Rússia vai retomar participação no acordo de exportação de cereais

  • Joana Abrantes Gomes
  • 2 Novembro 2022

Quatro dias depois de ter suspendido a sua participação na exportação de cereais através do mar Negro, Moscovo volta atrás na palavra e anuncia que vai retomar o seu papel na implementação do acordo.

A Rússia vai retomar a sua participação no acordo que permite à Ucrânia exportar cereais através do mar Negro, depois de, no passado fim de semana, ter suspendido o seu papel no acordo, anunciou esta quarta-feira o Ministério da Defesa russo.

A Federação Russa considera que as garantias recebidas até ao momento parecem ser suficientes para retomar a implementação do acordo“, disse o Ministério da Defesa, em comunicado citado pela agência Reuters.

Moscovo tinha anunciado no último sábado a suspensão da sua participação no acordo de exportação de cereais ucranianos a partir do mar Negro, depois de acusar Kiev de ter atacado a sua frota na Crimeia com 16 drones.

A decisão anunciada esta quarta-feira acontece na sequência de um telefonema, na terça-feira, entre o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdoğan, que, a par com a Organização das Nações Unidas (ONU), foi um dos responsáveis pela negociação do acordo em julho.

No comunicado, o Ministério da Defesa da Rússia admite que é graças à ONU e à Turquia que foi possível obter garantias escritas da Ucrânia de que não utilizaria o corredor humanitário e os portos ucranianos para conduzir operações militares contra Moscovo.

Apesar da mudança de posição do Kremlin, os navios continuaram a exportar cereais a partir dos portos ucranianos, registando um volume recorde na segunda-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aliança Pro Bono: 16 sociedades de advogados ajudam com serviços gratuitos

A Advocatus foi conhecer a nova rede informal, a Aliança Pro Bono, um movimento de advogados que pretende apoiar gratuitamente o acesso à Justiça e reduzir as desigualdades entre os cidadãos.

Foi no final de 2019 que a Aliança Pro Bono foi apresentada pela primeira vez, em Lisboa, no âmbito do primeiro Pro Bono Day Portugal, uma iniciativa inserida na European Pro Bono Week. Este projeto nasceu da “convicção” e “vontade” partilhada entre vários advogados de “concertar” a oferta de serviços jurídicos pro bono entre advogados, para dar uma melhor e mais organizada resposta às necessidades de apoio jurídico pro bono existentes em Portugal.

“A Aliança Pro Bono surge assim como uma rede informal, mas organizada, de advogados para aumentar a capacidade de resposta às solicitações de apoio jurídico pro bono recebidas que ultrapassavam (e ultrapassam) largamente a oferta de pro bono legal existente em Portugal”, explicou à Advocatus Maria Folque, da Vieira de Almeida, em representação da Aliança Pro Bono.

O projeto procura ter um “impacto positivo” na sociedade, melhorando o acesso à justiça e a serviços jurídicos de qualidade por parte de todos, incluindo aqueles sem meios financeiros para suportar os custos associados aos mesmos. A Aliança Pro Bono pretende assim aumentar a capacidade de resposta às necessidades de apoio jurídico. Para tal identificam um advogado com disponibilidade, conhecimentos e experiência adequada ao caso concreto que assumirá o caso. Pretendem ainda reduzir as desigualdades em “tempos em que as injustiças sociais se vêm acentuadas no nosso país”.

“A Aliança Pro Bono pretende contribuir para a efetivação dos direitos daqueles que não sendo beneficiários da proteção jurídica estadual, no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais, se encontrem em situação de necessidade de aconselhamento jurídico ou patrocínio judiciário e verificada carência económica, melhorando o acesso à justiça, através da prestação de serviços jurídicos gratuitos e de qualidade, prestados pelos seus membros”, reforçou Maria Folque.

Maria Folque, Aliança Pro Bono

A Aliança Pro Bono procura assim dar resposta ativa à prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da ONU – Organização das Nações Unidas, em concreto ODS 10 (Reduzir as Desigualdades), ODS 16 (Paz, Justiça e Instituições Eficazes) e ODS 17 (Parcerias para a Implementação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável).

Mas como é feita a atribuição de um advogado a um caso concreto? A resposta é simples. Este movimento funciona através de um sistema de referenciação cruzada (cross-referrals) entre membros e, em alguns casos, por parte de parceiros/instituições sociais relevantes. A Aliança Pro Bono está organizada em agrupamentos legais (clusters), que correspondem a diferentes áreas de prática do direito, incluindo, família e sucessões, imigração e nacionalidade, laboral, fiscal, contencioso e insolvência, penal e contraordenacional, entre outros.

Assim, quando recebem um pedido de apoio pro bono, esse pedido é reencaminhado para o cluster apropriado, sendo a regra para alocação do caso a da prioridade por ordem de chegada da resposta/disponibilidade para seguimento do pedido de apoio jurídico pro bono.

"Quanto maior for esta rede, maior será o potencial de impacto para mitigar as necessidades de acesso à justiça e a serviços jurídicos de qualidade em Portugal.”

Maria Folque

A Aliança Pro Bono destina-se a cidadãos e organizações que necessitem de apoio jurídico e que, não sendo beneficiários da proteção jurídica estadual no âmbito do Sistema de Acesso ao Direito e aos Tribunais, não tenham os meios que lhes permitam assegurar o pagamento de honorários para ter acesso a serviços jurídicos adequados.

“Importa esclarecer que a Aliança Pro Bono não recebe pedidos de apoio jurídico pro bono de forma direta, através do seu site ou outros meios de comunicação institucional, sendo antes uma rede informal de advogados que dão seguimento apenas a pedidos recebidos e validados por outros membros, e que por qualquer motivo, seja ele (in)disponibilidade no momento ou especialidade técnica, não os podendo aceitar, reencaminham-nos para a Aliança, ou, em alguns casos, através de parceiros/instituições sociais relevantes, com capacidade para confirmar a credibilidade e o mérito do beneficiário e do pedido, previamente ao seu reencaminhamento aos membros da Aliança Pro Bono”, assegurou Maria Folque.

Atualmente, a equipa é composta por 23 membros, sendo a gestão e coordenação dos pedidos recebidos e das reuniões entre membros assegurada pelo secretariado executivo da Aliança Pro Bono que, em 2022, integrou a Serra Lopes, Cortes Martins & Associados e a Vieira de Almeida & Associados, tendo a comunicação institucional sido liderada pela Cerejeira Namora, Marinho Falcão Advogados. Para além dos seus 23 membros, a Aliança conta ainda com o apoio pro bono da Softway Web Professionals, que é uma empresa de web design e web development.

Para fazer parte desta rede, basta ser advogado ou advogado estagiário, com cédula ativa junto da Ordem dos Advogados, em nome individual ou em representação de uma firma de advogados ou departamento jurídico de empresa.

Neste momento são membros da Aliança Pro Bono 16 sociedades de advogados de pequena, média e grande dimensão, cinco advogados em prática individual e ainda dois departamentos jurídicos de grandes empresas em Portugal. Tendo em conta que o projeto funciona, principalmente, através de um sistema de referenciação cruzada entre membros, temos consciência que quanto maior for esta rede, maior será o potencial de impacto para mitigar as necessidades de acesso à justiça e a serviços jurídicos de qualidade em Portugal”, notou Maria Folque.

Até ao momento o feedback recebido tem sido muito positivo, tanto por parte dos advogados como por parte dos beneficiários. À Advocatus, Maria Folque referiu que os advogados veem esta rede como uma oportunidade de exercício ativo de cidadania, que lhes faz ainda mais sentido quando pensam que são “intermediários indispensáveis no acesso à justiça”.

Desde o início da Aliança Pro Bono em 2019, foram distribuídos cerca de 10 casos pro bono, tendo a Aliança já estado representada nos dois dias Pro Bono Portugal e dinamizado três iniciativas internas de apoio concertado e de colaboração com ONG’s. Com o fim da pandemia, estando agora os processos de funcionamento criados e consolidados e com a apresentação oficial deste movimento, esperamos ver crescer a nossa rede de membros para assim chegarmos cada vez a mais pessoas e organizações com impacto significativo, por um melhor acesso à justiça em Portugal! Se é advogado ou advogado estagiário… junte-se a nós “, concluiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PortoBay Hotels & Resorts oferece passe social aos colaboradores

A medida pretende incentivar o uso de transportes públicos, bem como ajudar as pessoas a suportarem o aumento do custo de vida.

O PortoBay Hotels & Resorts decidiu assumir a despesa mensal de transporte público de todos os seus colaboradores em Portugal. A medida pretende incentivar o uso dos transportes públicos, bem como ajudar os funcionários a suportarem o aumento do custo de vida.

Esta é uma iniciativa que “vai ao encontro do compromisso sustentável de PortoBay e, simultaneamente, é uma forma de apoiar aos nossos colaboradores no sentido de reduzir os efeitos da subida da inflação e aumento do custo de vida”, afirma António Trindade, CEO do grupo PortoBay, em comunicado.

Com esta medida, o grupo hoteleiro pretende, por um lado, eliminar os custos mensais de passe social dos colaboradores que já utilizam os transportes públicos e, por outro, incentivar a utilização deste tipo de meio de transporte mais sustentável, junto de quem recorre a transporte particular para se deslocar para o local de trabalho.

O grupo PortoBay Hotels & Resorts tem 12 hotéis em Portugal, distribuídos por Porto, Lisboa, Algarve e Madeira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portuguesa Indico tem mais 25 milhões para investir em startups

Sociedade de capital de risco lança novo fundo para apoiar empresas que já estejam no seu portefólio. Investimento máximo por cada startup duplica para dez milhões de euros.

A Indico Capital Partners tem mais 25 milhões de euros para investir em startups. A sociedade de capital de risco portuguesa lançou um novo fundo, o Opportunity Fund, que vai injetar até cinco milhões de euros adicionais nas empresas que já pertencem ao seu portefólio. A Indico, com este novo fundo, poderá investir entre 100 mil e dez milhões de euros por cada startup, desde a fase pre-seed (pré-semente).

“Temos tido o privilégio de ter o apoio de investidores individuais e institucionais do todo o mundo desde 2019, tanto portugueses como estrangeiros. O abrandamento do mercado era esperado há alguns anos e o nosso portefólio encontra-se, de um modo geral, numa boa posição para enfrentar as condições atuais. O lançamento do Opportunity Fund no mercado atual é perfeito, uma vez que nos dá maior possibilidade de apoiar um grupo limitado das nossas empresas mais promissoras”, salienta o presidente do conselho de administração da Indico, Stephan Morais.

Com este novo fundo, a Indico passa a ter um total de 141 milhões de euros em fundos para investir em startups: 91 milhões para empresas tecnológicas e 50 milhões para empresas ligadas à economia azul. Desde 2019, a Indico já colocou mais de 36 milhões de euros em 29 empresas. O portefólio da sociedade de capital de risco portuguesa já angariou um total de 1,7 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços do gás natural disparam mais de 5%, para 123 euros por MWh

  • Joana Abrantes Gomes
  • 2 Novembro 2022

Desempenho acontece numa altura de procura moderada, face às temperaturas anormalmente amenas que se têm registado nesta época do ano.

Os preços do gás natural na Europa estão a recuperar das perdas dos últimos dias, numa altura em que os comercializadores pesam o potencial de redução da oferta no inverno face às temperaturas anormalmente quentes e uma procura moderada.

O contrato Dutch TTF Gas para entrega em dezembro está esta manhã a subir 5,86%, para 123,05 euros por MWh, depois de ter caído 5,8% na terça-feira. Nos últimos cinco dias acumulou uma queda de 8,03%.

Evolução dos preços do gás natural nos últimos três meses. Fonte: Barchart

Para as próximas duas semanas, esperam-se temperaturas acima do normal na maior parte da Europa ocidental, enquanto o sudeste do continente deverá ter condições mais frias. Estas circunstâncias têm atrasado a procura por aquecimento e reduzido o consumo de gás por parte das indústrias, o que tem proporcionado algum alívio.

As reservas de gás europeias estão quase 95% cheias, servindo como amortecedor para quando o tempo se tornar mais frio. Ainda assim, os decisores políticos estão a ponderar mais medidas para salvaguardar os mercados de potenciais riscos em meses mais frios.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

MAI anuncia reestruturação do SEF em 2023

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

José Luís Carneiro avançou que no próximo ano vai "concretizar-se a reestruturação do SEF, que permite separar as funções policiais de controlo e de gestão de fronteiras e as funções administrativas".

O ministro da Administração Interna anunciou hoje no parlamento que a reestruturação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) vai concretizar-se no próximo ano.

Durante a apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), José Luís Carneiro avançou que no próximo ano vai “concretizar-se a reestruturação do SEF, que permite separar as funções policiais de controlo e de gestão de fronteiras e as funções administrativas de acolhimento, de integração de imigrantes e de asilo”.

No âmbito da extinção do SEF, que foi adiada até à criação da Agência Portuguesa para as Migrações e Asilo (APMA), as competências policiais do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras vão passar para a PSP, GNR e Polícia Judiciária, enquanto as atuais atribuições em matéria administrativa relativamente a cidadãos estrangeiros passam a ser exercidas pela APMA e Instituto dos Registos e do Notariado.

A extinção do SEF foi decidida pelo anterior Governo e aprovada na Assembleia da República em novembro de 2021, tendo já sido adiada por duas vezes.

O ministro deu também conta de que em 2023 vai concretizar-se “o desenvolvimento e implementação da interoperabilidade de sistemas de controlo de fronteiras no contexto do Sistema de Informação Schengen de Segunda Geração.

Também no próximo ano, segundo José Luís Carneiro, vão ser feitas “as adaptações tecnológicas necessárias à entrada em funcionamento do Sistema de Entradas e Saídas e do Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagem”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dívida pública cai para 120,5% do PIB, abaixo da pandemia

Dívida pública baixou para o rácio mais baixo desde o primeiro trimestre de 2020, ou seja, desde a pandemia. E deverá cair para 115% até final do ano, segundo as contas do Governo.

A dívida pública caiu no terceiro trimestre para um valor equivalente a 120,5% do Produto Interno Bruto (PIB), atingindo valores abaixo dos registados antes da pandemia, de acordo com o Banco de Portugal. O rácio deverá cair para 115% do PIB no quarto trimestre, segundo o Governo.

Em março de 2020, a dívida pública estava nos 119,1% do PIB, tendo disparado para 138,3% no início de 2021, por conta dos apoios massivos do Governo às famílias e empresas (que fez aumentar a dívida em termos brutos) e também da queda abrupta da atividade económica devido aos confinamentos e fecho das fronteiras em todo o mundo para evitar a propagação do vírus da Covid-19.

Desde que atingiu esse pico no primeiro trimestre do ano passado, o endividamento do Estado tem vindo a cair de forma considerável e o Governo aponta para que rácio da dívida face ao PIB atinja os 115% no final deste ano – e alcance os 110,8% no próximo ano. Para esta descida vai contribuir o reembolso de um cheque de 8,4 mil milhões de euros que o IGCP realizou no mês passado. O ministro das Finanças já sublinhou o desejo de tirar Portugal do grupo de países com as maiores dívidas públicas na Zona Euro. Apenas Itália e Grécia têm rácios superiores a Portugal.

Dívida pública em queda

Fonte: Banco de Portugal e previsão do Governo para o final do ano.

Almofada reforçada

Segundo o Banco de Portugal, a dívida pública até aumentou 1,6 mil milhões de euros em setembro, totalizando os 279,8 mil milhões de euros. Contudo, a expansão do PIB mais do que acomodou este aumento, permitindo que o rácio baixasse 2,9 pontos percentuais no terceiro trimestre em relação ao trimestre anterior.

A instituição liderada por Mário Centeno explica que a subida do endividamento público em setembro refletiu “o aumento de responsabilidades em depósitos (900 milhões de euros), sobretudo em certificados de aforro, e as emissões líquidas de títulos de dívida (700 milhões de euros).

Fonte: Banco de Portugal

Por outro lado, os depósitos das administrações públicas aumentaram 3,6 mil milhões de euros. Na prática, as administrações públicas dispõem de uma “almofada financeira” de cerca de 29 mil milhões de euros, a maior desde, pelo menos, o final de 2018, numa altura em que os governos em todo o mundo enfrentam uma subida dos custos de financiamento por causa da subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE).

Deduzida dessa almofada, a dívida pública líquida registou um decréscimo de 2 mil milhões de euros em setembro, atingindo os 250,5 mil milhões de euros, segundo o Banco de Portugal.

(Notícia atualizada às 11h35)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Taxa de desemprego sobe para 6,1% em setembro

A taxa de desemprego avançou para 6,1% em setembro, um aumento de 0,1 pontos percentuais face ao registado em junho e agosto, mas inferior ao período homólogo.

A taxa de desemprego em Portugal aumentou ligeiramente em setembro para 6,1%, de acordo com os dados provisórios divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Trata-se de uma subida de 0,1 pontos percentuais face ao registado em junho e agosto, mas inferior a setembro do ano passado.

“A taxa de desemprego situou-se em 6,1%, valor superior ao de agosto e de junho de 2022 (0,1 p.p. relativamente a ambos os meses) e inferior ao do mês homólogo de 2021 (0,2 p.p.)”, sublinha o gabinete de estatísticas.

A população desempregada aumentou 1,6% em setembro face a agosto para 318,8 mil pessoas (mais 5,5 mil pessoas desempregadas). Relativamente a igual período de 2021, recuou 2,6% (menos 8,3 mil pessoas).

Evolução da população desempregada e taxa de desemprego em Portugal:

Quanto à população empregada, foi estimada em 4.874,7 mil pessoas, isto é, um decréscimo de 0,2% face a agosto (menos 9,3 mil pessoas empregadas), mas um aumento de 0,1% face aos três meses antes. Já face ao igual período do ano passado, a população empregada aumentou 0,8%.

Já a população ativa recuou 0,1% em setembro face ao mês anterior (menos mil pessoas), mas aumentou 0,2% face a junho e subiu 0,6% face a igual período de 2021 para 5.193,5 mil pessoas. O INE explica estes valores com a redução da população empregada, que “superou o aumento da população desempregada”.

Em contrapartida, a população inativa aumentou 0,1% face a agosto, mas encolheu 0,6% face aos três meses anteriores e 2% face ao período homólogo, estando estimada em 2.464,4 mil pessoas. O INE explica estes dados com o “acréscimo do número de outros inativos, os que nem estão disponíveis nem procuram emprego (9,9 mil; 0,4%)”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h39)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portuguesa Sensei entra na Unicorn Factory Lisboa. Quer voar para cinco países e duplicar equipa

Startup responsável pela tecnologia das lojas sem caixa do Continente é a primeira a integrar o Scaling Up Program. Quer agora voar para cinco novos países e crescer a equipa para 100 pessoas.

A portuguesa Sensei é a primeira scaleup a entrar para o Scaling Up Program da Unicorn Factory Lisboa, que abre candidaturas esta semana, durante a sétima edição da Web Summit. A startup, responsável pela tecnologia da loja sem caixa do Continente, no Arco do Cego, em Lisboa, quer agora voar para cinco novos países e mais do que duplicar a equipa.

“Para a Sensei é muito importante este programa da Unicorn Factory Lisboa, que se destina a apoiar startups já numa fase de crescimento a desenvolver as capacidades necessárias a crescer e a internacionalizar. Já participámos em vários programas de aceleração internacionais e hoje temos a honra de ser a primeira empresa a juntar-se ao primeiro programa em Portugal focado em scaleups”, diz Joana Rafael, COO e cofundadora da Sensei.

Depois de, em 2021, a Startup Lisboa ter atribuído à Sensei o prémio João Vasconcelos – Empreendedor do Ano, a empresa — fundada em 2017 por Joana Rafael, Nuno Moutinho, Paulo Carreira e Vasco Portugal –, acolhe agora a scaleup no seu programa. O acordo foi assinada esta quarta-feira de manhã, no stand da Startup Portugal, Startup Lisboa e Câmara Municipal de Lisboa, na Web Summit.

“Hoje damos este passo com a Sensei, que se tem provado uma das scaleups mais promissoras do ecossistema e que, para além disso, já tem também resultados comprovados com vários clientes como a Galp, parceira estratégica deste programa, e a Sonae”, diz Gil Azevedo, diretor executivo da Startup Lisboa e Unicorn Factory Lisboa, citado em comunicado.

A Sensei –– que usa a inteligência artificial e desenvolve tecnologia baseada em computer vision para criar experiências de lojas autónomas — já recebeu um investimento total de 6,1 milhões de euros (Techstars, Seaya Ventures, Iberis, Bright Pixel, Ideias Glaciares e alemã METRO AG) e, ambiciona agora, entrar em cinco novos países e crescer a sua equipa de 36 para 100 pessoas.

É a primeira a entrar no programa de scaleups da Unicorn Factory Lisboa, uma promessa eleitoral de Carlos Moedas e que foi apresentada na semana passada no Hub Criativo do Beato. O projeto, que tem um orçamento de oito milhões de euros, passa ainda por um programa de soft landing, visando atrair startups internacionais a se instalar em Lisboa. O objetivo é apoiar, por ano, vinte scaleups de elevado potencial.

As candidaturas ficam abertas até ao final do ano e o programa arranca no início de 2023.

Com duração de oito meses, o programa visa dar aos participantes “competências críticas e ferramentas para uma liderança de sucesso, promovendo parcerias chave, networking e execução através de orientação estruturada e apoio de especialistas, mentores e o know-how de uma lista de mais de 30 das empresas mais relevantes em Portugal e de acesso a investimento, de uma rede de mais de 20 investidores.”

Google, Galp, Delta Cafés, Cuatrecasas, Fidelidade, BPI e PwC são os parceiros estratégicos do programa, aos quais se juntam mais de 25 outros parceiros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ONU diz que navios com cereais vão partir dos portos ucranianos na quinta-feira

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

Oito navios com produtos agrícolas devem passar pelo corredor dos cereais esta quinta-feira, de acordo com o Governo ucraniano. Rússia suspendeu acordo sobre as exportações no fim de semana.

Navios carregados com cereais partirão dos portos ucranianos novamente na quinta-feira, apesar de a Rússia ter suspendido o acordo correspondente, informou o Centro de Coordenação Conjunta de Istambul (JCC, sigla em inglês).

“As exportações de cereais e alimentos da Ucrânia precisam continuar. Embora nenhum movimento de navios esteja planeado para 2 de novembro sob a Iniciativa do cereal do Mar Negro, esperamos que navios carregados partam na quinta-feira“, declarou o coordenador das Nações Unidas na delegação do JCC, Amir Abdulla, na rede social Twitter.

Momentos depois, o ministro das Infraestruturas da Ucrânia, Oleksandr Kubrakov, também garantiu, na mesma rede social, que “a Iniciativa do cereal do Mar Negro continua”.

Na quinta-feira, oito navios com produtos agrícolas devem passar pelo corredor dos cereais. Recebemos a confirmação das Nações Unidas”, referiu ainda Kubrakov. “Inspeções também serão realizadas no Bósforo na quinta-feira”, acrescentou o ministro ucraniano.

Moscovo suspendeu o acordo, assinado em julho, após um ataque com drones à frota militar russa em Sebastopol, mas até a terça-feira, os cargueiros continuaram a navegar, confirmou o JCC.

O JCC, órgão estabelecido em Istambul e composto por delegados russos, ucranianos, turcos e das Nações Unidas, anunciou na terça-feira que esta continuação é “excecional e temporária” e que no dia 02 de novembro, não são esperados movimentos de navios.

Quando a delegação russa se retirou, as inspeções dos últimos dias foram realizadas apenas com a Turquia e as Nações Unidas, embora a Rússia e a Ucrânia sejam informadas dos resultados, indicou o JCC.

Numa conferência em Ancara, o Ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, explicou hoje que tinha falado duas vezes com o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, para avaliar os problemas com o acordo de cereais, e que a Rússia tinha “preocupações de segurança” após o ataque à sua Marinha em Sebastopol.

“Não estou a dizer que [os russos] estão certos ou errados, mas têm exigências de segurança. Também escreveram para as Nações Unidas sobre os obstáculos às exportações russas de cereais e fertilizantes. Isso não é novo”, disse Çavusoglu.

Esses produtos “não estão na lista de sanções, mas os navios que os transportam não podem atracar nos portos, não podem contratar seguros, não podem ser pagos”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros turco sobre as queixas de Moscovo.

Em uma entrevista à imprensa, o ministro da Defesa turco, Hulusi Akar, também explicou na noite de terça-feira que seu homólogo russo, Sergei Shoigu, já lhe havia indicado antes do ataque em Sebastopol o seu desconforto pela Rússia não receber as mesmas facilidades que a Ucrânia para exportar os seus produtos.

Akar insistiu que o seu governo está a fazer todo o possível para restabelecer a validade do acordo, mas comentou que, de qualquer forma, os navios com bandeira turca que fazem a rota para os portos ucranianos “não enfrentam problemas”.

Esses navios “continuarão a zarpar”, previu o ministro turco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

MAI anuncia 17,4 milhões de euros para cibersegurança

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

José Luís Carneiro anunciou um reforço na segurança da Rede Nacional de Segurança Interna, estando previsto para 2023 um investimento de 17,4 milhões de euros em meios de cibersegurança.

O ministro da Administração Interna anunciou esta quarta-feira um reforço na segurança da Rede Nacional de Segurança Interna, estando previsto para 2023 um investimento de 17,4 milhões de euros em meios de cibersegurança.

Durante a apreciação parlamentar na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023), José Luís Carneiro avançou que no próximo ano “continuará a ser feito o investimento previsto em tecnologias da informação e comunicação”, preparando o Ministério da Administração Interna (MAI) para “uma transição digital segura”.

O governante sublinhou que esse investimento tem em vista “reforçar a segurança da Rede Nacional de Segurança Interna, fortalecendo os meios de cibersegurança” em 17,4 milhões de euros.

O ministro deu também conta que da partilha de recursos e soluções entre as forças e serviços de segurança, através da gradual integração das estruturas de apoio técnico e de suporte logístico, “eliminando redundâncias e libertando recursos humanos para a área operacional” no valor de 3,1 milhões de euros.

José Luís Carneiro avançou igualmente que em 2023 vão ser investidos 11,5 milhões de euros na nova geração de centros operacionais do 112, que permitirão a geolocalização de chamadas, uma nova aplicação para surdos e a interoperabilidade com os centros operacionais europeus.

Segundo o ministro, os sistemas de informação Schengen vão ser atualizados em oito milhões de euros e o sistema europeu de informação e autorização de viagens em cinco milhões de euros.

José Luís Carneiro referiu ainda que vão ser investidos na rede de comunicações de emergência do Estado SIRESP 36,5 milhões de euros a que acrescem, a cinco anos, mais 75 milhões no âmbito do concurso público internacional e mais 38,5 milhões de euros em outros investimentos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Greve dos professores com adesão a rondar os 90%, segundo sindicato

  • Lusa
  • 2 Novembro 2022

Os professores cumprem esta quarta-feira uma greve nacional em protesto contra a alegada falta de investimento do Governo na educação, que entendem estar exposta na proposta de Orçamento do Estado.

A adesão à greve dos professores, em protesto contra o que consideram uma falta de investimento do Governo na educação, estava hoje às 09h30 próxima dos 90%, à semelhança da paralisação anterior, segundo o secretário-geral da Federação Nacional de Educação.

“Os níveis de adesão estão muito próximos dos da greve anterior, ou seja, na ordem dos 90%. Há muitas escolas fechadas de norte a sul do país e outras estão abertas, mas não estão a decorrer aulas por falta de professores”, disse à Lusa João Dias da Silva, remetendo para mais tarde dados concretos sobre a paralisação.

Os professores cumprem esta quarta-feira uma greve nacional em protesto contra a alegada falta de investimento do Governo na educação, que entendem estar exposta na proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2023.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof), a Federação Nacional de Educação (FNE), o Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (SINDEP), a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL) e o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (SPLIU), entre outras plataformas que convocaram a greve, exigem a valorização da carreira docente, o combate à precariedade e a necessidade de promover o rejuvenescimento do setor.

As várias estruturas sindicais associadas aos professores e educadores escolheram o dia de hoje para fazer coincidir a greve nacional com a intervenção do ministro da Educação, João Costa, na Assembleia da República, em defesa da proposta orçamental para o setor no próximo ano.

"Os níveis de adesão estão muito próximos dos da greve anterior, ou seja, na ordem dos 90%. Há muitas escolas fechadas de norte a sul do país e outras estão abertas, mas não estão a decorrer aulas por falta de professores.”

João Dias da Silva

Secretário-geral da Federação Nacional de Educação

“É este subfinanciamento, que se está a tornar crónico, que impede a melhoria das condições de trabalho nas escolas, a melhoria das condições de aprendizagem dos alunos e, no caso dos profissionais docentes, que impede a tomada de medidas que confiram atratividade à profissão, levando os jovens professores a abandonarem, os jovens que concluem o secundário a não procurarem os cursos de formação de docentes e os mais velhos a ansiarem pelo momento da sua aposentação”, referiu em comunicado, em 20 de outubro, a Fenprof.

Já a FNE apelou à criação de estímulos para atrair professores para zonas mais desfavorecidas ou com falta de profissionais, à conclusão do processo de recuperação do tempo congelado e ao respeito pelos limites do tempo de trabalho, além da substituição do atual modelo de avaliação de desempenho.

Por sua vez, o SINDEP justificou o uso da “legítima arma da greve” na expectativa de que leve o Ministério da Educação a “voltar à mesa para uma verdadeira negociação e não para um mero ‘faz de conta que negociamos’”.

A estrutura sindical criticou ainda a ausência de uma medicina de trabalho para o setor.

A ASPL lembrou que Portugal fica aquém das metas de investimento no ensino observadas pela OCDE – Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico e que deveriam ser aumentadas as verbas para eliminar o défice no custo anual de formação dos alunos e na carreira docente, enquanto o SPLIU defendeu um processo negocial sério com a tutela, resumindo que “este é o momento de os educadores e professores retomarem a união e assumirem o seu descontentamento de forma unida”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.