O dia em direto nos mercados e na economia – 30 de outubro

  • ECO
  • 30 Outubro 2023

Ao longo desta segunda-feira, 30 de outubro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Lucro da Galp sobe 18% até setembro, para 718 milhões de euros

  • ECO
  • 30 Outubro 2023

Petrolífera reporta à CMVM resultado líquido de 718 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano. Estimativa para preço médio do Brent (referência na Europa) sobe de de 75 para 83 dólares.

A Galp Energia registou um lucro de 718 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, o que equivale a um aumento de 18% face ao mesmo período do ano passado, de acordo com um comunicado enviado esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

O EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) baixou ligeiramente (-2%), atingindo um valor de 2.838 milhões de euros entre janeiro e setembro, “com a melhoria do desempenho operacional a compensar o ambiente mais favorável nos preços das commodities registado durante o período” e por ser contabilizada a contribuição de Angola no upstream”, operação vendida pela companhia.

considerando apenas o terceiro trimestre do ano, os resultados da petrolífera ascenderam a 210 milhões de euros, o que representa uma desaceleração face aos 258 milhões que tinham sido obtidos no trimestre anterior, mas um aumento de 12% face aos mesmos três meses do ano passado.

No mesmo comunicado, a Galp atualizou as estimativas para este ano, tendo subido a perspetiva para o preço médio do Brent (referência na Europa) de 75 para 83 dólares por barril e uma margem de refinação de 11 dólares por barril, o que compara com os 9 dólares da anterior previsão. A empresa liderada por Filipe Silva projeta ainda fechar este ano com uma produção média de 120 mil barris por dia, acima dos 115 mil barris antes estimados.

Entre julho e setembro, período em que o EBITDA escalou 35%, para 1.057 milhões de euros, o houve um recuo de 3% no negócio da extração e produção de petróleo e gás (upstream). Por outro lado, dispararam os ganhos da área industrial e aumentou igualmente a performance nas divisões comercial (7%) e de renováveis (12%).

No mesmo documento, a petrolífera indica também que continuou este ano a transformação do seu negócio para “alavancar a conveniência e expandir a liderança regional no carregamento de veículos elétricos”. No final de setembro, a Galp tinha um total de 3.374 pontos de carregamento a operar em Portugal e Espanha, mais 43% do que no final de 2022.

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Team B da America’s Cup recruta talento global no Barcelona International Community Day

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2023

O responsável pelo programa de voluntariado, Xavier Prat, e a gestora de eventos da ACE Barcelona, Eva Pizá, valorizam o papel dos cidadãos no evento.

A 37ª America’s Cup foi a grande protagonista da décima edição do Barcelona International Community Day. No encontro anual do ecossistema de talento internacional da capital catalã, a entidade organizadora da próxima edição do troféu mais antigo do planeta (ACE Barcelona) foi representada pela sua gerente de eventos, Eva Pizà, e pelo responsável pelo programa de voluntariado, Xavier Prat, que destacaram a importância da participação cidadã na mais importante regata do mundo.

Diante de uma representação numerosa de talentos de diversas nacionalidades residentes na cidade, e após uma breve introdução à história centenária da regata mais importante do mundo, os porta-vozes da ACE Barcelona apresentaram o formato e as novidades mais importantes da próxima edição da America’s Cup (como é o caso da Celebração da Youth America’s Cup e da primeira regata feminina Puig Women’s America’s Cup) e enfatizaram a importância de Barcelona sediar a próxima edição do troféu desportivo mais antigo do planeta.

Neste dia, organizado pela Câmara de Barcelona e impulsionado pelo Barcelona International Welcome Desk, a delegação da ACE Barcelona enfatizou a experiência única que a 37ª America’s Cup oferecerá à cidadania.

“Estamos a preparar uma edição da America’s Cup mais aberta do que nunca aos espetadores e à cidadania de Barcelona. Desfrutar da 37ª America’s Cup será possível da terra, das múltiplas ‘fan zones’, além da água. Seremos capazes de ver a competição gratuitamente da praia, ou através das telas gigantes do Race Village, localizado no Moll de la Fusta, ou das Fan Zones distribuídas entre o Port Olímpic, a Plaça del Mar e a Plaça de la Rosa dels Vents”, afirmou a gerente de eventos da ACE Barcelona, Eva Pizà.

Além de poder desfrutar de um dos maiores espetáculos desportivos do planeta completamente gratuito – tanto da água como da praia – e aberto pela televisão e pelos canais oficiais da America’s Cup, o público em geral poderá fazer parte deste evento histórico para a cidade através do Team Barcelona (Team B), a equipa de voluntariado da 37ª America’s Cup.

“O objetivo do programa de voluntariado é envolver os cidadãos de Barcelona, não importa a idade, experiência, nível de formação ou origem. Se você reside em Barcelona e quer viver uma experiência inesquecível no próximo ano, seja voluntário na 37ª America’s Cup. Vocês, que fazem parte da nossa comunidade mais internacional, são mais do que bem-vindos”, acrescentou o responsável pelo programa de voluntariado, Xavier Prat, fazendo um apelo aos participantes do painel.

Durante as dez semanas do evento, 2.300 pessoas desfrutarão de uma experiência única e enriquecedora e receberão sessões de treinamento específicas para cada uma das três áreas nas quais os perfis selecionados serão agrupados: Água, Terra e Media e TV.

As pessoas interessadas em fazer parte do Team B devem ter mais de 18 anos, ter um mínimo de 10 dias livres entre 22 de agosto e 27 de outubro de 2024 e falar pelo menos um dos três idiomas oficiais do evento (catalão, espanhol ou inglês). O processo de inscrição permanecerá aberto até 15 de dezembro no site oficial da America’s Cup.

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5 coisas que vão marcar o dia

Vai arrancar a discussão na generalidade da proposta de OE2024 e Marcelo vai começar a ouvir os partidos políticos. Já o BPI e o BCP vão apresentar os resultados dos primeiros nove meses do ano.

Esta segunda-feira arranca a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024 e, como já é habitual, o Presidente da República vai começar a ouvir os partidos políticos. Já o INE vai publicar os dados de outubro dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores. O BPI e o BCP vão apresentar os resultados dos primeiros nove meses do ano. Por fim, os preços do gasóleo vão descer e da gasolina manter.

OE começa a ser debatido no Parlamento

Arranca esta segunda-feira a discussão na generalidade da proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), depois de os deputados já terem ouvido o ministro das Finanças e a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O debate em plenário estende-se até terça-feira, quando o documento será votado na generalidade antes de seguir para a apreciação na especialidade.

Marcelo recebe partidos em Belém

O Presidente da República vai começar a ouvir os partidos políticos, como já é habitual acontecer no seguimento da apresentação da proposta de OE2024. Esta segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa vai receber o Livre, às 11 horas; o PAN às 12 horas; o BE às 13 horas; e o PCP às 14h30. Já a Iniciativa Liberal tem o encontro marcado para as 16 horas e o Chega às 17h30. As audições retomam depois no dia 8 de novembro, quarta-feira, com o PSD e o PS.

Como está o indicador de confiança dos consumidores?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica os dados de outubro dos Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores. Em setembro, a economia voltou a dar sinais de arrefecimento. O indicador de confiança dos consumidores diminuiu em agosto e setembro, “de forma mais expressiva no último mês, após ter registado em julho o valor máximo desde fevereiro de 2022” e o indicador de clima económico caiu entre julho e setembro, após ter estabilizado em junho.

BPI e BCP apresentam resultados

Esta segunda-feira, o BPI vai apresentar os resultados dos primeiros nove meses do ano pelas 11h00. No primeiro semestre de 2023, o banco registou lucros de 256 milhões de euros, uma subida de 26% em relação ao mesmo período do ano passado. Também o BCP vai apresentar as contas dos primeiros nove meses de 2023, pelas 17h00. No primeiro semestre registou lucros de 423,2 milhões de euros, uma subida de 580% em relação ao período homólogo do ano passado.

Gasóleo vai descer esta semana

Os preços do gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, vão descer 2,5 cêntimos esta semana. Já a gasolina não deverá mexer. Assim, se o seu carro é a diesel, espere para abastecer na próxima semana. A partir desta segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar 1,701 euros por litro de gasóleo simples e 1,774 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG).

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Armando Pereira bate recorde com a caução de 10 milhões, a mais alta de sempre

Vieira e Berardo tiveram de pagar cauções de três e cinco milhões de euros. A Pinho foi-lhe aplicada uma de 6 milhões mas que este não conseguiu pagar. Cofundador da Altice terá de pagar 10 milhões.

O juiz de instrução decidiu pela substituição da medida de coação de prisão domiciliária de Armando Pereira, cofundador da Altice, pelo pagamento de uma caução de dez milhões de euros, no âmbito da Operação Picoas. Caso este aceite ou possa pagar, esta será a caução mais alta de sempre aplicada pela Justiça portuguesa.

Armando Pereira encontra-se em prisão domiciliária desde julho, tal como o outro arguido do processo Hernâni Vaz Antunes.

Até aqui, o primeiro lugar de cauções elevadas pertencia a Manuel Pinho, com o valor de seis milhões. Porém, o ex-ministro não conseguiu pagar esse valor e, por isso, ficou em prisão domiciliária, com pulseira eletrónica.

Meses antes – em 2021 – foram aplicadas a dois dos arguidos mais mediáticos da história recente da Justiça portuguesa — o ex-presidente do SLB, Luís Filipe Vieira e o empresário madeirense, Joe Berardo — o pagamento de cauções de três milhões e cinco milhões de euros, respetivamente.

O ECO/Advocatus fez um levantamento e relembra agora quais os arguidos obrigados a pagar os valores mais altos e quais as regras para definir esse valor.

O que é uma caução?

A caução é uma medida de coação não privativa da liberdade que visa, como todas as outras, prevenir a continuação da atividade criminosa ou proteger a prova. Pode ser aplicada apenas a crimes punidos com pena de prisão. Esta medida pode acumular‑se com qualquer outra, exceto a prisão preventiva e a obrigação de permanência na habitação.

Se o arguido faltar sem justificação a um ato processual a que devesse comparecer ou não cumprir as obrigações decorrentes de outra medida de coação, a caução considera‑se quebrada, revertendo o seu valor para o Estado. Quando um arguido presta a caução, esse valor fica numa conta bancária ‘congelada’ apensa ao processo. Esta medida de coação pode ser substituída, por iniciativa do juiz, ou por requerimento, por qualquer outra medida de coação, caso o arguido esteja impossibilitado de a prestar.

Como é calculado o valor da caução pelo juiz de instrução?

A lei discrimina como deve ser calculado o montante da caução, mas com critérios demasiado subjetivos. O Código de Processo Penal, no artigo 197.º, n.º 3 diz que o juiz toma em consideração “os fins a que se destina, a gravidade do crime imputado, o dano que este causou e a condição socioeconómica do arguido”. O arguido pode prestar caução mediante depósito, penhor, hipoteca, fiança bancária ou fiança.

Se o arguido não prestar a caução, o seu património poderá ser objeto de arresto preventivo, isto é, de uma apreensão judicial de bens (artigos 206.º, n.º 4 e 228.º do CPP). Ou pode ainda ficar sujeito a outra medida de coação, desde que explique porque não conseguiu pagar o valor em causa.

A quem foram aplicadas cauções mais elevadas?

Armando Pereira arrisca pagar 10 milhões para não ficar em domiciliária

Armando Pereira ocupa agora o primeiro lugar, com o valor decidido pelo juiz de 10 milhões. Valor esse que tinha precisamente o proposto pelo Ministério Público. Neste processo está em causa uma “viciação decisória do grupo Altice em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”. Os investigadores suspeitam que, a nível fiscal, o Estado terá sido defraudado numa verba superior a 100 milhões de euros.

O cofundador da Altice e chairman da PT, Armando Pereira, durante a intervenção na sessão de apresentação da Altice Labs, centro de inovação do grupo Altice, com sede e coordenação em Portugal, Aveiro, 20 de janeiro de 2016. PAULO NOVAIS/LUSAPAULO NOVAIS/LUSA

A Armando Pereira são imputados seis crimes de corrupção ativa agravada no setor privado, com referência a colaboradores da Altice – como Luís Alvarinho, Alexandre Fonseca -, um crime de corrupção passiva no setor privado, com referência a decisões da Altice, quatro crimes de branqueamento de capitais e ainda crimes de falsificação de documentos.

Caução de Manuel Pinho: seis milhões de euros

Em 2021, Carlos Alexandre aplicou uma caução de seis milhões a Manuel Pinho e prisão domiciliária com pulseira eletrónica, discordando com a proposta que tinha sido feita pelo Ministério Público de aplicar a medida de coação mais grave: a prisão preventiva. Mas Manuel Pinho não conseguiu pagar e acabou a ficar em domiciliária. Manuel Pinho foi constituído arguido no âmbito do caso EDP no verão de 2017, por suspeitas de corrupção e branqueamento de capitais, num processo relacionado com dinheiros provenientes do Grupo Espírito Santo.

Caução de Joe Berardo: cinco milhões de euros

Após primeiro interrogatório judicial, o empresário, que foi detido a 29 de junho de 2021, ficou indiciado de oito crimes de burla qualificada, branqueamento de capitais, fraude fiscal qualificada, dois crimes de abuso de confiança qualificada e um crime de descaminho. Ficando assim sujeito ao pagamento de uma caução de cinco milhões de euros, impedido de sair do país e de entrega do seu passaporte. Carlos Alexandre aceitou a proposta de caução apresentada por Joe Berardo, que deu como contrapartida imóveis avaliados em oito milhões de euros, que pertencem a empresas de familiares.

Ricardo Oliveira, do processo BPN: cinco milhões de euros

Quando Oliveira Costa e o antigo ministro Arlindo Carvalho foram pronunciados, o ex-administrador do BPN, Ricardo Oliveira viu confirmado pelo tribunal o pagamento de uma caução no valor de cinco milhões de euros, em janeiro de 2014.

O Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC) fixou “um depósito à ordem dos autos, fiança ou hipoteca de imóvel com valor compatível ou ainda por penhor sobre participações sociais detidas” por Ricardo Oliveira. Na fixação da caução económica, foram tidos em conta pelo juiz Carlos Alexandre os factos pelos quais o arguido está “fortemente indiciado” e “ponderadas as razões apresentadas pelo Ministério Público”.

Caução de Ricardo Salgado: três milhões de euros

O ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) Ricardo Salgado viu as suas medidas de coação alteradas, em outubro de 2015, podendo ficar em liberdade, mediante a prestação de uma caução de três milhões de euros. Ricardo Salgado estava em prisão domiciliária desde 24 de julho, no âmbito do processo “Universo Espírito Santo”. Um mês depois, o Tribunal Central de Instrução Criminal reduziu de três milhões para 1,5 milhões de euros a caução aplicada ao banqueiro Ricardo Salgado no âmbito do processo Monte Branco. Determinou ainda que o valor de 1,5 milhões de euros resultante dessa redução fosse afeto à caução fixada ao arguido no âmbito do processo Universo ES. Ficou então sujeito à entrega do remanescente valor de 1,5 milhões de euros.

Caução de Luís Filipe Vieira: três milhões de euros.

O ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira quis pagar a sua caução de três milhões de euros através de um imóvel e de ações do Benfica. Mas o juiz acabou por não aceitar. No caso de Luís Filipe Vieira, estão em causa suspeitas de “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento” por “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente”. Carlos Alexandre considerou que devido às oscilações de valor das ações da SAD do Benfica, sujeitas à volatilidade do mercado e até aos resultados do clube dos encarnados em campo, não estão reunidas as condições para aceitar a proposta de pagamento da caução de três milhões por Luís Filipe Vieira.

O ex-presidente do Benfica, Luis Filipe Vieira. TIAGO PETINGA/LUSATIAGO PETINGA/LUSA

Caução de Alexandra Pinho: um milhão de euros

Em dezembro de 2021, o juiz de instrução aplicou a Alexandra Pinho uma caução de um milhão de euros. Ficou ainda obrigada a apresentar-se periodicamente às autoridades e proibição de se ausentar do país. Já Alexandra Pinho, que entre 2004 e 2014, trabalhou no BES como curadora da coleção de arte do banco, foi confrontada com os cerca de 600 factos que o MP reuniu. É suspeita de corrupção e branqueamento de capitais.

Caução de Mexia e Manso Neto: um milhão.

Os dois antigos gestores da EDP António Mexia e João Manso Neto já recuperaram — em março deste ano — as cauções que tiveram de desembolsar por ordem do juiz de instrução criminal Carlos Alexandre. A obrigação de cada um entregar uma caução no valor de um milhão de euros foi uma de várias medidas de coação aplicadas por Carlos Alexandre no contexto do processo EDP/CMEC, que incluíram ainda a suspensão de funções, a proibição de entrar em qualquer instalação da EDP e de contactar testemunhas e outros arguidos.

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Estudantes da UAX criam um veículo autónomo inteligente que melhorará a gestão do campus e o atendimento aos visitantes e estudantes

  • Servimedia
  • 30 Outubro 2023

O inteligente Rover, projetado e montado por estudantes da UAX, percorrerá o campus de Villanueva de la Cañada.

Os estudantes da Universidade Alfonso X el Sabio avançam na criação de um Gémeo Digital do campus de Villanueva de la Cañada, um esforço notável para analisar e padronizar dados de um espaço de mais de 10 hectares.

Como parte desse projeto, e utilizando a inovadora metodologia UAXmaker, os alunos desenvolveram um veículo inteligente autônomo capaz de guiar os visitantes e acompanhar pessoas com deficiências sensoriais no campus universitário.

O veículo foi definido, prototipado, montado e testado por uma equipe multidisciplinar de estudantes de Engenharia em Design Industrial, Engenharia Eletrónica e Engenharia Mecânica, que trabalhou em conjunto com a empresa Avanade, fornecedora líder de serviços de consultoria, digital e nuvem, que possui seu espaço de inovação (LAB) nas instalações da UAX.

Este projeto faz parte do modelo educacional da Universidade Alfonso X el Sabio, o UAXmaker, no qual empresas líderes propõem desafios aos estudantes da universidade, que têm a oportunidade de colaborar na resolução desses desafios com colegas de diferentes áreas de estudo, ao mesmo tempo em que entram em contacto com o mundo empresarial.

O desenvolvimento deste Rover é parte de um projeto ainda maior, a criação de um Gémeo Digital do campus da Universidade Alfonso X el Sabio em Villanueva de la Cañada. Isso significa que a universidade contará com um modelo virtual que replica o espaço, e por meio de ferramentas como este veículo autónomo, coleta e analisa dados para aprimorar a gestão dos seus recursos e garantir a sustentabilidade do campus.

Para Ramón Miranda, Diretor de Inovação Tecnológica para a Europa da Avanade, essa iniciativa “cria um vínculo direto entre a universidade e as empresas, gerando um cenário em que podemos colaborar diretamente com os estudantes, trabalhar com eles e conhecer suas melhores qualidades como profissionais. Para nós, esse modelo é uma fonte de aprendizado para jovens inovadores e inquietos, e uma fonte de talento”.

“Projetos como este, apoiados por uma empresa do porte da Avanade, nos permitem pensar em soluções práticas para os desafios que enfrentaremos no nosso dia a dia quando terminarmos nossos estudos. Com essa experiência estaremos muito melhores preparados e teremos mais habilidades para nos desenvolver no mundo empresarial”, afirma Jesús Jiménez, estudante do curso de Engenharia Mecânica da UAX.

UAXMAKER

A Universidade Alfonso X el Sabio impulsiona o modelo educacional UAXmaker, no qual os estudantes enfrentam desafios reais propostos por empresas líderes de setores diversos, como Quirónsalud, B2Space ou Avanade, entre outras.

Essa metodologia promove modelos de trabalho colaborativo e multidisciplinar, com equipas compostas por alunos de diferentes áreas de estudo, replicando o sistema de trabalho do ambiente corporativo. Além disso, durante o desenvolvimento dos projetos, os alunos têm contato direto com as necessidades reais das empresas e seus profissionais, gerando soluções inovadoras e desenvolvendo habilidades de trabalho em equipa fundamentais para sua futura carreira.

Dessa forma, a UAX dá um passo adiante em sua estratégia de co-criação com as empresas líderes, formando profissionais resilientes que trabalham de forma eficiente em equipes multidisciplinares.

Os desafios lançados pelas empresas, e que estão avançando significativamente, abrangem setores tão diversos como o espacial, saúde, direito ou marketing. Com isso, a UAX integra sua metodologia em todas as áreas educacionais, potencializando as habilidades dos seus estudantes e preparando-os para impactar a sociedade do futuro.

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Separar o telemóvel do pacote pode permitir poupar na fatura das telecomunicações

Em vez de contratar um pacote 4P (com quatro serviços), pode ser mais económico contratar um 3P e subscrever o tarifário móvel à parte, sugere o ComparaJá.

Comparar ofertas, negociar com as operadoras e contratar só o que se precisa são algumas dicas gerais para se poupar nas telecomunicações. Mas a complexidade e diversidade das ofertas, alidada à falta dela nos preços, podem ser um problema na hora de tomar uma decisão. Com o aproximar do Dia Mundial da Poupança, o ECO procurou dicas que podem ajudar alguns consumidores a gastar menos euros ao fim do mês. Uma das conclusões é que, apesar de existirem 4,6 milhões de subscritores de pacotes em Portugal, nem sempre um pacote é a opção mais em conta.

“No que diz respeito à análise de pacotes de telecomunicações, a mesma pode parecer algo complexa e desnecessária, porque os grandes players do mercado (Meo, Nos e Vodafone) costumam praticar preços muito semelhantes entre si”, confirma fonte oficial do ComparaJá, uma plataforma de comparação de preços e ofertas em vários setores, numa análise sobre telecomunicações feita a pedido do ECO. “Aliás, por norma, os preços não diferem entre si e, em muitas alturas do ano, são mesmo iguais”, acrescenta. A análise mostra que um pacote com internet fixa, televisão e telefone pode custar 40,49 euros por mês na Meo e na Nos e 40,5 euros no caso da Vodafone.

Para muitas famílias, porém, os três serviços não são suficientes. Atualmente, os telemóveis são praticamente ubíquos e a economia digital exige que se esteja ligado aos dados móveis em todo o lado, pelo que é necessário contratar pelo menos um serviço móvel. Os consumidores devem analisar a sua situação específica antes de tomarem qualquer decisão, mas o ComparaJá destaca que muitos poderão ficar surpreendidos ao descobrir que, feitas as contas, pode ser mais vantajoso contratar o serviço móvel à parte, ao invés de o acrescentar ao pacote de telecomunicações.

“Pode parecer algo estranho ou até mesmo incoerente, mas, na maior parte das vezes, um pacote 4P [internet, televisão, telefone e telemóvel] não é a solução mais indicada. Os pacotes convergentes são naturalmente mais caros quanto mais produtos apresentarem, e, por isso, tentar ‘fintar’ essas soluções pode ser uma boa hipótese para atingir poupanças significativas ao final do mês e do ano”, diz fonte oficial da plataforma de comparações. Para isso pode fazer sentido olhar para as operadoras virtuais mais pequenas, como a Uzo e a Woo (que pertence à Nos).

Vamos a um exemplo. No dia 23 de outubro, um consumidor que quisesse contratar um pacote 3P da Meo (internet, televisão e telefone), líder de mercado nas ofertas convergentes, tinha à sua disposição no site da operadora o pacote M3 300 Net Fibra, por 40,49 euros por mês, com oferta da primeira mensalidade, dois anos de fidelização, internet com 500 Mbps (megabits por segundo) de download e oferta da box Android TV 4K. Se quisesse adicionar o serviço móvel ao pacote, poderia aproveitar a oferta M4 200 Net Fibra, com 500 Mbps de download, a mesma box e 5 GB de dados móveis, por 57,99 euros mensais. Adicionar este cartão de telemóvel custaria, assim, 17,5 euros mensais.

“No entanto, a solução é quase tão simples quanto desconhecida. Em vez de se contratar um pacote 4P, a solução pode muito bem ser contratar um pacote 3P + 1”, recomenda o ComparaJá. A plataforma cita, por exemplo, uma oferta da Uzo de 10 GB de dados móveis, por dez euros por mês, sem fidelização, e com oferta da primeira mensalidade, embora menos SMS e minutos de chamadas que a oferta da Meo. Um consumidor que valorize a internet no telemóvel e conjugasse o 3P da Meo com esta oferta da Uzo poderia ambicionar gastar menos 7,5 euros por mês do que se contratasse o pacote com quatro serviços.

“O mercado da internet móvel tem diferenças importantes e significativas naquilo que são os valores a pagar, dado que existem operadoras que trabalham única e exclusivamente nesse tipo de ofertas. Assim, quando (e se) chegar o momento de adicionar produtos ao pacote, faz todo o sentido olhar para alguns em particular de forma individualizada”, explica fonte oficial do ComparaJá, que refere também a oferta de dez euros mensais da Woo, embora com um plafond mais curto de 4 GB de dados móveis.

André Pedro, diretor do ComparaJá, detalha ao ECO que, “dependendo da zona onde se reside, pode haver ofertas móveis específicas que compensem separar os serviços”. “Isso é muito comum, por exemplo, na Margem Sul, ou na zona Oeste, onde há operadores mais pequenos que estão mais focados em rede móvel. Mas também há ofertas nas grandes cidades que compensam”, assegura o responsável, ressalvando que tudo depende de uma “análise casuística” que deve ser feita por cada cliente. Um tarifário pré-pago da mesma operadora pode ser outra solução.

Espreite as campanhas da Black Friday

Além de separar as ofertas, o ComparaJá sugere olho atento às campanhas da Black Friday, que tem lugar no dia 24 de novembro.

“À semelhança do que acontece com quase todo o comércio, a Black Friday é uma ótima altura para comparar pacotes de telecomunicação e não é por haver um período de fidelização que não pode aproveitar esta onda de promoções”, lê-se na análise partilhada com o ECO. “As operadoras de telecomunicações são muito fortes nesta altura do ano (o verão e a Black Friday são das alturas mais favoráveis para os clientes) e pode negociar já alguns preços para quando terminar o seu contrato. Se, por acaso, o seu contrato de telecomunicações termina no final deste ano ou até no início do próximo, pode já estipular um pacote e um preço a pagar”, acrescenta.

Fora destes períodos de maior atividade comercial, o ComparaJá aconselha mais prudência, pois a aceitação pode implicar uma renovação do período de fidelização: “No que diz respeito às promoções que surgem meio que inesperadamente, tenha em atenção que muitas destas iniciativas farão com que o seu período de fidelização aumente e, por isso, ficará impossibilitado de procurar novas e melhores soluções”, explica a plataforma.

De facto, segundo André Pedro, as fidelizações podem ser “uma barreira” à poupança. “O mercado livre sai de cena. O que aconselhamos é a, dois ou três meses antes de o período de fidelização terminar, começar a procurar alternativas. Muitas vezes, quando procura alternativas, [o cliente] percebe que arranja uma alternativa mais barata, mas também tem força para contra-argumentar ofertas que surjam da mesma operadora. Muitas vezes até conseguem reduzir o preço na mesma operadora”, acrescenta o diretor. Assim, a fidelização pode impedir uma “poupança mais imediata”, mas, salvo grandes atualizações e preços, como a que aconteceu este ano por causa da inflação, “bloqueia-nos o preço por dois anos, deixando-nos mais ou menos seguros”, conclui.

O ComparaJá serve de angariador para todas estas empresas, segundo André Pedro, tendo, por isso, acordos comerciais com as mesmas.

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Mau tempo nas ilhas dá desconto aos CTT nos indicadores de qualidade deste ano

Anacom já autorizou dois pedidos da empresa para que deduza dos registos alguns dias em que se verificaram "ventos muito fortes" nos Açores e na Madeira que cancelaram voos e prejudicaram qualidade.

Os CTT CTT 1,83% voltaram a pedir à Anacom que autorize uma espécie de “desconto” nos indicadores de qualidade de serviço que a empresa tem de cumprir em 2023, justificando com os “ventos muito fortes” que ocorreram em junho na Madeira e nos Açores e que levaram ao cancelamento de voos.

O pedido, referente aos objetivos para 2023, foi aprovado pelo regulador. E, já em setembro, a Anacom tinha autorizado outro pedido dos CTT, dessa vez relativo às condições meteorológicas que ocorreram nas ilhas em três dias do mês de maio. Ambos são anteriores à proposta de novos indicadores apresentada na quinta-feira pelo regulador.

Segundo a decisão da Anacom, os CTT escreveram a 31 de agosto a solicitar “a dedução” de um conjunto de registos de envios no cálculo dos indicadores de qualidade de serviço deste ano. A entidade liderada por João Cadete de Matos analisou os argumentos da empresa e deu provimento.

De acordo com a Anacom, o pedido dos CTT foi motivado pelas “interrupções do tráfego aéreo nos aeroportos do Funchal, Ponta Delgada e Terceira, causadas por ventos muito fortes registados nos dias” 5 e 6 de junho deste ano na Madeira e 6 de junho nos Açores. Esses voos eram operados pela TAP, SATA e Cargueiro Mais Madeira.

“Segundo os CTT, como resultado dessas perturbações, a capacidade de carga para a Região Autónoma da Madeira e Região Autónoma dos Açores” foi impactada, escreve a Anacom, e “resultaram em atrasos no encaminhamento de envios postais” de e para a Madeira e Açores, e no fluxo interilhas, afetando “a qualidade do serviço de correio”.

Os Correios “executaram um conjunto de medidas” para mitigar o impacto dessas perturbações, mas acabou por solicitar à Anacom que esses dias sejam expurgados dos registos quando, no ano que vem, medir o desempenho da empresa nos indicadores do serviço postal universal. A empresa tem vindo a ficar muito aquém dessas metas sucessivamente nos últimos anos.

Em setembro, os CTT tinham feito um pedido semelhante à Anacom, solicitando a dedução de registos por causa dos “ventos fortes” nas regiões autónomas entre 8 e 10 de maio. O regulador ponderou e também autorizou essa pretensão da empresa.

Apesar de os CTT operarem o serviço público de correio ao abrigo de uma nova concessão, os indicadores de qualidade mantêm-se os antigos, definidos pela Anacom, e que a empresa diz serem “impossíveis de cumprir”. A penalização agora prevista são “obrigações de investimento”, ao invés de um corte obrigatório nos preços do correio, ao abrigo de uma decisão do anterior Governo. O ECO contactou os CTT acerca deste tema, mas não obteve resposta.

Na quinta-feira passada, a Anacom propôs finalmente novos indicadores de qualidade, para vigorarem a partir de 2025 e até ao final do contrato de concessão, que ainda terão de ser validados pelo Ministério das Infraestruturas. A proposta reduz de 24 para oito o número de metas que os CTT terão de cumprir. A empresa já reagiu, dizendo que a “simplificação” proposta pela Anacom não é real e que não vai ao encontro do que é praticado nos restantes países europeus, violando o previsto na concessão.

Em maio, o ECO noticiou que os resultados preliminares referentes a 2022 voltaram a apontar que os CTT falharam todos os 22 indicadores e que, em nove, ficaram aquém por mais de dez pontos percentuais. Esse resultado também já incluía um “desconto” autorizado pela Anacom na avaliação de desempenho do ano passado.

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Empresas vão pagar mais mil euros por trabalhador com subida recorde do salário mínimo

A subida recorde do salário mínimo nacional não vai apenas aumentar o rendimento desses trabalhadores. Vai também fazer crescer o valor que é preciso entregar todos os meses à Segurança Social.

É o maior aumento anual “alguma vez ocorrido”. O salário mínimo nacional vai subir em janeiro dos atuais 760 euros para 820 euros, um salto de 60 euros, que implica também um crescimento do valor a entregar todos os meses à Segurança Social. Entre os custos salariais e os encargos com a Taxa Social Única (TSU), os empregadores vão ter de pagar mais mil euros por ano por cada trabalhador que receba a retribuição mínima garantida. As confederações patronais pediram um alívio do que têm de descontar para a Segurança Social, mas o Governo fechou a porta, argumentando que, acima de tudo, há que proteger a sustentabilidade desse sistema.

“O salário mínimo vai ter uma valorização de 7,9%. Será um crescimento de 60 euros. É o maior aumento anual do salário mínimo alguma vez ocorrido“. Foi assim que a 7 de outubro o primeiro-ministro anunciou a subida do salário mínimo nacional, que ficou prevista no reforço do acordo de rendimentos assinado pelas confederações patronais (exceto a Confederação Empresarial de Portugal) e pela UGT.

E na última sexta-feira, numa audição parlamentar no âmbito do Orçamento do Estado para 2024, a ministra do Trabalho voltou a vincar a relevância dessa subida, sublinhando que é a maior de sempre tanto em termos absolutos, como relativos.

Em contraste, Armindo Monteiro, presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) tem alertado que esse aumento, a par do referencial de 5% para a subida dos salários do privado, pode ser exigente para as empresas, já que não são colocadas no terreno, em paralelo, medidas que ajudem as empresas a serem mais competitivas e produtivas.

“Claro que as pessoas devem ganhar o melhor possível. A questão é saber qual vai ser o resultado do trabalho de cada colaborador e se está em linha com o aumento dos salários”, salienta o “patrão dos patrões, em declarações a ECO, referindo, então, que a cada acréscimo remuneratório deveria sempre corresponder “um acréscimo do valor acrescentado da economia, que, neste caso, é medido pela produtividade do trabalho”. “O salário mínimo é decretado, mas infelizmente o crescimento da economia não o é“, ironiza o responsável.

Vamos a contas. Só considerando os custos salariais, as empresas vão ter de despender todos os meses mais 60 euros do que fazem hoje por cada trabalhador que receba o salário mínimo. São mais 840 euros por trabalhador nesse nível salarial ao fim de um ano (14 meses).

Mas a subida do salário mínimo não implica só maior despesa com ordenados. Também faz subir o montante que os empregadores têm de pagar de TSU, que corresponde a 23,75% dos vencimentos.

Por mês, a TSU dos patrões por cada trabalhador com salário mínimo vai subir 14,25 euros — de 180,50 euros para 194,75 euros. Ao fim do ano, as empresas terão um custo extra de 199,5 euros com a TSU face ao praticado durante 2023.

Ou seja, contas feitas, em 2024, o trabalhador vai passar a receber como salário mínimo 820 euros em vez de 760 euros, mas para a empresa o custo passará dos atuais 940,50 euros (salário e TSU) para 1.014,75 euros (salário e TSU), o equivalente a um aumento de 74,35 euros dos gastos das empresas por mês.

Ao fim de um ano, os empregadores vão gastar mais 1.039,5 euros por mês por cada trabalhador com o salário mínimo.

Em entrevista ao ECO, a bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paula Franco, chegou a alertar que a TSU é “um dos encargos mais elevados“, sendo um dos valores que “as empresas têm mais dificuldade em cumprir”. No âmbito do Orçamento do Estado para 2022, as confederações patronais pediram um alívio dessa obrigação, mas o Governo fechou a porta, já que esses descontos alimentam o sistema de Segurança Social, cuja sustentabilidade está sempre em discussão e análise.

Importa notar que também são exigidos descontos para a Segurança Social ao trabalhador, mesmo o que recebe o salário mínimo (que não paga, porém, IRS). Os tais 820 euros são um valor bruto e não líquido. Neste caso, o desconto para a Segurança Social é de 11%. Ora, hoje o salário mínimo líquido é de 676,4 euros. Em 2023, será de 729,8 euros.

Quer isto dizer que o empregador passará a despender, todos os meses, 1.014,75 euros, mas o que chegará à carteira do trabalhador serão 729,8 euros. Daí que a CIP esteja a pedir às empresas que criam o software que gera os recibos de vencimentos que tudo o que a empresa paga por trabalhador (incluindo os tais 23,75%) passe a vir discriminado.

“As pessoas já se desabituaram de olhar para o que ganham. Habituaram cada vez mais a olhar para o que recebem. Significa que estão a ignorar o custo efetivo. A proposta da CIP é que no recibos venha todo o custo, para que as pessoas tenham a perceção do que recebem e daquilo que efetivamente ganham“, frisa Armindo Monteiro.

Na mesma linha, Rafael Campos Pereira, vice-presidente da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, comenta: “Isso seria importantíssimo para literacia das pessoas”.

Este responsável — que é também vice-presidente da CIP — detalha que, no setor que representa (que é responsável, segundo o próprio, por cerca de um terço das exportações do país), há empresas que “acomodarão com alguma facilidade” o aumento dos custos já referidos, mas outras terão alguma dificuldade. Daí que Rafael Campo Pereira tenha a esperança que, na especialidade, o Orçamento do Estado absorva algumas das propostas da CIP para promover a capitalização e as exportações.

Até ao final da legislatura, o Governo quer que o salário mínimo chegue, pelo menos, aos 900 euros, sendo que, desde 2015, tem subido, ano após ano, mesmo durante a pandemia. Ainda assim, segundo a ministra do Trabalho, a fatia de trabalhadores que o recebem no total dos empregados tem encolhido. Em 2023, está em 20,8%, enquanto em 2022 estava em 24,3% dos trabalhadores.

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Air France-KLM elogia contas da TAP. “Soube reorganizar-se e tem potencial”

A companhia aérea franco-neerlandesa deixa elogias à TAP e garante que o interesse na companhia "mantém-se inalterado", mesmo com a instabilidade no Médio Oriente.

A Air France-KLM ficou agradada com os lucros recorde conseguidos pela TAP no terceiro trimestre, elogiando a reorganização da companhia portuguesa. Grupo desvaloriza impacto do conflito no Médio Oriente numa possível oferta.

Estes bons resultados confirmam que a TAP tem sido capaz de reorganizar-se e tem potencial. Como tal, são boas notícias“, afirmou fonte do grupo em resposta a questões do ECO.

A companhia apresentou esta semana um lucro trimestral inédito de 180,5 milhões de euros entre julho e setembro, 69,2% acima do mesmo período do ano anterior. Com mais 5,2% de passageiros transportados a preços mais elevados, a TAP viu as receitas operacionais aumentarem 12,5%, enquanto os custos operacionais recorrentes aumentaram apenas 1,7%. O que permitiu melhorar a margem operacional para 22%.

No conjunto dos primeiros nove meses, os lucros somaram 203,5 milhões de euros, depois de no período homólogo ter sofrido um prejuízo de 90,8 milhões de euros. A empresa reduziu ainda o endividamento líquido em 31,3 milhões para 670,7 milhões, o equivalente a 2,4 vezes o EBITDA.

O grupo Air-France-KLM apresentou as contas na sexta-feira passada, também com números recorde. Na conferência telefónica de apresentação de resultados, o presidente executivo, Ben Smith, quis sublinhar que a decisão sobre uma “potencial oferta” pela TAP ainda não está tomada.

“Precisamos de mais informação para determinar se [o negócio] pode ser criador de valor para nós”, afirmou o CEO, salientando que o grupo tem metas para atingir. “Não nos queremos desviar do nosso objetivo de médio prazo de atingir uma margem de 7% a 8%”, apontou.

"Como expresso pelo Ben Smith na conferência telefónica, o impacto da situação no Médio Oriente é marginal nesta fase.”

Fonte da Air France - KLM

Em resposta ao ECO, fonte da Air France-KLM garantiu, no entanto, que o interesse na reprivatização “mantém-se inalterado” e que está “a aguardar pelos próximos passos do processo“. São eles a promulgação do decreto-lei, que o Presidente da República vetou na sexta-feira, pedindo a clarificação de vários aspetos ao Governo, e a aprovação do caderno de encargos, prevista para o final do ano ou início do próximo.

O grupo desvalorizou também o impacto de uma escalada da guerra entre Israel e o Hamas na disponibilidade de participar na operação de venda. “Como expresso pelo Ben Smith na conferência telefónica, o impacto da situação no Médio Oriente é marginal nesta fase“, responde a mesma fonte.

A Air France–KLM registou um lucro de 931 milhões de euros no terceiro trimestre, mais 471 milhões do que no período homólogo. O resultado operacional atingiu um recorde de 1.342 milhões. O grupo transportou 26,9 milhões de passageiros entre julho e setembro, mais 7,6% do que no período homólogo. As receitas cresceram 6,8% para 8,66 mil milhões de euros.

Depois de um verão com números recorde, os próximos meses prometem ser mais desafiantes para o setor. À crescente instabilidade geopolítica soma-se o impacto da subida das taxas de juro nos orçamentos de famílias e empresas.

Além do grupo franco-neerlandês, também já manifestaram interesse na compra da TAP a Lufthansa e o IAG, dono da British Airways e Iberia. Este último também apresentou um resultado recorde na sexta-feira, com os lucros a subirem 43,3% para 1.745 milhões de euros.

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Carla Sá Pereira: Como será o setor segurador em 2024

  • ECO Seguros
  • 29 Outubro 2023

A partner da consultora EY que conhece profundamente o setor segurador em Portugal e na Europa, começou a 4ª Conferência ECOseguros perspetivando 2024. Veja aqui a apresentação.

A 4ª Conferência Anual ECOseguros teve início com uma exposição de Carla Sá Pereira, Partner da EY e insurance leader da consultora que ofereceu um panorama sobre o que de mais relevante se está a passar passar na indústria seguradora e quais as suas perspetivas para o próximo ano.

Especialista e vasta conhecedora dos seguros em Portugal e acompanhando o setor a nível europeu e o estado da arte mundial, descreve o contexto atual, analisa os desafios e as oportunidades que se desenham e recomenda o foco para 2024 para todos os níveis de gestão e ambição das empresas e empresários portuguesas.

Dedica uma especial atenção à Inteligência Artificial e defende que a AI não substitui pessoas, poderá sim substituir pessoas que não sabem trabalhar com AI.

Veja a apresentação aqui:

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Seguro Directo com “Seguro ao km” para quem conduz pouco

  • ECO Seguros
  • 29 Outubro 2023

O processo de contratualização do seguro é feito através da aplicação Seguro Direto e os clientes podem receber até “um máximo de 30% do valor do seguro”.

A Seguro Direto lançou uma campanha destinada a quem conduz pouco denominada “Seguro ao km”, onde o preço do seguro está proporcionalmente relacionado com os quilómetros percorridos anualmente e é “recomendado para quem realiza até 5.000 quilómetros por ano”, anunciou na passada quinta-feira a marca do Grupo Ageas Portugal.

O valor do seguro é calculado através da tecnologia IoT (Internet das Coisas, que se tratam de dispositivos e objetos conectados à internet) que “agregará todas as informações necessárias por meio de sensores no telemóvel de cada cliente”, explica a marca.

O processo de contratualização do seguro é feito através da aplicação Seguro Direto, onde os clientes devem “submeter uma fotografia do número de quilómetros que a viatura possui no momento de contratação do seguro automóvel, e outra ao fim de uma ano, para ser possível calcular quantos quilómetros foram percorridos”. A marca explica que após a análise “é realizado um reembolso na renovação da apólice, proporcional aos quilómetros e até um máximo de 30% do valor do seguro”.

Tiago Fraústo, responsável de negócio direto do Grupo Ageas Portugal acredita que a incorporação de tecnologias de ponta dá ao grupo capacidade “para transformar a forma como as pessoas percebem e utilizam o seguro automóvel”

“Este lançamento reflete também toda a nossa dedicação em estar na vanguarda da indústria. Através da implementação de tecnologias de ponta ao serviço dos Clientes, estamos preparados para transformar a forma como as pessoas percebem e utilizam o seguro automóvel, tornando a segurança rodoviária mais acessível e eficaz do que nunca”, afirmou Tiago Fraústo, responsável de negócio direto do Grupo Ageas Portugal.

Para além das informações acerca do valor do seguro automóvel, de poder controlar os custos de combustível, de ganhar descontos e de ter uma estimativa do valor do reembolso, a marca disponibiliza aos clientes dicas para uma condução mais segura. Pode saber mais informações da campanha carregando aqui.

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