ERSE vai ouvir o mercado sobre “margens máximas” nos combustíveis

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

A ERSE tenciona lançar "em breve" uma consulta pública acerca do diploma que permite ao Governo fixar as margens máximas na venda de combustíveis rodoviários e GPL.

A ERSE vai lançar uma consulta pública para operacionalizar a lei das margens máximas na venda de combustíveis. A notícia é avançada pelo Público (acesso condicionado). “Tendo em conta a importância da matéria em causa, o projeto de decisão será objeto de consulta para que todos os interessados se possam pronunciar, o que se prevê que aconteça em breve”, disse fonte oficial ao jornal.

A lei desenhada pelo Ministério do Ambiente determina que o Governo passa a poder fixar, por portaria, as “margens máximas em qualquer uma das componentes comerciais que formam o preço de venda ao público dos combustíveis simples ou do GPL engarrafado”.

A Apetro, que representa o setor, tem-se mostrado fortemente contra a medida, considerando que os preços são altos por causa de outra componente — os impostos. Deverá pronunciar-se também nesta consulta pública.

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Cada minuto de tempo de antena televisivo custa 2.465 euros ao Estado

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

A compensação atribuída às estações de televisão e rádios para a campanha totaliza, neste ato eleitoral, 2.389.600 euros.

O Estado vai pagar 2.465 euros por cada minuto de tempo de antena transmitido nas televisões (RTP, SIC e TVI), num total de 2,3 milhões de euros que serão gastos nesta publicidade eleitoral, que envolve também as rádios.

No âmbito da campanha para a eleição da Assembleia da República do próximo dia 30 de janeiro, foram admitidas 23 candidaturas com direito de antena, segundo a Comissão Nacional de Eleições (CNE).

As candidaturas aceites foram a Aliança, Alternativa Democrática Nacional (ADN), Bloco de Esquerda (BE), CDS-PP, Chega, Ergue-te, Iniciativa Liberal (IL), Juntos Pelo Povo (JPP), Livre, Movimento Alternativa Socialista (MAS), Partido da Terra (MPT), Nós, Cidadãos!, Pessoas – Animais – Natureza (PAN), CDU (PCP/PEV), PCTP/MRPP, Partido Social Democrata (PPD/PSD), Madeira Primeiro (PPD/PSD.CDS-PP), AD/Aliança Democrática (PPD/PSD.CDS-PP.PPM), Partido Popular Monárquico (PPM), Partido Socialista (PS), Partido Trabalhista Português (PTP), Reagir Incluir Reciclar (RIR) e Volt Portugal.

A compensação atribuída às estações de televisão e rádios para a campanha totaliza, neste escrutínio, 2.389.600 euros.

Segundo a tabela publicada em Diário da República, a RDP vai receber 64.267,30 euros, a Rádio Comercial 214.318,60 euros e a Rádio Renascença 287.645,40 euros. Em relação às estações de radiodifusão de âmbito regional, a M80 irá receber 36.602,15 euros, a TSF 36.602,15 euros e o Posto Emissor de Radiodifusão do Funchal 9.419,10 euros.

Os valores aumentam para as estações de televisão públicas e privadas: a RTP recebe 389.611 euros, a SIC 741.570 euros e a TVI 636.565 euros.

Em relação aos tempos de antena televisivos, e de acordo com as grelhas divulgadas pela CNE, são 20 as candidaturas – Aliança, ADN, BE, CDS-PP, Chega, Ergue-te, IL, JPP, Livre, MAS, MPT, Nós, Cidadãos!, PAN, CDU, PCTP/MRPP, PSD, PS, PTP, RIR e Volt Portugal – que, no total, irão usufruir de 706,28 minutos desta publicidade eleitoral nas três televisões.

O tempo de antena que cada candidatura irá usufruir, em spots que, na maioria, duram três minutos, não é igual para todas.

A Aliança vai usufruir de 21,75 minutos nos três canais telvisivos, a ADN de 30,81, o BE de 40,05, o CDS-PP de 38,08, o Chega de 40,05, tal como o Ergue-te e a IL, o JPP de 25,23 minutos, o Livre, o MAS e o MPT de 40,05 minutos cada um, o Nós, Cidadãos! de 24,18, o PAN e a CDU de 40,05 cada, o PCTP/MRPP de 18,57, o PSD de 30,08, o PS de 40,05, o PTP de 31,56, o RIR de 40,05 e o Volt Portugal de 37,47 minutos.

Tendo em conta que as compensações às televisões totalizam 1.740.746 euros, cada um dos 706 minutos televisivos contemplados nestas grelhas custa 2.465 euros.

Segundo a Lei Eleitoral da Assembleia da República, as estações de rádio e de televisão reservam aos partidos políticos e às coligações tempos de antena durante o período da campanha eleitoral.

O tempo de antena nos canais da RTP e privados decorre nos dias úteis, durante 15 minutos, em horário nobre, entre as 19:00 e as 22:00. Aos sábados e domingos a sua duração é de 30 minutos, entre as 19:00 e as 22:00.

Em relação às rádios, a Radiodifusão Portuguesa (RDP) transmite, através dos emissores regionais e na emissão internacional, 60 diários, dos quais 20 minutos entre as 07:00 e as 12:00, 20 minutos entre as 12:00 e as 19:00 e 20 minutos entre as 19:00 e as 24:00.

As estações nacionais de rádio privadas transmitem 60 minutos diários, dos quais 20 minutos entre as 07:00 e as 12:00 e 40 minutos, entre as 19:00 e as 24:00. As estações privadas de radiodifusão de âmbito regional transmitem 30 minutos diários.

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Rendeiro continua preso. Documentos portugueses estavam mal selados

O antigo presidente do BPP regressou esta sexta-feira ao tribunal de Verulam, Durban, na África do Sul, depois da sessão de dia 10 de janeiro ter sido adiada.

João Rendeiro vai continuar detido. A próxima sessão está marcada para o dia 27 de janeiro. Esta é a segunda vez que o início da sessão é adiada. Os documentos de extradição vindos de Portugal estavam mal selados — o selo estava danificado — e o processo vai ter de voltar a Portugal.

“Estou um bocadinho melhor, obrigado.” Foi com esta frase que João Rendeiro entrou na sala do tribunal de Verulam, respondendo aos jornalistas. Mas escusou-se a responder se iria aceitar o pedido de extradição. Isto antes do magistrado anunciar que a sessão seria novamente adiada.

O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) regressou esta sexta-feira ao tribunal de Verulam, Durban, na África do Sul, depois da sessão de dia 10 de janeiro ter sido adiada, por decisão do juiz do processo, para dar início ao processo formal de extradição.

Localizado e detido em Durban — no dia 11 de dezembro — no âmbito de mandado internacional de detenção, após quase três meses de fuga à justiça portuguesa, João Rendeiro foi inicialmente presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou em 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, a prisão preventiva, remetendo-o para uma das maiores prisões do país, depois de rejeitar a libertação mediante caução.

O pedido formal de extradição de João Rendeiro, transmitido por via diplomática, foi recebido pelas autoridades sul-africanas no dia 12 de janeiro. No dia seguinte, a Procuradoria-Geral da República (PGR) assumiu estar estar a equacionar o envio de magistrados para a África do Sul, no sentido de acompanhar o processo de extradição do antigo presidente do BPP João Rendeiro.

Abrangidas no pedido de extradição – esclareceu ainda a PGR – estão as três decisões condenatórias de que João Rendeiro foi alvo (uma transitada em julgado e duas ainda não transitadas) e factos relativos ao inquérito instaurado em 2021 que tem como objeto crimes de branqueamento, descaminho, desobediência e falsificação de documento autêntico. O processo foi traduzido por uma equipa de tradução externa e entregue na PGR durante o fim de semana de 8 e 9 de janeiro.

João Rendeiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.

Entretanto, a advogada de João Rendeiro fez saber que se vai opor à ajuda de uma equipa de magistrados do Ministério Público. Em declarações à Lusa, June Marks defendeu que a National Prosecuting Authority (NPA) [ministério público sul-africano] “não pode procurar assistência externa”, sublinhando que tem de ser “independente”.

E alertou ainda para o problema cardíaco do seu cliente, que já foi observado pelo médico da prisão onde está detido. “Ele teve um problema cardíaco devido a febre reumática”, disse a advogada do ex-banqueiro. “O médico está preocupado que as condições na prisão e a tuberculose prevalente nas cadeias de África do Sul possam piorá-lo”, esclareceu June Marks.

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Costa e Rio apostam na região centro, um no interior e outro mais no litoral

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

O secretário-geral do PS e o presidente do PSD apostam ambos na região Centro, mas António Costa vai andar pelo interior enquanto Rui Rio escolheu o litoral.

Ao sexto dia de campanha para eleições legislativas antecipadas, o secretário-geral do PS e o presidente do PSD apostam ambos na região Centro, mas António Costa vai andar pelo interior enquanto Rui Rio escolheu o litoral.

O secretário-geral do PS e primeiro-ministro, António Costa, começa o dia em Lisboa, com um encontro com apoiantes independentes, mas depois o destino da caravana socialista é a zona centro, parando primeiro na Guarda, onde tem prevista uma ação de contacto com a população e um comício, seguindo depois para Castelo Branco.

O presidente do PSD realiza de manhã um exame médico devido ao problema do sangramento do nariz que o afetou na quinta-feira e cancelou a agenda da parte de manhã na Figueira da Foz.

Rui Rio terá um almoço privado com os candidatos pelo distrito de Coimbra, na Figueira da Foz, e à tarde terá contacto com a população e comércio local em Coimbra, onde tem marcada uma sessão sob o mote “Conversas centrais sobre ambiente”.

Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, também vai passar por Coimbra, mas só à noite para um comício. Antes disso, tem prevista uma visita à Unidade de Saúde Familiar da Baixa, em Lisboa, seguindo depois para Leiria, onde visita uma escola.

Pela CDU, João Oliveira ruma ao sul do país e começa o dia em Sines junto da população. Já no Algarve, a tarde será dedicada a uma tribuna pública sobre o direito à habitação e a noite a um comício em Faro.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, vai estar pelo norte do país e visita o Mercado do Bolhão, no Porto. À tarde, tem marcado um encontro com empresários e com o presidente da Associação de Bares da zona histórica da cidade, e termina o dia com um jantar-comício em Vila Nova de Gaia.

Já a porta-voz do PAN, visita a as Alagoas Brancas, no Algarve, e segue para Portimão para uma reunião com a administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve, para falar sobre o reforço dos meios de saúde. Inês de Sousa Real tem ainda prevista uma ação de contacto com a população em Portimão e à noite participa numa sessão digital dedicada à apresentação das candidaturas de Bragança e Portalegre.

Da parte da Iniciativa Liberal, João Cotrim de Figueiredo continua por Lisboa e Vale do Tejo, desta vez na margem sul. De manhã, vai estar no ‘campus’ da Caparica da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e à tarde em Setúbal, onde visita a Associação Empresarial da Região de Setúbal e o Instituto Politécnico. O dia termina de volta a Lisboa, com uma ação de rua junto ao Mercado da Ribeira.

André Ventura, do Chega, começa o dia mais cedo do que habitual, com um almoço-comício em Viana do Castelo, e termina com o habitual jantar-comício, hoje em Guimarães.

Também a norte, Rui Tavares, cabeça de lista do Livre pelo círculo eleitoral de Lisboa, visita uma sapataria ecológica em Braga e depois segue para Aveiro, para uma visita ao Departamento de Oceanografia da Universidade.

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Fed abre consulta pública sobre dólar digital

Jerome Powell alerta que qualquer moeda virtual servirá "como complemento e não como substituto do dinheiro e das atuais formas digitais".

A Reserva Federal norte-americana (Fed) abriu esta quinta-feira um período de debate e consulta pública sobre a criação de uma moeda virtual de banco central nos EUA — vulgo, dólar virtual. De acordo com o Financial Times (acesso condicionado), a Fed pretende acompanhar a inovação financeira mundial e manter a supremacia do dólar.

“Estamos ansiosos por nos envolver com o público, representantes eleitos e com uma ampla gama de partes interessadas enquanto analisamos os pontos positivos e negativos de uma moeda digital do banco central nos Estados Unidos”, disse o presidente Jerome Powell, citado em comunicado.

O responsável salientou, contudo, que qualquer nova moeda virtual servirá “como complemento e não como substituto do dinheiro e das atuais formas digitais do dólar do setor privado, como depósitos em bancos comerciais”.

Nos últimos anos, o banco central hesitou em adotar uma moeda digital, afirmando que só o faria se os benefícios fossem maiores do que os custos. Ficou, assim, atrás da China, que está numa fase mais avançada do projeto do yuan digital.

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Intel investe 20 mil milhões de dólares numa fábrica de “chips” no Ohio

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

Esta nova fábrica de chips deverá criar 3.000 postos de trabalho permanentes e soma-se a outros investimentos da tecnológica norte-americana no Arizona e no Novo México.

A tecnológica norte-americana Intel planeia investir pelo menos 20 mil milhões de dólares numa nova fábrica de chips no Estado norte-americano Ohio, avança The Wall Street Journal esta sexta-feira, referindo que tal poderá criar 3.000 postos de trabalho permanentes. O objetivo é contornar as atuais carências de chips a nível mundial, fruto de uma procura internacional cada vez maior por produtos digitais.

A Intel quer voltar a ser líder na produção de chips, fornecendo-os também a outras empresas. A fabricante compete com a também norte-americana Nvidia que, em 2020, ultrapassou a Intel como a empresa de semicondutores mais valiosa dos EUA. Já em 2021, a Intel foi ultrapassada pela sul-coreana Samsung como a principal fabricante de chips nos EUA.

As fabricantes de chips têm respondido às carências do mercado com o anúncio de novos investimentos em mais fábricas — a Intel já tinha anunciado investimentos no Arizona e Novo México –, aproveitando também os apoios públicos que alguns Governos têm anunciado. Os analistas antecipam que a escassez de chips vai começar a melhorar este ano, mas assumem que os desequilíbrios entre procura e oferta deverão persistir em 2023.

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“Trabalho remoto vai acontecer nas tech. Temos de garantir que Portugal não perde este comboio”, diz cofundador da CTO Portugal

As alterações às regras do teletrabalho estão a deixar Pedro Gustavo Torres preocupado, sobretudo tendo em conta que quase 70% dos líderes tech pretendem trabalhar remotamente.

Cerca de 70% dos líderes portugueses em tecnologia tencionam trabalhar remotamente em 2022, e capacidade de as empresas e do país abraçarem o modelo full remote poderá ser determinante para atrair e reter pessoas num setor que enfrenta um grave problema de escassez de talento, revela um survey da CTO Portugal a que a Pessoas teve acesso. Algumas regras impostas pela nova lei do teletrabalho podem ser um entrave. “São bem intencionadas, mas receio que sejam um não incentivo para as empresas abraçarem estas novas formas de trabalhar. (…) Acabamos por pôr barreiras às empresas para abraçarem o full remote“, alerta Pedro Gustavo Torres, cofundador da CTO Portugal.

O Governo português “tem de fazer parte da solução, e não do problema”, defende o responsável da CTO Portugal, uma comunidade que reúne 500 líderes tecnológicos no país, mostrando-se preocupado com algumas das alterações às regras do teletrabalho aprovadas em novembro — nomeadamente a obrigatoriedade de as empresas pagarem aos colaboradores as despesas adicionais com teletrabalho e o impedimento de os contactarem fora do horário laboral. Poderão funcionar como um entrave para essa enorme fatia de profissionais que admite o desejo de trabalhar remotamente, defende.

“Agrada-me imenso perceber como é que em Portugal estamos a abraçar o full remote, apesar de algumas questões mais políticas que me deixam um bocadinho preocupado”, admite o cofundador da CTO Portugal, juntamente com Pedro Oliveira, CEO e cofundador da Talent Protocol.

Pedro Gustavo Torres, cofundador da CTO Portugal.

Destacando a obrigatoriedade de pagar aos colaboradores em teletrabalho as despesas adicionais como uma dessas questões que têm gerado alguma preocupação entre os empregadores, nomeadamente nos Estados Unidos, Pedro Gustavo Torres interroga-se: “Como é que se vai fazer isso na prática? Como é que se vai perceber o que corresponde na fatura da eletricidade às oito horas que o colaborador está a trabalhar a partir de casa?”.

A outra medida que diz ter levantado dúvidas foi a que impede os empregadores de contactar os seus trabalhadores durante o período de descanso. “Nós, especialmente em tech, temos de ter pessoas de prevenção. No caso de haver um problema são chamadas para atuar. Nos Estados Unidos estava tudo muito preocupado em perceber como é que isto iria funcionar para os trabalhadores portugueses”, comenta o cofundador da CTO Portugal e também director of engineering da Salsify, empresa sediada em Boston.

Em termos políticos, ou vamos abraçando isto de forma muito positiva e vamos sendo flexíveis e facilitadores da mudança ou, se vamos criando estes obstáculos, acabamos por pôr barreiras às empresas para abraçarem o full remote.

Pedro Gustavo Torres

Cofundador da CTO Portugal

“Parece-me que são medidas bem intencionadas, mas receio que sejam um não incentivo para as empresas abraçarem estas novas formas de trabalhar. Em termos políticos, ou vamos abraçando isto de forma muito positiva e vamos sendo flexíveis e facilitadores da mudança ou, se vamos criando estes obstáculos, acabamos por pôr barreiras às empresas para abraçarem o full remote“, defende.

Apenas 1% dos líderes tech querem trabalhar exclusivamente no escritório

Olhando para 2022 e o futuro do trabalho, não há dúvidas que os líderes de tecnologia preferem os modelos remotos (68,4%). Mas há diferenças: 44,6% desejam um modelo full remote e 23,8% um modelo geo concentrated.

“O full remote é trabalhar a partir da Madeira em janeiro, em fevereiro vou visitar Açores, em março talvez passe para Lisboa e depois em abril já vou estar em Madrid. Ou seja, não quero ter um escritório, é totalmente remote“, explica o cofundador do CTO Portugal.

Já o geo concentrated, embora também seja um modelo remoto, obriga a estar relativamente próximo do local de trabalho. “Assumimos que há um escritório e que todos temos de conseguir chegar lá no espaço, digamos, de uma hora. Posso estar longe, mas não tão longe, porque tenho de conseguir chegar com alguma facilidade ao escritório para eventos in person.”

Segue-se ainda uma outra hipótese: o modelo híbrido. Este foi o segundo eleito pelos líderes (27,7%), mas com uma particularidade, a maioria dos dias seriam de teletrabalho e os restantes presenciais no escritório.

Com preferências contrárias estão apenas 3% dos profissionais, que, embora também mostrem o desejo de um modelo híbrido, preferem ir na maior parte dos dias ao escritório. No extremo, apenas 1% quer trabalhar sempre a partir do escritório, revelam os dados do survey anual da CTO Portugal, a comunidade tecnológica que junta líderes em tecnologia (sobretudo CTO, mas também head of, diretores, managers e responsáveis de equipa) para partilharem as suas dores de crescimento e aprendizagens, bem como para debaterem abertamente temos do setor.

“Isto [o trabalho remoto] vai acontecer, temos é de garantir que acontece também em Portugal e que não perdemos este comboio.” Pois perder a carruagem poderá passar uma fatura muito alta e agravar ainda mais o problema da escassez de talento no setor tecnológico, defende. “Às tantas perdemos estes profissionais belíssimos que vão viver para Espanha.”

85% dos líderes antecipam dificuldades na contratação

O inquérito realizado pela CTO dá ainda algumas pistas sobre as perspetivas de contratação dos líderes tecnológicos em 2022. A grande maioria mostra-se “pessimista”. Mais de metade (51,1%) dos inquiridos diz que vai ser “difícil” recrutar este ano e 34% antecipa que será mesmo uma tarefa “extremamente difícil”.

Na ponta oposta, não há um único líder que considere a atração de talento tech tarefa “extremamente fácil”, e apenas 2,1% diz que será “fácil”.

As empresas nacionais antigamente competiam em termos de cidades, daí passámos para competir em termos nacionais e agora é à escala global.

Pedro Gustavo Torres

Cofundador da CTO Portugal

“As universidades têm feito um excelente trabalho, mas claramente não chega. Temos a questão do Web Summit, de quando uma empresa internacional chega a Portugal oferecer, tipicamente, salários acima da média, e agora também esta nova maneira de estar do full remote. As empresas nacionais antigamente competiam em termos de cidades, daí passámos para competir em termos nacionais e agora é à escala global.”

A capacidade de atrair talento estrangeiro será, para Pedro Gustavo Torres, fundamental. “Apesar de termos excelentes universidades a formar excelentes profissionais, a procura claramente excede a oferta, o que quer dizer que temos de ter a capacidade de atrair talento de países com alta afinidade com Portugal, como é o caso do Brasil, mas também de atrair talento europeu, tal como fizeram, com alto grau de sucesso, Dublin, Berlim e Barcelona”, considera.

Para isso, o director of engineering da Salsify considera decisiva a simplificação da entrada desses profissionais, começando desde logo pela burocracia em torno das Finanças e Segurança Social. “Não pode ser complicado um talento altamente especializado e tão escasso ter dificuldade de se estabelecer em Portugal”, finaliza.

O inquérito anual “Community Survey” da CTO Portugal foi feito em dezembro, junto à comunidade de 500 líderes de tecnologia em Portugal, e obteve um total de 101 respostas.

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Nas notícias lá fora: Dólar digital, Primark e Irlanda sem restrições

  • ECO
  • 21 Janeiro 2022

A Reserva Federal norte-americana (Fed) abriu pela primeira vez a discussão sobre uma possível introdução de uma moeda virtual no banco central.

Na Alemanha, o Governo quer atrair 400 mil trabalhadores qualificados de outros países todos os anos, de forma a combater o desequilíbrio demográfico e a escassez de mão-de-obra em setores-chave. No Reino Unido, a Primark vai cortar 400 postos de trabalho, numa tentativa de responder às crescentes pressões de custos. Já a Irlanda deverá acabar com a maioria das restrições pandémicas, à medida que as preocupações em torno da variante Ómicron diminuem.

Financial Times

Fed abre debate sobre possível moeda virtual

A Reserva Federal norte-americana (Fed) abriu pela primeira vez um período de debate e consulta pública sobre uma possível introdução de uma moeda virtual no banco central, naquela que é uma tentativa de acompanhar a inovação financeira mundial e manter a supremacia do dólar. “Estamos ansiosos para nos envolver com o público, representantes eleitos e com uma ampla gama de partes interessadas enquanto examinamos os pontos positivos e negativos de uma moeda digital”, disse o presidente Jerome Powell.

Leia a notícia completa no Financial Times (conteúdo em inglês/acesso condicionado).

Reuters

Alemanha quer atrair 400 mil trabalhadores qualificados do exterior por ano

O novo Governo da Alemanha quer atrair 400 mil trabalhadores qualificados de outros países todos os anos, de forma a combater o desequilíbrio demográfico e a escassez de mão-de-obra em setores-chave. “A escassez de trabalhadores qualificados tornou-se tão séria que está a fazer desacelerar drasticamente a nossa economia”, disse Christian Duerr, líder parlamentar do Partido Democrata Livre (FDP). “Só podemos controlar o problema do envelhecimento da força de trabalho com uma política de imigração moderna”, acrescentou.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

The Wall Street Journal

Intel investe 20 mil milhões numa fábrica de chips no Ohio

A tecnológica norte-americana Intel planeia investir pelo menos 20 mil milhões de dólares numa nova fábrica de chips no Estado norte-americano Ohio. O objetivo é contornar as atuais carências de chips a nível mundial, fruto de uma procura internacional cada vez mais por produtos digitais. A Intel quer voltar a ser líder na produção de chips, fornecendo-os também a outras empresas. A empresa compete com a também norte-americana Nvidia que em 2020 ultrapassou a Intel como a empresa de semicondutores mais valiosa dos EUA. Já em 2021 a Intel foi ultrapassada pela sul-coreana Samsung como a principal fabricante de chips.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (acesso pago/conteúdo em inglês).

The Guardian

Primark vai despedir 400 pessoas para compensar aumento de custos

A Primark vai cortar 400 postos de trabalho nas suas lojas do Reino Unido, numa tentativa de responder às crescentes pressões de custos, apesar de ter observado uma recuperação significativa nos últimos meses. A retalhista anunciou que está a eliminar gradualmente algumas funções nas suas lojas, incluindo supervisores, criando uma nova função de gerência de nível básico. A empresa tem assistido a um aumento dos custos de transporte e energia, mas não planeia aumentar os preços das roupas.

Leia a notícia completa no The Guardian (conteúdo em inglês/acesso livre).

Bloomberg

Irlanda prepara-se para acabar com a maioria das atuais restrições

A Irlanda deverá acabar com a maioria das restrições pandémicas, à medida que as preocupações em torno da variante Ómicron diminuem. Vários consultores médicos do Governo irlandês propuseram acabar com a maioria das restrições, incluindo horários de fecho antecipado de bares e restaurantes e a necessidade de certificados no acesso a várias instalações. O uso de máscara, certificado para viagens internacionais e isolamento para pessoas sintomáticas provavelmente serão as únicas regras que continuarão em vigor.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado/conteúdo em inglês).

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Alstom quer recrutar 7.500 trabalhadores este ano, quase 4.000 na Europa

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

A Alstom está particularmente à procura de pessoas especializadas em engenharia mecânica e de sistemas, serviços e também de soldadores qualificados para os locais de produção.

O fabricante ferroviário Alstom, com presença em Portugal, anunciou esta sexta-feira a intenção de recrutar 7.500 trabalhadores este ano para satisfazer a procura crescente e o número recorde de encomendas. O grupo pretende contratar seis mil engenheiros e gestores, bem como 1.500 trabalhadores e técnicos.

Estas contratações destinam-se a projetos envolvendo material circulante, sinalização e serviços“, indicou, em comunicado, o grupo francês, que conta atualmente com 72 mil empregados em todo o mundo. Em 31 de dezembro, a empresa tinha encomendas no valor de 77,8 mil milhões de euros.

A empresa duplicou de tamanho há um ano [com a compra da Bombardier Transport canadiana], estamos presentes em 70 países e a nossa carteira de encomendas é bastante significativa, por isso temos necessidades em todo o mundo para executar contratos“, disse à agência de notícias France-Presse (AFP) a diretora de recursos humanos do grupo, Anne-Sophie Chauveau-Galas.

Por exemplo, a Alstom ganhou recentemente um contrato para fornecer 200 comboios regionais à empresa estatal norueguesa Norske Tog por 1,8 mil milhões de euros e 25 comboios de alta velocidade à empresa ferroviária sueca SJ (680 milhões de euros). Em detalhe, o grupo procura recrutar 3.900 pessoas na Europa, 1.700 na Ásia-Pacífico, 1.500 na América do Norte e do Sul e 400 em África, no Médio Oriente e na Ásia Central.

Destas vagas, cerca de mil encontram-se em França, onde a empresa tem a sede. A Alstom está particularmente à procura de pessoas especializadas em engenharia mecânica e de sistemas, serviços e também de soldadores qualificados para os locais de produção. Globalmente, a empresa disse que procurava recrutar gestores de projetos e concursos e perfis técnicos altamente qualificados, tais como engenheiros de sistemas e cientistas de dados.

“Gostaríamos também de atrair mais mulheres para empregos técnicos”, disse Anne-Sophie Chauveau-Galas, acrescentando que a empresa queria aumentar a proporção de mulheres entre gestores e engenheiros de 23% para 28% até 2025.

A Alstom apresentou excelentes resultados na quinta-feira, com um aumento do volume de negócios de 5,2% no terceiro trimestre do seu exercício financeiro. A empresa espera que as suas vendas cresçam em média 5% por ano até 2025.

Na Europa, o grupo pretende também ajustar a capacidade de produção na Alemanha, onde a Bombardier Transport tem uma forte presença, deslocando o foco da produção de material circulante para a sinalização e serviços.

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Faturação da Samsung cresce 7% em 2021 em Portugal para 392,8 milhões

  • Lusa
  • 21 Janeiro 2022

Faturação da Samsung Portugal cresceu 7% em 2021, "o que se traduziu no ano recorde de sempre" da marca.

A faturação da Samsung Portugal cresceu 7% em 2021, em termos homólogos, para 392,8 milhões de euros, “o que se traduziu no ano recorde de sempre” da marca, afirmou Nuno Parreira, responsável da divisão mobile da subsidiária.

Em 2021, “atingimos perto de 400 milhões de euros [na Samsung Portugal], o que se traduziu no ano recorde de sempre em Portugal”, destacou, em declarações à Lusa, o responsável pela divisão do segmento móvel (head of mobile division) da Samsung Portugal. Mais concretamente, a Samsung Portugal registou uma faturação de 392,8 milhões de euros, valor que compara com 365,8 milhões de euros em 2020 — evolução de cerca de 7%.

Quanto à faturação da área ‘mobile’, Nuno Parreira escusou-se a avançar dados. “Só posso dar dados da Samsung Portugal”, mas “posso dizer que temos uma posição expressiva e contribuímos também com ano recorde, ou seja, a nossa área também teve um ano recorde de faturação” em 2021, sublinhou o responsável.

O peso do segmento ‘mobile’ na Samsung Portugal é “acima dos 50%” e a quota de mercado de telemóveis da marca em Portugal, citando dados da consultora IDC do terceiro trimestre, é de 41%, com “crescimento notório” face a 2020, traduzindo-se num “recorde de vendas”. Nuno Parreira espera que os dados do quarto trimestre indiquem um reforço da quota de mercado.

A Samsung Portugal faz em setembro 40 anos: “Somos a subsidiária, a par da Alemanha, mais antiga da Europa e é com muito orgulho que estamos a comemorar” em 2022 “o quadragésimo aniversário”, sublinhou. “Esperamos mais um ano em grande”, depois de a atividade em 2021 ter corrido “muito bem”, prosseguiu Nuno Parreira.

Os obstáculos e os problemas “com que nos deparámos no mercado transformámos em oportunidades e aproveitámos este momento pouco mais atípico do mercado para poder, de facto, mostrar algumas das vantagens que a Samsung tem no mercado, não só a nível de produto, mas também na sua forma de atuar, de gerir o negócio, pensar e planear o futuro, em que realmente fomos bem sucedidos e traduziu-se no ano recorde em Portugal”, contou o responsável da área ‘mobile’ da marca.

Para este ano, a Samsung Portugal tem uma expectativas positivas. “Estamos a saber usar a pandemia como oportunidade” e este ano “vamos querer desafiar-nos e ao mercado em si, desafiar também a nossa base de clientes e dos que estão noutros concorrentes para garantir e obter a confiança deles”, apontou.

“Penso que vamos viver ainda um ano de pandemia” e, por isso, todas as questões relativas à tecnologia irão continuar a ser procuradas porque “vemos cada vez mais o mercado ávido de tecnologia” e de “tecnologia ‘premium’, o que significa que se torna um ano de oportunidade para a Samsung”, sublinhou Nuno Parreira.

“Queremos desenvolver e temos oportunidades de crescimento, como é o mercado ‘online’, também temos categorias emergentes como as de ‘foldable’ [telemóvel dobrável]”, bem como “temos outros tipos de oportunidades como os fundos PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] para transformação digital”, salientou.

O telemóvel ‘foldable’ da Samsung “é uma grande aposta”, mas é um “nicho”, embora tenha em Portugal “já alguma expressão”, valendo “10% das nossas vendas ‘premium'”, disse Nuno Parreira.

A Samsung tem como aposta o crescimento e a diferenciação no mercado português: “Achamos que os produtos dobráveis, além de outras inovações tecnológicas, têm de ser colocados no topo da pirâmide de importância da Samsung no desenvolvimento da sua estratégia local e internacional porque é uma fonte de força de marca e, principalmente, fonte de recrutamento de clientes” e é no “‘foldable’ onde conseguimos recrutar” à concorrência.

O peso vendas ‘online’ da Samsung em Portugal “ronda os cerca de 30%” atualmente, avançou Nuno Parreira, salientando que se estima que este “terá mais do que duplicado nos últimos dois anos”. Questionado sobre quanto gostaria de crescer este ano no mercado português, o responsável da Samsung Portugal foi perentório: “Acima do mercado”.

Ou seja, “prevemos que o mercado estará a crescer entre 5% a 7% este ano”, pelo que o objetivo é crescer “acima do mercado no sentido de ganhar quota, essa é a nossa grande intenção”, disse. Crescer acima do mercado no segmento ‘premium’ é outro dos objetivos da tecnológica. Já sobre o 5G, Nuno Parreira destacou que “é uma grande oportunidade” para a marca em Portugal.

“A Samsung é líder de mercado no 5G, no final do ano terminámos, a nível de quantidades, líderes de mercado. Cerca de 50% do mercado já é 5G”, salientou. “Tendo a Samsung o maior portefólio de 5G no mercado e líder 5G no mercado mundial tudo indica que será um fator de oportunidade para nós em Portugal, poderá ser também um dos pilares para o crescimento da Samsung” no mercado português, acrescentou.

A subsidiária portuguesa da multinacional sul-coreana conta atualmente com cerca de 70 colaboradores. Questionado sobre se admite contratar este ano, Nuno Parreira afirmou: “Admito, num cenário de crescimento, recrutar mais pessoas, poderemos também abrir áreas de negócios diferentes”.

A segurança é uma área onde a Samsung Portugal tem vindo a trabalhar “há muitos anos”, inclusivamente com o gabinete do Centro Nacional de Cibersegurança (CNSC). “Somos a única marca certificada, temos produtos certificados no gabinete nacional de segurança”, destacou.

Sobre a crise dos semicondutores, Nuno Parreira salientou que isso afetou “todos de igual forma”, mas no caso da Samsung o impacto não foi tão grande, já que o grupo “é um dos líderes” desta área. O responsável recordou que a tecnológica produz a “maior parte” do seus produtos “com componentes Samsung”, além de ter uma “gestão da cadeia de abastecimento muito alinhada” e “muito avançada”.

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Grupo EDP desce e dita queda de 1% do PSI-20

Não há cotadas a subir no início da sessão desta sexta-feira. Pintado de vermelho, o PSI-20 está a cair mais de 1%, após ter registado duas subidas consecutivas.

O PSI-20 abriu esta sexta-feira com uma queda de 1,18%, para 5.597,27 pontos, acompanhando a tendência negativa dos mercados financeiros a nível internacional. A pressionar Lisboa estão principalmente as desvalorizações das cotadas do grupo EDP.

Com as ações asiáticas a cair durante a madrugada, a Europa acordou também pintada de vermelho. O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas, desvaloriza 1,4%. O alemão DAX cede 1,3%, o francês CAC-40 desvaloriza 1,4%, o espanhol IBEX-35 cai 1,4% e o britânico FTSE encolhe 1,2%.

Em Lisboa, apenas três cotadas estão inalteradas, sendo que as restantes abriram em terreno negativo. As maiores quedas são protagonizadas pelo grupo EDP: a EDP Renováveis cede 2,38%, para 19,7 euros, e a EDP desvaloriza 1,79%, para 4,55 euros.

Mas há mais cotadas com quedas superiores a 1%: a Altri desce 1,72%, para 5,72 euros; a Navigator desvaloriza 1,36%, para 3,33 euros; a Nos cede 1,2%, para 3,46 euros; e os CTT deslizam 1,17%, para 4,23 euros.

A Novabase, a Ibersol e a Ramada são as três cotadas inalteradas neste início de sessão.

A nível internacional, os investidores lidam com vários fatores como a redução dos estímulos por parte da Fed e a aceleração da taxa de inflação, assim como o risco de um conflito armado na Ucrânia. Porém, nesta altura o que pesará mais são os resultados das cotadas, principalmente da Netflix que afundou após ter desiludido os investidores sobre as perspetivas para novos clientes.

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Investidores compram herdade no Alentejo para os vinhos Terra d’Alter

A Herdade das Antas passa para as mãos de quatro dos acionistas da Ímpar, que negociaram com o Novobanco o património da empresa de vinhos criada por José Roquette, António Borges e Peter Bright.

Um grupo de acionistas da Ímpar Wines – Pedro Paixão, Michael Ullmann, Gareth Pearce e Helga Kronheim – acaba de comprar a Sociedade Agrícola da Herdade das Antas, uma propriedade com 159 hectares (42 são vinha) no concelho de Fronteira, que pertencia ao médico José Roquette, atual presidente do conselho clínico superior da Luz Saúde, e que estava a ser alvo de um processo executivo por dívidas à banca.

Pedro Paixão, CEO da empresa que em março de 2021 ficou com a adega, as marcas e o stock de vinhos da Terra D’Alter – criada em 2004 pelo cirurgião cardiotorácico, pelo falecido economista António Borges (ex-Goldman Sachs) e pelo enólogo australiano Peter Bright –, conta ao ECO que a escritura foi realizada a 11 de janeiro e que a aquisição da herdade no distrito de Portalegre, que já fornecia as uvas para a produção deste vinho alentejano, rondou os 2,3 milhões de euros.

“Foi uma compra oportunística [sic]. Na prática, soubemos que a empresa estava num processo complicado. Fomos à banca, parámos o processo executivo, pagámos aos bancos e ficámos com a propriedade. Sempre com o envolvimento do anterior proprietário, o Prof. José Roquette. Não foi um takeover hostil”, relata o gestor, que cinco investidores britânicos e israelitas foram recrutar à administração da Ségur Estates (dona da Encostas de Estremoz e da antiga Roquevale) para concretizar a compra da Terra d’Alter.

Pedro Paixão, CEO da Ímpar Wines

Este bloco de acionistas – Michael Ullmann, Gareth Pearce, Torquil McAlpine, Andy Phillipps e Helga Kronheim – detêm 82% da Ímpar – Vinhas & Vinhos, a sociedade que há cerca de um ano ficou com o património da Terras de Alter, Companhia de Vinhos Lda., comprando ao Novobanco um crédito à volta de quatro milhões por 1,263 milhões de euros. Os restantes 18% estão divididos entre o CEO Pedro Paixão, o enólogo Peter Bright e a viúva (Isabel) e os dois filhos (Gonçalo e Sofia) de António Borges. Que no INSEAD tinha sido colega de Michael Ullmann, que tem uma casa de férias no Algarve e decidiu investir na empresa de vinhos após saber da situação difícil em que se encontrava.

Nesta que é a primeira incursão no mundo dos vinhos – têm outros projetos juntos, desde padarias até ao turismo de luxo na área da caça –, os novos acionistas ficaram com a adega instalada na Zona Industrial de Fronteira, construída em 2008 e onde sempre foram feitos os vinhos Terra d’Alter. E assinaram contratos de offtake válidos por dez anos com duas sociedades agrícolas, obrigando-as a vender a totalidade das uvas: a Herdade do Monte Barrão (Alter do Chão) que se mantém na família de António Borges; e esta Herdade das Antas, que dista quatro quilómetros da adega.

Herdade das Antas

“Comprámos, essencialmente, para garantir que continuávamos a ter acesso à uva. Porque no âmbito do processo executivo, quem ficasse com a propriedade ficava desobrigado de nos vender. Tínhamos de fazer alguma coisa. Além disso precisávamos de um front office porque a adega é topo de gama sob o ponto de vista tecnológico, mas não deixa de ser um pavilhão industrial. Neste negócio do vinho – ainda mais no segmento em que estamos – é preciso uma montra para receber os clientes. É muito emocional. A pessoa quer ver uma casa, tocar nas uvas, dormir no meio da vinha”, justifica Pedro Paixão.

Comprámos para garantir que continuávamos a ter acesso à uva. Além disso, precisávamos de um front office porque a adega é topo de gama sob o ponto de vista tecnológico, mas não deixa de ser um pavilhão industrial.

Pedro Paixão

CEO da Ímpar Wines

Ora, além de “potenciar a produção das vinhas, pela qualidade e pela quantidade”, a Ímpar Wines vai criar um projeto de enoturismo neste monte alentejano, a avançar ainda este ano e com data de conclusão prevista para o último trimestre de 2023, transformando o espaço ocupado pela casa, que soma perto de 350 metros quadrados, numa unidade com oito suítes, espaço para provas e salas de estar e de jantar. E aproveitando a particularidade de esta propriedade ser “muito rica em termos arqueológicos”, está a trabalhar com a Universidade de Évora no desenvolvimento de um “roteiro enoarqueológico”, baseado na Herdade das Antas.

Herdade das Antas vai ser transformada para acolher uma unidade de enoturismo

Do abandono das promoções à entrada asiática

Quando Pedro Paixão voltou à Terra d’Alter na primavera de 2021, depois de ter sido diretor comercial da anterior proprietária entre 2014 e 2017, além do problema do peso da dívida financeira, identificou uma “ausência de capacidade comercial”. A marca perdera a característica exportadora evidenciada desde o início do projeto e começara a “trabalhar nas promoções dos hipermercados nacionais porque era preciso fazer tesouraria”. Daí que a primeira decisão tenha sido acabar com os três vinhos de entrada de gama – branco, tinto e rosé – que estavam nas prateleiras do Pingo Doce e do Continente a 3,99 euros, e “passar a vender só do patamar médio para cima”.

Da reformulação do portefólio resultaram novas gamas: Expressão (vinhos de lote) com um preço de venda ao público (PVP) de 6,5 euros; Origens (monovarietais) com PVP entre 9 e 10 euros; Tradição (reservas) a 14 euros por garrafa; e uma categoria de vinhos premium, com um preço superior, que conta já com quatro “projetos especiais”. O ano de 2021 fechou com uma faturação de 1,5 milhões de euros e um preço médio à saída da adega a bater os 3,90 euros por garrafa, que compara com os 2,22 euros que registava neste indicador no ano anterior.

Embora se tenha criado o mito que os restaurantes não gostam de vender marcas que estão nos supermercados e vice-versa. Ando nisto há tempo suficiente para saber que não é exatamente assim. Dá é mais trabalho.

Pedro Paixão

CEO da Ímpar Wines

“Estamos no canal Horeca – nos restaurantes e nas garrafeiras – e também no offtrade: na Jerónimo Martins, na Sonae e vamos entrar no Lidl no final de fevereiro. Não temos medo. Achamos que as marcas se constroem nos dois sítios, muito embora se tenha criado o mito que os restaurantes não gostam de vender marcas que estão nos supermercados e vice-versa. Ando nisto há tempo suficiente para saber que não é exatamente assim. Dá é mais trabalho”, sustenta o CEO.

No ano passado, mais de 80% das vendas foram feitas nos mercados internacionais. Suíça, Noruega e Países Baixos são as três geografias que ocupam o pódio, valendo quase seis em cada dez euros faturados no exterior. O plano desenhado pela administração prevê o crescimento nos EUA e no Brasil, e, assim que as regras das quarentenas obrigatórias forem flexibilizadas, a entrada em vários países asiáticos, como a Coreia do Sul, Japão, Tailândia e Vietname.

Peter Bright, responsável de enologia da Terra d’Alter

Nas metas a atingir até 2026, a Ímpar Wines, que emprega atualmente 16 pessoas, inscreveu um volume de negócios entre 4,5 e 5 milhões de euros, com um EBITDA de 30% e vendas anuais de 800 mil garrafas de vinho Terra d’Alter, com um preço médio à saída da adega a rondar os 4,5 euros. Sobre a hipótese de entrar noutras regiões portuguesas, Pedro Paixão garantiu ao ECO que pretendem “continuar a ser uma empresa de vinhos do Alentejo, não obstante não [fecharem] a porta a olhar para outras regiões, desde que [consigam] controlar a vitivinicultura”.

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