Leroy Merlin tem mais de 400 vagas. E não é só para lojas

Depois de uma subida de 10% do salário de referência face ao SMN em 2022, cadeia não adiantou a atualização para este ano, mas subiu subsídio de alimentação, mais de 100 euros/ano de rendimento.

A Leroy Merlin tem mais de 400 ofertas de emprego para todo o país e nem todas são para reforçar as lojas da cadeia de bricolage. Há ainda vagas para os serviços corporativos nas áreas de e-commerce, marketing, sustentabilidade, IT, digital, performance e data.

“Sabemos que o talento é um fator essencial para a concretização da nossa estratégia e aceleração do nosso crescimento. Por isso, focamo-nos em reforçar as competências das nossas equipas, através de ações de desenvolvimento e formação, que complementamos com recrutamento interno e externo. Devido ao dinamismo do nosso negócio, temos atualmente mais de 40 lojas com vagas em aberto, existindo também oportunidades disponíveis para funções nos nossos serviços corporativos”, adianta Ana Herrero, líder desafio humano da Leroy Merlin Portugal.

Como empresa human first, o nosso principal objetivo é ajudar a empresa a crescer, criando um impacto positivo na experiência de todos os colaboradores, clientes e parceiros em geral”, continua.

Ofertas disponíveis

A cadeia — que, pelo quarto ano, foi considerada uma dos melhores empresas para trabalhar pelo Great Place to Work, alcançando o 8.º lugar na categoria de empresas com mais de 500 colaboradores — tem mais de 400 vagas para funções a tempo inteiro e tempo parcial, abrangendo lojas em todo o país e serviços corporativos da empresa.

Vendedores, operadores de caixa, operadores de logística, team leader de relação cliente e serviços, gestor de projetos técnicos são algumas das funções para as quais a cadeia está à procura de profissionais para a rede de lojas e centros logísticos.

Mas há vagas ainda para o centro corporativo para funções como omnichannel category manager ou técnico especialista de fidelização e parceiras. Estas funções estão disponíveis para modelo híbrido e remoto.

Política de benefícios

O modelo híbrido — para funções que se ajustem — é um dos benefícios que a cadeia tem disponível, a que se juntam dois dias de descanso extra por ano (férias), oferta de um dia de voluntariado corporativo remunerado por ano, seguro de saúde e de vida, bem como programas de bem-estar físico, psicológico e financeiro. Oferta de vacinação anti-gripe, de smartphone a 100% dos colaboradores, 10% desconto em todos os artigos nas lojas são outros dos benefícios elencados pela empresa.

No ano passado, a cadeia aumentou em 10% o salário de referência face ao salário mínimo nacional, mas este ano, quando questionada sobre o tema, não adiantou a eventual subida das remunerações prevista na companhia. No entanto, referem, atualizaram o valor do subsídio de alimentação atribuído aos colaboradores, passando para oito euros, “um valor bastante competitivo no setor do retalho”, traduzindo-se “em mais cerca de mais 121 euros/ano”.

A cadeia tem uma política de partilha dos resultados através da atribuição de prémios pelos colaboradores: prémio progresso, com uma frequência trimestral, e prémio de partilha do resultado, que acontece uma vez por ano. Em 2022, a Leroy distribuiu um prémio de 13,6 milhões de euros pelos seus colaboradores, valor que representa cerca de dois salários extra por colaborador.

Ainda no ano passado, para mitigar o impacto da inflação no rendimento dos colaboradores, o retalhista atribuiu um voucher de 125 euros.

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Primeira etapa do vale da Farfetch abre em 2026 e pode ganhar estação de metro

Construção do complexo Fuse Valley apenas deverá começar no final deste ano. Atraso no licenciamento foi aproveitado para aumentar espaços verdes e reforçar área para residência partilhada.

O complexo empresarial da Lionesa e o Super Bock Group, na Via Norte, em Matosinhos, vão ganhar um vizinho nos próximos anos. Promovido pelo Castro Group e pela Farfetch, o projeto do Fuse Valley foi apresentado em setembro de 2021 e as obras deverão, finalmente, começar no final deste ano. Inicialmente prevista para o final de 2025, a abertura da primeira fase do campus empresarial passou para o segundo semestre de 2026.

A demora no processo de licenciamento atrasou, em um ano, o arranque da empreitada que vai nascer junto ao rio Leça. O tempo não foi dado como perdido e serviu para reforçar a proposta de captação de empresas multinacionais para o terreno com cerca de 156 mil metros quadrados, o equivalente a mais de 15 campos de futebol.

Campus empresarial integra rio Leça na sua infraestruturaPlay Time

“Vamos entrar no mercado numa altura em que a questão dos escritórios do futuro já vai estar mais consolidada. O trabalho híbrido também”, sinaliza em entrevista ao ECO o líder do Castro Group. “O nosso foco são as empresas tecnológicas, que vivem um momento conturbado. Se entrássemos agora, seria mais complicado”, especifica Paulo Castro.

Dentro do terreno está prevista a construção, para já, de 24 edifícios. Entre os perto de 140 mil metros quadrados de área total de construção, a Farfetch vai ocupar mais de 40% (perto de 61 mil metros quadrados) do total; o Castro Group vai ocupar a restante área, com escritórios arrendados a empresas, praças, um hotel, terraços e ainda espaços para comércio e serviços, segundo a informação apresentada ao mercado no passado mês, na feira do mercado imobiliário de Cannes, em França.

As nossas referências são projetos espalhados noutros países europeus habituados a captar multinacionais. É neste mercado que nos pretendemos colocar. Há uns anos, essas empresas entravam sempre por Lisboa e só olhavam para o Porto quando queriam abrir um segundo escritório. Hoje sentimos que há muitas empresas a olhar diretamente para o Porto e a instalarem-se cá diretamente, sem passarem por Lisboa

Paulo Castro

Líder do Castro Group

Ano e meio antes, em setembro de 2021, o projeto também incluía perto de 33 mil metros quadrados em praças para os edifícios da Farfetch e 70 mil metros quadrados para as praças do lado do Castro Group. No mês passado, a empresa de promoção mobiliária reduziu as praças para cerca de 24 mil metros quadrados. A área de espaços verdes cresceu de 86.513 para 130.816 metros quadrados.

Na nova versão do Fuse Valley, áreas verdes aumentaram e estão previstas menos praças. Campus ganhou edifício triangular.Big Bucharest Studio

As mudanças não ficam por aqui. Na área central do Fuse Valley, na zona do Castro Group, houve três edifícios que foram reunidos num só, em forma triangular, para albergar a Fundação José Neves. O edifício do hotel deixou de partilhar o espaço com os apartamentos. Na nova versão do Fuse Valley, há um espaço próprio para residências partilhadas (coliving).

“Concluímos que o edifício do hotel era pequeno para as duas coisas, pelo que acrescentámos um terreno. Queremos ter 150 unidades para o Fuse Valley Residence, que ficará dividido em um ou dois edifícios. Só não fazemos mais espaços porque sabemos que a oferta vai aumentar bastante em redor do Fuse Valley”, revela Paulo Castro. Os apartamentos vão “servir sobretudo para os trabalhadores do campus“.

Nova estação de metro e comunidade solar

“Este empreendimento tem ambições relativas à sustentabilidade. Estamos a trabalhar para obter uma série de certificações ambiciosas e exigentes”, garante o líder do Castro Group. A aposta na mobilidade ecológica e nas energias renováveis são dois dos pilares do Fuse Valley: “Queremos ser neutros em emissões de dióxido de carbono e autossuficientes em termos energéticos.”

Na área da mobilidade, há negociações com a câmara de Matosinhos e a Metro do Porto para que a linha C ganhe uma nova estação. “A linha passa a 150 metros do empreendimento. Pretendíamos construir uma nova estação de metro, que seria a estação Fuse Valley. Isto melhoraria muito o nosso desempenho nesta área.” Por agora, as estações mais próximas são Araújo e Custió, a um quilómetro a pé. O projeto também contempla ligações para bicicletas – graças à proximidade com a Ecovia do Leça – e carreiras frequentes de autocarros.

No novo projeto, Fuse Valley reduziu área das praçasFusão

O Fuse Valley também fica perto da Linha de Leixões, desativada para o serviço de passageiros desde 2011 e cuja reabertura já foi pedida por mais de 120 empresas da Via Norte. “Com toda esta gente que vamos ter a trabalhar, o Fuse Valley vai contribuir para a viabilidade da reativação desta linha para passageiros”, prevê o líder do Castro Group.

Na área energética, a promotora imobiliária procura um parceiro para criar uma comunidade solar. Os painéis poderão alimentar os edifícios do campus e ainda espaços vizinhos.

Porto: da escala ao voo direto

O Fuse Valley será construído em duas fases, prevendo acolher cerca de 10.000 trabalhadores: a primeira etapa ficará pronta no segundo semestre de 2026 e implica um investimento de cerca de 200 milhões de euros, repartido com a Farfetch; a segunda estará concluída em 2030. No mínimo, a primeira fase servirá para “construir o miolo da avenida central e depois mexer nas pontas para que o projeto faça sentido em todos os aspetos. Isto permitirá a criação das praças, da comunidade e do valor estético”.

O trabalho comercial para captar empresas para o espaço vai começar no início de 2024. “A partir do momento em que nos começarmos a comprometer com as empresas para a data de entrega do escritório nós temos de estar 100% seguros e mais maduros em relação aos prazos”, alerta Paulo Castro.

Complexo empresarial será vizinho da Lionesa e do Super Bock GroupFusão

O gestor garante que espaço vai conseguir gerar atenção internacional. “As nossas referências são projetos espalhados noutros países europeus habituados a captar multinacionais. É neste mercado que nos pretendemos colocar. Há uns anos, essas empresas entravam sempre por Lisboa e só olhavam para o Porto quando queriam abrir um segundo escritório. Hoje sentimos que há muitas empresas a olhar diretamente para o Porto e a instalarem-se cá diretamente, sem passarem por Lisboa.”

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Mota-Engil desiste da Efacec. Prazo para novas propostas termina hoje

Prazo para apresentação de propostas revistas e aumentadas termina hoje, Mota-Engil fica pelo caminho e perspetivas de propostas melhoradas são limitadas.

Esta segunda-feira é a data limite para os candidatos à compra da Efacec apresentarem as suas propostas melhoradas. A Mota-Engil não será uma delas. Ao que o ECO apurou, a construtora desistiu da corrida de reprivatização de 71,73% da Efacec e optou por não apresentar uma Best and Final Offer (Bafo). Por outro lado, relativamente aos que se mantém em jogo, as diferenças face às propostas iniciais poderão ser muito limitadas. Ao que o ECO apurou, o consórcio formado pelo Grupo Visabeira e pela Sodecia deverá manter a proposta inicial e a do fundo Mutares Iberia também não diferirá muito da primeira.

No início de março, o Conselho de Ministros decidiu passar os cinco candidatos que tinham apresentado propostas para a reprivatização e 71,73% da Efacec à fase seguinte, na qual eram convidados a apresentar propostas vinculativas e melhoras. Ou seja, Mota-Engil, Oaktree Capital Management, Oxy Capital; consórcio Visabeira/Sodécia e Mutares Iberia.

Tal como o ECO avançou, os grupos industriais portugueses apostavam apenas na aquisição da sunidades de negócio da Efacec enquanto os três fundos de private equity estarão interessados na totalidade do lote de ações em venda.

Ao que o ECO apurou junto de fontes conhecedoras do processo, a Mutares, por exemplo, vai apresentar uma proposta para garantir a sustentabilidade da operação, que passará por uma solução holística, ou seja, para o conjunto da empresa. Isto porque para estes investidores a opção de dividir a Efacec, nas atuais circunstâncias, poderá desestabilizá-la ainda mais, colocando-a em risco, já que afastará as atenções do negócio atual.

A Mutares não sente que esteja em desvantagem por ser um investidor estrangeiro. Na primeira tentativa de privatização, na qual também estiveram envolvidos, “talvez houvesse de facto uma preferência por um investidor nacional”, mas agora consideram que o processo está a ser gerido de forma “extremamente profissional”, segundo relatou ao ECO uma fonte.

Este candidato tem como cartão-de-visita os 130 gestores em operações de diferentes setores e em várias funções dentro de uma empresa, como por exemplo a parte financeira, produção, vendas, comercias, contratação pública. Mas também o facto de serem um investidor profissional que pode ajudar a melhorar a operação da Efacec já que se assume como um grupo industrial, e que, nos últimos anos comprou empresas ao Estado alemão, norueguês, austríaco e chinês.

Desde a resolução do Conselho de Ministros o processo voltou para as mãos da Parpública que negociou com os candidatos as suas propostas no sentido de as melhorar de modo a garantir que o Estado português perca o menor montante possível na operação. A Parpública irá entregar esta segunda-feira a avaliação das propostas para depois o Executivo tomar uma decisão e até lá não quer fazer qualquer cometário sobre o processo.

A situação financeira da empresa obrigou o Estado, como acionista maioritário, a injetar cerca de dez milhões de euros por mês desde novembro, como o ECO revelou. Um montante que teve de subir para 14 milhões este ano, de acordo com o Jornal Económico (acesso pago), dada a gravidade das contas da Efacec. A companhia liderada por Ângelo Ramalho fechou o ano com um prejuízo operacional de 90,6 milhões de euros e um resultado líquido consolidado negativo de cerca de 52 milhões, como revelou o ECO, enquanto os capitais próprios revelam também uma situação líquida negativa de 50 milhões de euros (e ainda assim ajudada por 66 milhões de crédito fiscal por impostos diferidos).

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PwC questiona avaliação de ativos da Mutualista Montepio

Pelo terceiro ano, a PwC mantém reserva às contas da mutualista devido aos ativos por impostos diferidos que já superam os 900 milhões. Presidente Virgílio Lima tem salário de 415 mil euros brutos.

O auditor externo da Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) insiste que a instituição liderada por Virgílio Lima está a sobreavaliar os ativos por impostos diferidos “por um montante materialmente relevante” que não consegue quantificar e reforçou a sua reserva às contas, avisando que os lucros e a reversão de imparidades das subsidiárias – o banco e as seguradoras — não contam para a recuperação de prejuízos fiscais, de acordo com o relatório e contas individual a que o ECO teve acesso. A AMMG fechou 2022 com lucros de 50,2 milhões de euros, uma subida de 12,7% em relação ao ano anterior, mas ainda não divulgou o relatório que foi aprovado na sexta-feira por 24 votos a favor e cinco votos contra na assembleia de representantes.

De acordo com as informações a que o ECO teve acesso, a mutualista voltou a aumentar os ativos por impostos diferidos (DTA, na sigla em inglês) no ano passado, totalizando já os 912,7 milhões de euros, mais 25 milhões face a 2021.

São estes DTA, criados em 2017, ainda no tempo de Tomás Correia, que estão na base de uma disputa entre a AMMG e o auditor externo, a PwC. Quando os DTA foram constituídos, a oposição interna denunciou a operação por considerar que se tratou de um truque fiscal e contabilístico para esconder o desequilíbrio entre ativos e passivos da instituição. Caso contrário, sem estes DTA, a maior mutualista do país estaria numa situação de falência técnica.

Desde 2020, quando trocou de auditor, que a AMMG vê as suas contas aprovadas com reservas da PwC, que foram reiteradas (e até reforçadas) no relatório do ano passado, mesmo depois de ter sido criado um grupo que incluiu especialistas externos, dirigentes do próprio Montepio, incluindo o presidente Virgílio Lima, e ainda o anterior auditor KPMG e a BDO, para resolver esta disputa.

Nas contas do ano passado, a PwC sublinhou “que dividendos e reversões de imparidades futuras relativos às participações financeiras detidas em subsidiárias não concorrem para a recuperação de prejuízos fiscais”, uma observação que não surgia nas contas anteriores.

Tudo o resto mantém-se como nas contas dos dois anos anteriores: “A entidade não demonstra, na nossa opinião, capacidade para gerar resultados tributáveis suficientes que permitam recuperar parte substancial dos ativos por impostos diferidos registados.”

Pelo que, acrescenta de seguida o auditor da PwC Carlos Maia, “os ativos por impostos diferentes, os capitais próprios e o resultado líquido do exercício constantes do balanço e da demonstração dos resultados da entidade em 31 de dezembro de 2022 e em 31 de dezembro de 2021, encontram-se sobreavaliados por um montante materialmente relevante, a magnitude do qual não estamos em condições de quantificar, dada a incerteza inerente às projeções dos resultados tributáveis”.

Alerta para o risco de liquidez

Por outro lado, o revisor oficial de contas deixou de apontar para a “incerteza material relacionada com a continuidade”, algo que já vinha sinalizando nas contas dos dois anos anteriores. E já não faz referência ao potencial impacto da guerra.

Em relação às ênfases, a PwC volta a chamar a atenção para a sobrevalorização do banco no balanço da AMMG, outra questão antiga que a separa da mutualista. O investimento no Banco Montepio encontra-se avaliado pela mutualista em 1.500 milhões de euros, representando 40% do total do ativo. A esse investimento está associada uma perda por imparidade de 875,5 milhões. A PwC avisa que o banco pode estar sobreavaliado e que a mutualista poderá não recuperar o investimento. Reitera ainda o aviso sobre a necessidade de a AMMG continuar a convergir para as regras da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) até ao final desta década.

Em relação às últimas contas, a PwC acrescenta uma ênfase sobre o risco de liquidez: “No âmbito da preparação das demonstrações financeiras de 31 de dezembro de 2022, foi efetuada pelo conselho de administração uma avaliação da capacidade da entidade para fazer face a exigências de liquidez e aos restantes riscos associados ao desenvolvimento da sua atividade, sendo relevante para a compreensão da avaliação realizada a informação divulgada (i) na nota 34, gestão de riscos, (ii) na nota 21, respeitante à mensuração e recuperabilidade dos investimentos detidos em subsidiárias e associadas e (iii) na nota 25, relativa à mensuração e recuperabilidade dos ativos por impostos diferidos”.

Ao ECO, o presidente Virgílio Lima adianta que “a informação sobre os diferentes riscos evidencia a posição confortável da Associação, incluindo sobre o risco de liquidez, mostrando o excedente entre ativos e passivos por períodos temporais”.

De acordo com o responsável, a situação de liquidez face às exigibilidades de curto prazo (até três meses) era de 156% no final do ano passado, “confortavelmente acima dos 100% e apresentando uma evolução muito positiva face a 2021, que era de 140%”. E situava-se nos 128% — “também um nível muito confortável” – no que diz respeito às exigibilidades no prazo até 1 ano. Mesmo num cenário de esforço o rácio de cobertura das responsabilidades até três meses permanece acima de 120%, refere ainda.

Presidente com salário de 415 mil

Pela primeira vez desde a separação entre mutualista e banco, em 2015, forçada pelo Banco de Portugal, a AMMG divulgou os salários do conselho de administração. “Vem-se tornando uma boa prática de mercado, que não era habitual no passado. O conselho de administração decidiu aderir a esta boa prática”, justificou o presidente da instituição, que auferiu uma remuneração de 415 mil euros brutos no ano passado, dividida por 14 prestações iguais.

Já os quatro administradores executivos – Idália Serrão, João Carvalho das Neves, Rui Heitor e Fernando Amaro — receberam 365 mil euros brutos.

Quanto aos não executivos, a remuneração atingiu os 130 mil euros brutos para os administradores Alípio Dias e Luís Patrão.

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5 coisas que vão marcar o dia

O INE passa a "pente fino" os dados relativos bem como as estatísticas relativas à construção e habitação. É a data limite para os candidatos à compra da Efacec apresentarem as suas propostas.

O Instituto Nacional de Estatística dá a conhecer os dados do comércio internacional, bem como as estatísticas relativas à construção e habitação. É a data limite para os candidatos à compra da Efacec apresentarem as suas propostas melhoradas. As bolsas europeias estão encerradas na sequência dos feriados da Páscoa.

Como evolui o comércio internacional?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta segunda-feira os dados relativos ao comércio internacional referentes ao mês de fevereiro. Em janeiro, as exportações de bens cresceram 14,5% em janeiro, face ao mesmo mês do ano passado. Já as importações aumentaram 10,3%, face a janeiro de 2021. Foi o terceiro mês consecutivo em que as exportações aumentaram mais do que as importações.

INE mede o “pulso” à construção e habitação

Esta segunda-feira, o INE dá ainda a conhecer os dados relativos ao índice de custos de construção de habitação nova referentes ao mês de fevereiro. Em janeiro, os custos de construção de habitação nova aceleraram, com o respetivo índice a registar um crescimento homólogo de 11,2%, mais 0,3 pontos percentuais do que no mês anterior (10,9%).

Termina prazo para apresentar propostas para a Efacec

Esta segunda-feira é a data limite para os candidatos à compra da Efacec apresentarem as suas propostas melhoradas. No início de março, o Conselho de Ministros decidiu passar os cinco candidatos que tinham apresentado propostas para a reprivatização de 71,73% da Efacec à fase seguinte, na qual eram convidados a apresentar propostas vinculativas e melhoras. Ou seja, Mota-Engil, Oaktree Capital Management, Oxy Capital; consórcio Visabeira/Sodécia e Mutuares Iberia, tal como ECO tinha avançado em primeira mão.

Combustíveis voltam a subir

Os combustíveis vão subir ligeiramente esta semana. O preço do gasóleo vai subir um cêntimo por litro e a gasolina deverá ficar 1,5 cêntimos mais cara, apurou o ECO junto de uma fonte do setor. Contas feitas, deverá passar a pagar 1,504 litros por litro de gasóleo simples e 1,708 por litro de gasolina, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas na semana passada, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

Bolsas europeias fechadas

As praças europeias, incluindo a bolsa de Lisboa, vão estar encerradas esta segunda-feira, na sequência dos feriados da Páscoa.

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Reprogramação do PRR vai permitir lançar um novo concurso para descarbonização da indústria

Os 122 milhões adicionais destinam-se a PME industriais e a projetos simplificados de descarbonização da indústria com apoio até 200 mil euros por empresa única, durante um período de três anos.

A descarbonização da indústria vai receber mais 122 milhões de euros. Este é um dos reforços de investimento proposto na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e isso vai permitir que seja lançado um novo aviso.

Com os 785 milhões de euros do RePowerEU vai ser possível reforçar “o investimento na Descarbonização da Indústria que apoia diretamente as empresas na transição das suas operações para a adaptação a uma economia neutra em carbono e circular”.

“A descarbonização da indústria vai receber um adicional de 122 milhões de euros. É um reforço de ambição e, por isso, à partida, é nos mesmos termos que o novo concurso será lançado”, explicou ao ECO o secretário de Estado do Planeamento. “Mas o novo concurso não tem necessariamente de ser lançado apenas depois da aprovação da reprogramação”, acrescenta Eduardo Pinheiro.

Portugal pretende entregar formalmente a proposta de reprogramação do PRR no final de abril, mas depois a Comissão Europeia necessita de mais três meses para aprovar este exercício que visa incorporar o acréscimo de verbas que vai receber: 1,6 mil milhões de euros de subvenções adicionais, decorrentes da atualização do montante de subvenções, e os 785 milhões do RePowerEU; mas também os empréstimos adicionais que Portugal decidir contrair (o valor ainda não está fechado), não só para fazer face às novas reformas e investimentos, mas também ao aumento de custos, sobretudo nos investimentos que envolvem construção e ainda o reescalonamento de metas e marcos devido aos atrasos provocados pela guerra na Ucrânia e pelas perturbações nas cadeias de abastecimento.

Pode haver uma decisão nacional, como houve no caso das agendas mobilizadoras e das residências – independentemente de haver verba – de avançar nestes termos”, sublinhou Eduardo Pinheiro. “Estamos a falar de descarbonização, enquadrado no RepowerEU, na dimensão climática e em particular na transição energética, claramente uma das prioridades do país e da Comissão, por outro lado, estamos a falar de uma medida que já conhecida e que já foi aprovada uma vez”, frisa. “Não vejo grande dificuldade que seja aprovada”, acrescenta o responsável.

De acordo com o documento colocado em consulta pública — e que já recebeu 13 contributos –, os 122 milhões de euros adicionais destinam-se a PME industriais e “a projetos simplificados de descarbonização da indústria com apoio até 200 mil euros por empresa única, durante um período de três anos”.

O primeiro concurso fechou a 29 de julho do ano passado com 245 candidaturas, sendo que a maioria dos projetos candidatos aos 705 milhões a fundo perdido do PRR eram de grandes empresas. Mas, como a meta definida junto da Comissão Europeia era apoiar 300 projetos, foi lançado um segundo aviso – ainda sem serem conhecidos os projetos selecionados no âmbito do primeiro – que recebeu 1.424 candidaturas, com um investimento elegível de 179 milhões, na modalidade de projetos simplificados com apoio até 200 mil euros por empresa única, durante um período de três anos, e mais 181 candidaturas com um investimento elegível de 555 milhões de euros na modalidade de projetos mais complexos.

No entanto, os primeiros pagamentos só começaram a ser feitos na última semana de março deste ano, tendo atingido os 6,6 milhões de euros na passada quarta-feira.

Tendo em conta a enorme adesão a este apoio, não estava prevista a abertura de mais avisos já que a dotação estava totalmente esgotada. Mas, Eduardo Pinheiro avançou que será lançado um novo.

Recorde-se que, também no âmbito do Portugal 2030, são elegíveis projetos de descarbonização da indústria (mas apenas para PME), uma forma de dar continuidade à medida, tendo em conta o sucesso no âmbito do PRR.

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Governo vai usar PRR para reabilitar escolas e libertar verbas do PT2030

Os 300 milhões inscritos no PRR correspondem a necessidades identificadas. "Não significa que não haja verba suficiente no PT2030. Significa que tendo este recurso podemos libertar verba no PT2030”.

Um dos novos investimentos que o Governo introduziu na reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) é a construção e reabilitação de um conjunto de escolas dos 2.º e 3.º ciclos e escolas secundárias. Serão 300 milhões de euros, onde está incluindo uma parte de empréstimos, que serão libertados do Portugal 2030.

No âmbito da transferência de competências para os municípios na área da educação, o Governo comprometeu-se a reabilitar as escolas e centros de saúde mais degradados e que foram identificados como prioritários.

A ministra da Coesão anunciou em maio que, através dos Programas Operacionais Regionais ia lançar “avisos de concurso, com enquadramento ainda no quadro comunitário do Portugal 2020, mas com a possibilidade de transitar para o PT2030”. O objetivo era usar 100 milhões de euros para reabilitar as mais de 451 escolas do país (número apurado já em julho), cujos custos o Governo se comprometeu a suportar a 100%. Mas, com caráter de urgência foram identificadas 335. Ana Abrunhosa disse no Parlamento que, no acordo com os municípios, estava previsto que a intervenção fosse “totalmente realizada pela Administração Central ou, caso sejam os municípios a fazê-lo, serão comparticipados a 100%”.

Assim, no âmbito da reprogramação do PRR, que foi colocada em consulta pública na quinta-feira, a opção foi dedicar 300 milhões de euros para as escolas “identificadas como necessitando de intervenção prioritária, com adoção de comportamentos e práticas de sustentabilidade ambiental no planeamento e realização das obras”, lê-se no documento.

O secretário de Estado do Planeamento explicou ao ECO que esta opção decorre “das necessidades identificadas que totalizam este montante”.

Questionado se isto significa que isto quer dizer que não existem verbas suficientes no Portugal 2030 para financiar as necessidades identificadas ao nível das escolas, Eduardo Pinheiro respondeu: “Não consigo dizer isso taxativamente, até porque essa avaliação é também feita pelo Ministério da Coesão”. “Estas foram as necessidades identificadas, isto não significa que não haja verba suficiente no 2030. Significa sim, que tendo este recurso podemos libertar verba no PT2030”, acrescentou.

Uma opção que alivia também os cofres do Estado, porque a utilização das verbas do PRR não implica o pagamento de uma contrapartida nacional ao contrário do que acontece com o PT2030. O responsável admite com naturalidade a estratégia já que o Executivo, “desde o início”, tem “assumido e dito que o PRR vai funcionar em complementaridade entre os diversos financiamentos existentes, como os fundos de coesão”.

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Portugal só pode pedir o terceiro cheque do PRR em julho ou agosto

Pedido do terceiro cheque só poderá ser submetido “após a aprovação” do exercício de reprogramação. Só depois dos três meses que Bruxelas leva a avaliar o processo Portugal poderá submeter o pedido.

O pedido de pagamento do terceiro cheque do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) está condicionado ao processo de reprogramação da bazuca. E como a Comissão Europeia vai levar cerca de três meses para avaliar o exercício de reprogramação dos diferentes Estados-membros, isso significa que o pedido nacional só poderá ser feito em julho ou agosto.

“O objetivo é submeter, até ao final de abril, a proposta e revisão de reprogramação do PRR”, reiterou ao ECO o secretário de Estado do Planeamento. Depois, “o que está previsto para a Comissão avaliar a reprogramação são três meses”, acrescenta Eduardo Pinheiro. E como o pedido do terceiro cheque está condicionado à reprogramação, este só poderá ser submetido “após a aprovação” do exercício de reprogramação. “Só depois desses três meses é que poderemos submeter”, afirma o responsável.

Portugal colocou, na quinta-feira, em consulta pública o exercício de reprogramação — para o qual já recebeu 13 contributos –, decorrente do acréscimo de verbas que vai receber: 1,6 mil milhões de euros de subvenções adicionais, decorrentes da atualização do montante de subvenções, 785 milhões decorrentes da iniciativa REPowerEU e mais 1,58 mil milhões de euros em empréstimos para fazer a estas novas reformas e investimentos ou ao reforço de ambição de algumas que já estavam definidas.

Mas o processo de reprogramação tem uma segunda vertente, “que decorre em paralelo”, mas não faz parte da consulta pública, que diz respeito, sobretudo aos investimentos que incluem construção, que foram muito impactados com o aumento dos custos das matérias-primas: “seja no âmbito da habitação, das infraestruturas rodoviárias presentes na Componente 7, os próprios investimentos do Metro de Lisboa e do Porto”, elencou o secretário de Estado do Planeamento e que vão exigir que Portugal recorra a uma fatia de empréstimos da bazuca ainda mais significativa, para além dos 1,58 mil milhões inerentes às novas reformas e investimentos.

Eduardo Pinheiro garante que “a componente dos adiantamentos” da bazuca “está, grosso modo, feita quase na sua totalidade” e por isso garante que existe disponibilidade de tesouraria para fazer face aos pedidos de pagamento das várias entidades beneficiárias do PRR à medida que estas vão executando os seus projetos.

Essa mesma garantia já tinha sido dada pelo presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal quando revelou que o exercício de reprogramação só seria formalmente entregue em Bruxelas no final de abril. “Temos atualmente cerca de 31% da dotação transferida e essa é suficiente para, nos próximos meses e ao logo do ano, podermos fazer as transferências de fundos para os beneficiários necessárias à implementação dos projetos”, disse Fernando Alfaiate. Mas “não vai faltar dinheiro”, garantiu.

Portugal já cumpriu 58 marcos e metas do PRR, o que lhe permitiu pedir e receber o segundo pedido de desembolso, permitindo ao país ter 17% das metas e marcos definidos junto de Bruxelas cumpridos. É um dos seis países que já submeteu e recebeu o segundo pedido de pagamento. No entanto, Espanha já pediu e recebeu o seu terceiro cheque de seis mil milhões de euros. Isto significa que o Executivo espanhol já tem do seu lado 53% das subvenções previstas na bazuca.

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PRR vai ter reforço de verbas superior a quatro mil milhões. Valor dos empréstimos ainda não está fechado

Os 1,58 mil milhões em empréstimos, que constam do documento em discussão pública, dizem respeito só aos três investimentos novos. Falta acrescentar as verbas para compensar o aumento da inflação.

O Governo pôs em consulta pública a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — para a qual já recebeu 13 contributos — onde está previsto um reforço da bazuca de quatro mil milhões de euros. Mas este ainda não é o valor final, porque ainda é necessário acrescentar o montante dos empréstimos que serão contraídos para fazer face ao aumento dos custos dos investimentos decorrentes da aceleração da inflação, na sequência da guerra na Ucrânia e das perturbações nas cadeias de abastecimento.

Portugal vai receber mais 1,6 mil milhões de euros de subvenções adicionais, decorrentes da atualização do montante de subvenções, 785 milhões referentes à iniciativa RePowerEU e mais 1,58 mil milhões de euros em empréstimos para fazer às novas reformas e investimentos ou ao reforço de ambição de algumas que já estavam definidas, que foram colocados em consulta pública até 21 de abril.

Mas estes 1,58 mil milhões de euros referem-se apenas “aos projetos que estão identificados”: “Ao incremento no âmbito das agendas mobilizadoras, aos 72 milhões para as residências de estudantes, um valor que já tinha sido indicado, e ao investimento nas escolas designado de Escolas Mais Próximas”, explicou ao ECO o secretário de Estado do Planeamento. “Isto não limita o valor de empréstimo, tanto mais que esse valor tem de ser identificado até 31 de agosto de 2023”, precisou Eduardo Pinheiro.

Os 1,6 mil milhões de euros não será usado para fazer face ao aumento de custos. É para coisas novas. São investimentos com novos marcos e metas.

Eduardo Pinheiro

Secretário de Estado do Planeamento

A reprogramação do PRR tem três componentes:

  1. O RepowerEU — 785 milhões correspondem à dotação adicional que decorre da quota-parte dos recursos, a título de apoio financeiro adicional não reembolsável ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência a que acresce uma parte da Reserva de Ajustamento ao Brexit.
  2. O adicional de 1,6 mil milhões – que resultam do novo “cálculo da contribuição financeira atualizado, substituindo os dados das previsões de outono da Comissão de 2020 pelos resultados efetivos no que respeita à variação do PIB real de 2020 e à variação agregada do PIB real para o período de 2020-2021.
  3. E “uma terceira, que não consta desta discussão pública, de haver necessidade, perante o incremento dos custos, reforçar o investimento nos projetos que já existem e alterar o momento da concretização das metas em função de razões objetivas apresentadas”, afirmou Eduardo Pinheiro.

Os 1,58 mil milhões de euros em empréstimos, que constam do documento em discussão pública, ainda que não de forma explícita, dizem respeito “apenas aos três investimentos que ou são novos [como é o caso da Educação] ou são um acréscimo de ambição relativamente ao que foi inicialmente apresentado”, disse o secretário de Estado do Planeamento. É o caso das agendas mobilizadoras que contam agora com um reforço de 1,9 mil milhões de euros: 700 milhões em subvenções e 720 milhões em empréstimos. “Mas só no final, no momento da apresentação, saberemos exatamente qual o montante”, alertou o governante.

Por outro lado, foi feito um “reforço no âmbito das residências de estudantes, que já tinha sido anunciado e que, independentemente da fonte de financiamento, seria sempre financiado e, no âmbito da C6, mas num investimento novo, a parte da reabilitação das escolas”, acrescentou Eduardo Pinheiro.

Na apresentação, “que acontecerá até ao final de abril”, “juntamente com todo o processo de reprogramação decorrente dos quatro mil milhões de euros adicionais” com que Portugal vai contar, “decorre em paralelo” o “processo de identificação das necessidades” adicionais, que já iniciou há meses”, decorrentes do aumento dos custos, sobretudos aliados à construção, mas também de alterar o calendário de cumprimento de metas e marcos. “Em alguns casos há marcos e metas intermédias — não tanto os finais, mas os que se cumpririam em 2023 e 2024 — que por razões evidentes, pela conjuntura que vivemos, apresentam alguns atrasos”, justificou o responsável.

Em alguns casos há marcos e metas intermédias — não tanto os finais, mas os que se cumpririam em 2023 e 2024 — que por razões evidentes, pela conjuntura que vivemos, apresentam alguns atrasos.

Eduardo Pinheiro

Secretário de Estado do Planeamento

Em causa estão investimento “no âmbito da habitação, das infraestruturas rodoviárias presentes na Componente 7, os próprios investimentos do Metro de Lisboa e do Porto”, elencou o secretário de Estado do Planeamento. Investimos que vão exigir que Portugal recorra a uma fatia de empréstimos da bazuca mais significativa do que os 1,58 mil milhões inerentes às novas reformas e investimentos.

“O valor ainda não está definido”, disse ao ECO Eduardo Pinheiro, apesar de o levantamento das necessidades já decorrer há meses. O responsável garante que ainda há tempo porque até 31 de março era necessário dar apenas “uma indicação do valor” que Portugal pretende usar, mas “o compromisso final de todos os Estados-membros é 31 de agosto”, explicou.

Por isso, no documento que foi colocado em consulta pública o Executivo frisa que “está em curso a identificação de projetos que permitam fomentar o PRR enquanto instrumento de apoio ao investimento estratégico empresarial promotor das transições verde e digital, com recurso a empréstimos”.

“Se assim for identificado, este valor vai somar-se ao que já aqui identificado para a discussão que foi apresentada”, ou seja, aos 1,58 mil milhões que a ministra Mariana Vieira da Silva avançou ao Expresso. Eduardo Pinheiro garante que, “de forma generalizada o objetivo é manter tudo o que está previsto no PRR inicial“. “Até ao final do mês há todo um processo e evolução neste processo. Mas é esse o objetivo, porque se as prioridades foram identificadas é porque são verdadeiramente necessárias”, acrescenta, dando como exemplo os 26 mil fogos do Primeiro Direito.

De forma generalizada, o objetivo é manter tudo o que está previsto no PRR inicial. É esse o objetivo, porque se as prioridades foram identificadas é porque são verdadeiramente necessárias.

Eduardo Pinheiro

Secretário de Estado do Planeamento

Este aumento dos empréstimos justifica-se também porque os 1,6 mil milhões adicionais que Portugal vai receber “não podem ser usados para fazer face ao aumento de custos”, explicou Eduardo Pinheiro. “É apenas para coisas novas. São investimentos com novos marcos e metas”, concluiu.

O primeiro-ministro já tinha anunciado que Portugal iria recorrer a uma tranche adicional de empréstimos da bazuca devido ao efeito da inflação que ameaça o nível de ambição de alguns projetos. Portugal desde o início tinha pré-reservado em Bruxelas a possibilidade de utilizar mais 2,3 mil milhões de euros em empréstimos, que estariam condicionados à utilização nas empresas, como explicou o ministro da Economia da altura, Pedro Siza Vieira.

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TecStorm dá um passo no futuro e abre portas ao ecossistema

O evento de empreendedorismo universitário tem 28 projetos de 111 universitários a concurso.

A TecStorm dá um passo no futuro e este ano, além da competição de projetos de empreendedorismo, abre a discussão ao ecossistema numa sessão de talks e roundtables, aberta ao público. O evento de empreendedorismo universitário, que decorre de 14 a 16 de abril, na Fundação Champalimaud, em Lisboa, tem 28 projetos de 111 universitários a concurso.

“A Step Into the Future” é o mote da 7.ª edição do TecStorm 2023, evento organizado pela Junitec, que reuniu mais de 600 inscrições de universitários empreendedores. Um total de 28 projetos de 111 universitários foram pré-selecionados, tendo as equipas iniciado trabalho em fevereiro, sob a mentoria técnica e estratégica dos principais parceiros TecStorm: Vodafone (Conetividade), Fundação Champalimaud (Saúde), Galp (Energia) e Teya (Fintech).

Durante os três dias de evento, as 28 equipas vão desenvolver, finalizar e apresentar num pitch os seus projetos. “O júri avaliará o protótipo desenvolvido, os detalhes de progresso do projeto e o business plan associado e selecionará as duas melhores equipas de cada categoria que passam à avaliação final”, pode ler-se em nota de imprensa. Os quatro projetos vencedores serão conhecidos a 16 de abril, recebendo 10 mil euros em prémios.

Nesta edição, o evento abre portas ao ecossistema e realiza, na tarde de dia 14, uma sessão de talks e roundtables. Francisco España (executive board member da Microsoft), Mafalda Rebordão (strategic partnership manager da Google) e Cláudio Pereira (digital solutions expert in advanced visualization and AI da Siemens Healthineers) são alguns dos participantes. A sessão é sujeita a inscrição prévia (no site TecStorm) e limitada aos lugares existentes.

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Luís Costa, Gese Seguros: “Quem vende pelo preço, morre pelo preço”

O gestor da mediadora que pertence ao Top 100 ECOseguros cresceu negócios 27% no primeiro trimestre e diz que para responder ao aumento dos prémios é preciso oferecer novas soluções aos segurados.

A mediadora de seguros Gese, que está no Top ECOseguros das 100 maiores mediadoras em Portugal, cresceu 27% os seus negócios no primeiro trimestre deste ano e reduziu a quota do ramo automóvel na sua carteira de seguros para 40%.

Esta situação deixa o gestor Luís Costa animado. Logo agora, a mediadora acabou de vencer o Prémio 5 Estrelas Regiões Distrito do Porto. Está à frente da empresa fundada em 1974 pelos seus pais, Alberto e Maria de Lurdes Câncio Costa, e sente que os clientes precisam de mais que baixo preço para aceitar os aumentos inevitáveis dos preços de prémios que 2023 está a trazer.

Luís Costa: “Gerir aumentos nunca é tarefa fácil, os clientes na generalidade entendem pequenos ajustes, no entanto com aumentos muitas vezes superiores a 10% obriga-nos a arranjar novas soluções no mercado”.

Segundo Luís Costa, 2022 foi um excelente ano para a Gese Seguros, com forte crescimento orgânico e um aumento considerável de parceiros por aquisição ou parceria. “Fechámos o ano com mais de cinco milhões de euros em prémios cobrados, isto resultado da atividade comercial da Gese Seguros diretamente, os resultados consolidados com as outras empresas que intervimos são expressivamente superiores. A Gese, baseada na Póvoa de Varzim, faturou cerca de 643 mil euros em 2021, e tem ainda participações nas mediadoras CLSeguros, com 49%, e Seguropa 2, com 30%. Conta ainda com uma participação nos media através da Ilustrepágina, detendo desta 12,5% do capital.

Para 2023, Luís Costa espera “crescimento, consolidação e novas parcerias”. Diz: “terminámos março com um crescimento de 27% em receita cobrada e uma diminuição substancial no peso do ramo automóvel na nossa carteira, estando agora na ordem dos 40%”.

O aumento dos preços dos prémios é uma realidade que a mediação vai ter de gerir este ano e Luís Costa considera que “gerir aumentos nunca é tarefa fácil, os clientes na generalidade entendem pequenos ajustes, no entanto com aumentos muitas vezes superiores a 10% obriga-nos a arranjar novas soluções no mercado”, acrescentando que tentam sempre “que o cliente reconheça o valor da nossa proposta porque quem vende por preço, morre pelo preço”.

A Gese aposta no mercado particular e PMEs, em 60% e 40%. Tem também um grande enfoque no ramo vida, especificamente no crédito habitação “onde temos parcerias nacionais muito importantes”, refere Luís Costa. Em Vida, as seguradoras parceiras são a Metlife, ASISA e Real Vida.

Em seguros gerais, trabalha com Allianz, Ageas, Tranquilidade e Liberty Seguros e também com corretores, especialmente um, em produtos de nicho. A sua rede conta com 50 mediadores, espalhados pelo país, fruto de aquisições e parcerias de co-mediação e a própria Gese terá 20 funcionários diretos este ano.

Quanto à abertura a fusão ou aquisições, Luís Costa afirma analisar com muita atenção o mercado, “embora sempre com as devidas cautelas que estes negócios obrigam, é uma parte complementar com um peso diminuto no universo do grupo Gese seguros”, conclui.

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Helvetia compra na Alemanha

  • ECO Seguros
  • 9 Abril 2023

A Helvetia assume um antigo parceiro na área dos seguros de garantia automóvel na Alemanha, Áustria e Países Baixos. A iniciativa destina-se a reforçar o negócio dos seguros incorporados.

A companhia de seguros suíça Helvetia adquiriu, integralmente, a Mobile Garantie Deutschland GmbH. A empresa é especializada em seguros de garantia e de custos de reparação no setor automóvel e eletrónico.

“A integração sem falhas do seguro no ponto de venda, de modo a estar presente onde quer que surja uma necessidade de seguro, está de acordo com as ambições estratégicas da Helvetia”, diz Adrian Kollegger, diretor ramo Não-Vida da região Suíça.

A Helvetia já trabalha com a Mobile Garantie desde 2018 e detém uma participação na empresa através do seu fundo de garantia desde julho de 2019. A compra será feita pela empresa suíça do ramo não-vida. Não foram divulgados mais detalhes financeiros, tais como informações sobre o preço de compra, a avaliação da empresa ou o volume do prémio.

A Mobile Garantie é sediada em Hanôver e fornecedora de soluções e serviços de seguros para o seguro automóvel suplementar. Os seus clientes incluem concessionários de automóveis e fabricantes de automóveis na Alemanha, Áustria e Países Baixos. A Helvetia é já a transportadora de seguros para parcelas significativas do negócio da Mobile Garantie na Europa.

Com a aquisição, a Helvetia pretende reforçar o seu negócio de seguros incorporados (B2B2C) na região DACH e abrir o acesso a novos clientes, acrescenta.

A integração sem falhas do seguro no ponto de venda, de modo a estar presente onde quer que surja uma necessidade de seguro, está de acordo com as ambições estratégicas da Helvetia”, diz Adrian Kollegger, diretor do ramo Não-Vida da região Suíça.

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