O dia em direto nos mercados e na economia – 7 de junho

  • ECO
  • 7 Junho 2023

Ao longo desta quarta-feira, 7 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Real Companhia Velha vai construir adega de 15 milhões em Alijó

A empresa de vinhos controlada pela família Silva Reis prepara novo “ciclo de investimentos” no Douro. Dona do Porca de Murça produz cinco milhões de garrafas por ano e faturou 28 milhões em 2022.

Depois de ter investido perto de 12 milhões de euros nos últimos cinco anos, o que incluiu a reestruturação de 130 hectares de vinha e a aquisição de 23 hectares de parcelas contíguas à Quinta das Carvalhas, a Real Companhia Velha (RCV) está agora num “ciclo de retração” para se preparar “para dentro de dois a três anos voltar a um ciclo de investimento” no Douro. Segundo adiantou ao ECO o presidente, Pedro Silva Reis, o “grande projeto dos próximos anos” será a construção de uma nova adega em Alijó, no distrito de Vila Real, no qual prevê investir “entre 10 e 15 milhões de euros”.

A elaboração dos projetos e dos estudos técnicos “ainda está em curso”, mas o empresário explica que a nova adega vai estar inserida na Quinta do Casal da Granja – comprada em 1968, possui atualmente uma área total de 100 hectares –, onde a dona das marcas Porca de Murça, Evel, Quinta de Aciprestes ou Quinta de Cidrô tem instalado o centro de vinificação, que recebe as uvas de todas as propriedades. “É uma adega dos anos 1980 e que está a pedir reforma, tal como eu”, graceja Pedro Silva Reis, que prevê dentro de cinco anos ceder as funções executivas à nova geração da família. Os dois filhos, Pedro e Tiago, estão na linha da frente para a sucessão.

O grande projeto dos próximos anos será uma nova adega em Alijó, inserida na Quinta do Casal da Granja. A atual é dos anos 1980 e está a pedir reforma, tal como eu [risos]. Está a ficar obsoleta para aquilo que são as ambições qualitativas, ecológicas e de sustentabilidade que a empresa projeta para o futuro.

Pedro Silva Reis

Presidente da Real Companhia Velha

“A adega teve investimentos e melhoramentos sucessivos, que foram acrescentando [capacidade], mas atualmente há soluções de automatismo que levam muito menos mão-de-obra e com mais eficiência energética. É toda uma instalação que, apesar das sucessivas melhorias, está a ficar obsoleta para aquilo que são as ambições qualitativas, ecológicas e de sustentabilidade que a empresa projeta para o futuro”, descreve o líder da mais antiga empresa portuguesa de vinhos, criada a 10 de setembro de 1756, por alvará régio. Desde 1960 que a Real Companhia Velha é gerida pela família Silva Reis, que controla cerca de 70% do capital, estando a restante participação nas mãos da extinta Casa do Douro.

Pedro Silva Reis, presidente da Real Companhia Velha

A RCV é proprietária de cinco quintas no Alto Douro Vinhateiro, com um total de 557 hectares de vinha própria: a Quinta das Carvalhas, Quinta de Cidrô, Quinta dos Aciprestes, Quinta do Casal da Granja e Quinta do Síbio. Embora salvaguardando que está “sempre atento a oportunidades, sobretudo de vinhas com muita qualidade”, Pedro Silva Reis fala numa “estrutura ajustada” e que deixa a empresa “confortável em termos de magnitude dimensional”. Questionado sobre a possibilidade de entrar noutras regiões de vinhos, responde que “para já, não”. “Ainda não explorámos todas as potencialidades e todos os projetos que temos no Douro. 240 anos ainda não foram suficientes para explorar tudo no Douro”, acrescenta.

Faturação sobe para 28 milhões com americanos e turismo

Depois do “ano do sofrimento” de 2020, marcado pela pandemia, a RCV obteve um volume de negócios de 23 milhões de euros em 2021, superando os 22 milhões registados no ano anterior ao surgimento da Covid. Em 2022, as vendas dispararam para perto de 28 milhões de euros. Um crescimento explicado pela “forte retoma dos principais mercados”, com destaque para o aumento da faturação nos EUA e no mercado português, por via do “impulso” do enoturismo, que assegurou 17% das receitas. As caves de Vinho do Porto em Vila Nova de Gaia (loja, visitas e provas), o centro de visitas 17.57 Museu & Enoteca na mesma localidade (loja, vertente cultural, provas, refeições e eventos) e a duriense Quinta das Carvalhas (loja, visitas e provas) são os três polos turísticos.

As exportações valem 55% das vendas totais, com EUA, Alemanha, Bélgica, Brasil e Polónia a figurarem no top 5 de destinos no estrangeiro. Além da maior economia do mundo, que é também a maior compradora de vinhos a nível global, o “mercado muito interessante” do México e o Canadá, apresentado como “o maior mercado de exportação nos vinhos do Douro”, são as principais apostas. Dentro dos vinhos, Porto e DOC Douro dividem quase por igual o peso no negócio, embora esta última categoria esteja a “ganhar peso”: tem maior número de garrafas comercializadas, mas “ainda fica abaixo no valor”.

No total, a histórica empresa sediada em Vila Nova de Gaia comercializa anualmente à volta de cinco milhões de garrafas e vinifica cerca de 4.000 toneladas de uvas. “O grande desafio para uma empresa com o nosso perfil é valorizar o preço médio por garrafa”, salienta Pedro Silva Reis, sem quantificar. No Vinho do Porto opera com as marcas Real Companhia Velha, Quinta das Carvalhas e Delaforce. Nos DOC Douro chega aos consumidores com as marcas Porca de Murça – é a mais valiosa no vinho de mesa, superando um milhão de garrafas, o equivalente a um quinto do total –, Evel, Quinta de Aciprestes, Quinta de Cidrô e Quinta das Carvalhas.

A marca Porca de Murça é a mais valiosa no vinho de mesa. Supera um milhão de garrafas por ano, uma em cada cinco vendidas pela Real Companhia Velha.

Entretanto, esta quarta-feira, em Leça da Palmeira (Matosinhos), os irmãos Pedro e Tiago Silva Reis, representantes da terceira geração da família com controlo acionista da RCV, apresentam a nova marca Dandy de Cidrô, para vinhos DOC Douro “com um perfil aromático, fresco, textura leve e suave, e baixo teor alcoólico”. Na própria descrição da empresa, que recomenda um preço de venda ao público (PVP) a rondar os oito euros, são um branco e um tinto “fáceis de beber, sem formalidades e rodeios, a solo ou à mesa, ao estilo de um dandy, personagem de caráter cativante e encantador, divertido e com grande facilidade em agradar”.

“Notava que os nossos vinhos de gama média e de perfil clássico são aromáticos, bonitos, mas complexos e, quase sempre, com bastante estrutura e um tanino muito marcante – excelentes para acompanhar variadíssimas refeições. Mas via-me, muitas vezes, a beber vinho fora da refeição, em casa ou com clientes estrangeiros, e nessas ocasiões os vinhos que mais prazer nos davam eram os mais leves, menos concentrados e com menos álcool”, justifica Pedro O. Silva Reis, filho do atual CEO, para quem “os Dandy encaixam-se num perfil de consumo fácil, mas sendo vinhos que retratam fielmente a expressão das castas e solos durienses”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços dos combustíveis não mexem esta semana devido às alterações fiscais

Nas bombas estão a ser cobrados, em média, 1,439 euros por litro de gasóleo e 1,664 euros por litro de gasolina. O mesmo que na semana anterior. Mudanças na fiscalidade anularam descidas esperadas.

Afinal, em média, os preços dos combustíveis não mexeram esta semana sobretudo devido às alterações à fiscalidade introduzidas pelo Executivo.

Os dados preliminares apontavam para que, quando fosse abastecer o carro esta segunda-feira, pagasse menos 2,5 cêntimos por litro de gasolina e 0,5 cêntimos de gasóleo. Mas o Executivo, apesar de ter mantido o desconto no Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP), atualizou a taxa de carbono em cerca de dois cêntimos em ambos os combustíveis, o que anulou as descidas esperadas inicialmente pelo mercado.

Os dados da Direção-Geral de Energia e Geologia revelam que, afinal, em termos médios, os preços do diesel baixaram apenas 0,1 cêntimos, enquanto os da gasolina não sofreram qualquer alteração face à semana anterior.

Assim, nas bombas estão a ser cobrados, em média, 1,439 euros por litro de gasóleo (o mesmo que na semana anterior, porque a descida não tem reflexo) e 1,664 euros por litro de gasolina.

O Governo justificou as alterações na fiscalidade com o facto de o preço de referência do gasóleo e da gasolina estar “atualmente abaixo do preço verificado em outubro de 2021, que justificou as medidas iniciais de mitigação ao nível do ISP” e o consumo de combustíveis ter aumentado, contrariando os objetivos ambientais assumidos pelo Executivo. Além disso, “a tributação dos combustíveis em Portugal está significativamente abaixo da média ponderada da Zona Euro: 16% no gasóleo e 11% na gasolina”, sublinhou o Ministério das Finanças em comunicado.

São múltiplas as vozes na Comissão Europeia que têm pressionado o Executivo a reduzir os apoios à energia e, por isso, de mês para mês têm surgido alterações nesse sentido.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há 29 depósitos a pagar mais que os Certificados de Aforro. Saiba quais são

Nenhuma solução é dos cinco maiores bancos e praticamente todos os depósitos que apresentam taxas de remuneração acima dos Certificados são reservados a novos clientes. Saiba quais são.

A oferta de depósitos a prazo que paga melhor que os Certificados de Aforro aumentou quase 10 vezes de sexta-feira para hoje. Passou de apenas três para 29 no espaço de menos de uma semana. Isto deve-se não porque os bancos decidiram em uníssono remunerar melhor as poupanças dos seus clientes, mas porque o Estado suspendeu a anterior série de Certificados de Aforro (Série E) e colocou em comercialização uma nova série (Série F) que paga substancialmente menos do que a anterior.

Esta alteração não se prende unicamente com a redução em 1 ponto percentual da taxa máxima base (de 3,5% para 2,5%) mas, sobretudo, com o suprimento do prémio de subscrição inicial (1%) e com um maior escalonamento dos prémios de permanência, que parte também de um valor mais baixo (0,25% face aos anteriores 0,5%).

Assim, se anteriormente um aforrador que investisse as suas poupanças em Certificados de Aforro por um período entre os três meses e os três anos poderia almejar uma taxa interna de rendibilidade líquida de impostos (TIR) máxima entre 2,52% a 2,79%, atualmente esse intervalo baixa para 1,80% a 1,93%.

Desta forma, não só os bancos sentem agora menor pressão em aumentar mais a remuneração dos depósitos como, de forma imediata, também a quantidade de depósitos que consegue oferecer mais que os Certificados de Aforro aumentou.

Com base numa análise do ECO à oferta comercial de depósitos a prazo até 25 mil euros dos 23 bancos registados no Banco de Portugal, os depósitos mais generosos para as poupanças das famílias estão todos em bancos de pequena e média dimensão e, na sua maioria, destinam-se apenas a novos clientes.

Por exemplo, para os aforradores que pretendam aplicar as suas poupanças a três meses, são cinco as soluções que atualmente pagam mais que os 1,8% líquidos dos Certificados de Aforro. Na sexta-feira, quando ainda estava em comercialização a Série E, não havia um único depósito a três meses que pagasse mais que os Certificados de Aforro.

Entre as propostas a três meses que mais sobressaem está o “Super Depósito 3 meses” do Banco Big e o “bpg start” do Banco Português de Gestão, que oferecem uma taxa anual nominal bruta (TANB) de 3,5%, que se traduz numa taxa anual nominal líquida (TANL) de 2,52%. Ambas as ofertas estão disponíveis para novos clientes para montantes a partir dos 2.000 euros, no caso da oferta do Banco Big, e dos 2.500 euros no caso do Banco Português de Gestão.

Melhores depósitos

 

Para um plano de investimento a seis meses, o lote de ofertas que pagam mais que os Certificados de Aforro alarga-se para seis. A oferta mais destacada é novamente dada pelo Banco Big através do “Super Depósito 6 meses”, que apresenta uma TANB de 4%, o equivalente a uma TANL de 2,88%, mais de 1 ponto percentual acima da remuneração dos Certificados de Aforro neste horizonte temporal (1,81%). No entanto, para usufruir desta oferta necessita de investir pelo menos 25 mil euros.

Para os aforradores que tenham como objetivo aplicar as suas poupanças a 12 meses são nove as soluções que se mostram mais generosas que a TIR de 1,82% dos Certificados de Aforro. O melhor depósito a prazo a um ano é o “Depósito Novos Clientes 22.º Aniversário” do Banco Best, que apresenta uma TANB de 3,65%, que se traduz numa TANL de 2,63%.

Este depósito a prazo está apenas disponível para novos clientes e para montantes entre 2.500 euros e 75.000 euros. Além disso, tem o pormenor de pagar os juros de imediato. Ou seja, em vez de ter de esperar um ano para receber os juros, o banco paga-os assim que contratualiza o depósito. Esta situação permite que consiga alavancar ainda mais este ganho, colocando os juros também de imediato a render num outro depósito.

Para aplicações a mais de um ano, a oferta de depósitos a prazo é bastante mais reduzida, assim como também mingua substancialmente o número de soluções que paga mais que os Certificados de Aforro.

No entanto, ainda é possível encontrar seis ofertas que remuneram melhor as poupanças dos particulares a dois anos que os Certificados de Aforro – na sexta-feira não havia um único depósito. É o caso do “bpg valor” do Banco Português de Gestão, que paga uma TANB de 3,50%, o equivalente a uma TANL de 2,52%, e o “Depósito a Prazo Premium EUR” do Banco BAI Europa, que apresenta atualmente uma TANB de 3,35%, que se reflete numa TANL de 2,41%. Ambas as ofertas ficam acima da TIR de 1,93% dos Certificados de Aforro a dois anos.

Para as famílias que pretendam colocar as suas poupanças a render nos próximos três anos com capital garantido e que procuram uma alternativa melhor à TIR de 1,98% dos Certificados de Aforro no universo dos depósitos a prazo, há apenas duas ofertas a considerar: o “bpg valor” do Banco Português de Gestão, que paga uma TANB de 3,75%, o equivalente a uma TANL de 2,7%, para aplicações entre os 5 mil e os 750 mil euros; e o “BNI Europa Particulares sem mobilização antecipada” do Banco BNI, que oferece uma TANB de 3,3%, o equivalente a uma TANL de 2,38%, exigindo para isso aplicações a partir dos 2.500 euros.

Grandes bancos não se mostram competitivos

Os dados mais recentes do Banco de Portugal notam que a taxa de juro dos depósitos a prazo ainda é muito reduzida. Segundo o regulador, em abril, a taxa de juro média dos novos depósitos a prazo de particulares foi de apenas 1,03%, com os novos depósitos até 12 meses a serem remunerados, em média, a 0,95%.

Estes dados são particularmente influenciados pela oferta dos cinco maiores bancos, que continuam a mostrar-se pouco generosos com as poupanças dos aforradores.

De acordo com uma consulta ao preçário da Caixa Geral de Depósitos, Santander Totta, Millennium bcp, Banco BPI e Novobanco concluí-se que apesar de terem uma vasta oferta de depósitos, os cinco maiores bancos pagam muito pouco. É disso exemplo as 22 propostas de depósitos a prazo do Novobanco, em que a melhor proposta, oferecida pelo “DP Aniversário”, um depósito a prazo a 6 meses no montante único de 5 mil euros e apenas constituído por uma vez por ocasião do aniversário do cliente, não vai além de uma TANB de 1,5%.

Além disso, as melhores ofertas de depósitos a prazo dos cinco maiores bancos (que mesmo assim ficam abaixo das melhores do mercado) têm muitas vezes produtos associados, como seja um cartão de crédito, a domiciliação do ordenado ou o crédito à habitação, que acarretam o pagamento de comissões.

É o que sucede com o “DP BPI Habitação” do Banco BPI, que apesar de pagar uma TANB de 2,75% a um ano, exige que haja pelo menos um contrato de crédito à habitação associado.

De acordo com uma consulta do ECO aos mais de 60 depósitos destas instituições, a melhor oferta entre os cinco maiores bancos é dada pela Caixa Geral de Depósitos, através de um depósito a 12 meses que paga 2,5% brutos (1,8% líquidos) para aplicações realizadas pelo homebanking do banco para montantes entre 5 mil euros e 60 mil euros.

Mas é o único que sobressai das 15 ofertas que o banco público apresenta aos seus clientes. E, mesmo assim, abaixo da TIR de 1,82% dos Certificados de Aforro para o prazo de investimento a um ano e muito longe das duas melhores ofertas do mercado a 12 meses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

No Parlamento, será ouvido Pires de Lima sobre a TAP e ainda a Autoridade da Concorrência. A OCDE atualiza previsões e o INE divulga dados sobre o setor da construção.

Será um dia cheio no Parlamento, onde se vão realizar audições relevantes, como ao ex-ministro da Economia Pires de Lima, no âmbito da TAP, bem como à Autoridade da Concorrência sobre as suas atividades de regulação. Serão também divulgadas estatísticas sobre a construção em Portugal e ainda sobre os preços industriais de importação na Europa.

Pires de Lima ouvido na comissão da TAP

Prosseguem as audições na comissão parlamentar de inquérito à Tutela Política da Gestão da TAP, desta vez com os deputados a ouvirem o testemunho de António Pires de Lima, na qualidade de ex-ministro da Economia. A audição está marcada para as 14h.

Audição da Autoridade da Concorrência no Parlamento

No Parlamento, é também dia de audição da Autoridade da Concorrência na Comissão de Economia, na manhã desta quarta-feira. Esta é uma audição prevista no âmbito da Lei-Quadro das Entidades Administrativas Independentes, para falar do plano de atividades e a programação do desenvolvimento, bem como as atividades desenvolvidas no ano passado.

Eurostat publica dados sobre preços na indústria e condições habitacionais

O Eurostat vai publicar esta quarta-feira dados sobre a evolução dos preços de importação na indústria, referentes ao mês de abril deste ano. Além disso, serão também divulgadas estatísticas referentes às condições de habitação dos jovens da União Europeia ao longo do ano de 2021.

Como evolui a construção?

O Instituto Nacional de Estatística divulga esta quarta-feira um conjunto de índices que permite traçar um retrato da construção, em particular de habitações novas. O gabinete de estatísticas nacional vai publicar os Índices de Produção, Emprego, Remunerações na Construção, bem como o Índice de Custos de Construção de Habitação Nova, ambos referentes a abril deste ano.

OCDE atualiza previsões económicas

A OCDE publica esta quarta-feira o Economic Outlook, onde atualiza as previsões económicas para o conjunto de países da organização, onde se inclui Portugal. As últimas previsões da OCDE para Portugal datam de novembro, quando a organização estimava um crescimento de 1% em 2023. Já para a Zona Euro, a OCDE atualizou as previsões em março, quando reviu em alta a projeção deste ano, para 0,8%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca volta ao mercado de malparado após semestre parado

Santander Totta, BPI, BCP e Novobanco têm em curso várias operações de alienação de créditos problemáticos, depois de um primeiro semestre muito pouco movimentado.

O mercado de malparado travou a fundo no primeiro semestre, mas os bancos estão agora a regressar: Santander Totta, BPI, BCP e Novobanco contam com várias operações em curso para limpeza dos balanços, na ordem dos 400 milhões de euros, e num contexto em que a subida das taxas de juro poderá trazer um aumento do incumprimento das famílias e empresas.

Segundo informações recolhidas pelo ECO, o Santander Totta tem três carteiras à venda — a Pool 58, 59 e 60 — com um valor global de cerca de 130 milhões de euros. São portefólios que incluem créditos hipotecários secured (com garantias) e unsecured (sem garantias). Estão três investidores na corrida, sendo que a fase de apresentação de ofertas vinculativas termina esta sexta-feira, dia 9.

Fonte oficial do banco liderado por Pedro Castro e Almeida confirma as três operações, considerando que são processos “habituais no âmbito da gestão de carteira de NPE [ativos não produtivos]”. Acrescentou ainda que registou “uma boa adesão” de investidores na fase das ofertas não vinculativas, “como vem sendo habitual sempre que colocamos carteira no mercado”.

Quanto à carteira Citrus do BPI, esta tem um valor próximo e também inclui um mix de empréstimos problemáticos com e sem garantias. O processo conta com uma short list de quatro finalistas, que terão de avançar com propostas firmes até 6 de julho.

Fontes do mercado revelaram ainda ao ECO que o BCP colocou no mercado uma carteira com single names (grandes devedores), mas sem adiantarem grandes detalhes sobre esta operação.

Nem o BPI nem o BCP responderam às questões colocadas pelo ECO.

No caso do Novobanco, como o ECO já revelou, está à venda a dívida de 100 milhões de euros da Heliportugal, uma exposição que já esteve para ser alienada na carteira Harvey, processo que foi travado na última hora pelo Fundo de Resolução. O banco liderado por Mark Bourke está agora a vender os single names da carteira Harvey de forma individualizada, em vez de ser em pacote.

Ano aquém das expectativas

Depois das vendas de 1,7 mil milhões de euros em 2022, uma queda de 45% em relação ao ano anterior, de acordo com os dados da Prime Yield, o mercado de malparado português poderá registar um novo afundanço em 2023 — a Caixa foi das poucas instituições ativas na primeira metade do ano. Os processos de venda agora em curso ascendem nem a 400 milhões e os operadores do mercado ouvidos pelo ECO falam num ano aquém das expectativas.

Nos últimos anos, os bancos portugueses empreenderam um verdadeiro esforço na limpeza dos seus balanços. Há cinco anos, o sistema ainda se defrontava com 31,8 mil milhões de euros em NPL, correspondendo a 13,6% do total do crédito. O rácio caiu para 3% no final do ano passado, abaixo do “número mágico” de 5%, num total de 6,5 mil milhões de euros.

Com o aumento da incerteza associada à subida da inflação e das taxas de juro, têm sido vários os alertas das entidades oficiais, nomeadamente dos reguladores, para monitorizarem a evolução da qualidade de crédito.

O medo de um novo aumento significativo do malparado fez soar os alarmes junto das autoridades, mas os bancos, na sua generalidade, asseguram que ainda não têm sinais de perigo. Em todo o caso, o trabalho de casa na melhoria da qualidade do balanço continua.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Neeleman desmente acumulação de funções de Fernando Pinto antes da privatização

Fernando Pinto acumulou funções na TAP e no consórcio candidato à privatização durante 48 horas. "Um erro administrativo de 'copy paste' numa ata", respondeu David Neeleman ao ECO, por escrito.

Fernando Pinto acumulou funções de presidente executivo da TAP e de gerente da Atlantic Gateway ainda antes da sociedade de Neeleman e Pedrosa terem comprado a companhia área? “Digo perentoriamente que a afirmação do referido deputado está errada, quando afirmou que Fernando Pinto tinha um vínculo com o consórcio Gateway previamente à privatização“, respondeu David Neeleman, por escrito, às perguntas do ECO, mas revela que a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) exigiu mesmo que isso viesse a suceder depois da privatização. O empresário que foi acionista de referência da TAP entre 2015 e 2020 estava a referir-se a Bruno Dias, deputado do PCP, que fez a questão ao antigo secretário de Estado Sérgio Monteiro na Comissão Parlamentar de Inquérito à TAP.

O deputado comunista assinalou que Fernando Pinto, então CEO da TAP, era também administrador da Atlantic Gateway quando a holding de David Neeleman e Humberto Pedrosa estavam a fechar a compra de 61% da companhia aérea. Já o era a 4 de novembro de 2015, quando o presidente executivo alerta o Governo que a transportadora estava em rutura emitente de tesouraria. Sérgio Monteiro respondeu, primeiro, que não tinha memória de tal situação e minutos depois acabou por acrescentar que tinha recebido informação que apontava para um erro administrativo. “É estranho alguém ir parar a uma administração por erro administrativo, tendo em conta que há passos que têm de ser dados pelo próprio”, apontou Pedro Filipe Soares, deputado do Bloco de Esquerda. “Era preferível que erro administrativo em novembro não tivesse acontecido, acompanho-o nessa observação”, disse Sérgio Monteiro.

O que sucedeu foi um erro administrativo e que durou apenas 48 horas. Passo a explicar. Poucos dias antes da conclusão da privatização e muitos meses após termos assinado o contrato de compra e venda da TAP, a Atlantic Gateway estava a coordenar a nomeação dos seus órgãos sociais e a preparar a nomeação dos órgãos sociais da TAP que iriam tomar posse no dia da conclusão da privatização, que teve lugar a 12 de novembro“, assegura Neeleman.

Em resposta ao ECO, por escrito, David Neeleman esclarece assim o que se passou. “No dia 4 de Novembro, devido a um erro administrativo de escrita, a empresa indicou Fernando Pinto na lista de órgãos sociais como seu gerente (que eram exatamente os mesmos a indicar para a TAP), quando era suposto e estava previsto ser nomeado apenas para a administração da TAP“, garante o empresário. “O erro foi prontamente detetado e corrigido no dia 6 de novembro, tendo aliás Fernando Pinto esclarecido logo publicamente, à data dos factos, que havia sido um erro administrativo e que nunca tinha aceite ou assumido funções na Atlantic Gateway”.

David Neeleman faz, nestas respostas por escrito, uma revelação: “Em 2016 [depois da privatização], A ANAC, por razões regulatórias e devido ao conhecimento que tinha da empresa e da indústria, veio mesmo a exigir que Fernando Pinto assumisse também funções de gerência na Atlantic Gateway e formalizasse uma colaboração com o grupo Barraqueiro, o que veio a ocorrer no dia 25 de maio de 2016, seis meses após a conclusão da privatização. Mas repito, previamente à privatização Fernando Pinto não teve qualquer vínculo com a Atlantic Gateway ou com os seus acionistas“..

O empresário desmente também assim que Fernando Pinto tenha passado à condição de gerente da Atlantic Gateway logo nos dias seguintes a 8 de novembro, data da privatização. “Infelizmente é mais uma de algumas imprecisões e inverdades que têm sido ditas por alguns na comissão parlamentar sobre a nossa intervenção na TAP. Oportunamente, espero ter finalmente a oportunidade de responder à comissão, esclarecendo muitas dessas questões”, promete. “Um erro administrativo de “copy paste” numa ata e que foi corrigido em 48 horas não deve servir de distração para as funções importantes e temas de fundo que esta Comissão Parlamentar de Inquérito deve averiguar“.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

IVAucher ficou “aquém do esperado” e devolveu apenas 38 milhões aos consumidores

  • Ana Petronilho
  • 7 Junho 2023

Tribunal de Contas diz que foram devolvidos aos consumidores menos de metade (45%) do total de 86 milhões acumulados na faturação do alojamento e restauração. Foram pagos indevidamente 446 mil euros.

O Tribunal de Contas (TdC) diz que o IVAucher esteve em vigor “num curto espaço de tempo”, “foi tempestivo” e “ficou aquém do esperado”, com um “baixo nível de adesão” que resulta “de um conjunto de fragilidades”, como a falta de compreensão do funcionamento do programa por parte dos comerciantes.

Este cenário fez com que, entre outubro e dezembro de 2021, o valor devolvido em benefícios – através deste apoio criado durante a pandemia de Covid 19 para estimular o consumo nos setores do alojamento, cultura e restauração – não tivesse ultrapassado os 38 milhões de euros. Menos de metade (45%) do total de 86 milhões de euros acumulados na faturação destes três setores entre junho e agosto de 2021.

O TdC salienta ainda que foram pagos aos consumidores apenas cerca de 20% do valor total de 200 milhões de euros que estavam previstos no Orçamento de Estado de 2021 para esta medida. Além disso, os juízes do TdC detetaram “falhas” no programa que deram origem a “pagamentos indevidos de 446 mil euros”.

Apesar de reconhecer que o programa “foi oportuno e potenciou a faturação”, o relatório de auditoria do TdC ao IVAucher, divulgado esta quarta-feira, refere que “o nível de adesão por parte dos comerciantes limitou-se a 9.499 comerciantes, 17% de um universo potencial de 56 mil comerciantes” e, por parte dos consumidores, “cobriu apenas cerca de metade (1,5 milhões) do total de três milhões que efetuaram consumos nesses setores”. Em média, os consumidores receberam 41 euros através do IVAucher.

Uma das razões apontadas para a fraca adesão passa pelas alterações ao funcionamento do programa, quando já estava em curso, a que se somam as quatro alterações exigidas aos termos de adesão e outras sete à política de privacidade. Estas mudanças “conduziram a que subsistissem 63.040 consumidores aderentes que não aceitaram esses novos termos e acabaram por não utilizar 1,8 milhões de benefício acumulado”.

Além disso, frisam os juízes do TdC, inicialmente o apoio previsto na Lei do Orçamento de Estado para 2021 consistia num desconto imediato de até 50% nas compras realizadas pelos consumidores. No entanto, o IVAucher acabou por ser alterado “para passar a funcionar sob a forma de um benefício reembolsável até dois dias após a sua utilização, com base numa alteração ilegal por ter sido efetuada por via de um decreto regulamentar”. E esta alteração “reduziu a abrangência do universo de comerciantes ao passar a exigir um procedimento explícito de adesão”, lê-se no relatório.

O relatório refere ainda que aderiram ao IVAucher 1.449.957 consumidores que representam 48% do universo potencial e, entre os aderentes e com benefício disponibilizado, apenas 62% (923.436) o utilizaram. Ou seja, do valor acumulado não foram utilizados 48 milhões de euros no estímulo das atividades abrangidas.

O maior nível de adesão (70%) ocorreu nos consumidores que acumularam maior benefício potencial (mais de 100 euros) e nas faixas etárias entre os 25 e 55 anos. Já as faixas etárias acima dos 65 anos não utilizaram cerca de 70% a 80% do benefício.

Entre os 9.499 comerciantes que aderiram ao programa, foi no setor da restauração que mais se sentiu acréscimo no consumo, com uma subida de 7% no volume de faturação, sobretudo entre os comerciantes com uma faturação abaixo de um milhão de euros.

Pagamentos indevidos de 446 mil euros

O relatório revela ainda que durante o IVAucher decorreram “falhas que originaram pagamentos indevidos de 446 mil euros”, beneficiando “indevidamente 19.289 consumidores”, na sua maioria “devido a um erro na definição do tratamento a dar às notas de crédito no cálculo do benefício potencial de cada consumidor”.

Os “erros” detetados no cálculo destes benefícios “reforçam a necessidade de os sistemas de monitorização e controlo, em particular sobre sistemas de incentivos cada vez mais automatizados”. Segundo o documento do TdC entre os “erros” foi apurado “um valor a corrigir de 1.204.589 de euros”, do qual foram regularizados 777.111 de euros ainda durante o período de vigência do programa.

Mas ainda subsistiram 427.479,13 de euros que resultaram de pagamentos em excesso (1,1% do total de benefícios) a 19.289 consumidores sendo este um “ilícito suscetível de constituir os seus responsáveis em eventual responsabilidade financeira”.

Somam-se ainda “outras falhas de controlo” da responsabilidade da SaltPay, a entidade operadora do sistema, “nas transações efetuadas por 2.582 consumidores que geraram 26.012,69 euros de pagamentos em excesso”, no que toca a transações efetuadas “antes da adesão do consumidor, junto de comerciantes com CAE não elegível ou com pagamento de benefício duplicado”.

Assim, no total, verificou-se “um valor pago em excesso de 446 mil euros, ou seja, 1,2% do total de benefícios pagos”.

Tendo em conta que a auditoria analisa um programa já encerrado, os juízes do TdC recomendam, por isso, que sejam corrigidas “as deficiências detetadas” de forma a que “futuros sistemas de incentivos” tenham “um maior impacto”. Desde logo que sejam desenhados “mecanismos suficientes de acompanhamento, reporte e controlo” e se “acautele alternativas quanto ao uso de sistemas tecnológicos controlados por terceiros”, lê-se no documento.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CIA foi informada de que forças especiais ucranianas queriam explodir Nord Stream

  • Lusa
  • 6 Junho 2023

Documentos indicam que secretas de um país europeu informaram a CIA, quatro meses após o início da invasão russa da Ucrânia, de que mergulhadores militares estavam a planear ataque ao Nord Stream.

Uma agência de informação de um país europeu avisou a CIA, em junho de 2022, que as forças especiais ucranianas planeavam fazer explodir o gasoduto Nord Stream, noticiou esta teça-feira o Washington Post.

O diário cita informações de vários documentos confidenciais publicados online pelo jovem soldado americano Jack Teixeira, antes de a fuga de informação ter sido descoberta e o suspeito detido em meados de abril.

Os documentos indicam que uma agência de informações de um país europeu não especificado informou a CIA, quatro meses após o início da invasão russa da Ucrânia, de que mergulhadores militares que dependiam diretamente do comandante-chefe das forças armadas ucranianas estavam a planear este ataque ao Nord Stream.

Os gasodutos Nord Stream 1 e 2, concebidos para transportar gás natural da Rússia para a Alemanha, foram atingidos por explosões submarinas em 26 de setembro e ficaram inoperacionais, podendo privar Moscovo de milhares de milhões de dólares em receitas.

Vários países, incluindo a Rússia, a Ucrânia e os Estados Unidos, foram acusados de serem responsáveis, mas todos negaram o facto. De acordo com o Washington Post, os Estados Unidos, tendo sido avisados do alegado ataque planeado, avisaram os seus aliados, incluindo a Alemanha.

De acordo com a agência de informação europeia que forneceu a informação, a operação foi supervisionada pelo general Valeriï Zaloujniï sem o conhecimento do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

As revelações do Washington Post são coerentes com a informação dos investigadores alemães de que uma equipa de seis pessoas munidas de passaportes falsos pediu emprestado um veleiro no porto de Rostock, na Alemanha, para realizar a operação.

A empresa polaca que alugou o iate era, de facto, propriedade de ucranianos. No entanto, a imprensa dinamarquesa noticiou recentemente que um navio da marinha russa especializado em operações submarinas tinha sido fotografado perto da zona de sabotagem pouco antes das explosões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PS considera que reporte ao SIS está “mais do que esclarecido”

  • Lusa
  • 6 Junho 2023

“Não se percebe como é que a oposição quer continuar a alimentar esta novela, este folhetim, em vez de se centrar nas questões que são essenciais aos portugueses”, disse Brilhante Dias.

O líder parlamentar do PS considerou esta terça-feira que o caso do reporte ao Serviço de Informações de Segurança (SIS) do computador levado do Ministério das Infraestruturas está “mais do que esclarecido”, acusando a oposição de “alimentar uma novela”.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, Eurico Brilhante Dias salientou que o PS retirou “três conclusões fundamentais” da audição do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro, António Mendonça Mendes, em contraponto com as “conclusões precipitadas” da oposição.

A primeira, segundo o líder parlamentar do PS, é que “confirma-se que foi o protocolo do Governo, acionado pela senhora chefe de gabinete [do ministro das Infraestruturas, João Galamba] que fez com que o serviço de informações agisse”.

A segunda conclusão retirada pelo PS prende-se com as declarações de Mendonça Mendes segundo as quais “não foi por nenhuma intervenção de nenhum membro do Governo que o serviço de informação agiu”, a que acresce ainda o facto de ter ficado claro que o primeiro-ministro só foi informado por João Galamba sobre os incidentes no Ministério das Infraestruturas “bastante tarde, depois dos factos”.

“Estas três conclusões, que já conhecíamos, não foram em momento algum desmentidas”, frisou. Brilhante Dias considerou ter ficado igualmente claro que “houve um telefonema” entre Galamba e Mendonça Mendes, mas que “desse telefonema nada relevou para a intervenção dos serviços de informação”.

Referindo-se às declarações de Mendonça Mendes, Brilhante Dias disse que, no telefonema, houve uma “listagem de entidades”, que terá incluído os serviços de informações, mas ficou claro que quem devia “fazer a avaliação em concreto” sobre a quem recorrer era o ministério das Infraestruturas, porque era quem conhecia “o material classificado”.

“O senhor secretário de Estado ainda hoje disse que, em concreto, não poderia dar nenhuma informação até porque não conhecia de facto quais eram os documentos e muito menos está no âmbito das suas competências”, referiu. Neste contexto, o líder parlamentar do PS considerou que, perante estes quatro pontos, “não se percebe como é que a oposição quer continuar a alimentar esta novela, este folhetim, em vez de se centrar nas questões que são essenciais aos portugueses”.

“Sinceramente, depois de um dia como hoje, em que, com as palavras do ministro Pedro Nuno Santos, nós percebemos que a privatização da TAP em 2015 é uma privatização que oculta que quem tinha o risco era o Estado, continuamos a falar de um caso que está mais do que esclarecido”, sublinhou.

Brilhante Dias lamentou que o principal partido da oposição, em referência ao PSD, ainda não tenha comentado, “uma única vez, os dados da economia portuguesa”, em referência aos dados do primeiro trimestre deste ano divulgados na semana passada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). “Estamos a alimentar uma novela e esta novela, hoje, nós já sabíamos como é que terminava. Já sabíamos que os partidos à direita terminariam, independentemente da audição, com a mesma conclusão”, vincou, em referência aos pedidos de demissão de PSD, Chega e IL.

Questionado se, visto que Mendonça Mendes afirmou que não tinha elementos para sugerir um reporte ao SIS, isso não implica que João Galamba tenha mentido à comissão de inquérito à TAP ao dizer que foi o secretário de Estado que lhe indicou que acionasse as ‘secretas’, Brilhante Dias negou.

“Inferir que mentiu parece uma precipitação, eu acho que isso não faz sentido”, respondeu, reiterando que, no telefonema com Mendonça Mendes, foram “listadas entidades” num quadro abstrato, entre as quais “seguramente os serviços de informações”. “Em concreto, a decisão é do titular do gabinete e, neste caso, porque tinha essas competências, o sistema de informações foi acionado pela chefe de gabinete” de João Galamba, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Catalã MGC Seguros assume gestão da Caja de Socorros de la Policía

  • ECO Seguros
  • 6 Junho 2023

Operação espanhola é mais um passo numa vaga de fusões no setor face ao aumento da regulamentação e à perda de rentabilidade pelo aumento dos sinistros.

A MGC Seguros da Catalunha vai adquirir a Caja de Socorros de la Policía, uma companhia espanhola de seguros mútuos que oferece serviços e produtos aos membros das forças policiais. A operação é mais uma no processo de concentração que se tem vindo a verificar nos últimos meses no segmento das empresas sem fins lucrativos que vendem apólices a diferentes grupos para se manterem num contexto cada vez mais complexo, com o objetivo de evitar a dissolução.

A MGC aproveitou a situação da entidade ligada à polícia para se expandir para fora da Catalunha, melhorar a sua situação patrimonial e diversificar as suas fontes de rendimento e clientes. De acordo com o processo de fusão a que a publicação espanhola The Objective teve acesso, a operação deverá ser aprovada em 30 de junho pelas assembleias de ambas as mútuas.

A MGC é uma companhia de seguros especializada em seguros de saúde. A Caja de Socorros, com mais de 100 anos de existência, oferece seguros de vida principalmente aos membros da polícia. Esta instituição não é a única ligada às forças de segurança do Estado, uma vez que este grupo dispõe igualmente da Mupol e da Muface, esta última destinada a todos os funcionários e agentes públicos.

O projecto de integração explica que a aquisição dará à MGC, que tem cerca de 75 000 clientes, uma presença na região de Madrid, a principal área de negócios da Caja de Socorros. Além disso, indica que melhorará a sua eficácia operacional e complementará os serviços que oferece. Recentemente, adquiriu um dos seus concorrentes na Catalunha, a Mutua Igualdina, com sede em Barcelona, em 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mapfre Portugal empenhada em “descarbonização da economia”

  • ECO Seguros
  • 6 Junho 2023

Companhia ultrapassou todos os objetivos estabelecidos para alcançar parâmetros de carbono-zero. Empenho do Grupo e atitudes chave foram a justificação.

A Mapfre Portugal reduziu a sua pegada de carbono global em 26% em relação a 2019, fixando-se 22 pontos e meio acima do desafio marcado para 2022 (3,5%).

A companhia informa que superou todos os objetivos estabelecidos para reduzir o impacto da sua atividade no ecossistema e promover a sustentabilidade. Em comunicado, explica que os resultados devem-se ao esforço desenvolvido pelo Grupo em continuar a avançar em direção à descarbonização da economia, não apenas através do investimento e da assinatura, mas também de medidas de redução da pegada das suas operações diretas. Destacam a restrição de combustíveis fósseis e eletricidade, a utilização de fontes de energia renovável, como a solar, a substituição da sua frota de veículos convencionais por híbridos ou elétricos e a redução das viagens de negócios e os deslocamentos dos seus funcionários até aos locais de trabalho.

A Mapfre avança na concretização de objetivos públicos como reduzir em 50% a pegada de carbono operacional do Grupo até 2030 (relativamente a 2019) e tornar-se uma empresa neutra em todos os países até 2030, desafios que representam conhecer a sua pegada atual e identificar estratégias de curto, médio e longo prazo para reduzi-la e compensar a parte que não pode ser excluída.

Menos combustíveis fósseis

Em 2022, o Grupo comprou 65% da eletricidade com certificados de garantias de origem 100% renovável, graças aos contratos de compra de eletricidade verde atualmente em vigor em países como Portugal (99%), Espanha, Alemanha e Paraguai (100%), Brasil (70%) e Itália (50%), o que significa que todos eles fazem maior uso de energias limpas e que exigem menor queima de combustíveis fósseis na gestão dessa eletricidade.

A companhia destaca, em comunicado, que se comprometeu a que 100% do consumo elétrico até 2030 provenha de energias limpas. A seguradora reduziu em 9% a pegada de carbono vinculada principalmente ao consumo de combustíveis, superando amplamente o objetivo estabelecido de 1,7%, em maior medida devido à substituição progressiva da frota própria de veículos, com motores de combustão convencional por veículos híbridos ou elétricos, que em 2022 representaram 15% e que tem como objetivo 100% até 2030.

O uso de aquecimento sustentável permitiu a substituição de caldeiras de diesel e gás natural por bombas de calor elétricas.

Mobilidade: menos viagens de negócio

A pegada de carbono indireta, principalmente associada à mobilidade dos funcionários, também foi reduzida em 29%, comparativamente a 2019, um dado que excede significativamente o objetivo estabelecido (3,5% para este ano) e que significa um avanço importante neste sentido, pois tanto as viagens de negócio quanto os deslocamentos diários até ao local de trabalho, ou “commuting”, representam mais de 65% das emissões totais.

Esta queda teve influência na nova política de viagens recentemente aprovada pela empresa e que busca eliminar os deslocamentos desnecessários e promover o uso de transporte sustentável, como por exemplo o uso do comboio de alta velocidade ao invés do avião.

Ambas as medidas contribuíram para reduzir a pegada de carbono procedente
das viagens de negócio em 2022 em 68% em relação a 2019, superando de forma
significativa o objetivo previsto de 2% para o ano 2022.

Graças à implantação gradual e permanente dos modelos de trabalho híbrido (presencial e remoto) no Grupo, em 2022, a pegada de carbono do “commuting” nesse ano diminuiu em 14%, comparativamente a 2019, um valor que também supera o objetivo de 4% estabelecido para esse ano.

12% a menos de energia

Em 2022, o consumo de energia do Grupo Mapfre, vinculado ao consumo de energia dos edifícios e à frota de veículos, diminuiu em 12% relativamente a 2019, superando o objetivo previsto para 2022 de 3%. Esta redução deve-se, principalmente, à implantação de modelos híbridos de trabalho, à otimização de espaços de trabalho, aos investimentos de eficiência energética e à renovação de frotas de automóveis para motores ECO e mais eficientes.

Mais painéis solares

Atualmente, o consumo elétrico representa mais de 70% do consumo energético do Grupo. Em 2022, a energia elétrica adquirida total foi reduzida em 16 GWh, representando 14% a menos em relação a 2019.
Em comunicado, a companhia destaca o impacto da instalação de painéis solares em Espanha, com 4.700 painéis fotovoltaicos, algo que permitiu uma redução anual de 3 GWh na sede central da entidade. Com a geração de energia solar neste país, em 2022 foram adicionados outros países como México, República Dominicana e Itália, que já geram 0,2 GWh entre os três países.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.