Portugal falha prazo para entregar reprogramação do PRR a Bruxelas

O Governo comprometeu-se sempre em apresentar formalmente "até ao final de abril" o exercício de reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência a Bruxelas. Esta era a data aconselhada.

O Governo falhou o prazo de entrega do documento com a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Final de abril” foi sempre o calendário estipulado pelo Executivo e recomendado pela Comissão Europeia para permitir uma implementação atempada das verbas.

“Assim que for submetido, o plano revisto será avaliado de acordo com os critérios definidos na regulamentação do PRR, incluindo a contribuição para uma transição verde e digital”, disse ao ECO, esta quinta-feira, um porta-voz da Comissão Europeia.

Assim que for submetido, o plano revisto será avaliado de acordo com os critérios definidos na regulamentação do PRR, incluindo a contribuição para uma transição verde e digital.

Porta-voz da Comissão Europeia

Uma parte do processo de reprogramação do PRR foi colocada em consulta pública, que terminou a 21 de abril e recebeu mais de 150 contributos. Os contributos recebidos foram “avaliados pelo Governo e considerados no documento a enviar à Comissão Europeia até final de abril”, explicava o comunicado do Ministério da Presidência, de 22 de abril, com os resultados da consulta pública lançada a 6 de abril.

Estes contributos referiam-se apenas à atualização da bazuca tendo em conta o acréscimo de “2,3 mil milhões de euros em subvenções e 1,6 mil milhões de euros em empréstimos, face ao Plano aprovado em julho de 2021”. “A dotação máxima passará, assim, de 16,6 mil milhões para 20,6 mil milhões de euros”, sublinhava o mesmo comunicado.

Estes 2,3 mil milhões de euros de subvenções adicionais decompõe-se em 1,6 mil milhões decorrentes da atualização do montante de subvenções, já que uma parte da distribuição das subvenções do PRR dependiam da variação do PIB em 2020 e 2021, e em 785 milhões referentes à iniciativa REPowerEU. A este valor somam-se 1,58 mil milhões de euros em empréstimos para fazer às novas reformas e investimentos ou ao reforço de ambição de algumas que já estavam definidas.

A Comissão Europeia “encorajava os Estados-membros a submeter os seus planos modificados com os capítulos referentes ao REPowerEU o mais depressa possível e, idealmente, até 30 de abril de 2023, para garantir um rápido lançamento das medidas”, recordou ao ECO, o mesmo porta-voz da Comissão.

[A Comissão Europeia] encorajava os Estados-membros a submeter os seus planos modificados com os capítulos referentes ao REPowerEU o mais depressa possível e, idealmente, até 30 de abril de 2023, para garantir um rápido lançamento das medidas.

Porta-voz da Comissão Europeia

Mas ao reforço de quatro mil milhões é necessário acrescentar o montante dos empréstimos que serão contraídos para fazer face ao aumento dos custos dos investimentos decorrentes da aceleração da inflação, na sequência da guerra na Ucrânia e das perturbações nas cadeias de abastecimento. É uma terceira parte da reprogramação do PRR que “não consta desta discussão pública, de haver necessidade, perante o incremento dos custos, reforçar o investimento nos projetos que já existem e alterar o momento da concretização das metas em função de razões objetivas apresentadas”, como explicou ao ECO, no final de março, o secretário de Estado do Planeamento, Eduardo Pinheiro.

Mas os dois processos seriam apresentados em conjunto, “até ao final de abril”, acrescentou então o responsável, precisando que apesar de o levantamento das necessidades já decorrer há meses ainda não havia um valor definido para a fatia de empréstimos a que Portugal vai usar. Ainda havia tempo porque até 31 de março era necessário dar apenas “uma indicação do valor” que Portugal pretende usar, mas “o compromisso final de todos os Estados-membros é 31 de agosto”, explicou.

De acordo com a nota da Comissão Europeia para o Conselho e Parlamento Europeu, com data de 17 de abril, onde é feita a apresentação geral das intenções de recurso aos empréstimos da bazuca de todos os Estados-membros, Portugal fez uma notificação de “até 11,5 mil milhões”. Ou seja, a totalidade da componente remanescente de empréstimos a que tinha direito. Recorde-se que, inicialmente, o PRR começou com 13,9 mil milhões em subsídios e 2,7 mil milhões em empréstimos, ou seja apenas 19% dos 14,2 mil milhões que tinham ao seu dispor com o objetivo de não agravar a dívida pública.

Em termos de timings, os Estados-membros têm de submeter os pedidos finais “no máximo até 31 de agosto” deste ano e alocá-los até 31 de dezembro, a mesma data limite para os 30% remanescentes de subsídios da bazuca, tendo em conta a atualização das verbas, sublinhou o mesmo porta-voz.

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Líderes defendem regulamentação na sustentabilidade

  • ECO Seguros
  • 4 Maio 2023

'Sustentabilidade: o novo ADN dos seguros' foi o tema da conferência que juntou os CEO das seguradoras líderes em Portugal Grupo Ageas, Fidelidade e Tranquilidade no novo auditório da Accenture.

Os líderes do Grupo Ageas, Fidelidade e Tranquilidade defendem a criação de mais regulamentação que defina e compare índices de sustentabilidade nas empresas. A união do setor e apoio aos clientes é essencial numa altura em que, reconhecem, a tecnologia está a mudar tudo.

Uma conferência organizada em parceria pela Accenture e pelo ECO juntou os presidentes executivos das maiores companhias de seguros, contando também com a participação de José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores, que representa todas as empresas da indústria seguradora a operar em Portugal.

Após a introdução por Bruno Valério, Vice-presidente da Accenture Portugal, que sumarizou o tema e apresentou as novas instalações da empresa em Lisboa, a conferência teve início com Aida Rodriguez Moral, Managing Director da Accenture, responsável pela área de Sustentabilidade nos serviços financeiros na Iberia, que alertou para a atual polarização da sustentabilidade nas empresas, que se manifesta em eventos recentes como as saídas de seguradoras da Net-Zero Insurance Alliance (NZIA) e a influência abrangente do ChatGPT.

Conferência Accenture: "Sustentabilidade: o novo ADN dos seguros" - 04MAI23
Aída Rodríguez Moral – Managing Director da Accenture, responsável pela área de sustentabilidade nos serviços financeirosHugo Amaral/ECO

A executiva apontou a importância das companhias assumirem papéis de liderança, irem para além dos seus produtos e valorizarem os objetivos de sustentabilidade – o ‘S’ em ‘ESG’ – como uma responsabilidade, incluindo mesmo o capital natural no balanço dos negócios. A necessidade de colaboração com outras companhias e organizações demonstra-se essencial no ponto de vista da especialista, que constatou o que serviu de fio condutor para a discussão que se seguiu: “há uma falha entre o que as pessoas querem fazer e o que elas realmente fazem“. O setor segurador “deve assumir um papel pedagógico” nos ambientes onde se movimenta, defendeu.

Conferência Accenture: "Sustentabilidade: o novo ADN dos seguros" - 04MAI23
José Galamba de Oliveira – Presidente da Associação Portuguesa de Seguradores.Hugo Amaral/ECO

José Galamba de Oliveira, presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), partilhou que a sustentabilidade é praticamente intrínseca à organização que lidera, que, desde há muito, assumiu o compromisso do setor para trabalhar em alinhamento com os princípios definidos no Acordo de Paris sobre as alterações climáticas, destacando a importância de desenvolver soluções para a transição energética e digital em direção a objetivos carbono-zero. Mas “esta deve ser uma tarefa conjunta de todos os players“, sublinhou o presidente da APS. “O seguro está no centro do nosso dia-a-dia e o setor tem um papel fundamental, evangelizador“, acrescentou Galamba de Oliveira.

Rogério Campos Henriques, CEO da seguradora Fidelidade, num painel moderado por António Costa, diretor do ECO, reiterou que “o seguro é, por inerência, um ramo que deve estar focado na sustentabilidade”. Sendo uma indústria com uma “pegada pequena”, o foco deve estar em “ajudar, sensibilizando, criando produtos e mobilizando pessoas”, sempre em prol da proatividade. O CEO apontou a importância de “put your money where your mouth is”.

Conferência Accenture: "Sustentabilidade: o novo ADN dos seguros" - 04MAI23
António Costa, publisher do ECO, moderou um debate com Rogério Campos Henriques, CEO Fidelidade, Pedro Carvalho, CEO da Tranquilidade/Generali e Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal.Hugo Amaral/ECO

Pedro Carvalho, CEO da seguradora Tranquilidade, destacou a sustentabilidade como um dos pilares do grupo Generali e, embora a companhia que lidera tenha já percorrido um “caminho muito longo“, “deu um salto desde que os acionistas propuseram metas tangíveis”, assumindo que “o tempo da transição [para uma sociedade mais sustentável] não é ilimitado“, e que “há um preço a pagar“. As empresas vêm-se pressionadas por acionistas e pelos clientes, lembrou. Assim, na opinião do CEO, é essencial a apresentação de incentivos que motivem as companhias a atingir as metas. “A parte da regulamentação política vai ter um papel importante“, antecipou o CEO da Tranquilidade.

Steven Braekeveldt, CEO do Grupo Ageas Portugal, assumiu-se “culpado por não fazer o suficiente, mas satisfeito com a tomada de consciência” que se está a desenvolver no setor segurador. “A sustentabilidade é um problema de luxo”, afirmou. “Estamos a fazer muito, mas somos limitados por um enquadramento. É tempo de agir“. O líder apontou a transição ambiental como uma “interação complexa”, e que “as empresas devem incentivar o investimento e a contribuição”. O CEO apontou as desigualdades económicas em Portugal, cada vez mais acentuadas, e afirmou: “temos um problema. Todos os economistas sabem que estamos a ir contra uma parede. Um tsunami está a chegar, nós reconhecemo-lo, vemo-lo e, mesmo assim, acabamos por não fazer o suficiente“.

O líder da Ageas continuou: “As desigualdades estão a aumentar em Portugal. O setor da saúde pública está a declinar, a iliteracia financeira mantém-se e estamos a agir dentro de um framework, é por isso que me considero culpado”. O líder intitulou-se mesmo “Steven, o Rebelde”, e defendeu a criação de um “Chief Rebel Officer nas companhias de seguros“.

Rogério Campos Henriques observou que a indústria está a percorrer o caminho da sustentabilidade e que “está a haver uma evolução enorme – mas que podia ir mais rápido“. O CEO valoriza a criação de regulamentação em prol da medição efetiva e da comparação dos avanços na área da sustentabilidade. “A regulação, se funciona como um incentivo, este poderia ser um incentivo muito maior. Deveria haver uma regulação que incentivasse muito mais – reduzindo cargas de capital em algumas atividades”, afirmou o CEO da Fidelidade. “A abordagem proativa tem que ser inteligente. Perceber se no negócio [que apoiamos] há sustentabilidade e incentivar, apoiar as empresas a fazer o seu caminho”, acrescentou.

Steven Braekeveldt concordou que é essencial “ir para além dos modelos de negócio e ter empatia com os clientes para fazer a transição”. O líder Ageas sublinhou: “é uma questão de consciencialização. Como se muda rapidamente? Não se vai converter não-crentes. Isso só se fará através da regulamentação. Esta muda as coisas. Associar números de crescimento a comportamentos regeneradores”, afirmou. Na sua perspetiva, as equipas dedicadas à sustentabilidade, nas empresas, irão tornar-se, de forma rápida, ao longo dos próximos anos, tão importantes como os departamentos financeiros ou comerciais.

Conferência Accenture: "Sustentabilidade: o novo ADN dos seguros" - 04MAI23
Bruno Valério – Vice-presidente da Accenture Portugal, responsável pela área de serviços financeiros, foi anfitrião nas novas instalações da empresa.Hugo Amaral/ECO

KPIs de Sustentabilidade

Segundo Pedro Carvalho, em termos de KPIs aplicados ao tema da sustentabilidade “ainda estamos no faroeste“. O CEO da Tranquilidade apontou que um “exercício de reflexão estratégica e sustentabilidade é central. Hoje já não fazemos MVP das operações mas acesso de ESG. As métricas vão variando e ainda há dificuldade em fazer comparações”.

Para Steven Braekeveldt, o futuro verá um “Tribunal Internacional da Sustentabilidade”, que fará contas com as organizações, à imagem do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. “As pessoas serão julgadas pelas suas ações”, antecipou.

Tecnologia ao serviço da sustentabilidade e dos seguros

“Estamos à beira de uma revolução, e ainda nem conseguimos captar os impactos”. O CEO do Grupo Ageas falava sobre o ChatGPT. “Poderemos fazer perguntas – sobre determinados produtos – e obter respostas, mas estas nem sempre são verdadeiras”.

O líder falou sobre o impacto da tecnologia nos preços e no negócio segurador. “Quando a cirurgia robótica for comum, esta será muito mais barata”. O CEO mencionou o que acredita representar o futuro da tecnologia: “implantes, rejuvenescimento, impressão de órgãos – o nosso negócio pode mesmo ser um seguro de implantes. Nós [setor dos seguros] estamos envolvidos em tudo isto“.

Pedro Carvalho assegurou que a tecnologia vai “afetar a atividade core e vai mudar a vida dos clientes, pessoas e empresas”. O líder prevê “riscos diferentes, com muitas oportunidades de mitigação e também novos riscos“.

Rogério Campos Henriques sublinhou a importância da tecnologia como um driver de mudança. O CEO apontou o papel central da captura de dados. “Hoje trabalhamos ainda com base em estimativas, no futuro iremos tratar dados reais“.

O CEO da Ages propôs uma postura de colaboração radical na indústria dos seguros, que deverá estar orientada para a prevenção. “É um objetivo comum. Não há competição”, sublinhou. O CEO da Tranquilidade apontou ainda que – embora não seja do conhecimento geral – as seguradoras já colaboram em muitos pontos comuns através de, entre outros fatores, atividades com a APS.

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Reforma dos licenciamentos é “andar para trás”, critica associação arquitetos paisagistas

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

O presidente da APAP alerta ainda para o perigo de "se perder o sentido da qualidade da paisagem como espaço de vida".

A Associação Portuguesa dos Arquitetos Paisagistas (APAP) considera que a reforma dos licenciamentos do urbanismo, ordenamento do território e indústria será “andar para trás no tempo” e que tem riscos de criar “caos na gestão do território”.

Num comunicado enviado esta quinta-feira, o presidente da APAP, João Ceregeiro, refere que a medida “coloca em risco décadas de trabalho de planeamento e os mecanismos base do ordenamento do território”, alertando ainda para o perigo de “se perder o sentido da qualidade da paisagem como espaço de vida”.

Sublinhando que a escassez de solo para habitação em áreas metropolitanas não é uma novidade, o presidente da APAP refere que a resolução do problema da habitação “não pode nem deve” ser feita “à custa do mosaico” que sobreviveu à mancha construída.

“O solo rústico não deverá ser entendido como reserva sine die para a construção, como temos assistido na progressão de muitos planos”, refere, aproveitando para questionar o Governo sobre como vai ser “tramitada” esta reclassificação face aos instrumentos de gestão territorial (IGT) vigentes.

A reforma dos licenciamentos do urbanismo, ordenamento do território e indústria integra o leque de medidas do Simplex e visa, segundo o Governo, “simplificar e racionalizar a atividade administrativa com a contínua eliminação de licenças, autorizações, atos e exigências administrativas desproporcionadas que criem custos de contexto, sem uma mais-valia para o interesse público, que se pretende prosseguir”.

Como resposta ao problema concreto da “escassez de solos urbanos e edifícios para habitação”, o Governo aponta, entre outras medidas, para a possibilidade de “reclassificação de solo rústico para solo urbano nas zonas contíguas a este”, bem como para a “possibilidade de cedência de terrenos para habitação e de reserva de solos para habitação; manutenção da classificação como solo urbano de solos urbanizáveis ou com urbanização programada, exclusivamente públicos e com uso predominante habitacional ou venda sem licença de utilização”.

Para a APAP, esta reforma põem também a atual “estrutura verde urbana, consagrada nos PDM, do suporte ao desenho das novas mobilidades, do espaço da agricultura urbana e do lazer, neutralizando as medidas de coesão social em curso nas cidades e periferias”.

Neste contexto, João Ceregeiro defende: “Em lugar da alienação ou anexação do solo rural ou rústico, precisamos exatamente de inverso do que é proposto”, sublinhando a necessidade de “haver coragem e conhecimento dos decisores e técnicos para promover políticas públicas de revalorização territorial, envolvendo as macroeconomias agrícolas, através de instrumentos e processos de planeamento de gestão e financiamento”.

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CTT vendem 30% de novo veículo imobiliário por 42 milhões. Sierra vai gerir o património

Empresa revelou estratégia para rentabilizar património, com a venda de 3,6% de um novo veículo imobiliário à Sierra por cinco milhões de euros e de 26,5% a outros investidores por 37 milhões.

Os CTT desvendaram, finalmente, o negócio por detrás da “estratégia imobiliária” que vai permitir aos Correios rentabilizarem o seu vasto património. A companhia liderada por João Bento prepara-se para vender 30,1% de um portefólio de imóveis por 42 milhões de euros no total, mas o processo está dividido em várias fases e sujeito a várias condições.

Para já, a empresa assinou um contrato com a Sierra que prevê a venda de uma posição de 3,6% num novo veículo imobiliário, por cinco milhões de euros, ficando esta última a gerir o portefólio. O acordo prevê também que “investidores adicionais” paguem 37 milhões de euros por 26,5% do referido veículo.

Num comunicado aos mercados, no dia em que apresentou os resultados trimestrais, os CTT explicam que um conjunto de 398 ativos, compreendendo 240 mil metros quadrados de área bruta locável, avaliados em 139 milhões de euros nos termos do acordo fechado esta quinta-feira com a Sierra, vão ser transferidos para uma empresa chamada CTT IMO Yield.

“O portefólio inclui ativos imobiliários de diversas tipologias, como retalho, logística, escritórios e outros, em localizações prime e secundárias em Portugal, estando mais de 50% do seu valor concentrado nos distritos de Lisboa e Porto. Estes ativos fazem parte das atuais e futuras redes de logística e de retalho dos CTT”, detalha a companhia.

A transferência dos ativos para a nova empresa acontecerá em duas fases. A primeira fase, cuja conclusão está prevista para o segundo semestre, prevê a transferência de ativos avaliados em 75% dos 139 milhões acordados para a CTT IMO Yield. “A fase dois está prevista para ocorrer até 12 meses após a conclusão da fase um”, com a transferência dos restantes imóveis. Segundo os Correios, “a Sierra e os investidores irão adquirir ações” desse veículo nessas duas fases.

Depois, “os CTT irão celebrar contratos de arrendamento para os ativos que integram a sua operação de retalho e logística”. Deste modo, a empresa postal vai ser o principal arrendatário da CTT IMO Yield, é assumido na mesma nota. Feito isto, está previsto que a CTT IMO Yield seja convertida numa sociedade de investimento de capital fixo imobiliário (SICAFI), momento em que a Sierra será nomeada gestora do património.

É então que deverão entrar novos investidores. O acordo com a Sierra prevê a aquisição de 26,5% num investimento de 37 milhões de euros “por parte de investidores, tanto institucionais como family offices, e de uma participação de 3,6% pela Sierra”, por cinco milhões de euros.

O negócio depende ainda das autorizações da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e da Autoridade da Concorrência. “Após a conclusão da transação, os CTT irão consolidar integralmente a CTT IMO Yield”, refere a cotada da bolsa de Lisboa.

A empresa divulgou ainda uma apresentação da nova estratégia imobiliária, na qual assume um “potencial de venda adicional até um máximo em que os CTT detenham uma participação de controlo até 50,1%”.

Além deste portefólio, os CTT têm um conjunto de dez outros ativos, avaliados em 26 milhões de euros, incluindo terrenos e ativos logísticos “que podem ser realocados, em centros urbanos com forte potencial de desenvolvimento”. Para estes, a empresa admite “transações futuras a serem avaliadas ativo a ativo”.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h33)

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Audiências: SIC e TVI separadas por uma décima em abril

No prime-time, entre as 20h e as 24h, a distância entre o canal da Impresa e o canal da Media Capital foi no último mês de duas décimas.

 

A SIC e a TVI fecharam o mês de abril separadas por uma décima, com vantagem para a estação da Impresa que termina o mês com um share 15,6%, uma quebra de cinco décimas em relação ao mês anterior. A TVI, apesar da descida de três décimas em relação ao último mês, ganha vantagem em relação ao concorrente direto, situando-se agora nos 15,5%. A estação da Impresa registou uma audiência média de 3,6%, idêntica à da estação da Media Capital. Em termos absolutos, a estação foi vista em média por 306,3 mil pessoas, mais 1,7 mil pessoas do que audiência média da TVI.

A RTP1 fechou o último mês com um share de 11,5% e uma audiência média de 2,6%, percentagem que se traduz em cerca de 224,9 mil indivíduos.

O Total Cabo é visto em média por 826,3 mil pessoas. Estamos, no entanto, a olhar para um canal virtual e a sua audiência é diluída pelos muitos canais que o constituem, como podemos constatar no ranking de canais, realça a Dentsu/Carat, que elabora mensalmente esta análise para o +M/ECO.


Analisando por períodos horários, a RTP lidera entre as 7h30 e as 12h e a SIC das 12h às 18h. É no início da tarde, entre as 12h e as 14h, que a estação consegue a sua melhor média, com 21,7%. No acesso ao prime-time, das 18h às 20, a liderança passa para a TVI, com 15,6%, seguida pela RTP1, com 14,4%.

A SIC retoma, com vantagem de duas décimas, a liderança entre as 20h e as 24h. Em março, esta distância era de 1,2 pontos. Este slot é, neste mês, aquele no qual a TVI obtém a sua melhor performance, com 17,9%. Nas duas horas e meia seguintes a liderança continua com a estação da Impresa, agora já separada por dois pontos da estação da Media Capital, que recupera a dianteira durante a noite.

O top dos programas é encabeçado pela TVI, com o Inter de Milão x Benfica, para a Liga dos Campeões. Segue-se a SIC com o Sporting x Juventus, para a Liga Europa. A RTP surge pela primeira vez na sexta posição, com o Famalicão x FC Porto, para a Taça Portugal Placard. No total, dos 15 programas mais vistos sete são da SIC, cinco da TVI e três da RTP. No cabo, dos 15 programas mais vistos, 14 são da CMTV.

 

Nota Técnica para a produção da análise evolutiva e mensal
Dados: Yumi / Caem_TV Fonte: Mediamonitor/ GFK Análise Dentsu/Carat para o +M/ECO
Outros: Vídeo, DVD, VHS, Blu-Ray, satélite, consolas, unmatch (além dos 150 canais medidos e o time-shift com um delay de 7 dias), plataforma dos operadores (vídeo clube, jogos)
Aud. Total: Percentagem de indivíduos que contactaram um canal, pelo menos uma vez.
Aud. Média: Audiência provável que contacta com o canal em qualquer momento do período respetivo.
Tempo médio despendido: Média do tempo que cada indivíduo contactado despendeu com um canal num determinado período.
Share Aud.: Percentagem de tempo que é despendido a ver um dado canal relativamente ao tempo total de visão do meio (Televisão) num determinado período.
Top produzido para programas “Net” (TeleReport), com duração superior a 3 minutos. Audiência corresponde à média ponderada das partes do programa. Não são considerados como programas: Sorteios e Tempo de Antena.

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Lucros dos CTT triplicam para 16 milhões no primeiro trimestre

Negócio das cartas continua a cair, mas foi compensado pelas encomendas, subscrição de certificados e pelo banco. CTT triplicam lucros no arranque do ano.

Os CTT [eco_stocklabel=”CTT” index=”22931489,51,814″ type=”inline”] tiveram o triplo dos lucros no primeiro trimestre, com o resultado a ascender a 16,1 milhões de euros. Apesar de o negócio das cartas continuar a cair, os Correios compensaram com mais faturação nas encomendas, nos serviços financeiros (à boleia da subscrição de Certificados de Aforro nos seus balcões) e no banco.

O Correio foi o único negócio em que as receitas caíram no trimestre, apesar de contarem para metade de toda a faturação dos CTT: foram menos 14,3% para 114,4 milhões de euros.

Há algum tempo que a empresa se vem preparando para o declínio do Correio, nomeadamente ao apostar nos segmentos do Expresso e Encomendas e Banco CTT como alavanca de crescimento. No primeiro caso, as receitas subiram 5,4% para 64,7 milhões. Já o banco gerou receitas de 34,1 milhões, mais 21,4%.

Mas houve outro negócio que teve uma ascensão meteórica: os Serviços Financeiros e Retalho, cuja faturação disparou 141,6% para 28,7 milhões. Os CTT falam mesmo em “perspetivas sólidas” neste segmento, depois de os seus balcões terem colocado 7,5 mil milhões de euros de dívida pública (sobretudo Certificados de Aforro) entre janeiro e março, disparando 550% em relação ao mesmo trimestre do ano passado. A empresa lembra ainda que vai deixar de vender raspadinhas e outros produtos de retalho.

Em relação ao banco, conseguiu contrariar as dinâmicas do setor no que diz respeito ao crédito e aos depósitos: tanto um como outro aumentaram. O stock de crédito automóvel cresceu 16,7% para 784 milhões e de crédito à habitação aumentou 9,2% para 672 milhões. As poupanças (depósitos e recursos fora de balanço) aumentaram 5,7% para 3,1 mil milhões. A margem financeira disparou 34,5% para 22 milhões e as receitas com comissões subiram 6,2% para 11,2 milhões.

Ao todo, as receitas do grupo aumentaram 3% para 241,8 milhões, com os CTT a lembrarem a “comparação desfavorável” com o primeiro trimestre do ano passado, em que teve receitas extraordinárias com a venda de computadores (21,5 milhões) e com as eleições (3,5 milhões).

Na parte mais financeira, os CTT adiantam que a forte geração de fluxo de caixa permitiu reduzir a dívida.

Paralelamente ao anúncio dos resultados, o grupo desvendou o negócio por detrás da “estratégia imobiliária” que vai permitir rentabilizar o seu vasto património. Os CTT preparam-se para vender 30,1% de um portefólio de imóveis por 42 milhões de euros no total, mas o processo está dividido em várias fases e sujeito a várias condições.

(Notícia atualizada às 19h22)

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Reestruturação da TAP “não foi decisão ideológica”. Privados recusaram pôr dinheiro, diz Frasquilho

O antigo presidente do conselho de administração da TAP afirmou na comissão parlamentar de inquérito que acionistas privados rejeitaram injetar dinheiro na TAP na pandemia.

“Não se tratou de um decisão ideológica, mas de uma operação de emergência” que permitiu salvar a TAP e milhares de empregos. Foi assim que Miguel Frasquilho, antigo presidente do conselho de administração descreveu esta quinta-feira o financiamento público à companhia em 2020 e o plano de reestruturação submetido a Bruxelas.

Não tenhamos ilusões se o objetivo era salvar a TAP não havia outra alternativa”, garantiu o antigo chairman na comissão parlamentar de inquérito (CPI), referindo que os acionistas privados, a Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa. “A nossa primeira opção foi recorrer ao auxílio dos acionistas privados. Quando confrontados com necessidade premente da entrada de financiamento a resposta dos acionistas privados foi negativa”, disse Miguel Frasquilho, que liderou o conselho de administração entre junho de 2017 e junho de 2021, na sua intervenção inicial.

O antigo chairman foi questionado pelo deputado Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, sobre a razão da opção por apoios no âmbito de um processo de resgate e reestruturação da TAP em vez de recorrer às ajudas europeias no âmbito da pandemia. Miguel Frasquilho afirmou que “foi a Comissão Europeia que não aceitou que a TAP ficasse só nos auxílios covid”, segundo lhe relatou o Governo, porque não esteve nas reuniões em que essa decisão foi transmitida.

O ex-administrador explicou que o Governo insistiu que o auxílio fosse para a TAP SA, dona da companhia aérea, que tinha um balanço equilibrado, e não para a TAP SGPS, que estava em falência técnica. Bruxelas não aceitou porque a TAP SA tinha créditos de 900 milhões de euros sobre a SGPS, pelo que se esta última entrasse em falência o mesmo aconteceria com a primeira. A transportadora portuguesa acabaria por receber apenas uma pequena parte da injeção de 3,2 mil milhões em auxílios covid.

O “buraco” de 900 milhões foi em grande parte provocado por transferências da companhia aérea para a SGPS para esta cobrir as perdas da M&E Brasil, a empresa de manutenção e engenharia naquele país. Reconhecendo os prejuízos recorrentes daquela operação, desde a aquisição em 2006, Miguel Frasquilho sublinhou, no entanto, a importância do negócio para o crescimento da TAP no Brasil.

Nunca saberemos qual teria sido a evolução da TAP sem esta compra [da M&E Brasil] em 2006. Foi a partir daí que a operação da TAP no Brasil cresceu muitíssimo.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

“Nunca saberemos qual teria sido a evolução da TAP sem esta compra em 2006. Foi a partir daí que a operação da TAP no Brasil cresceu muitíssimo. Não lhe sei dizer no fim do dia se impacto foi positivo ou não”, apontou o antigo chairman. Miguel Frasquilho sublinhou a importância de a companhia aérea voar atualmente para 11 destinos naquele país, a única transportadora europeia a fazê-lo, considerando que atribui à empresa um grande valor na privatização.

Questionado por Hugo Carneiro, do PSD, o antigo responsável afirmou que a M&E Brasil era acompanhada por vários membros da comissão executiva em função dos respetivos pelouros. Miguel Frasquilho explicou que em 2019 foi decidido vender as instalações em Porto Alegre, ficando apenas as do Rio de Janeiro, o que atenuou os prejuízos, que voltaram a agravar-se com a pandemia. Só em 2021 é que a comissão executiva determinou que a companhia aérea iria deixar de fazer a manutenção de aeronaves na M&E Brasil, para avançar para a venda ou liquidação. Esta última avançou no ano passado.

O administrador foi ainda confrontado com o desejo da Comissão Europeia de que houvesse uma partilha dos custos de reestruturação com os credores da TAP. “Mesmo antes dos cortes de salários que foram implementados para tentar salvar o maior número de postos de trabalho, começámos a trabalhar com os lessors que são quem financia a compra dos aviões. Conseguimos benefícios financeiros de 1,3 mil milhões até 2025″, referiu Miguel Frasquilho. Os obrigacionistas não foram envolvidos, porque a Comissão Europeia considerou que “teria um impacto negativo em Portugal”, uma vez que na emissão feita em 2019 tinha participado um grande número de pequenos acionistas. Bernardo Blanco assinalou que é a própria Comissão que questiona o facto de os credores não terem sido chamados a participar no esforço.

“Não houve algoritmo nenhum”

O antigo presidente do conselho de administração confirmou que “nunca” a Comissão Europeia exigiu um corte dos salários, mas que “havia metas para a massa salarial”. Miguel Frasquilho sublinhou que “os salários foram cortados porque isso permitiu salvar milhares de empregos na TAP”. O antigo administrador disse que sem a redução salarial teriam sido eliminados 3.000 postos de trabalho e não 1.200.

O deputado Bruno Dias questionou Miguel Frasquilho sobre o algoritmo usado pela TAP para os despedimentos na companhia. O antigo chairman negou a sua existência: “Não houve algoritmo nenhum”. “Dá a ideia que houve uma coisa que se pôs a correr e que as pessoas foram escolhidas sem intervenção humana. Tivemos critérios para a saída”, acrescentou.

O antigo administrador referiu que foram usados critérios de experiência, produtividade, limitações, habilitações e custo salarial, definidos pela gestão. “Pessoas da mesma família nunca foram ambas embora. No fim do processo chegaram-nos casos pessoais, de dramas pessoais, doença prolongada, morte de familiares. Essas pessoas foram retiradas da lista”, garantiu, reiterando que “não houve nenhum algoritmo automático”. Filipe Melo, do Chega, questionou se não havia algoritmo quem foi então o responsável pelos despedimentos. “Foram os responsáveis da TAP e eu era um dos responsáveis”, respondeu Miguel Frasquilho.

Tivemos de fazer um plano conservador que fosse considerado credível pela Comissão Europeia para ser aprovado. Sem plano aprovado a TAP tinha acabado em junho ou julho de 2020.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

Bruno Dias, do PCP, confrontou por várias vezes o antigo presidente do conselho de administração com o facto de os despedimentos na TAP terem sido excessivos, argumentando que há data da aprovação do plano de reestruturação já existiam perspetivas mais otimistas para a evolução do tráfego aéreo. “É como se estivéssemos a preencher o totobola à segunda-feira depois dos jogos ao sábado e domingo”, retorquiu o antigo secretário de Estado do Tesouro. “Nós vivemos os tempos mais arriscados da aviação. Pior do que o 11 de Setembro. Acha que algum gestor fica satisfeito em fazer despedimentos”, acrescentou.

“Tivemos de fazer um plano conservador que fosse considerado credível pela Comissão Europeia para ser aprovado. Sem plano aprovado a TAP tinha acabado em junho ou julho de 2020”, garantiu o ex-chairman.

Contactos com ministérios “sem limitações”

Tal como outras personalidades que passaram pela comissão de inquérito, o responsável foi questionado por Mariana Mortágua se tinha conhecimento de pedidos da Presidência da República para alteração de voos. “Nunca tive pedidos desse género”, foi a resposta.

Ao contrário da CEO da TAP, que referiu que tinha indicações para que os contactos fossem feitos com a tutela setorial, o Ministério das Infraestruturas, e não com a tutela financeira, o Ministério das Finanças, o antigo chairman afirmou que teve sempre uma boa relação com ambas. “Nunca tive limitações de contacto com as Infraestruturas ou as Finanças”, garantiu.

Miguel Frasquilho salientou, em resposta ao PS, a importância que o plano de reestruturação teve na preservação do hub da TAP. “A grande mais-valia da TAP diz respeito ao modelo de hub and spoke e à ligação entre o médio curso e o longo curso. No ponto a ponto nunca será competitiva com as low-cost. Mas estas também não fazem longo curso. Não voam para o Brasil ou para África. O papel da TAP é fazer a ponte entre diversas paragens e distribuir os passageiros”, explicou.

[Sem o hub] íamos passar a apanhar os voos intercontinentais em Madrid, Paris ou Londres. Talvez passados muitos anos viesse uma companhia tomar o lugar da TAP. Mas os danos seriam enormes.

Miguel Frasquilho

Antigo chairman da TAP

Sem o hub, “íamos passar a apanhar os voos intercontinentais em Madrid, Paris ou Londres. Talvez passados muitos anos viesse uma companhia tomar o lugar da TAP. Mas os danos seriam enormes”, apontou.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se por um período de 90 dias.

(notícia atualizada às 21h45)

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Iniciativa Liberal vai propor comissão de inquérito à atuação do SIS no “caso Galamba”

  • Lusa
  • 4 Maio 2023

"Há ainda questões por esclarecer" sobre este caso, apesar das "declarações públicas já dadas e comunicados" feitos por membros do Governo, diz o líder parlamentar do partido.

A Iniciativa Liberal vai propor uma comissão parlamentar de inquérito à atuação do Serviço de Informações de Segurança (SIS) na recuperação do computador do ex-adjunto do ministro João Galamba, anunciou o líder parlamentar do partido.

Numa declaração política no parlamento, Rodrigo Saraiva considerou que “há ainda questões por esclarecer” sobre este caso, apesar das “declarações públicas já dadas e comunicados” feitos por membros do Governo, responsáveis de forças de segurança ou pelo Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações da República Portuguesa (SIRP).

“Como atuou efetivamente o SIS? Foi por iniciativa própria? E de onde e quem partiu essa ordem se não foi por iniciativa própria? São questões essenciais”, afirmou. O líder parlamentar da IL sublinhou que, no dia em que se soube dos acontecimentos, o seu partido “submeteu formalmente perguntas” ao primeiro-ministro, e houve vários partidos que requereram audições ao diretor do SIS e à secretária-geral do SIRP.

“Outras audições irão ocorrer deveriam trazer informações sobre o sucedido. Mas já se percebeu que não irá haver clarificação das perguntas que coloquei há poucos segundos atrás”, considerou. Rodrigo Saraiva frisou que a atuação dos serviços de informações, e a “utilização desses mesmos serviços de forma indevida e fora do quadro legal”, é um tema “demasiado sensível”.

“Tão sensível que justifica a constituição de uma comissão de inquérito parlamentar nesta casa, cuja proposta a Iniciativa Liberal irá apresentar”, anunciou.

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EDP lucra 303 milhões de euros até março

A EDP iniciou 2023 com um resultado líquido positivo, depois de no ano passado ter registado prejuízos de 76 milhões no primeiro trimestre.

A EDP obteve 303 milhões de euros em lucro no primeiro trimestre deste ano, que comparam com o prejuízo de 76 milhões registado entre janeiro e março do ano passado.

Se, no primeiro trimestre do ano passado, o resultado líquido da elétrica liderada por Miguel Stilwell foi afetado pela fraca produção hídrica, este ano, “a recuperação em termos homólogos foi impulsionada pela normalização da produção hidroelétrica em Portugal no inverno 2022-2023”, lê-se no comunicado, publicado esta quinta-feira na página da Comissão do Mercado e de Valores Mobiliários. “No início de maio, as albufeiras da EDP em Portugal mantêm-se a uma quota agregada acima da média histórica para este período do ano”, acrescenta a elétrica.

O EBITDA atingiu os 1,4 mil milhões de euros no primeiro trimestre, praticamente o dobro em relação aos primeiros três meses de 2022. Em paralelo, a margem bruta da EDP disparou 84% para 2,1 mil milhões de euros.

A recuperação face ao período homólogo está não só relacionada com as melhorias na produção hídrica no mercado Ibérico, mas também com o desempenho da EDP Renováveis, “que apresentou um crescimento de EBITDA de 14% em termos homólogos”, resultante da contribuição positiva das quatro regiões em que atua: Europa, América do Norte, América do Sul e Ásia Pacífico.

Nesta quarta-feira, a subsidiária de energias da EDP, a EDP Renováveis, já havia divulgado um resultado líquido de 65 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, “em linha” com os 66 milhões obtidos no período homólogo, com o crescimento dos resultados operacionais a ser “anulado pelo aumento dos custos financeiros”.

A EDP destaca ainda o papel da expansão da atividade de redes de eletricidade no Brasil na subida do EBITDA. O EBITDA do segmento de redes de eletricidade apresentou um crescimento de 5%.

No que diz respeito a Portugal, o EBITDA cresceu para os 127 milhões de euros, mais 2 milhões que no ano anterior.

Já o investimento bruto totalizou 1,2 mil milhões no trimestre, dos quais 98% em energias renováveis e redes de eletricidade. A capacidade de energias renováveis em construção atingiu um recorde de 5 gigawatts (GW), mais 1GW face a dezembro de 2022, abrangendo projetos em 15 mercados na Europa, Américas e na Ásia.

A dívida líquida atingiu os 13,1 mil milhões de euros, uma diminuição ligeira face aos 13,2 mil milhões do trimestre anterior, uma evolução justificada pela aceleração do investimento em renováveis e redes de eletricidade, a par do encaixe dos dois aumentos de capital realizados pela EDP e pela EDP Renováveis.

(Notícia atualiza pela última vez às 18:47, com mais informação)

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Dona do Meo está à procura de 130 jovens talentos

Desde o arranque do programa Darwin "já foram recrutados mais de 120 trainees, integrados em diferentes direções da Altice Portugal." Candidaturas decorrem até junho.

A Altice quer recrutar 130 jovens talentos, no âmbito do programa de estágios da empresa. A edição deste ano do Programa Darwin triplica o número de vagas disponíveis face a anos anteriores. As candidaturas decorrem até junho.

O programa visa “integrar jovens universitários no mercado de trabalho para potencial carreira de futuro na empresa”, procura “recém-licenciados, dinâmicos, e com formação nas áreas de Engenharia, Tecnologias da Informação, Gestão, Economia e outras similares”. Os jovens talento recebem uma bolsa, cujo valor a empresa não divulgou.

A “aposta no rejuvenescimento é o mote deste ano”, refere a empresa, com o número de ofertas a triplicar face às vagas de outras edições. O novo plano estratégico da empresa, conhecido em fevereiro, coloca no pilar “pessoas” o rejuvenescimento do talento da companhia.

“Queremos atrair para Portugal talento internacional”, garantia na época Ana Figueiredo, CEO da Altice Portugal, durante a apresentação da estratégia da empresa até 2030 CEO, mas também reforçar a diversidade e paridade na companhia. “Queremos que 40% dos cargos de liderança sejam ocupados por mulheres. Atualmente, estamos com cerca de 30%”, contabilizou.

A empresa tem cerca de nove mil colaboradores diretos em Portugal, 75% com mais de 40 anos. A CEO apontava o programa Darwin como uma das ferramentas para atingir esse rejuvenescimento.

Desde o arranque do programa, “já foram recrutados mais de 120 trainees, integrados em diferentes direções da Altice Portugal.

Com duração de 12 meses, o programa Darwin prevê o “acompanhamento personalizado e contínuo através do envolvimento de orientadores com feedback permanente, reuniões de counseling regulares e momentos de formação que reforçam as competências de cada jovem, promovendo a partilha de conhecimento que proporciona crescimento pessoal de cada um”, refere a operadora em comunicado.

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Tiago Lopes Duarte nomeado partner da multinacional Stratesys

O português, que integra a equipa da Stratesys desde 2010, vai acumular a função com a liderança do Global Technology Hub da multinacional.

Tiago Lopes Duarte foi nomeado partner da Stratesys Portugal. O português, que integra a equipa da Stratesys desde 2010, vai acumular a função com a liderança do Global Technology Hub da Stratesys.

“Estou muito satisfeito com a nomeação para partner da Stratesys Portugal. Fazendo parte desta equipa há mais de uma década, este reconhecimento é o reflexo do crescimento da empresa e da sua relevância no mercado nacional”, afirma Tiago Lopes Duarte, em comunicado.

O mais recente partner da multinacional considera, ainda, que “é bastante gratificante integrar uma empresa que investe no desenvolvimento pessoal e profissional das suas pessoas, valorizando e promovendo os seus recursos desde a formação à nomeação de quadros”.

Antes de juntar-se à Stratesys, o profissional desenvolveu a sua carreira em empresas de consultoria como a Accenture Technology Solutions ou a ROFF, com funções nas áreas de desenvolvimento e implementação de soluções de gestão de talento e recursos humanos.

Licenciado em Engenharia Informática pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, Tiago Lopes Duarte conta também com um executive master in Management com especialização em Liderança na Católica Lisbon School of Business & Economics.

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Ordem dos Advogados marca AG extraordinária para discutir estatutos

Ordem convoca assembleia-geral dos advogados para discutir as alterações ao Estatuto da Ordem dos Advogados, no âmbito da Lei das Associações Públicas profissionais.

A Ordem dos Advogados (OA) anunciou a marcação de uma Assembleia-Geral extraordinária, de forma a que a classe se possa pronunciar sobre as alterações ao seu estatuto, necessárias para a concretização da Lei das Associações Públicas Profissionais, que entrará em vigor nos próximos meses.

“Esta Ordem pública profissional também não aceitará qualquer ingerência do Estado na sua autorregulação, bem como não compactuará com qualquer solução que belisque o sigilo profissional ou possa pôr em causa a relação de confiança entre advogado e cliente“, disse Fernanda de Almeida Pinheiro, em conferência de imprensa que decorreu esta quinta-feira, no Largo de São Domingos, em Lisboa. Uma comunicação que, segundo a bastonária dos advogados, tem o apoio do Conselho Geral e de todos os Conselhos Regionais, de Deontologia, Conselho Superior e Conselho Fiscal da Ordem dos Advogados.

“Entendem os órgãos nacionais e regionais da Ordem dos Advogados que o momento impõe a união da classe e, assim, numa atuação sem precedentes na história desta Instituição, unem esforços para, de forma clara, indicar ao Governo que a alteração a efetuar ao Estatuto da Ordem dos Advogados não poderá passar pela diminuição da atuação da Advocacia, não se aceitando que os atos próprios da profissão, como os conhecemos hoje, sejam alterados ou possam vir a ser prestados por outros profissionais que não licenciados em direito e inscritos nesta Ordem”, explicou a bastonária.

“Assim, daqui a 30 dias, a advocacia reunir-se-á em Assembleia Geral extraordinária, mostrando, de forma inequívoca, que não se resignará nem aceitará alterações estatutárias que coloquem em causa a essência da Advocacia e o papel do/a Advogado/a como garante dos direitos, liberdades e garantias dos/as cidadãos/ãs portugueses num Estado de Direito democrático”, concluiu.

Na sexta-feira, dia 28 de abril, a SIC Notícias avançou que estava em discussão no Parlamento uma proposta de lei que faria com que deixasse de ser obrigatória uma licenciatura em Direito para o acesso à profissão de advogado. A notícia deixava ainda claro a posição contrária da bastonária da Ordem dos Advogados à proposta em questão.

De seguida, o gabinete de imprensa da ministra da Justiça, Catarina Sarmento e Castro, e da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, desmentiram tal situação em comunicado sublinhando que o teor das notícias avançadas é “totalmente falso”.

A bastonária diz que essa ideia foi clarificada pelo Governo, mas que no que toca “a outras profissões inscreverem-se na Ordem dos Advogados, o Ministério da Justiça, antes desse desmentido, disse que essa hipótese estava em cima da mesa. E deu o exemplo dos administradores de insolvência”.

“É totalmente falso o teor das notícias avançadas dando conta que a “Licenciatura em Direito pode deixar de ser obrigatória para acesso à profissão de advogado”. Nunca tal esteve em cima da mesa no âmbito da nova Lei das Associações Públicas Profissionais, nem qualquer hipótese remotamente próxima que permita essa leitura”, leu-se no comunicado.

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