José Pedro Mozos lidera public affairs da All Comunicação

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  • 6 Maio 2024

Após passar pela SIC, Visão e Observador, José Pedro Mozos integrou a equipa do Governo liderado por António Costa como adjunto político e para a comunicação do Governo.

José Pedro Mozos, que até abril foi assessor do secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro, é novo responsável pela área de assuntos públicos da All Comunicação, consultora que reforça com esta contratação a prestação de serviços de consultoria estratégica na área de public affairs.

“No José Pedro Mozos encontrámos o perfil, o conhecimento e o talento para concretizar uma ambição que alimentávamos há já algum tempo: robustecer a nossa equipa de assuntos institucionais, para respondermos às necessidades e aos desafios crescentes dos nossos clientes de forma mais robusta e integrada. Estes são tempos exigentes e a experiência do José Pedro Mozos em comunicação política será, certamente, um aporte de grande valor para os serviços que oferecemos“, justifica citado em comunicado José Aguiar, partner da agência.

Fundada em 2016 por José Aguiar e Luís Lemos, a All Comunicação tem atualmente 17 colaboradores. “Hoje o aconselhamento em assuntos públicos é uma das prioridades das empresas, pelo que entendemos que era chegado o momento de reforçar uma área que, não só está na génese da criação da All Comunicação, como também é parte fundamental dos percursos dos seus sócios fundadores e, por isso, bastante acarinhada por nós”, prossegue o responsável.

José Pedro Mozos, 29 anos, foi jornalista entre 2016 e 2019, período no qual passou pela SIC, Visão e Observador, nas editorias de política. Em novembro de 2019 integrou a equipa do executivo liderado por António Costa como adjunto político e para a comunicação do Governo, passando pelos gabinetes do secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro e do secretário de Estado dos Assuntos Europeus. Fez parte da coordenação da comunicação política até abril de 2024.

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Antas da Cunha Ecija reforça área de Healthcare & Life Sciences com nova sócia

Patrícia Paias é o novo reforço da Antas da Cunha Ecija e vai gerir a recém-remodelada business unit de Healthcare & Life Sciences.

Patrícia Paias é o novo reforço da Antas da Cunha Ecija. A advogada entra na firma na qualidade de sócia e vai gerir a recém-remodelada business unit de Healthcare & Life Sciences.

“Apesar de já termos algum trabalho desenvolvido na área de Healthcare & Life Sciences, devido à sua forte expansão e aos desafios cada vez mais complexos que são impostos às empresas, em grande medida suscitados pelos desenvolvimentos científicos e tecnológicos registados nos últimos anos, achámos que seria importante repensarmos a nossa estratégia e o nosso posicionamento“, refere em comunicado o managing partner Fernando Antas da Cunha.

Para o líder, esta é uma área “altamente regulamentada” e de “extrema complexidade técnica”. “Nesse sentido, pelo percurso profissional da Patrícia e pela experiência acumulada ao longo das últimas duas décadas, acreditamos que a sua integração irá revelar se uma grande mais-valia para os nossos clientes“, acrescentou.

Patrícia Paias possui cerca de 20 anos de experiência no setor de Healthcare & Life Sciences. Antes de ingressar na firma, foi sócia da DLA Piper e ocupou diversos cargos internacionais de liderança em multinacionais como a Gilead Sciences e a Sandoz International. Antes do seu percurso internacional, integrou a Vieira de Almeida (2008-2017). Em 2007 passou pelo European Patent Office e entre 2003 e 2007 pela F. Castelo Branco & Associados.

A business unit de Healthcare & Life Sciences tem como objetivo assessorar e apoiar clientes da indústria farmacêutica, biotecnológica, de dispositivos médicos, de saúde digital ou de cuidados de saúde, em todas as fases de desenvolvimento dos seus produtos e serviços, e em todos os assuntos regulatórios e de compliance, bem como na resolução de litígios, intervindo nos domínios pré-contencioso, contencioso e arbitral.

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Andreia Soares Ferreira reforça equipa da Pares Advogados

A nova associada da Pares Advogados, Andreia Soares Ferreira, vai integrar a área de Direito Público, Urbanismo e Ordenamento do Território.

A Pares Advogados reforçou a área de Direito Público, Urbanismo e Ordenamento do Território com a integração de Andreia Soares Ferreira, na qualidade de associada. A advogada transita da Andersen.

Nos últimos cinco anos, Andreia Soares Ferreira centrou a sua prática na área do Direito Administrativo, em especial no domínio da Contratação Pública, tendo presta apoio jurídico a operadores económicos, bem como a diversas entidades adjudicantes (incluindo assessoria in-house), no âmbito pré-contratual, contratual e contencioso.

A nova associada da Pares tem assessorado juridicamente diversos Programas Operacionais no âmbito da verificação da conformidade legal de procedimentos de contratação pública submetidos a cofinanciamento europeu.

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Bruxelas propõe fim do procedimento contra Polónia após seis anos

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Após concluir a sua análise, Bruxelas tenciona encerrar o caso sobre o Estado de direito na Polónia, argumentando que "já não existe um risco manifesto de violação grave".

A Comissão Europeia propôs esta segunda-feira o fim do procedimento aberto contra a Polónia por desrespeito dos valores da União Europeia (UE), incluindo Estado de direito, por reconhecer o “trabalho árduo e os esforços” do país após seis anos.

“O dia de hoje marca um novo capítulo para a Polónia. Após mais de seis anos, acreditamos que o procedimento no âmbito do artigo 7º [do Tratado da UE, acionado perante ameaças sistémicas nos países da UE ao nível do Estado de direito] pode ser encerrado”, anunciou a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, numa publicação na rede social X.

Vincando que este “é o resultado do trabalho árduo e dos esforços da Polónia para fazer determinadas reformas”, a líder da Comissão Europeia felicita o primeiro-ministro, Donald Tusk, e o seu governo, que está em funções desde dezembro de 2023 e sucedeu a mais de oito anos de poder ultraconservador, por “este importante avanço”.

Em comunicado, Bruxelas dá então conta de que, após concluir a sua análise, tenciona encerrar o caso sobre o Estado de direito na Polónia no contexto do procedimento previsto no n.º 1 do artigo 7.º do Tratado da UE, argumentando que “já não existe um risco manifesto de violação grave”.

“A Polónia lançou uma série de medidas legislativas e não legislativas para dar resposta às preocupações relativas à independência do sistema judicial, reconheceu o primado do direito da UE e comprometeu-se a aplicar todos os acórdãos do Tribunal de Justiça da União Europeia e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem relacionados com o Estado de direito, incluindo a independência judicial”, elenca a instituição.

Bruxelas propõe ao Conselho (ao nível dos Estados-membros) e ao Parlamento esta avaliação para encerrar o caso que remonta ao final de 2017.

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Mais do que alcançar a paridade, é necessário conquistar a igualdade de oportunidades

  • Cláudia Pinto
  • 6 Maio 2024

Muito já foi conquistado nos 50 anos do 25 de abril no que respeita aos direitos das mulheres. Mas ainda faltam muitas décadas para que sejam naturalmente líderes.

Faltam 132 anos para alcançar a paridade total entre mulheres e homens. É o que conclui um estudo apresentado em março do ano passado pelo Movimento Life – Liderança no Feminino e que indica ainda que, “apesar de a área da saúde ser predominantemente feminina, com as mulheres a representarem 75% do total da força de trabalho, apenas um terço ocupa cargos de liderança”. Este foi o ponto de partida para mais um episódio do ciclo de conversas “Mulheres com Eco”, que contou com a participação de Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), Marta Rebelo, ativista e consultora para a saúde mental e Maria do Céu Machado, médica pediatra e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa.

Este é um debate que não se esgota e que deve envolver todos. E, apesar de tudo o que se conquistou em 50 anos do 25 de abril, há ainda um longo caminho a percorrer. “É uma discussão que temos mesmo de fazer para tentarmos alguma aceleração neste intervalo temporal assustador”, disse Marta Rebelo. E, acrescenta: “Na comemoração dos 50 anos do 25 de abril, faz todo o sentido falar daquilo que [esta data] abriu portas e daquilo que ainda não se concretizou.” Há 50 anos, as mulheres não votavam, precisavam de autorização para viajar e para trabalhar. Claro que muito aconteceu, mas ainda há muito que fazer. Sensibilizar as gerações mais jovens e promover o diálogo intergeracional entre mulheres e homens é algo que Marta Rebelo defende. “O tema da igualdade de género é um tema da sociedade, não é um tema das mulheres.”

Maria do Céu Machado deu o exemplo do nascimento das filhas, a mais velha – que nasceu um ano antes do 25 de abril – e a mais nova, que nasceu um ano depois. “Quando nasceu a mais velha, eu já era médica, e as médicas não tinham licença de maternidade, o que é uma coisa extraordinária. A lei indicava que a mulher tinha o bebé num dia e, no dia seguinte, tinha de ir trabalhar para o hospital”, referiu, acrescentando que “apesar de tudo, muito caminho foi percorrido”.

“Para se alcançar a igualdade de oportunidades é preciso uma geração de homens que perceba que, seja no trabalho, seja em casa, o seu papel não é só ajudar”, sublinha Maria do Céu Machado, médica pediatra e presidente da Sociedade das Ciências Médicas de Lisboa

A história mostra que na área da saúde houve uma grande vontade de as mulheres chegarem ao topo, no sentido de se mostrar que são capazes. “Agora estamos numa fase um pouco diferente. Já temos a noção de que conseguimos, mas há quem prefira atualmente ter uma melhor conciliação entre a vida profissional e familiar. Obviamente que para se alcançar esta igualdade de oportunidades é preciso uma geração de homens que percebe que, seja no trabalho, seja em casa, o seu papel não é só ajudar.”

Numa conversa dinâmica e informal, discutiram-se características específicas da mulher e do homem, mas também de personalidade, o que é transversal a ambos os géneros. Por um lado, a mulher alimenta a tradição dos papéis que lhe foram sendo atribuídos ao longo dos anos. “Socialmente, ainda está reservado para a mulher a questão de cuidar dos filhos e da casa. E as primeiras culpadas somos nós porque perpetuamos essa dinâmica e educamos os nossos filhos dentro dessa dinâmica”, defendeu Marta Rebelo.

“No mundo ideal, eu não quero que seja líder uma mulher porque é mulher, mas que, no ponto de partida, o acesso seja condicionado às mulheres e seja favorecido aos homens, e ainda estamos aí, infelizmente”, afirma Marta Rebelo, ativista e consultora para a saúde mental

A ex-deputada do PS partilhou ainda que foi educada no sentido de “não há limites, fazes o que quiseres, o que conseguires e o que tiveres vontade, se te esforçares”. Esta ideia de meritocracia foi esbatida de frente quando se preparou para chegar à Assembleia da República, aos 30 anos. “Foi aí que percebi que o mundo não era como me tinha sido vendido [durante o crescimento].”

O setor farmacêutico é composto maioritariamente por mulheres. Ema Paulino confirmou que assim é e que esta realidade irá perpetuar-se “até pela demografia que continuamos a assistir nas próprias faculdades”. No entanto, também no setor farmacêutico, só até há bem pouco tempo é que houve uma liderança verdadeiramente feminina. “A primeira bastonária da Ordem dos Farmacêuticos foi há pouco mais de dez anos e, entretanto, tivemos uma segunda bastonária. Eu própria sou a primeira presidente mulher da ANF, nos últimos 50 anos”, afirmou. Ema Paulino é também a primeira mulher jovem a integrar o Comité Executivo da Federação Internacional Farmacêutica depois de um percurso feito nesta instituição.

“Cada vez que uma mulher chega a um lugar de liderança é a inspiração para muitas outras e para se perceber que há vários estilos de liderança que dão certo e que funcionam”, refletiu Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF)

Tem-se notado também uma “maior ambição por parte das farmácias para integrar as lideranças”. Ema Paulino não é propriamente adepta de quotas sobretudo quando se olha para uma lista e se percebe que a mesma está construída de acordo com as imposições legais. “Ao longo de toda a minha carreira, sempre pensei que não iria chegar a cargos de topo de liderança porque não tinha as características de um líder. Todos os líderes com quem tinha convivido e que tinha como referência eram homens.” Entretanto, nos últimos anos, foi interagindo com mais mulheres em posições de liderança e percebeu que consegue “liderar as suas equipas de uma forma eficaz” e com a concretização de objetivos.

“Cada vez que uma mulher chega a um lugar de liderança é a inspiração para muitas outras e para perceberem que há vários estilos de liderança que dão certo e que funcionam”, refletiu a presidente da ANF.
Neste episódio, falou-se também de saúde mental e da síndrome do impostor que se caracteriza pela tendência em desvalorizar os sucessos e as próprias capacidades, numa espécie de autossabotagem e de dúvida permanente. “No mundo ideal, eu não quero que seja líder uma mulher porque é mulher, mas que, no ponto de partida, o acesso seja condicionado às mulheres e seja favorecido aos homens, e ainda estamos aí, infelizmente”, disse Marta Rebelo.

No final desta conversa, a consultora para saúde mental explicou que “a saúde mental é a terra do preconceito com um estigma por parte de todos em relação a todos” e que a pandemia trouxe este tema para a discussão social. “As doenças mentais são muito democráticas, não olham a género, a condição social e, infelizmente, são um domínio de enorme igualdade.”

E o que esperam as convidadas para os próximos 50 anos? Ema Paulino confessa que espera que se “alcance, não a paridade por si só, mas a igualdade de oportunidades. E, tanto os homens como as mulheres, se sentirem que querem fazer um caminho de liderança de equipas ou de organizações, não se sintam discriminados para lá chegar”. Marta Rebelo concorda e defende que “do ponto de partida devemos estar todos nas mesmas condições independentemente do nosso género e espero que as minhas sobrinhas possam crescer durante mais tempo do que os meus 28 anos a acreditar que não têm obstáculos de género para conseguirem aquilo que entenderem “.

Maria do Céu Machado gostava de assistir a uma mudança de discurso quando são feitos convites para alguns cargos, como lhe aconteceu durante a sua carreira, e que o mesmo não seja no sentido de que o convite é endereçado “porque são precisas mais mulheres”, independentemente das competências e meritocracia.

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Benavente Logistic Park garante primeiro inquilino para 30 mil metros quadrados

Os CTT são a primeira empresa a ocupar uma área de aproximadamente 29.500 metros quadrados no Benavente Logistics Park.

Os CTT são os primeiros inquilinos do novo Benavente Logistic Park, localizado na zona da Grande Lisboa. A empresa portuguesa de distribuição de correio, serviços postais e logística irá ocupar uma área de 29.500 metros quadrados, o que corresponde a cerca de um terço deste complexo.

Com uma área total de 90.717 metros quadrados, “projetado para dar resposta às atuais necessidades dos operadores”, o Benavente Logistic Park teve a Invesco e a Magna General Contractors como promotores. O complexo conta com 93 cais e estacionamento para 183 veículos pesados e para 481 veículos ligeiros.

Benavente Logistic ParkSavills

Localizado numa zona de requalificação urbana do concelho de Benavente “dotada de excelentes acessibilidades” com proximidade ao nó da A10 e ligações a outras vias rodoviárias, este ativo pretende “dinamizar a economia da região, proporcionando as condições ideais para qualquer operação logística”.

“Colocar uma empresa de grande prestígio num ativo de referência do mercado nacional como o Benavente Logistic Park, é assessorar o match perfeito. Os CTT, com um crescimento contínuo das suas necessidades operacionais e novas áreas de negócio, necessitavam de um espaço que permitisse levar a cabo a sua atividade de cariz nacional, com uma localização estratégica, afirma Luís Rocha, I&L senior consultant da Savills, que assessorou o negócio.

 

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Nos está a recrutar pela primeira vez trabalhadores autistas

Operadora junta-se à Critical Software e à Critical Techworks no recrutamento de profissionais diversos. Candidaturas estarão abertas até 19 de julho. Há vagas em Lisboa, Porto e Coimbra.

A Nos está a recrutar, pela primeira vez, profissionais com perturbações do espetro do autismo. A empresa de telecomunicações decidiu juntar-se ao programa de neurodiversidade, que já vinha sendo promovido pela tecnológica Critical Software, pela Critical Techworks e pela Specialisterne. Neste momento, há vagas disponíveis nestas quatro empresas nas áreas de teste e desenvolvimento de software para as cidades de Lisboa, Porto, Coimbra, Vila Real, Tomar e Viseu.

O programa de neurodiversidade já contou com três edições, que resultaram em 22 contratações de profissionais autistas. Nesta quarta edição, a Nos surge como novo parceiro, sendo que a diretora de pessoal, Isabel Borgas, explica que o objetivo é “demonstrar a forma como estas pessoas, pelas suas valências muito específicas e empenho, podem ser uma mais-valia“.

“Acreditamos que este programa irá contribuir para tornar o nosso processo de recrutamento e integração ainda mais inclusivo, abrindo as portas para outros talentos, independentemente das suas condições específicas”, salienta a responsável, que garante que a integração destes profissionais será adaptada às suas características diversas para que o processo tenha sucesso.

Os interessados nas vagas disponíveis, tanto na Nos como nas outras três empresas já referidas, têm até 19 de julho para se candidatar, o que devem fazer pela via virtual.

“De modo a esclarecer dúvidas sobre o processo de seleção, as empresas vão promover dois webinars abertos a potenciais candidatos, familiares, amigos, associações ou profissionais da área do autismo nos dias 22 de maio e 26 de junho pelas 16h30“, acrescentam os empregadores, numa nota enviada às redações. Para participar nestes webinars, há que completar a inscrição online.

Para já, convém explicar que este programa é dirigido a profissionais com mais de 18 anos com perturbações do espetro do autismo, interesse pela área da tecnologia e um nível médio de inglês.

“Os candidatos devem ter também conhecimentos de uma linguagem de programação (Java, .net, C, C++ ou outra) ou de metodologias de desenvolvimento, segurança, testes de software para conseguirem integrar os projetos de engenharia”, é detalhado.

Depois de selecionados, haverá uma fase de formação, de 9 de setembro a 11 de outubro. Em novembro, os novos colaboradores começarão a trabalhar nas empresas que acolhem o programa.

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Euribor desce a três e a seis meses para mínimos desde outubro e julho

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Com as alterações desta segunda-feira, a Euribor a três meses, que baixou para 3,824%, permanece acima da taxa a seis meses (3,791%) e da taxa a 12 meses (3,658%).

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira face a sexta-feira e a três e a seis meses para mínimos desde outubro e julho, respetivamente. Com estas alterações, a Euribor a três meses, que baixou para 3,824%, permanece acima da taxa a seis meses (3,791%) e da taxa a 12 meses (3,658%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, recuou esta segunda-feira para 3,791%, menos 0,011 pontos e um mínimo desde julho de 2023, depois de ter avançado em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também caiu esta segunda-feira, para 3,658%, menos 0,035 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • No mesmo sentido, a Euribor a três meses baixou, ao ser fixada em 3,824%, menos 0,003 pontos e um mínimo desde outubro, depois de ter subido em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,3% e 24,9%, respetivamente.

Na última reunião de política monetária em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022. A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 6 de junho em Frankfurt.

A média da Euribor em abril desceu nos três prazos, designadamente 0,037 pontos para 3,886% a três meses (contra 3,923% em março), 0,056 pontos para 3,839% a seis meses (contra 3,895%) e 0,016 pontos para 3,702% a 12 meses (contra 3,718%).

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Mineira de Aljustrel investe 11 milhões para reduzir emissão de poeiras

A Almina, que é a maior empregadora da região de Aljustrel e fatura 160 milhões de euros, investiu numa nova britagem de superfície para melhorar o controlo e redução da emissão de poeiras.

A Almina investiu onze milhões de euros na mina de Aljustrel para substituir uma instalação que existia há 16 anos. Em causa está uma nova britagem secundária de superfície, numa localização mais favorável para o controlo e redução da emissão de poeiras e consequente melhoria da qualidade do ar. A empresa mineira emprega 1.200 pessoas e fatura 160 milhões de euros.

A construção de uma nova unidade “mais compacta e de maior eficiência” reduz os elevados custos de manutenção, mas mantém a capacidade instalada de extração, licenciada pelo TUA (Título Único Ambiental) e SIR (Sistema de Indústria Responsável), de sete milhões de toneladas por ano, detalha a empresa em comunicado.

Ao invés da anterior britagem secundária, localizada junto à Lavaria, que estava implantada num layout disperso por três edifícios, a nova instalação ocupa apenas um espaço coberto já existente, recorrendo a “equipamentos de nova geração, mais eficientes e mais adequados tanto à atividade mineira como ao material a explorar”.

A redução da área coberta em 3.600 metros quadrados, aproveitando um espaço coberto já existente e a localização 90 metros mais afastada da EN61 e, consequentemente, da vila de Aljustrel são algumas das medidas de melhorias e minimização de impactos da nova britagem.

Outros aspetos salientados pela empresa são a localização a uma cota inferior em 11 metros relativamente à anterior, portanto mais abrigada e encaixada na topografia dos terrenos envolventes, minimizando assim a dispersão de poeiras; a diminuição em 264 metros do comprimento dos tapetes transportadores exteriores, reduzindo assim o números de pontos de dispersão de poeiras; e “o melhor controlo da dispersão de partículas, através da colocação de sistemas de nebulização em todo o perímetro.

Por fim, salienta ainda a empresa no mesmo comunicado enviado esta segunda-feira às redações, a nova britagem “reduz o consumo energético em 0,5 Kw/tonelada/hora, devido à utilização de equipamentos heavy duty de maior eficiência”.

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Atividade empresarial da Zona Euro cresce ao ritmo mais rápido em quase um ano

Índice de Gestores de Compras (PMI) composto da Zona Euro subiu para 51,7 pontos em abril, face aos 50,3 pontos registados em março, mantendo-se no patamar que sinaliza crescimento.

Em abril, a atividade empresarial da Zona Euro cresceu ao ritmo mais rápido em quase um ano, com o Índice dos Gestores de Compras (PMI) composto do HCOB e compilado pela S&P Global a subir para 51,7 pontos. Foi o segundo mês consecutivo acima da marca dos 50 pontos, que separa crescimento de contração, depois de o índice ter alcançado 50,3 pontos em março.

“O aumento do fluxo de novos negócios sustentou o aumento de atividade e o ritmo mais elevado de criação de emprego em dez meses, enquanto a confiança das empresas permaneceu forte. No entanto, as pressões inflacionistas intensificaram-se em abril”, lê-se no comunicado divulgado pela S&P Global.

A melhoria da atividade na Zona Euro foi impulsionada pelo setor dos serviços, que viu “os níveis de produção melhorarem solidamente e a um ritmo ligeiramente mais rápido do que o observado em média desde que os dados foram divulgados pela primeira vez em 1998”, nota a S&P Global. O PMI dos serviços subiu de 51,5 pontos em março para 53,3 pontos em abril, também o ritmo mais elevado no espaço de 11 meses.

“É encorajador o facto de o emprego ter aumentado a um ritmo mais rápido, acompanhando o aumento das novas atividades e o crescimento da carteira de encomendas, que registou a expansão mais forte dos últimos onze meses. Estas tendências sugerem um otimismo crescente entre os prestadores de serviços, um sentimento ainda mais reforçado pelas expectativas de negócios, que se encontram atualmente em níveis muito mais elevados em comparação com a média dos últimos dois anos”, afirmou Cyrus de la Rubia, economista-chefe do Hamburg Commercial Bank.

Já a confiança empresarial caiu ligeiramente em relação a março, após ter atingido um pico de 25 meses, mas manteve-se forte e em linha com a média a longo prazo. Por sua vez, as pressões sobre os preços aumentaram ligeiramente no setor dos serviços no mês passado. A taxa de inflação dos custos dos fatores de produção acelerou face ao mínimo de oito meses registado em março, ainda que apenas marginalmente. Os encargos com a produção também aumentaram a um ritmo mais rápido.

(Notícia atualizada pela última vez às 10h56)

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Espanha inaugura 260 novos hotéis até ao final de 2025

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Desde abril deste ano até ao final de 2025 estão previstas 260 aberturas de unidades hoteleiras em Espanha, segundo a consultora CBRE.

Entre 1 de abril de 2024 e 31 de dezembro de 2025 estão previstas 260 aberturas de unidades hoteleiras em Espanha, de acordo com os dados da consultora imobiliária CBRE noticiados pelo El País.

No ano passado, o país vizinho consolidou-se com o segundo país mais visitado a nível mundial, com 85,3 milhões de turistas, deixando para trás o efeito devastador trazido pela pandemia, quando as visitas caíram para 19 milhões em 2020. As perspetivas para este ano são otimistas, esperando-se que atinja 100 milhões de turistas.

O boom do turismo abriu o apetite dos investidores hoteleiros e, dos 260 hotéis previstos, 57 (22% do total) estão enquadrados no segmento cinco estrelas ou cinco estrelas de luxo, perante a expansão de grandes marcas internacionais com Four Seasons, Thompson ou Nobun.

Se nos anos anterior à Covid-19 os investidores apostavam no segmento de férias, agora as atenções centram-se no segmento urbano, com Madrid, Valência, Málaga e as Ilhas Canárias a serem responsáveis por metade das aberturas previstas, nota ainda o jornal espanhol.

Os dados revelam ainda que no primeiro trimestre deste ano foram negociados 28 ativos, o que contrasta com os 17 registados no mesmo período do ano passado. “Os investidores continuam a apostar em hotéis de luxo graças à sua natureza mais resiliente e inelástica, representando 82% do total de transações: 55% dos ativos de quatro estrelas e 27% de cinco estrelas e cinco estrelas de grande luxo”, enfatiza o relatório.

Entre janeiro e março, o peso dos investidores espanhóis continuou a ganhar terreno, absorvendo 74% do total negociado. De acordo com os dados da CBRE, no final de março deste ano, a indústria hoteleira espanhola contava com 12.494 de imóveis e 1,23 milhões de quatros, com uma ocupação média de 61%. Neste período, o preço médio alcançou os 107 euros.

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A querer estar sempre um passo à frente, Sérgio Leal, da McDonald’s, na primeira pessoa

A McDonald’s tem procurado integrar a cultura pop e comunicar para os jovens, mote para uma conversa com Sérgio Leal, diretor de marketing, para quem o double cheeseburguer é o hambúrguer de eleição.

O grande desafio na área do marketing continua a ser o de “pensar mais à frente das tendências”, entende Sérgio Leal, diretor de marketing e comunicação da McDonald’s.

É “procurar não apenas responder às necessidades, mas pensar até mais à frente, quais são as principais tendências, de que forma os consumidores vão evoluir, e, muitas vezes antes de eles próprios chegarem exatamente às soluções, ajudar a marca a antecipar esse caminho”, explica em conversa com o +M.

É esta capacidade de “ver um bocadinho mais à frente” que é necessária para que a marca possa a estar um passo à frente, “como temos conseguido felizmente fazer nos últimos anos”, acrescenta.

Para isso contribui o facto de a marca de restauração se integrar na cultura pop a vários níveis, que vão desde o gaming à música, e que faz com que a McDonald’s seja uma marca que “acaba por fazer parte e estar presente, muitas vezes até de forma orgânica, e não comercial”, entende o responsável pelo marketing da marca.

É dentro deste âmbito que se insere uma das suas comunicações mais recentes – lançada a nível global – onde a marca dá vida ao universo WcDonald’s, uma representação da McDonald’s ao estilo das séries de animação japonesas. A iniciativa engloba uma série de quatro episódios de anime e mangá, criada e produzida de forma exclusiva para a campanha, bem como com o lançamento do McMenu WcDonald’s, com o Molho “WcDonald’s Sweet Chili”, e um packaging temático.

Noutra campanha, em setembro, a McDonald’s quis assumidamente falar para os jovens portugueses (geração Z), abordando temas que lhes são relevantes, como o emprego ou a sustentabilidade, e procurando para isso “exemplos inspiradores de pessoas reais”.

A McDonald’s procura assim comunicar de uma forma “próxima e diferente” com os jovens, visando reforçar a afinidade e confiança com este público, embora não deixe de ser “uma marca que chega a muitas pessoas diferentes e de muitas faixas etárias”, diz Sérgio Leal.

“É uma comunicação que tem ajudado a procurar ser um bocadinho mais jovem, fazendo-o de uma maneira que os públicos mais adultos continuem ligados e se sintam refletidos na comunicação da marca, e que procura também estar muito em linha com aquilo que é o nosso ADN. É, portanto, uma comunicação muito informal, divertida e simples – ou como nós costumamos dizer, uma comunicação muito ‘à la McDonald’s’”.

Na senda daquele que é um caminho que começou a ser trilhado no ano passado, podem ser esperadas num futuro próximo mais incursões da marca neste tipo de territórios próximos das gerações mais jovens, procurando-se novas presenças em locais e em formatos diferenciadores.

Além disso, pode-se também contar com um foco por parte da marca naquilo que é a inovação ao nível dos diferentes produtos oferecidos, entre saladas, gelados e, claro, hambúrgueres. Neste campo, o double cheeseburger é o hambúrguer de eleição de Sérgio Leal, para quem a “combinação da carne com o queijo derretido é espetacular e tem muito aquele sabor único da McDonald’s”.

Entre as várias oportunidades que tem para degustar este hambúrguer encontram-se os almoços semanais realizados tanto a nível de equipa como de empresa, naquela que é uma forma de celebrar a marca e de estarem mais próximos daquilo que é a operação da cadeia de restauração.

“Muitas vezes é uma oportunidade de perceber como é que as nossas campanhas, que são delineadas e pensadas no escritório com as agências, chegam na prática aos restaurantes e que impacto têm nos consumidores e nas equipas, bem como de identificar oportunidades de melhoria. Essa proximidade é absolutamente fundamental”, afirma.

Em termos de agências, o trabalho criativo é desenvolvido pela TBWA, enquanto a OMD é a agência de meios, a LPM a agência de comunicação, e a Fullsix a agência digital, numa relação que “é muito mais de parceria”.

“Nós vemos muito as nossas agências como uma extensão dos nossos departamentos – mais do que uma relação mais formal entre cliente e fornecedor – o que faz com que as agências estejam muito envolvidas na estratégia da nossa marca, o que torna depois muito mais efetivo o seu trabalho e o seu contributo, porque na generalidade estão quase tão por dentro como a nossa equipa e isso ajuda muito no trabalho diário de desenho e implementação das campanhas”, diz Sérgio Leal.

“E elas próprias também trabalham de forma muito integrada, em equipa, pelo que muitas vezes não se nota quase qual é a agência criativa ou qual a agência de meios, funcionamos mesmo como uma equipa coesa, e eu acho que essa é uma das razões do nosso sucesso em Portugal”, acrescenta.

Foi em 2005 que Sérgio Leal entrou na McDonald’s, naquela que tem sido uma viagem que está perto de fazer duas décadas de duração mas em que “nem parece que passou este tempo todo”. Isto porque a empresa “dá a oportunidade de evoluir a nível profissional, mas também porque é uma marca onde raramente fazemos a mesma coisa”, explica o profissional.

“Fazemos coisas diferentes todos os dias, é uma marca que se vai reinventando muito e sendo muito inovadora. Não só no setor em que está mas até comparando com outros setores, e isso faz com que o tempo passe e nós não sintamos que estamos a fazer as mesmas coisas. Estamos sempre a fazer coisas diferentes e a aprender”, refere.

Depois de exercer as funções de gestor de produto e de gestor do departamento de marketing, Sérgio Leal é diretor de marketing e comunicação da McDonald’s Portugal, desde abril de 2019.

Mas a primeira experiência profissional foi na Mars – empresa que geria as marcas de chocolates como Mars, M&M’s, Snickers, Twix, e de pet food, como Pedigree e Whiskas – onde desempenhava uma função de representação das marcas no ponto de venda e de interação com os retalhistas. Foi nesta altura que viveu uma das histórias que marcaram o seu percurso profissional.

Numa altura em que era responsável por uma área que o seu chefe designava como Grande Lisboa – mas que, basicamente, ia do norte de Lisboa ao sul do Porto – a qual percorria com uma carrinha com M&M’s desenhados, Sérgio Leal achou “inusitado” que quando a sua chegada a terras mais pequenas, como algumas na zona da Serra da Estrela, “era quase um evento, com as crianças todas a correr atrás do carro”.

“Foi algo que marcou, porque era algo inusitado, e isso na altura fez-me pensar que se aquele carro tinha um impacto assim na rua, também poderia ter junto de um hipermercado para apoiar promoções”, explica.

Foi com base nesse insight que combinou com um hipermercado para ter a carrinha lá parada durante duas semanas numa promoção de chocolate. Embora depois tenha de ter convencido o seu chefe a dar-lhe outro carro durante essas duas semanas, a iniciativa apresentou “resultados estrondosos”, e levou a que se tentasse alargar a ideia a outros supermercados a nível nacional.

Antes de integrar a McDonald’s, Sérgio Leal passou ainda pelo mundo das telecomunicações, onde acompanhou o processo de mudança da marca Telecel para Vodafone, no departamento de marketing para os clientes particulares.

Além da paixão assumida pelo marketing, tem outra quase ao mesmo nível, a de viajar e de conhecer outras culturas – “quanto mais diferentes, melhor” – pelo que as duas viagens mais marcantes que já fez foi ao Quénia e à China.

O resto do tempo é dedicado à família – constituída pela esposa, pela filha de 18 anos, e pelo filho de 15 – com quem vive em Alcochete. Sendo natural de Lisboa e a esposa de Almeirim, no Ribatejo, Alcochete foi o “compromisso encontrado por ter a ver com as duas realidades“. A decisão foi também tomada tendo em conta a procura por “uma zona um pouco mais calma, mas ao mesmo tempo perto de Lisboa”, explica.

A filha, estudante de Gestão na Universidade Nova de Lisboa, parece partilhar a afinidade com a área de trabalho do pai. “É interessante que muitas vezes, em conversas, mostra opinião sobre as campanhas da McDonald’s, dá-me feedback. Desde pequena que tem muita afinidade e eu acho que tem muito jeito para estas áreas de consumidor, marketing e criatividade. Não por minha influência, mas realmente por ser algo que ela gosta e que eu penso que tem talento para”, diz.

A “grande parte do pouco tempo livre” que sobra a Sérgio Leal é dedicada ao desporto, entre ciclismo e padel, que joga com amigos e conhecidos em Alcochete.

Sérgio Leal em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?

A nível nacional, tenho particular admiração pelas campanhas do Turismo de Portugal, que refletem uma evolução da abrangência do marketing ao longo dos anos. Em detrimento de produtos, estas campanhas destacam e promovem o nosso país, a sua cultura e património, aplicando conceitos de criação de valor, posicionamento e diferenciação em relação à concorrência.

A nível internacional, destacaria três aspetos essenciais: coerência de posicionamento (um ótimo exemplo é a marca Snickers), a contribuição ativa para a resolução de problemas da sociedade (como podemos ver nas campanhas da Dove, sobre autoestima, ou da Corona, na recolha de plástico dos oceanos), e ainda, mais recentemente, as novas abordagens do marketing mais data driven. Neste último ponto, destaco a recente campanha da Mastercard “Where to settle”, premiada em Cannes, que pretendia dar resposta a um problema atual, ajudando refugiados da Ucrânia a realocarem-se na Polónia, com melhor qualidade de vida e novas oportunidades de emprego. Na verdade, esta campanha combina perfeitamente os três elementos que mencionei acima e é um exemplo espetacular de como uma marca pode ter um impacto significativo na sociedade.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?

As decisões mais difíceis prendem-se com a aprovação de campanhas com muito potencial e com um grande propósito, mas que trazem alguns riscos associados. São aquelas que nos mantêm acordados à noite, ponderando os prós e contras antes de partilharmos a nossa decisão. E mesmo depois de aprovadas, deixam-nos com uma sensação de formigueiro na barriga e algumas noites de insónia à medida que se aproximam do lançamento.

3 – No (seu) top of mind está sempre?

O consumidor, com toda a certeza. No marketing, todas as nossas ações devem estar centradas no consumidor. Manter este foco permanente ajuda-nos a tomar as melhores decisões ao longo do processo criativo com as agências.

4 – O briefing ideal deve…

Contar uma história inspiradora em apenas uma página. É importante que a mensagem seja clara e concisa, focada na transmissão de uma ideia única. É essencial garantir a coerência e consistência em cada palavra, desde o início até o fim da narrativa. Um briefing que cumpre estes requisitos é um grande passo para uma campanha de sucesso.

5 – E a agência ideal é aquela que…

A agência ideal é aquela que consegue equilibrar da melhor forma a componente criativa com a estratégica. Muitas vezes, deparamo-nos com situações em que a criatividade é excelente, mas não responde a 100% à estratégia definida e à mensagem que queremos transmitir. Por outro lado, por vezes existe um racional estratégico bem delineado, mas a criatividade não é suficientemente disruptiva. Por isso, considero fundamental que estas duas vertentes andem de mãos dadas para o sucesso de dada campanha, sabendo que nem sempre é uma tarefa fácil.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?

Considero que é essencial arriscar para quebrar a barreira da indiferença dos consumidores e superar a atual fragmentação dos media. No entanto, isso não significa que não devamos calcular e antecipar potenciais riscos. Os marketeers devem ter a coragem necessária para arriscar e captar a atenção do seu público-alvo, mas também precisam de calcular e antecipar riscos, que poderão ter impacto na reputação da marca. É essencial que a relação entre o risco assumido e o potencial ganho seja equilibrada e que estejamos preparados para responder a qualquer cenário. Isto porque, nos dias de hoje, é muito fácil destruir em segundos tudo o que foi construído ao longo de muitos anos.

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?

Um dos papéis do marketeer consiste, precisamente, em tomar decisões estratégicas e fazer as escolhas certas para maximizar o retorno do investimento em marketing. Pensar num orçamento ilimitado não seria algo equacionável, pois não contribuiria para melhores decisões e acabaria até por desvirtuar o trabalho de um bom marketeer. Estabelecer limites de orçamento permite não só priorizar as iniciativas, como também otimizar cada campanha. Este fator, aliado a uma estratégia bem definida, com uma criatividade disruptiva e uma grande relevância junto do público-alvo, são sim essenciais para criar valor e campanhas de sucesso.

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?

A publicidade em Portugal é um exemplo a seguir. O nosso talento é muito superior à escala de um país mais pequeno, e a prova disso são as frequentes distinções internacionais atribuídas a alguns dos nossos melhores criativos ou realizadores, nos principais prémios das várias disciplinas associadas à publicidade.

9 – Construção de marca é?

Garantir uma forte coerência de posicionamento em todos os seus pontos de contacto com os clientes (atuais ou potenciais) e mesmo com os colaboradores, pois hoje, mais do que nunca, todos os aspetos da marca comunicam. Por exemplo, a mensagem transmitida por uma marca na televisão deve ser coerente com a experiência real que proporciona nas suas lojas físicas, ou através dos seus serviços ou produtos, mas também com a forma como comunica e interage com os seus colaboradores e equipas.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?

O meu sonho era ser piloto de avião e cheguei a estar num concurso para controlador de tráfego aéreo, mas, felizmente, fiquei em 13º quando só havia 12 vagas! Também gosto muito de psicologia, pelo que, se não trabalhasse em marketing, adoraria trabalhar nesta área, aprofundar o conhecimento sobre as pessoas e a influência dos seus comportamentos. No fundo, acho que é também por isso que gosto muito da área de marketing, pela aplicação destes conceitos nos consumidores.

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