerou. Esta é a convicção unânime dos economistas consultados pelo ECO, em antecipação dos dados que serão divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). O “dinamismo fora do comum” registado no primeiro trimestre (um crescimento de 2,6%) não deixa grande margem para outro desempenho que não seja um abrandamento. Além disso, o arrastar da guerra na Ucrânia e das suas consequências nefastas ao nível do agravamento dos preços, que forçou os bancos centrais a agir para travar a subida da inflação, também terá pesado. Mas a dimensão desse abrandamento não é consensual, oscilando entre uma contração de 0,8% e um crescimento de 2% face ao trimestre anterior.

“A nossa previsão para o segundo trimestre é de 0,3% em cadeia, e um crescimento homólogo de 7,5%”, antecipa ao ECO Vânia Duarte da Unidade de Estudos Económicos e Financeiros do BPI. “No conjunto do trimestre, o consumo privado e as exportações serão os principais impulsionadores do crescimento: o primeiro beneficia da robustez do mercado de trabalho e ainda das poupanças acumuladas durante os confinamentos; as segundas serão positivamente impactadas pela recuperação da atividade turística, que tem superado as expectativas”, explica.

Já o departamento de estudos económico do BCP avança que “o PIB deverá exibir uma taxa de variação em cadeia de 0,1%, o que representa um abrandamento muito significativo do ritmo de expansão da atividade”. “Em termos homólogos, espera-se um crescimento de 7,3%, beneficiando ainda de efeitos base significativos inerentes à queda expressiva da atividade que se registou em igual período de 2021”, precisa a nota divulgada.

O abrandamento da trajetória de recuperação, após o forte crescimento no início do ano, “deverá refletir uma queda do consumo privado determinada, por um lado, pela dissipação dos efeitos positivos associados ao levantamento das medidas de contenção sanitária no primeiro trimestre, e, por outro lado, por uma redução dos gastos das famílias num contexto de subida dos preços e das taxas de juro”, justificam os economistas do banco. “Por sua vez, as exportações deverão ter tido um contributo positivo para o crescimento do PIB, refletindo o forte dinamismo da atividade turística entre abril e junho. No que respeita ao investimento, a persistência de restrições nas cadeias de produção globais, bem como o aumento da incerteza, poderão ter contribuído para uma maior moderação das despesas de investimento no segundo trimestre”, acrescentam.

Mais otimista, o Fórum para a Competitividade considera que no segundo trimestre, “a economia portuguesa sofreu um impacto limitado da guerra e da inflação, não tendo chegado a cair, como se chegou a temer”. As consequências economia da invasão da Ucrânia “demoraram um pouco a fazerem-se sentir”, afirma o economista Pedro Braz Teixeira que se socorre do indicador diário de atividade, calculado pelo Banco de Portugal, para demonstrar este facto. O DEI “mostrou mesmo uma aceleração em março, um crescimento ainda robusto em abril, com o enfraquecimento forte a sentir-se em maio, e algum alívio em junho”. Por isso, o Fórum estima que o crescimento em cadeia do PIB terá desacelerado de 2,6% para entre 0,5% e 2%, a que corresponde uma desaceleração homóloga, de 11,9% para entre 7,7% e 9,3%.

Já os economistas do ISEG consideram que “os dados disponíveis apontam para que a economia tenha continuado a crescer em cadeia num intervalo entre 0,1% e 0,5%, a que corresponde, em termos homólogos, um crescimento entre 7,3% e 7,7%”. Na síntese de conjuntura de julho, sublinham “a pronunciada inversão pessimista dos indicadores de confiança dos consumidores e de alguns setores empresariais, tanto em Portugal quanto na União Europeia”. Mas, “o setor dos serviços manteve-se, nomeadamente em Portugal, à margem do acentuar do pessimismo, continuando a recuperar a quebra de atividade homóloga relacionada com a pandemia e a sustentar o crescimento da economia por via do consumo privado e da procura turística externa”.

“No segundo trimestre do ano, a economia portuguesa poderá ter operado a 100,3% do nível pré-pandemia, ou seja, um pouco acima do quarto trimestre de 2019”, escreve o economista João Borges de Assunção na folha trimestral de conjuntura. Assim a Católica antecipa que a “variação em cadeia do PIB no segundo trimestre poderá ser negativa, previsivelmente de -0,8%, de modo a compensar o crescimento anormalmente elevado de 2,6% observado no primeiro trimestre do ano”. Um crescimento que segundo Borges de Assunção “dificulta a interpretação em termos das variações homólogas dos indicadores habituais”.

O Montepio também aponta para contração. “É expectável que o PIB possa ter caído no segundo trimestre numa “correção técnica” (resultante de alguns enviesamentos nesta estimativa, nomeadamente, ao nível da contabilização dos deflatores das várias componentes no atual contexto de forte subida dos preços das commodities, mas também de potenciais enviesamentos dos fatores de sazonalidade resultantes das fortes quedas da atividade económica no primeiro trimestre de 2020 e primeiro trimestre de 2021, em consequência das medidas de confinamento)”, diz ao ECO José Miguel Moreira, economista do gabinete de estudos económicos e financeiros do banco. “Os dados de atividade divulgados já para o segundo trimestre têm-se revelado melhores do que o esperado”, admite o economista, e “deixam antever uma correção inferior à que chegou a ser antecipada, apontando-se atualmente para uma ligeira descida em cadeia do PIB entre -0,1% e -0,4%, a qual deverá resultar essencialmente do efeito correção face ao inesperado forte comportamento do PIB no arranque do ano”.

“Estas variações estão influenciadas por efeitos de base anormais, independentemente do período escolhido como base. Assim, a economia portuguesa deverá registar oscilações significativas nos próximos meses, que não deverão ser interpretadas como contrações ou acelerações do crescimento, mas antes como movimentos de ajustamento próprios desta fase pós-pandémica”, alerta João Borges de Assunção. “De igual modo, a ocorrência de um episódio de crescimento muito elevado num determinado ano, como previsivelmente ocorrerá este ano, deverá seguir-se uma compensação, pelo menos parcial, na forma de crescimento mais fraco”, acrescenta o economista.

Segundo semestre mais sombrio

Os economistas apontam todos para um arrefecimento ainda maior na segunda metade do ano em virtude das incertezas em torno da crise energética na zona euro e com impacto na confiança dos agentes económicos.

“O aumento das taxas de juro, a par da ainda elevada inflação, terá impacto na redução do rendimento disponível e, por essa via, afetar o consumo. Ao mesmo tempo, o contexto de elevados custos poderá adiar decisões de investimento por parte das empresas”, explica Vânia Duarte. Mas, “a época de turismo pode ser bastante mais positiva do que o esperado, e pode atenuar os impactos negativos que se esperam nos últimos meses do ano”, acrescenta. Por isso, o BPI antecipa um crescimento do PIB em torno de 6,6% em 2022.

Os economistas do ISEG apontam para um crescimento anual entre 6,4% e 6,8%, em virtude de as perspetivas de crescimento, em cadeia, serem “praticamente nulas” na segunda metade do ano, “porque a procura externa turística está a atingir os níveis de 2019, a partir dos quais crescer é mais difícil, porque a inflação vai limitar o consumo em volume e porque o investimento é mais incerto”.

“Para a segunda metade do ano antecipamos ligeiros crescimentos em cadeia da atividade económica, sendo que, em termos anuais, continuamos a perspetivar um crescimento do PIB para o total de 2022 dentro do intervalo [+5,7%; +6,5%], com o centro em 6,1%, representando uma aceleração face ao crescimento de 4,9% observado em 2021”, diz José Miguel Moreira. Mas esta previsão “permanece rodeada de riscos ascendentes”. “Esperamos uma continuação da recuperação do setor do turismo no segundo semestre, permitindo, dessa forma, que o crescimento do PIB português supere o da média da Zona Euro, quer no segundo semestre, quer, sobretudo, no conjunto do ano”, acrescenta o economista do Montepio.

A Católica tem uma previsão anual mais conservadora: 5,2%, uma variação “amplificada pela base favorável”. “Tal seria consistente com um crescimento de apenas 0,3% em 2023, que incorpora um efeito base desfavorável resultante do grande ressalto do primeiro trimestre do corrente ano”, explica a nota do NECEP.

Recorde-se que Bruxelas, a instituição internacional que publicou as previsões mais recentes para Portugal, antecipa um crescimento recorde de 6,5%, acima dos 5,8% estimados anteriormente. Em 2023, haverá um abrandamento para 1,9%, refletindo “um crescimento menor também no consumo privado e no investimento, bem como uma procura externa moderada”. Também o FMI reviu em alta as suas previsões para Portugal, depois de incorporar mais informação sobre o primeiro trimestre, e antecipa uma evolução do PIB de 5,8% este ano.

O Banco de Portugal também já tinha revisto em alta a previsão para o crescimento da economia portuguesa este ano de 4,9% para 6,3%, no boletim económico de junho. O Governo, por seu turno, está convicto que o PIB terminará o ano 0,7% acima do nível pré-Covid, apesar do impacto da guerra, sendo a previsão para o conjunto do ano do Executivo é de 4,9%, de acordo o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), um valor que ainda não foi revisto em alta, apesar de todas as instituições já o terem feito.

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Prestação da casa agrava-se até 104 euros em agosto após BCE subir juros

Agosto trará um novo agravamento da prestação da casa para os contratos que foram revistos. Aumentos chegam aos 100 euros no caso dos empréstimos com Euribor a 12 meses.

O Banco Central Europeu (BCE) deu finalmente o tiro de partida na subida das taxas diretoras da Zona Euro, anunciando um aumento surpresa de 50 pontos base e acabando com os juros negativos na região. E prometeu não ficar por aqui para travar a escalada da inflação. O aperto monetário do BCE é uma má notícia para quem tem crédito à habitação. Há meses que a prestação da casa está a subir e a tendência de subida não vai ficar por aqui. Já no próximo mês, a revisão das condições dos contratos vai agravar a prestação entre 5% e 23%, de acordo com os cálculos do ECO, colocando as famílias sob maior pressão.

Quando decidiu aumentar as taxas há uma semana, o BCE apontou para mais subidas nas próximas reuniões, com a presidente Christine Lagarde a assegurar que os juros vão subir até que a inflação regresse ao objetivo de 2% no médio prazo – estava acima dos 8% em julho. As próximas reuniões do banco central deverão trazer mais novidades neste capítulo.

Sensíveis às condições do mercado, nomeadamente as taxas do BCE, as Euribor — usadas nos contratos financeiros, servindo como indexante nos empréstimos dos bancos para a compra de casa — há muito que vêm mantendo uma trajetória de subida, já antecipando os movimentos do banco central, com impacto direto no bolso das famílias que têm de lidar com os efeitos negativos da subida dos preços das coisas que consomem no dia-a-dia.

duas semanas foi a Euribor a três meses a voltar a terreno positivo, depois de ter flutuado abaixo de zero durante sete anos, num dos últimos sinais de aperto das condições financeiras das famílias, e acompanhando uma inversão que já havia sido feita pelas Euribor com prazos a seis e 12 meses.

Não há certezas sobre quanto mais e até quando as taxas de juro poderão subir mais. Os analistas apontam para subidas até aos 1,5% e 2%. A Euribor a 12 meses tem estabilizado nas últimas semanas em torno de 1%, numa altura em que os analistas vão mudando o foco da atenção da inflação para a possibilidade de a Zona Euro deslizar para uma recessão, um cenário que poderá colocar um travão nas subidas do BCE. E isto quando crescem os receios de que a Rússia feche a torneira do gás à Europa.

Euribor disparam em 2022

Fonte: Reuters

Prestação sobe até 100 euros

Todas estas notícias são particularmente importantes para as famílias portuguesas a pagarem casa ao banco. Mais de 90% dos contratos são associados a taxa variável, ou seja, acompanham o sobe e desce das Euribor. Porém, nos últimos meses, estas taxas registaram subidas tão dramáticas que é certo que a prestação da casa vai dar um novo salto em agosto. Isto é válido para os contratos cujas condições vão ser revistas no próximo mês, sendo que o agravamento da prestação vai divergir consoante o prazo do indexante a que está associado o contrato.

Assumindo um empréstimo de 150 mil euros, com o prazo de 30 anos e um spread de 1%, as famílias com créditos associados à Euribor a seis meses vão ver a prestação subir cerca de 14% no próximo mês, refletindo um agravamento de quase 64 euros para mais de 514 euros, segundo as simulações realizadas pelo ECO.

Mais penalizado sairá quem tiver um empréstimo indexado à Euribor a 12 meses, que tem vindo a conquistar a preferência dos portugueses nos últimos anos. Neste caso, e assumindo os mesmos pressupostos do crédito de 150 mil euros, a prestação da casa vai agravar-se mais de 23%, com as famílias a pagarem mais 104 euros em relação à última revisão feita há um ano. A prestação mensal subirá assim para mais 554 euros.

Nos contratos com indexante a três meses, a revisão de julho trará uma subida mais contida: a prestação da casa aumenta 6%, ou cerca de 28 euros, para 484 euros. Mas os valores voltam a ser revistos daqui a três meses.

Bancos desvalorizam subida dos juros

Face ao impacto da subida das taxas de juro, os bancos desvalorizam e dizem-se mais preocupados com os efeitos da inflação no rendimentos das famílias. “A taxa de juro é das variáveis que menos preocupa”, considerou esta quinta-feira o presidente do Santander Totta, Pedro Castro e Almeida, dizendo, por outro lado, que a inflação é a “principal variável” de alerta e que “na população mais pobre tem e terá um efeito muito grande”.

Na véspera, o CEO do BCP, Miguel Maya, afirmou que estamos perante “um processo de normalização da política monetária” e não de “uma subida dos juros para fora da normalidade”. “Fora da normalidade é o que ainda hoje temos que é taxa zero. Isto é ainda uma anormalidade. Ainda não estamos dentro de uma política monetária normal”, frisou.

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Lucro da Ramada cresce 62,3% para 10,01 milhões até junho

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

As receitas totais do grupo ascenderam a 112,17 milhões de euros, mais 69% do que no mesmo período do ano anterior.

A Ramada Investimentos e Indústria totalizou 10,01 milhões de euros de lucro no primeiro semestre, valor que compara com um resultado líquido de 8,17 milhões de euros no período homólogo, foi comunicado esta quinta-feira ao mercado.

“O resultado líquido consolidado registado no primeiro semestre de 2022 no valor de 10.011 milhares de euros apresentou um crescimento de 62,3% face ao resultado líquido do período homólogo”, refere a empresa num comunicado divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Entre janeiro e junho, as receitas totais do grupo ascenderam a 112,17 milhões de euros, mais 69% do que no mesmo período do ano anterior. Por sua vez, os custos totais fixaram-se em 96,46 milhões de euros, um acréscimo de 70,6%. No primeiro semestre, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) atingiu 15,71 milhões de euros, apresentando uma subida de 59,8% face ao mesmo período do ano anterior.

O grupo Ramada investiu, nos primeiros seis meses do ano, cerca de 1,1 milhões de euros, uma redução face aos 2,5 milhões de euros investidos entre janeiro e junho do ano passado. Em 30 de junho, o endividamento nominal líquido da Ramada era de aproximadamente 23 milhões de euros.

O grupo acredita que o mercado irá “registar quebras, mas não de forma abrupta nem imediata”, assinalando que poderão existir, no entanto, “abrandamentos e reajustes” face ao observado neste semestre devido à inflação e à redução do poder de compra.

De igual forma, a Ramada Investimentos e Indústria assinala que o crescimento de novos players no mercado mundial – como a fábrica da Tesla em Berlim ou a chegada de automóveis elétricos chineses competitivos – demonstram “a necessidade premente da indústria automóvel europeia em reagir às ameaças, obrigando a investimento”.

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Wall Street em alta pelo segundo dia com investidores a superarem receios com a recessão

Investidores acreditam que a desaceleração económica poderá levar a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) a pôr fim à política agressiva de aumento dos juros.

As bolsas de Nova Iorque encerraram em terreno positivo, pelo segundo dia consecutivo, mesmo depois de o PIB norte-americano ter encolhido pelo segundo trimestre consecutivo. Os investidores acreditam que a desaceleração económica poderá levar a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) a pôr fim à política agressiva de aumento dos juros.

O índice de referência financeiro, S&P 500, somou 1,21% para 4.072,15 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que avançou 1,03% para 32.529,63 pontos. Pelo mesmo caminho seguiu o tecnológico Nasdaq ao valorizar 1,08% para 12.162,59 pontos. Todas as principais médias de desempenho estão a caminho de uma semana vencedora e do melhor mês de 2022, diz a CNBC.

O crescimento económico dos Estados Unidos caiu 0,9% no segundo trimestre, informou o Bureau of Economic Analysis, esta quinta-feira. O PIB do primeiro trimestre caiu 1,6%. Após breves quedas depois de ter sido conhecido o relatório do PIB, os investidores afastaram os receios de que as tentativas da Fed de controlar os preços em alta levariam a uma recessão da economia.

“Embora esteja certamente no lado negativo das estimativas, é preciso ter em mente que uma queda de 1% é relativamente pequena e apoia a ideia de que qualquer ambiente recessivo será ligeiro“, diz Mike Loewengart, diretor administrativo da E-Trade, citado pela CNBC.

“A Fed deixou claro que controlar a inflação é a sua principal prioridade, então é improvável que mude de rumo devido a outro trimestre negativo, embora o relatório de hoje possa parecer contraditório aos comentários de Powell sobre a recessão”, acrescentou.

No mercado de ações, a Amazon valorizou 1,08% para 122,28 dólares, depois de ter superado as expectativas dos investidores ao reportar 121 mil milhões de dólares (119,2 mil milhões de euros) em vendas.

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Teixeira Duarte passa de prejuízo a lucro de 3,6 milhões no 1.º semestre

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

O resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da empresa avançou 68,3% para 43 milhões de euros. No primeiro semestre de 2021 o prejuízo tinha sido de 18,6 milhões de euros.

A construtora Teixeira Duarte totalizou 3,6 milhões de euros de lucro no primeiro semestre, valor que compara com um prejuízo de aproximadamente 18,6 milhões de euros apurado em igual período do ano anterior, foi comunicado esta quinta-feira ao mercado.

Segundo a informação remetida à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), neste período, o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) da empresa avançou 68,3% para 43 milhões de euros. Entre janeiro e junho, os rendimentos operacionais cresceram 38,3% para 429,4 milhões de euros. Já os gastos operacionais ascenderam a 386,3 milhões de euros, traduzindo um aumento de 35,6%.

Na primeira metade do ano, os resultados financeiros da empresa foram negativos em 7,6 milhões de euros, quando em igual período do ano passado tinham sido negativos em 18,3 milhões de euros. As vendas e prestações de serviços, por sua vez, subiram 48,3% para 383,4 milhões de euros.

“Em Portugal registou-se um aumento de 49,6% face ao mesmo período do ano passado. Sendo de assinalar que este indicador não expressa o bom desempenho do setor imobiliário do grupo neste período para o qual contribuíram rendimentos que não são relevados nas vendas e prestações de serviços”, detalhou.

A dívida financeira líquida situou-se nos 733,5 milhões de euros em 30 de junho de 2022, mais 15,09 milhões de euros face ao final do ano passado.

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IL critica “proposta de lei inaceitável” que mostra “fúria expropriadora do Governo”

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

“Sorrateiramente, o executivo do PS transformou em duradoura uma medida que tinha sido apresentada como temporária e circunscrita", critica a Iniciativa Liberal.

A Iniciativa Liberal (IL) criticou esta quinta-feira a “fúria expropriadora do Governo” pela “proposta de lei inaceitável” para alargar até 2026 o prazo do regime especial aplicável às expropriações de terras no âmbito do Programa de Estabilização Económica e Social.

Sorrateiramente, o executivo do PS transformou em duradoura uma medida que tinha sido apresentada como temporária e circunscrita ao conjunto de medidas de combate à pandemia de Covid-19”, condenou o partido liderado por João Cotrim Figueiredo num comunicado enviado à agência Lusa, comprometendo-se a tudo fazer para que esta proposta seja travada.

Para a IL, “esta proposta de lei é totalmente inaceitável, por violar de forma grosseira um direito básico de todos os que vivem em Portugal” que é o direito à propriedade, considerando que é colocada “uma nuvem de desconfiança sobre todos os privados”.

Depois de seis anos amarrado à extrema-esquerda, o PS parece ter tomado o gosto do PCP e do BE pela perseguição sistemática aos privados. Adotou a aversão à liberdade e à propriedade como modo de vida. Está a cumprir o sonho dos seus antigos aliados marxistas e trotskistas: uma maioria de abuso absoluto”, critica.

Na análise dos liberais, “esta normalização de expropriações de terrenos é o exemplo mais flagrante do abuso do poder do Estado perante os cidadãos”, recordando que, em 2020, se tinham oposto a este regime que seria “breve e excecional e tinha como pretexto a resposta à crise sanitária que o país enfrentava”.

“Hoje, confirma-se que se tratava de um primeiro sinal desta fúria expropriadora do Governo”, lamentou, recordando que quando este regime foi aprovado o Presidente da República “alertou para a necessidade de salvaguarda dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos” e que agora o Governo “foi ainda mais longe ao estender aos projetos do Plano de Recuperação e Resiliência este regime.

Esta notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios, que na sua edição refere que o Governo decidiu prolongar o regime especial de expropriações, mas só para o PRR.

Segundo o comunicado do Conselho de Ministros de 21 de julho, foi aprovada a proposta de lei que “estende o âmbito de aplicação do regime especial de expropriações, previsto para o Programa de Estabilização Económica e Social (PEES), aos projetos incluídos no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), até 30 de junho de 2026, o que irá potenciar a mais ágil e rápida execução do PRR, permitindo uma maior flexibilidade e celeridade ao nível dos procedimentos expropriativos e de constituição de servidões administrativas, aplicáveis aos projetos PRR”. A proposta já deu, entretanto, entrada no parlamento.

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Portugal 2020 com 75% de execução e 115% de compromisso

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

Todos os programas operacionais apresentam taxas de execução superiores a 50%. Bruxelas já transferiu para Portugal mais de dois terços do valor programado no Portugal 2020.

O programa Portugal 2020 (PT 2020) atingiu, até ao primeiro semestre, uma taxa de execução de 75% e 115% de compromisso, segundo o último boletim dos fundos.

“O Portugal 2020 atingiu no primeiro semestre de 2022 uma taxa de compromisso de 115% e uma taxa de execução de 75%”, lê-se no documento. Em comparação com março, a despesa executada subiu 681 milhões de euros. Neste período, a taxa de realização fixou-se em 66% e a de pagamento em 68%.

Por sua vez, a taxa de reembolso está agora nos 104%. Todos os programas operacionais apresentam taxas de execução superiores a 50%. Destacam-se, entre outros, o Capital Humano (89%), Compete 2020 – Competitividade e Internacionalização (84%) e o programa operacional Inclusão Social e Emprego (81%).

Com uma dotação global de cerca de 26.000 milhões de euros, o programa PT 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”. Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.

Portugal recebeu 19.963 milhões de Bruxelas até junho no âmbito do PT 2020

A Comissão Europeia transferiu, até junho, para Portugal 19.963 milhões de euros, a título de pagamentos intermédios, mais de dois terços do valor programado no Portugal 2020, foi anunciado. “Até ao final do primeiro semestre, foram transferidos 19.963 milhões de euros para Portugal a título de pagamentos intermédios efetuados pela Comissão Europeia, como resultado da execução das operações financiadas pelos fundos europeus afetos ao Portugal 2020”, lê-se no último boletim dos fundos da Comissão Europeia.

Bruxelas já transferiu para Portugal mais de dois terços do valor programado no Portugal 2020 (PT 2020). No final de junho, Portugal apresentava, com a Chéquia e a Lituânia, a maior taxa de pagamentos intermédios, entre os países com maiores envelopes financeiros (acima de 7.000 milhões de euros), com sete pontos percentuais acima da média europeia (6,7%).

Considerando todos os Estados-membros, o valor transferido para Portugal é o quinto maior, abaixo da Polónia, Itália, França e Espanha, que têm envelopes financeiros superiores a Portugal. A Comissão Europeia transferiu 322.364 milhões de euros para os Estados-membros, sendo que 6,2% desse montante foi destinado a Portugal.

Os pagamentos a beneficiários, no final de junho, ascendiam a 21.030 milhões de euros de fundos, o equivalente a 78% da dotação total de fundos do PT 2020. Destacam-se aqui os domínios da competitividade e internacionalização (6.571 milhões de euros), capital humano (3.988 milhões de euros) e do desenvolvimento rural (3.692 milhões de euros).

Em termos de fundos, o maior volume de pagamentos verifica-se no FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, com 273 milhões de euros face a março. De acordo com este documento, no final do primeiro semestre estavam executados 20.300 milhões de euros de fundos e 30.900 milhões de euros aprovados.

Com uma dotação global de cerca de 26.000 milhões de euros, o programa PT 2020 consiste num acordo de parceria entre Portugal e a Comissão Europeia, “no qual se estabelecem os princípios e as prioridades de programação para a política de desenvolvimento económico, social e territorial de Portugal, entre 2014 e 2020”. Os primeiros concursos do programa PT 2020 foram abertos em 2015.

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Guarda investe 6,7 milhões de euros em habitação social

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

Câmara da Guarda investe 6,7 milhões de euros em construção e reabilitação de habitação social para 109 famílias da localidade, no âmbito de acordo com Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana.

A Câmara Municipal da Guarda vai investir 6,7 milhões de euros em habitação social para beneficiar 109 famílias e 331 pessoas, de acordo com um contrato celebrado esta quinta-feira e homologado pela secretária de Estado da Habitação.

A cerimónia de assinatura e homologação do acordo de colaboração entre o município da Guarda e o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU), no âmbito do “1.º Direito – Programa de Apoio de Acesso à Habitação”, decorreu na Sala António de Almeida Santos, no edifício dos Paços do Concelho da cidade mais alta do país.

Segundo a autarquia, o acordo hoje celebrado vai permitir um investimento global de 6,7 milhões de euros, sendo 5,2 milhões de euros destinados à construção de prédios ou empreendimentos habitacionais e 1,5 milhões de euros para reabilitação de frações ou prédios habitacionais.

A medida, de acordo com o presidente da autarquia, Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda), vai permitir a construção de 48 novas habitações e a reabilitação de 61, destacando-se a construção de oito prédios habitacionais nos bairros do Fomento e da Fraternidade.

O município celebrou o acordo com o IHRU após a elaboração da Estratégia Local de Habitação 2021-2026, que “fez o diagnóstico das carências habitacionais do concelho”, disse o responsável.

“Este acordo que aqui vamos assinar, de mais de 6,7 milhões de euros, investido em habitação social a construir e em habitação social a reabilitar, será a verdadeira revolução no panorama habitacional, na Guarda”, disse Sérgio Costa na abertura da sessão.

No final, o responsável referiu aos jornalistas que o contrato hoje celebrado terá de ser executado até 2026.

Em relação à intervenção prevista para os bairros do Fomento e da Fraternidade, cujo estudo prévio foi hoje apresentado, disse tratar-se de “uma solução muito digna” e “muito bonita”, que “todos esperavam há muitos e muitos anos”.

Na mesma cerimónia, foi feita a assinatura do contrato de comparticipação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito da Bolsa Nacional de Alojamento Urgente e Temporário (BNAUT), com a direção da Cooperativa de Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados – Guarda (CERCIG), para reabilitação do edifício de uma antiga pensão, no centro da cidade, para habitação urgente e temporária.

Segundo o presidente da direção da CERCIG, Joaquim Monteiro Brigas, serão investidos 1,5 milhões de euros na transformação do imóvel em dez habitações autónomas de três tipologias (T0, T1 e T2).

Sobre a reabilitação do edifício da antiga pensão, o presidente da Câmara da Guarda disse tratar-se de um projeto “muito importante”, no âmbito da reabilitação do centro histórico da cidade mais alta do país.

No seu discurso, a secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, valorizou os dois contratos hoje celebrados no município da Guarda.

A governante disse ser “importante” que o “1.º Direito – Programa de Apoio de Acesso à Habitação” seja visto “como um programa perene, que fica no tempo, que se adequa àquilo que é a realidade de cada momento e que responde àquilo que são as necessidades a cada momento”.

“E, isto, diz-se relativamente ao programa 1.º Direito, como se pode dizer naquilo que é a resposta de arrendamento acessível para a classe média, para os mais jovens”, afirmou.

Marina Gonçalves reconheceu, ainda, que, hoje em dia, o acesso à habitação “é um problema que vai para lá das famílias com menores rendimentos”.

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Dona do Continente fecha primeiro semestre com lucros a subirem 89%

Grupo Sonae reporta resultado líquido de 118 milhões e vendas de 3.400 milhões até junho. Cláudia Azevedo destaca “oferta competitiva” nos preços para “mitigar pressão no rendimento" das famílias.

A Sonae registou 118 milhões de euros de lucro no primeiro semestre deste ano, o que representa uma subida de 89% em relação aos 62 milhões reportados no mesmo período de 2021, que tinha sido afetado pela pandemia. “Crescimento dos negócios e sucesso na gestão do portefólio” completam a explicação dada pelo grupo para esta melhoria dos resultados.

Nos primeiros seis meses do ano, as vendas ascenderam a 3.400 milhões de euros (+7,9%). Todas as empresas registaram crescimento, mas o destaque vai para o retalho alimentar, com a dona do Continente a faturar 2.700 milhões entre janeiro e junho. A rentabilidade operacional do grupo também evoluiu positivamente, com o EBITDA total a melhorar 10,6%, para 319 milhões de euros.

“Apesar da redução da confiança dos consumidores e da forte pressão sobre as estruturas de custos, o portefólio da Sonae continuou a demonstrar a sua adaptabilidade, resiliência e capacidade de responder às necessidades dos nossos clientes. Apresentámos resultados sólidos, com os nossos negócios a reforçarem novamente as suas posições de liderança de mercado”, frisou Cláudia Azevedo.

Num comunicado enviado à CMVM, a presidente executiva salientou ainda que, no atual contexto de inflação crescente, os negócios do grupo “têm reforçado o compromisso com os clientes, implementando ofertas competitivas diferenciadas para os apoiar e mitigar a pressão no rendimento disponível das famílias”. E assegurou que o grupo sediado na Maia está “bem posicionado para navegar o próximo ciclo macroeconómico”.

A volatilidade e a incerteza atuais conduzem a uma necessidade de agir com maior sentido de colaboração, velocidade e ambição.

Cláudia Azevedo

CEO da Sonae

Ainda assim, perante os atuais desafios económicos, sociais e ambientais, a gestora advertiu que esta “volatilidade e incerteza conduzem a uma necessidade de agir com maior sentido de colaboração, velocidade e ambição”. “Esta tem de ser e será, sem qualquer dúvida, a nossa forma de estar. No final do dia, a nossa cultura e o nosso propósito serão certamente os fatores-chave do nosso sucesso”, acrescentou.

Nos últimos 12 meses, a Sonae investiu 563 milhões de euros e a dívida líquida consolidada diminuiu quase 400 milhões, situando-se nos 1.103 milhões no final do primeiro semestre. Fala numa estrutura de capital “robusta” e indica que está “totalmente financiado até ao início de 2024”. Detinha 1.020 milhões de liquidez disponível (caixa e linhas de crédito), “mantendo um baixo custo de financiamento (menos de 1%) e um perfil de maturidade da dívida superior a quatro anos”.

Mais descontos no supermercado

A análise operacional e financeira por negócio, disponibilizada pelo grupo, frisa que no retalho alimentar, em que as vendas subiram 7,6%, o disparo da inflação e o enfraquecimento do poder de compra “fez com que as famílias realocassem os seus orçamentos”. E a dona do Continente diz ter respondido a isso dando “prioridade a ofertas competitivas diferenciadas e reforçando as soluções de poupança, o que contribuiu para o seu desempenho sólido”.

“Em termos de rentabilidade, a evolução positiva do volume de negócios da MC, no primeiro semestre de 2022, contribuiu para compensar a pressão na sua base de custos, nomeadamente no que diz respeito ao aumento dos custos da energia e combustíveis, conduzindo a um crescimento do EBITDA subjacente, para 242 milhões de euros, com uma margem de 9%”, lê-se no documento divulgado esta quinta-feira.

Cláudia Azevedo, CEO da Sonae

No retalho de eletrónica, foi o segundo trimestre com vendas a progredir 5,9% que ajudou a fechar o semestre em terreno positivo (0,6%). É que os primeiros três meses do ano passado, com que compara e em que o país estava em confinamento, tinham ficado marcados pela enorme procura por produtos informáticos e menos produtos de aquecimento vendidos pelo facto de o inverno não ter sido tão rigoroso. O canal online representa agora 15,6% do negócio total da Worten.

Por outro lado, o negócio da moda, em que explora as marcas MO, Salsa, Zippy e Losan, conseguiu recuperar para os níveis pré-pandemia, fechando o semestre com vendas de 174 milhões de euros. Também o segmento desportivo, a ISRG (IberianSportsRetailGroup), joint-venture da Sonae com a JDSports que detém a marca SportZone, superou a performance anterior à era Covid, “tanto em termos orgânicos como nos negócios adquiridos recentemente”.

Nos restantes setores, destaque para a subida de 9,4% no volume de negócios da Nos, atingindo 742 milhões de euros no semestre; para o facto de o Universo (serviços financeiros) ter ultrapassado um milhão de clientes e aumentado a produção em 17%; e para o lucro de 28 milhões de euros apresentado pela Sierra (imobiliário), que valorizou os ativos em 5,7%, para 978 milhões. A Bright Pixel realizou dois novos investimentos nos segmentos de tecnologia de retalho e infraestruturas digitais, além de reforçar em rondas de financiamento a participação em empresas do portefólio, como a Sales Layer e a Portainer.io.

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Museóloga Graça Mendes Pinto vai ser diretora do Museu do Oriente

  • Lusa
  • 28 Julho 2022

Atual diretora do Museu Nacional da Música, em Lisboa, em funções há oito anos e meio, Graça Mendes Pinto irá assumir o novo cargo a partir de 1 de setembro.

A museóloga Graça Mendes Pinto vai ser a nova diretora do Museu do Oriente, em Lisboa, a partir de setembro, revelou esta quinta-feira à agência Lusa fonte do gabinete de comunicação da Fundação Oriente. Atual diretora do Museu Nacional da Música, em Lisboa, em funções há oito anos e meio, Graça Mendes Pinto irá assumir o novo cargo a partir de 1 de setembro, mantendo-se a estrutura da direção-adjunta, ocupada por Joana Belard da Fonseca e Sofia Campos Lopes, indicou a mesma fonte.

Localizado na frente ribeirinha de Lisboa, o Museu do Oriente, que abriu portas em maio de 2008, possui um património museológico com mais de 15.000 peças, relativas às suas coleções da presença portuguesa na Ásia e a Kwok On, abrangendo territórios orientais que passam pela Índia, Sri Lanka, China, Macau, Japão e Timor-Leste.

As peças vão desde as máscaras ao mobiliário, armaduras, mapas, têxteis, biombos, porcelanas, terracotas, a desenhos e pinturas que ilustram um período histórico marcado por trocas comerciais, culturais, vivenciais, científicas, técnicas e religiosas.

Graça Mendes Pinto é licenciada em História pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, e fez uma pós-graduação em Museologia e Conservação no antigo Instituto Português do Património Cultural. Na terça-feira, a Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) anunciou que o musicólogo, gestor e compositor Edward Ayres de Abreu, de 33 anos, foi designado para dirigir o Museu Nacional da Música, a partir de setembro, na sequência de um concurso internacional organizado por aquele organismo do Ministério da Cultura.

A museóloga, que pertence à carreira técnica superior dos quadros de pessoal da DGPC, iniciou, em 1984, funções de conservadora no Palácio Nacional da Ajuda, que desempenhou durante dez anos, ingressando em 1994 nos serviços centrais do antigo Instituto Português dos Museus (IPM). Foi requisitada em 1998 pela Fundação Centro Cultural de Belém (CCB) para exercer as funções de conservadora/museóloga na direção do Centro de Exposições, onde esteve cinco anos, regressando ao IPM para fazer assessoria à direção.

Em 2007, foi nomeada coordenadora da Galeria do Rei D. Luís I, no Palácio Nacional da Ajuda e, em 2014, nomeada diretora do Museu da Música, em regime de substituição; após concurso, foi designada diretora em fevereiro de 2015. O Museu do Oriente, localizado em Alcântara, “resultado natural da vocação da Fundação Oriente”, recebeu quase 500 mil visitantes nos primeiros dez anos de existência, na sua exposição permanente e nas exposições temporárias das suas coleções e de artistas.

O museu possui uma programação regular de espetáculos de música, teatro, dança e cinema, e organiza cursos, ‘workshops’ e palestras, possuindo ainda um centro de documentação, um serviço educativo, e um centro de reuniões. Distinguido em 2009 como o melhor museu português pela Associação Portuguesa de Museologia, foi instalado após obras de recuperação e adaptação do edifício originalmente desenhado pelo arquiteto João Simões, construído em 1939, um dos símbolos da arquitetura portuária do Estado Novo.

O novo projeto é da autoria dos arquitetos João Luís Carrilho da Graça e Rui Francisco. Constituída em 18 de março de 1988, a Fundação Oriente tem como objetivos a realização e o apoio a iniciativas de caráter cultural, científico, educativo, artístico e social, sobretudo em Portugal e em Macau. Também desenvolve iniciativas de defesa do património cultural ligado à língua e à história da presença de Portugal no Oriente, a promoção dos estudos orientais em Portugal e dos estudos internacionais sobre a presença portuguesa na Ásia.

Com delegações em Macau, na Índia e em Timor-Leste, a Fundação Oriente desenvolve também um programa de bolsas de estudo de investigação, de doutoramento e de língua e cultura portuguesa e línguas e culturas orientais, promovendo ainda o ensino da língua portuguesa em Macau, Goa e Timor-Leste.

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