Programa da Fábrica de Unicórnios para acelerar scaleups tem oito novos membros

  • ECO
  • 5 Junho 2023

As oito scaleups já angariaram mais de 46 milhões de euros em investimento - mais 10 milhões do que as scaleups da primeira edição - e dão emprego a quase 200 pessoas.

Há mais oito scaleups a juntarem-se ao programa de aceleração de negócios tecnológicos em Lisboa. A segunda edição da iniciativa que decorre na Fábrica de Unicórnios do Hub Criativo do Beato arrancou esta segunda-feira. Já angariaram mais de 46 milhões em investimento e empregam cerca de 200 pessoas.

As novas empresas são a solução de apoio ao cliente com recurso à inteligência artificial da Automaise; a plataforma de criação de personagens digitais em 3D da Didimo; a plataforma que mede reações emocionais a partir de sensores da MediaProbe; a produtora de proteínas em rápido crescimento Micro Harvest; a plataforma que converte equipamentos em postos de trabalho ProGrow; a fintech para negócios criarem contas digitais Rauva; a montra digital de serviços de bem-estar SheerMe; e ainda a empresa de colecionáveis digitais de desporto Splink.

No conjunto, as oito scaleups já angariaram mais de 46 milhões de euros em investimento — mais 10 milhões do que as scaleups da primeira edição — e dão emprego a quase 200 pessoas.

A partir de agora, o programa Scaling Up passa a contar com 16 empresas tecnológicas, três das quais são internacionais.

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TELLES autonomiza área de Direito do Desporto com a entrada de José Miguel Albuquerque

José Miguel Albuquerque, advogado especializado em direito do desporto, assessorou vários jogadores e agentes antes de trabalhar no Sporting Clube de Portugal.

A TELLES acaba de anunciar a autonomização da área de Direito do Desporto. A equipa da TELLES, que agora se autonomiza formalmente com a entrada de José Miguel Albuquerque, resulta de “um forte know-how adquirido em diversas áreas do direito do desporto, incluindo a resolução de todo o tipo de disputas internacionais e nacionais perante órgãos de resolução de litígios desportivos e a assessoria a agentes desportivos (clubes, jogadores, treinadores e agentes) em todas as matérias relacionadas com transferências, contratações e registo de jogadores e agentes”, explica o escritório, em comunicado.

Francisco Espregueira Mendes, sócio da TELLES, refere que “o grande crescimento da TELLES na área do direito do desporto justifica a sua autonomização, sendo nosso objetivo prestar um serviço cada mais especializado aos nossos clientes e com uma maior proximidade dos mesmos”.

Para José Miguel Albuquerque, advogado especializado em direito do desporto, “após vários anos a assessorar jogadores e agentes antes de trabalhar no Sporting Clube de Portugal, e quatro anos a trabalhar enquanto advogado do clube no futebol profissional, de formação e nas suas demais modalidades desportivas, é com grande entusiasmo que me junto à TELLES, na perspetiva de oferecer aos nossos clientes um serviço especializado numa área em que a TELLES aposta de forma crescente e efetiva”.

José Miguel Albuquerque tem vindo a desenvolver a sua área de especialização direito do desporto. O mais recente advogado da TELLES esteve nos últimos quatros anos a trabalhar enquanto advogado sénior do Sporting Clube de Portugal e tem um percurso notável no setor do desporto, tendo acompanhado processos de arbitragem no TAD e no TAS e de contencioso disciplinar nos órgãos da Federação Portuguesa de Futebol e da FIFA, bem como todos os processos de contratação, renovação e de transferência definitiva ou temporária de jogadores. A sua experiência no setor do desporto inclui ainda assessoria em transações e operações financeiras em matérias de corporate finance, banking, corporate governance e mercado de capitais, bem como na elaboração e negociação de contratos de patrocínio e de parceria com impacto material na atividade do Sporting Clube de Portugal.

Concluiu a parte curricular do Mestrado Científico em Ciências Jurídico-Laborais e Societárias e detém três pós-graduações (Direito e Finanças do Desporto pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa; Direito das Sociedades Comerciais e das Sociedades Abertas pela Faculdade de Direito da Universidade Católica; “El Tribunal Arbitral del Deporte de Lausana (TAS) – Introduccíon Jurídica a su Funcionamento” pela Universidad Rey Juan Carlos – Instituto de Derecho Público) e concluiu recentemente a primeira edição do Executive Programme in Football Agency da FIFA.

João Pinho de Almeida, consultor da TELLES, será responsável pela equipa de Direito do Desporto, constituída por José Miguel Albuquerque, associado sénior especializado em direito do desporto, Sara Brito Cardoso, associada especializada em direito fiscal, e Sara Mesquita, associada especializada em Trabalho e Segurança Social.

A equipa é multidisciplinar e a sua autonomia surge também como reconhecimento formal da sólida e profunda experiência que foi acumulando ao longo dos últimos anos na assessoria a atletas, agentes, sociedades desportivas, clubes, associações e federações de diferentes modalidades.

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BE quer ouvir Fernando Medina e secretário de Estado sobre certificados de aforro

  • Lusa
  • 5 Junho 2023

Para o Bloco, a medida do Governo também “contraria os objetivos de aumento da poupança e de proteção da dívida pública das pressões dos mercados financeiros externos”.

O BE pediu esta segunda-feira a audição parlamentar urgente do ministro Fernando Medina e do secretário de Estado das Finanças sobre a suspensão de emissão de certificados de aforro da série E e comercialização de uma nova com juros inferiores.

Os bloquistas citam dados do Banco de Portugal para salientar que Portugal é “o segundo país da Europa com juros mais baixos nos depósitos bancários, longe dos 2,77% que já oferecia França”, e que as taxas de juro dos novos depósitos a prazo estavam em 0,9% em Portugal.

“Temos, portanto, uma banca que lucra dez milhões de euros por dia, que cobra juros às pessoas que pagam crédito à habitação, com taxas de juros varáveis a subirem de mês para mês, mas que não quer remunerar a poupança dessas mesmas pessoas”, critica o BE, considerando que são estes dados que ajudam a explicar a fuga dos depósitos bancários.

No requerimento, assinado pela coordenadora Mariana Mortágua, o BE questiona o momento do fim das subscrições da Série E dos Certificados de Aforro “cuja taxa de juro estava fixada em 3,5%, avançando com uma nova Série F em que a taxa base não poderá ser superior a 2,5%”.

“O governo defende a racionalidade do fim da comercialização da série E dos Certificados de Aforro e a criação da nova série F, rejeitando qualquer pressão da banca, mas o que é certo é que esta medida foi tomada após declarações públicas do presidente do Conselho de Administração do Banco dos CTT, João Moreira Rato, defendendo que o Governo deveria ‘interromper a emissão de Certificados de Aforro’”, refere a deputada.

Para o Bloco, a medida do Governo também “contraria os objetivos de aumento da poupança e de proteção da dívida pública das pressões dos mercados financeiros externos”, questionando ainda por que razão a comercialização dos certificados de aforro será alargada a outras instituições bancárias.

“O Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer a audição urgente do ministro da Finanças, Fernando Medina e do secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes”, pede o BE, no requerimento dirigido à Comissão parlamentar de Orçamento e Finanças. A nova série de certificados de aforro, a ‘F’, começou hoje a ser comercializada, oferecendo uma taxa de juro base bruta de 2,5%, depois da suspensão da ‘série E’, que levou a oposição a tecer várias críticas.

A suspensão da série E, e a sua substituição levou PSD, BE e PCP a acusar o Governo de “andar a reboque” ou fazer um favor aos bancos. A acusação foi rejeitada pelo secretário de Estado das Finanças, João Nuno Mendes, numa declaração aos jornalistas, no sábado, em que respondeu às críticas e afirmou que “houve cedência zero a banca”. O PCP já tinha pedido no sábado a audição urgente de João Nuno Mendes na Assembleia da República.

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André Peralta Santos é o novo sub-diretor da saúde (em regime de substituição)

  • ECO
  • 5 Junho 2023

O Ministro da Saúde nomeou André Peralta Santos como subdiretor-geral da Saúde, em regime de substituição.

André Peralta Santos, médico de saúde pública, é o novo subdiretor-geral da Saúde, ainda que em regime de substituição, anunciou esta segunda-feira o ministério da Saúde. A nomeação surge depois de Rui Portugal, anterior sub-diretor, se ter demitido do cargo, na passada quarta-feira, e depois de ter sido aberto, nesta segunda-feira o concurso para encontrar um novo líder para a Direção-Geral da Saúde (DGS).

Peralta Santos era o atual coordenador do projeto PaRIS – Estudo Internacional sobre os Resultados e Experiências dos Utentes com os Serviços de Saúde.

Médico especialista em Saúde Pública desde 2015 e Assistente de Saúde Pública da carreira médica no Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central, ARS Alentejo, desde 2016, André Peralta Santos tornou-se conhecido dos portugueses pelas suas intervenções durante a pandemia de Covid-19. O médico foi diretor de Informação e Análise na Direção-Geral de Saúde em regime de substituição, tendo saído em setembro de 2021, quando a taxa de vacinação primária atingiu os 85%.

André Peralta Santos é professor assistente convidado na Escola Nacional de Saúde Pública, onde leciona nas áreas de Epidemiologia e Ciência de Dados, desenvolvendo investigação relacionada com os impactos de choques externos nos sistemas de saúde, em particular, as consequências de doenças infecciosas com potencial epidémico ou pandémico tanto nos sistemas de saúde como na saúde da população.

Frequentou também o Internato Médico de Saúde Pública no Agrupamento de Centros de Saúde da Amadora, estagiou na Organização Mundial de Saúde (OMS) e na Comissão Europeia (DG-SANTE). É ainda mestre em Medicina pela Universidade Nova de Lisboa, pós-graduado em investigação pela Harvard Business School, mestre em Saúde Pública pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Saúde Global pela Universidade de Washington, Estados Unidos da América, onde foi bolseiro Fulbright.

(Notícia atualizada às 20h01 com mais informação)

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Apple lança óculos de “realidade aumentada” que custam 3.499 dólares. Veja como são

Marca apresentou óculos que permitem ver e usar aplicações que pairam no espaço físico real. Novo produto esteve anos a ser desenvolvido e chega às lojas dos EUA em 2024 por 3.499 dólares.

Os Apple Vision Pro chegam às lojas dos EUA no início de 2024Apple

A Apple apresentou esta segunda-feira os seus muito aguardados óculos de “realidade aumentada”. O novo produto chama-se Apple Vision Pro e assemelha-se a óculos de esqui, permitindo ao utilizador ver as janelas das aplicações no espaço físico real. Podem ser controlados com os olhos, com as mãos e com a voz.

Os Vision Pro, que vão custar 3.499 dólares nos EUA, chegam às lojas no início do próximo ano, mas não a Portugal nesta primeira fase. A empresa promete lançar o produto noutros países mais tarde em 2024, sem referir que mercados serão contemplados.

Os anúncios foram feitos no final da abertura da conferência anual de programadores da marca, onde também foram lançadas outras novidades, incluindo um MacBook Air de 15 polegadas e o iOS 17, a próxima versão do sistema dos iPhones. Os óculos representam uma categoria de produto totalmente nova para a Apple e são um teste à liderança do CEO, Tim Cook.

A tecnológica norte-americana tem estado a trabalhar neste produto há vários anos, confirmou o presidente executivo. “Acredito que a realidade aumentada é uma tecnologia profunda”, disse o CEO da Apple, sublinhando que vai permitir “desbloquear novas experiências” aos utilizadores. Não se tratam apenas de uns óculos, mas sim uma “plataforma” com “um novo produto revolucionário”, assegurou.

Durante a apresentação, vários responsáveis referiram-se aos Vision Pro como um “computador espacial”. A Apple tem a expectativa de que este seja o “momento iPhone” da realidade aumentada e virtual – o empurrão necessário para uma tecnologia que, apesar do potencial, tem tido dificuldades em descolar.

Os Vision Pro permitem correr aplicações no espaço físico e são diferentes dos óculos de realidade virtual de outras marcas no mercado, porque não são, necessariamente, imersivos. Por outras palavras, enquanto os óculos Quest 2 da concorrente Meta transportam o utilizador para um mundo virtual totalmente novo, os Vision Pro da Apple conseguem misturar elementos virtuais com o mundo real, de modo a que o utilizador consiga manter-se consciente do que está a acontecer nas redondezas.

Ainda assim, é possível alterá-los para um modo mais imersivo e a Apple desenvolveu uma tecnologia para que as outras pessoas saibam se o utilizador está num mundo virtual ou se tem os pés assentes na Terra. A funcionalidade chama-se EyeSight e, na prática, faz com que os olhos do utilizador estejam visíveis, ou não, a quem está de fora.

Para fazer tudo isto, os óculos da Apple, feitos em vidro e alumínio, contam com 12 câmaras, cinco sensores e seis microfones que funcionam de forma integrada num novo sistema operativo desenhado para o efeito. A empresa adaptou também um dos seus chips para permitir que os óculos sejam silenciosos e não aqueçam. Chamou ao novo processador Apple R1.

A um nível mais prático, os óculos da Apple possuem uma espécie de rosca que permite fixar e ajustar o equipamento à cabeça do utilizador, além de uma Digital Crown semelhante à que existe no Apple Watch. Confirmam-se os rumores de que os óculos serão acompanhados por uma bateria que se põe no bolso e que confere ao equipamento duas horas de autonomia.

Os Vision Pro têm uma bateria externa que dá duas horas de autonomiaApple

Para já, os mercados não estão a ver bem os óculos da Apple. Minutos depois da apresentação, as ações da tecnológica inverteram a tendência de subida e desceram para terreno negativo. A pouco mais de uma hora do encerramento dos mercados em Wall Street, os títulos caíam 0,20%, para 180,59 dólares.

(Notícia atualizada pela última vez às 20h33)

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Finanças autorizam garantias do Estado Português a Angola de mais de 500 milhões

  • Lusa
  • 5 Junho 2023

As autorizações foram dadas em três despachos assinados pelo ministro das Finanças, Fernando Medina.

O Governo autorizou esta segunda-feira a emissão de garantias pessoais do Estado português ao Estado angolano de 592,2 milhões de euros, somando cerca de 522 milhões de euros de investimento e comissões da garantia, para três projetos em Angola.

As autorizações foram dadas em três despachos assinados pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, publicados em Diário da República, e concretizam o já anunciado esta segunda, em Luanda, aumento da linha de crédito para Angola. Num dos despachos é autorizada “a garantia pessoal do Estado” às obrigações a contratar pela República de Angola, junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “no valor global de 273.537.097,05 euros” para o projeto de mobilidade na província de Cabinda (eixo Cabinda-Miconje).

A segunda garantia tem o “valor global de 195.417.579,74 euros”, no âmbito de um financiamento direto ao importador, “decorrente da execução do projeto de empreitada de reabilitação da EN 250 (troço Lumege-Cameia-Luacano-Luau) na província de Moxico”.

A terceira garantia pessoal do Estado português às obrigações a contratar pela República de Angola, junto da CGD, tal como as anteriores, tem o valor global de 123.236.996,81 euros e destina-se à execução do projeto de conclusão e reparação de Autoestrada N’Zeto (Soyo).

Estas operações revestem-se de “interesse estratégico para a internacionalização da economia portuguesa e para o fomento das relações económicas com a República de Angola”, fundamenta o Governo português. As garantias são concedidas ao abrigo da convenção Portugal-Angola, relativa à cobertura de riscos de créditos à exportação de bens e serviços de origem portuguesa para Angola.

Os governos de Angola e de Portugal assinaram esta segunda, em Luanda, 13 acordos de cooperação bilateral, sobretudo nos domínios económico e financeiro, numa cerimónia presidida pelo chefe de Estado angolano, João Lourenço, e pelo primeiro-ministro português, António Costa.

Um dos acordos assinados, pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, foi precisamente o aumento da linha de crédito empresarial de 1,5 mil milhões de euros para dois mil milhões de euros. Nas declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro português tinha já referido que se chegou ao número de 13 acordos entre os dois países, porque nos últimos dias a Caixa Geral de Depósitos fechou três contratos de financiamento.

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“A TAP não constou da pasta de transição” do Governo de Passos Coelho, afirma Centeno

O ex-ministro das Finanças afirmou na comissão parlamentar de inquérito à TAP que não recebeu informação sobre a companhia aérea do Governo PSD/CSDS.

Mário Centeno, ex-ministro das Finanças, afirmou esta segunda-feira na comissão parlamentar de inquérito que a TAP não constava da pasta de transição que foi passada pelo segundo Governo de Pedro Passos Coelho ao Executivo socialista que se seguiu. O agora governador do Banco de Portugal rejeitou ter participado em reuniões para a compra da participação de David Neeleman pelo Estado.

A TAP não constou da pasta de transição do XX para o XXI Governo Constitucional”, disse Centeno aos deputados. Perante a insistência de Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, reiterou “a pasta de transição na dimensão TAP era inexistente. Nem pen, nem dossiês”, reiterou.

Em resposta a Rita Borges Madeira, do PS, o atual governador do Banco de Portugal diz que foi “alertado pelos responsáveis do XX Governo para a extrema fragilidade da empresa em novembro de 2015”, numa reunião antes ainda de tomar posse, “fora da transição de governos, ainda noutra órbita”.

Filipe Melo, do Chega, lembrou a audição na CPI de Pedro Ferreira Pinto, antigo presidente da Parpública, que afirmou que numa reunião a 9 de dezembro de 2015 entregou um dossiê completo sobre a TAP aos ministros das Finanças e Infraestruturas e que passados vários minutos não recebeu questões, para seu espanto. “Disponibilizei-me para dar mais informações no futuro mas nunca mais me fui questionado o que me causou enorme espanto”, citou Filipe Melo.

O deputado do Chega perguntou se Mário Centeno tinha participado na reunião. “Claro que não”, foi a primeira resposta. “A 9 de dezembro, que por sinal é o meu aniversário, os dias nas Finanças eram muito longos. Se regressar a 9 de dezembro de 2015 e se lembrar o que estava a acontecer no Banif. Não há registo no meu gabinete dessa reunião”, assegurou. Ricardo Mourinho Félix, que foi seu secretário de Estado Adjunto do Tesouro e das Finanças, também afirmou na Comissão de Economia não ter registo da reunião.

“Houve, nas semanas seguintes, reuniões que foram crescentes em termos de número e incidência das reuniões, mas com o ministério das Infraestruturas, com o presidente da Parpública, onde foi passada informação. No momento em que cessou funções teve louvor do Governo, dado pelo secretário de Estado”.

O agora governador do Banco de Portugal quis depois sublinhar que o Ministério das Finanças recebeu informação Parpública, até por se tratar de uma entidade por si tutelada. “Foi passada a informação que a Parpública entendeu por bem passar ao Governo”, sublinhou.

O atual ministro das Finanças foi também confrontado com dois temas que têm marcado as audições: as cartas de conforto enviadas aos bancos na privatização de 2015 e os fundos Airbus usados pela Atlantic Gateway para capitalizar a companhia aérea naquele mesmo ano. Sobre as primeiras afirmou que teve conhecimento, embora não conseguisse apontar exatamente o momento. Sobre os fundos Airbus, disse que só soube recentemente pelas notícias.

Rita Borges Madeira insistiu e pediu a opinião do ex-ministro sobre validade dos fundos Airbus recebidos por David Neeleman, depois usados pela Atlantic Gateway para capitalizar a TAP com 227 milhões de dólares em prestações acessórias. “Ainda não sei muito bem o que se passou. A resposta não pode ser sim ou não. Soube da existência desse mecanismo muito recentemente, mais ao menos quando todos tivemos”, disse.

Bernardo Blanco também recuperou a audição de Pedro Ferreira Pinto, para lembrar que o antigo presidente da Parpública afirmou que a informação sobre a existência dos fundos Airbus constava do dossiê entregue. Centeno repetiu o que já dissera Mourinho Félix, de que nada foi transmitido às Finanças sobre o tema.

“Das discussões que tive no Governo não me lembro disto ser um problema do ponto vista da orientação estratégica. Se houvesse um tema negocial levantado que questionasse a capacidade financeiro ou o apport financeiro [do acionista] esse tema teria sido discutido. O que estou a responder é que não foi”, acrescentou. “Eu ainda hoje não sei como o mecanismo [dos fundos Airbus] funciona.

Pedro Filipe Soares questionou o antigo ministro sobre se os 55 milhões, pagos em 2020 pelo Estado a David Neeleman para comprar a sua participação de 22,5%, estavam relacionados com as prestações acessórias. “Nesse momento não tinha responsabilidade governativa e não tenho visibilidade sobre esse processo. Seria especulativo” responder, afirmou Mário Centeno.

Centeno rejeita ter negociado renacionalização da TAP

João Barbosa de Melo lembrou que o acordo com David Neeleman para a compra da sua participação (22,5%) pelo Estado foi fechado no mês seguinte à saída de Centeno do Governo. “Continua a dizer que não sabe de nada?”. “Escolheu a pessoa errada para responder a essa pergunta”, respondeu o ex-ministro.

“Nenhuma decisão estratégica foi tomada sem a presença do ministro das Finanças”, garantiu Centeno, que lembrou que além de ministro era presidente do Eurogrupo. “Eu tinha dois empregos, um na Europa”, lembrou. “Nem eu nem os meus secretários de Estado, o Ricardo Mourinho Félix ou o professor Álvaro Novo, participámos em reuniões conducentes à aquisição de participações sociais dos privados na TAP”, garantiu.

Nem eu nem os meus secretários de Estado, o Ricardo Mourinho Félix ou o professor Álvaro Novo, participámos em reuniões conducentes à aquisição de participações sociais dos privados na TAP.

Mário Centeno

ex-ministro das Finanças

“A 14 de junho [quando saiu do Governo] não havia nenhuma negociação para a aquisição de participações do Estado”, voltou a asseverar mais tarde o agora governador do Banco de Portugal.

Bruno Dias, do PCP, quis também saber se o antigo ministro das Finanças teve conhecimento da oferta de aquisição da TAP feita pela Lufthansa no início de 2020, antes da pandemia. “Nunca vi a proposta da Lufthansa. Não a conheço”, respondeu.

A audição do antigo administrador não executivo da TAP, Diogo Lacerda Machado, também foi lembrada. Filipe Melo, do Chega, lembrou que o jurista afirmou aos deputados que foi pressionado por Souto de Miranda, ex-secretário de Estado de Pedro Nuno Santos, para chumbar um orçamento da TAP no conselho de administração. O então ministro das Finanças respondeu que o seu ministério “esteve de acordo em que o orçamento fosse aprovado”.

Despique com o PSD

A troca de argumentos mais intensa da audição acabou por ser com o PSD. João Barbosa de Melo questionou Centeno sobre a criação da comissão paritária para acompanhamento da privatização, que fazia parte do acordo fechado com a Atlantic Gateway e conferia ao Estado a possibilidade de reverter a venda se os compromissos não fossem cumpridos.

“O facto da dita comissão paritária não existir, mas ela ser tão relevante como releva, talvez justificasse que na pasta de transição tivesse sido mencionada”, respondeu Centeno. Perante a insistência, foi a vez do ex-ministro questionar o deputado do PSD porque o anterior Governo social-democrata não a criou logo após ter sido fechada a privatização a 12 de novembro de 2015. “A 13 de novembro talvez pudesse ter sido nomeada, nem a 13, nem a 14, nem a 15 ou 25 de novembro. A 26 de novembro [quando] eu tomo posse e havia outra visão”.

A “outra visão”, defendida por Mário Centeno, foi a operação de recompra que pôs o Estado novamente com 50% do capital da TAP e conferiu-lhe o direito de nomear vários membros não executivos para o conselho de administração, com o presidente a poder desempatar a favor do Estado. “Entre uma comissão paritária e sete membros de um conselho de administração não tenho dúvida de qual o modelo que tem maior controlo e supervisão” sobre a companhia”, apontou.

O ex-ministro das Finanças também defendeu uma interpretação das cartas de conforto dadas em 2015 aos bancos portugueses credores da TAP contrária à que tem sido defendida pelo PSD. “A interpretação que tínhamos no Ministério das Finanças àquela data e quando começámos a recolher informação mais detalhada era que, através daquele conjunto de cartas conforto, o Estado se obrigava em caso de não cumprimento a exercer o direito potestivo de recompra da TAP, e portanto a dívida passada, presente e futura” passava a ser responsabilidade do Estado.

O governador do Banco de Portugal também discordou da avaliação do Tribunal de Contas de que com a recompra as responsabilidades para o Estado aumentaram. Centeno explicou que, ao contrário do que acontecia nas cartas de conforto, com as garantias dadas após a recompra o Estado só se responsabilizava por 110% da dívida pré-existente, ou 542 milhões de euros. Soma que depois baixou para 156 milhões em 2019 com a redução da dívida aos credores.

Mário Centeno foi ministro das Finanças de Portugal entre 26 de novembro de 2015 e 15 de junho de 2020, apanhando a recompra de parte do capital da TAP vendido à Atlantic Gateway em 2017, que aumentou a participação do Estado para 50%, e o empréstimo de emergência de 1,2 mil milhões dado à companhia aérea logo após a pandemia.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estendendo-se até 23 de julho.

(notícia atualizada às 22h51)

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Publicidade representa mais de dois terços das receitas das aplicações móveis

A América do Norte foi a região que atraiu mais publicidade nas aplicações móveis, com perto de metade do total, seguida pela Ásia com 23% (China não está incluída), e pela Europa, com 19%.

Em 2022 e globalmente, dos 500 mil milhões de dólares (cerca de 464 mil milhões de euros) de receita das aplicações móveis, 67% (cerca de 311 mil milhões de euros) veio da publicidade nas aplicações. Já as compras dentro das próprias apps representaram cerca de 33%, ou seja, cerca de 153 mil milhões de euros.

Estas são algumas das conclusões do relatório “State of App Revenue“, da Data.ai, que revelam também que enquanto o investimento em publicidade cresceu 14% face a 2022, o valor das compras dentro das aplicações desceu 2%.

O estudo indica que dentro das receitas geradas através de publicidade, 65% foram para outros tipo de aplicações que não de jogos, enquanto as aplicações de jogos amealharam os restantes 35%. Já quanto às compras realizadas dentro das aplicações, o cenário inverte-se com os jogos a representarem a maior fatia (66%), tendo as restantes aplicações ficado com 34%.

Outra das conclusões do relatório é a de que a América do Norte foi a região onde as aplicações móveis registaram maior receita através de publicidade, com perto de metade do total, seguida pela Ásia com 23% (China não está incluída), e pela Europa, com 19%.

O ranking de aplicações onde entrou mais dinheiro (receitas totais, entre publicidade e compras dentro das apps) é liderado pelas redes sociais, encabeçadas pelo Facebook, seguido pelo Instagram, YouTube, TikTok e Snapchat. Entre as primeiras dez aplicações, apenas uma é de jogos, nomeadamente o Candy Crush Saga, que ocupa o nono lugar neste ranking.

No total, o ranking é assim composto por Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, Snapchat, Twitter, LinkedIn, Pinterest, Candy Crush Saga e Tinder.

Entre as 20 aplicações com maiores receitas, 65% utilizam tanto compras dentro das aplicações como a publicidade como fontes de receita, sendo que alguns jogos como o PUBG Mobile ou o Candy Crush, têm optado por esta estratégia. Já no caso do YouTube, por exemplo, 90% da sua receita advém da publicidade, pelo que apenas 10% resulta de compras na aplicação.

Entre os dispositivos com sistema operativo iOS, no primeiro trimestre de 2023, 30% das receitas das apps vieram de subscrições, registando-se um aumento face à percentagem registada no mesmo período do ano passado (27,6%).

Por outro lado, 98% dos investimentos feitos em aplicações de jogos tiveram origem em compras isoladas, sistema que está a ser crescentemente enquadrado nas aplicações não-gaming, devido em grande medida ao sucesso do modelo económico do TikTok, refere o relatório, apontando que esta rede social, nos Estados Unidos da América, é a que mais faturou em compras isoladas, seguida por nove jogos.

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Nos e Cineplace entre 50 maiores exibidoras da Europa

  • Lusa
  • 5 Junho 2023

O grupo Odeon, propriedade da norte-americana AMC, lidera a segunda edição da lista, com 2.471 ecrãs em 283 locais de nove países, incluindo Portugal, onde marca presença através da UCI.

As empresas portuguesas Nos e Cineplace estão entre as 50 maiores exibidoras de cinema da Europa, numa lista encabeçada pela britânica Odeon e divulgada hoje pela União Internacional de Cinemas (UNIC) e pela publicação Boxoffice Pro.

Os Cinemas Nos surgem em 24.º lugar, com 214 ecrãs em 30 localidades, enquanto a Cineplace, detida pela brasileira Orient Cinema, encerra a lista dos 50 maiores exibidores europeus, com 81 ecrãs (os dados de maio do Instituto do Cinema e do Audiovisual dão conta de 69) em 13 locais.

O grupo Odeon, propriedade da norte-americana AMC, lidera a segunda edição da lista, com 2.471 ecrãs em 283 locais de nove países, incluindo Portugal, onde marca presença através da UCI.

Como posição de solidariedade para com a Ucrânia, a lista exclui empresas russas, acrescentou a organização, em comunicado.

“Este ‘ranking’ demonstra a força e diversidade da indústria europeia de cinema. Onze grupos estão presentes em três ou mais países, confirmando o seu papel como atores-chave regionais ou europeus”, afirmou, citado no comunicado, presidente da UNIC, Phil Clapp.

A Nos e a Cineplace são as duas maiores exibidoras em Portugal, representando mais de metade dos ecrãs de cinema no país, uma proporção que aumenta para lá de dois terços em termos de espectadores, de acordo com os dados mais recentes do Instituto do Cinema e do Audiovisual.

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Campanha da MyLabel dá protagonismo aos clientes e a quem os segue

A campanha foi criada e desenvolvida pela Stream And Tough Guy e conta com produção da Hand Creative. Marca presença em televisão, meios digitais e exterior.

Na Pele de Quem Segue” é a nova assinatura da MyLabel, marca de beleza do Continente, que adotou um novo posicionamento que “procura representar a maioria dos clientes”.

Segundo Tiago Simões, diretor de marketing da Continente, esta é “a nova expressão da marca, figurativa e literal, que assume um tom de comunicação que incorpora a personalidade de um verdadeiro seguidor. Uma marca deve ser autêntica e verdadeira”, diz citado em comunicado.

Na campanha inerente a este novo posicionamento, a MyLabel conta com a apresentadora Diana Chaves como figura de influência, mas pretende, sobretudo, atribuir o protagonismo aos clientes.

A marca “inverte” assim o papel de destaque dos habituais protagonistas do mundo da beleza – figuras públicas e influencers – e entrega o papel principal aos seus clientes, neste caso a uma cliente que usa um dos produtos da marca, conforme as indicações dadas num vídeo da influenciadora Diana Chaves.

No spot, enquanto a cliente/seguidora espalha um creme na face, é observada pela filha, acabando a mãe por lhe colocar uma pinta de creme na ponta do nariz, de forma afetuosa, aparecendo a frase “todas as seguidoras são influencers de alguém”.

Escolhemos a apresentadora Diana Chaves para coprotagonizar este novo filme por representar o ciclo de influência – uma figura reconhecida, que é seguida, quer em TV quer nas redes sociais”, diz citado em comunicado, Tiago Simões, diretor de marketing da Continente.

“Neste universo da Beleza é comum seguirmos tendências, marcas e pessoas e é a seguir que vamos compreender quem segue; só assim, conseguiremos conhecer verdadeiramente o que os nossos consumidores procuram e gostam, podendo assim desenvolver produtos de qualidade, a preços que a maioria pode pagar”, explica por sua vez Isabel Veiga, diretora da MyLabel.

A campanha foi criada e desenvolvida pela Stream And Tough Guy e conta com produção da Hand Creative. Marca presença em televisão, meios digitais e exterior.

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Regulador do mercados dos EUA processa plataforma Binance

  • Lusa
  • 5 Junho 2023

A ação, apresentada num tribunal federal de Washington acusa a empresa de gerir de forma irregular fundos dos utilizadores e de mentir a investidores e reguladores, entre outros pontos.

A Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) processou esta segunda-feira a Binance, a maior plataforma de criptomoedas do mundo, por violar com as suas operações normas em vigor no país. A ação, apresentada num tribunal federal de Washington acusa a empresa de gerir de forma irregular fundos dos utilizadores e de mentir a investidores e reguladores, entre outros pontos.

A SEC apresentou um total de 13 acusações contra a Binance e seu fundador, Changpeng Zhao, acusando-os de ignorar abertamente as leis bolsistas norte-americanas e de ganhar milhares de milhões de dólares em troca de colocar em “risco significativo” os ativos dos seus clientes.

De acordo com o documento apresentado no tribunal, a Binance permitiu, nomeadamente, que residentes nos Estados Unidos utilizem a sua plataforma, quando a empresa não está registada junto das autoridades norte-americanas.

“Zhao e as entidades da Binance não só conheciam as normas, como intencionalmente decidiram contorná-las e pôr em risco clientes e investidores, tudo numa tentativa de maximizar os seus próprios lucros”, refere em comunicado o presidente do regulador norte-americano, Gary Gensler.

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Um Presidente “mais atento no dia-a-dia” à atuação do primeiro-ministro. 31 dias que mudaram a legislatura (e uma amizade)

O Presidente da República tem deixado mais recados a Costa, após a promessa de ficar mais "atento" à governação. Das pedras da calçada às obras do novo aeroporto, não faltam pretextos a Marcelo.

Foi há um mês que as relações entre o Presidente da República e o primeiro-ministro mudaram, passando de uma proximidade política e até de amizade pessoal para uma relação de tensão e vigilância, com Marcelo Rebelo de Sousa a prometer estar “ainda mais atento no dia-a-dia”. Esta mudança veio também alterar a legislatura e colocar pressão sobre o Governo, que apesar de ter recebido a maioria absoluta há cerca de um ano e meio foi atingido por uma série de casos e casinhos e alvo de críticas e apelos para remodelação. Até agora, a vigilância de Marcelo tem sido discreta mas não têm faltado os recados, desde as pedras da calçada às obras do aeroporto.

Depois das reviravoltas à volta da demissão de João Galamba, que o primeiro-ministro rejeitou depois das várias polémicas no Ministério das Infraestruturas e que envolvem a TAP e um adjunto que acusou o ministro de querer mentir à CPI, num caso que envolveu ainda a atuação do SIS, Marcelo fez saber o seu desagrado mas esperou dois dias para uma reação mais ponderada.

Enquanto alguns pediam a dissolução do Parlamento, Marcelo acabou por ir por um caminho menos drástico. Assumiu o palanque no dia 4 de maio para afastar o cenário de eleições antecipadas, pelo menos para já, mas assumiu uma “divergência de fundo” e deixou vários avisos ao Governo, frisando que os portugueses “precisam de mais e melhor”. Sublinhou que “a confiança uma vez perdida é irreversível”, prometendo que vai estar “ainda mais atento no dia-a-dia”. “No passado, com maior ou menor distância temporal, foi sempre possível acertar agulhas. Desta vez, não. Foi pena“, lamentou o Presidente.

Na declaração ao país onde prometeu estar mais atento à atuação do Governo, o Presidente da República destacou alguns “problemas do dia-a-dia” onde se ia focar: “os preços dos bens alimentares, o funcionamento das escolas, a rapidez na justiça e o preço da aquisição da habitação”.

Esta declaração marcou o início de uma nova fase na relação entre António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa, outrora uma amizade que chegou até a ser reafirmada com uma conferência de imprensa lado a lado, em março, com camisas brancas a combinar na República Dominicana. Agora, as figuras de Estado têm aparecido juntas em poucas ocasiões, mas já sem a cumplicidade que era habitual.

No dia seguinte às declarações de Marcelo, António Costa desdramatizou a “divergência de fundo” com o Presidente da República lembrando que ao longo de sete anos e dois meses houve uma “convergência” e que este foi “um momento” de “divergência rara” que é “normal acontecer entre instituições”. “Todos os portugueses confiam e desejam a vigilância ativa do Presidente da República e o Governo não é exceção e não se sente nada incomodado”, disse ainda Costa, frisando que tem uma relação de muitos anos com Marcelo Rebelo de Sousa, garantindo que existe “de futuro”, da parte do Governo, uma “total convergência para estabilidade”, num contexto de guerra e da subida das taxas de juro.

Já o Presidente da República decidiu não se pronunciar mais sobre a polémica envolvendo os dois, reiterando várias vezes que já disse o que tinha a dizer. Quanto à forma de vigilância, os contornos ficaram por esclarecer mas os politólogos acreditavam que podia passar por ainda mais intervenções e divergências públicas.

De facto, o que se tem verificado é uma postura pautada por vários recados e avisos deixados ao Governo e sobre a situação do país, completa até com o reparo de uma falha nas pedras da calçada junto do Palácio de Belém, que foi prontamente corrigida. Um dos momentos mais significativos nesta poderá mesmo ser a reunião do Conselho de Estado convocada para julho. Foi a 25 de maio que o Presidente convocou a reunião, para fazer um “ponto de situação” da realidade económica e política do país.

“Corresponde ao que prometi aos portugueses no dia 4 de maio: continuar a acompanhar atentamente a evolução da situação, nada melhor do que ouvir um espetro amplo de pareceres dos conselheiros”, disse Marcelo, aquando o anúncio.

Com a dissolução afastada por agora, muitos se têm pronunciado sobre a necessidade de uma remodelação no Governo, até dentro do próprio partido socialista. Figuras como Carlos César, Alexandra Leitão e Vitalino Canas mostraram-se a favor de um “refrescamento”, mas até agora essas mudanças ainda não aconteceram.

Certo é que João Galamba continua debaixo de fogo, principalmente com detalhes ainda por esclarecer da noite dos incidentes no seu gabinete, desde as as chamadas que Costa não atendeu às orientações que terão ou não sido dadas ao SIS para recuperar o computador do ex-adjunto Frederico Pinheiro. E Marcelo até revelou que foi com o primeiro-ministro que falou sobre o SIS, ainda que este tenha garantido no Parlamento que nunca informou o Presidente sobre essa questão.

Reiterou também que segue “atentamente” o caso Galamba: “mantém-se tudo o que disse” naquela intervenção a 4 de maio, garantiu o Presidente. Entretanto, a 18 de abril, deixou ainda mais um recado, afirmando que “é uma ilusão achar que se pode ser importante sem pagar um preço”. Depois dessas declarações e após o testemunho de Galamba na comissão de inquérito, Marcelo chegou a dizer que ia falar aos jornalistas, uma declaração que era aguardada com expectativa. No entanto, acabou por cancelar e até agora não surgiram mais conferências de imprensa dedicadas ao Governo.

Costa também se tem mantido firme na decisão de manter Galamba e respondeu aos apelos para uma dissolução da Assembleia este sábado no discurso de abertura da Comissão Nacional do PS, onde afirmou que os políticos têm de respeitar o que os portugueses decidiram nas eleições de janeiro de 2022.

Apesar de toda a situação, Marcelo aceitou ser testemunha de António Costa no processo contra o ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa, ainda que não seja testemunha nem abonatória nem de acusação.

E precisamente no fim de semana em que passam 30 dias sobre o conflito político e institucional, o Presidente da República deixou um conjunto de recados que passam pela Justiça — que diz que não pode ser tão tardia, o aeroporto — para o qual apela a uma decisão até ao final do ano —, a nova série de certificados de aforro, a agricultura e também que os bons resultados da economia cheguem ao bolso dos portugueses.

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