Novas tabelas do IRS de julho mostram taxa efetiva de imposto

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2022

As tabelas com o novo modelo de retenção na fonte do IRS que chegam em 1 de julho têm uma coluna com a taxa efetiva da retenção mensal contemplando uma parcela a abater de valor fixo por dependente.

As tabelas com o novo modelo de retenção na fonte do IRS que chegam em 1 de julho têm uma coluna com a taxa efetiva da retenção mensal contemplando uma parcela a abater de valor fixo por dependente.

A retenção na fonte do IRS terá em 2023 dois momentos, com a entrada em vigor de novas tabelas em janeiro e a chegada, a partir de julho, do novo modelo de retenção que garante que a um aumento de salário bruto num determinado mês corresponde sempre um aumento do salário líquido.

O novo modelo, previsto no Orçamento do Estado para 2023, funciona com uma lógica semelhante à da liquidação anual do imposto, travando as situações de regressividade, como as que sucedem quando um trabalhador, por num determinado mês ter um valor de remuneração bruta mais elevado (por ter feito horas extraordinárias ou noturnas ou trabalhão em feriados por exemplo) ‘sobe’ de taxa na tabela de retenção acabando a receber um valor líquido inferior.

Este novo modelo de retenções na fonte de IRS “segue uma lógica de taxa marginal, que é efetuada através da conjugação da aplicação de uma taxa sobre o rendimento mensal com a dedução de uma parcela a abater, à semelhança do que acontece na liquidação anual do imposto”, refere o Ministério as Finanças.

O despacho que acompanha as tabelas em vigor a partir o segundo semestre, que deve ser publicado esta segunda-feira, e a que a Lusa teve acesso, detalha que estas incluem uma coluna com a taxa efetiva mensal de retenção na fonte no limite de cada escalão, estando as entidades pagadoras “obrigadas a divulgar esta taxa efetiva mensal de retenção na fonte, por forma a garantir clareza aos trabalhadores e pensionistas sobre o valor de imposto retido”.

O novo modelo de tabelas de retenção na fonte prevê ainda a inclusão de uma parcela a abater por dependente, de valor fixo, que substitui o atual sistema de redução de taxas consoante o número de dependentes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas tabelas de retenção reduzem IRS até 25 euros num salário de 1.350

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2022

Alterações ao IRS que chegam em 2023 fazem com que salário de 1.350 euros pague menos 15 euros de IRS, em janeiro, e menos 25 euros, a partir de julho, face ao que paga em 2022.

As alterações ao IRS que chegam em 2023 vão fazer com que um salário de 1.350 euros pague menos 15 euros de IRS, em janeiro, e menos 25 euros, a partir de julho, face ao que paga em 2022.

Estes cálculos constam de um conjunto de simulações realizadas pelo Ministério das Finanças tendo por base as novas tabelas de retenção na fonte que vão ser aplicadas entre janeiro e junho de 2023 e as que entram em vigor em 1 de julho e contemplam um novo modelo de retenção do imposto.

Segundo as mesmas simulações, um solteiro sem dependentes, com um salário bruto de 1.350 euros desconta atualmente, por via do IRS, 219 euros. Em janeiro, com as novas tabelas de retenção verá o imposto cair para 204 euros e a partir e julho terá nova redução, passando a descontar 194 euros.

Caso esta pessoa, com estas características, tenha um aumento salarial de 5,1% em janeiro (o que fará o seu salário avançar para os 1.419 euros brutos mensais), a retenção na fonte do IRS será de 230 euros entre janeiro e junho (resultando num salário líquido de imposto de 1.189 euros), descendo para os 213 euros a partir de julho (com o salário líquido de IRS a ficar em 1.204 euros).

Um solteiro com um dependente e um salário bruto de 850 euros, desconta atualmente 57 euros de IRS. Em 2023, este contribuinte terá um alívio de 20 euros a partir e janeiro, passando a descontar 37 euros. Em julho, nova mudança, com a retenção do imposto a baixar para um euro.

Esta evolução fará com que o salário líquido de imposto passe dos 793 euros atuais, para 813 em janeiro e para os 849 euros a partir de julho.

Tendo um aumento de 5,1% em 2023, o salário bruto sobe para 893 euros, com as novas tabelas de retenção a assegurarem um valor líquido de imposto (sem contar com os descontos para a Segurança Social) de 834 euros em janeiro e de 871 euros de julho em diante.

Esta evolução dos descontos (e consequentemente do valor líquido em caso de manutenção ou aumento do salário) refletem duas situações: por um lado, as novas tabelas de retenção na fonte que vão vigorar entre 1 de janeiro e 30 e junho e que são atualizadas tendo por base as mudanças no mínimo e existência, a atualização em 5,1% dos escalões e a redução de 21% para 23% da taxa marginal do segundo escalão do IRS, previstas no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023).

Por outro, o novo modelo de tabelas de retenção na fonte que arranca em julho e que segue uma lógica de taxa marginal, em linha com os escalões de IRS, visando evitar situações de regressividade.

“Uma vez adotado o novo modelo, a um aumento de salário bruto corresponderá sempre uma melhoria do salário líquido” ao contrário do que “se verificava em algumas situações com o modelo de retenção atual”, refere o Ministério das Finanças.

É isto que faz com que um trabalhador casado com um dependente e com rendimento bruto de 2.500 euros por mês que não tenha sido aumentado mantenha o seu rendimento no primeiro semestre, sentindo um aumento líquido de 41 euros a partir de julho.

Tendo uma atualização salarial de 5,1%, terá um ganho mensal de 75 euros até junho e de 120 euros a partir de julho.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novas tabelas de retenção no IRS isentam de imposto salários e pensões até 762 euros

  • Lusa
  • 5 Dezembro 2022

Valor a partir do qual salários e pensões fazem retenção de IRS aumenta em janeiro para 762 euros.

O valor a partir do qual os salários e pensões fazem retenção de IRS aumenta em janeiro para 762 euros, segundo as novas tabelas que serão publicadas esta segunda-feira para vigorar até à entrada do novo modelo de retenção, em julho.

As novas tabelas, para serem aplicadas apenas durante o primeiro semestre do próximo ano, foram desenhadas de forma a acomodar a alterações ao IRS contempladas no Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), nomeadamente as novas regras do mínimo de existência, a atualização dos escalões em 5,1% e a descida em dois pontos percentuais (de 23% para 21%) da taxa marginal do segundo escalão.

Assim, a partir de janeiro, apenas os salários e pensões de valor igual ou superior a 762 euros brutos mensais começam a fazer retenção na fonte, o que traduz uma subida de 52 euros face ao valor dos salários que este ano estão isentos de retenção na fonte e de 42 euros relativamente às pensões. Os patamares seguintes de valores também sofrem alterações face às tabelas em vigor este ano, bem como as respetivas taxas.

Segundo o Ministério das Finanças, com este modelo de retenção transitório — que vigora até ao final de junho — “garante-se que os trabalhadores e pensionistas que tenham sido aumentados têm de facto um aumento do rendimento líquido entre o final de 2022 e janeiro de 2023”.

As pensões terão um aumento, a partir de janeiro, de entre 4,83% e 3,89%, consoante o seu valor. Em janeiro a generalidade dos funcionários públicos será também aumentada e o mesmo sucederá com muitos dos trabalhadores do setor privado tendo em conta o atual nível de inflação elevado.

Nos casos em que o processamento de rendimentos tenha sido feito antes da entrada em vigor destas novas tabelas e o seu pagamento venha a ocorrer já na sua vigência, durante o mês de janeiro, as entidades devedoras ou pagadoras terão de efetuar o respetivo acerto no desconto do IRS até ao final do mês de fevereiro de 2023.

No despacho que acompanha as novas tabelas de retenção na fonte, a que a Lusa teve acesso, determina-se que estas se aplicam aos rendimentos de trabalho dependente e de pensões pagos ou colocados à disposição entre 1 de janeiro e 30 de junho do ano de 2023”.

Esta solução, em que durante metade do ano se aplica o modelo de retenção na fonte que vigorou nestas últimas décadas e na segunda metade se avança para o novo, visa “dar tempo às entidades pagadoras de adaptarem os seus sistemas de pagamento ao novo modelo de retenções na fonte”, segundo precisa o Ministério das Finanças.

De acordo com o relatório do OE2023, a mudança no mínimo de existência traduzir-se-á em 2023 numa redução do IRS em 200 milhões de euros, a que se soma a redução de 500 milhões e euros e imposto por via da atualização dos escalões e da redução da taxa marginal no segundo escalão.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 5 Dezembro 2022

No dia em que entra em vigor o embargo da UE ao crude russo, os preços dos combustíveis voltam a baixar em Portugal. Na Autoeuropa, trabalhadores votam proposta de aumento salarial de 5,2%.

A semana arranca com a entrada em vigor do embargo da União Europeia às importações de petróleo bruto russo, no mesmo dia em que os preços dos combustíveis em Portugal voltam a descer. Os trabalhadores da Autoeuropa votam a proposta de aumento salarial de 5,2% e os candidatos à reprivatização da Efacec têm até hoje para enviarem as manifestações de interesse à Parpública. Em Bruxelas, os ministros das Finanças dos países do euro deverão eleger o próximo presidente do Eurogrupo.

Afinal, combustíveis vão subir

Ao contrário do que se esperava, a revisão da carga fiscal sobre os combustíveis vai ditar um aumento dos preços dos combustíveis esta semana. A partir desta segunda-feira, o litro de gasóleo vai subir 1,8 cêntimos e o da gasolina 1,4 cêntimos, anulando as descidas da última semana e fixando os preços de ambos os combustíveis ao mesmo nível.

Entra em vigor embargo da UE a importações de petróleo russo

O embargo da União Europeia (UE) ao petróleo bruto proveniente da Rússia entra em vigor esta segunda-feira, dias depois de os 27 Estados-membros terem acordado na sexta-feira a imposição de um preço máximo de 60 dólares (cerca de 57 euros) para o barril de petróleo russo transportado por via marítima. A Agência Internacional de Energia (AIE) já avisou que este embargo vai acrescentar “mais pressão” sobre os mercados, especialmente no do gasóleo, que é “excecionalmente apertado”.

Donohoe reeleito presidente do Eurogrupo?

Os ministros das Finanças dos países do euro encontram-se esta segunda-feira em Bruxelas para uma reunião em que se espera que seja eleito o próximo presidente Eurogrupo – que já foi liderado pelo ex-ministro das Finanças Mário Centeno –, por maioria simples de pelo menos dez em 19 votos. Paschal Donohoe, ministro das Finanças da Irlanda e atual presidente do fórum informal dos titulares da pasta dos países do euro, foi o único a avançar com uma candidatura para o próximo mandato da presidência do Eurogrupo, que terá início em 13 de janeiro de 2023, por um período de dois anos e meio.

Último dia para candidatos à reprivatização da Efacec enviarem manifestação de interesse

Após o fracasso da venda da Efacec ao grupo DST, os potenciais candidatos à reprivatização da empresa devem enviar as manifestações de interesse à Parpública até às 17 horas desta segunda-feira. De acordo com os termos do ‘Anúncio de Reprivatização da Efacec’ publicado pela Parpública, as manifestações de interesse devem incluir “os documentos acessórios (em língua portuguesa ou inglesa) que o potencial interessado entenda servirem de suporte relativamente aos critérios de idoneidade e capacidade financeira constantes da Resolução do Conselho de Ministros n.º 107-A/2022 de 21 de novembro”.

Terminam referendos na Autoeuropa

Decorre hoje o segundo e último dia de referendos sobre a proposta para um aumento salarial extraordinário de 5,2% dos funcionários da Volkswagen Autoeuropa, acordado há uma semana entre a comissão de trabalhadores da fábrica de Palmela e a administração da empresa. Caso seja aprovado, o aumento salarial tem efeitos já a partir deste mês, substituindo o aumento de 2% que já estava previsto para janeiro de 2023.

(Notícia atualizada às 8h37 com indicação de que a revisão da carga fiscal fará subir os preços dos combustíveis)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Afinal, gasóleo sobe 1,8 cêntimos e gasolina 1,4 cêntimos

Quando chegar à bomba para abastecer deverá pagar 1,662 euros por litro de gasóleo simples ou por litro de gasolina simples 95. Subida dos combustíveis é ditada por revisão da carga fiscal.

A revisão da carga fiscal sobre os combustíveis vai ditar um aumento de preços esta semana. A partir desta segunda-feira, o litro de gasóleo vai subir 1,8 cêntimos e o da gasolina 1,4 cêntimos, anulando as descidas da última semana e fixando os preços de ambos os combustíveis ao mesmo nível.

O mercado, tendo em conta a cotação do brent e do mercado cambial, antecipava para esta semana uma descida de três cêntimos no gasóleo e de 1,5 cêntimos na gasolina. Mas, à semelhança do que acontece desde abril, no início do mês o Executivo procede à revisão da carga fiscal a aplicar sobre os combustíveis. Na sexta-feira, o Ministério das Finanças anunciou uma “redução do desconto do ISP em 3,9 cêntimos por litro de gasóleo e em 2,4 cêntimos por litro de gasolina”.

Em dezembro o Governo replica novamente o mecanismo aplicável no ISP equivalente a uma descida da taxa do IVA de 23% para 13% e o mecanismo de compensação por via de redução do ISP da receita adicional do IVA, decorrente de variações de preços dos combustíveis. A fórmula permitiu uma diminuição da carga fiscal de 27,3 cêntimos por litro de gasóleo e 24,7 cêntimos por litro de gasolina, no último mês do ano. Mas o efeito de mecanismo de compensação aplicado em dezembro leva, na prática, a um agravamento da carga fiscal, que sobe 4,8 cêntimos no litro de gasóleo e 2,9 cêntimos no de gasolina face a novembro.

Com esta revisão, a descida dos combustíveis antecipada na sexta-feira é, assim, anulada e tanto o diesel como a gasolina vão subir, interrompendo sete semanas consecutivas de descida de preços no primeiro caso e quatro no segundo. Reduções que já tinham permitido regressar a valores anteriores à invasão da Ucrânia pela Rússia.

Assim, quando chegar à bomba para abastecer deverá pagar 1,662 euros por litro de gasóleo simples ou por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na segunda-feira passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), e que já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras. Mas, recorde-se que os preços ao consumidor final podem diferir de um posto de abastecimento para outro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Candidatos à compra da Efacec sem acesso a contas

O processo de reprivatização da Efacec começa hoje (outra vez). Os candidatos à compra têm de apresentar manifestação de interesse, mas não conhecem as contas dos primeiros nove meses.

Os potenciais interessados na reprivatização da Efacec têm de apresentar manifestações de interesse até às 17h00 desta segunda-feira, mas não tiveram acesso às contas da empresa dos primeiros nove meses do ano, quando todos os sinais apontam para uma degradação face aos resultados do primeiro semestre, um prejuízo de 55 milhões de euros e em situação de falência técnica.

Como o ECO revelou em primeira mão, as negociações entre o Governo (via Parpública) e a construtora DST falharam ao fim de oito meses de negociações e isso determinou a abertura de um novo concurso de reprivatização. Primeiro com a resolução de conselho de ministros e depois com o anúncio, publicado pela Parpública num jornal. No primeiro, o Governo admite uma reestruturação da empresa, leia-se a venda da Efacec em partes, por exemplo, mas nas condições de reprivatização definidas em decreto-lei, o modelo é apenas de venda da participação acionista pública, que é de 71,73%. Com estes enquadramentos legais, mas sem contas, os candidatos a candidatos têm de apresentar manifestações de interesse na empresa.

As manifestações de interesse não são propostas formais de compra, são apenas a demonstração de interesse em avaliar um possível negócio. Mas isso exige também conhecer as contas da empresa em detalhe, nomeadamente custos com pessoal, dívida bancária e a fornecedores, contratos a prazo, entre outros indicadores. Quando o Governo iniciou o processo de reprivatização, Na segunda metade de 2020, mais de 30 empresas apresentaram manifestações de interesse, e depois apenas dez fizeram propostas não vinculativas.

O ministro da Economia, António Costa Silva, repete com assiduidade que há vários interessados na Efacec, mas a verdade é que no anterior concurso só uma empresa chegou a fazer uma proposta vinculativa, precisamente a DST, e exigia várias condições financeiras, nomeadamente a redução da dívida da empresa para 90 milhões de euros, quando já ultrapassa os 200 milhões. Agora, a situação económica e financeira da Efacec é mais difícil do que a que existia quando a empresa foi nacionalizada.

Nos primeiros seis meses do ano, registou um prejuízo líquido consolidado de 55 milhões de euros, uma degradação acelerada das contas em comparação com os resultados do mesmo período de 2021, quanto tinha apresentado um prejuízo de 15 milhões. De acordo com os números a que o ECO teve acesso, a Efacec estava mesmo, no final de junho, em situação de falência técnica, com o capital próprio negativo em 54 milhões de euros. A notícia é do ECO, e nunca obteve resposta da Efacec e ou acionista Estado. Em 2021, os prejuízos da Efacec foram superiores a 180 milhões de euros.

Ainda não há informação oficial sobre as contas da Efacec até outubro — que já deveriam ter sido aprovadas em conselho de administração da companhia –, mas duas fontes conhecedoras do negócio antecipam que a situação económica e financeira é agora pior. A Efacec deixou de ter acesso a garantias bancárias para se apresentar a concurso e neste momento terá fundos, basicamente, para o pagamento de salários.

O Governo, de qualquer forma, já se comprometeu a sustentar a Efacec até haver uma reprivatização, qualquer que venha a ser o modelo. A Parpública, que controla a participação do Estado na Efacec, vai propor ao Governo “medidas de reestruturação, incluindo as soluções possíveis, devidamente avaliadas, e, sendo o caso, os respetivos instrumentos jurídicos, que se revelem necessárias à concretização da venda”, pode ler-se na Resolução do Conselho de Ministros publicada em Diário da República. O objetivo é “manter o valor operacional do grupo e que permitam viabilizar condições” para a sua venda. Além disso, a Parpública deve ainda “assegurar a manutenção da atividade da empresa”, nomeadamente com apoios de tesouraria para que a empresa subsista até à conclusão da operação de reprivatização.

Desde que o Estado ficou com 71,73% do capital da empresa industrial, em julho de 2020, o Governo já injetou 165 milhões de euros em capital e garantias públicas a empréstimos bancários.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa Silva 2.0? Legislatura começa agora na Economia

Com um OE e fundos para executar e novos rostos nas secretarias de Estado, Banco de Fomento ou CMVM, empresários confiam que Costa Silva vai acelerar o passo e trazer “sentido de urgência" à economia.

Tomada de posse dos novos Secretários de Estado - 02DEZ22
António Costa Silva e Fernando MedinaHugo Amaral/ECO

“Eu, abaixo-assinado, afirmo solenemente, pela minha honra, que cumprirei com lealdade as funções que me são confiadas”. Foi a 30 de março que António José da Costa Silva tomou posse como ministro da Economia e do Mar. Oito meses depois, o “pai do PRR” que António Costa escolheu para suceder a Pedro Siza Vieira, num contexto de maioria absoluta, tem uma segunda oportunidade para causar uma primeira boa impressão, no fundo, para recomeçar a legislatura. Com a entrada de novos protagonistas, os fundos comunitários por executar e as medidas orçamentais que subscreveu, os empresários e gestores contactados pelo ECO acreditam num novo fôlego e pedem “sentido de urgência” para colocar a economia a crescer.

O ministro da Economia tem, desde logo, uma nova equipa no Palácio da Horta Seca. E desta vez escolhida pelo próprio. Ao sair vitorioso de um confronto que transpirou para a praça pública, provocado por divergências internas com João Neves e com Rita Marques — secretários de Estado que tinham transitado da última legislatura e que acabaram demitidos na semana passada –, Costa Silva foi recrutar um novo secretário de Estado da Economia (Pedro Cilínio) ao IAPMEI, organismo que continua num limbo diretivo — o presidente, Francisco Sá, está em regime de substituição desde fevereiro de 2021 –, enquanto a pasta do Turismo, Comércio e Serviços foi assumida pelo até agora deputado socialista Nuno Fazenda.

Tomada de posse dos novos Secretários de Estado - 02DEZ22
Pedro Cilínio já tomou posse como secretário de Estado da EconomiaHugo Amaral/ECO 2 dezembro, 2022

Pedro Siza Vieira, que tinha ido buscá-los para o Executivo, elogia os agora dispensados por terem estado “atentos às empresas e ligados ao mundo real”, mas admite que “o que funciona bem numa equipa não tem necessariamente de funcionar quando [ela] se altera”, apontando diferentes “hábitos de trabalho, modos de abordagem e formas de relacionamento”. E confirma que não tinha sido Costa Silva a escolhê-la. “[Há] vantagem em ser ele a escolher a composição da sua equipa e em haver uma relação original entre um ministro e os seus secretários de Estado. É uma recomposição que, se calhar, faz sentido”, afirmou no programa Bloco Central, da TSF.

A nossa expectativa é que o sentido de urgência para a mudança da nossa economia possa ganhar espaço nos centros de decisão.

Pedro Ginjeira do Nascimento

Secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal (BRP)

“A nossa expectativa é que com o PRR, a conclusão do PT2020 e a concretização do PT2030, e com as mudanças recentemente ocorridas em importantes organismos públicos e regulatórios – nomeadamente no Ministério da Economia, no Banco Português de Fomento, mas também na CMVM –, o sentido de urgência para a mudança da nossa economia possa ganhar espaço nos centros de decisão”, diz ao ECO o secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal. Pedro Ginjeira do Nascimento, porta-voz desta entidade que junta os 42 maiores grupos empresariais portugueses, prevê que 2023 será “desafiante” para a economia nacional, pelo que “torna-se ainda mais urgente não continuar a atrasar o crescimento do país”.

Pedro Ginjeira do Nascimento, secretário-geral da Associação Business Roundtable Portugal (BRP)

António Saraiva, presidente da CIP, espera igualmente que “a nova equipa que agora entra no Ministério da Economia concretize os planos anunciados e dê sequência e mais velocidade ao trabalho que estava a ser feito”. O mesmo deve acontecer, sublinha, com a nova liderança do Banco de Fomento, assegurada por Maria Celeste Hagatong (chairwoman) e Ana Carvalho (CEO): “Todos queremos que, desta vez, as decisões tomadas sejam executadas e o dinheiro possa chegar às empresas”, avisa o patrão dos patrões, em declarações ao ECO. Além disso, “o PRR e o Portugal 2030 têm também de chegar finalmente à economia real” e “uma boa execução do OE para 2023 é chave” para evitar que a economia portuguesa entre em recessão.

Apesar de não ter conseguido incluir na proposta orçamental a descida transversal do IRC que chegou a ser negociada com os patrões, o OE2023 traz várias medidas para as empresas, que o Executivo deve começar a aplicar a partir de 1 de janeiro. É o caso do benefício fiscal à subida dos salários, do novo incentivo à capitalização das empresas (ICE), da subida da majoração no regime fiscal de apoio ao investimento (RFAI), do incentivo fiscal à fusão de empresas ou do alargamento do reporte dos prejuízos fiscais, embora mais limitado após uma alteração do PS na especialidade.

Outra missão para Costa Silva, versão 2.0, é fazer com que mais de metade do pacote de apoio às empresas saia efetivamente do papel. É que o Governo anunciou há quase três meses um pacote de 1.400 milhões para as empresas, que visava ajudá-las a enfrentar o aumento dos preços da energia e dos custos de produção, mas algumas das medidas mais emblemáticas ainda não estão no terreno: a linha de crédito de 600 milhões de euros, as duas novas modalidades de apoio no gás natural em que o limite máximo de apoio pode ascender a dois ou cinco milhões de euros – ainda aguardam luz verde de Bruxelas – ou o programa de formação de 100 milhões, alternativo ao lay-off simplificado.

Os novos secretários de Estado não são, de todo, estranhos às áreas onde vão exercer o mandato, e foram escolhidos pelo próprio ministro. Não haverá desculpas para não serem tomadas as medidas necessárias à recuperação da competitividade da economia nacional.

Francisco Almada Lobo

CEO da Critical Manufacturing

Ainda assim, Francisco Almada Lobo, CEO da Critical Manufacturing, declara ao ECO que “serão necessárias mais do que as medidas pontuais que têm sido tomadas para combate aos efeitos da inflação, ou dos [fundos do] PRR que em grande parte têm ido parar ao setor público”, defendendo “medidas estruturais e [que] permitam aliviar as dificuldades do lado da oferta, sejam elas de competitividade ou simplificação fiscal, laboral e burocrática”. E para este período difícil, sublinha, “a equipa da Economia tem de ser coesa”.

Francisco Almada Lobo, cofundador e CEO da Critical Manufacturing

“Independentemente do que foi considerado um bom desempenho dos secretários de Estado cessantes, em especial por terem sido exercidos num período tão difícil, tem de haver um alinhamento total de posições com o ministro que os tutela. Os novos secretários de Estado não são, de todo, estranhos às áreas onde vão exercer o mandato, e foram escolhidos pelo próprio ministro. Não haverá desculpas para não serem tomadas as medidas necessárias à recuperação da competitividade da economia nacional”, resume o líder da fabricante de produtos de software de gestão da produção, automação e analítica, que emprega mais de 300 pessoas na Maia e é detida pela gigante de Singapura ASM.

Após a renovação da equipa é fundamental centrar o foco do Governo e, em particular, do Ministério de economia, no desenvolvimento de projetos estruturantes que alavanquem a economia portuguesa.

Victor Marinheiro

Diretor-geral da Molaflex

Victor Marinheiro, diretor-geral da Molaflex, histórica fabricante de colchões de Santa Maria da Feira, concorda que “após a renovação da equipa é fundamental centrar o foco do Governo e, em particular, do Ministério de Economia, no desenvolvimento de projetos estruturantes que alavanquem a economia portuguesa, centrada nas energias limpas, em exportações de valor acrescentado e ainda no desenvolvimento das competências tecnológicas do país”.

“O que gostaria de ver era estabilidade, quer no Governo, quer nas instituições, e um grande foco no crescimento, que é o que mais falta faz à economia portuguesa. Também gostaria de ver uma reforma fiscal orientado à atração do investimento, nacional e internacional, particularmente na redução do IVA para a construção nova e do IRC para as empresas”, contrapõe Carlos Vasconcellos, founding partner da Albatross-Quantico, holding com participações centradas no imobiliário, como o projeto nos terrenos do antigo estádio das Antas.

Carlos Vasconcellos, fundador e presidente da Albatross-Quantico

Ora, parte significativa dos instrumentos que podem alavancar a transformação económica e este ímpeto reformista — como os apoios à capitalização que têm estado bloqueados –, dependem da nova chefia do Banco de Fomento, que António Costa Silva foi contratar à COSEC para suceder a Beatriz Freitas, outra escolha do seu antecessor. No discurso da tomada de posse, realizada na Porto Business School e que contou com a presença do primeiro-ministro e do ministro da Economia, a antiga administradora do BPI, Celeste Hagatong, deixou seis orientações claras.

  • O grande desafio a curto prazo será “responder com sucesso e eficiência à estruturação e distribuição dos instrumentos de apoio à economia, nomeadamente os decorrentes do PRR e do InvestEU”, exigentes em termos de prazos de implementação.
  • Continuar a identificar e colmatar as falhas que se verificam no mercado financeiro para dar resposta adequada às empresas.
  • Dar prioridade à transferência para o banco da totalidade das atribuições da Agência de Crédito à Exportação, atualmente desenvolvidas em parte pela COSEC. Isto porque “interessa promover” a atividade de seguros de crédito à exportação para países de risco.
  • Revisão de todos os procedimentos internos para aumentar a eficiência com que os apoios chegam às empresas, “em especial nos novos produtos a lançar”.
  • Colocar o Banco de Fomento no século XXI em termos tecnológicos, o que “obrigará a investimentos significativos a curto prazo nesta área”.
  • “Desenvolver os melhores esforços” para que os empréstimos já contratados com o Grupo BEI, com prazos significativamente longos, possam ser canalizados “o mais rapidamente possível” para apoiar empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Startups em Lisboa já levantaram 333 milhões este ano

Mesmo ao nível de early stage, o montante recolhido pelo ecossistema está em alta. Até ao momento, já atingiu os 114 milhões de euros, aponta a Dealroom.

O ano de 2022 ainda não fechou e o ecossistema de startups em Lisboa já levantou este ano 333 milhões de euros, valor substancialmente acima dos 96,8 milhões de euros levantados em todo o ano passado, de acordo com o estudo “The State of Lisbon’s Startup Ecosystem 2022”, produzido pela Dealroom para a Câmara Municipal de Lisboa/Made of Lisboa, a que o ECO teve acesso. Globalmente, o ecossistema vale 21,4 mil milhões de euros.

Apesar do arrefecimento no mercado de capitais, o ecossistema de startups em Lisboa já levantou 333 milhões de euros, o valor é “3,2 vezes mais do que em 2021 e representa um novo recorde de investimento de fundos nas startups sedeadas em em Lisboa”, aponta o estudo.

O pico em termos de investimento recolhido pelo ecossistema de startups de Lisboa – composto por mais de 1.400 startups fundadas, com sede ou com presença na Área Metropolitana de Lisboa –, deve-se, sobretudo, ao facto de algumas startups terem levantado as suas primeiras rondas acima da série C. Só a Power Dot levantou 150 milhões e a FRVR obteve 69 milhões de euros em financiamento, elenca a Dealroom.

Mas mesmo ao nível de early stage, o montante recolhido pelo ecossistema está em alta. Até ao momento, já atingiu os 114 milhões de euros, segundo os dados da Dealroom, valor acima dos 97 milhões levantados em 2021.

As startups de impacto em Lisboa levantaram igualmente um valor recorde este ano, 7,8 milhões de euros, mais 3,1 vezes do que em 2020.

Neste movimento, os fundos de investimento internacionais têm tido um papel cada vez significativo no ecossistema, sendo responsáveis por mais de 80% do total de investimento e por mais de metade (70%) do total de rondas este ano.

Mas os investidores locais – como a Shilling, Indico, Maze, Faber, Alpac, Armilar – têm vindo a ganhar relevância, tendo já levantado 77 milhões em novos fundos este ano, aponta a Dealroom.

E onde investem os fundos? A Dealroom compilou os números desde 2018 e chegou a uma conclusão: Foodtech (34), Fintech (34) e Health (28) lideram em número de rondas. Seguem-se Media (25), Travel (22) e Marketing (22), Transportation (19) e Gaming (17).

Lisboa pesa mais de metade do ecossistema tech

Estima-se que o ecossistema tech em Portugal vale mais de 32 mil milhões este ano, com Lisboa a representar 67% desse valor.

Globalmente, o ecossistema startup de Lisboa já vale 21,4 mil milhões, com 90% desse valor a ter origem em companhias fundadas em Lisboa, mas que já não estão sedeadas na cidade, como é o caso da Outsytems e da Talkdesk. Só as duas unicórnios representam 87% desse valor.

O valor das startups fundadas em Lisboa “cresceu cerca de vezes desde 2018, valor mais elevado do que outros ecossistemas da Europa do Sul, Central e do Leste”, refere a Dealroom.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nova clínica da CUF já começou a tratar da saúde aos utentes no Montijo

Grupo de saúde inaugura clínica no Montijo, que vai funcionar em articulação com a CUF Descobertas. Parte dos trabalhadores vêm da antiga "Clinica do Montepio".

A partir desta segunda-feira, o Montijo passa a contar com uma nova unidade de cuidados de saúde da CUF. Abrem as portas da nova clínica, resultado de um investimento de dez milhões de euros por parte do grupo privado do setor da Saúde.

A Clínica CUF Montijo fica junto à Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos e abrange uma área superior a 1.500 metros quadrados, de acordo com números da empresa. Conta, desde já, com 120 trabalhadores e vai funcionar “em estreita articulação com o Hospital CUF Descobertas”, que se localiza em Lisboa, no Parque das Nações.

Entre os funcionários estão “os trabalhadores que transitam da União Mutualista Nossa Senhora da Conceição”, indicou a Câmara Municipal do Montijo. Essa outra unidade de saúde, que era conhecida localmente por “Clínica do Montepio”, vai passar a ser um lar, segundo o jornal local O Setubalense.

Citado num comunicado, o presidente da comissão executiva da empresa, Rui Diniz, declara que “o reforço da presença da rede CUF na região sul do Tejo vem alargar a oferta e diferenciação dos cuidados de saúde no distrito de Setúbal”. Isto numa altura em que o grupo dá também os primeiros passos para a instalação de outra nova clínica na margem sul, a Clínica CUF Barreiro, noticiou o ECO em setembro.

De volta ao Montijo, as novas instalações da CUF têm “mais de 30 gabinetes”, sendo disponibilizado “atendimento médico, cuidados de enfermagem e meios complementares de diagnóstico”. “A nova clínica CUF providencia consultas em várias especialidades médicas e cirúrgicas”, incluindo Medina Geral e Familiar, Pediatria, Ginecologia-Obstetrícia, Oftalmologia e Medicina Dentária.

“Para situações de saúde inesperadas, a Clínica CUF Montijo tem disponível a consulta sem marcação de Medicina Geral e Familiar, todos os dias úteis, das 8h00 às 21h00, e aos sábados das 9h00 às 13h00”, acrescenta o grupo num comunicado. No exterior, a unidade conta com um parque de estacionamento com capacidade para 99 viaturas.

Segundo O Setubalense, dos 120 trabalhadores, 45 são funcionários que transitam da “Clínica do Montepio”. O jornal recorda que, em 2018, a Mutualista cedeu ao Grupo Mello, dono da CUF, as convenções e acordos que tinha na área dos serviços de saúde e todo o pessoal a feto à clínica.

A inauguração da clínica no Montijo acontece quase dois meses depois de a CUF ter inaugurado o novo Hospital CUF no Porto. A abertura deu-se a 14 de outubro, num projeto que também criou 120 postos de trabalho, num investimento de 11 milhões. Feitas as contas, a rede CUF passa agora a contar com 21 hospitais e clínicas em 14 municípios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pela primeira vez, há cinco escolas de gestão portuguesas entre as melhores da Europa

A Nova SBE volta a ser a escola nacional melhor classificada, mas a Católica está cada vez mais perto. O pódio nacional fica completo com a PBS. ISEG e Iscte fecham a presença nacional.

Nova SBE, Católica Lisbon School of Business and Economics, Porto Business School, ISEG e Iscte Business School são as cinco escolas portuguesas que fazem parte do top 95 das melhores escolas de gestão da Europa, realizado pelo Financial Times (FT), e divulgado esta segunda-feira. Com cinco escolas distinguidas, Portugal integra, agora, o top 3 dos países europeus mais bem representados neste ranking, apenas ultrapassado pela França e Reino Unido. E, além de ser a primeira vez que há cinco portuguesas a marcar presença, todas melhoraram a sua prestação.

A Nova SBE volta a ser a escola nacional melhor classificada, ocupando, nesta edição, o 24.º lugar, e a Católica está, agora, mais perto, no 27.º lugar. O pódio nacional fica completo com a Porto Business School. o ISEG estreia-se neste ranking em 2022, e o ISCTE encerra a presença nacional.

“Na Nova SBE estamos muito satisfeitos com este resultado que é a consolidação do trabalho que temos vindo a fazer nos rankings. É com grande satisfação que somos já cinco escolas portuguesas a figurar no ranking, o que demonstra a excelente qualidade do ensino em Portugal”, destaca Daniel Traça, dean da Nova SBE, citado em comunicado.

A universidade – que, em breve, passará a ser liderada por Pedro Oliveira, que sucede a Daniel Traça depois de oito anos de mandatoé a única portuguesa a figurar no top 25. A conquista, que representa uma subida de três posições, “confirma o trajeto ascendente da Nova SBE no contexto internacional e mantém a sua liderança em Portugal”, defende a universidade.

Entre os critérios avaliados, a business school pontua especialmente bem no que toca à oferta de mestrados. Em 2022 tornou-se na primeira escola portuguesa no top 15 mundial com os seus dois mestrados nos rankings do Financial Times “Mestrado Internacional em Finanças” (11ª. posição mundial e 9ª. a nível europeu) e “Mestrado Internacional em Gestão” (15ª. posição mundial e que representou uma subida de oito posições na classificação).

De destacar ainda a classificação obtida no ranking internacional de formação de executivos do FT, que, em maio de 2022, colocou a Nova SBE no 22º. lugar mundial, ascendendo 20 posições.

A Católica Lisbon School of Business and Economics também escalou na lista, tendo passado do 29.º para o 27.º lugar. “É motivo de orgulho estarmos a subir de forma consistente no ranking das melhores business schools europeias e prestigiarmos Portugal com uma das escolas mais internacionais na Europa. Sermos destacados pelo Financial Times como uma das escolas topo da Europa desde 2007 é para nós motivo de grande satisfação”, começa por dizer Filipe Santos, diretor da Católica Lisbon School of Business & Economics.

“A Católica Lisbon, que celebra este ano o seu 50º aniversário, é um hub de atração de talento de docentes e alunos de nível mundial, um gerador de conhecimento de ponta em economia e gestão, e uma verdadeira rampa de lançamento para uma carreira de sucesso com verdadeiro impacto na sociedade”, conclui.

De facto, neste ranking, a Católica é a escola mais internacional do país, tanto ao nível do corpo estudantil como do corpo docente. Quase 40% dos professores são oriundos de países tão distintos como Alemanha, Itália, Espanha, Bélgica, Holanda, Grécia, França, Brasil e Ucrânia, e há 70% de alunos internacionais de mais de 60 nacionalidades a frequentar os mestrados desta instituição de ensino. É de destacar ainda que os seus programas de formação executiva para empresas são os 12.º melhores da Europa.

PBS completa o pódio

A fechar o pódio está a Porto Business School (PBS), que foi considerada o 59.º melhor escola de negócio europeia, tendo subido sete lugares em comparação com o ano passado. A classificação da Escola de Negócios da Universidade do Porto deve-se, sobretudo, aos resultados alcançados nas categorias de executive education, onde ocupa as 28ª e 34ª posições na formação para executivos custom e open, respetivamente, e executive MBA, onde alcançou a 59ª posição.

“É um orgulho continuar a marcar presença num ranking tão prestigiado como o do Financial Times. Num contexto marcado pela incerteza e pela constante transformação, é muito gratificante ver que a Porto Business School reforça o seu papel enquanto referência internacional na área da formação em gestão”, garante Ramon O’Callaghan, dean da Porto Business School.

É de referir que, ao contrário de outras escolas presentes no ranking, a Porto Business School compete em apenas duas das quatro categorias que contribuem para esta classificação. Tendo em consideração a estreita colaboração entre a PBS e a Faculdade de Economia da Universidade do Porto, as duas entidades aparecem nomeadas conjuntamente para efeitos de ranking do Financial Times (University of Porto | FEP-PBS).

ISEG estreia-se. Iscte escala 10 posições

Já o ISEG – Lisbon School of Economics and Management é a única portuguesa que não é repetente neste ranking. Estreia-se este ano e faz aumentar para cinco o número de escolas nacionais distinguidas. Além disso, entre as escolas europeias que se estrearam este ano, é a melhor classificada, ocupando o 65.º lugar.

“Depois da estreia do ISEG no ranking da formação de executivos e da consolidação da posição do master in Finance no ranking de mestrados em finanças, a entrada para a elite das business schools da Europa é uma excelente notícia que confirma o percurso notável que o ISEG tem vindo a fazer na qualidade e na internacionalização do ensino e da investigação”, acredita o presidente João Duque.

“Neste início de mandato, o legado de crescimento da notoriedade internacional do ISEG traz-me uma responsabilidade acrescida. Assumimos o compromisso de consolidar o esforço que a escola tem feito para oferecer a melhor formação aos alunos, assente numa cultura de inovação e excelência e na internacionalização dos mestrados e da formação executiva, para garantir que atraímos os melhores alunos, em Portugal e no mundo”, acrescenta.

O ISEG destaca-se, especialmente, pela sua classificação no ranking de executive MBA, em que o ISEG MBA obteve a 62.ª posição a nível europeu, e nos rankings de executive education, em que tanto os programas abertos como os programas customizados do ISEG Executive Education entraram diretamente para o top 35 ao nível europeu.

A presença nacional só fica completa com o Iscte. Apesar de ser a escola portuguesa com a classificação mais baixa (67.º lugar), foi aquela que mais escalou na tabela, tendo conseguido subir dez patamares face ao ano passado. À semelhança do ISEG, o Iscte pontuou especialmente bem no ranking de executive MBA (60.º lugar). Além disso, é a 61.ª escola com o melhor mestrado internacional em Gestão.

“Os excelentes resultados alcançados demonstram a nossa capacidade de desenvolvimento e de inovação, consolidando a reputação internacional da Iscte Business School. A subida de dez posições reflete o nosso compromisso com os estudantes, docentes e parceiros, consolidando a reputação internacional da Iscte Business School como uma escola de referência para aqueles que procuram um ensino de excelência”, afirma Maria João Cortinhal, diretora da instituição.

“Os resultados alcançados demonstram a nossa capacidade de inovação e inspiram-nos a continuar a desenvolver oferta formativa de excelência, bem como a apostar na qualidade do corpo docente”, completa a diretora.

HEC Paris lidera novamente

A nível europeu, o primeiro lugar do pódio pertence, uma vez mais, à HEC Paris, em França. A London Business School, no Reino Unido, e a ESCP Business School, com campus em França, Alemanha, Itália, Polónia, Espanha e Reino Unido, completam o top 3.

O ranking das business schools europeias do Financial Times avalia um total de 95 organizações e baseia-se nas pontuações globais que cada escola obteve para cada classificação nos seguintes rankings do Financial Times: mestrado em Gestão, formação de executivos, MBA e EMBA.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montenegro critica aumento do ISP. “Medida injusta”

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2022

O Governo aumentou o ISP, o que impediu a descida dos combustíveis a partir desta semana.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, criticou o aumento do Imposto sobre os Produtos Petrolíferos (ISP), considerando que esta é uma “medida injusta” e que tem tido um “duplo efeito fiscal”. À saída de uma missa pelo 42.º aniversário da morte de Francisco Sá Carneiro, Adelino Amaro da Costa e acompanhantes na queda do avião em que seguiam, Luís Montenegro foi questionado pelos jornalistas sobre a decisão tomada pelo Governo na sexta-feira de reduzir o desconto no ISP este mês devido à queda dos preços.

Desde que se iniciou esta espiral de aumento do preço dos combustíveis que relembrámos que o Governo do PS uma das primeiras medidas que tomou quando iniciou funções há sete anos foi aumentar o ISP”, criticou em declarações proferidas à saída da Basílica da Estrela.

Para o líder do PSD, esta é “uma medida injusta, uma medida que atinge todos por igual, uma medida que atinge não só o cidadão comum como a própria dinâmica empresarial da economia”. “Ao longo do último ano, o que tem acontecido é que os sucessivos aumentos do ISP têm um duplo efeito fiscal: é esse imposto que sobe e é o IVA que sobe sobre o preço que inclui esse imposto”, referiu.

O PSD, de acordo com o seu líder, teve “ocasião muitas vezes de instar o Governo a tomar medidas no sentido de diminuir o ISP” e de “propor a diminuição do IVA dos combustíveis como da energia”.

“Infelizmente o caminho do Governo tem sido sempre este e tal como dizia há pouco, Francisco Sá Carneiro, quando definiu a matriz social-democrata do PSD tinha como grande finalidade que o Estado servisse os cidadãos e que o Estado desse aos cidadãos mais do que lhes pede. Ora, é exatamente o contrário do que faz hoje o PS”, comparou.

Na análise de Montenegro, o PS “tira aos cidadãos a maior parte da riqueza que eles criam, tira às empresas a maior parte da riqueza que elas criam e oferece em contrapartida o abandono pelos serviços públicos essenciais, como hoje infelizmente os portugueses sentem na saúde, na educação, no acesso à cultura, ao desporto”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mapfre Re amplia capital em 250 milhões

  • ECO Seguros
  • 4 Dezembro 2022

O Conselho de Administração da Mapfre anunciou um aumento de capital de 250 milhões de euros. A operação visa reforçar o balanço da Mapfre Re.

Maior capacidade de resseguros para os clientes e capitalização em condições favoráveis foram as motivações para a injeção de 250 milhões de euros na resseguradora Mapfre Re, uma aposta do Conselho de Administração do Grupo.

“É necessária a presença de operadores solventes com vocação para o serviço a longo prazo”, disse o CEO da Mapfre Re, Eduardo Pérez de Lema.

Excedentes resultantes do fecho de recentes negócios de bancassurance da Mapfre são a fonte de financiamento para o aumento de capital, que será reunido internamente.

Reforçar o balanço da Mapfre Re, expandir a capacidade de oferta e obter maior flexibilidade para estruturar as suas proteções de seguro são os objetivos que moveram a decisão. O Grupo visa facilitar o crescimento das suas unidades com maior potencial e melhorar a rentabilidade da resseguradora.

“Vamos ter mais capacidade para dar cobertura aos negócios dos nossos clientes numa altura em que é necessária a presença de operadores solventes com vocação para o serviço a longo prazo, o que nos permitirá crescer numa altura de melhores condições técnicas no mercado, mantendo a nossa tradicional gestão prudente do negócio,” explicou Eduardo Pérez de Lema, CEO da Mapfre Re.

A unidade de resseguros da Mapfre é, atualmente, o segundo maior contribuinte para os ganhos do Grupo, e uma das bases das operações em Espanha. Durante os últimos 15 anos, a Mapfre Re contribuiu com lucros acumulados, após impostos, de mais de 1,7 mil milhões de euros para o seu grupo base.

No mesmo período, a empresa registou um ROE médio próximo dos 11% e um rácio líquido combinado médio de 96%, apesar de incluir anos de elevados sinistros decorrentes de catástrofes naturais no setor dos resseguros.

Uma vez concluído o período de subscrição das novas ações, a Mapfre estima que a sua participação na Mapfre Re irá aumentar até 94,43%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.