Rússia está preparada para voltar a enviar gás à Europa. “Bola está do lado da UE”, diz Putin

Depois de um mês sem enviar gás para a Europa, Putin admite estar preparado para retomar os fornecimento. No entanto, alerta que cabe à União Europa tomar essa decisão.

O Presidente russo, Vladimir Putin admitiu que Moscovo está preparado para retomar o fornecimento de gás à Europa, mas alertou que esta decisão está do lado do Velho Continente.

A Rússia está preparada para retomar os fornecimentos. A bola está do lado da União Europeia. Se quiserem, podem voltar a abrir a torneira“, cita o The Guardian as declarações do líder russo, proferidas esta manhã durante o um fórum de energia, na capital do país. Recorde-se que os envios de gás russo através do Nord Stream 1, o principal gasoduto que liga a Rússia à Europa, através da Alemanha, encontra-se suspensos desde de setembro depois de a estatal russa Gazprom ter alegado “falta de condições técnicas” que permitiam a sua operacionalização.

Além de ter admitido que a Rússia estava preparada para retomar os envios de gás para o bloco europeu, Vladimir Putin atribuiu as fugas nos gasodutos Nordstream 1 e 2 a “atos de terrorismo” promovidos pelos EUA. O líder russo disse que esses incidentes beneficiam os Estados Unidos, a Polónia e a Ucrânia, justificando assim as causas das explosões.

“Os beneficiários são claros (…) Porque [estes incidentes] reforçam a importância geopolítica dos sistemas de gás, nomeadamente aqueles que passam pelo território da Polónia (…) e da Ucrânia, e que a Rússia construiu por conta própria. Mas também são importantes para os Estados Unidos, que agora podem distribuir a sua energia a preços elevados”, explicou Putin, durante o fórum de energia.

Os EUA já tinham rejeitado alegações semelhantes vindas de Putin e vários governos europeus disseram que as explosões submarinas que atingiram os dois gasodutos Nord Stream provavelmente foram causadas por atos sabotagem, desconhecendo os seus autores. Putin reafirmou que o ataque aos oleodutos foi lançado por aqueles que querem enfraquecer a Europa, interrompendo o fluxo de gás barato da Rússia.

“Aqueles que querem romper os laços entre a Rússia e a União Europeia estão por detrás dos atos de sabotagem no Nord Stream”, denunciou o Presidente russo. Putin disse que um dos dois tubos de distribuição do Nord Stream 2 permanece pressurizado e parece estar pronto para voltar a ser usado, acrescentando que a sua capacidade é de 27 mil milhões de metros cúbicos por ano e que a Rússia está preparada para o tornar ativo.

O líder russo também disse que a Rússia pode aumentar a capacidade das suas exportações de gás para a Turquia e, eventualmente, transformar-se num centro de abastecimento de gás para a Europa. Putin voltou a criticar os planos dos países ocidentais de limitar os preços das exportações russas de energia, prometendo que Moscovo “não agirá contra o bom senso”.

“Não forneceremos energia para os países que limitem os preços. (…) Gostaria de avisar aqueles que, em vez de parcerias comerciais e mecanismos de mercado, tentam usar truques e chantagens”, avisou o líder russo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Gulbenkian lança 500 novas bolsas de mérito

O valor anual da bolsa a atribuir será de 2.000 euros para todos os alunos selecionados, valor que será reforçado com mais 2.000 euros, caso o aluno frequente um semestre no estrangeiro.

A Gulbenkian decidiu alargar o número de bolsas de de mérito de 85, número de bolsas atribuídas em 2021/22, para 500 novas bolsas este ano letivo, o que representa um aumento quase seis vezes superior ao ano anterior. A iniciativa implicará uma despesa anual de um milhão de euros para a Gulbenkian, enquanto a renovação das mesmas durante todo o percurso académico dos estudantes corresponderá a um apoio de cinco milhões de euros. O período de candidaturas decorre até 24 de outubro.

“As novas Bolsas Gulbenkian Mérito vêm reforçar os apoios atribuídos ao longo dos últimos anos a jovens de elevado potencial que se candidatam ao primeiro ano do ensino superior e que apresentam mais dificuldades económicas”, lê-se em comunicado.

“Serão elegíveis os alunos que tenham sido colocados numa instituição portuguesa de ensino superior, através do concurso nacional de acesso, com nota de entrada igual ou superior a 17 valores, rendimento familiar anual per capita até 12.000 euros e que apresentem comprovativo de candidatura à bolsa de ação social da Direção Geral do Ensino Superior (DGES).”

O valor anual da bolsa a atribuir será de 2.000 euros para todos os alunos selecionados, que será reforçado com um valor adicional único de 2.000 euros, caso o aluno frequente um semestre numa universidade no estrangeiro, no âmbito de um programa de mobilidade internacional.

“Este apoio suplementar permitirá aos estudantes o acesso a uma experiência relevante e enriquecedora para o seu percurso pessoal e de formação, que na maior parte dos casos não chega a realizar-se por falta de meios financeiros”, esclarece a fundação.

Com as Bolsas Gulbenkian de Mérito, a Fundação Gulbenkian procura continuar a potenciar o papel da educação e contribuir para uma maior equidade social, dando uma oportunidade aos alunos mais merecedores e fomentando o potencial impacto futuro destes bolseiros na sociedade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo alemão prevê recessão e inflação elevada em 2023

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Para este ano, o crescimento foi revisto em baixa para 1,4% e a inflação revista em alta para 8%, contra, respetivamente, 2,2% e 6,1% antecipados nas últimas previsões em abril.

A Alemanha, mergulhada numa grave crise energética, vai ter uma recessão de 0,4% e uma inflação de 7% em 2023, de acordo com as previsões do Governo divulgadas esta quarta-feira. “Vivemos atualmente uma crise energética difícil, que se transforma cada vez mais em crise económica“, afirmou o ministro da Economia alemão, Robert Habeck, em conferência de imprensa.

Para 2022, o crescimento foi revisto em baixa para 1,4% e a inflação revista em alta para 8%, contra, respetivamente, 2,2% e 6,1% antecipados nas últimas previsões em abril. Esta previsão em baixa surge em linha com o divulgado na terça-feira pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que também anteviu que a maior economia europeia entre em recessão em 2023, tal como Itália.

Sem o efeito do bloqueio nos preços do gás, a inflação seria significativamente mais elevada em 2023″, afirmou o Ministério da Economia em comunicado. No fim de setembro, o Governo alemão anunciou um plano de 200 mil milhões de euros para subvencionar até 2024 os preços da energia consumida pelas famílias e empresas, o que vai travar a inflação no próximo ano.

Antes de ser anunciado este plano, as previsões dos principais institutos económicos apontavam para uma inflação de 8,8% em 2023. A economia alemã tem sido particularmente afetada pelas perturbações no fornecimento de gás russo à Alemanha. Antes da guerra na Ucrânia, 55% do fornecimento de gás à Alemanha vinha da Rússia. Agora, Berlim tem de se abastecer a preços mais elevados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investimento em tecnológicas no terceiro trimestre em mínimos da pandemia

Entre julho e setembro, startups e tecnológicas levantaram investimento de 76,71 mil milhões de euros, montante mais baixo desde o segundo trimestre de 2020.

Os efeitos do arrefecimento do mercado de capitais chegaram às startups e às tecnológicas de todo o mundo. No terceiro trimestre deste ano, o investimento neste tipo de companhias registou o nível mais baixo desde a chegada da Covid-19. A situação é mais impactante nos Estados Unidos do que na Europa.

A nível global, foram levantados investimentos de 74,5 mil milhões de dólares (76,71 milhões de euros), menos 34% do que no trimestre anterior. Na variação em cadeia, foi a maior descida numa década. Se compararmos com o mesmo trimestre de 2021, o tombo é de 54,6%, segundo os dados da consultora CB Insights.

Variação do montante investimento (em dólares) em startups e tecnológicas (em barra) e número de rondas de financiamento (em linha)

Também o número de novos unicórnios caiu a pique: houve 25 tecnológicas que passaram a estar avaliadas em pelo menos mil milhões de dólares, o menor número desde o primeiro trimestre de 2020.

As tecnológicas dos Estados Unidos foram responsáveis por quase metade (49%) do investimento levantado, com 36,7 mil milhões de dólares. No entanto, o valor arrecadado foi o mais baixo desde o segundo trimestre de 2020 (32,6 mil milhões de dólares).

Na Europa, a contração no investimento foi menos expressiva, com o montante levantado a atingir os 14,8 mil milhões de dólares, o mais baixo desde o último trimestre de 2020 (11,6 mil milhões de dólares). O Velho Continente ficou com cerca de um quinto de todo o capital levantado a nível mundial entre julho e setembro.

O continente asiático arrecadou um total de 20,1 mil milhões de dólares de investimento, o montante mais baixo desde o segundo trimestre de 2020 (16,4 mil milhões de dólares).

O estudo da CB Insights não apresenta dados para Portugal. No entanto, foram registados 134 milhões de euros em rondas de investimento para startups registadas em Portugal ou com fundadores lusitanos. O desempenho entre julho e setembro foi 71% inferior ao do trimestre anterior (474 milhões de euros) mas foi melhor do que no primeiro trimestre deste ano (128 milhões de euros).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Consumo de combustíveis aumenta 14,8% em agosto

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

O consumo de gasolina e de gasóleo registou um aumento, de 9,3% e 7,3%, respetivamente, em agosto. Mas a subida mais significativa, de 58,8%, foi de jet fuel.

O consumo de combustíveis derivados de petróleo aumentou 97,60 quilotoneladas (kton), em agosto, em termos homólogos, o que representa um acréscimo de 14,8%, com destaque para o jet fuel, segundo dados da ERSE, divulgados esta quarta-feira.

De acordo com o Boletim do Mercado de Combustíveis e GPL, publicado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), “o consumo em agosto de 2022 foi 14,8% superior (+97,60 kton) ao período homólogo de 2021, com um aumento muito significativo no consumo de ‘jet’ (+58,8%) [combustível para aeronaves]”.

O consumo de gasolina e de gasóleo também registou um aumento, de 9,3% e 7,3%, respetivamente, enquanto o de gás de petróleo liquefeito (GPL) diminuiu 5,5%, naquele período. O consumo verificado no mês em análise foi idêntico ao período homólogo pré-pandémico de 2019 (-0,6 kton), com um aumento no consumo de gasolina (+1,0%), ‘jet (+1,0%) e gasóleo (+0,4%), com apenas o GPL a diminuir 14,6%.

Face a julho, os consumos globais aumentaram 89,8 kton, representando uma subida de 13,5%, com a gasolina a registar um acréscimo de 19,6%, o gasóleo de 17,7%, o GPL de 5,6% e o ‘jet’ de 1%.

Já quanto aos preços médios de venda ao público do gasóleo e da gasolina, em agosto, registaram-se diminuições de 7,5% e 8,7%, respetivamente, face ao mês anterior, para 1,855 e 1,876 euros por litro, respetivamente, em linha com o comportamento dos mercados internacionais.

No caso do gasóleo e da gasolina, Castelo Branco, Braga e Santarém registaram os preços mais baixos, em Portugal continental, enquanto Faro, Bragança e Beja apresentaram os preços mais altos.

Já quanto à garrafa de GPL (butano e propano), Braga, Viseu, Vila Real e Viana do Castelo registaram, para Portugal continental, o menor custo, enquanto Setúbal, Leiria e Évora apresentam os preços mais elevados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vasco Cordeiro descarta comprometer-se com modelo concreto de descentralização

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Presidente do Comité das Regiões descartou comprometer-se com um modelo concreto de descentralização para maior participação sobre fundos europeus.

O presidente do Comité das Regiões, Vasco Cordeiro, descartou, esta quarta-feira, comprometer-se com um modelo concreto de descentralização para maior participação sobre fundos europeus, mas assinalou que os Açores participaram no desenho do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Por acaso ainda acompanhei esse processo, na altura em que era presidente do Governo dos Açores. No caso do PRR houve efetiva participação regional, como deve ter acontecido no caso da Madeira“, começou por dizer Vasco Cordeiro, reconhecendo que o caso da sua região pode ter sido “um bocadinho a exceção à regra“.

Vasco Cordeiro falava à imprensa portuguesa, em Bruxelas, no âmbito da Semana das Regiões, organizada pelo Comité das Regiões e Comissão Europeia, que decorre até quinta-feira, reagindo a um relatório do Comité das Regiões que critica as decisões centralizadas quanto aos PRR nacionais.

Porém, quando questionado sobre se Portugal é prejudicado por não ter uma regionalização plena no continente, por não existir um grau intermédio de autonomia, e se as regiões autónomas beneficiam do seu estatuto, optou por “não retirar essa conclusão”. Mais, frisou o presidente do Comité das Regiões: “Para fazer regiões e cidades participarem na decisão, na definição, não é obrigatório. Ou isso não se consegue apenas através de autonomias regionais ou através de uma questão de descentralização segundo um modelo concreto X, Y ou Z”.

Segundo Vasco Cordeiro, “há exemplos de outros países em que, independentemente desta questão, esse trabalho foi, de uma forma ou de outra, feito“.

O presidente do Comité das Regiões reagia, assim, ao relatório elaborado pela organização que dá conta que ao Mecanismo de Recuperação e Resiliência, que financia os PRR nacionais, “falta um ângulo territorial próprio e há um pequeno ou insignificante envolvimento das cidades e regiões no seu planeamento e implementação“. De acordo com o documento, “o risco principal desta abordagem sobrecentralizada é que os objetivos delineados nos planos não respondam eficazmente às vastamente diferentes necessidades no terreno”.

Apesar de não falar em modelos concretos, o responsável açoriano reforçou que “uma das questões que o relatório torna muito clara [é a] necessidade de envolver mais” as cidades e regiões no desenho das políticas da União Europeia. “Não apenas no processo de informar, de dar conhecimento, de dizer que a partir de agora podem, mas o que é reclamado é fundamentalmente a possibilidade das regiões e das cidades serem parte na definição, e obviamente depois na concretização, dos instrumentos que levem à operacionalização dessas opções”, sustentou.

Vasco Cordeiro recordou ainda que “esta semana houve também regiões e cidades” que, em Portugal, “também alertaram para a necessidade de serem melhor envolvidas nesse processo de discussão“.

Na segunda-feira, o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), António Cunha, considerou que o relatório do Comité das Regiões confirma as suas reservas sobre o modelo de gestão centralizada, que “conduzirá a maiores assimetrias territoriais, ao passo que uma gestão descentralizada concorre para uma decisão mais qualificada”.

Já esta quarta-feira, em Bruxelas, Ricardo Rio, presidente da Câmara de Braga, considerou que o centralismo “já está num nível tão elevado” que a situação “só pode melhorar”, comentando o relatório do Comité das Regiões que critica o desenho dos PRR.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Estes são os portugueses nomeados nos The Lawyer European Awards 2022

Bruno Ferreira é o único português nomeado para o prémio de melhor managing partner da Europa. Cuatrecasas, Garrigues, GA_P e PLMJ nomeadas para melhores firmas ibéricas. PLMJ com três nomeações.

A Abreu Advogados, Cuatrecasas, Garrigues, Gómez-Acebo & Pombo, PLMJ e SRS Advogados são as firmas portuguesas e a operar em Portugal nomeadas nos The Lawyer European Awards 2022. Os vencedores serão revelados no dia 29 de novembro.

O líder da PLMJ, Bruno Ferreira, é o único português que está nomeado na categoria de “European Managing Partner of the year”. Entre os nomeados estão também Alejandro Touriño da Ecija, Mona Søyland da Simonsen Vogt Wiig, Philippe Bärtsch da Schellenberg Wittmer, Dr Andrea Panzer-Heemeier da Arqis, Prof. Dr. Christoph Schalast da Schalast, Piotr Kochański da Kochański & Partners, e Denis Van Den Bulke da Vandenbulke.

Na categoria de “Law Firm of the year: Iberia” estão nomeadas as seguintes sociedades de advogados a operar em Portugal: Cuatrecasas, Garrigues, Gómez-Acebo & Pombo e PLMJ. Allen & Overy, Ecija, Pérez-Llorca Abogados e Uría Menéndez também estão entre os destacados nesta categoria.

A PLMJ conta ainda com uma terceira nomeação na categoria de “European competition or antitrust team of the year”. Entre os nomeados está ainda a portuguesa SRS Advogados, e as internacionais A&L Goodbody, Gecic Law, Herbert Smith Freehills e Latham & Watkins.

Já a SRS Advogados é a única firma portuguesa nomeada na categoria de “European litigation team of the year”. Arthur Cox, Bonellierede, Brucher Thieltgen & Partners, Gecic Law, Portolano Cavallo e Sayenko Kharenki são os recentes escritórios nomeados nesta categoria.

Por fim, a Abreu Advogados está nomeada na categoria de “Best ESG initiative”, juntamente com a Aequo, Bird & Bird, Ecija, Kochański & Partners, Sayenko Kharenki, William Fry e Zamfirescu Racoti Vasile & Partners.

Os “The Lawyer European Awards” premeiam as melhores sociedades de advogados, equipas in-house e alianças internacionais, em 24 categorias distintas, nas respetivas regiões geográficas. Veja aqui todos os nomeados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo diz que bolsa de terras não teve impacto esperado

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, disse esta quarta-feira, no parlamento, que a bolsa de terras não teve o impacto que os seus promotores esperavam.

“A bolsa de terras foi criada e está no âmbito do Ministério da Agricultura, que tem procurado criar uma plataforma para disponibilizar ofertas e procuras de terras. Temos noção clara que não teve o impacto que seguramente os promotores pensaram”, afirmou o secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho, numa audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Pescas.

Segundo o secretário de Estado da Agricultura, existe agora uma iniciativa legislativa para avançar com um banco de terras, permitindo um reforço das competências.

Rui Martinho lembrou que esta matéria tem que ser tratada em articulação com o Ministério do Ambiente, que gere apoios como o destinado ao emparcelamento agroflorestal. Além disto, conforme acrescentou, grande parte das terras, que podem ser utilizadas, não está com ocupação agrícola.

Esta bolsa tem por objetivo disponibilizar terras para arrendamento ou venda, com aptidão agrícola, florestal ou silvopastoril, que estejam no domínio do Estado, autarquias locais ou outras entidades públicas, segundo a informação disponível no seu site.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Costa responde às previsões do FMI: “Não quero garantir, mas estamos 7-0″

Depois de o FMI se ter mostrado mais pessimista que o Governo sobre o crescimento do PIB em 2023, o primeiro-ministro afirma que "é uma velha tradição" e que, nos seus anos de governação, ganha "7-0".

Depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) se ter mostrado mais pessimista do que o Governo quanto à evolução da economia nacional para 2023, o primeiro-ministro responde que “é uma velha tradição”. Ao longo dos anos em que está à frente do Governo, está a ganhar “7-0” à instituição, declarou.

“É uma velha tradição”, atirou António Costa, em declarações transmitidas pelas televisões, quando questionado pelos jornalistas sobre as últimas previsões do FMI, que apontam para um crescimento do PIB português no próximo ano de 0,7% (contra os 1,3% estimados pelo Governo português), e que constam na proposta de Orçamento do Estado para 2023 (OE2023). Ainda assim, trata-se de um desempenho superior aos esperados pela instituição para a Zona Euro.

Nesse sentido, o Chefe do Governo sinaliza que este é o “oitavo Orçamento” que apresenta e que não se lembra “de um único onde as previsões, designadamente, do FMI, não divirjam das previsões” que o Executivo apresenta. “Não quero garantir, mas devo dizer que, para já, estamos 7-0. Vamos ver este ano”, rematou.

Também esta quarta-feira, a instituição liderada Kristalina Georgieva voltou a duvidar que o Governo português consiga baixar o défice orçamental na dimensão que inscreveu na proposta de OE2023. Fernando Medina espera reduzir o défice para 0,9% do PIB no próximo ano, mas o FMI aponta para uma redução de apenas cinco décimas, para 1,4%. De acordo com as previsões do Fundo, nem em 2027 Portugal conseguirá um défice tão baixo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santarém contrai empréstimo de 15 milhões de euros para pagar antigo quartel

  • Lusa
  • 12 Outubro 2022

Câmara Municipal de Santarém contrai empréstimo de 15 milhões de euros, a 20 anos, para pagar a antiga Escola Prática de Cavalaria à Estamo de modo a evitar que o processo se continue a arrastar.

O município de Santarém vai contrair um empréstimo de 15 milhões de euros, a 20 anos, para pagar a antiga Escola Prática de Cavalaria (EPC) à Estamo, sociedade gestora de participações imobiliárias do Estado, pondo fim à tentativa de negociar o valor acordado em 2008. O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, considera que a situação não se podia “eternizar” face à “inflexibilidade” da Estamo.

“Continuo a dizer que lamento que nunca ninguém me tenha feito chegar a avaliação que esteve na base do valor acordado pelo executivo de então, liderado por Francisco Moita Flores (PSD), e o Governo de José Sócrates (PS), na ordem dos 16 milhões de euros.

Não podemos eternizar. Sempre disse que ia tentar negociar até ao máximo [por entender que, na altura], se podia ter feito melhor negócio”, acrescentou. Ricardo Gonçalves lembrou, contudo, que inicialmente, o conjunto de imóveis a ceder pela Estamo a Santarém entrou no processo de contrapartidas negociadas com o município pela não construção do novo aeroporto na Ota.

Para o autarca, não há dúvida de que o valor estabelecido teve a ver com as tentativas do então primeiro-ministro José Sócrates e do seu ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, para baixar o défice do país. “Acho que fomos vítimas disso, mas tínhamos que dar um passo em frente e resolver todas as situações que temos com a Estamo. Estão nas nossas contas e não podemos estar a eternizar”, declarou, acrescentando que começava a ser difícil explicar o prazo médio de pagamentos do município, que se situa, de facto, nos 15 a 20 dias, mas que as faturas da Estamo elevam para os cerca de 200 dias.

Continuo a dizer que lamento que nunca ninguém me tenha feito chegar a avaliação.

Ricardo Gonçalves

Presidente da Câmara Municipal de Santarém

O empréstimo que o município quer contrair junto da banca foi decidido na reunião do executivo camarário de segunda-feira, com os votos favoráveis do PSD e do PS e a abstenção do Chega. O processo, que ainda vai a aprovação da Assembleia Municipal, é de 15 milhões de euros, para liquidar os 16 milhões em dívida, sendo que está garantido que a Estamo não cobrará juros (que totalizariam cerca de 4,9 milhões de euros).

Segundo o autarca, o município pode agora recorrer a este empréstimo, ao contrário do que sucedeu no passado, já que esteve submetido a um plano de saneamento financeiro (até 2018), e após ter saldado empréstimos de longa duração, como o de dez milhões de euros para alcatroamentos, celebrado em 2001, e o de antecipação de receitas. “Esses empréstimos vão agora direcionar-se para o pagamento à Estamo”, assegurou.

O acordo inicial com a Estamo previa a venda ao município de quatro bens pelo valor global de 26 milhões de euros, tendo sido alterado em abril de 2011, devido a dúvidas levantadas pelo Tribunal de Contas, com a venda da ex-EPC a ser a única escriturada pelo valor de 16 milhões de euros.

O município entendeu não ter condições para adquirir os outros três bens – o Quartel das Donas (oito milhões de euros), o Campo de Instrução da Atalaia, Almoster (200.000 euros), e a antiga carreira de tiro das Cortezes (1,8 milhões de euros) -, que constavam no site da Estamo como tendo sido vendidos ao município em dezembro de 2008.

Segundo o edil, em relação ao antigo Presídio Militar, onde o município tem instaladas várias estruturas, como o Centro de Investigação Veríssimo Serrão, a Universidade Sénior e a Loja Social, a Estamo “tem a correr” uma candidatura para residência de estudantes, dependendo do avançar deste projeto a libertação do edifício.

A aquisição da antiga EPC, uma área de 23 hectares no planalto da cidade onde está, nomeadamente, instalado o Palácio da Justiça II da Comarca de Santarém, inclui o ex-bairro militar, que albergou os oficiais de cavalaria até à saída do quartel da cidade em 2006.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

“Num ano acrescentámos em Lisboa o equivalente ao aeroporto do Porto”, diz CEO da ANA

O presidente executivo da ANA afirmou que o tráfego deste ano nos aeroportos portugueses ficará muito próximo ao de 2019. "Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura", garantiu.

O presidente executivo da ANA afirmou esta quarta-feira, durante a Portugal Air Summit, que os aeroportos portugueses terminarão o ano com um movimento muito próximo ao de 2019, somando 15 milhões de passageiros. Só o Humberto Delgado ganhará o equivalente ao Sá Carneiro. Thierry Ligonnère sublinhou também que será fundamental adequar a oferta à procura e garantiu que a ANA está pronta para investir na infraestrutura.

“Hoje venho satisfeito porque terminaremos 2022 com um nível de tráfego muito próximo de 2019 e no pódio da conectividade europeia”, afirmou o CEO da ANA, que tem a concessão dos aeroportos em Portugal, durante a intervenção naquela que é considerada a maior cimeira do setor aeronáutico da Península Ibérica, que se realiza anualmente em Ponte de Sor. Thierry Ligonnère precisou que o número de passageiros irá crescer em 15 milhões face a 2021, o mesmo que entre 2013 e 2019. “Num ano acrescentámos em Lisboa o equivalente ao aeroporto do Porto”, ilustrou.

Agradecendo aos trabalhadores da ANA e às entidades ligadas ao Turismo pelo esforço que permitiu um “regresso mais dinâmico” da atividade este ano, o responsável salientou a abertura de duas novas bases: uma da easyJet, em Faro, e outra da Ryanair, no Funchal. Na cidade madeirense, o tráfego está mesmo 24% acima de 2019, enquanto a “conectividade no hub de Lisboa cresceu 1%”, em contraste com a queda registada na Europa. “2022 será um ano de sucesso que permitirá a setor do turismo, que dele depende, respirar novamente”, sublinhou.

Thierry Ligonnère referiu que o Orçamento do Estado para 2023 prevê um défice comercial e uma forte quebra do consumo e que “o turismo voltará a ser o principal motor da economia portuguesa”. O setor continuará, no entanto, condicionado por uma grande incerteza.

A indústria vive um “momento paradoxal de euforia e consciência dos desafios de longo prazo”, considera o CEO da ANA, para quem a inflação elevada levará os consumidores a arbitrar [sic] as despesas, podendo cortar nas viagens. A subida dos juros vai também encarecer os custos do financiamento. “A tendência para a ‘staycation‘ [passar férias em casa ou no país de residência] pode ser reforçada”, alerta.

Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura e construir uma mobilidade positiva em Portugal.

Thierry Ligonnère

CEO da ANA

Por outro lado, Portugal pode ser mais procurado por “viajantes europeus que querem viagens mais curtas, em que gastam menos dinheiro”. A desvalorização do euro contra o dólar torna também o destino mais competitivo para os norte-americanos, acrescentou. Thierry Ligonnère sublinhou a importância de conseguir adequar a oferta à procura. E afirmou que a ANA está preparada para responder. “Estamos prontos para, mais uma vez, investir na infraestrutura e construir uma mobilidade positiva em Portugal”, disse, sem referir diretamente o novo aeroporto de Lisboa.

O CEO da ANA destacou a sustentabilidade como um dos principais desafios da indústria. A aviação é responsável por “2% das emissões de CO2, mas a perceção do público, dos cliente e das instituições financeiras é diferente. A nossa capacidade de atrair talentos e financiamento dependerá do nosso desempenho ambiental“, apontou.

O responsável anunciou que nove dos 10 aeroportos portugueses conseguiram a certificação da Airport Carbon Accreditation, num total de 19 em todo o mundo, estando em curso a candidatura ao nível máximo (4+). Entre as iniciativas desenvolvidas, Thierry Ligonnère destacou a instalação de uma central fotovoltaica em Faro, que garante 30% do consumo. “Muitas centrais fotovoltaicas vão ser implementadas nos aeroportos portugueses”, garantiu. O fim dos resíduos enviados para aterro no aeroporto Sá Carneiro foi outro exemplo apontado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FMI duvida da redução do défice prevista pelo Governo. Aponta para -1,4% em 2023

Fundo Monetário internacional aponta para um défice de 1,4% em 2023, e não 0,9% como estima o Governo. É mais otimista na redução da dívida pública este ano (114,7%), mas menos no próximo (111,2%).

O Fundo Monetário Internacional (FMI) volta a pôr em dúvida que o Governo português consiga baixar o défice orçamental na dimensão que inscreveu na proposta de Orçamento do Estado para 2023. Fernando Medina espera reduzir o défice para 0,9% do PIB no próximo ano, mas o departamento de finanças públicas liderado por Vítor Gaspar aponta para uma redução de apenas cinco décimas. De acordo com as previsões do Fundo, nem em 2027 Portugal conseguirá um défice tão baixo.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2023, entregue no Parlamento na segunda-feira, o Executivo aponta para um défice de 1,9% este ano, que cairá para 0,9% no próximo. O ministro das Finanças já tinha explicado que Portugal só não faria o brilharete de reduzir o défice já em 2022, para 0,9% do PIB, porque o pacote de apoio às famílias para ajudar a mitigar os impactos da inflação custava, precisamente, um ponto percentual do PIB.

Mas o antigo ministro das Finanças de Pedro Passos Coelho, embora aponte exatamente para os mesmos 1,9% de défice para este ano, coloca a fasquia em 1,4% em 2023.

As previsões do Fundo, em políticas invariantes (ou seja, não tendo em contas as medidas que o Governo venha a adotar, nomeadamente no novo OE), apontam para a continuação de uma trajetória descendente do indicador até 2025, ano em que chegará a 1% do PIB. Mas depois em 2026 e 2027 volta a aumentar para 1,2%. De sublinhar que os valores são sempre inferiores à meta de 2% definida pelo Pacto de Estabilidade, que está suspenso.

O otimismo do Executivo em termos de reforço do saldo primário, que passou para terreno positivo já este ano (0,1% do PIB, segundo o FMI, 0,3% do PIB segundo o Governo) também não é acompanhado pelo Fundo. O Governo estima um saldo positivo de 1,6% do PIB em 2023, enquanto o Fundo aponta para 0,7% no próximo ano. O saldo primário, que exclui os encargos com juros, já esteve em terreno positivo nos cinco anos anteriores à eclosão da crise pandémica, como lembrava o Conselho das Finanças Públicas nas suas previsões para a economia portuguesa até 2026.

Quanto à dívida pública, o FMI antecipa que o rácio desça de 114,7% do PIB este ano — o que representa uma redução histórica do rácio da dívida de 12,7 pontos percentuais — para 111,2% no próximo. Ora, no OE2023 o Governo espera uma dívida mais elevada este ano (115%) mas aponta para uma redução mais significativa no próximo (110,8%) — o valor mais baixo desde 2010 quando atingiu os 100,2%, a primeira vez que passou a fasquia dos 100% do PIB. O objetivo é “retirar Portugal do pódio dos Estados-Membros da União Europeia mais endividados”, lê-se na proposta entregue esta semana no Parlamento.

Estas diferenças nas projeções podem ser parcialmente explicadas por diversos fatores: são feitas num cenário de políticas invariantes, ou seja, não têm em conta as medidas que o Executivo adotou no orçamento; o FMI prevê um crescimento de 0,7% em 2023 (a meta do Governo é de 1,3%) e aponta para uma taxa de inflação mais elevada 4,7% (Governo aponta para 4%). E, tal como o Fundo recorda “as surpresas ao nível da inflação estão a contribuir para a redução das dívidas e dos défices”.

Prioridade é a estabilidade macroeconómica e financeira, diz FMI

Os economistas liderados por Vítor Gaspar não fazem recomendações ou avisos específicos para Portugal, mas recordam que “num contexto de inflação elevada, dívida elevada, taxas de juro crescentes e elevada incerteza é fundamental que haja consistência entre as políticas orçamentais e monetárias”. “Na maior parte dos países isto significa manter o Orçamento numa trajetória de consolidação”, alerta Vítor Gaspar na nota introdutória do relatório.

Se, por um lado, a inflação ajuda a reduzir o défice e a dívida, por outro, se vier a transformar-se num fenómeno de base alargada e persistente, isso “acabará por se refletir nas expectativas de inflação” e os “ativos que prometem retornos nominais tornam-se menos atrativos”. Além disso, uma “inflação elevada e volátil torna o crédito mais caro e pouco fiável”.

Por isso, o FMI defende que, “os governos devem dar prioridade à estabilidade macroeconómica e financeira, acima de tudo o resto”.

Este ponto é “especialmente relevante” tendo em conta os desenvolvimentos mais recentes nos mercados obrigacionistas que demonstram uma “crescente sensibilidade à deterioração dos fundamentais das economistas”. Por exemplo, Portugal, apesar de estar numa trajetória de melhoria das contas públicas, teve de pagar mais esta quarta-feira para se financiar em mil milhões de euros, através de duas linhas obrigacionistas.

“A subida que temos assistido nas yields nacionais são um reflexo do movimento global que se verifica no mercado de dívida”, sublinhou Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa, comentando o facto de, no espaço de nove meses, o custo de financiamento da República a nove anos ter mais do que triplicado.

O FMI defende ainda a “importância de preparar uma estratégia” para que os apoios sociais sejam “prontamente ajustáveis e mais bem direcionados” para acomodar futuros choques decorrentes da inflação elevada, da escalada dos preços da energia e dos alimentos. Criar “almofadas orçamentais nos tempos normais” permitirá os governos “responder prontamente e com flexibilidade para dar apoios aos que realmente precisam”. O Fundo, aliás, aponta o dedo ao facto de muitos países terem desenhado medidas que “não tiveram como alvo os que mais necessitavam”. Um alerta que já tinha sido feito no decorrer desta crise pelo próprio FMI e pela Comissão Europeia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.