Mapfre renova parceria com projeto de Cães de Alerta Médico

  • ECO Seguros
  • 11 Abril 2023

Companhia apoia projeto de Cães de Alerta Médico do projeto Pata d'Açúcar. Cães ‘enfermeiros’, que salvam pessoas diabéticas, estão protegidos com o seguro de Responsabilidade Civil e Saúde Animal.

A Mapfre é parceira do projeto Pata d’Açúcar, que apoia diabéticos através do treino de Cães de Alerta Médico. Por mais um ano, a Mapfre continua a patrocinar a associação, assegurando a proteção dos futuros Cães de Alerta Médico e da equipa que os treina.

A Mapfre garante que os cães estão protegidos com o seguro de Responsabilidade Civil e Saúde Animal durante um ano e apadrinha ainda um animal, disponibilizando uma verba adicional destinada a cobrir as restantes despesas.

Os cães da associação Pata d’Açúcar são treinados para ajudar os doentes diabéticos a gerir melhor a sua condição clínica, – e a salvar vidas em caso de uma crise hipoglicémica – sendo amplamente preparados para conseguir detetar variações ou níveis baixos de acúcar no sangue, alertando o diabético através da emissão de um alerta físico.

A Mapfre apoia o processo de resgate de cães abandonados e garante condições para o treino. Anualmente, quatro cães são resgatados de canis com o apoio da companhia. Na sequência desse resgate, a seguradora garante que os cães estão protegidos com o seguro de Responsabilidade Civil e Saúde Animal durante um ano e apadrinha ainda um animal, disponibilizando uma verba adicional destinada a cobrir as restantes despesas. A equipa de treino dos animais está também protegida pela Mapfre, com o seguro de Acidentes Pessoais.

Durante um ano de treino, estes cães ficam aptos a serem cães de alerta médico, passando depois a acompanhar um doente diabético (diabetes tipo 1), que irá ter num destes fiéis companheiros um apoio fundamental para monitorizar a sua doença.

É com enorme orgulho que a Mapfre volta a abraçar este projeto. Até ao momento, dos 5 mil alertas reais feitos pelos Cães de Alerta Médico DT1, quase metade correspondem a antecipações de crises de hipoglicémia. São números como estes que nos fazem acreditar nesta parceria e no trabalho social que a associação tem desenvolvido. Temos a certeza de que os resultados continuarão a ser brilhantes”, refere Luís Anula, CEO da Mapfre Portugal.

“Ao resgatarmos cães de abrigos para animais abandonados, preparando-os para virem a ser Cães de Alerta Médico, damos uma nova oportunidade à vida dos animais e à qualidade de vida das pessoas com diabetes”, afirma a Associação Pata D’Açúcar.

Em Portugal, estão diagnosticados mais de 800 mil casos de diabetes, uma doença responsável por 3,3% das mortes no país. Esta causa não só permite que os doentes diabéticos tenham mais um meio complementar para controlar a glicemia, como também contribui para a diminuição do abandono dos animais.

São duas as características determinantes que diferenciam estes cães que salvam vidas: as capacidades olfativas inatas e a capacidade de detetar e sinalizar, após o treino, níveis baixos de glicemia, através da saliva do doente, especialmente no período da noite.

Este ano, o cão apadrinhado é o Migas, resgatado num canil de Angra do Heroísmo, nos Açores, e que irá juntar-se à Mel e à Mercy, as duas cadelas anteriormente apadrinhadas pela seguradora e que já acompanham doentes diabéticos.

“Ajude-nos a ajudar, por uma diabetes melhor” é o mote do projeto Pata D’Açúcar, que tem como foco principal ajudar os doentes diabéticos no controlo diário da autogestão da glicemia.

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Dinamarca admite decisão ocidental sobre envio de aviões para Ucrânia antes do verão

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

As discussões sobre o assunto estão a demorar tempo porque os países têm de agir em conjunto, mas uma decisão ainda é possível “a curto prazo”, referiu ministro da Defesa da Dinamarca.

O ministro da Defesa da Dinamarca disse nesta terça-feira que uma “decisão ocidental” sobre um eventual envio de aviões de combate para a Ucrânia pode ser possível “antes do verão”, após a entrega de Mig-29 polacos e eslovacos a Kiev.

As discussões sobre o assunto estão a demorar tempo porque os países têm de agir em conjunto, mas uma decisão ainda é possível “a curto prazo”, segundo afirmou o ministro Troels Lund Poulsen, durante uma visita à Ucrânia.

“A Dinamarca não vai fazer tudo sozinha”, disse o ministro da Defesa em exercício, citado pelos meios de comunicação social dinamarqueses.

“Teremos de o fazer em conjunto com vários países. E teremos também de manter um diálogo com os americanos sobre este assunto”, prosseguiu Troels Lund Poulsen, acrescentando que acredita que existirão avanços “antes do verão”.

A Eslováquia e a Polónia enviaram caças Mig-29 (de fabrico soviético) para Kiev no final do mês de março e no início de abril, respetivamente.

Sem fornecer mais detalhes, o Governo de Varsóvia disse que dispõe de “cerca de 30” aviões de combate disponíveis para as forças da Ucrânia destinados a missões de defesa contra a agressão da Rússia, que voltou a invadir o país vizinho em 2022.

Mesmo assim, e apesar dos pedidos de Kiev, não foram enviados para a Ucrânia aviões de combate modernos e de fabrico ocidental.

A Dinamarca possui uma frota de 43 aviões de combate F-16, 30 dos quais estão ativos.

Estes aviões de fabrico norte-americano vão ser substituídos por 27 aparelhos F-35, também fabricados nos Estados Unidos.

O ministro não forneceu pormenores sobre o número de aviões que Copenhaga pode eventualmente enviar para Kiev.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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Metros e barcos com mais passageiros até março do que antes da pandemia

Metro do Porto destaca-se no crescimento de passageiros em comparação com o primeiro trimestre de 2019, em que ainda não existiam os passes metropolitanos de transportes a 40 euros.

Os transportes públicos tutelados pelo Ministério do Ambiente tiveram mais passageiros no primeiro trimestre deste ano do que em igual período de 2019. O Metro do Porto destacou-se no crescimento de utentes, face ao Metro de Lisboa e aos barcos da Transtejo e da Soflusa.

No total, estas empresas de transportes tiveram 64,758 milhões de utentes entre janeiro e março, mais 2% do que no período homólogo de 2019. Também o último sem os passes de transportes municipais a 30 euros e metropolitanos a 40 euros.

Na comparação trimestral, o Metro do Porto foi o único com sinal positivo, com mais 16%, para 18,726 milhões de utentes. Na Transtejo/Soflusa houve uma diminuição de 2% (4,557 milhões de utentes); no Metro de Lisboa, a descida foi de 3% (41,475 milhões).

Na comparação mensal, as três empresas tiveram mais validações do que em março de 2019, embora em diferentes dimensões. O Metro do Porto voltou a destacar-se, com mais 21% (6,889 milhões), seguido da Transtejo/Soflusa (1,722 milhões) e do Metro de Lisboa (15,559 milhões).

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Aumentos salariais na Função Pública começam a ser pagos a 20 de maio

Apoios para mitigar a inflação começam a ser pagos a partir de maio. Funcionários públicos recebem aumento com retroativos ao mês de janeiro.

Os apoios para mitigar os efeitos da inflação, assim como os dirigidos à área da habitação, vão ser pagos a partir de meados do próximo mês, adiantou esta terça-feira o ministro das Finanças. O aumento para a Função Pública será pago a 20 de maio, com retroativos a janeiro, enquanto as famílias mais vulneráveis vão receber o apoio no dia 16 de maio.

As datas foram adiantadas por Fernando Medina durante uma audição na Assembleia da República sobre os apoios apresentados pelo Executivo socialista para fazer face à inflação. Nomeadamente, o cabaz de alimentos essenciais com IVA Zero, que entra em vigor no dia 18 de abril e que se prolongará até 31 de outubro.

Os restantes apoios apenas começam a ser pagos em maio, ainda que alguns tenham efeitos retroativos a janeiro:

  • Apoio às rendas começará a ser pago no mês de maio e tem natureza retroativa a janeiro;
  • Apoio à bonificação dos juros será também pago entre maio e junho, estando dependente de solicitação do próprio junto de instituição bancária, recorda o ministro;
  • Apoio às famílias mais vulneráveis, de 30 euros por mês e 15 euros por criança, terá data de pagamento a 16 de maio, data em que a Segurança Social irá iniciar o processamento;
  • Aumento na Função Pública será pago a partir de 20 de maio com efeitos retroativos a janeiro, “estando prevista a correção do mecanismo de retenção para os trabalhadores não serem prejudicados”, nota Medina. O mesmo se aplica para o subsídio de alimentação;
  • Apoio à produção agrícola, no âmbito também do pacto assinado com os produtores e a distribuição para baixar o IVA, está previsto para o primeiro semestre, “estando dependente da Comissão Europeia”.

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Situação de seca meteorológica aumentou e intensificou na região sul em março

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

Segundo o IPMA, a 31 de março, 48% do território encontrava-se em seca meteorológica, enquanto no último dia de fevereiro a percentagem era de 28%.

A situação de seca meteorológica aumentou em Portugal continental durante o mês de março, piorando na região sul, segundo o último boletim climatológico do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

A 31 de março, 48% do território encontrava-se em seca meteorológica, enquanto no último dia de fevereiro a percentagem era de 28%.

De acordo com o IPMA, verificou-se um aumento da intensidade da seca meteorológica na região sul, destacando-se os distritos de Setúbal e Beja e alguns locais do sotavento algarvio, que se encontram na classe de seca severa.

Por outro lado, verificou-se na região Norte e Centro uma diminuição das classes de chuva e alguns locais da região Nordeste já se encontravam na classe de seca fraca, no último dia do mês.

No final de março, 24% do território estava na classe normal, 23,7% em seca fraca, 15,5% em chuva fraca, 14,2% em seca moderada, 10,2% seca severa e 2,4% em chuva moderada.

O IPMA reforça que no final de março, os valores de percentagem de água no solo apresentavam uma diminuição significativa em todo o território, com exceção do litoral Norte onde se verificou um aumento nos distritos de Viana do Castelo, Braga e parte do distrito de Vila Real.

O instituto classifica em nove classes o índice meteorológico de seca, que varia entre “chuva extrema” e “seca extrema”.

Além do índice de seca, o Boletim Climatológico do IPMA indica que o mês de março classificou-se como quente e seco.

Os valores médios da temperatura média, da máxima e da mínima foram em março superiores ao normal.

No que diz respeito à precipitação, o IPMA adianta que o valor médio da quantidade de precipitação em março, 47,9 milímetros, corresponde a 78% do valor normal.

Durante o mês ocorreram valores de precipitação mais significativos na primeira quinzena do mês e em especial na região Litoral Norte e Centro.

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Carlos Alexandre deixa o Ticão já este verão

Carlos Alexandre, o juiz de instrução foi esta terça-feira graduado desembargador, em plenário do Conselho Superior da Magistratura, e vai deixar o Tribunal Central de Instrução Criminal no verão.

Carlos Alexandre, o juiz de instrução foi esta terça-feira graduado desembargador, em plenário do Conselho Superior da Magistratura, e vai deixar o Tribunal Central de Instrução Criminal já no próximo verão, avança a CNN.

Aos 62 anos, com 38 de serviço, Carlos Alexandre sobe assim ao Tribunal da Relação, acabando assim com um ‘reinado’ de quase 20 anos no “Ticão”, onde durante anos foi o único juiz e que teve a cargo processos como o Monte Branco, operação Furacão, Portucale, Face Oculta, BPN, BES, Remédio Santo, Labirinto, Vistos Gold ou, acima de todos, a operação Marquês.

Em outubro, o juiz de instrução fez o pedido de promoção a desembargador do Tribunal da Relação. Uma decisão que revela o fim do protagonismo — e de um ciclo — do chamado por muitos de super-juiz, depois de quase duas décadas no Tribunal Central de Instrução Criminal, em que mandou prender José Sócrates, Ricardo Salgado (em casa), Duarte Lima, Manuel Pinho, Oliveira e Costa, Luís Filipe Vieira ou os principais arguidos do processo dos Vistos Gold.

Foi em janeiro do ano passado que tudo mudou para Carlos Alexandre. Habituado ao protagonismo que o Ticão lhe garantia — apesar de em entrevista à Sic ter revelado que não gostava dos holofotes — a 4 de janeiro entrou em vigor a lei que determina que este Tribunal passasse a ter uma composição com mais sete juízes, depois de se fundir com o Juízo de Instrução Criminal de Lisboa.

No “Ticão” existiam, até esta mudança, dois juízes em funções, Carlos Alexandre, em exclusividade até 2015, e Ivo Rosa, desde 2015, e que levou a que todos os processos “mediáticos” transitassem para as suas mãos. Para este tribunal — na fase de instrução — foram parar os processos mais mediáticos da Justiça portuguesa como a Operação Marquês, caso GES/BES, BPP/João Rendeiro, Face Oculta, Operação Furacão, entre outros.

Já a Estratégia Anticorrupção de Francisca Van Dunem sublinhava que a perceção das decisões do ‘Ticão’ “é agravada pela circunstância de os processos que ali correm terem um grau de mediatização acrescido, pela gravidade dos factos”, aliada ao que a titular da pasta, à data, chamou de “pessoalização” das decisões. O aumento do número de magistrados afetos à realização das missões do Tribunal Central de Instrução Criminal “é a solução consensualmente apontada. Impõe-se, pois, reponderar a composição do Tribunal”, diz o documento. Desta forma, esbateu-se a pessoalização que aquele tribunal tinha e que dava origem, na opinião pública, à ideia de que cada processo era decidido em função da pessoa que o tramita, e não em função de critérios objetivos da lei.

Carlos Alexandre ordenou a detenção do antigo primeiro-ministro — realizada a 21 de novembro de 2014, às 23:00 no Aeroporto de Lisboa, com câmaras de televisão a assistir. O início da Operação Marquês, quando ainda havia apenas três pessoas em contacto com o processo (o juiz, o procurador do Ministério Público responsável pelo processo, Rosário Teixeira, e o inspetor que liderava a equipa de investigação das finanças no MP, Paulo Silva), ficou assim manchado com uma nuvem de dúvidas de quem teria sido o autor das fugas de informação.

Conhecido também por ser mais próximo das teses da acusação — com alguns advogados de defesa desses mega processos a admitirem que muitos dos despachos do juiz de instrução são meros copy paste dos textos do Ministério Público – o super juiz esteve também sob suspeita de abuso de poder aquando a distribuição do processo relativo à Operação Marquês. Mas em maio, a Relação de Lisboa (TRL) considerou que não houve abuso de poder no que toca à distribuição manual do processo da Operação Marquês, que acabou por ficar nas suas mãos e sem ter sido feito uma sorteio eletrónico, como manda a lei. Sendo assim, a decisão foi de não pronúncia.

Antes, também o Conselho Superior de Magistratura (CSM) havia realizado um processo de averiguações e um procedimento de inquérito que culminaram em arquivamento. No entanto, o advogado do ex-primeiro-ministro, Pedro Delille, criticou então o órgão máximo de gestão e disciplina da magistratura judicial por ter admitido a violação do princípio do juiz natural.

As suas rivalidades com Ivo Rosa — que também já pediu a sua promoção para a Relação — são há muito públicas e notórias. Enquanto estavam sozinhos no Ticão, a frieza entre ambos era uma constante. Sendo que em janeiro de 2022, Carlos Alexandre chegou a acusar Ivo Rosa de colocar em perigo a vida de agentes encobertos da Polícia Judiciária.

O despique destes dois juízes não começou aqui. Anteriormente, Ivo Rosa também acusou Carlos Alexandre por este ter deixado muitos despachos em atraso no processo BES, entre eles um sobre o arresto de uma conta bancária de Maria João Salgado, mulher de Ricardo Salgado. Carlos Alexandre considera assim que o seu colega do Ticão cancelou “ações encobertas (…), apelidando de ilegais, colocando agentes encobertos em risco de vida”. Segundo a revista Sábado, estas decisões foram posteriormente anuladas pelo Tribunal da Relação de Lisboa, “considerando que eram atos ilegais e ordenando a reposição da cadeia de prova, através deles obtida”, referiu Carlos Alexandre.

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Mulher de João Galamba “não foi nomeada pelo Governo”, garante Fernando Medina

Fernando Medina assegura que não teve "nenhuma interferência na ida de Laura Cravo para o gabinete" do Ministério das Finanças, tratando-se de uma funcionária pública em regime de mobilidade.

Na sequência da notícia sobre a nomeação para o Ministério das Finanças de Laura Cravo, mulher do ministro João Galamba, Fernando Medina assegurou que a profissional “não foi nomeada pelo Governo, nem tem nenhuma nomeação à espera de nenhum cargo que dependa de nenhum membro do Governo”. O ministro das Finanças defende que se trata de um quadro da Administração Pública, originalmente da CMVM, que está em regime de mobilidade.

É a primeira vez que me recordo que um político é criticado, invetivado na praça pública por adversários políticos por não nomear alguém“, ironizou Fernando Medina, numa audição no Parlamento sobre os apoios para mitigar os efeitos da inflação. “A Dr. Laura Cravo não foi nomeada pelo Governo, não foi pré-nomeada pelo Governo, nem tem nenhuma nomeação à espera de nenhum cargo que dependa de nenhum membro do Governo”, completa.

A pergunta surgiu esta manhã fora do tema da audição, por parte do Chega. O PSD tinha também instado, na segunda-feira, o ministro a “esclarecer cabalmente” a nomeação da mulher do ministro das Infraestruturas. O titular da pasta das Finanças explica que Laura Cravo “é quadro de uma instituição da Administração Pública [e] como centenas de quadros encontra-se ao abrigo do regime de mobilidade, a desempenhar funções noutro departamento que não aquele originário”.

“É da CMVM, está a desempenhar funções no departamento de gestão e planeamento de Relações Internacionais do Ministério das Finanças. Fê-lo a pedido desse departamento na preparação da presidência portuguesa em 2020, devido as competências na área dos mercados e serviços financeiros, e no exercício dessas competências assumiu posteriormente a coordenação técnica de uma equipa do gabinete, por decisão do diretor geral“, contou Medina aos deputados.

Uma das questões a levantar dúvidas neste caso foi a ausência de publicação em Diário da República, mas o ministro afastou anomalias. Notou ainda que é “natural o diretor geral pretender que o cargo seja provido em concurso público e, quando abrir, quem quiser pode candidatar-se”. Ou seja, “não desempenha funções de dirigente” nas Finanças e está a ser preparado um concurso público, não tendo por isso sido publicada a nomeação, explica.

O ministro das Finanças voltou ainda a ser questionado pelos deputados sobre o assunto, reiterando apenas que “não [teve] nenhuma interferência na ida de Laura Cravo para o gabinete” do Ministério das Finanças.

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Falta de notificação de arguidos leva ao adiamento do debate instrutório do caso BES

A falta de notificação de três arguidos levou ao adiamento do debate instrutório do caso BES. As sessões foram reagendadas para os próximos dias 2, 3, 4 e 5 de maio.

O debate instrutório do caso BES estava agendado para começar esta terça-feira, mas a falta de notificação de três arguidos, que se encontravam no estrangeiro, levou ao adiamento do mesmo. As sessões foram assim reagendadas para os próximos dias 2, 3, 4 e 5 de maio.

No dia 14 de julho de 2020, a investigação do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) traduziu-se na acusação a 25 arguidos (18 pessoas e sete empresas), entre os quais o antigo presidente do Grupo Espírito Santo (GES), Ricardo Salgado. Foram imputados 65 crimes ao ex-banqueiro, nomeadamente associação criminosa, corrupção ativa, falsificação de documento, burla qualificada, branqueamento, infidelidade e manipulação de mercado.

A primeira sessão para ouvir testemunhas no âmbito da instrução ocorreu apenas em 26 de abril de 2022, no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), na sequência de dois adiamentos devido a problemas de saúde do juiz Ivo Rosa, e contava já com 29 arguidos (23 pessoas e seis empresas). Agora, são 26 arguidos (22 pessoas e quatro empresas), sobre os quais MP e defesas vão fazer as suas alegações para uma eventual ida a julgamento.

Durante quase um ano de diligências, o processo passou também pela substituição do juiz de instrução, com Pedro Correia a assumir em setembro passado, então nas mãos de Ivo Rosa, que, no dia da primeira sessão, já tinha rejeitado conceder caráter urgente à instrução, apesar do risco de prescrição de crimes a partir de agosto de 2024. No entanto, em janeiro, o Tribunal da Relação de Lisboa revogou esta decisão e deu caráter urgente à instrução.

O anterior juiz, que já tinha conduzido a fase de instrução do mediático processo “Operação Marquês”, tinha concorrido aos Tribunais da Relação e foi promovido no quadro do anterior movimento de magistrados. Ivo Rosa acabou, assim, por deixar de deter a vaga de juiz 2 do TCIC, mas viu a promoção suspensa em virtude de um processo disciplinar (ao qual se somou entretanto outro) no Conselho Superior da Magistratura (CSM).

A troca de juiz, efetuada já depois de o CSM ter definido em junho de 2022 um prazo de oito meses para a conclusão da instrução do caso BES/GES, suscitou polémica entre alguns dos arguidos, que contestaram a legalidade da substituição através de uma providência cautelar. O Supremo Tribunal de Justiça acabou por rejeitar liminarmente a ação.

Ao longo do último ano passaram pela instrução do processo diversas testemunhas, como o ex-primeiro-ministro Passos Coelho, o antigo governador do Banco de Portugal Carlos Costa ou o ex-presidente do Banco Espírito Santo Investimento (BESI), José Maria Ricciardi.

Considerado um dos maiores processos da história da justiça portuguesa, este caso agrega no processo principal 242 inquéritos, que foram sendo apensados, e queixas de mais de 300 pessoas, singulares e coletivas, residentes em Portugal e no estrangeiro. Segundo o MP, cuja acusação contabilizou cerca de quatro mil páginas, a derrocada do Grupo Espírito Santo (GES), em 2014, terá causado prejuízos superiores a 11,8 mil milhões de euros.

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Worten procura jovens talentos. Tem 50 vagas para estágios

Os estagiários terão direito a uma bolsa de estágio, formação inicial e contínua. Há vagas para um total de 13 áreas. As candidaturas decorrem até 27 de abril.

A Worten está à procura de 50 jovens talentos para integrar o seu programa de estágios. As candidaturas para o Play Your Future Trainee Programme decorrem até 27 de abril. O programa tem a duração de um ano e arranca em setembro.

“Com o Play Your Future Trainee Programme, queremos promover a integração dos jovens que estão a terminar ou já terminaram a sua formação superior no mercado de trabalho. O nosso objetivo é envolvê-los nas mais diversas áreas da empresa, dando apoio às diferentes equipas nas suas atividades e projetos”, diz Inês de Castro, Head of People na Worten.

“Acreditamos que esta é uma excelente oportunidade para os jovens finalistas que procuram adquirir experiência e conhecimento numa área de negócio específica, de entre as várias que temos disponíveis, como Brand & Communication, Concept & Sustainability, Digital Business, People, TechTeam e muito mais”, acrescenta, citada em comunicado. Ao todo, há 13 áreas de candidatura disponíveis.

Dirigido a jovens recém-graduados, finalistas de licenciatura e de mestrado, à procura de uma primeira experiência profissional, o programa vai permitir aos candidatos estagiar num departamento específico da Worten em Azambuja, Carnaxide e Matosinhos.

Os estagiários terão direito a uma bolsa de estágio, formação inicial e contínua, bem como o “acompanhamento de um orientador para todo o plano de trabalho idealizado, numa componente mais formal, e ainda de um buddy, que os vai ajudar com os temas mais informais do dia-a-dia”.

Durante o estágio terão ainda a “oportunidade de realizar um projeto de inovação em conjunto com trainees de outras áreas de negócio e a possibilidade de integrarem a empresa após o programa”.

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Costa quer atrair para Portugal produção europeia de semicondutores

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

"Há uma necessidade de diversificação das cadeias de produção de alguns bens essenciais e os semicondutores são hoje fundamentais para tudo", sustentou o primeiro-ministro, de visita à Coreia do Sul.

O primeiro-ministro afirmou esta terça-feira que um dos objetivos da sua visita à Coreia do Sul é atrair investimento de multinacionais sul-coreanas para a produção europeia de semicondutores e defendeu que autonomia estratégica económica não significa protecionismo.

Esta posição foi transmitida por António Costa no final de uma visita a uma das fábricas da multinacional sul-coreana SK Hynix, empresa que ocupa a terceira posição no ranking mundial de produtores de semicondutores.

A fábrica visitada por António Costa, a cerca 60 quilómetros de Seul, representou, segundo dados da empresa sul-coreana SK Hynix, um investimento de cerca de 100 mil milhões de euros e tem vastas áreas de produção completamente automatizadas.

Tendo ao seu lado os ministros da Economia, António Costa Silva, da Ciência e Ensino Superior, Elvira Fortunato, e das Infraestruturas, João Galamba, o líder do Executivo português voltou a advogar a necessidade de Portugal acompanhar o movimento mundial de reorganização das cadeias de valor face ao atual quadro de instabilidade na economia internacional.

Há uma necessidade de diversificação das cadeias de produção de alguns bens essenciais e os semicondutores são hoje fundamentais para tudo“, sustentou, antes de apontar como exemplo o facto de a paralisação da produção na China, a partir do início de 2020 — devido à pandemia de Covid-19 –, ter bloqueado uma série de indústrias à escala global.

Por esta razão, de acordo com o primeiro-ministro, Portugal tem procurado “manter um diálogo com o grupo SK, tendo em vista atrair para o país a produção europeia de semicondutores”. “Neste conceito de autonomia estratégica que se tem vindo a desenvolver na Europa, Portugal tem tido uma posição muito clara sobre o significado deste conceito. Autonomia estratégica significa não ficar dependente de outros, mas não significa fecharmo-nos sobre nós próprios. Queremos atrair investimento direto estrangeiro, designadamente sul-coreano, para se produzir na Europa aquilo que a Europa necessita”, acentuou.

Em relação ao grupo SK, António Costa referiu que há contactos que estão em curso, afirmando que Portugal tem, na área dos semicondutores, “recursos humanos muito qualificados” para o design e possui já “a maior fábrica europeia” para fazer a embalagem final dos chips.

“Essa empresa tem uma ligação forte à Coreia e, agora, a SK está a estudar pontos de investimento fora dos seus locais tradicionais. Este grupo, além da produção na Coreia, tem também presença na China e gostaria de diversificar os seus locais de produção. Para nós, é uma oportunidade que devemos procurar agarrar”, defendeu.

O primeiro de dois dias da visita oficial de António Costa à Coreia do Sul começou esta terça-feira na Hanwha, empresa da área das energias renováveis que já tem presença em Portugal e que vai expandir a sua produção no país.

Entre “as empresas com quem vamos ter contacto, há umas que nunca tiveram contacto com Portugal, mas outras já têm uma posição importante, como a CS Wind”, que entrou no capital de uma empresa metalomecânica portuguesa que produz eólicas, apontou.

Na perspetiva de António Costa, Portugal “foi dos países da União Europeia que registou maior crescimento económico no ano passado e que tem uma oportunidade única nos próximos anos, sobretudo com o apoio dos fundos comunitários, de realizar uma profunda transformação da sua economia“.

“Estamos num momento muito importante que não podemos desperdiçar e em que temos de nos focar. Esta visita à Coreia do Sul é muito focada na atração de investimento direto estrangeiro, produtos que podem ajudar a transformar a nossa economia. Uma fábrica de semicondutores, por exemplo, abre as portas para muitas outras indústrias”, acrescentou.

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Euribor a três meses bate máximo de dezembro de 2008

  • Lusa
  • 11 Abril 2023

O indexante do crédito à habitação subiu nos três prazos nesta terça-feira. A taxa a três meses registou o nível mais elevado em mais de 14 anos.

A taxa Euribor subiu nesta terça-feira a três meses, a seis e a 12 meses em relação a quinta-feira, sendo que no prazo mais curto atingiu um novo máximo desde dezembro de 2008, mantendo-se acima de 3% nos três prazos.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou nesta terça-feira, ao ser fixada em 3,582%, mais 0,004 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 09 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,534% em fevereiro para 3,647% em março, mais 0,113 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 06 de junho, também subiu hoje, para 3,356%, mais 0,017 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também em 09 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 06 de novembro de 2015 e 03 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 3,135% em fevereiro para 3,267% em março, mais 0,132 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu hoje, ao ser fixada em 3,108%, mais 0,033 pontos do que na quinta-feira e um novo máximo desde dezembro de 2008. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,640% em fevereiro para 2,911% em março, ou seja, um acréscimo de 0,271 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 04 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 02 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.

Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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PS recomenda Governo a integrar caixa de previdência dos advogados na Segurança Social

O projeto de resolução apresentado pelo PS recomenda o Governo a criar uma comissão que pondere a eventual integração da CPAS no regime geral da Segurança Social.

O Partido Socialista (PS) recomendou o Governo a criação de uma comissão que pondere a eventual integração da Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores (CPAS) no regime geral da Segurança Social. Segundo o projeto de resolução, o partido sugere que seja realizada uma “auditoria ao funcionamento” a este sistema de previdência e avaliados “modelos alternativos de proteção social”. O regime da CPAS engloba atualmente mais de 37 mil beneficiários, entre advogados e solicitadores.

“O direito à proteção na doença, à parentalidade, à proteção na quebra de rendimentos e o respeito pela capacidade contributiva indexada ao rendimento real devem ser assegurados a todos os beneficiários de qualquer sistema de previdência”, lê-se no projeto de resolução.

O PS acredita assim que a CPAS, baseando-se em descontos obrigatórios que não estão relacionados com os “rendimentos verdadeiramente auferidos”, tem vindo a revelar-se “desajustada” para os advogados, em “especial os mais jovens”.

“As mudanças na profissão ao longo das últimas décadas, o aumento significativo do número destes profissionais liberais em contextos laborais muito diversificados e a prevalência de fenómenos de precariedade no seu seio, quando não mesmo de desemprego, têm agravado os desequilíbrios entre direitos e deveres perante a CPAS, suscitando fundadas críticas por parte de quem lhe está obrigatoriamente adstrito”, sublinham.

Tantos os advogados como os solicitadores e agentes de execução não descontam para a Segurança Social, mas antes para a CPAS. Desde o dia 1 de janeiro, que passaram a pagar, no mínimo, 267,94 euros por mês à CPAS para poderem usufruir dos direitos sociais que este sistema lhes garante. Este valor é independentemente dos rendimentos que aufiram mensalmente ou mesmo que não aufiram qualquer rendimento.

“Para além das dúvidas sobre descontos dissociados do princípio da real capacidade contributiva, refira-se que a CPAS também não assegura apoio em situações de doença ou carência económica, e nas situações de assistência à família e maternidade. É um regime que não se coaduna com regras e princípios basilares de um moderno Estado social”, referem.

O PS relembra ainda que a pandemia acabou por “destapar” as fragilidades deste sistema de previdência e que é necessário criar condições para que o “quadro atual seja significativamente alterado e adaptado às realidades e necessidades atuais dos beneficiários”

Para solucionar o problema da melhor forma, o partido de António Costa propõe um “estreito diálogo” com as entidades e associações com responsabilidade e interesse nesta matéria. Isto de forma permitir uma “reflexão alargada sobre o quadro atual e caminhos futuros”. Estas são as medidas propostas:

  • Realização e acompanhamento de uma auditoria, através de entidade independente, tendo em vista o apuramento do património da CPAS e seus encargos, bem como as condições para o pagamento de pensões;
  • Concluída a auditoria, a criação de uma Comissão para a reflexão sobre a eventual integração dos beneficiários da CPAS no regime geral da Segurança Social;
  • Com base nos resultados da auditoria, a Comissão deve refletir sobre os requisitos e impactos sobre a eventual integração dos beneficiários da CPAS na Segurança Social; a definição de eventuais fases de transição entre regimes; a ponderação sobre o período durante qual o atual regime da CPAS passa a ser opcional, designadamente nas situações em que atualmente existe duplo enquadramento obrigatório, até à sua integração e os respetivos termos; a estimativa dos encargos financeiros decorrentes de cada uma das fases de transição ponderadas; e, ponderar, em alternativa à integração, um novo regime que tenha como regras a não presunção dos rendimentos para cálculo de contribuições, a maior amplitude de proteção social e respetivos benefícios, a garantia de um plano de resolução equilibrada dos valores em dívidas dos profissionais originadas pelo facto de não terem auferido rendimentos compatíveis com os descontos obrigatórios e o respeito por direitos adquiridos;
  • Que responsabilize a referida Comissão a apresentar, no prazo de doze meses após a sua tomada de posse, um estudo e respetivas conclusões quanto aos objetivos definidos.

BE também quer mudanças

Após ter sido chumbado em 2021 o projeto de lei proposto pelo Bloco de Esquerda (BE) que propunha a integração da CPAS na Segurança Social, este grupo parlamentar voltou a “lutar” pela alteração do regime. O projeto de lei em causa pretende alterar os estatutos da OA e da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução para que estes possam optar entre a Segurança Social e a CPAS.

“Constata-se que há uma parcela da população que simplesmente não usufrui de proteção social digna e a quem não são reconhecidos direitos básicos reconhecidos à restante população, como a proteção na doença, no desemprego ou o efetivo exercício dos direitos de parentalidade. Por outro lado, para além de serem obrigados a fazer contribuições para um sistema que não os protege, estes profissionais são ainda tributados de forma cega, desconsiderando o rendimento real e, assim, violando de forma flagrante o Princípio da Capacidade Contributiva, da Proporcionalidade e da Igualdade”, lê-se no projeto de lei do BE.

A Ordem dos Advogados (OA) “aplaudiu” o projeto de lei apresentado pelo BE, recordando que o descontentamento é geral e que tanto os advogados, como solicitadores e agentes de execução têm o direito a ser tratados de forma igual em relação aos restantes cidadãos, de “forma justa e digna”.

“Negar a possibilidade de opção entre CPAS e Segurança Social é também negar a vontade expressa por milhares de profissionais, mantendo um tratamento desigual (e por conseguinte inconstitucional) entre estes profissionais e todos os demais existentes em Portugal”, lê-se no parecer apresentado pela OA. Este órgão defende que é altura de o Estado assumir, “de uma vez por todas”, a sua obrigação constitucional de garantir que os profissionais em causa sejam respeitados nos seus direitos mais básicos e possam ter acesso à mesma proteção social que os restantes cidadãos deste País, em totais condições de igualdade”.

CPAS recusa ‘livre opção’ do sistema de previdência

Já o presidente da direção da CPAS, Vítor Coelho, defendeu a “manutenção da autonomia e da independência” do regime. “A direção da CPAS não se revê, de todo, nas considerações tecidas e nas posições tomadas pela bastonária e pelo seu Conselho Geral relativamente à CPAS, inclusive no que diz respeito à denominada “livre opção”, aliás rejeitada pela Assembleia da República na anterior legislatura, mas, naturalmente, não deixará de analisar e, caso se enquadrem genericamente no seu programa, ponderar as propostas concretas que vierem a ser apresentadas, os motivos justificativos das mesmas e os estudos subjacentes”, referiu. Isto após a OA anunciar que vai apresentar uma proposta de alteração do regulamento da CPAS.

A CPAS que convidou a “senhora bastonária da OA e o senhor bastonário da Ordem dos Solicitadores e dos Agentes de Execução (OSAE) para apresentação de cumprimentos no início de um novo mandato e, bem assim, para apresentação das medidas que se propõe implementar, inseridas no seu programa eleitoral”.

Em comunicado, a CPAS elencou quais as medidas que a direção pretende implementar:

  • Promoção da efetiva recuperação da dívida, incluindo, em última instância, o recurso à cobrança coerciva nos termos legalmente previstos;
  • Alteração dos escalões contributivos, nomeadamente com a criação de um escalão intermédio entre os atuais 4.º e 5.º escalões e a criação de escalões mínimos diversificados, com cláusula de salvaguarda;
  • Acomodação temporária em escalão inferior ou em escalão intermédio dos Beneficiários que não podem realmente contribuir pelo escalão contributivo mínimo que lhes é aplicável;
  • Novos meios de financiamento do sistema, designadamente através do contributo moderado das sociedades profissionais;
  • Clarificação e adequação do regime dos beneficiários trabalhadores por conta de outrem;
  • Melhoria das condições e das coberturas dos diversos seguros oferecidos pela CPAS e dos subsídios assistenciais atribuídos pela CPAS, designadamente no que se refere à maternidade/paternidade;
  • Possibilidade de dedução como custo da totalidade das contribuições à CPAS no regime simplificado de IRS.

Apesar de tais medidas serem “radicalmente diferentes das defendidas pela bastonária da OA, a direção da CPAS manifestou a sua total disponibilidade para, no quadro do seu programa e na medida do possível, encontrar pontos de convergência e, nesse contexto, trabalhar em conjunto com a OA e com a OSAE de forma positiva e construtiva”, disse a direção.

Advogados devem mais de 150 milhões à Caixa de Previdência

A CPAS avançou ao ECO/Advocatus que o pagamento coercivo de dívidas, a cargo da Segurança Social, vai começar a ser feito a seguir ao verão, em setembro. A garantia foi dada pelo presidente, Vítor Coelho Alves. Atualmente, estão mais de 150 milhões em dívida, relativos a contribuições mensais que um advogado ou solicitador tem de pagar para ter acesso aos benefícios. Esta taxa de incumprimento situa-se à volta dos 21% do total dos beneficiários.

Esta cobrança vai passar a ser feita pelos serviços da Segurança Social. Em causa as alterações da lei — aprovadas em março de 2020 — que passaram a definir que o processo de execução de dívidas à Segurança Social passava também a ser aplicável ao sistema de previdência dos advogados e solicitadores — apesar de estes não estarem sujeitos ao regime geral da Segurança Social — e que se atrasou, segundo a ainda direção da CPAS, já que “foi necessário criar e desenvolver os procedimentos operacionais e informáticos na Segurança Social para que tal se pudesse concretizar, o que ora está em fase de conclusão”, segundo comunicado da CPAS, divulgado em dezembro.

Um comunicado que surgiu horas depois do ato eleitoral e que obrigava os advogados devedores a pagarem até ao dia 31 de dezembro desse ano: “Neste enquadramento, exortamos os beneficiários com contribuições em dívida, a regularizarem, no mais curto espaço de tempo, a sua situação contributiva, sobretudo, como forma de acautelar o seu próprio futuro, evitando a respetiva cobrança coerciva”.

A direção da CPAS justifica este atraso de quase três anos na concretização da lei com a falta de preparação do sistema informático da Segurança Social e ainda pela existência de um conflito jurídico na definição de qual seria o tribunal competente para executar estas dívidas.

Um atraso que, diz a mesma direção, “afetou desnecessariamente a melhoria da trajetória de sustentabilidade da Instituição e colocou em causa um elementar princípio de justiça em relação à esmagadora maioria dos beneficiários que pagam, escrupulosa e pontualmente, as suas contribuições, o que só por si, sempre tornaria imperiosa a cobrança coerciva”. Apesar de admitir que não se pode ignorar que, “por vezes, o incumprimento da obrigação de pagamento das contribuições possa resultar de situações de debilidade económica dos beneficiários, a que sempre se deverá dar especial atenção, mas também não se desconhecem situações de beneficiários que, deliberadamente, menosprezam a formação da sua carreira contributiva ao longo da sua vida ativa, acumulando dívidas avultadas”.

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