Hoje nas notícias: multas a supermercados, habitação social e fundo de pensões

  • ECO
  • 24 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Tribunal Constitucional determinou como inconstitucionais as buscas a e-mails que envolvem o Pingo Doce, o que faz soar o alerta para que a decisão se alastre a outros casos. Há mais de 26 mil famílias à espera de vaga para habitação social no Grande Porto e na Grande Lisboa. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Tribunal Constitucional dá “machadada” a coimas de milhões

O Tribunal Constitucional considerou que a norma legal que permite as buscas e apreensões de correio eletrónico (e-mails) apenas com base na autorização do Ministério Público (MP), e sem a intervenção de um juiz, é inconstitucional. A decisão aconteceu apenas no processo que opõe a Jerónimo Martins e o Pingo Doce à Autoridade da Concorrência e ao MP, mas há quem alerte para o risco nos processos de práticas restritivas da concorrência em que o caminho seguido foi esse.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Há mais de 26 mil famílias à espera de habitação social

Atualmente, há 26.312 agregados familiares à espera de vagas para habitação social em 31 autarquias das duas áreas metropolitanas do país, das quais quase 19 mil na região de Lisboa e cerca de 7.400 no Grande Porto. De acordo com o levantamento feito pelo Expresso, a maioria dos pedidos (15.884, o equivalente a 60%) deu entrada ou foi renovada em 2022. Seria preciso aumentar em mais de um terço o número de imóveis municipais na AML e AMP — são mais de 73 mil — para dar a todos um tecto.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Injeção recorde no fundo das pensões dificulta compra de dívida

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social, reserva criada para pagar pensões quando as contribuições não chegarem, recebeu em pouco mais de um ano mais de cinco mil milhões de euros, uma injeção recorde após um período de forte desvalorização de ativos. Só que em janeiro e fevereiro o fundo não estava a cumprir o limite mínimo legal de 50% em dívida pública portuguesa. O presidente do instituto que gere esta carteira diz que é difícil cumprir consistentemente a regra legal sem prejudicar a almofada das pensões. Sobretudo porque o mercado é pequeno.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Venda da TAP com “rebuçado” de 686 milhões de euros para o comprador

Se, como pretende o primeiro-ministro, a privatização da companhia for feita este ano, o comprador vai poder dispor de 686 milhões de euros em cash, através de duas injeções previstas pelo Estado para dezembro de 2023 e dezembro de 2024. Na prática, são duas parcelas relativas ao aumento de capital que o Estado formalizou em dezembro passado e, em si, não representam um acréscimo de verbas passadas pelo Estado.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Mais de metade dos portugueses não acredita no plano para habitação

Seis em cada dez portugueses (62%) consideram que o plano do Governo para resolver a crise na habitação e a bonificação dos juros é insuficiente para apoiar as famílias. Metade dos portugueses critica, ainda, o arrendamento coercivo de imóveis devolutos, refere uma sondagem.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 24 de março

  • ECO
  • 24 Março 2023

Ao longo desta sexta-feira, 24 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Mariana Marques Tiago
  • 24 Março 2023

BdP divulga previsões económicas até 2025. Costa apresenta novos apoios para as famílias e Sérgio Monteiro é ouvido acerca da TAP. INE divulga Contas Nacionais e o Conselho Europeu termina.

Terminamos a semana com as previsões económicas do BdP até 2025. Costa apresenta novos apoios para as famílias mais carenciadas e Sérgio Monteiro é ouvido no Parlamento acerca da TAP. O INE divulga o último relatório sobre as contas nacionais de 2022. Dá-se o fim do Conselho Europeu.

BdP apresenta boletim económico

O Banco de Portugal (BdP) apresenta esta sexta-feira o seu boletim económico. O documento inclui previsões económicas para a economia portuguesa em 2023 e para os dois anos seguintes. A conferência de imprensa pode ser seguida aqui.

Costa apresenta novos apoios para as famílias

É hoje o último dia do Executivo de Costa para apresentar os novos apoios para as famílias mais carenciadas. O anúncio da aplicação destas novas medidas surgiu na semana passada. Quarta-feira, no debate de política geral, Costa afirmou que os apoios diretos às famílias vulneráveis para fazerem face ao aumento do custo de vida é um dos eixos em que o Governo “está a trabalhar”.

Fim do Conselho Europeu

O encontro de líderes em Bruxelas termina esta sexta-feira. Durante dois dias os chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da UE discutiram os últimos desenvolvimentos no que toca à invasão da Ucrânia e o consequente apoio da aliança europeia ao país; a competitividade da Europa, a situação económica e energética e ainda temas como a migração. Na passada quinta-feira – o primeiro dia de reunião – Costa sublinhava aos jornalistas que é necessário concluir o dossier da União Bancária para assegurar a estabilidade do setor bancário europeu e prevenir uma crise semelhante à de 2008.

INE divulga contas nacionais trimestrais por setor

O Instituto Nacional de Estatística divulga as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional relativas ao último trimestre de 2022 (de outubro a dezembro). De acordo com os últimos dados divulgados pelo gabinete de estatística, no terceiro trimestre a economia portuguesa registou um agravamento da necessidade de financiamento, que passou de 0,8% do PIB para 1,2%. Além disso, houve um aumento do Rendimento Nacional Bruto (2,1%) e do Rendimento Disponível Bruto (2%).

Sérgio Monteiro ouvido no Parlamento sobre a TAP

O ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Transportes e Comunicações, Sérgio Monteiro, é esta sexta-feira ouvido no Parlamento, na Comissão de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação. A audição do político acontece no âmbito do requerimento que o PS apresentou acerca do “processo de privatização da TAP”, que ocorreu aquando do seu mandato no ministério liderado por Pires de Lima. Quando o requerimento socialista foi aprovado, Sérgio Monteiro afirmou ter “não só gosto [em falar sobre a questão], mas interesse em que o assunto possa ser conversado”.

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Margarida Oliveira é a nova diretora-geral da Wells

A profissional era, até recentemente, head of business development health, wellness & beauty da cadeia do grupo Sonae.

Margarida Oliveira é a nova diretora-geral da Wells, adiantou fonte oficial da companhia do grupo Sonae à ECO Pessoas, substituindo no cargo João Cília. A profissional era, até recentemente, head of business development health, wellness & beauty da cadeia. Vai liderar uma rede de 300 lojas.

“Com percurso na área de consultoria e experiência internacional em FMCG, a Margarida Oliveira começou a colaborar com a MC em 2020 como head of business development health, wellness & beauty, tendo assumido em março deste ano o cargo de diretora geral da Wells”, adianta fonte oficial.

Margarida Oliveira, diretora geral da Wells

A profissional substitui João Cília que durante nove anos liderou a unidade da MC, tendo recentemente transitado para a área imobiliária, como CEO da Christie’s.

Antes de ingressar no grupo Sonae, Margarida Oliveira esteve mais de sete anos ligada à Reckit, tendo anteriormente, durante dois anos, estado ligada à Roland Berger Strategy Consultants.

Bachelor and Master of Science Management, da Universidade Católica, Margarida Oliveira tem ainda um MBA na Kellogg School of Management, da Northwestern University.

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Como navegar num mundo de trabalho sem fronteiras? Três princípios essenciais

O trabalho já não é definido por empregos, o local de trabalho já não é um lugar específico, e muitos trabalhadores já não são empregados tradicionais.

Um mundo sem fronteiras. É assim que a Deloitte olha o mercado do trabalho. E isto não é o futuro, é o agora. O trabalho já não é definido por empregos, o local de trabalho já não é um lugar específico, e muitos trabalhadores já não são empregados tradicionais. Criar (e, sobretudo, cocriar) novos modelos de trabalho sustentáveis, acompanhados por elevados resultados, é bem visto e muito desejável. No entanto, apenas 23% das organizações acreditam que os seus líderes têm a capacidade de navegar nesta aldeia global.

“No início da pandemia da Covid-19, todos pensávamos que acabaria em seis meses, era isso que tínhamos de aguentar. Mas, rapidamente percebemos que não se tratava de um trajeto curto, mas sim de um trajeto longo – e que íamos ter de repensar fundamentalmente o significado do trabalho, onde o trabalho é feito e como lideramos o trabalho num ambiente diferente”, afirma Terry Shaw, presidente e CEO da AdventHealth, citado no recente estudo “2023 Global Human Capital Trends”, da Deloitte.

As fronteiras que o mercado de trabalho conhecia até aí começaram a diluir-se, criando novos horizonte. Novas empresas, novos profissionais. “As organizações estão a atravessar uma nova paisagem à medida que perdem as fronteiras tradicionais que mantêm as coisas embaladas e ordenadas. Ganham permissão para experimentar, pilotar e inovar para definir novos fundamentos. Da mesma forma, para os trabalhadores, as regras de envolvimento com as organizações estão a mudar, abrindo portas a uma maior e mais significativa colaboração e cocriação com a organização”, defende a consultora.

Mas, como navegar neste novo mundo sem fronteiras? Como tirar partido da oportunidade e traçar um caminho diferente, abraçando a cocriação, a inovação e a adaptação? E, sobretudo, como fazer tudo isso dando prioridade às pessoas?

É necessária uma nova capacidade de liderança, a todos os níveis da organização, para mobilizar trabalhadores e equipas a alcançarem novos e melhores resultados. No entanto, apenas 23% das organizações inquiridas afirmam que os seus líderes têm a capacidade de navegar na aldeia global. Além disso, menos de 15% das organizações consideram que os seus líderes estão totalmente prontos para liderar de forma inclusiva ou considerar riscos sociais e ambientais mais amplos ao tomarem decisões sobre a força de trabalho. Existem ainda preocupações sobre a conceção e execução do próprio trabalho: apenas 16% das empresas referem que os seus líderes estão totalmente prontos para utilizar a tecnologia de modo a melhorar os resultados do trabalho e o desempenho da equipa, e apenas 18% diz que o seu líder está apto para desenvolver o modelo de trabalho certo para a sua organização.

Perante as oportunidades e os desafios, estes são inputs recolhidos pela Deloitte no estudo sobre as tendências globais em matéria de capital humano em 2023.

1. Enquadre o desafio… Pense como um investigador

Para liderar neste mundo sem fronteiras, as organizações e os profissionais devem ativar, mais do que nunca, a sua curiosidade, questionando e olhando para cada decisão como uma experiência que irá gerar novos conhecimentos. Mais de metade dos inquiridos (59%) espera concentrar-se na re-imaginação nos próximos dois a quatro, um valor que duplica a percentagem apurada da antes da pandemia. Além disso, operar com humildade e empatia é fundamental, segundo a consultora.

“Demos permissão às nossas equipas para experimentar coisas novas, falhar, aprender com elas, e seguir em frente. Temos como resultado uma série de novos empreendimentos e estratégias”, refere Olesea Azevedo, chief people officer da AdventHealth.

2. Trace um novo caminho… Cocrie a relação

Organizações e trabalhadores terão de aprender a navegar juntos, criando novas regras, novos modelos, novos processos e, sobretudo, uma nova relação. “As organizações devem abandonar por completo as antigas ilusões de controlo e reconhecer o papel que desempenham nos ecossistemas vivos e em evolução, à medida que os trabalhadores assumem maior influência e responsabilidade pelos resultados organizacionais e sociais, liderando de mãos dadas com a organização”, sugere a consultora.

As organizações devem abandonar por completo as antigas ilusões de controlo e reconhecer o papel que desempenham nos ecossistemas vivos e em evolução, à medida que os trabalhadores assumem maior influência e responsabilidade pelos resultados organizacionais e sociais, liderando de mãos dadas com a organização.

O inquérito da Deloitte concluir que as organizações com maior envolvimento dos trabalhadores na conceção e implementação da mudança organizacional tiveram mais probabilidades de experimentar resultados positivos. As empresas que disseram cocriar com os seus trabalhadores declararam ter 1,8x mais probabilidade de ter uma força de trabalho altamente empenhada, 2x mais probabilidade de ser inovadora, e 1,6x mais probabilidade do que os seus pares de antecipar e responder eficazmente à mudança.

3. Desenhe para impactar… Dê prioridade aos resultados humanos

As organizações devem criar impacto, não só para os seus negócios, trabalhadores ou acionistas, mas também para a sociedade em geral. Mais de metade das empresas inquiridas aspiram a criar maiores ligações com a sociedade. Essa ligação, seja com temas como o clima, a igualdade ou os direitos humanos, tornou-se fundamental para a organização prosperar neste novo mundo do trabalho.

Mais de 80% das organizações afirmam que a diversidade e inclusão, a sustentabilidade e a confiança são as suas principais áreas de foco. É a era do propósito.

O inquérito “Deloitte 2023 Global Human Capital Trends” contou com a participação de 10.000 gestores empresariais e líderes de RH de todas as indústrias, num total de 105 países. Leia o relatório completo aqui.

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Comboio Lisboa-Madrid em três horas só depois de 2030

Ministra dos Transportes de Espanha já informou João Galamba sobre os desenvolvimentos na ligação entre Vigo e Porto. Raquel Sánchez afasta regresso dos comboios noturnos com Portugal.

Vai ser preciso esperar por 2030 para que um comboio entre Lisboa e Madrid seja mais competitivo do que carro e o avião. Antes disso, a ministra espanhola dos Transportes, Raquel Sánchez, apenas se compromete em repor um comboio direto entre as duas capitais ibéricas. Em entrevista por telefone ao ECO e ao Público, a governante espanhola já informou o homólogo português, João Galamba, sobre o arranque dos estudos para que Vigo possa receber comboios de alta velocidade vindos de Portugal.

Atualmente, entre Lisboa e Madrid, os passageiros têm de apanhar três comboios e enfrentam cerca de nove horas de viagem. A partir de 2024, o tempo de viagem entre as duas capitais ibéricas irá variar entre cinco horas e cinco horas e 30 minutos, demorando pouco menos do que o automóvel (seis horas). Questionada se a Renfe [homóloga espanhola da CP] poderá explorar o comboio Madrid-Lisboa a partir desse momento, a ministra responde: “Nesse ano, já com a eletrificação entre Plasencia e Badajoz e esperamos reduzir os tempos de viagem.”

Inauguração da linha de alta velocidade entre Cáceres e Badajoz, em 18 de julho de 2022.
Da esquerda para a direita: presidente da câmara de Mérida, Antonio Rodríguez; ministra dos Transportes, Raquel Sánchez; rei de Espanha, Felipe VI; primeiro-ministro, Pedro Sánchez; e presidente da região da Estremadura, Guillermo Fernández.
EPA/Jero Morales

Do lado português, apenas haverá alta velocidade entre Évora e Elvas, onde a Infraestruturas de Portugal está a construir 90 quilómetros de nova linha ferroviária. É apenas neste troço que um comboio poderá circular até 250 km/h, o patamar mínimo para a alta velocidade. Até chegar a Évora, o comboio não irá superar os 220 km/h; entre Lisboa e o Pragal não poderá superar os 60 km/h por causa da travessia da ponte 25 de Abril.

Do lado de Espanha, apenas está pronto um troço de 150 quilómetros entre Badajoz e Plasencia, cuja eletrificação ficará concluída “ainda no primeiro semestre” deste ano, adianta Raquel Sánchez. Em relação ao troço Oropesa-Madrid, “já foi feito o estudo informativo com a avaliação do impacto ambiental”. Falta ainda incluir a ligação entre Oropesa-Plasencia. “Na parte espanhola, a ligação será uma realidade dentro dos prazos que estão determinados pela União Europeia para o corredor Atlântico: o ano de 2030, mas obviamente que gostaríamos de poder adiantar esta data”, prevê a ministra.

Estamos a trabalhar para que no futuro seja possível fazer Madrid-Lisboa entre as três e as quatro horas“, prevê a ministra. Com este período de vantagem, o comboio será mais rápido do que o automóvel. Em relação ao avião, a ligação sobre carris pode ganhar se forem contabilizados os tempos de embarque e desembarque nos aeroportos da Portela e de Barajas. Mesmo em bitola ibérica, “faremos o possível, pela configuração da nossa rede, para que os comboios possam circular a 300 km/h“, sinaliza.

Do lado português, a viagem poderá demorar menos 30 minutos se for construída a ponte ferroviária Chelas-Barreiro, algo que não está previsto pelo menos até 2030.

Galamba informado sobre Vigo

Também para 2030 está previsto que a viagem entre Porto e Vigo passe a durar uma hora, reduzindo em mais de uma hora o tempo atual. Para que isso aconteça, são necessárias obras dos dois lados da fronteira: em Portugal, pretende-se construir um novo troço entre Braga e Valença, sem paragens intermédias, por 1,25 mil milhões de euros.

Em Espanha, é necessário construir a saída sul da estação de Vigo Urzaiz e implicará um túnel de mais de 10 quilómetros. A empreitada custará entre 573,4 e 686,6 milhões de euros, segundo as propostas divulgadas na semana passada e que antecedem o lançamento do estudo informativo por parte do Estado espanhol. “Esta é uma notícia de grande impacto, porque estamos a avançar neste projeto. E na Cimeira Ibérica passei essa informação ao meu homólogo português [João Galamba]”, adianta a ministra.

O Governo de Pedro Sánchez, desta forma, responde às declarações do anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos. “O desafio que aqui lancei é para que Espanha dê corda aos sapatos para não haver o risco de chegarmos com uma linha à fronteira e não termos nada do outro lado”, afirmou o governante em abril de 2022.

Acordo de sinalização

Antes disso, Portugal e Espanha têm de se entender sobre o comboio Celta. A linha está eletrificada dos dois lados da fronteira mas com diferente tensão na catenária (25.000 volts em Portugal e 3.000 volts da fronteira até Vigo) e diferentes sistemas de assistência à condução: Convel (Portugal) e Asfa (Espanha).

Para a ministra espanhola, “é necessária uma coordenação com a Infraestruturas de Portugal para uma integração segura dessa ligação. Temos de acertar uma sinalização compatível para que possam circular comboios elétricos entre os dois países“. Até a situação ficar resolvida, vão circular as automotoras diesel com três carruagens da série 592, que Portugal aluga à Renfe.

Semelhante incompatibilidade pode acontecer na fronteira de Vilar Formoso. Até ao final deste ano ficará finalmente concluída, após seis anos de trabalhos, a eletrificação entre Salamanca e Fuentes de Oñoro [que liga à Linha da Beira Alta]. Neste caso, as linhas dos dois países têm igual tensão na catenária (25.000 volts). Os sistemas de apoio à condução são diferentes e apenas podem funcionar em conjunto no material circulante mais antigo, o que obrigará a um entendimento entre as autoridades dos dois países.

Mais longe da linha está o regresso dos comboios noturnos, três anos depois das ligações entre Lisboa e Madrid (Lusitânia) e entre Lisboa e Hendaia (Sud-Expresso). “Não é uma das prioridades que temos para a recuperação de ligações internas, mas o posicionamento da União Europeia sobre os comboios noturnos para as relações transfronteiriças é questão para a qual estamos abertos a analisar”, adianta a ministra.

O Lusitânia deixou de circular por decisão unilateral da Renfe, congénere espanhola da CP e parceira da transportadora nacional neste serviço. A ligação entre Lisboa e Madrid gerava prejuízos anuais de dois milhões de euros. No Sud Expresso, a CP alugava o material circulante à Renfe, que circulava em conjunto até Medina del Campo. Neste serviço, a transportadora portuguesa registava prejuízos de três milhões de euros por ano.

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Tecnológica alemã “programa” centro de inovação em Portugal

Após “busca criteriosa” em vários países europeus, grupo Inform decide instalar “hub de inovação e talento” em Lisboa. Está a contratar engenheiros de software, consultores de negócio e comerciais.

A gigante tecnológica Inform, que tem sede na Alemanha (Aachen) e operações também nos Estados Unidos, Austrália, Chile, Brasil e Singapura, escolheu Portugal para estabelecer um “hub de inovação e talento”, na sequência de uma “busca bastante criteriosa” por parte do grupo alemão, adianta ao ECO o responsável pela nova estrutura localizada em Lisboa, João Faísca.

Criada a entidade legal em julho de 2022, a fornecedora de software baseado em inteligência artificial iniciou um processo de recrutamento que já selecionou 22 pessoas para a capital portuguesa. Em 2023 promete continuar a contratar para as várias áreas de negócio, e para trabalhar com clientes dentro e fora do país. “Prevemos chegar ao final do ano com uma equipa próxima dos 40 colaboradores. Vai depender também da dinâmica do negócio, podendo ultrapassar esta estimativa”, detalha.

Sem contabilizar o valor, João Faísca aponta que, além do escritório em Lisboa com capacidade para 30 pessoas – vai seguir modelo de trabalho híbrido –, o investimento do grupo germânico, que supera os mil clientes empresariais em mais de 40 países, envolveu a contratação de colaboradores para o desenvolvimento do software em colaboração com a sede na Alemanha, de consultores de negócio para a implementação do software e outras áreas, e de uma força de vendas local e para trabalhar igualmente alguns mercados internacionais.

A escolha de Portugal resultou da busca bastante criteriosa do Grupo Inform de um local fora da Alemanha, mas na Europa, para estabelecer um hub de inovação e talento.

João Faísca

CEO da Inform Portugal

“A escolha de Portugal resultou da busca bastante criteriosa do Grupo Inform de um local fora da Alemanha, mas na Europa, para estabelecer um hub de inovação e talento. Portugal demonstrou ter as capacidades em termos de recursos humanos com fortes capacidades técnicas. (…) Aliado à formação técnica, tivemos em consideração outros fatores muito importantes, soft skills – proatividade, flexibilidade, atitude positiva e em muitos casos a experiência internacional”, resume o gestor.

No mercado português, que é descrito como tendo “um potencial de negócio bastante interessante para o software inteligente” desta tecnológica, o principal foco estará em setores como a aviação, o risco e fraude aplicado à banca, seguros e telecomunicações, a logística automóvel, os transportes terrestres e marítimos, e o workforce management.

João Faísca, CEO da Inform Portugal

“No segundo semestre de 2022 estivemos a construir os alicerces da empresa, a definir os processos internos e a estabelecer o plano da atividade da Inform Portugal. O go-to-market para Portugal iniciou-se em janeiro deste ano, com uma abordagem progressiva às diversas indústrias, aproveitando a enorme experiência internacional do Grupo Inform e tirando partido de referências internacionais de renome onde o software da Inform está implementado”, indica João Faísca.

Para assinalar a entrada do grupo germânico em Portugal, a empresa organizou, ao final da tarde desta quinta-feira, um evento no Hotel Myriad, em Lisboa, em que marcaram presença, entre outros protagonistas, o Co-CEO da Inform, Andreas Meyer, e José Carlos Mateus, CFO e membro da comissão executiva do Montepio.

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Governo anuncia hoje novo “apoio direto” às famílias vulneráveis

António Costa prometeu um novo "apoio direto" às famílias vulneráveis a ser anunciado esta sexta-feira, dia em que o INE confirma o valor do défice orçamental referente a 2022.

Debate com o primeiro-ministro no Parlamento - 22MAR23
António Costa prometeu anunciar um novo “apoio direto” às famílias mais vulneráveisHugo Amaral/ECO

O Governo deve apresentar um novo apoio às famílias, mas só para os agregados mais vulneráveis. Com o défice de 2022 a ficar abaixo do previsto pelo Executivo, António Costa tinha prometido anunciar esta sexta-feira medidas para fazer face ao contínuo aumento do custo de vida, numa altura em que os preços dos alimentos não param de subir. A conferência de imprensa foi convocada para o meio-dia.

O apoio poderá assumir a forma de um pagamento direto às famílias que preencham certos requisitos. Os detalhes das “novas medidas do Governo para mitigar o aumento do custo de vida” serão apresentados no ministério das Finanças, por três ministros – Mariana Vieira da Silva, Fernando Medina e Ana Mendes Godinho. No debate de política geral desta quarta-feira, o primeiro-ministro referiu um “apoio direto às famílias mais carenciadas” como uma das várias frentes de ataque ao problema da inflação em Portugal, ao mesmo tempo que as instituições europeias apelam ao fim das medidas de apoio mais abrangentes.

Na mente de António Costa estarão, principalmente, os custos do cabaz alimentar essencial. “Há hoje uma realidade muito grave que tem a ver com a subida dos preços na cadeia alimentar”, afirmou o governante, que esteve toda a tarde a responder às perguntas dos deputados. Em fevereiro, apesar de a taxa de variação homóloga dos preços ter abrandado para 8,2%, o índice referente aos produtos alimentares não transformados acelerou para 20,1% na variação homóloga, quando comparada com a do mês de janeiro.

A decisão é viável porque o Governo terá terminado 2022 com um défice orçamental muito mais baixo do que os 1,5% que tinha previsto – o Conselho das Finanças Públicas (CFP) estima mesmo que fique nos 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Os dados serão confirmados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) esta sexta-feira, às 11h, quando divulgar as Contas Nacionais Trimestrais por Setor Institucional referentes ao quarto trimestre.

Em resposta ao Bloco de Esquerda esta quarta-feira, Costa negou tratar-se de “um milagre” e explicou que a diferença esteve relacionada com dois “fatores fundamentais”. “Primeiro, a economia, felizmente, cresceu mais do que aquilo que estava previsto e, em segundo lugar, há um segundo conjunto de operações contabilísticas que levaram as instituições estatísticas a imputarem a 2023 despesa feita em 2022”, apontou.

“Dou só um exemplo: os 1.400 milhões de euros que foram injetados no sistema elétrico para reduzir o custo da energia elétrica este ano não estão a ser contabilizados em 2022, aparentemente, e vão ser contabilizados em 2023. Portanto, não foi não termos gasto. Gastar, gastámos. Agora, como sabe, a contabilidade tem razões que a razão desconhece muitas vezes, e por isso, apesar de uma despesa que foi feita no ano passado, é contabilizada este ano”, acrescentou Costa, dirigindo-se à coordenadora bloquista Catarina Martins. E teorizou: “Se tivermos um défice mais baixo no ano passado, o esforço este ano é menor para manter o objetivo que tínhamos fixado.”

A somar a isto, o Governo pode dar mais detalhes sobre as duas outras vertentes de atuação que estão em cima da mesa. Por um lado, Costa aventou que vai renegociar com os sindicatos da Função Pública um aumento extraordinário dos salários este ano, porque a taxa média anual de inflação em 2022 ficou em 7,8%, acima dos 7,4% antecipados pelo Executivo no momento das negociações. Falta saber se o aumento será da diferença (0,4%) ou de outra dimensão e se terá retroativos a janeiro.

Por outro, o primeiro-ministro traçou as linhas gerais de um plano para baixar e manter os preços dos alimentos. Esse plano passa por acordos com a distribuição e com a produção, ajudas de Estado à produção para reduzir os custos e uma redução do IVA dos bens alimentares, desde que haja um compromisso dos retalhistas em não absorverem o alívio fiscal nas margens de lucro.

Esta quinta-feira, a CEO do Pingo Doce, Isabel Ferreira Pinto, prometeu numa conferência de imprensa que a retalhista vai “repercutir integralmente” uma eventual redução do IVA nos preços dos produtos. Mas criticou: “Se o Governo avançar com esta medida, já o devia ter feito há mais de um ano.”

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“Há um problema na procura” de crédito. Amado aponta incerteza das empresas

O presidente do conselho de administração do BCP, Nuno Amado, garante que o banco não vai fechar a torneira do crédito apesar da turbulência no setor financeiro.

Os bancos não vão fechar a torneira do crédito, garante o presidente do conselho de administração do Millennium BCP, Nuno Amado. Já na procura por financiamento “há um problema”, devido à elevada incerteza.

A turbulência na banca criada pelo colapso do Silicon Valley Bank e o “resgate” do Credit Suisse com a aquisição pelo UBS não vão travar a concessão de empréstimos, assegura Nuno Amado. “Os bancos não vão fechar a torneira. O BCP quer é dar crédito”, afirma o chairman em entrevista ao ECO. Já os consumidores e empresas estão a retrair-se. “Não há um problema de oferta, não há um problema de financiamento para bons projetos ou projetos que se paguem. Há um problema da procura porque há uma incerteza“, aponta Nuno Amado.

“Nem é um problema de taxas de juro. A Euribor está mais alta, mas está a níveis que eram os normais há 10, 15 ou 20 anos. É um tema de procura”, sublinha. “Nos particulares é óbvio. Quando se olha para o crédito à habitação, hoje há menos. E nas empresas há muita incerteza”, acrescenta.

O montante dos novos empréstimos à habitação teve uma subida homóloga de 16,5% em janeiro, o mês mais recente para o qual o Banco de Portugal disponibiliza dados, para 1.385 milhões. O valor é, no entanto, influenciado pela renegociação de contratos, que conta como novo crédito. Expurgando este efeito, a concessão de empréstimos para habitação caiu 15% no primeiro mês de 2023. Desde julho que as novas operações registam quebras homólogas, apesar do aumento progressivo das renegociações.

Nos particulares é óbvio. Quando se olha para o crédito à habitação, hoje há menos. E nas empresas há muita incerteza.

Nuno Amado

Presidente do Conselho de Administração do BCP

Nas empresas, o padrão é mais inconstante. Depois de um fortíssimo crescimento em dezembro, as novas operações caíram 61% em janeiro, face ao mês anterior. Em termos homólogos, a quebra é de 18,4%.

Nuno Amado aponta outro fator, este positivo, que também leva a uma menor procura por empréstimos. “As empresas têm apresentado bons resultados, pelo que a maioria das médias e das grandes empresas não necessitam de novos financiamentos”, refere.

A travagem no crédito já era reconhecida pelos bancos na apresentação das contas anuais. “Estamos a assistir a um abrandamento da procura e concretização do crédito. Em janeiro é normal, mas continua a abrandar face ao mesmo período do ano anterior”, assinalava no início de fevereiro o CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa.

Desregulação explica colapso do Silicon Valley Bank

O colapso do Silicon Valley Bank no dia 10 de março lançou a incerteza no setor financeiro, contagiando outros bancos regionais e de média dimensão nos EUA. Para Nuno Amado, uma das principais causas foi o alívio nos requisitos regulatórios ocorrido do outro lado do Atlântico, que não teve paralelo na Europa.

Enquanto na Zona Euro temos uma regulação que se manteve muito intrusiva, forte e com uma gestão do risco mais atenta, nos EUA aconteceu o contrário. Houve desregulação e com desregulação houve uma gestão do risco muito mais agressiva”, considera o presidente do conselho de administração do BCP. Dá como exemplo o facto de o limite de supervisão federal dos bancos ter subido de 50 mil milhões para 250 mil milhões, permitindo que instituições como o Silicon Valley Bank deixassem de estar sujeitas às regras mais apertadas. Na Europa, “diria que não há quase nada que os supervisores não saibam”.

As ondas de choque da banca americana atingiram também o segundo maior banco suíço. No domingo, foi anunciada a sua aquisição pelo UBS, numa operação forçada pelo banco central, de forma a estabilizar o sistema bancário. “O Credit Suisse, com todo o respeito, não é uma situação nova. As suas dificuldades eram conhecidas e foram agravadas pelos acontecimentos das últimas semanas. Pelos vistos, o sistema de reporte de informação ao mercado e ao público, não era de confiança, o que é muito complicado“, observa, considerando que “não é normal” o supervisor ter deixado a situação chegar onde chegou.

Nuno Amado considera que levará algum tempo a restaurar a confiança, mas volta a sublinhar diferenças entre os EUA e a Europa. “Se vir os rácios de capital da banca americana são mais baixos do que a europeia. Pelo que vi, a banca americana anda com rácios de capital nos 11%, enquanto a banca europeia anda com rácios de capital provavelmente nos 13,5% a 14%”, sublinha.

Os rácios de capital da banca americana são mais baixos do que a europeia. Pelo que vi, a banca americana anda com rácios de capital nos 11%, enquanto a banca europeia anda com rácios de capital provavelmente nos 13,5% a 14%.

Nuno Amado

Presidente do conselho de administração do BCP

O chairman do BCP desvaloriza também o impacto da desvalorização das carteiras de obrigações de dívida pública nos bancos, um dos fatores que levou à queda do Silicon Valley Bank. “O banco que faliu tinha uma carteira com um risco absolutamente anormal, que não tinha nada que ver com os outros. Essa carteira pode ter um impacto de 1,5%, 2% ou 3% [no rácio capital]. Ninguém tem um efeito esmagador de 10% como o Silicon Valley Bank”, argumenta.

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Marcelo antecipa previsão de crescimento do Banco de Portugal “a caminho de 2%”

  • Lusa
  • 24 Março 2023

O Banco de Portugal vai anunciar as previsões económicas para 2023, mas Marcelo furou o embargo e já revelou que o banco central antecipa um crescimento económico "a caminho dos 2%".

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, revelou que o Banco de Portugal vai rever a sua previsão de crescimento da economia portuguesa em 2023 para um valor “a caminho de 2%, 1,8%”, admitindo, mesmo, “que pode ultrapassar os 2%”. O chefe de Estado falava num hotel em Santo Domingo, num encontro com emigrantes portugueses e representantes de empresas nacionais com presença na República Dominicana, no fim de uma curta visita oficial a este país, antes da 28.ª Cimeira Ibero-Americana.

Na sua intervenção, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que Portugal registou em 2022 “o mais alto crescimento na Europa, ao mesmo tempo com um défice que se descobre todos os dias que é mais baixo” e o “desemprego em números históricos, pouco mais do que o desemprego técnico“.

“Agora mesmo para 2023, em que já se sabia que [o crescimento] não ia ser igual, o Banco de Portugal vai rever, se não reviu entretanto enquanto estamos cá, as previsões para 2023 a caminho de 2%, 1,8%, mas admitindo — enfim, não o dizendo publicamente — que pode ultrapassar os 2% e subir, o que na Europa é difícil, subir a caminho dos 3% no final do ano”, acrescentou. A 16 de dezembro passado, recorde-se, o Banco de Portugal estimava um crescimento de 1,5% para a economia portuguesa em 2023.

Neste discurso, o Presidente da República apresentou Portugal como um “dos países da Europa e porventura no mundo dos melhores a enfrentar a pandemia” de covid-19. “Portanto, saímos bem da pandemia. Depois, enfrentámos bem os efeitos económicos da pandemia. Fomos um dos três primeiros países a apresentar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em Bruxelas. Trabalhámos, trabalhámos rapidamente”, disse.

Segundo o chefe de Estado, “com a guerra pelo meio e os efeitos da guerra” na Ucrânia, Portugal ultrapassou o ano de 2022 “aproveitando o balanço do final de 2021 que foi espetacular em termos económicos, turismo espetacular, investimento externo muito bom e exportações espetacular“.

“Aproveitámos esse balanço, que nos deu para o primeiro trimestre e o segundo trimestre de 2022, e a desaceleração do segundo semestre de 2022 não impediu um crescimento de 6,7%, o mais alto crescimento na Europa”, prosseguiu.

Quanto ao défice, Marcelo declarou que “vai ser inferior àquilo que se pensava, inferior a 1,7% ou 1,6%”. Por outro lado, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou que “o turismo continua a subir”.

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Lloyd’s of London diz que despesas com seguros vão duplicar

  • ECO Seguros
  • 23 Março 2023

O aumento da percepção de riscos, tais como falhas bancárias, irá impulsionar o crescimento na próxima década, de acordo com John Neal, chefe do Lloyd's of London.

As despesas globais com seguros deverão duplicar na próxima década, impulsionadas por uma maior perceção de riscos como falhas bancárias e alterações climáticas, afirmou o chefe executivo do Lloyd’s of London.

John Neal disse ao Financial Times que o “risco financeiro“, na sequência de falhas bancárias nos EUA e na Europa, bem como ameaças sistémicas como pandemias e alterações climáticas, deverá alimentar a procura de coberturas.

“A compra e a penetração dos seguros está a aumentar a um ritmo que, provavelmente, verá duplicar as compras de seguros na próxima década, vida e não-vida“, previu.

John Neal destacou o crescimento nos principais mercados de seguros, como a propriedade norte-americana, bem como segmentos de crescimento mais rápido, como a cobertura cibernética e a propriedade intelectual.

Em números de outlook publicados nesta quinta-feira, o Lloyd’s disse que os prémios emitidos em todo o mercado, este ano, deverão atingir cerca de 56 mil milhões de libras, contra quase 47 mil milhões de libras em 2022, à medida que os preços aumentam para os seguros e resseguros comerciais.

A previsão foi incluída nos seus resultados do ano inteiro, nesta quinta-feira, o que confirmou os valores de lucros anteriormente anunciados. John Neal disse que era a primeira vez que o Lloyd’s tinha fornecido tais previsões, e que fazia parte de um esforço concertado para se livrar da reputação “peculiar” do mercado e torná-lo mais “fácil de usar” para investidores externos. Disse que o Lloyd’s deveria ser mantido ao mesmo nível que uma empresa cotada em bolsa e que teria “a obrigação de voltar e anunciar” se o desempenho fosse desviado dos seus objetivos.

Fonte: Financial Times.

O mercado mais antigo está cada vez mais aberto a investidores externos, inclusive através da estrutura London Bridge para permitir aos investidores institucionais ganhar exposição direta aos riscos de subscrição.

As outras duas partes do outlook são para um rácio de exploração combinado previsto para 2023 abaixo dos 95%, e um rendimento projetado dos seus investimentos de mais de 3%.

Tal como anunciado, uma queda do valor dos títulos levou o Lloyd’s a uma perda líquida de 800 milhões de libras no ano passado, mas a subida dos preços ajudou-o a apresentar o melhor desempenho de subscrição desde 2015, apesar dos milhares de milhões de dólares em créditos resultantes da guerra na Ucrânia e do furacão Ian, que atingiu Cuba e o sudeste dos EUA em setembro.

O Lloyd’s tem pouco menos de 33 milhões de libras esterlinas de exposição às obrigações AT1 dos bancos, que inclui um montante não especificado para o Credit Suisse.

John Neal disse que o Lloyd’s estava “alerta” para os problemas atuais no setor bancário e para quaisquer repercussões para as seguradoras e resseguradoras. Menos de um décimo dos quase 100 mil milhões de libras do mercado na sua carteira de investimentos está diretamente exposto aos bancos, com metade nos EUA e uma quota muito pequena para bancos regionais.

“Crédito aos governos e crédito aos reguladores, eles aprenderam lições de 2007 e 2008, estão a agir rapidamente e estão a agir eficientemente. Até agora, tudo bem”, afirmou John Neal.

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Inscrições abertas para curso da APS Análise de Riscos em Acidentes de Trabalho

  • ECO Seguros
  • 23 Março 2023

Para além da reparação e reabilitação, também a prevenção dos acidentes de trabalho é cada vez mais uma preocupação das seguradoras. É nesse âmbito que a APS lançou o curso, que arranca a 12 abril.

A Associação Portuguesa de Seguradores (APS) vai realizar o curso de Análise de Riscos para o Ramo de Acidentes de Trabalho (ARAT), que tem por objetivo proporcionar aos formandos conhecimentos e competências técnicas básicas no âmbito da Segurança e Saúde no Trabalho, que lhes possibilitem a realização de análises de risco orientadas para o ramo de Acidentes de Trabalho.

O curso será realizado em modo síncrono híbrido – 46 horas presenciais, na sede da APS, e 21 horas online –, e irá decorrer de 3 de maio a 29 de junho.

O programa do curso ARAT inclui os módulos: workshop de abertura, segurança e saúde no trabalho: conceitos base, legislação, locais de trabalho, o homem no local de trabalho, produtos químicos, envolvente psicossocial, máquinas e equipamentos de trabalho, a análise de riscos em acidentes de trabalho, realização de análises de riscos orientadas para acidentes de trabalho, relatório das análises de riscos- debriefing e metodologias

No dia 12 de abril, um workshop de abertura do curso terá lugar, entre as 15h30 e as 17h30. Detalhes aqui.

Para mais informações, é possível contactar a APS pelo telefone 213 848 100, através do email form@apseguradores.pt, ou ainda, consultar o site https://www.apseguradores.pt/academia-home

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