Queixa disciplinar contra Carlos Alexandre está a ser avaliada pelo Conselho Superior da Magistratura

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) já recebeu uma queixa do juiz desembargador da Relação, João Abrunhosa, contra o juiz Carlos Alexandre, por não acatar uma ordem do tribunal superior.

O Conselho Superior da Magistratura (CSM) já recebeu uma queixa do juiz desembargador da Relação, João Abrunhosa, contra o juiz Carlos Alexandre. Segundo o que o CSM explicou ao ECO/Advocatus, “o CSM recebeu, por ordem do Juiz Desembargador Relator do Tribunal da Relação de Lisboa, certidão extraída nos autos de Recurso Penal registado com o n.º. 184/12.5TELSB-BF.L1,(caso EDP) proveniente do Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa”.

Nesta comunicação é reportada uma situação “que pode constituir violação do dever de acatamento das decisões proferidas em via de recurso por tribunais superiores, relativamente ao Sr. Juiz de Direito Carlos Alexandre. O CSM está acompanhar esta situação no âmbito das suas competências, estando, de momento, a munir-se dos elementos para apuramentos dos factos.”, concluiu a mesma fonte.

Tal como o ECO tinha noticiado a 2 de Junho, em causa está um acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa que acusa o juiz de instrução Carlos Alexandre de não acatar uma decisão de um tribunal superior, ao ter mantido, a 28 de outubro de 2022, o arresto da pensão de Manuel Pinho, arguido no caso EDP. O que aconteceu quinze dias depois dos juízes desembargadores – com graduação superior à de Carlos Alexandre, à data – terem decretado que essa pensão do ex-ministro da Economia deveria ser ‘libertada’.

O juiz Carlos Alexandre, após a sua audição relativamente à Operação Fizz, no Campus de Justiça, em Lisboa, 13 de março de 2018. JOÃO RELVAS/LUSAJoão Relvas/LUSA 13 Março, 2018

Questionado pelo ECO, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) não quis esclarecer se iria ser aberta uma averiguação disciplinar, à semelhança do que fez com o juiz de instrução Ivo Rosa, em 2022, que tem contra si dois processos disciplinares por esse mesmo motivo. “O CSM não conhece ainda o integral contexto dos factos, estando a acompanhar a situação no âmbito das suas competências”, disse apenas fonte oficial do órgão responsável pela ação disciplinar dos magistrados judiciais.

No acórdão do final de maio do TRL, a que o ECO teve acesso, os juízes dizem que houve uma “violação do dever de acatamento das decisões proferidas em via de recurso pelos tribunais superiores”, previsto no artigo 4º da Lei de Organização do Sistema Judiciário. Esta conclusão está presente na decisão da semana passada, em que o Tribunal da Relação de Lisboa deu razão a uma parte do recurso apresentado pelo antigo ministro da Economia Manuel Pinho no âmbito do processo EDP. Assim, o arguido vai voltar a receber a reforma de 26 mil euros líquidos mensais.

Resta agora saber se o CSM vai exercer o seu poder disciplinar da mesma forma que fez com Ivo Rosa, que tem neste momento dois processos disciplinares contra ele, um deles precisamente por ter alegadamente violado o dever de acatamento de decisões de tribunais superiores. Processos esses que o impediram, até agora, de subir a juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa. Ao contrário de Carlos Alexandre – até aqui também juiz de instrução criminal no Ticão, tal como Ivo Rosa – que iniciará funções na Relação, já em setembro deste ano.

Processos disciplinares de Ivo Rosa

Em março, o CSM adiantou que a decisão relativa a um dos processos disciplinares instaurados ao juiz Ivo Rosa deverá ser conhecida até setembro “no máximo”. Num briefing aos jornalistas relativo a um balanço de atividade do CSM, que decorreu na sede deste órgão de gestão e disciplina dos juízes, em Lisboa, o presidente do conselho, Henrique Araújo, disse que “até setembro, no máximo” será conhecida a decisão relativa ao processo disciplinar em fase mais avançada de avaliação pelo CSM instaurado ao juiz Ivo Rosa, que tem dois processos disciplinares a correr neste órgão. As decisões para um e outro processo deverão ser conhecidas “em momentos distintos”, acrescentou Henrique Araújo.

Ivo Rosa na leitura da decisão instrutória do processo Operação Marquês.

No final de junho de 2022, o CSM concluiu o inquérito que deu origem ao processo disciplinar a Ivo Rosa, tendo disso dado conhecimento ao então juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC). O procedimento disciplinar tem na base o apuramento de factos que poderão configurar “infração do dever de obediência à Constituição e à lei” e “interferência ilegítima na atividade jurisdicional de outro magistrado”.

Em causa estão acórdãos da Relação de Lisboa que revogaram e criticaram a legalidade de decisões tomadas por Ivo Rosa que interferiam e anulavam decisões jurisdicionais de outros magistrados, designadamente Carlos Alexandre, outro dos juízes do TCIC.

Entretanto, Ivo Rosa ficou colocado no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), no âmbito do movimento judicial ordinário para os Tribunais da Relação, mas a vaga para a promoção do magistrado está dependente deste processo disciplinar e da eventual sanção.

Como fica a candidatura de Carlos Alexandre a Procurador Europeu?

Depois de, em abril deste ano, ter sido decidida a promoção a desembargador de Carlos Alexandre, que deixará o famoso Ticão no verão, soube-se há três semanas que o juiz é também um dos candidatos à corrida do cargo de Procurador Europeu. Outro dos candidatos para substituir José Guerra no cargo europeu é o procurador José Ranito, que foi responsável pela acusação à queda do BES. Vamos ver se, caso o processo disciplinar corra contra este juiz, se a mesma promoção não ficará suspensa.

O processo de candidatura a procurador europeu reunia a 19 de abril apenas dois candidatos, um por cada conselho: o procurador José Ranito, pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), e o juiz Ivo Rosa, pelo CSM. Mas Ivo Rosa acabou por desistir.

O magistrado justificou que foi nomeado como juiz do coletivo para um caso que decorre no Tribunal Penal Internacional, em Haia, e que deverá estender-se até 2024. Assim, caso fosse eleito estaria impedido de iniciar a função de procurador europeu já a partir de julho deste ano.

No dia 22 de maio, o Conselho Superior da Magistratura anunciou que, afinal, não é só Carlos Alexandre o candidato ao cargo de Procurador Europeu. O órgão que tutela os magistrados, fez convite a toda a magistratura. E os candidatos acabaram por ser quatro: não só ao juiz que até aqui esteve no chamado Ticão, mas também a juíza Catarina Vasco Pires, Filipe Vilarinho Marques e Vítor Leitão Ribeiro. Desta feita, os candidatos a este cargo, que será ocupado por José Guerra até julho, são cinco: estes quatro juízes e apenas um procurador, José Ranito, depois do ‘finca pé’ da PGR ao recusar a selecionar mais candidatos.

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Erdogan sugere comissão de inquérito internacional sobre ataque a barragem na Ucrânia

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

Presidente turco defendeu a criação de uma comissão com a participação de especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade internacional, ao ataque à barragem.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, sugeriu esta quarta-feira aos seus homólogos ucraniano e russo a criação de uma comissão de inquérito internacional, após a destruição da barragem de Kakhovka, no sul da Ucrânia.

Numa conversa telefónica com o chefe de Estado ucraniano, Volodymyr Zelensky, “o Presidente Erdogan declarou que poderia ser criada uma comissão com a participação de especialistas das partes beligerantes, das Nações Unidas e da comunidade internacional, Turquia incluída”, anunciou a Presidência turca em comunicado.

Esta comissão teria por missão realizar uma “investigação aprofundada sobre a destruição da barragem de Kakhovka”, precisou Ancara. Também Zelensky indicou ter conversado com Erdogan sobre “as consequências humanitárias e ambientais” das inundações causadas no sul do território ucraniano pela destruição da barragem.

Falámos das consequências humanitárias e ambientais do ato terrorista russo contra a central hidroelétrica de Kakhovka, incluindo dos riscos para a central nuclear de Zaporijia”, escreveu Zelensky na rede social Twitter, acrescentando “ter apresentado” ao homólogo turco “uma lista das necessidades urgentes para lidar com a catástrofe”.

Erdogan falou, em seguida, com o Presidente russo, Vladimir Putin, dizendo-lhe desejar que o inquérito internacional permita “dissipar quaisquer suspeitas”, indicou a Presidência turca num segundo comunicado. Moscovo e Kiev rejeitam a responsabilidade do ataque à barragem que fornece água à Crimeia, península ucraniana anexada pela Rússia em 2014, e se encontra na rota das tropas ucranianas para uma recuperação dos territórios ocupados.

A destruição da barragem desencadeou uma queda abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dniepre, obrigando vários milhares de pessoas a abandonar as zonas inundadas e fazendo temer uma catástrofe ecológica. A Turquia, Estado-membro da NATO, conseguiu desde o início da invasão da Ucrânia pelas tropas russas, há mais de 15 meses, manter boas relações tanto com Kiev como com Moscovo.

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Pires de Lima nega que privatização de 2015 tenha deixado prejuízos para o Estado e lucros para o privado

O antigo ministro da Economia rejeitou na comissão parlamentar de inquérito que a privatização de 2015 tenha colocado todo o risco da TAP para o Estado e os benefícios para os privados.

Pires de Lima, que foi ministro da Economia do Governo PSD/CDS, rejeita que as cartas de conforto, enviadas aos bancos credores da TAP na privatização de 2015, tenham colocado o risco de prejuízos futuros todo nas mãos do Estado e os lucros para os privados. “Na política, para distrair as plateias, não vale tudo e a ignorância tem limites”, afirmou na comissão parlamentar de inquérito (CPI).

“Ao longo destes anos, e desde que deixei de exercer responsabilidades políticas, tenho procurado abster-me de fazer comentários ou juízos de valor relativamente às opções político-ideológicas das pessoas que me sucederam, nomeadamente no que refere à recompra e nacionalização da TAP. Essa tem procurado ser a minha linha de conduta”, disse o agora CEO da Brisa na sua intervenção inicial, esta quarta-feira.

“Mas porque assisti, no âmbito dos trabalhos desta CPI, e não só, e ao longo dos últimos dias, a declarações dos responsáveis políticos desses processos, que me deixaram perplexo e que põem em causa a competência e diligência do governo de que me orgulho de ter feito parte, desta vez há um par de coisas que, em nossa defesa, têm de ser ditas”, continuou.

“Afirmaram esses responsáveis, um deles na Comissão de Inquérito que, com a privatização da TAP e os acordos de estabilidade económico financeira e as cartas de conforto aos bancos conhecidas, a privatização da TAP configurava um modelo do tipo “os lucros para os privados, os prejuízos para o Estado”. Isto não é verdade. Repito: não é verdade e estou a procurar ser simpático na qualificação que faço. Na política, para distrair as plateias, não vale tudo e a ignorância tem limites”, disse Pires de Lima aos deputados.

Os ex-governantes socialistas que passaram pela CPI à TAP ou pela Comissão de Economia têm referido a existência destas cartas de conforto como colocando todo o ónus de prejuízos ou dívida futura da TAP nas mãos do Estado. “A privatização foi feita de um modo em que 100% dos lucros eram para o privado, mas 100% do risco era para o Estado”, afirmou na sua audição o ex-ministro Pedro Marques. Na audição de ontem, João Leão, o ex-ministro das Finanças, também apontou a mesma vulnerabilidade.

Pires de Lima defendeu a operação conduzida pelo Governo de que fez parte. “É matéria factual que na privatização da TAP de 2015 assegurámos que a participação económica do Estado fosse equivalente à sua participação na empresa (31%)” e “que toda a dívida da TAP pré-privatização transitasse para a nova estrutura acionista”, argumentou.

Ficou assegurado também que “um eventual exercício do direito potestativo, por vontade do Estado ou dos credores, só se pudesse verificar numa circunstância que assegurava ao Estado uma situação de dívida não garantida da TAP pelo menos 25 milhões de euros melhor, na data da reentrada, daquela que se verificava à data da privatização”. Acresce que caso essa circunstância se verificasse, a Atlantic Gateway perderia os 217 milhões de capitalização colocados.

Para aceitarem manter o financiamento à TAP na privatização de 2015, os bancos credores (CGD, Millennium BCP, BPI, Novo Banco e Santander) exigiram uma carta de conforto que garantisse que o Estado recompraria o capital e asseguraria o pagamento da dívida caso a companhia entrasse em incumprimento.

António Pires de Lima foi ministro da Economia do Governo PSD/CDS entre 2013 e 2015, estando em funções quando foi preparado o processo de privatização de 61% da TAP à Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa. A operação foi fechada a 12 de novembro já no segundo (e curto) Executivo de Passos Coelho, com Miguel Morais Leitão como ministro. Com uma longa carreira de gestor, o atual CEO da Brisa já tinha sido ouvido sobre a companhia aérea no início de abril, mas na Comissão de Economia e Obras Públicas.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estando a votação do relatório final prevista para 13 de julho.

(noticia atualizada às 17h16)

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Governo quer fechar venda da Efacec à Mutares até fim de julho

Conselho de Ministros aprovou a venda Efacec à Mutares. A operação deverá ficar concluída em 2 meses. Há um mecanismo de partilha de valor que ajudará Estado a recuperar investimento de 217 milhões.

O Governo escolheu o fundo alemão Mutares para ficar com a Efacec, tal como avançou o ECO em primeira mão. A operação deverá ficar concluída no final de julho ou início de agosto, mas o closing ainda está dependente da verificação de condições precedentes: designadamente, passar o teste de mercado da DG-Comp e os credores – bancos e obrigacionistas – terão de perdoar parte da dívida, temas sobre os quais o ministro da Economia pouco quis adiantar.

“A proposta que a Mutares apresentou, e foi recomendada pela Parpública, dá-nos grande conforto e convicção sobre o futuro da Efacec”, explicou o António Costa Silva em conferência de imprensa, sem revelar quanto é que o grupo alemão vai pagar pelo negócio. Disse apenas que vai “aportar meios financeiros” na empresa, “em cash e garantias”.

Acrescentou ainda que a proposta dos alemães não só garante o futuro do “grande projeto industrial e tecnológico” no país, um dos fatores que mais “seduziu” o Governo, como também assegura a preservação da força de trabalho e “minimiza os encargos para o Estado”.

“O Estado espera recuperar grande parte, senão a totalidade, do investimento que fez na Efacec”, referiu o ministro.

Ministro apela a credores a participarem na reestruturação financeira

Em princípio, os alemães ficarão com 100% da empresa, mas o negócio com os outros acionistas – TMG e o grupo Mello, que detêm uma participação cerca de 28% – ainda está em aberto, adiantou Costa Silva. Mas haverá um mecanismo de partilha de valor “inovador” que permitirá ao Estado reaver o que investiu até agora. “Será um mecanismo inovador em que a Mutares valorizará a empresa para certos patamares e partilhará valor com o Estado (…), que ficará com um direito económico através de um acordo que vamos assinar”, explicou.

O secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, revelou que a exposição total do Estado à Efacec ascendia a 217 milhões até maio, dos quais 133 milhões de euros em suprimentos (empréstimos do acionista) e 85 milhões de euros em garantias públicas.

Prevendo-se um closing da operação em dois meses, Costa Silva lembrou que há várias condições precedentes que têm de ser cumpridas para se concretizar o negócio. Em primeiro lugar, a Direção-Geral da Concorrência europeia (DG-Comp) tem de considerar que o plano para a Efacec reúne as condições do mercado e coloca a empresa portuguesa com níveis de rentabilidade adequados – o chamado teste de operador de mercado.

Depois, também terá de haver lugar a negociação da dívida com os credores privados: bancos e obrigacionistas. “É a parte mais sensível”, notou Costa Silva, revelando que alguns credores “já deram sinais” de quererem negociar com a empresa: “Apelo a que façam um esforço da mesma dimensão que o Estado está a fazer“.

A exposição da banca ascendia a 150 milhões no final do ano passado, enquanto os obrigacionistas detém 58 milhões em títulos de dívida da Efacec. Ambos deverão ser chamados a assumir perdas na reestruturação da Efacec de modo o assegurar a sustentabilidade financeira da empresa.

Em relação às perdas que o Estado irá ter de assumir com o negócio, nenhum dos responsáveis do Governo quis desvendar o plano, pois as negociações continuam em curso.

Além do grupo alemão, estavam também na corrida dois fundos, a Oxy Capital e a Oaktree (ficou em segundo lugar, pois exigia garantias sobre os ativos das empresas e o projeto industrial ficou aquém do apresentado pela Mutares), e um agrupamento industrial formado pela Visabeira e Socedia. O Governo nacionalizou a Efacec em 2020, na sequência do caso Luanda Leaks.

(Notícia atualizada às 16h39)

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Proteção Civil alerta para efeitos de chuva, trovoada e vento forte até sexta-feira

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

A Proteção Civil alerta para a precipitação por vezes forte com condições para queda de granizo e trovoada a partir da tarde desta quarta na região Norte, generalizando-se a todo território na quinta.

A Proteção Civil apelou esta quarta-feira para medidas preventivas face ao agravamento do estado do tempo, com previsão de chuva, trovoada e vento forte até sexta-feira, com possibilidade de ocorrência de cheias e inundações em algumas zonas.

Segundo a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê a ocorrência de precipitação por vezes forte com condições para queda de granizo e trovoada a partir da tarde desta quarta na região Norte, generalizando-se a todo território na quinta-feira, durante a manhã em alguns locais da região Sul e, com maior intensidade, nas regiões Norte e Centro em especial a partir da tarde.

É ainda esperado vento do quadrante sul a intensificar na quinta-feira na faixa costeira ocidental e nas terras altas, soprando por vezes forte e com rajadas. Face a este quadro meteorológico, a ANEPC alerta que poderão ocorrer inundações em zonas urbanas, causadas por acumulação de águas pluviais por obstrução dos sistemas de escoamento, assim como cheias, potenciadas pelo transbordo do leito de alguns cursos de água, rios e ribeiras.

Outras das ocorrências expectáveis são a instabilidade de vertentes, conduzindo a deslizamentos, derrocadas e outros movimentos de massa, motivados pela infiltração da água, podendo ser potenciados pela remoção do coberto vegetal na sequência de incêndios rurais, ou por artificialização do solo.

A ANEPC alerta igualmente para o eventual arrastamento para as vias rodoviárias de objetos soltos, para o desprendimento de estruturas móveis ou deficientemente fixadas, por efeito de episódios de vento forte, que podem causar acidentes com veículos em circulação ou transeuntes na via pública. Piso rodoviário escorregadio, e formação de lençóis de água são outros avisos de perigos.

A ANEPC lembra que o eventual impacto destes efeitos pode ser minimizado, sobretudo através da adoção de comportamentos adequados, pelo que, e em particular nas zonas historicamente mais vulneráveis, se recomenda a adoção e divulgação de medidas de autoproteção para estas situações, como, por exemplo, garantir a desobstrução dos sistemas de escoamento das águas pluviais e retirada de inertes e outros objetos que possam ser arrastados ou criem obstáculos ao livre escoamento das águas.

Das medidas preventivas sugeridas consta ainda garantir uma adequada fixação de estruturas soltas, nomeadamente, andaimes, placards e outras estruturas suspensas, e ter especial cuidado na circulação e permanência junto de áreas arborizadas, estando atento para a possibilidade de queda de ramos e árvores, em virtude de vento mais forte.

Ter especial cuidado na circulação junto a zonas ribeirinhas historicamente mais vulneráveis a fenómenos de transbordo dos cursos de água, evitando a circulação e permanência nestes locais é outro dos conselhos da ANEPC. Adotar uma condução defensiva, reduzindo a velocidade e tendo especial cuidado com a possível formação de lençóis de água nas vias e não atravessar zonas inundadas, de modo a precaver o arrastamento de pessoas ou viaturas para buracos no pavimento ou caixas de esgoto abertas, são outros cuidados a adotar pelos cidadãos.

A ANEPC pede ainda para que as pessoas não pratiquem atividades relacionadas com o mar, nomeadamente pesca desportiva, desportos náuticos e passeios à beira-mar, evitando ainda o estacionamento de veículos muito próximos da orla marítima.

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Cerejeira Namora, Marinho Falcão concilia talentos no Youtube

  • BRANDS' ECO
  • 7 Junho 2023

“Conversas Com Talento” é a nova rubrica da sociedade que aposta na partilha dos talentos dos seus profissionais que vão além da advocacia.

Percebemos que tínhamos cada vez mais talentos que mereciam ser partilhados”, refere Nuno Cerejeira Namora, sócio fundador da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, que reflete sobre a resiliência e dedicação que implicam na sua conciliação com uma profissão muito exigente. “Desenvolver esta ideia fez-nos aproximar ainda mais, permitiu conhecer um lado mais pessoal e descobrir alguns talentos desconhecidos”.

Esta ação faz parte da estratégia contínua de promoção do equilíbrio entre vida pessoal e profissional com o objetivo de alimentar no ambiente de trabalho, igualmente, um espaço de convívio e partilha, onde o talento não só é bem-vindo, como também incentivado.

"Temos desportistas, políticos, criadores de conteúdos digitais, músicos, académicos e muito mais. Para quem já conhece bem os nossos advogados, é bom poder ficar a conhecer também as nossas pessoas.”

Pedro Marinho Falcão, sócio fundador da Cerejeira Namora, Marinho Falcão

Pedro Marinho Falcão vê nesta ação uma oportunidade de comunicar o talento e recrutamento, com um encorajamento terminante para que os profissionais e futuros colegas persigam os seus sonhos e determinações, seja na alta competição ou na conquista das paixões pessoais.

Saiba mais sobre os seus testemunhos no canal de Youtube da Cerejeira Namora, Marinho Falcão, AQUI.

 

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PSD quer Ministério Público a apurar “falsas declarações” de Galamba no Parlamento

PSD considera que há uma "discrepância grosseira" entre o que foi relatado na comissão de inquérito à TAP por João Galamba e o relato do primeiro-ministro e de Mendonça Mendes.

O PSD apresentou oralmente um requerimento na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP para que seja enviada a ata da audição de João Galamba ao Ministério Público, para apurar se o ministro das Infraestruturas prestou falsas declarações.

João Galamba afirmou na CPI que telefonou ao secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, na noite dos incidentes no Ministério das Infraestruturas, e que este lhe sugeriu contactar o SIS. Mendonça Mendes negou ontem no Parlamento ter transmitido essa sugestão. “O reporte ao SIS não decorreu de nenhuma sugestão nem de nenhuma orientação da minha parte nem de nenhum membro do Governo e era assim que tinha de ser”, disse.

“Ouvimos todos as declarações do secretário de Estado António Mendonça Mendes sobre o SIS e a problemática envolvente. Já tínhamos as respostas do primeiro-ministro sobre esta matéria e todos nos recordamos da longa intervenção do ministro João Galamba sobre esta matéria. Há aqui uma questão que para nós é evidente. As três versões não coincidem”, afirmou Paulo Moniz, deputado do PSD, no arranque da reunião em que será ouvido Pires de Lima, ex-ministro da Economia.

“Há uma discrepância grosseira entre o que foi relatado na CPI por João Galamba e o relato do primeiro-ministro e Mendonça Mendes”, pelo que “pode ter havido a prestação de falsas declarações”, sustentou o deputado.

O PSD vai, por isso, apresentar um “requerimento a solicitar a extração da audição [de João Galamba] e que a mesma seja remetida ao Ministério Público para que se avalie se há ou não lugar a um crime de prestação de falsas declarações nesta CPI”.

“Não há duas formas de colocar a questão: perante o que disse António Mendonça Mendes o Ministro João Galamba mentiu”, diz o texto do requerimento, entretanto distribuído aos jornalistas.

“Se mentir numa conferência de imprensa nos deve merecer repúdio e uma forte censura ética e política (e esse juízo cabe aos portugueses e deveria caber ao Primeiro-Ministro), mentir numa Comissão Parlamentar de Inquérito tem consequências mais graves porquanto configura a prática de um crime”, continua.

“Dada esta circunstância, a Comissão de Inquérito deve, por imposição legal, participar ao Ministério Público a eventual prática do crime de falsas declarações cometido pelo Ministro João Galamba. Assim, vem o Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata requerer à CPI que seja extraída certidão da ata da audição do Ministro João Galamba, bem como remessa da mesma para a Procuradoria-Geral da República, com vista à instauração do
competente inquérito de natureza criminal”, conclui.

O requerimento terá ainda de ser formalmente apresentado por escrito à comissão e depois votado, sendo que a maioria absoluta permite ao PS chumbá-lo sozinho, se assim entender.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estando a votação do relatório final prevista para 13 de julho.

(notícia atualizada às 20h11 com texto do requerimento do PSD)

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Governo compromete-se com novo modelo de juntas médicas até final do ano

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

Reconhecendo as dificuldades enfrentadas devido à falta de homogeneidade na recolha de informação por parte das diferentes instituições, o Governo quer tornar o processo "mais fluido e capaz".

A secretária de Estado da Promoção da Saúde comprometeu-se esta quarta-feira ter até final do ano uma proposta para novo modelo de juntas médicas, assim como para resolver o problema da recolha de informação.

Margarida Tavares, que falava aos deputados da Comissão Parlamentar de Saúde, onde foi ouvida sobre a matéria, disse que o trabalho está a ser feito por uma equipa com elementos das várias áreas governativas e afirmou: “Garanto que vamos ter todos os instrumentos este ano”.

A governante explicou que este grupo técnico está trabalhar para propor “um novo modelo que permita responder às novas exigências”, tornando o processo “mais fluido e mais capaz”, e reconheceu as dificuldades enfrentadas devido à falta de homogeneidade na recolha de informação por parte das diferentes instituições.

Explicou que o trabalho está a ser feito em três vertentes: olhar para as tabelas das incapacidades para conciliar conceitos “sem prejudicar benefícios adquiridos”, trabalhar nos sistemas de informação para resolver os problemas de homogenização e acesso igual aos sistema, assim como da interoperabilidade, e, por último, definir um novo modelo, para perceber quem faz as juntas médicas, em que situações podem ser dispensadas e que casos devem ser reavaliados.

Margarida Tavares reconheceu que “com o esforço que está a ser feito” não se está a conseguir recuperar os atrasos, explicando que “as entradas já são maiores do que a capacidade instalada”.

Quanto ao projeto-lei do Livre que levou a esta audição — para manter o regime transitório para a emissão de atestado médico de incapacidade multiúso para doentes oncológicos e prorrogar a validade dos atestados de incapacidade das pessoas com deficiência até que se recuperem os atrasos nas juntas médicas –, a governante lembrou que a prorrogação dos atestados já foi viabilizada.

Reconhecendo os atrasos nas juntas médicas, e consequente emissão dos certificados de incapacidade, a secretária de Estado sublinhou que o modelo tem de ser reavaliado porque “não serve as novas exigências”.

Sublinhando que este trabalho “não pode ser exclusividade dos médicos de saúde pública”, a responsável insistiu: “O modelo tem de ser avaliado em várias dimensões”.

A secretária de Estado destacou o problema existente na recolha de dados — as instituições não recolhem na mesma forma e os sistemas não estão interligados — para explicar porque não conseguia fornecer o número exato das pessoas em lista de espera para realização de juntas médicas.

Não temos sistema de informação [completamente interligado] e isso é muito relevante. Os dados não são recolhidos de forma igual por cada ARS (…). Nuns locais são por pendências totais, noutros têm os casos em que já há agendamentos, noutros os casos em que a junta já foi feita e não foi emitido atestado“, explicou.

Sobre a recuperação dos atrasos, disse que, entre 2011 e 2018, estavam a ser feitas em média 55 mil juntas/ano e que, só em 2022 já foram realizadas mais de 85 mil. “Se extrapolássemos, chegaríamos a cerca de 100 mil”, exemplificou.

A governante admitiu ainda que a tabela (das incapacidades) precisa de ser revista, lembrando que “há soluções para incapacidades que não existiam no passado” e que “o mesmo problema de saúde pode já não condicionar o mesmo grau de incapacidade de quando tabela foi feita”.

Quanto às dispensas de juntas médicas, admitiu igualmente que há algumas situações e há mecanismos dinâmicos e capazes de se adaptar à situação de saúde, afirmando que, nas situações oncológicas, se pode “simplificar bastante”.

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Ilha da Terceira junta mais de 40 cientistas e exploradores de 14 nacionalidades

De biólogos marinhos a astronautas e astrofísicos, Angra do Heroísmo vai receber entre 14 e 16 de junho mais de 40 cientistas e exploradores em mais uma edição da Glex Summit.

Entre os dias 14 e 16 de junho, o Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo recebe a quarta edição da Glex Summit. O evento, que se realiza nos Açores pelo segundo ano consecutivo, reúne mais de quatro dezenas de cientistas e exploradores de 14 nacionalidades. O preço dos bilhetes ronda entre os 60 e os 320 euros.

Quase 190 anos depois da visita de Charles Darwin à Terceira, a “ilha açoriana recebe alguns dos mais notáveis exploradores e cientistas da atualidade”, desde biólogos marinhos, conservacionistas da natureza e vida selvagem, líderes de expedições, astronautas, aquanautas, astrofísicos, geólogos, cientistas espaciais, pensadores e visionários, destaca a organização.

Richard Garriott, presidente do centenário The Explorers Club, justifica a opção pela ilha açoriana para palco da Glex Summit. “Não há melhor local para descobrir o que se seguirá na exploração, do que uma ilha que já foi um espaço vazio no mapa, até exploradores corajosos a encontrarem. Esse esforço de preencher espaços vazios em mapas está presente na história dos Açores e na empreitada dos navegadores portugueses. Da travessia do Atlântico, à travessia das estrelas, estamos no limiar de uma nova época dourada da exploração”, resumiu. A Terceira começou a ser povoada em 1450.

Manuel Vaz, fundador da Expanding World e mentor da Glex Summit, sublinha a “enorme satisfação” de ter voltado a garantir Portugal como palco do maior encontro de exploradores do planeta, desta vez, na ilha Terceira. “Uma cimeira que reforça a importância geoestratégica dos Açores, em particular da Terceira, nos últimos 500 anos”, acrescenta.

Nathalie Cabrol (astrobióloga e diretora do Instituto SETI), Christyl Johnson (diretora adjunta de investimentos em tecnologia e investigação do NASA Goddard Space Flight Center), Nina Lanza (cientista planetária), Chris Rainer (explorador e fotógrafo documental da National Geographic), Anna Curtenius Roosevelt (arqueóloga e antropóloga ambiental) e Nathan J. Robinson (biólogo marinho) são alguns dos oradores. Para António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, a cimeira reúne “algumas das melhores pessoas e mentes do mundo atual”.

O público vai ser convidado a fazer uma viagem extraordinária desde as profundezas dos oceanos, passando pelos mais inexplorados lugares da superfície da Terra, até à imensidão do Espaço”, explica a organização, em comunicado enviado às redações.

“Na Glex Summit vive-se uma onda de alegria, de excitação, de admiração e de paixão. A GLEX Summit voa acima da geopolítica. É um lugar de unidade, um lugar de cooperação, um lugar para olhar para o futuro e precisamos desesperadamente deste tipo de plataforma, para enfrentar os mundos difíceis em que estamos a viver”, comenta António Costa e Silva, ministro da Economia e do Mar.

Em apenas três edições, a Glex Summit assume-se como a maior cimeira de exploradores à escala global, ao conseguir reunir oradores nas áreas da conservação da natureza, oceanos, Terra e Espaço, como James Garvin, Brian Cox, Beverly e Dereck Joubert, Fabien Cousteau, Sian Proctor, Sylvia Earle, entre muitos outros.

O evento é organizado pela Expanding World, com a chancela e curadoria da mais prestigiada agremiação de líderes da exploração do planeta, o “The Explorers Club of New York”.

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Cadastro predial deixa de ser exclusivo da Direção-Geral do Território

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

Ministra Ana Abrunhosa anuncia que a Direção-Geral do Território deixa de ter a exclusividade das operações de cadastro, que podem também ser feitas por outras entidades públicas.

Trata-se de “um regime único de execução de cadastro predial”, que “integra na carta cadastral as informações já existentes noutros regimes legais específicos e integra na carta cadastral as representações gráficas georreferenciadas do Sistema de Informação Cadastral Simplificada de 2017”, destacou Ana Abrunhosa.A ministra da Coesão Territorial afirmou esta quarta-feira que, no âmbito do novo regime cadastral, aprovado na semana passada, a Direção-Geral do Território deixa de ter a exclusividade das operações de cadastro, que podem também ser feitas por outras entidades públicas.

O novo regime jurídico do cadastro predial foi aprovado em Conselho de Ministros na passada quinta-feira, através de um diploma que simplifica, agiliza e moderniza os respetivos procedimentos, estabelecendo o Sistema Nacional de Informação Cadastral (SNIC) e a Carta Cadastral enquanto registo único e universal de prédios cadastrados.

Ana Abrunhosa explicou, durante uma audição no parlamento, em Lisboa, que “a Direção-Geral do Território deixa de ter a exclusividade na promoção das operações de cadastro, o que permite aumentar em muito a quantidade destes registos, que podem passar a ser feitos pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e por outras entidades da administração pública, como as autarquias”.

A “porta de entrada” dos cidadãos e das empresas para operações de cadastro predial passa a ser o BUPi (Balcão Único do Prédio), que comunica com as várias bases de dados e aplicações da administração pública.

Segundo a ministra, o novo regime também possibilita o cruzamento de informação do cadastro com informações da Autoridade Tributária e do Registo Predial e do Instituto do Registo de Notários. Trata-se de “um regime único de execução de cadastro predial“, que “integra na carta cadastral as informações já existentes noutros regimes legais específicos e as representações gráficas georreferenciadas do Sistema de Informação Cadastral Simplificada de 2017”, destacou Ana Abrunhosa.

Integra na carta cadastral as informações já existentes noutros regimes legais específicos e as representações gráficas georreferenciadas do Sistema de Informação Cadastral Simplificada de 2017.

Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão Territorial

Segundo o Governo, o novo regime “atualiza, simplifica, moderniza as regras e os procedimentos de realização de operação de cadastro predial com recurso a meios tecnológicos e digitais já existentes”, pelo que “o novo regime vai permitir que se aumente o conhecimento da propriedade do solo” e promover a cobertura do território com cadastro predial.

Cidadãos e organizações vão passar a conhecer a exata localização geográfica dos seus prédios, confirmar os seus direitos, o que permite proteger os seus interesses e defender o que é seu”, disse a ministra da Coesão.

Ana Abrunhosa destacou que esta é uma reforma “profunda, necessária e muito aguardada, que concretiza também uma das metas previstas no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)”, que prevê a “Reorganização do sistema de cadastro da propriedade rústica e do Sistema de Monitorização de Ocupação do Solo (SMOS).

Cidadãos e organizações vão passar a conhecer a exata localização geográfica dos seus prédios, confirmar os seus direitos, o que permite proteger os seus interesses e defender o que é seu.

Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão Territorial

“O cadastro predial é indispensável para o conhecimento e valorização do território e para a tomada de decisão sobre o uso, ocupação e utilização do solo por parte de entidades públicas, empresas e cidadãos”, disse, salientando que o cadastro geométrico da propriedade rústica em vigor até agora tem praticamente 100 anos “e estava completamente desfasado das necessidades atuais”.

O BUPi é uma plataforma para mapear o território português, criada na sequência dos incêndios de 2017, tendo sido realizado um projeto-piloto em sete municípios de elevado risco de incêndio, mas que atualmente existe em 144 municípios onde não existia cadastro predial.

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Presidente da Concorrência defende alteração da lei e admite “apreensão” com acórdãos do TC

  • Lusa
  • 7 Junho 2023

Para Nuno Cunha Rodrigues, "é necessário retificar, é necessário alterar a Lei da Concorrência", considerando que esta tem algumas inconsistências, fragilidades, que é preciso corrigir".

O presidente da Autoridade da Concorrência (AdC), Nuno Cunha Rodrigues, defendeu esta quarta-feira a alteração da lei da Concorrência, argumentando que tem inconsistências, e admitiu alguma apreensão com acórdãos que põem em causa a atividade do supervisor.

Nuno Cunha Rodrigues falava esta quarta-feira na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas, Planeamento e Habitação, quando foi questionado pelo PSD sobre o impacto dos acórdãos do Tribunal Constitucional, que pode comprometer processos com coimas de milhões de euros da Concorrência, e a eficácia das decisões e recursos do supervisor.

O presidente do supervisor admitiu que “são acórdãos que causam alguma apreensão na AdC, porque estão em causa buscas que a Autoridade fez” através de um mandado emitido pelo Ministério Público, salientando que este organismo está a apreciar “tudo isto”.

Ainda assim, assinalou que os acórdãos “têm de ser objeto de reapreciação pelo Tribunal da Concorrência”. Para Nuno Cunha Rodrigues, “é necessário retificar, é necessário alterar a Lei da Concorrência”, considerando que esta tem algumas inconsistências, fragilidades, que é preciso corrigir”.

Entre os aspetos a retificar, em particular, identifica por exemplo as referências em termos da intervenção do Ministério Público ou do juiz de instrução criminal.

A apreensão de correio eletrónico pela AdC com mandado do Ministério Público foi considerada inconstitucional num processo que visou a Jerónimo Martins, o que, segundo fonte judicial, poderá afetar vários processos com coimas de milhões de euros.

Num acórdão de março, que teve como relatora a juíza conselheira Joana Fernandes Costa, o Tribunal Constitucional (TC) julgou parcialmente procedente o recurso interposto pela Jerónimo Martins e pela Pingo Doce — Distribuição Alimentar da decisão adotada em março de 2020 pelo Tribunal da Relação de Lisboa (TRL).

Nesse acórdão, o TRL havia confirmado o entendimento do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), que, em junho de 2019, indeferiu a impugnação das diligências de busca e apreensão realizadas pela AdC entre 07 e 27 de fevereiro de 2017, com base num mandado emitido pelo Ministério Público (MP), no âmbito de um processo contraordenacional por práticas restritivas da concorrência.

Na decisão tomada em março, o TC julgou inconstitucional a norma extraída do Regime Jurídico da Concorrência, segundo a qual, em processo contraordenacional por prática restritiva da concorrência, é permitida à AdC a busca e apreensão de mensagens de correio eletrónico abertas mediante autorização do MP, determinando que o acórdão do TRL seja reformado.

Fonte judicial disse à Lusa que a decisão agora adotada pelo TC, no sentido de que a autoridade judiciária referida na Lei da Concorrência tem de ser forçosamente um juiz de instrução criminal (JIC) e não o MP, vai pôr em causa processos em curso que totalizam coimas superiores a mil milhões de euros.

O TRL e o TCRS, em Santarém, que julga estes processos em primeira instância, têm seguido o entendimento de que seria suficiente o mandado do MP, por estarem em causa documentos e não correspondência nem a privacidade ou a vida privada dos visados.

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Mota-Engil assina novos contratos de 890 milhões na América Latina

Com adjudicações no Brasil, México e Perú, e “fortes níveis de produção" no início de 2023, grupo “consolida os níveis de atividade a realizar nos próximos anos em patamares historicamente elevados".

A Mota-Engil fechou novos contratos em vários países da América Latina, como o Brasil, México e Peru, “com o objetivo de alargar, em dimensão e rentabilidade, a presença nesses mercados”. O valor das novas adjudicações naquelas geografias soma 890 milhões de euros.

No Brasil foi adjudicado à construtora portuguesa mais um contrato para serviços de manutenção offshore, a executar no prazo de 1.490 dias e com um valor de 743 milhões de reais (cerca de 140 milhões de euros) com um consórcio maioritariamente detido pela Petrobras.

as subsidiárias na América Latina, nomeadamente no México, no Brasil e no Peru, assinaram novos contratos num total aproximado de 750 milhões de euros, segundo a informação enviada à CMVM, permitindo atingir uma carteira de encomendas na região superior a 5,3 mil milhões de euros, o equivalente a 3,5 vezes o volume de negócios de 2022.

“Com as adjudicações anunciadas e os fortes níveis de produção em curso nos primeiros meses de 2023, o grupo consolida os níveis de atividade a realizar nos próximos anos em patamares historicamente elevados”, sublinha o grupo nortenho participado pela China Communications Construction Company e que este ano passou a ser liderado por Carlos Mota Santos.

Como o ECO noticiou no final de maio, a Mota-Engil ganhou também a concessão de dois aeroportos na Nigéria. No país africano em que está a executar o maior contrato de sempre, o grupo nacional vai operar nas próximas décadas os aeroportos internacionais de Abuja e Kano, em parceria com a Corporación América.

Segundo uma nova nota de research do CaixaBank/BPI sobre a Mota-Engil, a primeira revisão desde a apresentação dos resultados de 2022, publicados a 1 de março, a avaliação da empresa mereceu uma atualização de 23% no cenário central do seu price target, para 4,78 euros por ação – o que compara com os anteriores 3,89 euros.

Para esta revisão positiva contribuiu o reposicionamento dos níveis de faturação para patamares inéditos atingidos em 2022 e que permitiram rever as estimativas para os anos seguintes, atendendo ao crescimento de 66% da carteira de encomendas e às previsões de um aumento do EBITDA em 11% no período 2023-2026.

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