Teletrabalho já não é obrigatório, mas há quem possa continuar mesmo sem “sim” da empresa

A adoção do teletrabalho já não é obrigatória. Agora, é apenas recomendada, o que significa que depende de um acordo entre o empregador e o trabalhador. Mas há exceções a essa regra.

Depois de ter sido obrigatória durante três semanas, a adoção do teletrabalho é agora somente recomendada, aplicando-se, portanto, as regras previstas no Código do Trabalho. Tal significa que os trabalhadores que queiram continuar a exercer as suas funções de modo remoto precisam do “sim” da entidade empregadora, mas há exceções a essa regra. Alguns pais, os cuidadores informais não principais e os imunodeprimidos, por exemplo, podem trabalhar a partir de casa, mesmo sem acordo da empresa.

A imposição do teletrabalho tem sido uma das medidas a que o Governo tem recorrido sempre que a pandemia regista um agravamento. Fê-lo logo em março de 2020, no início de 2021 e voltou a aplicar essa obrigação a partir de 25 de dezembro do ano passado, face à escalada dos casos de Covid-19 alimentada pela nova variante do coronavírus, a Ómicron.

Inicialmente, essa restrição ao trabalho presencial deveria vigorar apenas até 9 de janeiro, mas o Governo decidiu prolongá-la até ao dia 14 deste mês, tendo indicado que a partir dessa data o trabalho remoto passaria a recomendado.

Assim, desde sábado que já não é obrigatório trabalhar a partir de casa, sempre que as funções sejam compatíveis, embora o Executivo aconselhe a adoção desta modalidade, uma vez que Portugal ainda atravessa um período crítico da crise sanitária, pelo menos em termos de infeções.

Passam, portanto, a aplicar-se agora as regras previstas no Código do Trabalho, quanto ao exercício das funções a partir de casa, o que significa que é preciso que o empregador e o trabalhador cheguem a um acordo.

Mas há exceções a essa regra. Nos termos do Código do Trabalho, que foram recentemente revistos, os trabalhadores com filhos até três anos têm direito a pedir o teletrabalho, sem que o empregador se possa opor, desde que as funções fossem compatíveis com esta modalidade e que “a entidade patronal disponha de recursos e meios para o efeito”.

Também os trabalhadores cujos filhos tenham até oito anos podem fazê-lo, mas apenas no caso de trabalharem para empresas com dez ou mais trabalhadores e de haver partilha no exercício desta modalidade entre os progenitores “em períodos sucessivos de igual duração num prazo de referência máxima de 12 meses”. No caso de um dos progenitores não reunir condições para o teletrabalho ou de estar em causa uma família monoparental, este último requisito não se coloca.

Por outro lado, os trabalhadores a quem tenha sido reconhecido o estatuto de cuidador informal não principal têm direito a exercer a sua atividade em regime de teletrabalho, mas, neste caso, pelo período máximo de quatro anos seguidos ou interpolados, quando esta modalidade seja compatível com a atividade desempenhada e desde que o empregador disponha de recursos e meios para o efeito.

Além disso, mantém-se em vigor o regime excecional que estabelece que é obrigatória a adoção do regime de teletrabalho independentemente do vínculo laboral, sempre que as funções em causa o permitam e o trabalhador disponha de condições para as exercer, sem necessidade de acordo escrito entre o empregador e o trabalhador, nas situações de imunossupressão (mediante certificação médica), deficiência com grau de incapacidade igual ou superior a 60% ou nos casos em que o trabalhador tenha um filho ou outro dependente a cargo, independentemente da idade, com deficiência ou doença crónica, que, de acordo com as orientações da autoridade de saúde, seja considerado doente de risco e que se encontre impossibilitado de assistir às atividades letivas e formativas presenciais em contexto de grupo ou turma.

Nos demais casos, o teletrabalho tanto pode ser proposto pelo empregador como pelo trabalhador, sendo necessário um acordo entre as partes para que se concretize. Diz o Código do Trabalho que caso o trabalhador se oponha, devendo fundamentar a sua posição, tal recusa não pode “constituir causa de despedimento ou fundamento de aplicação de qualquer sanção”. Já caso seja o empregador a recusar, deve fazê-lo por escrito e com a indicação do fundamento da recusa, caso a atividade prestada pelo trabalhador seja compatível com o teletrabalho.

De notar que tanto as confederações patronais como os sindicatos defendiam, desde o início do ano, que o teletrabalho deveria deixar de ser obrigatório, uma vez que, por um lado, a variante Ómicron tende a gerar sintomas com menor gravidade e, por outro, o trabalho remoto tem um impacto considerável na economia nacional.

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5 coisas que vão marcar o dia

O dia é marcado pelo debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. BdP diz como evoluíram os novos créditos aos consumidores e o Eurostat revela a evolução do turismo em outubro.

Esta segunda-feira é marcada pelo debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. É também dia de divulgação dos dados sobre novos créditos aos consumidores e de como evoluiu o turismo em outubro na União Europeia. No contexto internacional, a Organização Internacional do Trabalho vai medir o impacto da pandemia no mercado laboral. Saiba quais são os acontecimentos que vão marcar o dia.

Debate televisivo com todos os partidos

A menos de quinze dias das eleições legislativas, a semana arranca com um debate televisivo com todos os partidos com assento parlamentar. O debate está marcado para as 21 horas e vai ser transmitido na RTP 1 e RTP 3. A sondagem da Universidade de Lisboa dá vitória ao PS com 39% dos votos, mais um ponto do que na última sondagem e mais nove pontos do que os sociais-democratas (30%).

Como evoluiu os novos créditos aos consumidores?

O Banco de Portugal vai divulgar esta segunda-feira a evolução dos novos créditos aos consumidores referentes a novembro do ano passado. Em outubro, o crédito ao consumo contraiu ligeiramente, com os bancos e as entidades financeiras a emprestarem pouco mais de 574 milhões de euros aos consumidores, menos 2% em relação ao mês anterior.

Termina prazo do concurso público para Central do Pego

Esta segunda-feira termina prazo do concurso público para a atribuição do ponto de ligação à rede elétrica da Central Termoelétrica do Pego. A Central Termoelétrica do Pego é o maior centro produtor nacional de energia, com uma potência instalada de 628 megawatts (MW) na central a carvão, e de 800 MW na central a gás, que prosseguirá em atividade, com contrato válido até 2035. O fim da produção de energia a carvão da central termoelétrica da Tejo Energia estava oficialmente marcado para 30 de novembro de 2021, mas com o esgotamento dos stocks de carvão na empresa, no dia 19 de novembro a central a carvão já não foi reativada.

Como evoluiu o turismo em outubro?

O Eurostat vai revelar esta segunda-feira como evoluiu o turismo em outubro na União Europeia. Entre os dados a divulgar estão as noites passadas em estabelecimentos de alojamento turístico relativas a outubro do ano passado. No verão de 2021, o turismo europeu mostrou sinais de recuperação, mas mesmo assim as receitas ficaram 20% abaixo das obtidas no mesmo mês de 2019.

Como vai evoluir o mercado de trabalho em 2022?

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulga esta segunda-feira o relatório “World Employment and Social Outlook: Trends 2022”, que analisará o impacto da pandemia no mercado laboral. A Covid-19 tem feito tremer o mundo do trabalho, atirando milhões para o desemprego e muitos outros para a precariedade. Vários países, incluindo Portugal, têm lançado, em respostas, apoios extraordinários à manutenção dos postos de trabalho, como o português lay-off simplificado.

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Combustíveis vão subir ainda mais com fim do desconto no ISP este mês

Os combustíveis já subiram 4,5 cêntimos em janeiro e vão ficar ainda mais caros. No final deste mês termina a baixa temporária do imposto sobre os combustíveis (ISP), até dois cêntimos por litro.

Mais uma segunda-feira, mais um aumento dos preços dos combustíveis nas bombas de gasolina: a partir de hoje, 17 de janeiro, a gasolina deverá ficar um cêntimo mais cara por cada litro abastecido, e o gasóleo dois cêntimos mais caro.três semanas seguidas que é assim, desde o início de 2022. Há mesmo quem reporte subidas nos preços combustíveis na ordem dos seis e sete cêntimos por litro desde o início de janeiro, o que já levou a protestos e buzinões na Ponte 25 de Abril.

De acordo com os números oficiais da Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), a verdade é que só na primeira metade deste mês a gasolina está já 4,3 cêntimos por litro mais cara e o gasóleo 4,5 cêntimos.

Uma subida que se vai agravar já no final do mês, quando terminar a baixa temporária do imposto sobre os combustíveis (ISP) até dois cêntimos por litro, que o Governo decretou até 31 de janeiro. Uma medida que os fiscalistas ouvidos pelo ECO consideram que deveria ser prolongada para ajudar os consumidores e a economia.

Os dados da ENSE mostram que a 31 de dezembro a gasolina custava 1,718 euros por litro e o gasóleo 1,575 euros por litro. A meio do mês de janeiro, a ENSE já mostrava preços de venda ao público de 1,761 euros por litro na gasolina e 1,62 euros por litro no gasóleo (dados de 14/01). Tendo em conta que a capacidade do depósito de combustível de um carro médio por norma não excede os 50 litros, são 88,05 euros para atestar o carro com gasolina e 81 euros no caso do gasóleo.

Ao ECO/Capital Verde, António Comprido, secretário-geral da Associação Portuguesa De Empresas Petrolíferas (APETRO), lembra que apesar da redução de até dois cêntimos por litro no ISP terminar no fim do mês, existem ainda outras “medidas paliativas, sem as quais os combustíveis estariam hoje não 4,5 mais caros mas dez cêntimos, ou mais, ainda mais caros”, frisou.

Em outubro o Governo decidiu reinstituir um modelo de devolução de receita de imposto que obtém por via do preço dos combustíveis. Assim, os 63 milhões de euros adicionais em IVA que o Estado arrecada tendo em conta os valores atuais da gasolina e do gasóleo, foram sendo devolvidos através de uma redução de dois cêntimos no ISP da gasolina e de um cêntimo no gasóleo.

O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, precisou que na realidade, nem eram 63 milhões, mas sim 90. “Estes 63 milhões de euros são, na realidade, 90 milhões de euros anuais, na medida em que a repercussão da receita adicional que nos faríamos com os combustíveis, faria com que a taxa unitária do ISP [Imposto sobre Produtos Petrolíferos] do gasóleo apenas fosse aliviada em menos de um cêntimo, e nós arredondámos para o cêntimo”, explicou aos jornalistas António Mendonça Mendes, numa conferência de imprensa a 15 de outubro, um dia antes de a medida entrar em vigor. Mas a sua vigência termina a 31 de janeiro de 2022.

O objetivo do Executivo era, quando acabasse esta medida transitória, entraria em vigor o novo ISP, atualizado em 1%, como constava da proposta de Orçamento do Estado para 2022. O próprio ministro do Ambiente e da Ação Climática, Matos Fernandes, já tinha admitido em entrevista ao ECO que após 31 de janeiro “o mais normal é que o valor do ISP venha a ser aquele que era antes dessa decisão”, ou seja: 52,6 cêntimos por litro na gasolina e 51,3 cêntimos no diesel, valores estes atualizados em 1%.

Mas o Parlamento chumbou o OE2022 e Marcelo Rebelo de Sousa dissolveu a Assembleia da República. Agora está nas mãos do Governo prolongar ou não a portaria. O ECO questionou o Executivo sobre a opção a tomar, mas até à publicação deste artigo não obteve resposta.

Já os fiscalistas ouvidos pelo ECO entendem que esse seria um passo positivo.

Para o fiscalista João Espanha faria todo o sentido que o fizesse porque tendo em conta a realização de eleições a 30 de janeiro ainda vai levar alguns meses até que entre em vigor um novo Orçamento do Estado. “Tendo em conta que o volume de impostos que incide sobre os combustíveis é claramente excessivo, todas as medidas que possam ajudar a baixar a carga fiscal são positivas”, sublinha ao ECO. “É também uma forma de baixar a inflação diretamente através de uma redução dos preços dos combustíveis e indiretamente ao atrasar a chegada da inflação às prateleiras do supermercado, porque o preço dos combustível é incorporado no preço de todos os produtos”, acrescenta o fiscalista. No entanto, João Espanha questiona que se possa “consignar receita de um imposto através de uma portaria”.

O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Sérgio Vasques, recorda que para alterar a fiscalidade sobre os combustíveis não é preciso estar dependente do Parlamento, porque “basta manipular as taxas do ISP”, algo que é “perfeitamente possível de fazer através de portaria”, tal como está previsto no n.º 1 do artigo 92.º do Código dos Impostos Especiais de Consumo.

“Nenhum consumidor vai dizer que não a uma descida dos impostos, tendo em conta que sobre os combustíveis pesa uma carga fiscal em torno de 60%“, sublinha Amílcar Nunes. O fiscalista recorda o mecanismo que vigorou até 2016 que permitia ajustar o valor do ISP em função da evolução dos preços do brent, um ajustamento que estava dependente de revisões trimestrais. Mas a medida acabou por ser tacitamente revogada com a introdução do gasóleo profissional. Para Amílcar Nunes este era uma medida que poderia ser ressuscitada.

Ana Sofia Patrícia também considera que faz sentido prolongar a vigência da portaria que “usa a folga da receita do IVA para reduzir o ISP” porque “os atuais valores de referência dos combustíveis e de venda ao público estão muito próximos dos que motivaram a decisão a 15 de outubro”. A fiscalista admite que “muitas vezes a baixa do ISP foi impercetível aos consumidores”, porque a subida dos preços acabou por anular o efeito da medida, mas com “os dados atuais faz sentido prorrogar a medida”.

Mas o Governo aprovou outras medidas para ajudar a travar a escalada dos preços dos combustíveis como o congelamento do aumento da taxa de carbono até 31 de março (travando assim um aumento estimado de cinco cêntimos nos preços). Mantém-se assim em vigor, por mais três meses, a taxa aplicada ao longo de todo o ano de 2021, de 23,921 euros por tonelada de carbono.

Por outro lado existe ainda o AutoVoucher, um “subsídio dado a todos os portugueses que, entre os meses de novembro de 2021 e março de 2022, façam compras num dos 3.800 postos de gasolina do território continental”, explicou o Governo. O secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, António Mendonça Mendes, explicou na altura que este subsídio consiste no valor equivalente a 10 cêntimos por litro até aos 50 litros de combustível por mês.

O Governo tomou esta decisão depois de muita pressão das empresas de transportes de mercadorias, e outros setores económicos. Entre janeiro e outubro de 2021 a gasolina subiu cerca de 30 cêntimos e o gasóleo aumentou 25 cêntimos por litro, muito por conta dos preços do petróleo que voltaram a subir para a marca dos 85 dólares por barril, o valor mais alto desde 2018.

Agora, o cenário repete-se. De acordo com a Reuters, o preço do barril de Brent tem vindo a subir paulatinamente desde 31 de janeiro de 2021, desde os 77,78 dólares até aos 86,06 dólares esta passada sexta-feira, 14 de janeiro de 2022. O aumento é de quase 10 euros em duas semanas.

Esta é a explicação que António Comprido apresenta também para a subida dos combustíveis em Portugal neste início de 2022, rejeitando qualquer aumento por via das margens brutas das petrolíferas, como aconteceu no ano passado.

“Nos boletins da ERSE não diz em lado nenhum que as margens aumentaram. A lei-travão que o Governo criou já foi publicada e está em vigor, mas para ser acionada tem de partir de uma proposta da ERSE, e o regulador ainda não propôs nada”, rematou o secretário-geral da Apetro.

A legislação aprovada no Parlamento, a 8 de outubro, alterou “o regime jurídico vigente no sentido de habilitar o Governo a intervir com a fixação de margens máximas em todas as componentes das cadeias de valor de gasolina e gasóleo simples e de GPL engarrafado”. Como explicou o ministro do Ambiente em julho, após a aprovação da proposta de lei do Governo em Conselho de Ministros, o objetivo era permitir ao Executivo limitar as margens na comercialização de combustíveis por portaria, caso considerasse que estão demasiado altas “sem justificação”. Mas este é um instrumento a que o Governo ainda não recorreu.

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Safe-Crop e Lusitania querem revolução no seguro agrícola

  • ECO Seguros
  • 16 Janeiro 2022

Mediadora e seguradora vão além de ajudar agricultores na má meteorologia e lançam seguro agrícola paramétrico para cobrir quebras de produtividade e de preços de mercado.

Filipe Charters de Azevedo, António Quadros e Costa e Rodrigo Chaves. Os executivos da Safe-Crop prometem coberturas que vão dar paz de espírito aos agricultores.João Almeida Teté

A mediadora Safe-Crop e seguradora Lusitania lançaram um novo seguro agrícola paramétrico para cobrir quedas de preço e de produtividade. A fórmula indica que quando a produtividade ou os preços de venda pelos agricultores caem, a seguradora poderá pagar a diferença entre o valor da produção e a perda de receita, de acordo com o contratualmente definido. A parceria exclusiva de mediadora e seguradora para estes produtos já havia lançado, durante o ano passado, seguros paramétricos para proteção rendimento da batata, amêndoa e olival.

“O tradicional seguro de colheitas está disponível há muitos anos, mas o rendimento dos agricultores pode ser baixo, mesmo quando a produtividade não é”, explica Filipe Charters de Azevedo da Safe-Crop, “O problema da solução tradicional reside no preço que pode descer de forma abrupta e imprevisível e para o qual não havia, até agora, nenhuma proteção”, conclui.

Os seguros paramétricos diferenciam-se dos tradicionais por avaliarem os sinistros através de índices, dispensando os custos e morosidade da peritagem. No caso deste novo seguro o produtor indica os dados de preço e produtividade do ano anterior e os respetivos comprovativos. Indica ainda o capital mínimo à sua produção, baseado essencialmente nos riscos e custos. No final da campanha avalia-se a taxa de desenvolvimento dos índices escolhidos, multiplicando os preços e as produtividades indicados na subscrição, pelas taxas de crescimento ou de decrescimento indicadas pelos índices. Com esta operação é apurado o preço e a produtividade no final da campanha.

Para que o modelo resulte, o tomador do seguro e a seguradora têm de acertar os índices utilizar. Para este produto da Safe-Crop e Lusitania, os parâmetros são estabelecidos de acordo com o Poolred no preço do azeite, com o Observatório da Andaluzia para o preço da amêndoa e com o INE para a produtividade. Filipe Azevedo explica que “utilizando os indicadores do preço e da produtividade atualizados temos uma estimativa fiável do rendimento que podemos comparar com o capital indicado. Se o rendimento estimado ficar abaixo do capital, o seguro pagará a diferença”. O prazo do pagamento da indemnização, a ter lugar, é conhecido no momento de subscrição do seguro, permitindo um adequado planeamento da conta de exploração do produtor, refere ainda Filipe Azevedo.

Concorrência aperta entre Inovação e tradição

O mercado do seguro agrícola tem mantido ativas apenas a Tranquilidade, Fidelidade e CA Seguros, a repartir prémios de cerca de 25 milhões de euros por ano, estando a Lusitania a entrar agora mas em modelo de apólices não tradicionais.

Filipe Azevedo comenta que a Safe-Crop lançou o produto da batata o ano passado e este “foi bem aceite pelas principais entidades governamentais do setor e pelas entidades associativas, mas temos enfrentado alguns desafios de concorrência entre o seguros de colheita tradicionais e o nosso seguro paramétrico de proteção ao rendimento”.

Segundo o gestor “o seguro paramétrico e de proteção ao rendimento paga mais imposto de selo – pagamos 9%, o seguro de colheitas paga 6% – e também não temos acesso facilitado ao parcelário (o bilhete de identidade da exploração agrícola), aumentando a complexidade de contratação – precisamos de mais papéis”, diz. Além destas limitações este seguro não tem acesso aos apoios estatais nos prémios de seguro, enquanto no seguro de colheitas o apoio varia entre os 60% e os 70%.

No entanto Filipe Azevedo exclama “tivémos esta semana uma boa notícia. Aquando da apresentação de candidaturas a fundos comunitários, os produtores obtêm uma avaliação mais favorável se tiverem seguros que proteja o risco de produção”. Se assim for o seguro da batata, e consequentemente do olival e do amendoal, está em igualdade de circunstância na avaliação desta rubrica no que aos apoios do PDR (Programa de Desenvolvimento Rural) diz respeito, considera o gestor.

As três revoluções e quem são os revolucionários

A Safe-Crop está a apresentar-se como revolucionária no setor agrícola incidindo sobre o modelo paramétrico e entrando em modelos que o Estado não patrocina. Filipe Charters de Azevedo, matemático e financeiro, lançou a empresa revelando que “sempre quis construir alguma coisa, e trabalhando com estatística e como consultor e em apoio às seguradoras foi talvez fácil ver a oportunidade”.

Considera que os seguros estão a passar por várias revoluções em simultâneo. A de dados é a mais conhecida e foi via Data XL, a empresa mãe da Safe-Crop, que nasceu a vontade de usar o big data e sobretudo o desenho experimental para criar novos produtos e avaliar o risco”, conta Filipe Azevedo. A segunda revolução, explica, é de experiência de cliente prometendo-lhe paz de espírito: “O facto de termos seguros paramétricos ajuda muito – já que a análise do sinistro e a avaliação do dano ficam muito mais simples”. Acrescenta a terceira revolução, a do modelo de negócio, “com os seguros paramétricos podemos separar o desenho dos produtos da tomada efetiva de risco. Conseguimos assim oferecer uma solução ágil e funcional aos nossos clientes”, conclui.

Entretanto a Safe-Crop juntou à equipa Rodrigo Chaves que após formação em Engenharia Agronómica e uma passagem por Inglaterra para uma especialização em Gestão, decidiu voltar a Portugal para aproveitar esta onda que considera de “elevada profissionalização do setor”. Afirma que “estando muito envolvido em projetos próprios de olival e amendoal e tendo uma experiência de banca na área de agronegócio entendi que uma ferramenta de redução de risco será essencial no futuro permitindo projetos mais sustentáveis”. Reforça a vontade de inovar com os seguros paramétricos: “Terão certamente um futuro promissor na agricultura portuguesa. A incorporação do big data, da agricultura de precisão e da digitalização vai permitir criar novos produtos de seguro”, conclui.

Já António Quadros e Costa, que também integrou a equipa da Safe-Crop, está desde sempre ligado ao mundo rural. Cresceu no campo, formou-se em agronomia e sempre trabalhou ligado à agricultura e de braço dado com a produção. Diz: “passei pela área da química agrícola, aplicada principalmente à olivicultura, e interesso-me por temas como economia e sociologia agrária, desenvolvimento rural, economia da água e sustentabilidade dos sistemas agrícolas e pecuários”.

Quanto ao futuro a construir pela empresa, Quadros e Costa resume que “pela primeira vez temos um instrumento que garante ao produtor os dois principais fatores de que depende o seu sucesso: produtividade e preço”. Acredita que os seguros paramétricos contribuem decisivamente “para que se possa produzir cada vez mais e melhor e de forma estável e sustentável, conclui.

A propósito deste nova produto fonte da Lusitania adianta que a seguradora “continua ao lado dos agricultores portugueses, a partilhar os riscos do seu negócio e a desenvolver soluções de proteção ajustadas às suas necessidades, que protegem os seus rendimentos e os incentivam a manter a dinâmica do setor.”

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Melgaço faz upgrade tecnológico de 15 milhões para a indústria

Autarquia reforça cobertura 5G e aposta na produção e armazenamento de energia renovável para autoconsumo e postos de abastecimento elétricos e a hidrogénio para pesados na Zona Industrial de Penso.

O município de Melgaço vai avançar com um upgrade tecnológico à Zona Industrial de Penso, no valor de cerca de 15 milhões de euros, na sequência da aprovação de uma candidatura a verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no âmbito das chamadas Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE) de Nova Geração.

Segundo a informação enviada ao ECO pela autarquia do Alto Minho, este projeto visa a requalificação da Zona Industrial de Penso (ZIP) através da criação de espaços de demonstração, “posicionando Melgaço em termos de competitividade no acolhimento empresarial, reforçando a centralidade no contexto da eurorregião Galiza – Norte de Portugal, alinhando-se com as novas agendas climáticas e digitais”.

Das cinco tipologias a que se candidatou, só não foi aprovado o investimento relativo às “ilhas de qualidade de serviço de estabilidade energética”, por justificação insuficiente. O autarca melgacense, Manoel Batista, promete “tudo [fazer] para ultrapassar essa inelegibilidade e promover os investimentos nessa área” reclamados pelas empresas da ZIP, adiantando que já está em negociações com o operador de rede (E-Redes).

De resto, o investimento foi aprovado nas outras quatro tipologias a concurso: sistemas de produção e armazenamento de energia renovável para autoconsumo; mobilidade sustentável nas AAE (postos de abastecimento elétricos e a hidrogénio para veículos pesados); reforço da cobertura de AAE com soluções de comunicação 5G; e medidas ativas de prevenção e proteção contra incêndios.

Terreno da futura Zona Empresarial de Alvaredo, em Melgaço

A Câmara de Melgaço destaca ainda que o investimento agora aprovado vai beneficiar igualmente a futura Zona Empresarial de Alvaredo (ZEA), cujo investimento ascende a 2,7 milhões de euros. Este processo arrasta-se desde 2013, quando foi feita a revisão do PDM que definiu esta zona como área industrial. Em 2018 ficou definido o projeto global e a execução da primeira fase de obra arrancou em julho de 2021.

Além de Melgaço, outras dez autarquias viram as suas candidaturas aprovadas para Áreas de Acolhimento Empresarial (AAE) de Nova Geração, num total de 110 milhões de euros de fundos disponibilizados pela chamada “bazuca europeia”: Chaves, Vila Real, Águeda, Guarda, Oliveira do Hospital, Rio Maior, Campo Maior, Beja e Lagos.

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Real vai aceitar seguros sem exames médicos e sem papel

  • ECO Seguros
  • 16 Janeiro 2022

Crescendo prémios em 90% em relação ao ano anterior, a seguradora começa a total digitalização dos processos de subscrição pelos produtos Vida Habitação. Muitos riscos vão dispensar exame médico.

2ª Conferência Anual ECOSeguros - 28OUT21
Marta Graça Ferreira, Vice-presidente da Real Vida: ” Damos mais um importante passo no constante processo de digitalização e inteligência artificial promovendo a eco sustentabilidade”.Henrique Casinhas/ECO

A Real Vida vai entrar numa nova fase de digitalização dos processos “vamos dar aos nossos clientes a capacidade de obter o seu seguro sem papéis e relatórios clínicos, podendo inclusive fazê-lo a partir de casa ou do escritório” afirma a seguradora em comunicado. Para começo, esta nova forma de subscrever seguros vai começar pelo produto Vida Habitação, estendendo-se a outros ramos, como Saúde, ao longo de 2022.

“Queremos ir mais longe”, afirma Marta Graça Ferreira, Vice-presidente da seguradora, “damos mais um importante passo no constante processo de digitalização e inteligência artificial promovendo a eco sustentabilidade”, conclui.

Nesta nova fase, a Real Vida quer “potenciar a tecnologia ao serviço dos nossos Clientes e Distribuidores e, em tempo real, proporcionar simulações de preço, descontos de fidelização, avaliação médica digital e com possibilidade de emissão imediata do seguro, tudo isto paperless, num processo totalmente integrado e sem interrupções”, refere a companhia.

Com este passo a Real Vida afirma que passou a “assegurar a análise e subscrição imediata da generalidade dos riscos sem necessidade de exames médicos”.

A companhia tem 100% de capital português e está no top 10 das seguradoras de Vida. Obteve 117 milhões de euros em prémios no acumulado até ao terceiro trimestre de 2021, mais 90% face a igual período de 2020, segundo informação da ASF, entidade reguladora do setor.

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Porque estão as empresas a investir no metaverso?<span class='tag--premium'>premium</span>

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Janeiro 2022

O metaverso tem estado no centro do debate no mundo tecnológico desde a mudança do nome do Facebook para Meta, com várias empresas a anunciarem planos nesse mundo. Quais? E porquê?

Desde que Mark Zuckerberg anunciou, em outubro passado, a mudança de nome da sua empresa para Meta, juntamente com a intenção de desenvolver produtos de realidade aumentada, muito se tem falado sobre o metaverso. Além da dona do Facebook e do Instagram, outras empresas têm dado vários passos neste mundo que é visto como o " próximo capítulo da internet". Desde a Zara, que veste avatares na appZepeto, à Boeing, que quer criar aviões no metaverso dentro de dois anos, à Hyundai, que anunciou planos para expandir a mobilidade para a realidade virtual, até ao jogo onlineSorare, em que os utilizadores constroem equipas de futebol através de cartões que representam jogadores e competem entre si. Mas porque estão as empresas a investir no metaverso? Para responder à pergunta, importa, em

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CEO do grupo Zurich prevê ultrapassar objetivo de resultados em 2022

  • ECO Seguros
  • 16 Janeiro 2022

Face ao desempenho do grupo ao longo da pandemia, o CEO da seguradora suíça admite que as metas estabelecidas para o ano fiscal poderão ser superadas.

O presidente executivo do grupo Zurich considera possível superar os objetivos do ano fiscal 2022, dado que a companhia vem mostrando desempenho para isso ao longo da pandemia de Covid-19.

O Zurich Insurance Group, quinto entre os maiores da Europa na indústria de seguros, estabeleceu metas ambiciosas no plano trienal apresentado em novembro de 2019, no qual se inclui o objetivo de, em vez de 12%, crescer acima de 14% em termos de rentabilidade económica (resultado operacional depois de impostos sobre o ativo), em linha com o retorno alcançado em 2019.

“Estamos inteiramente numa trajetória de podermos cumprir com os acionistas em todos os alvos definidos para 2022. Poderemos até superar esses alvos,” reproduz o site Business Insurance, citando declarações de Mario Greco, CEO do grupo Zurich à agência Reuters.

Greco afirmou ainda que o negócio segurador, em particular as linhas comerciais (não Vida), terá um ano de crescimento forte, suportado pelo aumento de preços e maior procura de coberturas. Mercados maduros como Alemanha e Suíça, mas também emergentes como Brasil e Indonésia proporcionaram boas oportunidades de crescimento, referiu.

No final de 2020, o BOP (business operating profit) ou resultado operacional consolidado pela grupo desceu 20% face ao ano anterior, penalizado por um impacto negativo de 852 milhões de dólares por conta da covid-19. Nesse exercício fiscal, o seu BOPAT RoE (Business operating profit after tax return on common shareholders’ equity), rácio utilizado pela companhia no quadro das normas IFRS, recuou 3,3 pontos percentuais para 11%, indicam números da companhia.

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Governo britânico vai eliminar taxa que financia a BBC

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2022

A taxa anual paga por quem tem televisão ou vê a BBC através da internet, que serve para financiar a estação pública de rádio e televisão, custa atualmente perto de 190 euros.

O Governo britânico vai congelar nos próximos dois anos a taxa usada para financiar a estação pública de rádio e televisão da BBC, e eliminá-la completamente em 2027 para passar para um novo modelo.

A ministra britânica da Cultura, Nadine Dorries, cujo ministério é responsável pela BBC, afirmou, numa mensagem divulgada este domingo na rede social Twitter, que este anúncio é “o último” que será feito sobre a taxa anual paga por quem tem televisão ou vê a BBC através da internet e que serve para financiar a emissora.

“Acabaram-se os dias em que os idosos eram ameaçados com prisão e os inspetores batiam às portas [de casa]. Agora é altura de debater novas formas de financiar, apoiar e vender os grandes conteúdos britânicos”, escreveu a ministra.

 

De acordo com o jornal Sunday Mail, o congelamento da taxa — custa atualmente 159 libras (cerca de 190 euros) por ano — e o seu desaparecimento paulatino nos próximos três anos, obrigará a estação estatal a poupar mais de 2.000 milhões de libras (2.400 milhões de euros) nesse período.

Quando o atual acordo com a BBC expirar, em 31 de dezembro de 2027, se os conservadores permanecerem no poder, a ideia é abolir a taxa para passar a ter um novo modelo de financiamento, mais próximo dos atuais serviços de assinatura de gigantes da televisão como as plataformas Netflix ou a Amazon Prime.

Este anúncio insere-se na ofensiva que o Governo de Boris Johnson prepara para recuperar a sua popularidade entre os britânicos, bastante prejudicada pela revelação de inúmeras festas realizadas em Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro, durante a pandemia e apesar das restrições sociais em vigor.

A imprensa britânica avança este domingo que Boris Johnson, envolvido há várias semanas neste escândalo que está a abalar a sua credibilidade, vai anunciar medidas que incluem a proibição de álcool nos escritórios de Downing Street, planeando ainda despedir vários dos funcionários que ali trabalham.

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Multicare quer mais clientes a fazerem despistagem de Covid na Medicina Online

  • ECO Seguros
  • 16 Janeiro 2022

Em campanha na Tv, na rede comercial e plataformas online, a seguradora do grupo Fidelidade vai incentivar a utilização da medicina online, para despiste de sintomas Covid e prescrever testes.

Atendendo ao impacto da COVID-19 na população, a Fidelidade e a Multicare têm vindo a proporcionar de cuidados de saúde específicos, soluções adequadas e personalizadas, afirma um comunicado. Neste sentido, o grupo segurador reafirma a disponibilização do serviço de Medicina Online para consulta de despiste de sintomas associados à COVID-19 e para a prescrição de testes de diagnóstico.

Para mais de um milhão de clientes, a Multicare “continua a disponibilizar a Medicina Online, com acesso a consultas por telefone ou por videoconferências com médicos 24h por dia, 7 dias por semana, sem custos adicionais ou esperas,” esclarece a Fidelidade.

Reforçando a oferta, além do envio de sms personalizados aos clientes, vai lançar nova campanha com ênfase na televisão (Tv), na sua rede comercial e plataformas sociais.

Os especialistas da medicina
online da seguradora “esclarecem também dúvidas sobre a COVID-19, aconselham em caso de sintomas e asseguram a prescrição médica de teste de diagnóstico e de despiste à COVID-19 (PCR), na Rede de Prestadores Multicare”, detalha o comunicado.

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Rio ataca PS por “deturpar” propostas na Segurança Social

  • Lusa
  • 16 Janeiro 2022

“Ninguém vai privatizar Segurança Social nenhuma”. No arranque da campanha, em Barcelos, o líder do PSD acusou os socialistas de “mentir com as propostas dos outros” para “amedrontar” os eleitores.

O presidente do PSD, Rui Rio, acusou este domingo o PS de “deturpar” as propostas social-democratas e de insistir na mentira, como a privatização da Segurança Social, para “amedrontar” as pessoas.

“E quando eles [PS] sentem que podem perder, começam sempre da mesma maneira, começam a deturpar aquilo que nós dizemos e, em vez de darem as suas propostas, começam a deturpar as nossas”, afirmou Rui Rio, num discurso dirigido aos muitos apoiantes e militantes que se juntaram esta tarde em Barcelos, no distrito de Braga, para o arranque oficial da campanha eleitoral.

Rui Rio acusou o PS de dizer que o “PSD vai querer privatizar a Segurança Social”. “Nunca o PSD disse isso, sabem que não diz, mas como não têm propostas concretas deles próprios tratam de mentir com as propostas dos outros. Ninguém vai privatizar Segurança Social nenhuma”, reforçou.

Garantiu que aquilo que o PSD quer é “assegurar as pensões de hoje, como inclusive as de futuro” e que “ninguém vai privatizar Segurança Social nenhuma” e “ninguém vai por o futuro das pensões das pessoas na bolsa”. “Isso eu disse claramente na televisão, o PS ouviu-me a dizer isso mas insiste nessa mentira para tentar amedrontar as pessoas”, frisou.

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Conheça o “top 10” dos IPO mais esperados de 2022

TikTok, Starlink, Reddit ocupam o pódio das entradas em bolsa mais aguardadas para este ano. Confira a lista completa publicada pela Freedom Finance, especialista em negociação de títulos.

O ano de 2022 arrancou com um aumento geral dos preços à boleia da subida dos custos da energia, das matérias-primas e de outros de bens em diversos setores de atividade. A corretora online Freedom Finance, aconselhando cautela para este ano, apresenta o mercado financeiro de investimentos em IPO (Oferta Pública Inicial, na sigla inglesa) como uma solução para a diversificação de investimentos.

A especialista em negociação de títulos divulgou uma lista com algumas das entradas mais aguardadas na bolsa de valores. No “top 10” de operações mais aguardadas de 2022 estão empresas como a TikTok, Starlink e Reddit. Confira a lista completa.

TikTok

No topo da lista encontramos a TikTok Global, a divisão Americana do TikTok, e um novo negócio que irá assumir o controlo total do serviço criado pela ByteDance. O TikTok é uma plataforma online usada por mais de um mil milhão de utilizadores em 150 países, e esta mudança surge como parte de uma luta contra sanções norte-americanas, onde o segmento atinge cerca de 200 milhões de pessoas.

Em 2020 estava planeada uma IPO, à qual Donald Trump se mostrou a favor, mediante o cumprimento de vários requisitos, um deles que os proprietários da empresa fossem empresas ou cidadãos Norte-Americanos. Estando a maior parte dos requisitos cumpridos, espera-se uma IPO em 2022 embora a ByteDance ainda não tenha avançado com uma data, ou quanto planeiam arrecadar com a medida.

Durante a última campanha de financiamento, a ByteDance atingiu uma valorização de 180 mil milhões de dólares, enquanto a fortuna do seu fundador estima-se que chegue aos 60 mil milhões de dólares, segundo fontes da Bloomberg (acesso condicionado). Por outro lado, empresas como a Oracle e a Walmart já controlam ações da TikTok Global, avaliada em 50 mil milhões de dólares.

O TikTok tornou-se uma plataforma global, sendo que marcas como a Samsung, Hyundai, Maybelline New York, Estee Lauder, entre outras, já a usaram para o lançamento de campanhas de marketing. Em 2021, personalidades como Charli e Dixie D’Amelio, ou Addison Rae, ganharam mais que alguns dos CEO’s de topo americanos como Darren Woods da Exxon Mobil, Kevin Johnson da Starbucks ou Chris Kempczinski da McDonald’s, avança o The Wall Street Journal (acesso pago).

Starlink

Em 2015, Elon Musk anunciou o projeto Starlink, uma empresa de prestação de serviços de Internet via satélite de alta velocidade, mesmo às localidades mais remotas do mundo. A rede Starlink será fornecida por cerca de 4.000 satélites, sendo que 1.842 destes foram colocados em órbita em novembro de 2021. Está programado o lançamento de 50% do total de satélites até março de 2024, e a conclusão do lançamento de dispositivos até 2027.

O sistema conecta-se diretamente aos dispositivos do cliente através de um terminal, e o serviço já foi, inclusive, alargado a Portugal. Os consumidores em Portugal requerem um custo de entrada de 560 euros, equivalente a 499 euros pelo hardware (parabólica, tripé, router Wi-Fi e fonte de alimentação) e 61 euros em portes de envio e custos de manuseamento, mais um valor mensal de 99 euros por mês.

A SpaceX, empresa-mãe da Starlink, está avaliada em 74 mil milhões de dólares, e estimativas apontam para que só a Starlink ultrapasse uma valorização de 30 mil milhões de dólares até 2025, avança a Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês). O projeto está a ser assegurado pelo número crescente de acionistas, tendo conseguido um financiamento de 1,16 mil milhões de dólares entre fevereiro e março de 2021. Em 2020, Elon Musk deixou clara a obrigatoriedade de uma IPO, mas até à data, não há previsão para a entrada da Starlink na bolsa pública de valores.

Reddit

O Reddit é uma plataforma online que se tornou popular graças às suas comunidades de discussão, contando com mais de 50 milhões de utilizadores diariamente, e mais de 50 mil milhões de utilizadores mensais. O site está entre os 20 mais visitados do mundo, e a empresa está avaliada em 10 mil milhões de dólares, embora pretenda chegar aos 15 mil milhões assim que se tornar pública, avança a Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês).

A empresa sediada em São Francisco teve um crescimento acentuado no início de 2021, à medida que investidores particulares se reuniram na plataforma de modo a trocar conselhos sobre como negociar ações da GameStop, bem como ações de outras empresas, mais tarde conhecidas como ‘meme stocks’. O movimento massivo de compra e venda deste tipo de ações tomou Wall Street de surpresa, afundando Hedge Funds, ou fundos de cobertura, por todo o mundo.

Em 16 de dezembro de 2021, o Reddit anunciou que toda a documentação necessária à IPO já havia sido enviada à Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla inglesa), embora a data final da oferta pública dependa das condições de mercado. A empresa conta com investidores como a chinesa Tencent, tendo atingido no segundo trimestre de 2021 um lucro de 100 milhões de dólares, ou quase três vezes mais face a período homólogo de 2020. Em comparação, o lucro anual de 2020 foi de 141,8 milhões.

Discord

Discord é um serviço de mensagens americano gratuito, com acesso a voz e videoconferência, desenvolvido originalmente para jogadores. O serviço funciona agora em múltiplas plataformas e dispõe de 140 milhões de utilizadores mensais, e 300 milhões de contas registadas. No passado, a Microsoft tentou comprar a empresa por pelo menos 10 mil milhões de dólares, contudo, as negociações caíram por terra, e desde então os investidores têm ansiado por uma oferta pública, avança a Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês).

A Discord Inc. está avaliada em 15 mil milhões de dólares desde a última ronda de financiamento em setembro de 2021, onde arrecadou mais 500 milhões de dólares. Alguns dos seus principais investidores incluem o Dragoneer Investment Group, Baillie Gifford & Co., Coatue Management, Fidelity Management & Research Co. e Franklin Templeton. Tomasz Marcinkowski, da Pinterest, foi contratado como diretor financeiro do Discord, e embora o serviço esteja a preparar a sua IPO para 2022, esta ainda não tem data definida.

Instacart

A Instacart é um serviço online de entrega de mercearias criado em 2012, e a empresa trabalha atualmente com mais de 500 lojas de retalho e 40.000 outlets, incluindo lojas online como a Publix, Bed, Bath & Beyond e Sproots. Com a pandemia de Covid-19, o número de clientes aumentou para 75.000, em 2020, e a plataforma ocupa agora o terceiro lugar na entrega de alimentos online, a seguir à Walmart e Amazon, nos EUA.

O serviço esperava lançar-se, inicialmente, na bolsa pública em 2020, mas o CEO Fidji Simo optou por esperar até 2022 de modo a diversificar a oferta além da entrega de alimentos. A empresa está avaliada em 39 mil milhões de dólares desde a última ronda de financiamento, em março de 2021, sendo que o serviço dispõe ainda de uma plataforma de publicidade onde os retalhistas podem divulgar os seus produtos nos resultados de pesquisa, avança a Forbes (acesso condicionado).

Stripe

A Stripe é um serviço de pagamento online e está entre as 12 startups mais influentes da última década. Entre os milhares de clientes em todo o mundo, encontramos gigantes como a Lyft, Target, Zoom, Just Eat, NBC Media Group e Salesforce. Durante o ano pandémico de 2020, o foco dos empreendedores da Stripe mudou ainda mais para o comércio online.

A empresa detida pelos irmãos Patrick e John Collison ainda não tem data marcada para a sua IPO, embora haja rumores da sua preparação desde 2019. A fintech privada de Silicon Valley está avaliada em 95 mil milhões de dólares depois duma ronda de financiamento de 600 milhões em março de 2021, avança o Business Insider. Os fundadores partilharam que desde o início da pandemia tanto empresas, como compradores estão a mudar-se para o ambiente digital, beneficiando as receitas da rival do Paypal.

Klarna

A sueca Klarna é a maior empresa privada da Europa, uma fintech startup fundada pelo banco do mesmo nome, e rege-se pelo princípio Compre Agora, Pague Depois. O conceito permite a compra de produtos a retalho, a crédito sem pagar juros, sendo que de cada vez que um utilizador faz uma transação, a empresa recebe uma comissão do vendedor. O CEO admitiu em agosto de 2021 que não estava, na altura, a trabalhar ativamente numa IPO, embora tenha referido a possibilidade de o fazer em 2022, avançou a Bloomberg (acesso condicionado).

Na sua última ronda de financiamento em junho de 2021, a startup atingiu uma valorização de 45,6 mil milhões de dólares, quatro vezes mais que o registado no ano anterior. Segundo o Grand View Research, o mercado Compre Agora, Pague Depois vai atingir os 20,4 mil milhões de dólares em 2028, com um crescimento anual de 22,4%, à boleia da pandemia e da expansão do comércio eletrónico.

Chime

Chime é um dos maiores bancos digitais dos EUA, e uma das plataformas em mais rápido crescimento. A aplicação de banco online é a mais transferida nos EUA, contando com 6,4 milhões de instalações em dispositivos móveis, contra 2,7 milhões da rival Current, em segundo lugar, avança a corretora. Também os clientes do banco estão a crescer sendo que em fevereiro de 2021 a plataforma atingiu os 12 milhões de utilizadores, aumentando em 4 milhões ao longo do ano.

O banco está avaliado em 25 mil milhões de dólares desde a sua última ronda de financiamento em setembro de 2021, procurando uma valorização até os 45 mil milhões em março, avançou fonte da Forbes (acesso condicionado). Entre os investidores da última ronda de financiamento, podemos encontrar SoftBank, Sequoia Capital Global Equities, General Atlantic, Tiger Global e o Dragoneer Investment Group.

Databricks

Databricks é uma startup criada em 2013 concentrada no desenvolvimento de software usado para processar rapidamente, grandes volumes de dados. A empresa conta com o apoio de gigantes tecnológicas já que a Microsoft, uma das principais parceiras da Databricks, usa o seu software na Microsoft Azure, uma plataforma popular de cloud. A data exata da IPO ainda é desconhecida embora inicialmente se julgasse que esta teria lugar nos primeiros seis meses de 2021, avança a Freedom Finance.

A empresa tem um financiamento de 1 mil milhão de dólares e o apoio das gigantes Amazon, Google, Microsoft e Salesforce, ainda antes da sua IPO, avançou a Forbes (acesso condicionado). A startup está avaliada em 28 mil milhões de dólares, e embora os seus acionistas incluam nomes cotados na bolsa pública, é incomum ver as quatro grandes tecnológicas da tecnologia cloud a seguir a mesma tendência.

Impossible Foods

Por último, mas não menos importante, a norte-Americana Impossible Foods é uma produtora de substitutos de carne à base de plantas, contando com a direção e desenvolvimento dos produtos pelo fundador e professor de Bioquímica, Patrick O. Brown. Os produtos da empresa podem ser encontrados em mais de 20.000 lojas, incluindo Walmart, estando a norte-americana ainda a colaborar com a Burger King e a Disney.

A Impossible Foods conta com investidores famosos como Bill Gates, Serena Williams. Katy Perry, Jaden Smith e Jay-Z. A empresa atingiu uma valorização de 4 mil milhões de dólares em agosto de 2020, tendo como objetivo chegar aos 10 mil milhões. Já o CEO, Pat Brown, referiu em novembro de 2021 que a entrada da empresa em IPO era “inevitável”, contudo, nenhuma data foi indicada, noticiou a Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês). A última ronda de financiamento arrecadou 500 milhões de dólares, fazendo da Impossible Food da startup de produção de hambúrgueres, à base de plantas, a melhor financiada nos EUA, avançou a Reuters (acesso condicionado, e conteúdo em inglês).

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