Câmara de Lisboa adia votação do orçamento para 2022

Na reunião de discussão e votação do Orçamento para 2022, vereadores do PS detetaram erros em certas verbas, sobretudo nas destinadas à habitação e mobilidade.

A votação do Orçamento para 2022 da Câmara de Lisboa ia acontecer esta quinta-feira, mas acabou por ser adiada devido a erros no documento, não tendo sido definida uma nova data. Ao que o ECO apurou, os vereadores do PS encontraram discrepâncias nas verbas que estavam destinadas a certas áreas, sobretudo habitação e mobilidade. A autarquia acusa os socialistas de tentarem inviabilizar a votação e com um pano de fundo, as legislativas.

A proposta de Orçamento do novo executivo, liderado por Carlos Moedas, previa 116 milhões de euros para a habitação, mas, afinal, essa área não receberá esse montante. 40 milhões de euros serão canalizados para projetos não habitacionais, como creches, centros de saúde e outros equipamentos, ficando, assim, a habitação, com 76 milhões de euros. Esta foi a maior discrepância encontrada, sabe o ECO.

Esta quarta-feira, em conferência de imprensa, o vereador do PS João Paulo Saraiva já tinha alertado para “uma enorme contradição entre aquilo que são algumas linhas das Grandes Opções do Plano (…) e aquilo que tem expressão financeira nos restantes documentos”.

Outra área onde foi notada uma discrepância nas verbas foi a mobilidade, nomeadamente com o orçamento que está previsto para a EMEL.

Em declarações ao ECO após este adiamento, o vice-presidente da autarquia afirmou tratar-se de um “aproveitamento da situação” por parte do PS. “Foi uma desculpa invocada”, disse Filipe Anacoreta Correia. “Não há erro nenhum, muito menos grave”, continuou.

O responsável explicou que em causa está a classificação de projetos. “Há um determinado projeto que questionam se deveria estar, ou não, naquela classificação”, diz, referindo-se tratar-se do pilar “Porta Aberta à Habitação”, composto por outros subpilares, onde consta a “reabilitação do edificado” que não prevê exclusivamente habitação. “Não é possível separar isso lá dentro. Estamos a falar de coisas de secretaria”, explica.

Esse pilar — “Porta Aberta à Habitação” — prevê os 116 milhões de euros, mas esse subpilar de “reabilitação do edificado” — com uma dotação de 40 milhões de euros — não se trata exclusivamente de habitação. Os socialistas consideram que devia haver uma separação.

Nesse sentido, Filipe Anacoreta Correia afirma: “Não estamos a discutir política. Estamos a tentar, em nome de uma questão de secretaria, criar confusão”. E, notando que o Orçamento para habitação é aquele “com o maior crescimento” face ao ano passado, “mais 30 milhões de euros” em relação a 2021, Filipe Anacoreta Correia afirma: “O PS quis inviabilizar a votação do Orçamento”.

A votação foi adiada, não tendo sido definida uma nova data. Contudo, se as intenções de voto se mantiverem, o Orçamento será aprovado com os votos a favor do PSD e CDS, a abstenção do PS e os votos contra do Bloco de Esquerda, PCP, Livre e da vereadora independente Paula Marques. A abstenção dos socialistas, apesar de todas as críticas apontadas, permitirá dar “luz verde” ao documento.

Entre as várias medidas propostas por Carlos Moedas incluem-se 13 milhões em apoios a fundo perdido para as empresas, transportes públicos gratuitos para jovens e idosos, desconto de 50% no estacionamento para residentes, aumento da taxa de IRS a devolver aos lisboetas, seguro de saúde gratuito para carenciados com mais de 65 anos e a continuação do programa de renda acessível.

(Notícia atualizada às 20h33 com declarações do vice-presidente da CML)

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Peloton cai 27% após notícias sobre pausa na produção

A empresa sinalizou que a procura teve uma "redução significativa" e que planeia colocar em pausa a produção de bicicletas.

As ações da fabricante de bicicletas de exercício Peloton caíram 27% esta quinta-feira, após notícias de que está a pausar temporariamente a produção dos produtos de fitness devido à desaceleração da procura e ao controlo de custos. Atualmente, está a cotar nos 25,76 dólares, abaixo do preço da sua Oferta Pública Inicial, de 29 dólares.

A empresa disse que a procura teve uma “redução significativa” e que planeia pausar a produção de bicicletas em fevereiro e março, numa apresentação confidencial datada de 10 de janeiro, que foi revelada pela CNBC. Também não vai fabricar a passadeira Tread por seis semanas, a partir do próximo mês.

A Peloton destacou-se durante a pandemia, altura em que muitas pessoas recorreram ao exercício em casa, mas a procura tem vindo a abrandar com a reabertura da economia. Além disso, em maio chamou para revisão um dos modelos de passadeiras que vende após relatos de vários ferimentos e a morte de uma criança num acidente.

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Após tornar a vacina obrigatória, Áustria lança lotaria para convencer não vacinados

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Janeiro 2022

Áustria torna-se o primeiro país da UE a tornar a vacina obrigatória. Governo anunciou o lançamento de uma lotaria com oferta de vouchers para usar no comércio, cultura e serviços.

A Áustria tornou-se esta quinta-feira o primeiro país da União Europeia a tornar a vacinação contra a covid-19 obrigatória. A Câmara Baixa do Parlamento da Áustria aprovou um projeto-lei que torna a vacinação contra a Covid-19 obrigatória para adultos a partir de 1 de fevereiro, aplicando multas para quem não cumprir que podem ir de 600 até 3.600 euros.

Todos os partidos, com exceção da extrema-direita, aprovaram a medida por 137 votos a favor e 33 contra.

Horas antes do Parlamento aprovar a medida, o Governo austríaco tinha anunciado o lançamento de uma lotaria nacional para encorajar os não vacinados a tomarem a vacina contra a Covid-19, avança a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

O que há para ganhar na lotaria da vacinação? Vouchers!”, disse o chanceler austríaco, Karl Nehammer, numa conferência de imprensa lado a lado com a líder da oposição social-democrata, Pamela Rendi-Wagner, com quem a medida foi negociada.

Nehammer afirmou que queria que houvesse uma recompensa financeira para aqueles que optam por se vacinar contra a Covid-19, numa altura em que a Áustria tem uma das mais baixas taxas de vacinação da Europa Ocidental, de cerca de 72% da população. “Aprendemos com o passado e vimos que uma lotaria de vacinação é a melhor forma possível de criar um sistema deste tipo”, acrescentou.

Cada cidadão, já vacinado ou não, terá direito a um bilhete por cada vacina tomada – no total, podem ter até três, para aqueles que já tiverem sido vacinados com a dose de reforço.

A cada 10.º bilhete é oferecido um voucher de 500 euros, segundo o chanceler, que acrescentou, na sua conta no Twitter, que os vales de oferta podem ser utilizados no “comércio, turismo, hotelaria, serviços, cultura e desporto”. De acordo com o vice-chanceler do país, Werner Kogler, o objetivo desta medida é apoiar as empresas austríacas e evitar o mais possível o comércio online.

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Rio ausenta-se de ação de campanha após sangrar do nariz

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2022

O líder social-democrata ausentou-se de uma ação de campanha em Vila Real, sendo incerto ainda quando regressa.

O presidente do PSD, Rui Rio, teve esta quinta-feira de se ausentar da sessão temática em Vila Real, devido a um sangramento no nariz, podendo ainda regressar à iniciativa de campanha. O anúncio foi feito pelo cabeça de lista do PSD Por Vila Real, Artur Soveral de Andrade, moderador do debate.

“Queria informar os presentes que o presidente Rui Rio está com um pequeno problema de sangramento do nariz, dentro de pouco tempo regressará ao nosso convívio”, afirmou.

Rui Rio ainda assistiu, na primeira fila, à rábula humorística que costuma anteceder as “Conversas Centrais”, sobre Economia e Finanças, mas pouco depois de ser chamado ao palco para começar a sessão ausentou-se.

Por enquanto, o presidente do PSD está no carro, apoiado por um médico que se encontrava entre os seus apoiantes, segundo a assessoria, que não deu como certo o seu regresso à iniciativa, o que dependerá da evolução do problema.

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Rei dos Frangos quer nomear administrador para a SAD do Benfica

A pessoa escolhida iria substituir uma das gestoras, colocando assim a SAD em incumprimento das regras que dizem respeito à paridade de género.

O empresário José António dos Santos, mais conhecido como “Rei dos Frangos”, quer nomear um administrador para a SAD do Benfica. No entanto, a entrada da pessoa escolhida iria substituir uma das gestoras, colocando assim a SAD em incumprimento das regras que dizem respeito à proporção de pessoas de cada género. A Assembleia Geral Extraordinária tinha sido suspensa para resolver o assunto, mas será retomada a 24 de janeiro, ainda sem solução à vista, segundo o comunicado enviado à CMVM.

A Assembleia tinha reunido a 6 de janeiro para “deliberar sobre a eleição e recomposição dos cargos sociais do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Mesa da Assembleia Geral e a eleição dos membros dos respetivos órgãos para o mandato relativo ao quadriénio 2021/2025”. Nesta discussão, o representante dos Acionistas Minoritários, onde se inclui o Rei dos Frangos, “manifestou a intenção de propor o Dr. António Albino Pires de Andrade para o cargo de vogal do Conselho de Administração”.

Esta nomeação era possível já que os acionistas minoritários titulares de, pelo menos, 10% de ações representativas do capital social da sociedade em causa que votem contra a proposta que fez vencimento na eleição dos administradores podem designar um administrador, o qual substitui automaticamente a pessoa que figure em último lugar na lista vencedora.

No entanto, a proposta do Conselho de Administração nomeava duas pessoas do género feminino para o cargo de vogal, que figuram em último lugar nessa lista. A nomeação do empresário iria assim substituir uma destas gestoras, indo contra a regra que dita que “a proporção de pessoas de cada género designadas de novo para o órgão de administração não pode ser inferior a 33,3% a partir da primeira assembleia geral eletiva após 1 de janeiro de 2020”.

Existe, assim um “conflito entre os comandos legais previstos” nestas situações. Desta forma, foi decidida a suspensão da Assembleia Geral Extraordinária, para “permitir aos mesmos ponderar a situação em causa e procurar encontrar uma solução que assegure o cumprimento da lei”. Os trabalhos serão retomados no próximo dia 24 de janeiro de 2022, às 19.00 horas.

A quatro dias desta reunião, ainda “não chegaram ao conhecimento do Presidente da Mesa da Assembleia Geral quaisquer propostas adicionais além daquelas que foram apresentadas na sessão iniciada no dia 6 de janeiro de 2022″. “Caso o Presidente da Mesa da Assembleia Geral venha a receber alguma informação adicional relevante a este respeito, promoverá as diligências necessárias para, nos termos previstos na lei, a tornar pública”, indicam. Mesmo assim, quando os trabalhos forem retomados, “serão colocadas à votação as propostas apresentadas e disponíveis nessa data”.

(Notícia atualizada às 18h45)

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Associações do ramo automóvel defendem regulamentação da atividade de revenda

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2022

As associações do ramo automóvel ARAN e APDCA defendem a criação do Registo Profissional de Revendedores de Veículos Automóveis.

As associações do ramo automóvel ARAN e APDCA consideram urgente a criação de medidas de regulamentação da atividade de revenda de automóveis, sobretudo usados, defendendo a criação do Registo Profissional de Revendedores de Veículos Automóveis.

Em comunicado, a Associação Nacional do Ramo Automóvel (ARAN) e a Associação Portuguesa do Comércio Automóvel (APDCA) afirmam “ser urgente a adoção de medidas para a regulamentação deste setor de atividade”, sinalizando que todos os anos os “cofres do Estado” são “lesados em quantia muito significativa por falta de regulamentação e fiscalização da venda de veículos por pessoas ou entidades que não estão legalmente constituídas”.

A ARAN e a APDCA estiveram reunidas na terça-feira, em Fátima, onde analisaram questões relacionadas com a atividade de venda de automóveis, dando especial enfoque aos veículos usados.

No encontro, indica o comunicado emitido esta quinta-feira, ambas as associações referem o Registo Profissional de Revendedores de Veículos Automóveis “como solução para fazer face à necessidade de regulamentação do setor e a Nova Lei das Garantias Automóveis”.

Este Registo, é ainda referido, já foi proposto pela ARAN e pela APDCA junto do Governo e das bancadas parlamentares, bem como dos líderes partidários.

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Trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional mais que duplicam em dezembro para 12.914

  • Lusa
  • 20 Janeiro 2022

Trabalhadores em 'lay-off' tradicional mais que duplicam para 12.914 em dezembro de 2021 face ao período homólogo de 2020, e o número de empresas neste regime chega aos 143.

O número de trabalhadores em ‘lay-off’ tradicional, ao abrigo do Código do Trabalho, mais do que duplicou em dezembro de 2021 face ao mesmo mês de 2020, atingindo 12.914, segundo estatísticas da Segurança Social divulgadas esta quinta-feira.

“Em dezembro de 2021, foram atribuídas 12.914 prestações de ‘lay-off’ (concessão normal, de acordo com o previsto no Código de Trabalho), o que traduz um incremento de 2.602 beneficiários em relação ao mês anterior, e de 7.257 beneficiários na comparação com o período homólogo“, lê-se na síntese estatística elaborada pelo Gabinete de Planeamento e Estratégia (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Segundo o GEP, tanto as prestações que resultam de suspensão temporária do contrato de trabalho, como as que resultam de redução do horário aumentaram em relação a novembro.

O número de empresas que aderiram ao ‘lay-off’ tradicional em dezembro de 2021 foi de 143, mais quatro face ao mês anterior.

De acordo com as estatísticas mensais publicadas no ‘site’ da Segurança Social, em dezembro de 2020 estavam abrangidos pelo ‘lay-off’ tradicional 5.687 trabalhadores e 269 empresas.

Quanto ao ‘lay-off’ simplificado, criado para responder à pandemia de covid-19, dados do Ministério do Trabalho divulgados no início de janeiro indicavam que “em dezembro de 2021, entraram 498 pedidos na Segurança Social que correspondem a 5.099 trabalhadores”.

Devido ao agravamento da pandemia, o Governo decretou em dezembro o reforço das medidas para combater a covid-19, entre elas o encerramento, no final do ano, de discotecas e bares, bem como a suspensão das creches e atividades de tempos livres.

O ‘lay-off’ simplificado foi criado em março de 2020 e abrange atualmente empresas que se encontrem sujeitas ao dever de encerramento por determinação legislativa ou administrativa de fonte governamental, no âmbito da pandemia.

Desde o início da pandemia, mais de 121 mil empresas e 943 mil pessoas singulares aderiram ao ‘lay-off’ simplificado, tendo sido pagos 1,18 mil milhões de euros.

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Agendas mobilizadoras já têm regras e concurso será para a semana

  • ECO
  • 20 Janeiro 2022

IAPMEI tem de decidir quais os projetos a apoiar no prazo de 40 dias úteis a contar da data-limite para a submissão de candidatura. E os projetos têm de ser iniciados no prazo máximo de seis meses.

O regulamento do Sistema de Incentivos para os 64 consórcios no âmbito das Agendas Mobilizadoras para a Inovação Empresarial, que foram pré-selecionados para obter um financiamento de 930 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), já é conhecido e o concurso vai ser lançado na próxima semana, avançou o secretário de Estado da Economia ao Expresso (acesso livre).

“Esta semana foi publicada a portaria para esta segunda fase das Agendas de Inovação do PRR. Para a semana, será publicado o aviso de abertura das candidaturas”, revelou João Neves.

De acordo com as regras definidas na portaria publicada quarta-feira, a decisão sobre o apoio, que será atribuído preferencialmente sob a forma de incentivo não reembolsável, terá de ser tomada pelo IAPMEI no prazo de 40 dias úteis a contar da data-limite para a submissão de candidatura. O IAPMEI notifica os candidatos da decisão final no prazo máximo de cinco dias úteis, a contar da data da decisão. Mas, a decisão de aprovação caduca caso não seja assinado o termo de aceitação no prazo máximo de 20 dias úteis, a contar da data da notificação da decisão, salvo motivo justificado, não imputável ao candidato.

As candidaturas são avaliadas de acordo com vários critérios de seleção como o grau de inovação ou diferenciação; o impacto do projeto para a competitividade empresarial e para a alteração do perfil de especialização produtiva do país; o impacto potencial na região de desenvolvimento do projeto; a capacidade de alavancagem do investimento; potencial de valorização económica da inovação e escalabilidade; a contribuição do projeto para a neutralidade carbónica e resiliência energética; a qualidade do consórcio em termos das competências dos promotores face aos objetivos do projeto e do modelo de governação do consórcio e viabilidade económico-financeira dos projetos e dos proponentes.

Os projetos têm de ser iniciados no prazo máximo de seis meses após a notificação da decisão e o investimento produtivo ou as infraestruturas financiadas afetos à respetiva atividade e, quando aplicável, na localização geográfica definida no projeto, devem ser mantidos pelo menos durante cinco anos (ou três anos quando estejam em causa investimentos de PME).

Os apoios para acelerar as sinergias entre empresas e sistema científico e tecnológico têm como limite as intensidades máximas de apoio sobre as despesas elegíveis, definidas na legislação europeia em matéria de auxílios estatais, em conformidade com o enquadramento europeu de auxílios de estado, segundo o diploma, enquanto os apoios para as entidades não empresariais não abrangidas pelas regras de auxílios de Estado podem ir até 100% da despesa elegível.

E quais são as despesas consideradas elegíveis? Desde que diretamente relacionadas com o desenvolvimento dos projetos podem ser elegíveis os ativos corpóreos e incorpóreos (desde que adquiridos a terceiros não relacionados com o adquirente); depreciações de ativos em função da sua utilização do projeto; custos com pessoal técnico; formação; fornecimento de serviços externos; custos indiretos; mas também outras despesas de investimento, desde que relevantes para as agendas.

O diploma apresenta ainda uma lista com as categorias de auxílio potencialmente aplicáveis, as despesas elegíveis (em determinadas condições) e a intensidade máxima de auxílio (em equivalente subvenção bruto), definindo que nos auxílios ao investimento a favor das Pequenas e Médias Empresas (PME) a taxa de apoio máxima é de 20% para as pequenas empresas e de 10% para as médias empresas, subindo para 50% nos auxílios aos custos de cooperação incorridos pelas PME que participam em projetos de cooperação territorial europeia.

Para a categoria auxílios a projetos de investigação e desenvolvimento, as taxas base de apoio são de 100% para investigação fundamental, 25% para desenvolvimento experimental, 50% para investigação industrial e estudos de viabilidade, prevendo majorações apenas para investigação industrial e desenvolvimento experimental, divulgação e estudos de viabilidade.

Mas as condições específicas a respeitar para cada tipologia de projeto também são definidas, com os pactos de inovação obrigados a um valor de investimento total mínimo indicativo de 50 milhões de euros, concluídos e com resultados concretizados até 31 de dezembro de 2025, e os projetos mobilizadores de agendas de inovação um investimento de 20 milhões de euros, uma duração máxima de 36 meses e resultados concretizados também até 31 de dezembro de 2025.

O diploma define ainda as atividades excluídas que visam a mitigação das alterações climáticas, como investimentos relacionados com combustíveis fósseis (incluindo a utilização a jusante), exceto para o aquecimento/energia à base de gás natural ou atividades ao abrigo do regime de comércio de licenças de emissão da UE com emissões projetadas equivalentes de CO2 que não sejam substancialmente inferiores aos valores de referência relevantes estabelecidos para a atribuição gratuita.

A portaria, assinada pelo ministro da Economia e Transição Digital, Siza Vieira, tem efeitos retroativos em 30 de junho de 2021.

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Energias renováveis representaram 75% da eletricidade gerada pela EDP em 2021

  • Joana Abrantes Gomes
  • 20 Janeiro 2022

As energias renováveis representaram 75% da eletricidade gerada pela EDP no ano passado, sobretudo devido à geração eólica, cuja produção aumentou 5% face a 2020.

As energias renováveis representaram 75% da eletricidade gerada pela EDP em 2021. Para o efeito contribuiu a produção eólica, que aumentou 5% em comparação com 2020, impulsionada, sobretudo, pela Europa e pelo Brasil, como resultado da maior capacidade instalada, anunciou esta quinta-feira a empresa. Contudo, a EDP teve uma quebra de 5% na produção de eletricidade, para um total de 60,9 terawatts por hora (TWh) .

A produção hídrica registou a maior queda (-19%), o que se deve, segundo os dados operacionais da empresa relativos ao ano passado, à alienação de 1,7 gigawatts (GW) de seis centrais hidroelétricas em Portugal ainda em dezembro de 2020, que geraram 3,4 TWh nesse ano, assinala a empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade no comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM)

Excluindo esse impacto, a produção hídrica na Península Ibérica diminuiu 1% em 2021, principalmente devido “à fraca produção hídrica” nos últimos três meses do ano, de apenas 18%, sendo que este coeficiente ficou 57% abaixo da média histórica. Contudo, se se tiver em conta apenas o território nacional, o coeficiente de geração hídrica ficou 7% acima da média histórica em 2021.

O Brasil reverteu o ano historicamente seco apenas entre outubro e dezembro, permitindo-lhe manter o fator de utilização da produção hídrica a 39%, em linha com o ano de 2020. A melhoria da situação hídrica brasileira resultou “na interrupção da geração a carvão”, desde meados de dezembro, refere a EDP.

Porém, a geração a carvão da EDP aumentou 30% em 2021, graças ao Brasil (+115%), que compensou a quebra de 2% na Península Ibérica.

A produção eólica da elétrica cresceu 5% face a 2020, devido aos mercados europeu (+13%) e brasileiro (+69%). No conjunto dos mercados, o fator de utilização do vento foi de 30%, tal como em 2020, e 4% abaixo da média de longo prazo do fator de eletricidade bruta gerada (GCF, na sigla em inglês).

O aumento de 210% da energia produzida a partir do sol na América do Norte contribuiu significativamente para a subida de 176% da geração solar da EDP.

Nos 12 meses de 2021, a elétrica adicionou 2,3 GW de capacidade bruta de energia eólica e solar ao seu portfólio, terminando o ano com mais 6% de capacidade instalada em comparação com 2020. A capacidade em construção no final de dezembro estava em 1,8 GW.

a distribuição de eletricidade aumentou 13% na Península Ibérica, com subidas de 1% em Portugal e de 87% em Espanha, justificada pela aquisição da Viesgo em dezembro de 2020. No Brasil, a distribuição subiu 6%, “em resultado da recuperação económica”, explica a EDP.

A comercialização atingiu os 28,6 TWh em 2021, 71% dos quais referentes a clientes comerciais e 29% a residenciais. Na Península Ibérica, a comercialização aumentou 2%, o que se explica “pelo crescimento dos volumes comercializados com clientes industriais em Espanha”, nomeadamente no quarto trimestre.

O preço médio da eletricidade no mercado grossista atingiu os 119,1 euros/MWh em 2021, na sequência da subida dos preços da energia na Europa. No último trimestre do ano, o preço spot médio chegou aos 211,1 euros/MWh.

A EDP registou ainda um decréscimo no número de clientes: de 5,015 milhões no final de 2020 passou para 4,975 milhões de clientes em dezembro de 2021, ou seja, menos 1% (menos ou 40 mil).

(Notícia atualizada às 19h04)

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Euronext quer regresso das OTRV e vai lançar novo produto na bolsa portuguesa

Com a perspetiva de subida das taxas de juro, dona da bolsa de Lisboa vê margem para Governo voltar às emissões das famosas obrigações para o retalho. Além disso, vai lançar um novo produto por cá.

Desde 2018 que o Governo não avança com novas emissões das famosas Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV), destinadas aos investidores de retalho. Com a perspetiva de subida das taxas de juro, a Euronext Lisbon espera o regresso das OTRV e tem outra carta na manga para quem investe na bolsa: vai lançar contratos de opções.

“Era relevante que o Governo voltasse às OTRV. Foi interrompido pois as taxas de juro estavam demasiado baixas. Porém, o contexto que vamos ter, com subida dos juros, poderá haver condições para o regresso das OTRV”, adiantou Isabel Ucha esta quinta-feira num encontro virtual com os jornalistas.

Iria permitir “alargar o leque de opções de investimento para os investidores”, acrescentou de seguida. É um produto que “tem liquidez” no mercado e há interesse, sustentou.

Bolsa vai ter opções

Isabel Ucha revelou ainda uma novidade a lançar “nas primeiras semanas do ano”: “Vamos lançar opções sobre empresas” a pedido de muitos investidores. Trata-se, no fundo, de um contrato financeiro que dá o direito a comprar ou vender um ativo subjacente a um preço previamente estabelecido e numa data futura.

“Vamos ter um market-maker que vai proporcionar liquidez a estas opções. Queremos alargar este leque e incluir o PSI-20”, disse, enquadrando este novo produto nas novas regras da bolsa que vão entrar em vigor a partir de março com vista a dinamizar o índice de referência nacional.

A expectativa da bolsa é que as opções possam captar o interesse dos investidores individuais, enquanto os futuros (que já existem na bolsa portuguesa) são mais procurados pelos investidores institucionais.

De acordo com Isabel Ucha, o mercado de derivados nacional cresceu 9% no ano passado e assiste-se a um “contexto positivo” para estes instrumentos financeiros.

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Eco do Dinheiro. Porque sobe menos a inflação em Portugal?

O índice de preços avançou 5% na Zona Euro em dezembro, um novo máximo histórico. Já Portugal registou a segunda taxa mais baixa da União Europeia. Saiba porquê.

  • Porque sobe menos a inflação em Portugal? Veja o vídeo:

https://videos.sapo.pt/0qjB7H5cnZyTvt00mGtS

O Eurostat divulgou esta semana novos dados sobre inflação. O índice de preços avançou 5% na Zona Euro em dezembro, quando comparado com o mesmo mês de 2020. No conjunto da União Europeia a variação da taxa homóloga foi ainda maior, chegando aos 5,3%.

Em Portugal, a inflação também acelerou, para 2,8%, mas o país destoa da média, apresentando o segundo valor mais baixo de entre todos os Estados-membros. Porque aumenta menos o índice de preços em Portugal?

O principal fator tem a ver com a energia. Esta componente aumentou, em média, 25,9% na Zona Euro em dezembro. Em Portugal, os dados do INE apontam para uma subida de 11,2%, menos de metade. Isto acontece devido sobretudo às medidas implementadas pelo Governo para travar o aumento do preço da eletricidade.

A diferença na inflação também poderá estar relacionada com as diferenças no cabaz que é usado para calcular o índice de preços. O turismo, onde está a hotelaria e restauração, tem um peso elevado na economia portuguesa e é um dos subgrupos onde a evolução dos preços tem sido inferior em Portugal.

Outro motivo poderá ser a recuperação mais lenta da economia portuguesa, que induz uma menor pressão sobre a procura e os preços do que em países onde a retoma foi mais rápida.

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Coca-Cola Portugal tem uma nova direção-geral

A direção-geral da Coca-Cola Portugal tinha ficado em aberto em outubro do ano passado, com a saída de Sandra Leal Vera-Cruz para a direção-geral da Mondelez no mercado nacional.

Ana Claudia Ruiz é a nova diretora-geral da Coca-Cola Portugal, apurou a Pessoas. A escolha da multinacional para liderar a filial portuguesa recaiu sobre a, entre 2013-2016, country director da Diageo no mercado nacional.

A Coca-Cola não comenta a informação, mas ao que foi possível apurar junto de fontes no mercado, desde, pelo menos, dezembro que a profissional está a assumir a liderança da filial portuguesa da empresa de bebidas. O cargo tinha ficado em aberto em outubro do ano passado, com a saída de Sandra Leal Vera-Cruz para a direção-geral da Mondelez no mercado nacional. Nesse interregno, a filial esteve sob a liderança ibérica da companhia.

“Até uma decisão, a direção geral da Coca-Cola Portugal está a ser assegurada interinamente por Juan Ignacio de Elizalde, diretor-geral ibérico da Coca-Cola”, adiantou, em novembro, fonte da empresa de bebidas quando contactada pela Pessoas.

Com esta nomeação, a filial portuguesa volta a ter uma liderança autónoma da operação em Espanha. Depois de vários anos com a operação da companhia concentrada em Espanha, a Coca-Cola voltou no início de 2020 a ter uma direção-geral em Portugal, com a nomeação de Sandra Leal Vera-Cruz, assinalando a primeira vez que a filial teve uma liderança de topo portuguesa.

A nova diretora-geral da Coca-Cola, Ana Claudia Ruiz iniciou a sua experiência profissional no México, de onde é natural, na área da banca e finanças. Entre 2004 e 2018 integrou a multinacional Diageo, primeiro em Espanha e depois em Londres, como Global Bussiness Support Manager, tendo em 2011 passado a liderar o departamento de Business Development na América Latina.

Em 2013, assumiu as funções de Country Director da Diageo Portugal, tendo desde 2016 assumido cargos como Continental Europe Transformation Director e Global Commercial Planning Director, com responsabilidades a nível europeu e mundial na companhia. Entre 2013 e 2016 foi também presidente da Associação Nacional de Empresas de Bebidas Espirituosas (ANEBE).

Ao longo dos últimos três anos a profissional integrou a Professional Women’s Network, organização que tem como missão a promoção o desenvolvimento profissional feminino, onde tem trabalhado com jovens mulheres em programas de mentoring.

Ana Claudia Ruiz é licenciada em Economia pela Universidade Ibero-americana do México e tem um MBA pela London Business School.

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