UE aprova formalmente oitavo pacote de sanções à Rússia

  • Lusa
  • 6 Outubro 2022

A legislação introduz a base para limitar os de preços relacionados com o transporte marítimo de petróleo russo e também novas restrições ao transporte marítimo desta matéria-prima.

O Conselho da União Europeia (UE) aprovou esta quinta-feira, formalmente, o oitavo pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, que entrará em vigor assim que for publicado no Jornal Oficial, o que acontecerá “em breve”.

O pacote formalmente acordado “introduz na legislação da UE a base para estabelecer um limite de preços relacionado com o transporte marítimo de petróleo russo para países terceiros e mais restrições ao transporte marítimo de petróleo bruto e produtos petrolíferos para países terceiros”, de acordo com um comunicado de imprensa do Conselho.

As novas sanções foram propostas pela Comissão Europeia – que já saudou a aprovação desta quinta-feira – na sequência da escalada militar russa na Ucrânia e a anexação ilegal das regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporijia e Kherson.

O oitavo pacote de sanções inclui medidas destinadas a reforçar a pressão sobre o governo e a economia russos e ainda enfraquecer as capacidades militares da Rússia.

Os 27 Estados-membros concordaram ainda em sancionar indivíduos e entidades que tenham desempenhado um papel na organização de referendos ilegais nas quatro regiões ucranianas em causa, representantes do setor da defesa, e pessoas que difundem desinformação sobre a guerra.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas – mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,5 milhões para os países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa – justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.114 civis mortos e 9.132 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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João Partidário é o novo responsável da Nestlé Purina em Portugal

Ligado à multinacional suíça desde 1999, o profissional dedicou grande parte do seu percurso na Nestlé à categoria de petcare.

Desde o dia 1 de outubro que João Partidário é o novo business executive officer da Nestlé Purina em Portugal. Especialista na área de vendas e em estratégia de categoria, o profissional dedicou parte relevante do seu percurso na Nestlé à categoria de petcare, reunindo assim todas as condições para liderar o negócio de Purina em Portugal.

“É um orgulho regressar à Purina e assumir a enorme responsabilidade de liderar a equipa responsável por um negócio tão importante para a Nestlé. Somos líderes do mercado e pretendemos continuar nesse caminho, desenvolvendo as pessoas e reforçando a nossa capacidade de vencer como equipa, fazendo jus ao lema da Purina ‘Better together’, porque as pessoas e os animais de companhia estão, efetivamente, melhor quando estão juntos”, diz João Partidário, em comunicado.

João Partidário iniciou o seu percurso na Nestlé Portugal, em outubro de 1999, como key account manager e, em janeiro de 2006, assumiu a função de discount channel manager food division. Em novembro de 2007 assumiu a função de grocery national sales manager da Purina Portugal e, em janeiro de 2014, iniciou uma expatriação na Purina Espanha, onde assumiu a direção de vendas grocery. Passados quase quatro anos regressou ao mercado português para assumir a liderança da direção de vendas retalho do grupo.

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Credit Suisse põe à venda o histórico hotel Savoy de Zurique

Projeto hoteleiro no centro do distrito financeiro de Zurique avaliado em 400 milhões de francos suíços. Novo CEO do banco de investimento, sob pressão dos mercados, ultima plano de reestruturação.

Sob pressão dos mercados financeiros, com as ações a afundar, o risco a disparar e a tentar dar a volta aos prejuízos, o Credit Suisse colocou à venda o histórico hotel Savoy, que funciona há quase 200 anos na Paradeplatz, no centro do distrito financeiro de Zurique, e que está avaliado em perto de 400 milhões de francos suíços (411 milhões de euros).

No entanto, um porta-voz do banco que acumulou prejuízos de cerca de quatro mil milhões de francos suíços nos últimos três trimestres, garante à Reuters que a operação faz parte da estratégia global para o imobiliário, com a “revisão regular ao portefólio”. “Vamos analisar cuidadosamente todas as ofertas e potenciais investidores”, acrescenta. O hotel está fechado para obras de remodelação e reabre em 2024 como Mandarin Oriental Savoy Zurich.

A instituição financeira vai anunciar a 27 de outubro, dia da apresentação dos resultados do terceiro trimestre, um agressivo plano de reestruturação. Em cima da mesa está a transformação do banco de investimento num negócio bancário que seja de capital leve e focado no advisory, e ainda cortes até 1,5 mil milhões de francos suíços nos custos, o que deverá incluir milhares de perdas de empregos.

Com este ajustamento, o novo CEO, Ulrich Körner, que já disse que o banco vive num “momento crítico”, e o presidente Axel Lehmann (que sucedeu a António Horta Osório) pretendem resolver um passado marcado pelos escândalos com o colapso do Archego (custou 5,5 mil milhões de dólares) e a falência da Greensill, que abriu uma frente de batalha legal que o banco vai ter de enfrentar nos próximos cinco anos.

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IGCP agenda dois leilões de dívida de curto prazo ainda em 2022

  • ECO
  • 6 Outubro 2022

Calendário para o último trimestre inclui duas emissões de Bilhetes do Tesouro num valor total até 1.750 milhões. IGCP “acompanha ativamente a evolução das condições de mercado” e admite ajustamentos.

O calendário apresentado esta quinta-feira pela Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), relativo aos últimos três meses do ano, prevê emissões de Obrigações do Tesouro (OT) através de leilões, sendo esperadas colocações de 750 a 1.000 milhões de euros por leilão, e inclui ainda duas emissões de Bilhetes do Tesouro (BT).

De acordo com a nota divulgada esta quinta-feira, a primeira operação com estes títulos de dívida a curto prazo (BT) arranca a 19 de outubro, tem um montante indicativo de 500 a 750 milhões de euros e maturidade de 11 meses. Para 16 de novembro está prevista a reabertura de uma linha a seis meses e outra a 12 meses, num valor conjunto entre 750 e 1.000 milhões de euros.

No que toca aos leilões de OT, o IGCP refere que “terão a participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e poderão ser realizados às segundas ou quartas-feiras de cada mês após anúncio do montante indicativo e linhas de OT a reabrir até três dias úteis antes da respetiva data de leilão”.

Nesta nota enviada às redações, a entidade liderada desde 1 de setembro por Miguel Martín sublinha que “acompanhará ativamente a evolução das condições de mercado, podendo introduzir ajustamentos às presentes linhas de atuação”.

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Diana Michelli é a nova diretora de vendas & marketing do Lisbon Marriott Hotel

A profissional é bacharel em Gestão Hoteleira no Instituto Arthur Haulot, em Bruxelas, com uma pós-graduação em Social Media Marketing.

O Lisbon Marriott Hotel promoveu Diana Michelli para assumir o cargo de diretora de vendas & marketing. A profissional de nacionalidade belga desempenhava a função de diretora de vendas & marketing & UK south junior business council chair do London Marriott Hotel Regents Park desde 2018.

Diana Michelli iniciou a sua carreira profissional no Radisson Blu Resort St. Julian’s & SPA, Golden Sands, Melia, enquanto cluster M&E coordinator, onde esteve até de 2010 a 2013. Posteriormente, desempenhou funções como cluster key event manager do Holiday Inn Central Cluster Hotels, em Londres (até 2016), cluster assistant director of sales no Holiday Inn Bloomsbury & Regent’s Park, em Londres (2016-2018), e diretora de vendas & marketing & UK south junior business council chair do London Marriott Hotel Regents Park (2018 até fevereiro 2022).

A nível académico, a profissional conta com o bacharelato em Gestão Hoteleira no Instituto Arthur Haulot, em Bruxelas (Bélgica), e uma pós-graduação em Social Media Marketing.

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Euribor sobem, com taxa a três meses a atingir um novo máximo

  • Lusa
  • 6 Outubro 2022

A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, atingiu esta quinta-feira um novo máximo desde janeiro de 2012.

As taxas Euribor subiram esta quinta-feira a três, a seis e a 12 meses face a quarta-feira, no prazo mais curto para um novo máximo desde janeiro de 2021.

  • A taxa Euribor a seis meses, a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação e que entrou em terreno positivo a 6 de junho, avançou hoje para 1,838%, mais 0,107 pontos, depois de cair em três sessões consecutivas e de ter subido a 28 de setembro até 1,858%, um máximo desde janeiro de 2009. A média da Euribor a seis meses subiu de 0,837% em agosto para 1,596% em setembro. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
  • No prazo de 12 meses, a Euribor também avançou esta quinta-feira, ao ser fixada em 2,470%, também mais 0,107 pontos, depois de ter descido em seis sessões consecutivas e contra 2,625% em 27 de setembro, um novo máximo desde fevereiro de 2009. Após ter disparado a 12 de abril para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril. A média da Euribor a 12 meses avançou de 1,249% em agosto para 2,233% em setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou a 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu esta quinta-feira, ao ser fixada em 1,248%, mais 0,048 pontos que na quarta-feira e um novo máximo desde janeiro de 2012. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 0,395% em agosto para 1,011% em setembro.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro.

Em 8 de setembro, o BCE subiu as três taxas de juro diretoras em 75 pontos base, o segundo aumento consecutivo deste ano, já que em 21 de julho, tinha subido em 50 pontos base as três taxas de juro diretoras, a primeira subida em 11 anos, com o objetivo de travar a inflação.

No final da última reunião, a presidente do BCE, Christine Lagarde, disse que o aumento histórico de 75 pontos base nas taxas de juros não é a “norma”, mas salientou que a avaliação será reunião a reunião. A evolução das taxas de juro Euribor está intimamente ligada às subidas ou descidas das taxas de juro diretoras BCE.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Centeno pede urgência na aplicação dos fundos do PRR

Banco de Portugal assinala a "perda acumulada de termos de troca da economia" e pede uma aceleração do investimento associado à bazuca europeia.

Há muito tempo que a economia nacional não enfrenta uma situação de aperto como se vive atualmente. “A perda acumulada de termos de troca da economia portuguesa em 2021 e 2022 não tem precedente desde a adoção do euro”, salienta o Banco de Portugal no Boletim Económico de outono. Segundo a instituição liderada por Mário Centeno, a forma de contornar o aperto que tanto empresas como famílias têm e vão continuar a sentir passará por uma “urgente” promoção da “utilização efetiva e eficaz dos fundos do PRR e acelerar a prossecução das reformas no seu âmbito”.

O Banco de Portugal salienta a importância de a perda de rendimento real da economia deva ser partilhada por todos os agentes destacando que “os mecanismos de indexação à inflação devem ser reavaliados, tendo em conta a importância de ancorar as expectativas dos agentes no objetivo de médio prazo do BCE.”

Esta mensagem do Banco de Portugal vai ao encontro da opinião defendida por diversas ocasiões por Mário Centeno de que o apoio às famílias e empresas tem de ser realizado com prudência e que quaisquer medidas aplicadas sejam colocadas em prática em coordenação com políticas europeias.

É nesse sentido que o boletim do Banco de Portugal sublinha que a “a política orçamental deverá atender ao facto de os choques sobre os preços não afetarem da mesma forma todas as famílias ou empresas/setores de atividade” e que “medidas temporárias e específicas para amortecer o seu impacto sobre os segmentos mais vulneráveis poderão ser necessárias, em particular numa inversão do ciclo económico.”

Além disso, apesar de esperar que a trajetória de subida das taxa de juro dos empréstimos venha a ter um impacto não negligenciável sobre o rendimento das famílias e sobre a situação financeira das empresas, o Banco de Portugal não antecipa que o rácio da despesa com juros sobre o rendimento das famílias ou sobre os resultados das empresas se aproxime dos valores máximos observados no passado.

Recentemente, o governo, à semelhança da muitos dos países europeus, anunciou um pacote de medidas de apoio às famílias e empresas para mitigar o impacto da crise energética e da inflação. “Estima-se que este pacote, em conjunto com as medidas anteriormente tomadas, ascenda a 1,5% do PIB – uma dimensão semelhante ao de outras economias da área do euro” e que, segundo o Bano de Portugal, “anulam quase na totalidade o impacto da redução dos apoios associados ao choque pandémico, o que não se verifica noutras economias.”

Impacto do pacote de medidas à economia no PIB
Fonte: Banco de Portugal. Boletim de outubro 2022.

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Nigéria falhou quatro entregas de gás natural a Portugal até agosto

  • Capital Verde
  • 6 Outubro 2022

Depois de o ministro ter admitido o risco de a Nigéria não cumprir com as entregas, fonte oficial do MAAC revela ao Jornal de Negócios que até agosto quatro carregamentos não chegaram a Portugal.

De janeiro até agosto deste ano, a Nigéria falhou quatro carregamentos de gás natural de um total de 30 que estavam previstos serem entregues a Portugal.

A notícia avançada esta quinta-feira pelo Jornal de Negócios, e confirmada por fonte oficial do Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC), surge depois da viagem do Secretário de Estado da Energia e o presidente executivo da Galp Energia a Abuja no final de agosto. Na altura, João Galamba e Andy Brown, respetivamente, deslocaram-se ao país africano para assegurar cumprimento dos contratos de gás, tal como avançava o Expresso.

Fruto dessas reuniões de trabalho na Nigéria, fonte oficial do MAAC diz agora que “até ao final do ano estão contratualmente previstos sete carregamentos adicionais” por parte do principal fornecedor de GNL a Portugal. Sozinha, a Nigéria assegurou até julho 55% do gás que o país importou, seguida pelos Estados Unidos (28%), revela o jornal do grupo Cofina.

Na mesma notícia, o Governo assegura que neste momento “a estratégia passa por assegurar a entrega de mais 11 carregamentos” ainda em 2022. Ou seja, os sete adicionais a que se somam os outros quatro que ficaram em falta até agosto e que o Governo quer recuperar.

Em meados de setembro, o ministro do Ambiente e da Ação Climática tinha admitido que, apesar de o Governo estar a tentar colmatar o risco no que toca ao fornecimento de gás ao país, a Nigéria, poderá não entregar as quantidades de gás previstas, o que pode significar alterações do preço desta matéria-prima.

“De hoje para amanhã qualquer um [país] pode ter um problema” no fornecimento de gás, indicou Duarte Cordeiro, numa conferência organizada pela PwC e a CNN Portugal. “Queremos acreditar nos nossos fornecedores” mas “o Governo nigeriano coloca-nos a questão de dizer que vamos cumprir os contratos mas existe o risco de não cumprir“, admitiu, revelando ainda que no passado já se verificou que este fornecedor não entregou a totalidade do gás contratualizado.

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Inflação atingiu o pico no terceiro trimestre, prevê Banco de Portugal

O Banco de Portugal reviu em alta a previsão para o crescimento da economia e a taxa de inflação para este ano. Subida do índice de preços será a mais elevada desde 1993, mas já está a aliviar.

O Banco de Portugal reviu em alta para 6,7% a estimativa para o crescimento da economia este ano, face aos 6,3% previstos em junho. A alteração mais significativa no Boletim Económico de Outono é, no entanto, outra: a inflação média anual deverá chegar aos 7,8%, o nível mais elevado desde 1993. A boa notícia é que já estará a aliviar.

A mais recente avaliação do banco central ao estado da economia aponta que “as pressões inflacionistas permanecem elevadas na segunda metade do ano”, mas nota “alguns sinais de alívio”. O Banco de Portugal estima que a variação no índice de preços tenha atingido “o ponto máximo no terceiro trimestre (9,5%)”, “diminuindo ligeiramente no final do ano”. No Boletim Económico de junho, a inflação estimada era de 5,9%.

Sublinhado que “as expectativas de preços dos empresários registaram uma inflexão no período recente”, a publicação refere as quedas em cadeia no preço do petróleo, o abrandamento da atividade e o desvanecimento de constrangimentos nas cadeias de fornecimento como fatores que contribuem para atenuar as pressões inflacionistas. A suportá-las vão continuar, no entanto, os preços do gás.

A entidade liderada por Mário Centeno estima um crescimento da economia um pouco mais robusto do que antecipava em junho, melhorando em quatro décimas a previsão para a evolução do PIB em 2022, situando-a agora em 6,7%. No ano anterior, a economia cresceu 5,5%.

A economia beneficiou este ano da recuperação do turismo e do consumo privado. Este último deverá crescer 5,5% (4,7% no ano anterior), beneficiando do “bom desempenho do mercado de trabalho, refletido no dinamismo do emprego e dos salários nominais, bem como no aumento da taxa de atividade para níveis historicamente elevados”. A resiliência do consumo privado decorre ainda da canalização para despesa de parte da poupança acumulada pelas famílias durante a crise pandémica.

As exportações de bens e serviços deverão crescer 17,9% em 2022 (13,5% em 2021), acima da procura externa, “implicando ganho adicionais de quota de mercado”, sublinha o Boletim Económico. Aquela evolução beneficiou sobretudo do aumento das exportações de serviços, em particular os relacionados com o turismo, que deram um salto de cerca de 86%. O crescimento das exportações de bens abranda de 10,8% em 2021 para 6% este ano.

Também o investimento deverá desacelerar, crescendo apenas 0,8% em 2022 (contra 8,7% em 2021), num “contexto de restrições de oferta, aumento dos custos de produção, agravamento das condições de financiamento, baixa execução dos fundos europeus e elevada incerteza”. O investimento público também trava, “com um menor impacto do PRR face ao anteriormente esperado”.

O défice da balança de bens e serviços deverá encolher para 1,9% do PIB, com o crescimento das exportações a não ser suficiente para compensar o agravamento do custo das importações de bens energéticos. A balança corrente e de capital fechará o ano com um excedente de 0,5%.

Travagem a fundo, mas sem recessão

O Banco de Portugal dá conta de uma forte travagem da economia a partir do segundo trimestre, não prevendo, no entanto, uma recessão, com as taxas de crescimento a manterem-se próximo mas acima de zero. “Os efeitos negativos da agressão militar russa na Ucrânia foram-se acentuando ao longo do ano, implicando uma relativa estabilização da atividade a partir do segundo trimestre”, refere.

A desaceleração da economia mundial, influenciada por um aumento da inflação mais elevado e persistente do que o esperado, condicionaram a atividade. Além disso, a inversão da política monetária acomodatícia do BE traduz-se num agravamento das condições de financiamento da economia.

A entidade liderada por Mário Centeno alerta ainda que os efeitos negativos “serão mais notórios em 2023, antecipando-se uma desaceleração significativa face a 2022″. O perfil de crescimento económico este ano implica um efeito de arrastamento de apenas 0,5 pontos percentuais em 2023, num claro contraste com os 3,9 pontos percentuais de 2022.

(artigo atualizado às 11h50)

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Musk perde parceiros de investimento para compra do Twitter

  • ECO
  • 6 Outubro 2022

Apollo e Sixth Street abandonaram as negociações relativas à operação financeira a montar pelo dono da Tesla, que recuperou a proposta para adquirir a rede social por 44 mil milhões de dólares.

A Apollo Global Management e a Sixth Street Partners estão fora da operação de financiamento que está a ser montada pelo empresário Elon Musk para a compra da rede social Twitter, de acordo com a Reuters.

Os dois grupos de investimento, que faziam parte do grupo que iria financiar esta operação com mais de mil milhões de dólares, abandonaram as negociações no início do verão, quando Musk começou a recuar na intenção de compra, depois de ter apresentado uma primeira proposta em abril.

Esta terça-feira, o Twitter anunciou ter aceitado vender a rede social ao empresário Elon Musk por 44 mil milhões de dólares, o mesmo valor da oferta inicial (isto é, 54,20 dólares por ação). Uma decisão que deve pôr termo ao processo judicial entre as partes, estando o início do julgamento marcado para 17 de outubro.

A Reuters escreve que esta reviravolta na compra do Twitter não podia vir em pior altura para os grandes bancos, que se comprometeram a financiar uma parte significativa do acordo (12,5 mil milhões de dólares) e que “poderão enfrentar perdas significativas por causa do atual ambiente desfavorável no financiamento”.

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Rendimento real das famílias estagna em 2022

O Banco de Portugal assinala o desempenho positivo do mercado de trabalho e os apoios do Governo. Boletim Económico revê números da economia em 2022.

Os preços aceleraram, mas, ainda assim, “o rendimento disponível real estagna em 2022 (0,2%, após 2,2% em 2021)“, revela o Banco de Portugal no Boletim Económico do Outono e que contempla a revisão do quadro macroeconómico para este ano.

A explicação do supervisor liderado por Mário Centeno para a evolução do rendimento disponível real das famílias — em termos nominais, refira-se, este agregado acelera de 3,6% para 6,5%–, assenta no desempenho do mercado de trabalho, isto é, “no comportamento das remunerações do trabalho e das transferências internas”, leia-se o plano de apoio às famílias.

O Banco de Portugal assinala logo no texto de enquadramento deste boletim económico — sem previsões económicas para 2023 — que “o enquadramento externo e financeiro tem vindo a deteriorar-se pela via de aumentos da inflação e das taxas de juro, que têm efeitos adversos sobre o rendimento disponível real. Estes efeitos são atenuados em 2022 pelo bom desempenho do mercado de trabalho, refletido no dinamismo do emprego e dos salários nominais, bem como no aumento da taxa de atividade para níveis historicamente elevados“. Mais à frente, acrescenta, “as medidas anunciadas em setembro pelo Governo português deverão ter um contributo de 1,4 pontos percentuais (p.p.) para a variação do rendimento disponível em 2022“, enquanto “o aumento das taxas de juro implica um aumento ligeiro do serviço da dívida em 2022, interrompendo a trajetória descendente visível desde 2012″.

Nas contas do Banco de Portugal, “os salários por trabalhador no setor privado crescem 5,4% (4,9% em 2021), implicando uma queda em termos reais no ano, mas mantendo ganhos reais face a 2019″.

“Este crescimento incorpora o aumento de 6% do salário mínimo no início do ano e refletirá também um elevado dinamismo dos salários ao longo de toda a distribuição”. Mas como é que o salário médio é compatível com esta evolução do salário considerado individualmente? O Banco de Portugal garante que sim, “dada a presença de fortes efeitos de composição negativos (o aumento do emprego estará a ser mais concentrado nos escalões salariais mais baixos)”. Além disso, acrescenta, “cerca de 80% dos salários são definidos no âmbito de instrumentos de regulamentação coletiva em Portugal, o que pode introduzir um elemento de rigidez na transmissão da inflação aos salários“.

Se a revisão em alta do PIB e da inflação já era mais ou menos previsível, o desempenho do mercado de trabalho tem um comportamento surpreendente neste contexto. Segundo o Banco de Portugal, “em 2022, o emprego acelera face ao ano anterior (2,3%, após 1,9% em 2021), refletindo a evolução do emprego por conta de outrem. As horas trabalhadas crescem 5,1% (3,1% em 2021), ultrapassando o nível pré-pandemia no final do ano“. Mas a instituição liderada por Mário Centeno também assinala que já se vê “sinais de moderação” ao longo do ano.

O Banco de Portugal nota um fenómeno no mercado de trabalho durante o ano de 2022. “Em termos trimestrais, apesar do arrefecimento da atividade, a taxa de desemprego permanece relativamente estável ao longo do ano”, o que refletirá a necessidade das empresas de manterem trabalhadores quando sabem que há uma escassez de mão de obra. Aliás, “a percentagem de empresas que reporta dificuldades em contratar pessoal qualificado mantém a trajetória ascendente no terceiro trimestre de 2022, sendo o aumento particularmente notório no setor dos serviços”, escreve o Banco de Portugal. E enquanto a taxa de desemprego está estável, a taxa de empregos vagos aumentou, o que significará, para o supervisor, uma diferença entre o perfil de trabalhadores que as empresas querem e o perfil que está disponível. Consequência: “O aumento do desemprego de longa dura-ção (cerca de 55% no segundo trimestre de 2022, face a 37% dois anos antes)“.

Neste boletim económico de outono, o Banco de Portugal reviu em alta para 6,7% a estimativa para o crescimento da economia este ano, face aos 6,3% previstos em junho. A alteração mais significativa é, no entanto, outra: a inflação média anual deverá chegar aos 7,8%, o nível mais elevado desde 1993. A boa notícia é que já estará a aliviar.

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Bruxelas aprova alterações aos apoios às indústrias intensivas em gás

Alterações permitiram aumentar a taxa de apoio sobre o custo elegível para 40%, mas também aumentar o limite máximo de apoio atribuível para 500 mil euros por empresa.

A Comissão Europeia aprovou esta quinta-feira, as alterações aos apoios às indústrias intensivas em gás, anunciou o Ministério da Economia em comunicado. Estas alterações permitiram aumentar a taxa de apoio sobre o custo elegível para 40%, mas também aumentar o limite máximo de apoio atribuível para 500 mil euros por empresa.

“As alterações em causa envolvem um aumento da dotação da medida para 190 milhões de euros e serão aplicadas retroativamente às candidaturas já submetidas e decididas“, sublinha o comunicado do gabinete de António Costa Silva, recordando que outra das mudanças introduzidas passa pelo alargamento da medida às empresas da indústria transformadora agroalimentar.

Mas Bruxelas ainda não deu luz verde a todas as alterações sugeridas pelo Executivo português. As medidas direcionadas para as empresas com consumos mais elevados, ou seja, um apoio extra de dois milhões de euros ou de cinco milhões para as as que registam perdas operacionais, continuam a aguardar uma decisão da Comissão Europeia.

O pacote global de incentivos às indústria intensivas em gás ascende a 235 milhões de euros e faz parte das medidas apresentadas em setembro para ajudar as empresas a mitigar os impactos da inflação.

As candidaturas para os apoios de dois ou cinco milhões “vão ter regras ligeiramente distintas”, face à que estão atualmente em vigor para os incentivos de 500 mil euros, avançou ao ECO o secretário de Estado da Economia, João Neves. Do mesmo modo, a fórmula de cálculo do EBITDA (Lucros antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) negativo, condição prévia para se chegar ao patamar dos cinco milhões de euros, ainda terá de ser definido no âmbito do “processo de notificação à Comissão Europeia”, acrescentou o secretário de Estado.

“Temos um marco que é o que está inscrito no quadro temporário de auxílios de Estado. Do ponto de vista regulamentar não pode ser distinto do que lá está especificado, mas é uma discussão do ponto de vista técnico que ainda estamos a fazer com a Comissão sobre os dados em concreto que são necessários para que as empresas possam ser consideradas”, frisou.

João Neves considera que este apoio, que é financiado com verbas comunitárias, não irá abranger um grande número de empresas. Menos de dez, admitiu. São empresas com contas “sólidas” antes da escalada dos preços do gás, vítimas de “questões conjunturais”, que acabaram por “muito rapidamente passar de uma situação de solidez para resultados operacionais negativos”.

(Notícia atualizada com mais informações)

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