Marcelo queria 100 mil pessoas mas Web Summit terá 70 mil em 2022
Cimeira tech vai ocupar mais espaço face a 2019, apesar de não terem sido feito obras de ampliação da FIL no último ano. O número de visitantes estimados são 70 mil.
“No próximo ano temos de ser mais. Temos de ser 100 mil (participantes).” A meta foi fixada pelo Presidente da República para a edição de 2022 da Web Summit, mas a ambição não vai ser cumprida. Quase um ano depois, não só não houve nenhuma expansão do espaço da FIL, como a a equipa de Paddy Cosgrave aponta para mais de 70 mil visitantes para a edição deste ano da cimeira tecnológica. É um regresso a 2019.
“Espera-se que a Web Summit 2022 possa esgotar mais cedo do que nunca, com o aumento da procura, recebendo mais de 70 mil pessoas em Lisboa”, assim responde ao ECO fonte oficial da cimeira tecnológica. Ao receber mais de 70 mil participantes neste ano, o certame vai igualar o número de espetadores de 2019, falhando a ambição de Marcelo Rebelo de Sousa. Em 2019, participaram 70.469 pessoas.
O único recorde esperado, para já, está na dimensão do recinto. “Para a Web Summit 2022 estamos a aumentar a pegada total do evento para o maior número de sempre. O nosso recorde anterior tinha sido estabelecido em 2019, com 183.292 metros quadrados. Em 2022, vamos crescer para 204.386 metros quadrados”, escreveu Paddy Cosgrave no início de setembro através de uma publicação na rede social LinkedIn.
Além do Altice Arena, o evento vai utilizar “exatamente o mesmo espaço que ocupou em 2019” na FIL: “os pavilhões 1, 2, 3, 4 e multiusos [entre os pavilhões 2 e 3], áreas exteriores entre pavilhões, a Praça Sony, o PT Meeting Center e a Praça FIL. Sabemos que a rua pública entre o Pavilhão 4 e a Praça Sony também será ocupada, à semelhança do que aconteceu em 2019”, esclarece ao ECO fonte oficial da Fundação AIP, dona da Feira Internacional de Lisboa.
Promessa por cumprir
Um dos compromissos assumidos pelo Estado português e o município de Lisboa em 2018 com a empresa de Paddy Cosgrave foi a duplicação do espaço da FIL até 2022. Este foi um dos argumentos decisivos para que a cimeira ficasse em Portugal até 2028, com o pagamento de 11 milhões de euros por ano.
A data original para a ampliação era outubro de 2021, mas a falta de acordo com a Fundação AIP não permitiu que ela se realizasse. A Câmara de Lisboa conseguiu fazer uma adenda que estendeu o prazo em um ano. O líder da Web Summit esperava que o compromisso fosse honrado. “Não fui informado de nada contrário”, garantiu Paddy Cosgrave em entrevista ao ECO em outubro de 2021, antes de nova edição da cimeira tecnológica, no regresso ao presencial depois da pandemia.
Já com a cimeira a decorrer, o então recém-empossado presidente da câmara de Lisboa, Carlos Moedas, afirmou: “A situação tem de ser resolvida, terei de encontrar essa solução e vou encontrá-la.”
A Fundação AIP e a Câmara Municipal de Lisboa têm-se empenhado em encontrar uma solução viável para a expansão prevista para a FIL, não se tendo ainda estabilizado esta solução.
Quase um ano depois, a dona da FIL diz que “não foram realizadas quaisquer obras de expansão das instalações existentes, mas sim melhor utilização dos espaços. A Fundação AIP e a Câmara Municipal de Lisboa têm-se empenhado em encontrar uma solução viável para a expansão prevista para a FIL, não se tendo ainda estabilizado esta solução”.
Sobre o aumento da pegada da Web Summit, a mesma entidade indica que a cimeira “ocupa várias instalações no Parque das Nações, onde poderá eventualmente haver uma ocupação superior neste ano face a 2019“. A organização da Web Summit apenas indica que o aumento de espaço “vai servir para melhorar a experiência dos participantes”.
Contactada pelo ECO, a Câmara Municipal de Lisboa não quis prestar esclarecimentos. Na semana passada, o município aprovou a atribuição de 6,3 milhões de euros à Associação de Turismo de Lisboa (ATL) para a realização da Web Summit 2022, o dobro do valor pago habitualmente. No acordo de 2018, ficou estabelecido que o investimento anual da autarquia seria de três milhões de euros — o restante montante seria assegurado pelo Governo.
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