Ativistas climáticos bloqueiam entrada de edifício do Banco de Portugal

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Protesto pelo fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 instalou-se na entrada do edifício do Banco de Portugal na Avenida Almirante Reis, em Lisboa.

Imagem partilhada pelos ativistas no Telegram

Um grupo de ativistas climáticos impediu esta segunda-feira a entrada no edifício do Banco de Portugal na Avenida Almirante Reis, em Lisboa. A PSP foi chamada ao local.

O protesto do grupo Fim ao Fóssil visa “denunciar o investimento do Governo português na indústria fóssil e a falta de investimento na transição energética justa”, noticia o Jornal de Notícias, citando um comunicado.

Segundo o Expresso, o movimento reivindica “o fim do uso de combustíveis fósseis até 2030 e que se pare de usar gás fóssil para produção de eletricidade até ao próximo ano, utilizando antes eletricidade 100% renovável e gratuita”.

O movimento ativista estudantil diz estar a preparar uma onda de protestos que apelida de “Primavera Estudantil pelo Fim ao Fóssil”, pretendendo continuar a interromper o normal funcionamento de várias instituições até que se comprometam a acabar com o uso de combustíveis fósseis até 2030.

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Cavaco Silva: “O que distingue os militantes do PSD não é a origem das suas raízes”

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Ex-Presidente da República considera que os militantes do PSD distinguem-se pelo "interclassismo" e não pela "origem das suas raízes", no dia em que arrancam as comemorações dos 50 anos do partido.

Para o antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva, “o que distingue a família social-democrata, os militantes e simpatizantes do partido, não é a origem das suas raízes, o continente ou as ilhas, o campo, a cidade, a vila ou a aldeia, o interior ou o litoral, a planície ou a serra”, mas sim o “interclassismo”.

Em entrevista ao Público (acesso pago) a propósito das comemorações dos 50 anos do PSD, que arrancam esta segunda-feira, Cavaco Silva respondeu desta forma quando questionado se considerava que o PSD é um partido rural. Uma alusão às declarações do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que há dias afirmou que Luís Montenegro tem “comportamentos rurais”.

Questionado sobre como vê a evolução política do PSD nestes 50 anos de existência, Cavaco Silva realçou a “coerência e a estabilidade das suas grandes linhas de orientação política”, bem como “uma imutabilidade que não foi afetada pelo exercício do poder ou da oposição, nem pelas mudanças de líder“.

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Hoje nas notícias: Banca, Cavaco Silva e europeias

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em 2023, Portugal voltou a estar no topo das ajudas ao sistema financeiro na União Europeia. No plano político, os partidos preveem gastar cerca de 4,1 milhões de euros na campanha eleitoral das eleições europeias. Cavaco Silva diz que “o que distingue os militantes do PSD não é a origem das suas raízes”. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta segunda-feira.

Portugal volta a estar no topo das ajudas à banca na UE

No ano passado, a herança das sucessivas ajudas ao sistema financeiro representaram um impacto superior a 1.300 milhões de euros nas contas públicas, o equivalente a 0,5% do PIB, o que coloca Portugal no topo dos países da União Europeia (UE) com maior peso dos resgates no PIB. O impacto acumulado desde 2007 na dívida já ultrapassou 31 mil milhões de euros.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Amoníaco verde em Sines prevê receitas anuais até 380 milhões de euros

O projeto MadoquaPower2X (MP2X), destinado a produzir hidrogénio verde em Sines que será usado para produzir amoníaco verde, prevê, na primeira fase, “receitas entre 320 milhões e 380 milhões por ano”. Já na segunda fase, a projeção figura “entre 580 a 620 milhões por ano”, diz o fundador e presidente executivo da portuguesa Madoqua Power, Rogaciano Rebelo.

Leia a noticia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Partidos preveem gastar 4,1 milhões nas europeias, menos um quinto do que em 2019

No seu conjunto, os partidos que concorrem às eleições europeias, marcadas para 9 de junho, preveem gastar cerca de 4,1 milhões de euros na campanha eleitoral, o que corresponde a quase menos um quinto do valor dos orçamentos em 2019, quando totalizaram os 4,9 milhões de euros. Os orçamentos da AD e do PS representam quase dois terços do valor total.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo prepara-se para decidir lideranças da APA e DGEG

O Ministério do Ambiente e Energia vai “desencadear os procedimentos necessários” para que organismos como a Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “disponham de dirigentes habilitados ao exercício das respetivas funções”, revelou fonte oficial ao Público. O anterior Governo tinha descartado nomear um sucessor de Nuno Lacasta na APA.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

“O que distingue os militantes do PSD não é a origem das suas raízes”

“O que distingue a família social-democrata, os militantes e simpatizantes do partido, não é a origem das suas raízes, o continente ou as ilhas, o campo, a cidade, a vila ou a aldeia, o interior ou o litoral, a planície ou a serra”, diz Aníbal Cavaco Silva, em entrevista ao Público, a propósito das comemorações dos 50 anos do PSD, que arrancam esta segunda-feira. É a resposta do ex-Presidente da República quando questionado se o PSD é um partido rural, numa alusão às declarações do atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que disse que Luís Montenegro tem “comportamentos rurais”. Para o antigo presidente social-democrata, o que distingue o partido é o “interclassismo”.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

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Cibersegurança 2024: as tendências e a IA como aliada das empresas

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  • 6 Maio 2024

Num mundo em que os dados das empresas assumem um valor cada vez maior e os ataques cibernéticos são uma presença crescente, a cibersegurança deve ser uma prioridade para qualquer empresa.

Nos últimos anos, Portugal tem vindo a registar um aumento crescente de denúncias de cibercrimes que, no primeiro semestre do ano passado, chegaram mesmo a atingir um crescimento de quase 60% face ao ano anterior.

Estes dados foram divulgados pelo Ministério Público, num relatório que apontava os seguintes números: 852 denúncias no primeiro semestre de 2022 e 1363 denúncias de janeiro a junho de 2023. No entanto, apesar deste crescimento exponencial em 2023, o aumento das queixas referentes a este tipo de crimes já se verifica desde 2016.

Estes números, que continuam a ter uma tendência crescente, também revelam a complexidade dos ataques a equipamentos, a infraestruturas informáticas e a redes de comunicação, o que tem vindo a obrigar a um forte incremento da cibersegurança, principalmente no mundo empresarial.

A cibersegurança passa, por isso, a ser um tema que está, cada vez mais, no topo da agenda das empresas, devendo estar inserida na sua estratégia de negócio. Qualquer empresa ou organização, independentemente da sua dimensão ou setor de atividade, ou qualquer utilizador individual, é sempre um potencial objeto de ataque.

Para responder de forma eficaz às ameaças cibernéticas, as empresas contam com um conjunto de soluções que, independentemente da sua dimensão, permitem endereçar este problema.

Por exemplo, para as PME é essencial uma solução simples e acessível de proteção integrada de dados e equipamentos, que garanta o backup e segurança da informação crítica de cada empresa, em qualquer tipo de equipamento, seja PC, contas M365, servidor físico ou virtual em cloud, de um modo totalmente escalável e à medida das necessidades. Uma solução, compatível com a maioria dos sistemas e aplicações do mercado, que integre serviços de backup e restore, cibersegurança, recuperação, gestão remota de equipamentos e até partilha e sincronização segura de documentos.

Tendências de cibersegurança para 2024

De acordo com a Devoteam Cyber Trust, a nível europeu, o ransomware (26%), os ataques de acesso a servidores (12%) e o furto de dados (10%) são os principais tipos de ataques. Nesse sentido, a Devoteam destacou algumas tendências do ecossistema de cibersegurança para 2024.

  • Incremento dos ataques de phishing: este ataque de engenharia social permite enganar os utilizadores de modo a fornecerem acesso e informação confidencial aos cibercriminosos e, em 2024, será considerada a maior ameaça em cibersegurança. Os atacantes utilizarão progressivamente a Inteligência Artificial (IA) para desenvolver ataques de phishing, sendo que esta tecnologia possibilita uma abordagem mais inteligente e personalizada.
  • Cibersegurança como prioridade das organizações: a cibersegurança é uma prioridade de uma organização e não somente do departamento de IT. De acordo com a Gartner, 70% dos conselhos de administração vão incluir pelo menos um membro com experiência em cibersegurança até 2026.
  • Ataques com recurso à Internet of Things (IoT): com um maior número de dispositivos a comunicar entre si através da Internet, existe um maior número de sistemas que podem ser atacados.
  • Zero-Trust: de acordo com a Devoteam, o zero-trust deixará de ser um modelo técnico e começará a ser encarado como um modelo holístico e de fácil adaptação, com a autenticação contínua dos utilizadores pela IA e pela monitorização da sua atividade. Isto deve-se sobretudo à necessidade de alargar a cibersegurança em contextos organizacionais, à medida que as ameaças se estendem para além da rede corporativa, por via do teletrabalho remoto e da expansão dos dispositivos IoT.
  • Guerra cibernética e ciberataques patrocinados por Estados: a guerra cibernética popularizou-se com o conflito na Ucrânia, que representou uma evolução dos ciberataques. Uma das tendências para este ano será ter atenção às operações militares que podem estar acompanhadas de operações de ciberguerra, quer às empresas, quer às infraestruturas críticas de um país ou região.
  • Evolução dos ataques de ransomware e do Ransomware as a Service (RaaS): o ransomware continua a ser uma preocupação recorrente este ano e tornar-se-á ainda mais perigoso com crescente avanço dos negócios na dark web, onde é vendido livremente malware a qualquer ciberterrorista, o que dificulta o rastreio da origem do ataque.
  • Privacidade e compliance regulatória: com a implementação no espaço europeu de regulações como a NIS 2 e o DORA, a compliance regulatória será uma tendência. Este ano, os estados-membros da União Europeia irão adotar a norma NIS 2, o que levará ao desenvolvimento de práticas de cibersegurança mais rigorosas e eficazes pelos fornecedores de serviços digitais.
  • Extended Detection and Response (XDR): as ferramentas tradicionais de cibersegurança darão lugar a novas soluções mais abrangentes e eficazes, como as plataformas XDR (Deteção e Resposta Alargadas), que permitem às organizações correlacionar dados de forma automática e assim prever ameaças e responder de forma rápida e eficiente.
  • Intensificação de investimentos em Supply Chain Risk Management (Third Party): o Third-Party Risk Management remete para o processo de análise e diminuição de riscos associados à subcontratação de fornecedores ou prestadores de serviços a terceiros, explica a Devoteam. Este ano, prevê-se que existam tendências a nível dos riscos relacionados com supply chain, especialmente ameaças com a potencial exposição de informação sensível e confidencial, assim como ameaças que coloquem em causa a integridade, ou disponibilidade, das infraestruturas e dos dados, assim como dos sistemas informáticos utilizados.
  • Tecnologias de preservação da privacidade: a privacidade de dados e a sua regulamentação impulsionarão o desenvolvimento de tecnologias com vista à preservação da privacidade, como a encriptação homomórfica, que permite trabalhar com dados criptografados sem a necessidade de os descriptografar previamente, reduzindo a probabilidade de expor informação crítica.
  • Reforço do DevSecOps, que significa Desenvolvimento, Segurança e Operações: corresponde à prática de integrar os testes de segurança em cada estádio do processo de desenvolvimento de software. Inclui ferramentas próprias que estimulam a colaboração mais estrita entre as equipas de programadores, especialistas e operações, para construírem de raiz software cada vez mais seguro e eficiente, tornando a segurança uma responsabilidade central e partilhada por todos os que produzem software.
  • Segurança em ambiente cloud e multicloud: esta continuará a ser uma tendência a adotar no ecossistema de IT durante este ano.
  • Adoção da Inteligência Artificial (IA) tanto na defesa como no ataque: por um lado, os cibercriminosos têm aproveitado esta evolução tecnológica para aperfeiçoar os ataques cibernéticos, como de deepfake ou de malware, uma vez que a tecnologia permite aos atacantes, entre outros, criar vídeos ou áudios falsos com maior precisão/realismo e transmitir o malware em sistemas mais desatualizados. Por outro lado, a IA pode ajudar na deteção, defesa e mitigação de ameaças através da autenticação inteligente e da resposta automatizada a possíveis ciberataques.

Cibersegurança e a IA

De acordo com especialistas da Eset, a Inteligência Artificial vai ter um impacto significativo no cibercrime durante este ano.

“Observámos indícios de cibercriminosos que utilizam IA generativa para melhorar as suas campanhas de ataque atuais, especialmente no que diz respeito ao conteúdo utilizado para burla, phishing ou manipulação dos utilizadores. Em 2024, esperamos que essa tendência se acelere com a IA a tornar-se central para a geração de componentes de engenharia social dos ataques”, disse Ondrej Kubovič, especialista em Sensibilização para a Segurança da Eset.

“Outras áreas em que as ferramentas alimentadas por IA poderão ter um efeito de aceleração são as campanhas de desinformação e deepfake utilizadas por razões políticas, ideológicas (ou outras), demonstradas por exemplos como o áudio deepfake divulgado um dia antes das eleições gerais eslovacas ou a multiplicidade de vídeos falsos difundidos através das redes sociais no contexto da atual guerra de Israel contra o Hamas. No domínio das ameaças financeiras, os investigadores demonstraram que a IA generativa pode ser utilizada de forma abusiva para escrever scripts para web skimming, o que poderá levar a um aumento de ameaças como o Magecart num futuro próximo”, acrescentou Kubovič.

Lukáš Štefanko, Investigador de Malware da Eset, partilhou, ainda, que é esperado que os operadores de malware aproveitem a IA para melhorar a qualidade linguística e a confiabilidade das suas apps e conteúdos maliciosos: “A sua distribuição também se tornará mais fácil e rápida, dadas as capacidades generativas dos modelos de IA que podem criar websites com um simples clique. Um ponto de particular preocupação é a manifestação digital da usurpação de informação sensível, como dados financeiros e números de cartões de crédito, representada pelas apps maliciosas SpyLoan, que registaram um crescimento alarmante de 285% em relação ao ano anterior”.

Contudo, apesar de ser uma ferramenta que pode ser utilizada pelos atacantes, a IA generativa também oferece aos profissionais de cibersegurança ferramentas mais sofisticadas e precisas para preparar e testar as defesas contra um leque mais amplo de cenários de ataques, incluindo aqueles ainda não vistos no mundo real.

A mudança para uma abordagem cada vez mais proativa na deteção das ciber ameaças é uma das grandes promessas da IA para 2024 e anos seguintes. A análise preditiva permitirá identificar e mitigar potenciais vulnerabilidades e ataques antes mesmo de ocorrerem, o que acabará por melhorar significativamente a segurança das organizações.

Nesse sentido, a IA deverá desempenhar um papel crucial na automatização das respostas a incidentes, ao mesmo tempo que vai permitir que as organizações respondam a ameaças detetadas de forma mais rápida e eficiente e reduzam significativamente o tempo necessário para responder adequadamente a ataques.

Com o aumento do uso da IA, as questões éticas e de privacidade tornam-se ainda mais prementes. Será, por isso, fundamental garantir que os avanços tecnológicos sejam implementados de forma ética, de modo a proteger a privacidade dos dados e evitar o viés algorítmico, em que algoritmos têm atitudes discriminatórias ou de exclusão em relação aos humanos, limitando a proliferação de dados confidenciais em ferramentas de IA de utilização pública.

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Conheça as histórias das empresas tecnológicas que se destacam no nosso país. Primeiro episódio em breve

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  • 6 Maio 2024

Vêm aí as Tech Refresh Video Series, uma série de 10 episódios desenvolvida pela FES Agency sobre empresas e empreeendedores na área da tecnologia.

Sustentabilidade, inovação, empreendedorismo e tecnologia são os temas que serão abordados nas Tech Refresh Video Series, uma série de dez episódios que serão lançados quinzenalmente, a partir de 13 de maio.

Em cada episódio vamos conhecer líderes e empresas tecnológicas que estão a impulsionar a inovação em Portugal. Iremos descobrir as histórias, os desafios e as estratégias vencedoras dos empreendedores e empresas que se destacam no nosso país.

A iniciativa é da FES Agency e o ECO é media partner.

Tech Refresh Video Series

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LALIGA torna-se um pólo de atração para o investimento estrangeiro em Espanha

  • Servimedia
  • 6 Maio 2024

Segundo o estudo LALIGA Stock Market 2023 da 2Playbook Intelligence, o valor médio de um clube da LALIGA EA SPORTS é de 174,5 milhões de euros e o da LALIGA HYPERMOTION é de 29 milhões de euros.

Com estes números, numerosos fundos de diferentes países puseram os olhos nos clubes da competição, com o objetivo de os fazer crescer e aproveitar a rentabilidade do futebol espanhol.

A operação de investimento mais importante das últimas décadas no desporto, e no futebol em Espanha, foi a entrada do fundo CVC Capital Partners para implementar, em conjunto com a LALIGA, o Plano Impulso. A organização presidida por Javier Tebas conseguiu que o fundo britânico-luxemburguês investisse quase 2.000 milhões de euros em 2020, 75% dos quais já foram transferidos para os 42 clubes, e que se traduziram na modernização das infra-estruturas e dos clubes espanhóis, antecipando uma transformação que, sem este montante, poderia demorar cerca de 25 anos. Mas este não foi o único investimento estrangeiro nos últimos anos. Cada vez mais o capital internacional vê a competição espanhola como uma oportunidade de investimento.

Por exemplo, o RCD Mallorca, em 2023, sofreu uma mudança de liderança na sua gestão, e a compra do clube por Andy Kohlberg, em junho do ano passado, representou cerca de 50% do total do investimento feito na área desportiva no primeiro trimestre de 2023.

Outros clubes nos últimos tempos também abriram as portas a novos investidores, de facto, já existem nove clubes, incluindo o RCD Mallorca, na LALIGA EA SPORTS que têm percentagens de investidores de outros países. Neste sentido, o Real Betis apostou no Conglomerado Xoy do México para a mudança de propriedade da sua secção de basquetebol.

O UD Almeria foi adquirido pelo investidor saudita Turki Al-Sheikh, que obteve 99% das ações do clube. Também na Andaluzia, o Granada CF é propriedade do grupo de investimento chinês Daxian 2009, que adquiriu 98% do clube de Granada. A outra equipa andaluza, o Sevilha CF, é propriedade de um investidor americano que adquiriu 11% das ações do clube.

Da mesma forma, o grupo de Singapura Meriton Holdings Limited adquiriu 90,5% das ações do Valencia CF, enquanto em Vigo, o grupo mexicano GES adquiriu 75% das ações do RC Celta. Por outro lado, a revelação desta época, o Girona FC, tem o City Football group limited, também proprietário do Manchester City, como acionista maioritário do clube com 47,8% das ações.

O Atlético de Madrid também atraiu investimento estrangeiro nos últimos anos graças à americana Storm Investments, que comprou 33,96% das ações do clube, e à Quantum Pacific, que pertence ao empresário israelita Idan Ofer, e que adquiriu um pacote de ações equivalente a 27,8% do total.

Por seu lado, o LALIGA HYPERMOTION não ficou imune a esta tendência e diferentes equipas foram alvo de investidores estrangeiros, seduzidos pelo atrativo da competição e pelas possibilidades de crescimento. A este respeito, os clubes asturianos têm sido um alvo claro para estes capitais estrangeiros.

Tanto o Real Sporting de Gijón como o Real Oviedo optaram por abrir as suas direções a proprietários mexicanos. No caso do clube de Gijón, foi a Orlegi Sports, e no caso da equipa de Oviedo, o grupo Pachuca, que fizeram aumentos de capital de 7,1 e 6,1 milhões de euros, respetivamente.

Para além destes dois clubes históricos, em 2016 o RCD Espanyol cativou o grupo chinês Rastar Group para assumir a propriedade da equipa Periquito, o Real Valladolid seduziu o antigo futebolista e estrela Ronaldo Nazario de Lima, que assumiu a direção do clube, e o Elche CF atraiu o agente de futebol argentino Christian Bragarnik para assumir a sua sustentabilidade e promover o seu desenvolvimento em diferentes áreas. Do mesmo modo, o Albacete Balompié abriu as suas portas ao fundo Skyline, de origem libanesa-venezuelana ligado à banca, aos seguros, ao sector imobiliário e ao turismo; ou o UD Alcorcón, que já é propriedade do americano David Blinker.

Assim, este elevado nível de atração de investimento ascendente na LALIGA está também em consonância com o aumento da receção de novos investimentos internacionais em Espanha, uma vez que, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e União Europeia, a entrada de dinheiro estrangeiro gerou uma receita total de 28.215 milhões de euros em 2023, experimentando assim um crescimento de 12% em relação a 2022.

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Há portugueses a viver “com muitas necessidades” na Venezuela

  • Lusa
  • 6 Maio 2024

Presidente da ONG "Regala Una Sonrisa" chama a atenção para as dificuldades que enfrenta a comunidade portuguesa na Venezuela, que "precisa de mais ajuda dos compatriotas e do Governo português".

Comunidade portuguesa na Venezuela “está a passar muito mal”Lusa

O presidente da ONG “Regala Una Sonrisa” alerta que há cada vez mais portugueses na Venezuela a viver “com muitas necessidades, em situações de carência e que precisam de mais ajuda dos compatriotas e do Governo português”.

“As necessidades são muitas e para nós é frustrante ir a uma casa e ver a realidade, que a nossa comunidade na Venezuela está a passar muito mal”, disse.

Francisco Soares falava à Lusa em Caracas, durante a inauguração do primeiro “Hogar de los Ángeles Lusitanos” (Lar dos Anjos Lusitanos), um programa da ONG, que conta com o apoio da comunidade portuguesa local e de Lisboa.

“A comunidade portuguesa não está a passar bem, não está a fazer férias aqui (…), há necessidades muito grandes e para nós é complicado, porque os recursos são finitos, ficamos curtos para ajudar perante toda a necessidade”, frisou.

Francisco Soares instou os portugueses na Venezuela e em Portugal a ajudar os compatriotas. “Não estão obrigados a fazê-lo connosco (…) mas façam algo pela comunidade que tanto necessita”, vincou.

Por outro lado, explicou que uma vez por mês saem às ruas de Caracas à procura de pessoas sem-abrigo, deixando o convite a voluntários que queiram participar nesta missão.

Sobre o novo lar, foi “um projeto que surgiu com muitas dificuldades e vicissitudes (…) mas a casa já está feita, há um lugar extra para receber os carenciados”.”Anteriormente, víamos pessoas em situações de vulnerabilidade e não as podíamos atender, não as podíamos levar para a nossa casa e tínhamos que alugar uma habitação (…) e agora temos 16 quartos e camas para 32 pessoas”, disse.

Segundo Francisco Soares, na ONG prestam cuidados médicos primários, há um banco de roupa e há diversas atividades, entre elas o programa recreativo “Caminhando com os Anjos”, que inclui passeios programados.

“Agora temos um lugar para receber quem mora na rua e quem não tem onde ficar quando vem desde outro estado para tramitar documentos ou fazer um tratamento”, disse.

“A comunidade portuguesa não está a passar bem, não está a fazer férias aqui.

Francisco Soares

Presidente da Regala Una Sonrisa

Em declarações à Lusa, o embaixador de Portugal na Venezuela, João Pedro Fins do Lago, sublinhou que o lar nasceu “de um sonho do movimento associativo português, neste caso de Francisco Soares e da “Regala Una Sonrisa” e do programa Ángeles Lusitanos”.

“O sonho de erguer uma casa abrigo para portugueses e lusodescendentes carenciados. Uma casa que por um dia, uma noite, um curto espaço de tempo, dê abrigo, carinho e a atenção que necessita quem está em situação de rua”, disse.

Segundo o diplomata, o lar “marca um ponto importante na história da comunidade portuguesa”. “A embaixada, a rede consular é extremamente atenta e ativa na Venezuela, mas o braço do Estado só chega até determinado ponto. O resto do caminho é feito por uma comunidade que é solidária, que se entreajuda e que se organiza através do movimento associativo”, frisou.

Segundo o diplomata o lar “é a prova de que o movimento associativo está ligado, atento às pessoas e identifica as suas necessidades”.

“A comunidade portuguesa é muito vasta na Venezuela. É uma comunidade grande, de trabalho, de perfeita integração e de muito sucesso. Mas tem franjas e nessas franjas há pessoas que necessitam de atenção”, disse, sublinhando o “trabalho com muito mérito” que é feito pelo movimento associativo e o Estado português.

No lar, a receber ajuda desde há quase três meses está Fernando Manuel Leite da Silva, um emigrante de Faro, licenciado em hotelaria e turismo. “Cheguei a uma situação de rua. Já dormia na rua e comia do lixo”, explicou à lusa, precisando que foi enviado pelo consulado para a ONG.

“A minha mãe morreu e fiquei sozinho. Comecei a beber, primeiro um dia sim e um dia não, e depois bebia duas garrafas de rum todos os dias. Cheguei a uma situação extrema de pobreza. Já não tomava banho e comia do lixo”, explicou.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 6 de maio

  • ECO
  • 6 Maio 2024

Ao longo desta segunda-feira, 6 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os pacientes elegem a Fundación Jiménez Díaz como o melhor hospital de alta complexidade de Madrid

  • Servimedia
  • 6 Maio 2024

De acordo com o Inquérito de Satisfação 2023 do Ministério da Saúde Regional. Destacam também o Serviço de Urgências da Fundación Jiménez Díaz como o melhor classificado de Sermas.

O compromisso, a dedicação e a humanidade dos profissionais da Fundação Jiménez Díaz e a sua procura permanente de excelência nos cuidados que oferecem aos seus pacientes foram mais uma vez confirmados e recompensados com a confiança dos madrilenos, de acordo com os resultados do último Inquérito de Satisfação dos utentes dos serviços públicos de saúde da Comunidade de Madrid, correspondente ao exercício de 2023, que avalia a perceção dos cidadãos sobre os hospitais da rede pública autónoma, e no qual o centro obteve um Índice de Satisfação Global (ISG) de 92,71 por cento.

Desta forma, o hospital madrileno mantém-se em primeiro lugar no grupo 3, o dos centros de alta complexidade, melhorando a sua classificação em relação ao ano anterior (92,39 por cento) e superando em quase 3 pontos percentuais o ISG médio de todos os hospitais do Serviço de Saúde de Madrid (Sermas), que se situa em 89,9 por cento.

Por outro lado, e em relação à edição anterior deste documento, o hospital mantém elevados níveis de satisfação dos utentes em todas as áreas analisadas, com índices de 96,27 e 95,15 por cento nos segmentos de Cirurgia de Ambulatório e Internamento, respetivamente, seguidos de 90,68 por cento para a Consulta de Ambulatório. Quanto ao Serviço de Urgência da Fundación Jiménez Díaz, é o melhor classificado, não só entre os hospitais de nível 3, mas também no conjunto das Sermas, com 88,75 por cento. Em todos os casos, estas pontuações são superiores às médias do Sermas em cada segmento.

Uma satisfação, e também uma responsabilidade, que responde ao valor diferencial de excelência da Fundación Jiménez Díaz, percebido e reconhecido pelos pacientes, e que também se reflete no Índice de Satisfação com a Humanização (ISH) dos seus serviços, classificados com 93,22 e 90,63% para Cirurgia de Ambulatório e Internamento, e com 87,54 e 83,50%, respetivamente, para Ambulatório e Urgência; mais uma vez, acima da média da Sermas em cada um destes domínios.

Tudo isto explica que o hospital madrileno também tenha obtido altas pontuações nos seus correspondentes Índices de Recomendação Global (IRG): 99,37, 98,17 e 96,18 por cento, respetivamente, nos serviços de Cirurgia de Ambulatório, Internamento e Consulta Externa, seguidos do Serviço de Urgência, que 89,87 por cento dos seus utilizadores recomendariam.

MÉDIA E BAIXA COMPLEXIDADE

Juntamente com a Fundación Jiménez Díaz, os outros três Hospitais Quirónsalud integrados no Sermas – os Hospitais Universitários Rey Juan Carlos (Móstoles), General de Villalba (Collado Villalba) e Infanta Elena (Valdemoro) – mantêm as primeiras posições de satisfação relativamente aos seus grupos de referência, ocupando três das quatro primeiras posições do ranking global.

Assim, o hospital de Valdemoro obteve a melhor classificação no seu grupo de média complexidade, e em toda a Sermas, depois de obter um ISG de 93,52 por cento, que se completa com o melhor ISG em Ambulatório e Cirurgia Ambulatória no grupo de complexidade 1, e em toda a Sermas, com 96,89 e 98,76 por cento, respetivamente, e a melhor classificação em Hospitalização dos hospitais de baixa complexidade, com 95,18 por cento.

Os hospitais de Mostole e Villalba partilham o segundo lugar no grupo de média complexidade, com um ISG de 92,24 por cento em ambos os casos; classificações às quais, no caso do Rey Juan Carlos, devemos acrescentar o melhor ISG em Hospitalização do grupo de complexidade 2, e de todo o Sermas, com 96,99 por cento, e a melhor classificação em Assistência Ambulatória dos hospitais de média complexidade, com 92,45 por cento.

O ISG é calculado com a média da satisfação geral obtida nas áreas de Hospitalização, Ambulatório, Cirurgia de Ambulatório e Urgências nos inquéritos realizados aos utentes da rede pública de saúde de Madrid, que nesta edição foram realizados a um total de 46.671 madrilenos entre 10 de outubro e 14 de dezembro de 2023.

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Portugal tem o mais baixo nível de investimento público da Zona Euro há 10 anos

Nos últimos 10 anos, o nível de investimento público de Portugal foi de apenas 2,1% do PIB por ano, figurando no topo do ranking dos países europeus com o mais baixo nível de investimento público.

Em 2023, o investimento público contabilizou cerca de 6,7 mil milhões de euros, o equivalente a apenas 2,5% do PIB. Entre os 20 países da Zona Euro e os 27 Estados-membros da União Europeia, só a Irlanda teve um nível de formação bruta de capital fixo das administrações públicas mais baixo que Portugal no ano passado.

Este quadro não é propriamente novo. Ao longo da última década, Portugal figura constantemente no topo da tabela dos países europeus com o menor nível de investimento público no quadro europeu.

“É o efeito do ‘sucesso’ que tem sido a nossa política de ajustamento”, ironiza João Duque, professor catedrático de Finanças e presidente do ISEG, referindo-se ao processo de ajustamento orçamental que Portugal tem desenvolvido desde a crise de dívida soberana da Zona Euro, que tem sido fortemente garantido, por vários governos, à custa do congelamento do investimento público.

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Segundo dados do Eurostat, tanto nos últimos três como nos últimos cinco anos, o nível médio de formação bruta de capital fixo das administrações públicas fixou-se em 2,5% e 2,32% do PIB, respetivamente, ficando apenas acima dos 2,2% do PIB registados pela Irlanda e ficando longe do rácio de 3,2% da média dos países da Zona Euro nestes períodos.

Porém, alargando o horizonte de análise até 2014 (10 anos), ninguém bate Portugal com o nível de formação bruta de capital fixo das administrações públicas mais baixo da União Europeia. Desde 2014, o nível de investimento público de Portugal foi de apenas 2,1% do PIB por ano, menos de um terço da média dos 27 Estados-membros do espaço europeu.

“Os números de Portugal não me surpreendem, mas o ranking surpreende. Achava que havia mais países piores que nós”, refere António Nogueira Leite, professor da Nova SBE e ex-secretário de Estado do Tesouro e Finanças.

A falta de investimento público adequado é uma ameaça latente à sustentabilidade das finanças públicas e à qualidade de vida dos portugueses. Sem uma infraestrutura robusta e contemporânea, Portugal arrisca-se a perder relevância no contexto económico internacional.

Os constantes baixos números do investimento público de Portugal ao longo da última década têm-se traduzido, por exemplo, em reduzidos níveis de investimento na construção e manutenção de infraestruturas essenciais para o país, como vias férreas, aeroportos, escolas, hospitais e tantas outras que desempenham um papel crucial na função de produção da economia.

“E depois ficamos surpreendidos com sermos ultrapassados por outros países”, destaca João Duque, notando que ao longo da última década Portugal apresentou níveis de investimento público comparáveis apenas com os países mais ricos da União Europeia, “não estamos com o mesmo nível de desenvolvimento desses países.”

Isso faz com que a degradação ou obsolescência deste capital, sem os necessários investimentos para sua renovação ou expansão, comprometa a eficiência com que o país pode operar e competir globalmente. E isso é particularmente alarmante quando todos estes números apontam justamente para que o investimento público em Portugal não tem acompanhado a taxa de depreciação deste capital.

“Isto significa que o investimento público terá de ser maior para a frente para não arriscarmos ficar ainda mais para trás do comboio europeu, mas também que saibamos investir melhor“, ressalva António Nogueira Leite.

A teoria económica mostra que a baixa aposta no investimento público não só limita a capacidade de resposta do Estado perante crises, como restringe o potencial de crescimento económico do país. A persistência desta tendência poderá resultar numa deterioração significativa das capacidades produtivas e competitivas de Portugal.

“Um ano de baixo investimento implica uma perda de stock potencial cujos efeitos na produtividade serão sentidos durante cerca de duas décadas. Uma década de baixo investimento implica, portanto, uma perda de stock potencial cujos efeitos poderão ser sentidos durante mais de um século“, refere Miguel de Faria e Castro, economista e investigador na Fed de St. Louis, num ensaio escrito no ECO há dois anos.

A falta de investimento público adequado é uma ameaça latente à sustentabilidade das finanças públicas e à qualidade de vida dos portugueses. Sem uma infraestrutura robusta e contemporânea, Portugal arrisca-se a perder relevância no contexto económico internacional e a ver comprometida a sua capacidade de atrair investimento estrangeiro direto, essencial para a inovação e criação de emprego. E isso é algo que o país tem sentido desde 2021, com o investimento direto estrangeiro no país a registar uma contração média anual de 11,6% desde 2019, segundo dados do Banco de Portugal.

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Trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos duplicam no arranque do ano

Mais de milhar e meio de trabalhadores foram abrangidos por despedimentos coletivos até março, quase o dobro do registado no trimestre homólogo de 2023. Abrandamento da economia ajuda a explicar.

O número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos até ao final de março aumentou quase 98% face ao registado há um ano. Em causa estão mais de milhar e meio de pessoas, de acordo com os dados mais recentes. No total, nos primeiros três meses do ano, foram comunicados 125 processos de despedimentos coletivos.

Segundo os números da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho, só em março foram comunicados 35 processos de despedimento coletivo, mais do que há um ano (um aumento de três processos) e do que há dois anos (uma subida de dez processos). Ou seja, é preciso recuar até 2021 para encontrar um mês de março com um número semelhante de processos comunicados.

Já considerando a totalidade do primeiro trimestre, é de notar que deram entrada 125 processos de despedimento coletivo, mais 22 do que no primeiro trimestre do ano passado, o equivalente a um aumento de 21,4%, de acordo com as contas do ECO.

É preciso recuar a 2015 para encontrar um primeiro trimestre com um número mais elevado de despedimentos coletivos.

Há nove anos que primeiro trimestre não trazia tantos despedimentos coletivos

Fonte: DGERT

Desse total, 58 dizem respeito a pequenas empresas, 33 a microempresas, 21 a médias empresas e 13 a grandes empresas, detalham os dados conhecidos recentemente. Ademais, do total de despedimentos coletivos comunicados, mais de metade são relativos a Lisboa e Vale do Tejo (68 dos tais 125).

Tendo por base estes processos, o número de trabalhadores a despedir totalizou 1.549 nos primeiros três meses de 2024. Em comparação, no primeiro trimestre de 2023, 784 tinham estado nessa situação.

Número de trabalhadores a despedir agravou-se

Fonte: DGERT

Contas feitas, está em causa um aumento homólogo de cerca de 98%, ou seja, o número de trabalhadores a despedir, no âmbito de processos de despedimento coletivo, quase duplicou no arranque deste ano. E também em cadeia houve uma subida, ainda que mais ligeira: neste caso, o avanço foi de cerca de 28%, de 1.213 trabalhadores a despedir para os tais 1.549.

É de referir que, desse total, 1.396 já foram efetivamente despedidos, de acordo com a DGERT. Os dados disponíveis, para já, não permitem perceber em que setores houve maior incidência de despedimentos nos primeiros três meses do ano. Mas, olhando só para março, o comércio e a indústria transformadora destacam-se.

Também considerando apenas março é possível verificar que uma parte relevante dos despedimentos teve como causa o encerramento de uma ou várias secções da empresa (44%), seguindo-se a redução de pessoal (29%) e o encerramento definitivo (18%). Já a insolvência foi responsável “somente” por 9% dos trabalhadores efetivamente despedidos.

Nem todos os setores estão a enfrentar da mesma forma o momento atual

Apesar de a taxa de desemprego estar, de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), relativamente estável há vários meses, nem todos os setores do mercado de trabalho têm vivido os últimos tempos da mesma forma.

Os economistas ouvidos pelo ECO apontam o abrandamento da atividade económica em Portugal e na União Europeia como uma das justificações possíveis para esta evolução dos despedimentos coletivos. Outra poderá ser, indicam, a política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que tem vindo a contribuir para uma diminuição do consumo e do investimento privado.

Além disso, já no final de janeiro, o professor João Cerejeira, da Universidade do Minho, alertava ao ECO para o abrandamento das exportações de alguns setores (nomeadamente na indústria transformadora) como uma das potenciais razões para o agravamento dos despedimentos coletivos que já se começava a sentir.

Para já, os economistas têm mantido que não há razões para alarme quanto ao mercado de trabalho, uma vez que se espera que a economia reanime nos próximos meses, o que deverá dar um novo gás ao mercado laboral.

Convém explicar que o trabalhador que seja abrangido por um processo de despedimento coletivo tem direito a uma compensação que é equivalente a 12 dias de retribuição base e diuturnidades por cada ano completo de antiguidade.

No entanto, na primavera do ano passado, entraram em vigor alterações ao Código do Trabalho que elevaram para 14 dias essas compensações, ainda que com efeitos apenas a partir de 1 de maio.

Por outro lado, a nova legislação dita que as empresas que efetuaram despedimentos coletivos ficam impedidas de recorrer a contratação externa (outsourcing) durante 12 meses para satisfazer necessidades que eram asseguradas pelos trabalhadores despedidos.

Ora, as confederações patronais consideram que essa medida viola a Constituição e a Provedora de Justiça também reconhece esse risco, pelo que pediu aos juízes do Palácio Ratton que a avaliem. O pedido foi feito em outubro e até agora não houve uma decisão. Conforme escreveu o ECO, o Tribunal Constitucional não tem prazo para a tomar.

Entretanto, o novo Governo já mostrou abertura para “revisitar” as mudanças que foram feitas no ano passado à lei do trabalho e os empresários querem que essa seja uma das normas a debater, segundo adiantou ao ECO o presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, em entrevista em meados de abril

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Banca duplica dividendos para 1,3 mil milhões após ano de lucro recorde

Caixa, BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar metade dos resultados aos seus acionistas. BPI é o mais generoso. Montepio regressa após uma década de ausência. Miranda Sarmento tem boa notícia.

Depois de um ano de lucros históricos, os bancos portugueses preparam-se para entregar um cheque chorudo aos seus acionistas: vão pagar 1,3 mil milhões de euros em dividendos, o dobro do que pagaram o ano passado, de acordo com os dados compilados pelo ECO.

O cheque final vai ser mais “gordo”, pois estes dados excluem o Santander Totta, que ainda não anunciou o dividendo que vai dar à casa-mãe espanhola. Mas, depois dos lucros de 1,03 mil milhões de euros em 2023, o dividendo do banco liderado por Pedro Castro e Almeida poderá superar mesmo os 800 milhões de euros, isto se assumirmos o payout de 80% do ano passado.

Em todo o caso, sem contar com o Santander e com o Novobanco, ainda inibido de distribuir lucros, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, BPI e Banco Montepio vão entregar aos acionistas cerca de 50% dos resultados que obtiveram no ano passado. Um resultado histórico que foi alcançado muito graças à subida das taxas e dos ganhos com os juros cobrados nos empréstimos às famílias e às empresas.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o gráfico.

No caso do banco público, 525 milhões de euros vão a caminho dos cofres do Estado, depois dos lucros de 1,3 mil milhões no ano passado. Uma boa notícia para o novo ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, dado que o Orçamento do Estado para 2024 só previa dividendos de 461 milhões.

Em 2023, a Caixa havia pago um dividendo em dinheiro de 352 milhões – e ainda um dividendo em espécie no valor de 361 milhões com a entrega do edifício-sede no Campo Pequeno, que não foi considerado nestas contas.

O BPI é o mais generoso da banca portuguesa, na medida em que quase 100% do lucro de 524 milhões de euros (517 milhões) foram pagos ao espanhol Caixabank sob a forma de dividendo, acima dos 285 milhões pagos no ano passado (por conta dos resultados de 2022).

A escalada dos juros possibilitou ainda o regresso do BCP e do Banco Montepio aos dividendos. No banco liderado por Pedro Leitão, o dividendo de seis milhões de euros põe fim a uma “travessia do deserto” de mais de uma década sem pagamentos ao acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) — agora são mais acionistas. O Banco Montepio registou lucros de 28,4 milhões, mas foi muito penalizado pela venda do Finibanco Angola, uma operação que teve um impacto negativo de 100 milhões.

Em relação ao BCP, que não fez qualquer pagamento no ano passado, regressa agora com um dividendo de 257 milhões de euros, que corresponde a 30% do resultado obtido no ano passado. Mas Miguel Maya já mostrou qual é a ambição do seu banco: pagar metade ou mais dos lucros aos acionistas.

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