Demium transforma programa de aceleração. Investimento direto nas startups aumenta

A empresa melhorou as condições das quais as startups podem, agora, beneficiar. As selecionadas receberão 150.000 euros de investimento direto, em vez de 25.000 euros.

A Demium decidiu converter o seu programa de aceleração, lançado em dezembro de 2021 como uma iniciativa pontual, numa proposta de continuidade dentro da sua linha de serviços para startups em fases iniciais de desenvolvimento. Como parte deste compromisso, a empresa melhorou as condições das quais as startups podem beneficiar: as selecionadas receberão 150.000 euros de investimento direto.

“Durante o programa de seis meses, terão acesso a uma equipa de especialistas e mentores cujo objetivo será ajudar a startup a evoluir, multiplicar o seu valor e preparar a próxima ronda de investimento, na qual a Demium Capital poderá ajudar com 350 mil euros adicionais, juntamente com o investimento de outros VC e investimento público que a startup conseguir captar”, explica Ignacio Parada, diretor do programa de aceleração da Demium, em comunicado.

O programa deixará, assim, de funcionar por edições, sendo que estará continuamente aberto para as startups se candidatarem a qualquer momento. Podem candidatar-se “startups já estabelecidas que contem com uma forte equipa de cofundadores e uma proposta de valor disruptiva, baseada numa solução tecnológica já em funcionamento e com as primeiras métricas disponíveis”, detalha a empresa espanhola de investimento em talentos.

As startups selecionadas devem ainda demonstrar a sua capacidade de tração para receber entre um a dois milhões de euros de investimento adicional (público ou privado) nos 24 meses seguintes da entrada da Demium Capital.

Os participantes podem ser provenientes de qualquer país europeu, desde que já possuam ou venham a possuir sede em Portugal ou Espanha, onde será desenvolvido o programa de aceleração. Durante o processo de seleção, serão valorizadas as startups que já tenham concluído uma ronda de investimento pre-seed e que contem com o apoio de business angels ou VCs.

As startups selecionadas terão acesso a um período de pré-aceleração em que receberão ajuda para preparar o seu projeto para apresentar à comissão de investimento da Demium Capital. Uma vez terminado este passo, receberão 150.000 euros de investimento direto (o valor anterior era de 25.000 euros).

Com este novo modelo de aceleração único, a Demium Capital pretende investir em entre 10 a 12 startups por ano.

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Marlene Nogueira reforça equipa da Andersen

A nova of counsel da Andersen, Marlene Nogueira, integrou a área de Corporate/M&A e coordenar o departamento de Data Protection do escritório do Porto.

O escritório de advogados Andersen reforçou a área de Corporate/M&A com a contratação de Marlene Nogueira, enquanto of counsel. A advogada vai coordenar o departamento de Data Protection do escritório do Porto.

“A contratação da Marlene Nogueira é mais um passo decisivo na concretização do plano de expansão do escritório, através da potenciação das valências já existentes, bem como pelo desenvolvimento de novas áreas de prática, incluindo as áreas de Compliance e ESG, com o principal objetivo de prestar uma assessoria global e transversal aos nossos clientes”, refere Teresa Nogueira, co-managing partner da Andersen em Portugal que, conjuntamente com Luísa Curado, lidera o escritório do Porto.

Marlene Nogueira transita da Cuatrecasas, onde esteve 16 anos e integrava os departamentos de Direito Comercial e Societário e de Propriedade Intelectual, Media e Tecnologias de Informação. Com mais de 20 anos de experiência na assessoria jurídica a empresas nacionais e internacionais, possui uma pós-graduação em Direito das Sociedades e formação avançada em Data Protection, que lhe permitiu “desenvolver competências específicas na área transacional”, com participação em inúmeros projetos de M&A e operações imobiliárias, em setores tão diversos como o turismo, automóvel, construção, imobiliário, saúde e farmácia, editorial, industrial, IT, tecnologia e energias renováveis, tendo ainda liderado diversos projetos de implementação do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados, em entidades públicas e privadas.

“É para mim uma honra poder colaborar no crescimento da área de Corporate e M&A, na qual a sociedade é já um “player” relevante e, em paralelo, contribuir para uma abordagem especializada no setor das novas tecnologias e privacidade. O desafio de desenvolver uma área de atividade do escritório é enorme, mas a motivação é maior ainda, quer pela partilha da cultura e valores do escritório, norteados pelo conhecimento e inovação, quer especialmente por se tratar de um ‘regresso a casa'”, sublinhou a nova of counsel da Andersen.

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“Não agir terá custo recessivo maior do que subir juros”, diz Centeno

Governador do Banco de Portugal alerta que cenário prolongado de inflação poderá levar à perda de confiança dos agentes económicos e a uma recessão. Deixou recados aos bancos.

Mário Centeno defende a atuação do Banco Central Europeu (BCE) na subida das taxas de juro para controlar a escalada da inflação e considerou que “não agir teria um custo recessivo maior”. Também pediu aos bancos para serem ativos no acompanhamento dos clientes em dificuldades e prudentes na conservação de capital.

O governador do Banco de Portugal alertou que “um cenário prolongado de inflação trará incerteza, perda de confiança dos agentes económicos e uma inevitável recessão”. Por isso, “a inação não é uma opção”, defendeu o responsável na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

“O papel do BCE é muito claro neste domínio, o objetivo é trazer inflação para 2% no médio prazo”, prosseguiu Mário Centeno, mostrando-se crente de que “no médio prazo, o objetivo será alcançado”. Em outubro, a taxa de inflação anual na zona do euro bateu recordes, atingindo 10,7% e, de acordo com as previsões da Comissão Europeia deverá terminar o ano nos 8,5%, para depois desacelerar para 6,1% em 2023.

“Se não controlarmos a inflação, o comportamento dos agentes económicos induzirá uma recessão. E a inflação eliminará os ganhos significativos nos salários, empregos e poupanças nos últimos anos”, frisou Centeno.

O governador destacou ainda o impacto que a elevada inflação e o aumento abrupto das taxas de juro podem ter no sistema bancário. “No curto e médio prazo, as taxas de juro estruturalmente mais elevadas deverão ter um efeito favorável sobre a margem financeira, potenciarão uma maior diversificação da carteira de dívida pública, mas também poderão resultar na desvalorização da carteira de ativos. Não deve ser descurada a pressão adicional sobre a margem financeira que as taxas de juro mais elevadas colocam nos custos de financiamento de mercado dos bancos, em particular no âmbito do cumprimento do requisito mínimos de fundos próprios e passivos elegíveis”, disse.

A seguir pediu aos banqueiros que sejam ativos na avaliação da capacidade de cumprimento dos contratos por parte dos clientes e prudentes no provisionamento e conservação de capital para se protegerem face a um cenário mais adverso.

Ainda assim, disse que “não se espera um aumento abrupto no risco de crédito que ponha em causa a estabilidade do sistema financeiro”.

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BCE alerta para riscos “crescentes” para o sistema financeiro

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2022

A inflação alta, a crescente probabilidade de uma recessão na Zona Euro e o aumento dos custos de financiamento "colocam desafios crescentes" às famílias, empresas e governos endividados, diz o BCE.

A potencial combinação de recessão económica, inflação elevada, condições financeiras mais restritivas e menor liquidez está a aumentar os riscos para o sistema financeiro. O alerta chega diretamente de Frankfurt, pelas palavras do vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE).

“As famílias e empresas em toda a Zona Euro já estão a sentir os efeitos de uma inflação mais elevada e de uma atividade económica mais fraca, no meio da atual crise energética provocada pela guerra na Ucrânia”, disse Luis de Guindos, na revisão bianual da estabilidade financeira do BCE, citado pelo Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

Segundo o banco central, a elevada inflação, a crescente probabilidade de uma recessão nos países do euro e o aumento dos custos de financiamento “colocam desafios crescentes” às famílias, empresas e governos endividados, o que poderá levar a falências e a uma maior volatilidade nos mercados financeiros.

O tumulto na praça financeira do Reino Unido e a anterior crise de liquidez que atingiu os comercializadores europeus de energia demonstraram como o sistema financeiro da região está cada vez mais vulnerável a movimentos bruscos nos preços de mercado que podem alastrar a uma crise mais vasta, acrescenta o BCE na sua revisão.

Luis de Guindos reitera: “Não foi a primeira vez que nos foi recordado que (…) os impactos dos choques de mercado são muitas vezes sentidos muito para além dos investidores que são diretamente afetados”.

Como tal, o Banco Central Europeu apela aos reguladores globais — coordenados pelo Conselho de Estabilidade Financeira — para acelerarem o seu trabalho no sentido de enfrentarem a vulnerabilidade do setor financeiro não bancário às crises de liquidez. “A resiliência e os lucros dos bancos beneficiam de taxas de juro mais elevadas, mas as ameaças à qualidade dos ativos podem levar a necessidades de aprovisionamento mais elevadas“, concluiu de Guindos.

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J+Legal lança projeto de apoio a startups

João Leite Carvalho é o advogado que vai ficar responsável pelo J+NEXT, um projeto de suporte a startups, e será apoiado por uma equipa da J+Legal bem como por jovens mentores.

O escritório de advogados J+Legal lançou a J+NEXT by J+Legal, um projeto de apoio a startups. Em comunicado, o escritório caracteriza o projeto como “disruptivo” e “inovador”.

João Leite Carvalho é o advogado que vai ficar responsável pelo projeto e será apoiado por uma equipa da J+Legal bem como por jovens mentores. A equipa vai conciliar o direito e a tecnologia, com o objetivo de “promover e dar apoio ao mercado das startups, seja qual for o setor onde as mesmas se queiram implementar, de maneira a cumprir o lema base da sociedade J+Legal, HANDS-ON Legal Partners”.

“O projeto assenta muito numa comunicação atual e dedicada ao ecossistema, através de suportes gráficos, com informação geral, de interesse para todos os que pretendem lançar a sua empresa com características de startups. Com uma linguagem própria, esta equipa desde logo pretende demonstrar desta forma que é merecedora de confiança, não só técnica, mas também ética e que entende as novas tendências tecnológicas, e como estas convergem com a parte legal, para além de estar rodeada de parceiros institucionais, como VCs ou incubadoras, e de outras firmas de advogados estrangeiras com notoriedade reconhecida na área da tecnologia a nível internacional”, explicam.

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Linha de crédito da Segurança Social pode ser usada para requalificar equipamentos sociais

Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social já tem autorização para conceder garantias até 15 milhões ao Fundo de Contragarantia Mútuo para operacionalizar linha de crédito.

A linha de crédito de 120 milhões de euros para o setor social poderá ser usada para suprir necessidades de financiamento ou de investimento no âmbito da transição ambiental ou na concretização de novos projetos ou de requalificação de equipamentos sociais, explica o decreto-lei publicado em Diário da República.

A medida faz parte do pacote “Energia para avançar”, anunciado no final do Conselho de Ministros de 15 de setembro, mas só agora é publicada a autorização para o Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social conceder garantias ao Fundo de Contragarantia Mútuo para operacionalizar as “linhas de crédito a instituições particulares de solidariedade social ou a entidades equiparadas sem fins lucrativos”.

Garantias essas que têm como limite máximo global 15 milhões de euros, são financiadas pelo Orçamento do Estado e não por fundos comunitários como acontece à larga maioria das medidas lançadas.

O decreto-lei reitera que os empréstimos serão concedidos até 31 de dezembro de 2023.

A publicação deste diploma, que entra em vigor quinta-feira, decorre da sua promulgação na semana passada, a 8 de novembro, por Marcelo Rebelo de Sousa.

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Centeno critica o “velho hábito” de “reescrever a história com os dados censurados”

Crítica a Carlos Costa? O governador do Banco de Portugal lamentou o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”.

Sem mencionar nomes, o governador do Banco de Portugal criticou esta quinta-feira o “velho hábito” de quem gosta de “reescrever a história com os dados censurados”, numa farpa implícita a Carlos Costa, que tem protagonizado um caso polémico nos últimos dias com o primeiro-ministro.

“Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu”, disse Mário Centeno na conferência Banca do Futuro, organizada pelo Jornal de Negócios.

Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados. Parece que gostamos muito disso”, atirou o governador.

"Gosto de pensar que vivemos o futuro. Os prémios de juro que pagávamos deixámos de pagar, os crónicos défices orçamentais que tínhamos deixámos de ter, a dívida pública e privada, que não parava de crescer, caiu. (…) Só uma dimensão que mantemos, o mesmo velho hábito, o hábito de reescrever a história com os dados censurados.”

Mário Centeno

Governador do Banco de Portugal

Nos últimos dias, o seu antecessor no supervisor, Carlos Costa, tem mantido uma polémica acesa com António Costa, tendo acusado o primeiro-ministro de intromissão política no Banco de Portugal quando pressionou a não afastar Isabel dos Santos do BIC em 2016.

Na sequência deste caso, Mário Centeno já tinha pedido respeito pelas instituições e volta agora a criticar Carlos Costa, que esta terça-feira disse ter recebido uma mensagem de António Costa a confirmar que tinha sido pressionado a manter Isabel dos Santos no Banco BIC, hoje chamado EuroBic.

“No mesmo dia em que anunciava um processo judicial, o primeiro-ministro enviou-me uma mensagem escrita em que reconhece que me contactou para transmitir a inoportunidade do afastamento de Isabel dos Santos. Ou seja, é o próprio primeiro-ministro a confirmar uma tentativa de intromissão do poder político junto do Banco de Portugal”, revelou Carlos Costa no lançamento do livro “O Governador”, da autoria do jornalista Luís Rosa, e que desencadeou toda a polémica.

Em reação a estas afirmações, que considerou serem uma ofensa ao sua honra e bom nome, António Costa disse que ia avançar judicialmente contra o antigo governador do Banco de Portugal entre 2010 e 2020.

(Notícia atualizada às 11h04)

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G20 pede compromissos para enfrentar as alterações climáticas

  • Lusa
  • 16 Novembro 2022

O G20 exigiu aos países desenvolvidos que "cumpram os compromissos" na recolha de 100 mil milhões de dólares anuais destinados a mitigar os efeitos das alterações climáticas.

Os líderes do G20 reafirmaram esta quarta-feira o compromisso estabelecido em relação aos objetivos climáticos que constam do Acordo de Paris pedindo aos países desenvolvidos uma declaração conjunta no quadro da Cimeira de Bali.

Propomos envidar esforços no sentido da limitação da temperatura aos 1,5 graus. Isto requer ações significativas e efetivas, e o compromisso de todos os países“, assinalam os líderes numa declaração de 17 páginas aprovada em Bali.

Os líderes do G20 sublinham a importância relativa à implementação dos Acordos de Paris e que deve “refletir a justiça e o princípio de responsabilidades comuns, em vez das diferenças que marcam as circunstâncias nacionais”.

Neste sentido, o G20 exigiu aos países desenvolvidos que “cumpram os compromissos” na recolha de 100 mil milhões de dólares anuais destinados a mitigar os efeitos das alterações climáticas e a apoiar a transição energética.

“Apelamos ao apoio contínuo dos países em desenvolvimento, especialmente aos mais vulneráveis para que deem acesso à energia fiável, sustentada e moderna”, indicaram os líderes do G20.

O apelo ao incremento nos investimentos vão na linha do acordo anunciado na terça-feira por uma aliança de potências liderada pelos Estados Unidos e o Japão no sentido de mobilizar o investimento de 20 mil milhões de dólares dos setores público e privado para ajudar a reduzir a dependência do carvão na Indonésia.

Os representantes dos países do G20 sublinharam que para conseguirem a transição energética e alcançarem as emissões neutras em carbono em meados do século vai ser necessária uma combinação de medidas fiscais e outras como a eliminação dos subsídios destinados aos combustíveis fósseis enquanto devem ser canalizados “apoios aos mais pobres e vulneráveis”.

O G20 reconheceu que o mundo vive “o tempo da crise climática e da crise energética, agravadas por desafios geopolíticos” destacando a necessidade de se transformar e diversificar “rapidamente os gases de efeito de estufa” em meados do século.

Os países participantes na Cimeira de Bali comprometeram-se a “promover o investimento em infraestruturas e indústrias sustentáveis, assim como tecnologias inovadoras e um amplo leque de mecanismos fiscais, instrumentos de regulação junto dos mercados capazes de apoiarem as transições energéticas limpas”.

Por outro lado, os líderes do G20 exigiram a todos os países que adotem o Compromisso Global sobre a Biodiversidade até ao ano 2030.

“Aumentaremos os esforços para o combate às perdas da biodiversidade, a desflorestação, a desertificação, a degradação da terra e a seca, assim como a renovação da terra que se encontra degradada e alcançar a neutralidade em 2030”, indica o documento do G20.

 

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Dividendos mundiais batem recorde no terceiro trimestre impulsionados pelo setor petrolífero

Foram distribuídos 401,2 mil milhões de euros em dividendos. Setor petrolífero teve um peso de 19,2 mil milhões de euros. Sem essa contribuição, total global teria ficado praticamente inalterado.

Os dividendos mundiais alcançaram um recorde de 415,9 mil milhões de dólares (401,2 mil milhões de euros) no terceiro trimestre, mais 7% face ao mesmo período do ano passado, avança o Financial Times(acesso pago, conteúdo em inglês).

O setor do petróleo contribuiu especialmente para esse recorde, com um peso de 19,9 mil milhões de dólares (19,2 mil milhões de euros). Sem essa contribuição, o total global teria ficado praticamente inalterado face a 2021, de acordo com o índice da Janus Henderson Global Dividend.

“A crise energética provocou um grande aumento nos dividendos no terceiro trimestre, uma vez que as empresas petrolíferas distribuíram lucros recordes aos acionistas“, diz a gestora de ativos, no seu mais recente relatório.

Os maiores aumentos de dividendos pagos vieram de empresas do Brasil, Hong Kong, Estados Unidos e Canadá, diz o FT.

Os resultados alcançados no terceiro trimestre fizeram aumentar as previsões de dividendos da Janus Henderson para 2022 em 8,3% para um total de 1,56 biliões de dólares (1,51 mil milhões de euros).

Embora a prespectiva de uma recessão provavelmente prejudique os ganhos, as empresas geralmente evitam reduzir os pagamentos, refere o relatório.

Empresas como a BP e a Shell reduziram os pagamentos para níveis mais sustentáveis ​​durante a pandemia, o que lhes pode dar espaço para manter os dividendos se os lucros ficarem sob pressão em 2023.

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Ausência de altos-cargos da China e da finança na COP não deverá frustrar esforços climáticos

Apesar de algumas ausências marcantes na COP27, da parte de algumas das mais altas patentes da China e de instituições financeiras, a colaboração destes na transição verde não estará em causa.

O presidente da China, Xi Jinping, não esteve nem vai estar presente na 27.ª Conferência das Partes (COP). Da parte do gigante asiático, foi enviada uma comitiva. Ao mesmo tempo, o CEO da Blackrock, Larry Fink, o do Standard Chartered, Bill Withers, e a do Citigroup, Jane Fraser, também decidiram ficar de fora desta edição da cimeira. Estas ausências afetarão significativamente os resultados da conferência? Os consultores, analistas e ambientalistas consultados pelo Eco creem que não.

Em representação da China, estarão presentes Xie Zhenhua, Representante Especial para Assuntos Climáticos, e Zhao Yingmin, o vice-ministro do Meio Ambiente. “Ambos têm muita experiência em negociações ambientais e já chefiaram delegações chinesas em COPs anteriores”, indica o professor de Finanças da Nova School of Business and Economics (Nova SBE), Rodrigo Tavares. Além disso, considera, “a delegação da China é significativa, com cerca de meia centena de pessoas”.

É natural que quando os maiores emissores de CO2 do mundo não se fazem representar ao mais alto nível, a confiança no respetivo comprometimento face à ação climática seja posta em causa”, avalia Carolina Silva, da associação ambientalista Zero. Sendo a China o maior emissor de gases com efeito de estufa, que contribui com cerca de 30% das emissões mundiais, “foi um dos grandes ausentes do segmento dos líderes”, continua.

A mesma sublinha, contudo, que “a China não ficará de fora dos trabalhos que decorrerão ao longo dos próximos dias e terá, consequentemente, um papel a desempenhar nos resultados desta COP27”. Adicionalmente, o encontro entre o enviado especial para o Clima dos Estados Unidos, John Kerry, e Xie Zhenhua “marca um avanço notoriamente positivo”, depois de as negociações bilaterais formais sobre alterações climáticas entre a China e os Estados Unidos terem sido suspensas como represália pela visita de Nancy Pelosi a Taiwan.

Apesar desses recuos, Cláudia Coelho, partner da PwC dedicada à Sustentabilidade e Alterações Climáticas, afere que a China “dá sinais de se manter empenhada com o tema” das alterações climáticas, reconhecendo, contudo, que a suspensão das relações bilaterais tem implicações na participação da China na cimeira.

Investidores ausentes, mas compromissos presentes

No segmento dos investidores, Rodrigo Tavares é perentório: “Não acho que estas ausências sejam particularmente marcantes”. Relembra que o mercado financeiro sempre esteve representado nas COPs e estará também representado no Egito. “O que é importante salientar é que as principais instituições financeiras estão a incorporar riscos e oportunidades climáticas nas suas estratégias de investimento e de crédito. Seria irresponsável não fazê-lo e possivelmente prejudicial ao seu desempenho financeiro”, indica.

O importante é que estas grandes entidades financeiras mantenham os seus compromissos

Carolina Silva

Zero

Apesar de na COP26 ter nascido a Glasgow Financial Alliance for Net Zero, uma coligação global de instituições financeiras comprometidas em financiar a descarbonização da economia global, “há outras iniciativas semelhantes e igualmente relevantes, desenvolvidas fora do âmbito das COPs”, relembra o professor, como a Climate Investment Coalition, que junta fundos de pensão nórdicos e britânicos.

Já a Zero considera a ausência dos CEO da Blackrock, Standard Chartered e Citigroup “notória e de lamentar”, sobretudo numa cimeira onde a necessidade de maiores fluxos financeiros direcionados para a ação climática assume destaque. Mas também relativiza, afirmando que “o importante é que estas grandes entidades financeiras mantenham os seus compromissos”, e tanto a Blackrock, como o Citigroup e o Standard Chartered continuam a fazer parte da Glasgow Financial Alliance for Net Zero.

"Não existem dúvidas sobre a relevância do risco climático para os investimentos”

Cláudia Coelho

Sócia da PwC dedicada à Sustentabilidade e Alterações Climáticas

Apesar de registar um crescente número de compromissos, a organização alerta que esta evolução tem sido acompanhada por “uma proliferação de critérios e padrões dúbios para os avaliar, sendo muitas vezes mera propaganda ambiental”. “O que precisamos de ver, mais do que a presença de CEOs na Cimeira, é um compromisso sério com o fim dos investimentos nos setores do petróleo e gás, algo que ainda está muito longe de acontecer”, defende Carolina Silva.

O analista da XTB Eduardo Silva aponta que os executivos em causa justificaram a ausência com incompatibilidades na agenda, e não com alguma objeção concreta ao evento. “A primeira leitura é que ao enviarem delegações e representantes a importância que atribuem ao evento é menor, por melhor que seja a justificação”, balança. Para Eduardo Silva, a crise de inflação elevada e desaceleração económica podem ter alterado as prioridades para estes gestores.

Por seu lado, a PwC considera que “não existem dúvidas sobre a relevância do risco climático para os investimentos”, tendo várias entidades financeiras e não financeiras assumido uma posição, com compromissos e metas nesta matéria, ao mesmo tempo que o tema tem sido incluído nos principais desenvolvimentos regulatórios e normativos. “Embora a presença e apoio de entidades não governamentais seja um sinal importante de compromisso e inspiração ao apoio à ação climática, os investidores e o setor privado não fazem parte das negociações formais que têm um ciclo anual entre países membros das partes desta Conferência das Nações Unidas”, refere Cláudia Coelho.

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EUA sugerem que queda de míssil na Polónia foi causada pela defesa antiaérea ucraniana

  • Joana Abrantes Gomes
  • 16 Novembro 2022

Uma primeira avaliação dos EUA às circunstâncias da queda de um míssil na terça-feira em território polaco refere que pode dever-se a disparos das forças ucranianas contra um projétil russo.

 

O míssil que na tarde de terça-feira atingiu território da Polónia, causando a morte de duas pessoas, poderá ser da defesa antiaérea da Ucrânia, isto é, pode ter sido disparado pelas forças ucranianas contra um míssil russo. A informação começou por ser noticiada pela Associated Press, citando autoridades norte-americanas, tendo sido entretanto confirmada pelo Presidente dos Estados Unidos aos países aliados, segundo uma fonte da NATO citada pela Reuters.

Na noite de terça-feira, Joe Biden já dissera que as informações iniciais indicavam que era “improvável” que o incidente tivesse sido causado por um míssil disparado pela Rússia, depois de o Pentágono dizer que não conseguia confirmar nem desmentir os relatos de que teriam sido mísseis russos a atingir a Polónia.

Quando ainda se encontrava em Bali, na Indonésia, para a cimeira do G20, o Presidente norte-americano convocou uma reunião de emergência do G7 e dos líderes da NATO, visto que, se fosse o caso de um ataque deliberado e hostil à Polónia, membro da aliança atlântica, poderia desencadear uma resposta militar coletiva.

Era esperado que os embaixadores da NATO se reunissem esta quarta-feira a pedido da Polónia, com base no artigo 4.º da Aliança, que prevê uma reunião dos países membros “sempre que, na opinião de qualquer um deles, estiver ameaçada a integridade territorial, a independência política ou a segurança de uma das partes”.

No entanto, de acordo com a agência noticiosa Efe, a Polónia vai comunicar aos países membros da NATO que o míssil que caiu no seu território na terça-feira era ucraniano e, nesse sentido, não vai ativar o tratado da aliança. “Nada prova que tenha havido um ataque intencional contra a Polónia”, afirmou o Presidente polaco, Andrzej Duda.

Também um porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, citado pela Reuters, disse que a reunião da aliança desta quarta-feira em Bruxelas não irá decorrer sob o artigo 4.º. Será antes, segundo o primeiro-ministro da Eslováquia, Eduard Heger, com foco no pedido de reforço das defesas aéreas no leste europeu.

Na primeira reação ao incidente, ainda na terça-feira, o Presidente da Polónia havia dito que o míssil que atingiu território polaco é, “muito provavelmente”, de fabrico russo, mas que “não há provas sobre quem o lançou”. Antes, o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, convocou de imediato uma reunião de emergência do Comité do Conselho de Ministros do país para os Assuntos de Segurança e Defesa Nacional.

O Ministério da Defesa russo, por sua vez, negou estar por detrás de “quaisquer ataques a alvos perto da fronteira ucraniano-polaca” — que o Presidente ucraniano, Volodymr Zelensky, decretou como “uma escalada muito significativa” — e disse numa declaração que as fotos de alegados danos “não têm nada a ver” com armas russas.

A mensagem do Kremlin foi reiterada esta quarta-feira pelo chefe da missão permanente de Moscovo na ONU, Dmitry Polyansky, que, através do Telegram, disse que a Rússia “não tem nada a ver” com a queda do míssil na Polónia e que “os factos demonstram que o incidente foi uma tentativa de provocar confronto direto entre a NATO e a Rússia“.

Já o secretário-geral das Nações Unidas defendeu, na noite de terça-feira, que é “absolutamente essencial” evitar a escalada da guerra na Ucrânia, mostrando-se “profundamente preocupado” com a queda de um míssil de fabrico russo na Polónia. Numa breve declaração transmitida pelo porta-voz da ONU, António Guterres apelou a uma “investigação exaustiva” do incidente.

O Presidente da Turquia, Recep Erdogan, afirmou que o míssil que caiu em território polaco “pode ter sido resultado de um problema técnico”, acrescentando que a sua expectativa é de que “a poeira irá assentar” e serão averiguadas as circunstâncias que levaram à morte de duas pessoas naquele país.

(Notícia atualizada às 10h55 com as declarações de Biden aos aliados da NATO de que o míssil que atingiu a Polónia era da defesa aérea ucraniana e às 11h25 com a reação da Polónia e as declarações da Alemanha e da Eslováquia)

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Bolsa de Lisboa regista primeira descida da semana

  • ECO
  • 16 Novembro 2022

Bolsas norte-americanas registam perdas depois de se saber que as vendas a retalho em outubro atingiram máximos de oito meses, dando argumentos à Fed para continuar a subir juros.

A Bolsa de Lisboa terminou a sessão desta quarta-feira com a primeira descida da semana, embora com menor intensidade face às principais congéneres europeias.

As bolsas norte-americanas abriram em baixa esta quarta-feira, depois de ser conhecido que as vendas a retalho nos EUA registaram em outubro o maior aumento dos últimos oito meses. Segundo a Bloomberg, os dados surpreenderam alguns investidores que acreditavam que a Fed poderá reduzir o ritmo de subida dos juros, depois da desaceleração da inflação no mês passado. Neste contexto, o S&P 500 cai 0,36%, enquanto o industrial Dow Jones cede 0,06%. O tecnológico Nasdaq perde 1,29%.

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