Brent sobe há cinco sessões com barril em máximos de dois meses

Barril de petróleo aproxima-se dos 115 dólares em Londres. Sanções à Rússia continuam a puxar pelos preços do Brent, enquanto famílias americanas se preparam para sair mais à estrada neste verão.

Os preços do petróleo avançam mais de 1% esta quarta-feira, impulsionados pelo constrangimento no lado da oferta e pela perspetiva de aumento da procura nos EUA com o início da temporada de verão.

Valorizando pela quinta sessão seguida, o Brent avança 1,11% para 114,82 dólares, naquele que será o valor mais alto desde o final de março se terminar assim esta sessão. Em Nova Iorque, o crude WTI soma 1,06% para 110,93 dólares, recuperando das quedas das últimas duas sessões.

Petróleo avança em Londres:

Apesar dos receios com uma recessão, que faria abrandar o consumo de energia, o mercado petrolífero continua a registar constrangimentos com os compradores a evitarem o petróleo russo, o segundo maior exportador mundial, devido às sanções por causa da guerra na Ucrânia.

A nova ministra dos Negócios Estrangeiros de França disse esta terça-feira que estava otimista em relação aos Estados-membros que ainda se opõem ao novo pacote de sanções da União Europeia que inclui um embargo faseado às importações de barris e produtos petrolíferos russos.

“Com as proibições explícitas sobre as importações de petróleo russo nos EUA e Reino Unido, e com as companhias petrolíferas relutantes em comprar mesmo sem obstáculos legais formais, as sanções autoimpostas estão a provocar falhas na oferta”, explicou Stephen Innes, da SPI Asset Management, numa nota citada pela Reuters.

Por outro lado, nos EUA, é expectável que a procura aumente consideravelmente nos próximos tempos, à medida que mais famílias planeiam ir para a estrada neste verão, já a partir do próximo fim de semana do Memorial Day (próxima segunda-feira, dia 30), depois de dois anos de fortes restrições provocadas pela pandemia, apesar dos altos preços dos combustíveis, de acordo com os analistas.

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Proposta do Bloco para tributação de criptoativos rejeitada no Parlamento

Os deputados continuam a debater o Orçamento do Estado para 2022 e a votar a proposta do Governo artigo a artigo, bem como as propostas de alteração dos partidos.

A Assembleia da República prossegue o calendário de debate e votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, caminhando para o terceiro dia de um processo que vai ocupar toda a semana. A discussão e votação das normas avocadas realiza-se na parte de manhã e de tarde recomeçam as longas votações artigo a artigo e proposta a proposta.

Até ao momento, o PS tem rejeitado a esmagadora maioria das propostas dos outros partidos, com exceção de algumas do PAN e Livre, principalmente, mas também por vezes do PSD, Bloco e PCP. Esta terça-feira de madrugada foi aprovada uma proposta do Livre que visa testar a semana de 4 dias, uma discussão que também estava no programa eleitoral do PS.

Reveja aqui:

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“TAP está a pedir por favor” a Bruxelas “para dar os slots à easyJet”, diz CEO da Ryanair

Em entrevista ao ECO, o CEO da Ryanair contraria a NAV e afirma que a TAP pode emprestar slots. Diz ainda que rotas canceladas no verão regressam no inverno.

O CEO da Ryanair acredita que a companhia irlandesa cumpre os critérios necessários para ficar com os 18 slots que a TAP tem de ceder no aeroporto de Lisboa. Contudo, acredita que a TAP está a pressionar a Comissão Europeia para atribuir esses slots à concorrente easyJet. “Estamos à espera de uma decisão. Mas assumo que a TAP está lá [em Bruxelas] a pedir por favor para darem os slots à easyJet”, disse Michael O’Leary, em entrevista ao ECO.

Há vários meses que a Ryanair tem vindo a criticar duramente a postura do Governo para com a TAP, desde a ajuda estatal até aos slots inutilizados no aeroporto de Lisboa. “Nenhuma outra companhia aérea quer crescer em Lisboa”, diz Michael O’Leary, justificando as críticas e ultimatos que tem feito junto do Governo português. “Nós estamos a crescer muito rapidamente no Portugal e este ano vamos ultrapassar a TAP e tornar-nos na companhia aérea número 1 em termos de passageiros transportados“, notou.

Se ficar com os 18 slots da TAP, Michael O’Leary diz que a Ryanair poderá transportar mais 1,3 milhões a 1,5 milhões de passageiros por ano, totalizando, assim, 6,5 milhões de passageiros transportados por ano na capital. Contudo, diz-se pouco confiante por acreditar que a TAP está a exercer pressão junto da Comissão Europeia para que a easyJet saia vencedora, embora considere que a companhia britânica não tem capacidade de operar os 18 slots.

Michael O’Leary, presidente executivo da RyanairHugo Amaral/ECO

“O que nos tem empatado o crescer mais em Lisboa nos últimos anos tem sido a falta de slots e a tentativa falhada de reabrir o [aeroporto] Montijo“, continuou o CEO da companhia irlandesa, em entrevista ao ECO esta quarta-feira. “A Portela só tem 20 milhões de passageiros por ano, o aeroporto de Londres tem 30 milhões. Pode haver muito mais crescimento em Lisboa, mas o Governo quer proteger a TAP por razões incompreensíveis”.

Slots em Lisboa são “muito difíceis de conseguir no verão”

Michael O’Leary sublinha que “a TAP continua a bloquear slots que sabe que não pode usar” em Lisboa e que, por isso, a Ryanair foi forçada a cancelar 20 rotas de verão na capital. No verão de 2021 a Ryanair tinha quatro aeronaves em Lisboa e acrescentou três. Criámos aquelas rotas no inverno porque tínhamos os slots, mas tivemos de as encerrar no verão porque a TAP tem os slots mas não os usa. Está apenas a bloquear a concorrência”.

“Por isso, dissemos ao Governo que se não nos dessem os slots ou emprestassem, teríamos de tirar essas três aeronaves de Lisboa“, conta o responsável, na entrevista ao ECO. E isso acabou por acontecer. “A única razão para termos encerrado aquelas rotas foi por não termos slots no verão. Os slots em Lisboa são fáceis de conseguir no inverno, mas muito difíceis de conseguir no verão”, explica.

O CEO da Ryanair assegura, contudo, que essas rotas, que incluem destinos como Madrid, Cracóvia ou Palermo, voltam a ser operadas no inverno. “Porque temos os slots de inverno. Mas o que temos de fazer no próximo ano, se não tivermos os slots adicionais da TAP, é crescer no inverno, decrescer no verão, e assim sucessivamente. É uma situação bizarra. É de loucos”, diz.

Michael O’Leary diz que “tudo o que a Ryanair precisa é de slots para mais três aeronaves”, ou seja, “cerca de 16 a 20 slots por dia”. “A TAP neste momento está a cancelar cerca de 200 slots por dia”, afirma.

O responsável revela ainda que a Ryanair “está a planear novas rotas para o Porto”.

“Não há nada que impeça as companhias aéreas de emprestarem slots

Nas semanas anteriores ao cancelamento das 19 rotas em Lisboa para o verão, a Ryanair pediu várias vezes ao Governo português para pressionar a TAP a emprestar slots à companhia irlandesa. Na altura, fonte oficial da NAV Portugal afirmou ao ECO que a “mobilidade de slots“, prevista no regulamento europeu, só pode acontecer em três situações específicas e que em nenhuma delas está previsto o empréstimo de slots.

Mas Michael O’Leary diz que “isso é mentira” e um “disparate”. “Não há absolutamente nada que impeça as companhias aéreas de emprestarem slots. Isso acontece na maioria dos aeroportos. As companhias podem emprestar slots a quem elas quiserem“, disse o responsável, referindo que isso acontece nos aeroportos de de Londres Heathrow e de Paris-Charles de Gaulle.

(Notícia atualizada às 11h43 com mais informação)

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Rússia vai usar rublos para pagar dívida em dólares

  • ECO
  • 25 Maio 2022

Moscovo confirma que vai pagar com rublos a dívida denominada em dólares, depois de ter expirado a exceção que lhe permitia usar a divisa norte-americana. Pode entrar em "default" ainda esta semana.

A Rússia vai pagar com rublos a respetiva dívida denominada em dólares, confirmou esta quarta-feira o ministro das Finanças russo Anton Siluanov. Os EUA decidiram pôr fim à exceção que permitia ao Kremlin o serviço da dívida na divisa norte-americana, o que deixa o país de Vladimir Putin à beira do incumprimento (default).

A exceção que permitia à Rússia pagar as suas dívidas com dólares terminou esta quarta-feira e não será renovada. Prevista no âmbito das sanções impostas a Moscovo pela invasão da Ucrânia, a exceção expirou às 05h01 de Lisboa. A Rússia tem reembolsos a fazer já daqui a dois dias.

Num comunicado divulgado esta quarta-feira, o ministro das Finanças da Rússia confirma que a dívida pública russa denominada em dólares será paga em rublos, falando numa “situação artificial criada por um país hostil”, uma referência aos EUA. “Temos o dinheiro e a vontade de pagar”, assegurou Anton Siluanov.

O Kremlin tem utilizado os bancos ocidentais JPMorgan Chase e Citigroup como canais para o pagamento das obrigações. Face às sanções, a Rússia informou que os reembolsos serão agora transferidos para uma conta a que os investidores estrangeiros vão poder aceder depois de se inscreverem no Depósito Nacional de Liquidação, uma entidade pública russa que presta serviços relacionados com intermediação financeira.

Em Davos, o chefe da diplomacia ucraniana apontou ainda o dedo à NATO. “A NATO como aliança, como instituição, está completamente marginalizada e não faz literalmente nada. Lamento dizê-lo”, afirmou Dmytro Kuleba.

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Tribunal dá cinco dias a Sócrates para explicar ausências no Brasil

  • ECO
  • 25 Maio 2022

O Tribunal da Comarca de Lisboa notificou José Sócrates na segunda-feira para que o ex-primeiro-ministro explique aos autos as suas viagens ao Brasil até sábado.

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, acedendo ao requerimento do Ministério Público (MP), notificou José Sócrates na segunda-feira para que o ex-primeiro-ministro explique aos autos as suas viagens ao Brasil dentro de cinco dias, um prazo que termina no sábado, de acordo com o Observador.

Caso as respostas não satisfaçam o MP, o procurador Vítor Pinto poderá avançar com a promoção da reavaliação das medidas de coação impostas a José Sócrates, que está sujeito apenas à medida de coação mínima: o termo de identidade e residência. O ex-primeiro-ministro terá de dizer ao tribunal se viajou ao estrangeiro por mais de cinco dias e quantas vezes o fez desde 9 de abril e de explicar qual a razão pela qual não informou as autoridades da sua ausência nem indicou o lugar onde podia ser encontrado, segundo o jornal.

Entretanto, num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no jornal Tal & Qual, citado pelo jornal Expresso, José Sócrates defendeu que a lei “não obriga” a que tenha de comunicar ausências de mais de cinco dias ao tribunal. E disse que não tem “mentalidade de servo” e que não se deixa condicionar pelas “ameaças dos procuradores”.

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Lisboa avança pela quinta sessão à boleia do BCP e Galp

Bolsa portuguesa prolonga ganhos pela quinta sessão e está em máximos de sete anos. Praças europeias também despertaram esta quarta-feira com apetite pelo risco.

A bolsa de Lisboa avança pela quinta sessão seguida, sendo impulsionada esta quarta-feira pelos títulos do BCP e do setor energético. Lá fora também se inicia o dia a recuperar das quedas na véspera.

O PSI soma 0,74% para 6.176,46 pontos, o valor mais alto dos últimos sete anos, e vai no ciclo mais prolongado de ganhos desde o final de março.

No plano europeu, depois de uma sessão asiática positiva, os ganhos nos principais índices situam-se entre os 0,7% registados em Paris e Frankfurt e 1% em Madrid. O Stoxx 600, que reúne as 600 principais companhias do Velho Continente, está em alta de 0,75%.

A Reuters divulgou os resultados de uma sondagem junto de gestores de fundos sobre as perspetivas para a evolução das ações, concluindo que o aperto da política monetária, os receios de uma recessão e o impacto económico da guerra na Ucrânia vão continuar a condicionar as subidas dos índices ao longo deste ano.

O BCP lidera os ganhos na praça portuguesa, com as ações a saltarem 2,12% para 0,1833 euros. O banco tem sido um dos mais beneficiados com a perspetiva de subida dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE), que ajudará a aumentar os ganhos com a margem financeira do setor. A presidente Lagarde reiterou esta terça-feira a ideia de que o banco central deixará de ter juros negativos nos depósitos até final de setembro.

O setor da energia também dá um impulso ao PSI. A Galp valoriza 1,72% para 11,51 euros, ao mesmo tempo que a EDP e a EDP Renováveis ganham 0,97% e 0,22%, respetivamente.

A Greenvolt avança 0,44% para 6,81 euros, depois de ter apresentado lucros de 1,3 milhões de euros no primeiro trimestre, mais 43% em relação ao mesmo período do ano passado.

Por outro lado, quatro cotadas seguiam abaixo da linha de água e travavam uma maior ambição em Lisboa.

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Estado pode ter de devolver 2,6 mil milhões às gasolineiras

  • ECO
  • 25 Maio 2022

TJUE considerou ilegal a contribuição do serviço rodoviário cobrada às gasolineiras, que poderão agora pedir o reembolso do imposto. Ministério tutelado por Medina diz que está "a acompanhar".

O Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) declarou ilegal a contribuição de serviço rodoviário (CSR), taxa paga pelas gasolineiras a par com o ISP e que serve diretamente para financiar a Infraestruturas de Portugal (IP). A decisão pode agora levar os operadores a pedir o reembolso do que foi pago nos últimos quatro anos, o período admissível pelas regras da prescrição, noticia o Jornal de Negócios.

A decisão do TJUE foi conhecida em fevereiro e tomada à luz das diretivas comunitárias, na sequência de uma impugnação por parte de uma gasolineira, acabando o tribunal europeu por considerar que falta à CSR – criada em 2007 – um “motivo específico”. Deste modo, o Estado português poderá ter de devolver 2,6 mil milhões de euros, o valor encaixado pela IP nestes anos.

Ao jornal, o Ministério das Finanças disse que “tomou conhecimento” da decisão do TJUE e que está a “acompanhar a evolução do tema, aguardando a prolação da decisão final do processo”. A orientação definida pelo tribunal europeu vincula as instâncias portuguesas, o que significa que estas decidirão neste sentido se e quando lhes chegarem processos sobre esta matéria.

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Reino Unido aprova venda do Chelsea a consórcio de Todd Boehly, mas Portugal também tem de autorizar

  • Lusa
  • 25 Maio 2022

O Governo britânico deu "luz verde" à venda do Chelsea de Roman Abramovich a um consórcio liderado pelo multimilionário Todd Boehly. Mas Portugal também tem de autorizar para a venda se concretizar.

O Governo britânico aprovou a venda a um consórcio liderado pelo bilionário norte-americano Todd Boehly do clube inglês de futebol Chelsea, ainda detido pelo russo Roman Abramovich, alvo de sanções ligadas à invasão da Ucrânia. “O Governo emitiu uma licença que permite a venda do Chelsea”, anunciou a ministra da Cultura, Média e Desporto britânica, Nadine Dorries, na rede social Twitter. Mas falta ainda a autorização do Estado português ao negócio.

“Dadas as sanções que aplicamos a quem esteja ligado a [Presidente russo, Vladimir] Putin e à sangrenta invasão da Ucrânia, o futuro a longo prazo do clube só pode ser garantido com um novo proprietário”, acrescentou a ministra. “Estamos seguros de que o resultado da venda não beneficiará Roman Abramovich ou outros indivíduos sancionados”, disse Dorries.

A ministra agradeceu “a todos, especialmente aos dirigentes que trabalharam incansavelmente para manter o clube a jogar e viabilizar essa venda, protegendo os adeptos e a comunidade futebolística em geral”.

“Em relação ao Chelsea, naturalmente que há aqui um ponto absolutamente fundamental: Portugal aplica as sanções que foram decretadas pela União Europeia. Nós fazemo-lo de forma rigorosa, fazemo-lo sem exceções, e é assim que nós aplicamos as sanções, é assim que nós vamos continuar a aplicar as sanções”, afirmou o chefe da diplomacia de Portugal, questionado pelos jornalistas à margem da visita à ilha de Santo Antão, Cabo Verde.

Portugal também tem de autorizar

Uma vez que Roman Abramovich detém um passaporte português, as autoridades portuguesas têm também de autorizar o negócio, noticiou na segunda-feira a emissora britânica BBC.

“O Governo britânico está a estudar possibilidades de alienação daquilo que é, neste momento, propriedade de uma pessoa que está sob lista de sanções. Obviamente, estamos em diálogo com o governo britânico, estamos em diálogo com a Comissão Europeia, mas seremos intransigentes na aplicação das nossas obrigações jurídicas”, afirmou João Gomes Cravinho.

O Chelsea, terceiro colocado na última edição da Premier League, atua com limitações, devido às sanções impostas a Abramovich.

Neste momento, o Chelsea opera com uma autorização especial que expira em 31 de maio e que lhe permite realizar determinadas operações, como receber dinheiro por direitos televisivos e vender ingressos para determinadas partidas.

Em 7 de maio, os londrinos anunciaram que o grupo liderado por Boehly iria adquirir o Chelsea por 4,25 mil milhões de libras (4,9 mil milhões de euros). A aquisição foi aprovada pela Liga inglesa de futebol na terça-feira.

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Sexta vaga de Covid pode custar 30 milhões de horas de trabalho

  • ECO
  • 25 Maio 2022

Baixas e isolamentos por causa das infeções por Covid-19 deverão ter um impacto de 30 milhões de horas de trabalho perdidas nesta sexta vaga da pandemia, aponta estudo do Técnico.

Com o pico esperado na primeira quinzena de junho, a sexta vaga da pandemia de Covid-19 poderá provocar cerca de 30 milhões de horas de trabalho perdidas, de acordo com um estudo do Instituto Superior Técnico (IST) citado pelo Correio da Manhã.

“Nesta sexta vaga, o custo de deixar o vírus da Covid-19 a circular livremente está estimado em mais de 30 milhões de horas devido a baixas e isolamentos, o que terá um impacto relevante no Produto Interno Bruto”, refere o relatório de um grupo de trabalho da universidade que acompanha a evolução da Covid-19. A estimativa tem como pressuposto que o pico desta vaga será atingido na primeira semana de julho, caso não se “verifiquem fatores que acelerem a transmissão” do vírus.

Os especialistas do IST recomendam o uso de máscara em situações de risco de contágio, como grandes eventos ao ar livre, concertos e eventos em ambiente fechado, e também no trabalho, se se verificar uma proximidade entre trabalhadores.

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Hoje nas notícias: Sócrates, gasolineiras e turismo

  • ECO
  • 25 Maio 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Tribunal de Justiça da União Europeia declarou ilegal a contribuição do serviço rodoviário cobrada às gasolineiras, que se posicionam agora para pedir reembolsos. Já o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa notificou José Sócrates para explicar por que razão não informou os autos das suas viagens ao Brasil. O turismo exige ficar excluído do agravamento de contribuições sociais para as empresas que mais recorram à contratação a prazo. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Estado arrisca ter de devolver 2,6 mil milhões às gasolineiras

À luz das diretivas comunitárias, por considerar que lhe falta um “motivo específico”, o Tribunal de Justiça da União Europeia (TJUE) declarou ilegal a contribuição de serviço rodoviário (CSR), imposto criado em 2007 e pago pelas gasolineiras juntamente com o ISP, e que serve diretamente para financiar a Infraestruturas de Portugal (IP). A decisão do TJUE pode desencadear agora uma avalanche de processos em tribunal por parte dos operadores a pedir o reembolso da taxa paga nos últimos quatro anos, o período admissível pelas regras da prescrição. Em causa estão 2,6 mil milhões de euros que o Estado poderá ter de devolver a estas empresas, o valor encaixado nestes anos pela IP.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado).

Tribunal dá cinco dias a Sócrates para explicar ausências no Brasil

O Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa, acedendo ao requerimento do Ministério Público (MP), notificou José Sócrates na segunda-feira para que o ex-primeiro-ministro explique aos autos as suas viagens ao Brasil dentro de cinco dias, um prazo que termina no sábado. Caso as respostas não satisfaçam o MP, o procurador Vítor Pinto poderá avançar com a promoção da reavaliação das medidas de coação impostas a José Sócrates, que está sujeito apenas à medida de coação mínima: o termo de identidade e residência (TIR).

Leia a notícia completa no Observador (acesso condicionado).

Turismo quer ficar de fora de taxa extra por excesso de contratos a prazo

O setor do turismo entregou na passada sexta-feira uma reivindicação ao Governo, através da Confederação do Turismo de Portugal (CTP), para ficar excluído do agravamento de contribuições sociais para as empresas que mais recorram à contratação a prazo. A medida em causa está na lei desde 2019, mas foi mantida em suspenso na pandemia, sem que tenha sido regulamentada até aqui. A CTP avisa ainda que “rejeita no seu todo” a Agenda do Trabalho Digno, que estará esta quarta-feira em discussão, e diz que quer também revisão nas mudanças feitas à lei há três anos.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

Sexta vaga de Covid pode custar 30 milhões de horas de trabalho

Com o pico esperado na primeira quinzena de junho, a sexta vaga da pandemia de Covid-19 poderá provocar cerca de 30 milhões de horas de trabalho perdidas, de acordo com um estudo do Instituto Superior Técnico. “O custo de deixar o vírus a circular livremente está estimado em mais de 30 milhões de horas devido a baixas e isolamentos, o que terá um impacto relevante no Produto Interno Bruto”, refere o relatório do grupo de trabalho da universidade.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

Emigrantes que regressaram em 2021 ainda sem redução especial no IRS

Os emigrantes que regressaram a Portugal em 2021 e que começaram a trabalhar no país nesse ano poderão beneficiar da redução especial do IRS quando o Orçamento do Estado (OE) deste ano entrar em vigor. Contudo, só poderão tirar partido dessa redução quando a lei entrar em vigor, o que poderá acontecer no final de julho e quando muitos dos potenciais beneficiários já terão entregado declarações de rendimento relativas a 2021 começou em abril. Sem detalhar como poderão usufruir da redução especial no IRS, o Ministério das Finanças diz que “com a aprovação do OE antes do fim do termo do prazo geral para a entrega da declaração Modelo 3 de IRS, passará a existir base legal e a Autoridade Tributária estará preparada para disponibilizar aos contribuintes essa possibilidade, na sua declaração modelo 3 do ano de 2021”.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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Turismo critica “ilusão de negociação” na concertação social e rejeita Agenda para o Trabalho Digno

  • Lusa
  • 25 Maio 2022

Confederação do Turismo de Portugal rejeita a Agenda para o Trabalho Digno, que é discutida esta quarta-feira pelos parceiros sociais, e critica o Governo por criar "ilusão de uma negociação".

A Confederação do Turismo de Portugal (CTP) participa esta segunda-feira na reunião de concertação social sobre a Agenda para o Trabalho Digno, depois de ter comunicado ao Governo que rejeita o documento na globalidade, por não resultar do diálogo social.

“A CTP rejeita no seu todo a Agenda para o Trabalho Digno”, afirmou a confederação num documento que enviou ao Governo nos últimos dias, em resposta ao repto lançado aos parceiros sociais na reunião da Comissão Permanente de Concertação Social (CPCS) do passado dia 11.

A CTP reiterou que “não pode validar um conjunto de alterações retrógradas e pouco equilibradas à legislação laboral decorrentes de um processo ideológico discutido no âmbito de acordos políticos fora do espetro do diálogo social”.

Segundo a confederação patronal, a Agenda do Trabalho Digno é um documento do Governo acordado com os anteriores parceiros de coligação política, PCP e BE, que foi discutido fora do espaço da Concertação Social, o que lamentou.

A CTP “regista a pouca disponibilidade do Governo para voltar a colocar este processo na CPCS” e considerou que “este processo não permite, sequer, a apresentação e discussão de novos temas a poderem ser considerados em termos de alterações justificadas à legislação laboral”.

A confederação lembrou no documento, a que a Lusa teve acesso, que o Governo avançou em outubro com a proposta de lei que procede à alteração da legislação laboral no âmbito da agenda do trabalho digno.

A proposta de lei procede à alteração da legislação laboral em dez áreas, nomeadamente a do trabalho temporário, do combate ao falso trabalho independente e recurso injustificado a trabalho não permanente, plataformas digitais e algoritmos, contratação coletiva e conciliação entre trabalho, vida pessoal e familiar.

O combate ao trabalho não declarado, a proteção dos jovens trabalhadores-estudantes e estagiários, o reforço da Autoridade para as Condições do Trabalho, a contratação pública e apoios públicos e os cuidadores informais, são outras das matérias abrangidas.

A CTP lembrou ainda que a proposta de lei contempla ainda novas medidas não comunicadas pelo Governo aos parceiros sociais em sede de CPCS, como o alargamento da compensação para 24 dias por ano em cessação de contrato a termo ou termo incerto e a reposição dos valores de pagamento de horas extraordinárias em vigor até 2012 a partir das 120 horas anuais.

As outras medidas determinam que “nos contratos públicos superiores a 12 meses, os contratos de trabalho devem ser permanentes e em contratos com menos de 12 meses, os contratos de trabalho devem ter pelo menos a duração do contrato” e o alargamento do princípio do tratamento mais favorável às situações de teletrabalho e trabalho através de plataformas.

Segundo a CTP, a Agenda para o Trabalho Digno não vai ter alterações de substância e “o documento apresentado na CPCS do passado dia 11 de maio nada a altera”.

“O documento apresentado mais não é do que um mero formalismo para trazer ao conhecimento dos parceiros sociais as três medidas que na altura o Governo entendeu acrescentar à Agenda para o Trabalho Digno […]: aumento das compensações em caso de cessação de contrato a termo (certo e incerto); aumento do valor do pagamento do trabalho suplementar a partir das 120 horas anuais; reforço da arbitragem necessária nos processos de negociação colectiva”, afirmou no documento.

Para a confederação patronal o documento do Governo “não pretende encetar nenhum processo negocial sobre as três medidas em apreço, mas tão somente criar a ilusão de uma negociação em espírito de diálogo social”.

“A CTP não concorda nem com o processo nem com a substância da Agenda para o Trabalho Digno, porque não foi chamada a participar na elaboração e densificação da mesma. Num país que depende muito do turismo e que o projetará para novos níveis de crescimento […], o Governo vem limitar a eficiência laboral no turismo”, disse.

A CTP defendeu no seu documento que, “a bem do mercado de trabalho e da competitividade do mesmo”, nesta altura é possível “uma reforma legislativa moderada, ao estilo, por exemplo, das de 2003 e 2009”.

Segundo o Ministério do Trabalho, a Agenda para o Trabalho Digno voltou à Concertação Social para discussão de “matérias que não foram discutidas anteriormente” com os parceiros sociais.

O pacote de medidas aprovado em Conselho de Ministros, em 21 de outubro de 2021, na anterior legislatura, incluía a reposição do valor das horas extraordinárias e das indemnizações por despedimento, o que levou a protestos das confederações patronais e à suspensão da sua participação nas reuniões da Concertação Social.

Na altura, as quatro confederações patronais com assento na CPCS afirmaram que as medidas não tinham sido discutidas com os parceiros sociais e acusaram o Governo de associar a discussão da Agenda do Trabalho Digno à negociação política do Orçamento do Estado para 2022, que decorria com os partidos à esquerda do PS.

No dia seguinte, o primeiro-ministro, António Costa, afirmou que tinha apresentado um pedido de “desculpas” às confederações patronais, pelo facto de o Governo ter aprovado duas medidas na área do trabalho sem as ter apresentado em Concertação Social.

Em causa estava o alargamento da compensação para 24 dias por ano em cessação de contrato a termo ou termo incerto e a reposição parcial dos valores de pagamento de horas extraordinárias em vigor até 2012 a partir das 120 horas anuais, sendo a primeira hora extra em dias úteis paga com acréscimo de 50%, a segunda hora com 75% e em dias de descanso e feriados 100%.

Centrais sindicais querem que Agenda do Trabalho Digno valorize os salários

A CGTP e a UGT mantêm posições diferentes relativamente à Agenda do Trabalho Digno, mas ambas as centrais sindicais defendem que deveria valorizar os salários.

Para a CGTP, o documento da “Agenda do Trabalho Digno e de Valorização dos Jovens no Mercado de Trabalho” apresentado na reunião da Comissão Permanente da Concertação Social, no dia 11 de maio, mantém o que o Governo já havia afirmado, levando-a a considerar que “continuam a faltar soluções para responder aos problemas dos trabalhadores e do país”.

“Assim, sem prejuízo de um ou outro conteúdo de carácter positivo, aquilo que resulta das medidas do Governo é a intenção de não devolver aos trabalhadores os direitos que lhes foram retirados sob a égide da ‘troika’ durante o período da governação PSD/CDS-PP”, afirmou a Intersindical numa posição enviada ao Governo, tal como estava previsto, antes da reunião de hoje.

Para a CGTP não há justificação possível para não reverter as normas gravosas da legislação laboral porque se trata da reposição de direitos fundamentais dos trabalhadores em respeito pela configuração constitucional.

Em causa estão a liberdade sindical, o direito de contratação coletiva, o direito à segurança no emprego e um dos seus corolários que é o direito a uma justa indemnização em caso de despedimento, o direito à limitação da jornada de trabalho, o direito ao descanso, o direito à conciliação entre a vida profissional e a vida pessoal e familiar e o direito a um salário justo.

Segundo a central sindical, para que a proposta de lei pudesse realmente contribuir para melhorar os direitos dos trabalhadores seria essencial que contemplasse a revogação do regime da caducidade e sobrevigência da contratação coletiva, a reposição plena do princípio do tratamento mais favorável, a redução do tempo de trabalho para as 35 horas semanais sem perda de retribuição, a revogação dos regimes de adaptabilidade e de bancos de horas, a delimitação da possibilidade de laboração contínua às atividades socialmente imprescindíveis que a justifiquem, a limitação dos fundamentos para o despedimento coletivo e a reposição do valor das indemnizações e compensações em caso de despedimento, de modo a voltarem a corresponder a 30 dias de salário por cada ano de antiguidade.

O princípio de que a um posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo de trabalho efetivo e a consagração de 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores são outras das reivindicações defendidas no documento, a que a Lusa teve acesso.

Com uma posição mais moderada relativamente ao documento do Governo, que considera positivo, a UGT entende que “uma verdadeira Agenda do Trabalho Digno deveria contemplar e articular um conjunto mais vasto de áreas, desde a adequação dos regimes de proteção social à redução da jornada de trabalho e dos tempos de trabalho, da reversão de medidas da ‘troika’ como o regime dos despedimentos ou a reposição do regime de férias, não esquecendo as matérias associadas ao futuro do trabalho e ao cumprimento de compromissos anteriormente acordados e que concorrem para o mesmo fim, como a concretização da taxa por rotatividade excessiva de contratação precária”.

“Naturalmente, não poderá igualmente deixar de estar presente a discussão relativa à valorização dos salários e rendimentos do trabalho, dimensão essencial do trabalho digno”, defendeu na posição enviada ao Governo.

No que concerne especificamente ao documento apresentado, a UGT manifestou a sua “concordância, na generalidade, com a introdução realizada, que retoma reflexões anteriores sobre os problemas estruturais” do mercado de trabalho.

No entanto, a UGT disse que, ao contrário do Governo, não partilha integralmente do otimismo relativamente a algumas das recentes evoluções, nomeadamente no que concerne ao peso da contratação precária.

“Com efeito, a redução desse peso na contratação global, e ainda que se registe uma evolução positiva nas novas contratações, deve-se, em grande parte, ao facto de os trabalhadores precários terem sido, à semelhança do que se verificou em anteriores crises, os primeiros grandes afetados pela pandemia, como se viu com a destruição massiva de postos de trabalho”, salientou a central.

Segundo o Ministério do Trabalho, a Agenda do Trabalho Digno voltou à Concertação Social para discussão de “matérias que não foram discutidas anteriormente” com os parceiros sociais.

O pacote de medidas aprovado em Conselho de Ministros, em 21 de outubro de 2021, na anterior legislatura, incluía a reposição do valor das horas extraordinárias e das indemnizações por despedimento, entra outras medidas.

Em causa está o alargamento da compensação para 24 dias por ano em cessação de contrato a termo ou termo incerto e a reposição parcial dos valores de pagamento de horas extraordinárias em vigor até 2012 a partir das 120 horas anuais, sendo a primeira hora extra em dias úteis paga com acréscimo de 50%, a segunda hora com 75% e em dias de descanso e feriados 100%.

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Casos Covid aumentam, mas percentagem de mortes cai face há um ano

Entre 1 e 23 de maio, foram registados 494.446 casos e 600 mortes por Covid em Portugal. Ainda assim, a percentagem de casos que culminam em morte por Covid é menor face há um ano.

Nos primeiros 23 dias de maio deste ano, foram identificados 494.446 novos casos por Covid-19 em território nacional, isto é, um valor quase 45 vezes superior face a igual período de 2021. Neste período, houve também 600 mortes associadas à Covid, o que representa um valor 14,6 vezes superior face ao período homólogo. Ainda assim, estabelecendo o rácio entre o número de óbitos e o número de infeções, a percentagem de casos que culminam em morte por Covid é menor face há um ano.

Portugal é atualmente o segundo país da União Europeia (UE), bem como o segundo a nível mundial com o maior número de infeções por SARS-CoV-2 por milhão de habitantes, numa média a sete dias. Entre 1 e 23 de maio, foram identificados 494.446 novas infeções em Portugal, segundo os dados de vigilância diária divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) no site dedicado à Covid. Contas feitas, trata-se de cerca de 21.497,7 novos casos por dia e um valor quase 45 vezes superior face a igual período do ano passado (tinham sido reportados 11.010 novos casos nos primeiros 23 dias de maio de 2021).

O aumento de casos está também a refletir-se no aumento de óbitos associado à doença. Entre 1 e 23 de maio, foram declarados 600 óbitos por Covid-19 em Portugal, isto é, cerca de 26 por dia e um número 14,6 vezes superior face aos 40 registados em igual período do ano passado. Ainda assim, em termos proporcionais estão morrer menos pessoas em Portugal.

Se nos primeiros 23 dias do ano passado, o rácio entre as mortes por Covid e os casos era 0,3%, em igual período deste ano situa-se nos 0,1% de acordo com as contas realizadas pelo ECO com base nos dados divulgados pela DGS. Importa, no entanto, sublinhar que nem todas estas mortes poderão ter sido desencadeadas por infeções ocorridas em maio.

Estes dados refletem o impacto da vacinação, dado que só em julho do ano passado a inoculação entrou em fase “cruzeiro”, pelo que em maio de 2021 grande parte dos portugueses ainda não tinha sequer o esquema vacinal primário completo.

Os especialistas estão a associar esta subida das infeções ao levantamento das restrições, bem como ao surgimento de novas variantes do vírus, nomeadamente da B.A.5 da Ómicron, que é já dominante em Portugal. E a subida de casos está já a ter reflexo na mortalidade, especialmente nos mais idosos, pelo que o Governo decidiu antecipar a administração da dose de reforço para os maiores de 80 anos. “A população com mais de 80 anos é neste momento aquela onde acontecessem 78% a 80% dos óbitos, o que significa que é a população mais vulnerável e aquela que é mais importante proteger”, sinaliza Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM), em declarações ao ECO.

A antecipação da administração da administração da segunda dose de reforço aos idosos veio reabrir o debate sobre a efetividade das vacinas, nomeadamente no que toca ao bloqueio da infeção, dado que as vacinas que estão atualmente a ser administradas foram desenhadas para o vírus original, sendo atualmente dominante outra variante.

Ao ECO, Miguel Prudêncio lembra que o sistema imunitário é composto por dois vetores: os anticorpos e as células T. “Os anticorpos são fundamentais para bloquear a entrada do vírus nas nossas células e efetivamente os anticorpos que são gerados pela vacina já não têm perante a Ómicron a mesma eficácia que tinham a bloquear a infeção original com base na qual a vacina foi feita”; ainda assim, o investigador acrescenta que as células T, também conhecidas por imunidade celular “são muito menos dependentes da variante ou da subvariante do vírus do que os anticorpos” e “continuam a funcionar de forma muito eficaz na prevenção das formas graves da doença”.

Nesse sentido, e tendo em conta os dados provenientes de Israel “faz todo o sentido” o reforço vacinal para os mais idosos, assegura o investigador. A posição é partilhada por Bernardo Gomes, médico de Saúde Pública e investigador do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), que sinaliza que esta vacina “continua a ser uma arma válida em termos de prevenção”, o que não invalida que estejamos “à espera de vacinas atualizadas e sobretudo com outro componente de bloqueio de transmissão”.

A DGS já veio admitir a possibilidade um novo reforço para os mais idosos no outono/inverno, dado que este é habitualmente um período mais propício a infeções respiratórias. Por enquanto, os dados da comunidade científica internacional apontam para os benefícios de um reforço vacinal, mas ainda sem conclusões sobre uma eventual quinta dose. Não obstante, a comprovar-se necessária, os dois especialistas consideram que idealmente seria benéfica uma vacina mais adaptada à Ómicron, que está ainda em desenvolvimento. “Seria desejável que fosse a adaptada porque teria tanta eficácia como esta a proteger contra a doença grave, mas teria alguma proteção adicional em relação a esta para a infeção”, conclui Miguel Prudêncio.

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