OCDE revê em alta crescimento de Portugal para 1,6% em 2024

Segundo a OCDE, o investimento público e o alívio nos impostos vão apoiar a atividade económica em Portugal.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reviu em alta o crescimento económico de Portugal para este ano, prevendo agora uma expansão de 1,6% do PIB, mais 0,4 pontos percentuais em relação à previsão de novembro.

Para o próximo ano, os economistas da OCDE mantêm a projeção de crescimento económico de 2%, segundo o relatório Economic Outlook publicado esta quinta-feira.

As novas previsões da OCDE para o PIB no próximo ano ficam acima das projeções do Governo, que aponta para um crescimento de 1,5% este ano e 1,9% em 2025, de acordo com o Programa de Estabilidade apresentado no mês passado. O Banco de Portugal é mais otimista, prevendo uma taxa de crescimento de 2% este ano.

Segundo a OCDE, o investimento público, o alívio nos impostos e os benefícios sociais mais elevados irão apoiar a atividade económica em Portugal.

“A atividade será suportada por novos aumentos nos salários públicos e pela indexação dos benefícios de pensões, novas transferências sociais específicas, a redução do imposto sobre o rendimento das pessoas singulares, bem como subsídios prolongados para empréstimos à habitação e rendas, e novos incentivos fiscais às empresas para aumentar o investimento”, referem os economistas da OCDE.

Ainda assim, alertam que “o aumento dos custos laborais poderá travar o emprego com salários baixos”, enquanto “os grandes investimentos públicos e as reduções permanentes do IRS poderão agravar as pressões inflacionistas“.

Em relação à inflação, a OCDE indica que a estabilização dos preços da energia e a “desaceleração da procura de trabalho” irão aliviar as pressões sobre os preços, com a taxa a moderar para 2,4% em 2024 e 2,0% em 2025.

Com o alívio na política orçamental, prevê-se que o saldo orçamental diminua de 1,2% do PIB em 2023 para 0,3% em 2024 — em linha com a previsão do Executivo de Luís Montenegro.

A OCDE acredita que “eliminação progressiva do apoio à energia e à inflação e o elevado crescimento nominal do PIB ajudarão a manter os excedentes orçamentais” nos próximos anos e a também a reduzir a dívida pública abaixo de 93% do PIB em 2025 — o Governo aponta para um rácio de 91,4% no Programa de Estabilidade.

Sobre a dívida pública, os economistas destacam que, “apesar de um declínio constante”, permanece “elevada”, pelo que será necessário “um forte crescimento, despesas mais eficientes e um quadro orçamental reforçado para enfrentar as crescentes pressões orçamentais decorrentes do envelhecimento da população e as necessidades de investimento a longo prazo”.

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Lucro do Novobanco aumenta 21,8% para 180 milhões no primeiro trimestre

Comissões aumentaram de 8,8% para ascenderam a 75 milhões "espelhando o sólido modelo de negócio", com a base de clientes a crescer 7,5% em termos homólogos.

O novobanco aumentou os lucros em 21,8% no primeiro trimestre do ano para 180,7 milhões de euros e a rentabilidade dos capitais próprios subiu 17,3%.

“O Banco apresentou um sólido conjunto de resultados em linha com as expectativas. Continuamos a cumprir consistentemente a nossa estratégia, com crescimento sustentado da atividade e dos resultados, e operações eficientes destinadas a apoiar famílias e empresas, ao longo da sua vida”, refere o presidente executivo (CEO) da instituição, Mark Bourke, citado no comunicado do banco.

A margem financeira ascendeu a 299 milhões de euros, um aumento de 52,7 milhões face ao primeiro trimestre de 2023, e a taxa da margem financeira foi de 2,88% (2,34% no período homólogo), “em resultado do ambiente favorável das taxas de juro e da eficiente gestão das taxas de juro dos ativos e do custo de financiamento”, indica o banco.

Os empréstimos a clientes aumentaram 0,8% face a março de 2023 (e 0,4% face a dezembro de 2023), situando-se em 28,3 mil milhões de euros, dos quais 59% concedidos a empresas, 35% de crédito habitação e 6% de crédito ao consumo. Tanto no crédito a empresas como no crédito à habitação houve uma redução, em ambos os casos, de 0,6% face ao trimestre anterior.

O novobanco revela também que o crédito malparado (NPL) desceu 3,8% no primeiro trimestre para 1.090 milhões de euros. “O rácio líquido NPL apresenta uma redução para 0,5% (dez/23: 0,7%), beneficiando da descida do rácio de NPL(mar/24: 4,3% vs dez/23: 4,4%) e do aumento do nível de cobertura (mar/24: 88,8%; dez/23: 84,3%)”, especifica a instituição liderada por Mark Bourke.

A instituição considera que apresenta um “perfil de risco estável, com o montante afeto a imparidades e provisões a totalizar 27,9 milhões de euros”, o que equivale a um custo do risco de 34 pontos base.

As comissões cobradas renderam 75 milhões de euros ao novobanco, ou seja, mais 8,8% face ao primeiro trimestre de 2023. “As comissões de gestão de meios de pagamento têm vindo a crescer de forma consistente ao longo dos trimestres, refletindo o sólido modelo de negócio do novobanco, com a base de clientes a crescer 7,5% em termos homólogos, o aumento do volume de transações e a revisão do preçário, atingindo 39,8 milhões de euros (+22,3%)”, explica o banco.

Os custos operacionais aumentaram 6,3% para 119 milhões de euros, mas o novobanco prefere sublinhar que a redução de 0,7% face à média de 2023. Um aumento de custos justificado sobretudo pela subida de 15,4% das amortizações e de 8,6% dos custos com pessoal. A 31 de março, o “Grupo novobanco tinha 4.227 colaboradores”, mais 18 face ao trimestre anterior e 290 balcões.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Ocean Winds ganha licença de viabilidade no primeiro leilão de energia eólica offshore da Austrália

Joint-venture em partes iguais, entre a EDP Renováveis e a Engie, vai avaliar a viabilidade do desenvolvimento do projeto através de estudos a realizar numa área de 150 km2 ao largo de Gippsland.

A Ocean Winds obteve uma licença do Governo australiano para o potencial desenvolvimento de até 1,3 GW de energia eólica offshore no primeiro leilão de energia eólica offshore no país.

A joint-venture em partes iguais, entre a EDP Renováveis e a Engie, vai assim “avaliar a viabilidade do desenvolvimento do projeto através de estudos a realizar numa área de 150 km2 nas águas ao largo de Gippsland, Victoria”, anunciou a EDP ao mercado esta quinta-feira.

“Esta concessão posiciona a Ocean Winds como uma das companhias pioneiras no desenvolvimento de energia eólica offshore na Austrália e no estado de Victoria, o estado que se prepara para se tornar o líder nacional em energia eólica offshore, uma vez que o governo local está empenhado em alcançar 65% de energia renovável até 2030, 95% até 2035 e emissões net-zero de gases de efeito estufa até 2045”, explica a EDP no mesmo comunicado. “Os objetivos de Victoria para a capacidade de energia eólica offshore são de 2 GW até 2032, 4 GW até 2035 e 9 GW até 2040 (anunciados em março de 2022)”, acrescenta a mesma nota publicada na CMVM.

Para a EDP, o estado de Victoria possui “objetivos precisos” em termos de energia eólica offshore e “uma estrutura regulatória propícia ao desenvolvimento sustentável” deste tipo de projetos.

“Este investimento na costa sudeste da Austrália reforça o compromisso da EDP com o país, onde entrou recentemente com a aquisição de uma empresa com projetos solares, eólicos e de armazenamento em desenvolvimento”, sublinha a EDP em comunicado enviado às redações.

“A EDP quer aproveitar as perspetivas de crescimento substancial da Austrália nas energias renováveis, desenvolvendo projetos de várias tecnologias que possam acelerar a descarbonização do país, fornecendo simultaneamente eletricidade verde resiliente e acessível aos seus habitantes. O potencial da Austrália em termos de energia solar, eólica e de armazenamento é enorme”, acrescenta a elétrica no mesmo comunicado.

A EDP recorda ainda que já tem uma capacidade bruta offshore em operação, contratada ou com direitos de conexão à rede concedidos de 18 GW. Esta licença vem reforçar e diversificar “as opções de crescimento rentável a longo prazo da EDP, mantendo um perfil de risco equilibrado”, acrescenta a elétrica que detém 71,27% da EDP Renováveis.

(Notícia atualizada com o comunicado da EDP)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 2 de maio

  • ECO
  • 2 Maio 2024

Ao longo desta quinta-feira, 2 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Apesar da digitalização, 70% do out-of-home ainda é estático

Quarenta por cento dos inquiridos consideram que os dados e as análises são "cruciais" e acreditam que estes serão os responsáveis por "moldar significativamente o avanço da indústria".

Apesar da atenção que tem sido dada à digitalização do out-of-home, 70% do inventário exterior ainda é estático, revela o “State of Static OOH report“, um estudo da Broadsign que inquiriu 126 profissionais de 64 empresas que dispõem de inventário de publicidade exterior a nível global.

Na verdade, de acordo com o inquérito, cerca de três quartos dos inquiridos diz que planeia manter pelo menos 75% do seu inventário estático de OOH num futuro próximo. Quase 9% dos inquiridos planeiam mesmo manter o seu inventário estático intacto, enquanto quase 5% perspetivam digitalizar entre 51 a 100% do seu inventário.

É digno de nota que, entre os inquiridos, 69,8% dispõem de inventário híbrido (estático e digital), enquanto 30,2% trabalham unicamente com suportes estáticos.

Na região EMEA (Europa, Oriente Médio e África), em concreto, 53% das empresas planeiam dar prioridade à digitalização das faces estáticas existentes nos próximos anos. No entanto, apenas 10% destas empresas têm intenções de digitalizar mais de metade do inventário estático existente.

Segundo o estudo, o processo de criação e implantação de campanhas estáticas de OOH estão também a passar por uma “mudança transformadora”, tendo em conta a existência de uma “consciencialização crescente” de que fluxos de trabalho mais eficientes, além de desejáveis, são também uma “necessidade estratégica” para o crescimento contínuo do negócio. Neste sentido, 53% dos inquiridos refere encontrar nas ineficiências operacionais uma das principais barreiras para o crescimento da sua organização.

“A principal conclusão da nossa análise é clara: numa acelerada era digital, os proprietários de meios estáticos que adotam fluxos de trabalho simplificados tendem a estar em vantagem competitiva”, refere-se.

No entanto, o State of Static OOH Report conclui que existe uma elevada procura por projetos que vão para lá da publicidade estática mais tradicional, tendo em conta que 94% dos inquiridos dizem receber destes pedidos pelo menos algumas vezes por ano. Quase 5% dos entrevistados dizem recebê-los diariamente, enquanto 6,35% diz nunca receber este tipo de pedidos.

A data parece também assumir uma importância crescente na publicidade exterior, podendo ser a “chave para desbloquear novas receitas”. Segundo o estudo, 40% dos inquiridos consideram que os dados e as análises são “cruciais” e acreditam que estes serão os responsáveis por “moldar significativamente o avanço da indústria”.

Estes fatores relacionados com dados e análise são inclusive aqueles que são considerados como o maior desafio para os próximos anos pelo maior número de inquiridos (30,9%). A estes seguem-se as perceções dos anunciantes sobre o OOH (23,8%) restrições regulatórias (17,4%), a competição digital online (12,7%), a integração de tecnologias (8,7%) ou preocupações ambientais (6,3%).

Embora as preocupações ambientais sejam as menos referidas, quase 64% das empresas que responderam ao inquérito já se comprometeram em reduzir a sua pegada de carbono, enquanto outras 17% têm a expectativa de implementar medidas de sustentabilidade nos seus negócios nos próximos anos.

Ainda dentro do campo da sustentabilidade, 56% das empresas de publicidade out-of-home usam, por norma, luzes LED nas suas estruturas. Já 33% utiliza de forma frequente vinil/papel reciclado e 48% diz reusar ou doar o vinil/papel depois de a campanha em causa terminar.

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Isabel Díaz Ayuso, a figura mais reconhecida da política espanhola, de acordo com um estudo do Instituto de Investigação IO

  • Servimedia
  • 2 Maio 2024

A presidente da Comunidade de Madrid é o líder regional mais reconhecido em Espanha, sendo conhecida por 96,97% dos espanhóis, de acordo com um estudo do Instituto de Investigação IO.

Apesar de não ocupar um cargo nacional, Isabel Díaz Ayuso é a dirigente regional mais reconhecida em Espanha. Exatamente, por 96,97% dos espanhóis, de acordo com esta nova sondagem do Instituto de Investigação IO, realizada com uma amostra de mais de 5.000 pessoas para analisar a situação atual em Espanha, bem como nas suas diferentes comunidades autónomas.

Segue-se Íñigo Urkullu, Presidente do País Basco, reconhecido por 90,12% dos espanhóis; Pere Aragonés, Presidente do Governo da Catalunha, por 89,61%; Juanma Moreno, Presidente do Governo Regional da Andaluzia, por 88,4%; e o Presidente de Castela-La Mancha, Emiliano García-Page, por 86,17%.

De acordo com um estudo anterior da IO Research, todos os espanhóis consideram também que Madrid (37,25%) é a comunidade autónoma que melhor defende os interesses da sua região e dos seus cidadãos face ao governo central, independentemente do local de residência dos inquiridos; seguida do País Basco (36,58%) e da Catalunha (29,41%).

De acordo com a análise, os espanhóis avaliam, em média, melhor o governo da sua própria comunidade autónoma do que o governo espanhol (4,55 contra 3,87). Por regiões, Castilla-La Mancha (5,21), País Basco (5,10), Navarra (4,79) e Comunidade de Madrid (4,72) são as que avaliam mais positivamente o seu governo.

O estudo conclui igualmente que, em termos gerais, a maioria dos espanhóis avalia todos os presidentes regionais de forma mais positiva do que Pedro Sánchez (4,34 contra 3,60). Dirigentes regionais como Emiliano García-Page (Castilla-La Mancha), Íñigo Urkullu (País Basco), Juanma Moreno (Andaluzia), Gonzalo Capellán (La Rioja) e Isabel Díaz Ayuso (Madrid), entre outros, ocupam as primeiras posições como os mais bem avaliados nas suas regiões. Apenas Pere Aragonés está atrás do Presidente de Espanha, uma vez que o Presidente da Catalunha é o presidente regional com a pontuação mais baixa dos espanhóis, com uma média de 3,21.

MELHORES POLÍTICAS

Esta análise também destaca que 21% e 16% dos espanhóis classificam Madrid e o País Basco, respetivamente, como as duas regiões com as melhores políticas regionais em todos os dezasseis domínios analisados no estudo. De facto, o IO Research salienta que “a Comunidade de Madrid destaca-se de forma notória em todas as políticas, sendo a única região presente em todas elas no top 3”.

Concretamente, 43,49% do conjunto dos espanhóis consideram que a política de transportes do Governo de Madrid é a melhor de Espanha, seguida das políticas levadas a cabo nos domínios das infra-estruturas e dos serviços públicos (36,12%); da fiscalidade e da tributação (26,87%); da defesa das liberdades (26,61%); da educação (23,63%); e do desemprego (23,48%). Segue-se a bandeira da região de Madrid, a saúde, seguida das políticas sociais, da luta contra a corrupção e da segurança, com Madrid à frente do País Basco em todas elas.

O barómetro revela ainda que 15,53% dos madrilenos consideram que a sua região está melhor do que há um ano e 49,84% pensam o mesmo. Apenas 34,63% pensam que está pior. No que se refere às notas dadas pelos próprios madrilenos sobre a sua comunidade, as políticas mais bem classificadas são o turismo (5,88), os transportes (5,50), a defesa das liberdades (5,13), a limpeza (5,00) e as infra-estruturas e serviços públicos (4,94).

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5 coisas que vão marcar o dia

A OCDE divulga o Economic Outlook, enquanto o INE publica os dados do emprego. Esta quinta-feira, Novobanco e CTT apresentam as contas ao mercado. No plano político, os deputados debatem as portagens.

Os deputados vão debater, em plenário, na Assembleia da República projetos de lei para eliminar as portagens nas ex-SCUT. No plano económico, a OCDE divulga o Economic Outlook, enquanto o INE publica os dados do mercado de trabalho. A época de resultados continua, sendo que esta quinta-feira é a vez do Novobanco e dos CTT apresentarem os resultados referentes ao primeiro trimestre.

Deputados debatem portagens nas ex-SCUT

Os deputados com assento parlamentar vão debater, em plenário, o projeto de lei do PS, tendo em vista eliminar as portagens nos lanços e sublanços das autoestradas do Interior (ex-SCUT) ou onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança. Vão ainda ser debatidas propostas de outros partidos sobre o tema.

Novobanco e CTT apresentam contas ao mercado

A época de resultados continua e esta quinta-feira é a vez do Novobanco e dos CTT apresentarem as contas referentes ao primeiro trimestre deste ano. A instituição liderada por Mark Bourke fechou o ano passado com lucros de 743,1 milhões de euros, o que representa uma subida de 32,5% face ao período homólogo. Já a empresa liderada por João Bento registou um resultado líquido positivo de 60,5 milhões de euros em 2023.

OCDE divulga Economic Outlook

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga esta quinta-feira o Economic Outlook, onde vai atualizar as projeções económicas, incluindo para Portugal. No último relatório que tinha dados para Portugal, os economistas da OCDE reviram em baixas as projeções, estimando um crescimento do PIB nacional de 1,2% para 2024.

Como evolui o mercado de trabalho em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai publicar as estimativas mensais de emprego e desemprego referentes a março. Em fevereiro, a taxa de desemprego em Portugal aumentou ligeiramente para 6,7%, o que representa uma subida de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior. Já a taxa de emprego não mexeu no segundo mês do ano.

BdP divulga dados sobre sistemas de pagamentos

O Banco de Portugal (BdP) vai divulgar um relatório sobre os sistemas de pagamentos, com dados referentes a 2023. Em 2022, os portugueses fizeram 3,7 mil milhões de pagamentos de retalho no montante de 655,5 mil milhões de euros, uma subida de 16,2% face a 2021, segundo os últimos dados. Serão também conhecidos dados da dívida pública.

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Sabe quanto ganha um eurodeputado?

Sabe quanto vão ganhar Sebastião Bugalho, Marta Temido, António Tânger Corrêa, João Cotrim Figueiredo, Catarina Martins, João Oliveira e Francisco Paupério caso sejam eleitos eurodeputados?

As eleições para o Parlamento Europeu realizam-se de 6 a 9 de junho. O objetivo é escolher os 720 deputados que vão compor o hemiciclo em Bruxelas. Aos eleitores portugueses cabe escolher 21 eurodeputados que vão participar na elaboração das políticas comunitárias entre 2024 e 2029. As listas dos candidatos a eurodeputados já são conhecidas e têm alimentado polémicas, seja porque Sebastião Bugalho foi a escolha para liderar a lista da AD, seja porque Pedro Nuno Santos optou por refrescar a lista socialista e não sugerir a reeleição de nenhum dos atuais eurodeputados.

Alguns deputados da Assembleia da República, como Marta Temido, Francisco Assis e Ana Catarina Mendes, só para citar alguns exemplos, têm eleição garantida e vão trocar o Parlamento nacional pelo Parlamento Europeu. Uma troca que representará um aumento significativo do seu salário mensal.

O salário base de um deputado do Parlamento Europeu é de 10.075,18 euros brutos. Mas este valor está sujeito a um imposto da União Europeia e contribuições para seguros, o que reduz o vencimento para 7.853,89 euros líquidos. Em alguns casos, como em Portugal, os eurodeputados também pagam impostos nos países de origem. Os salários dos eurodeputados têm como bitola o vencimento de um juiz de Tribunal de Justiça da União Europeia – correspondem a 38,5% do mesmo.

Os eurodeputados recebem ainda diversos subsídios para cobrir as despesas relacionadas com o exercício do mandato. Têm um apoio de 4.950 euros para despesas no Estado-membro em que são eleitos como por exemplo o aluguer de escritórios, equipamento informático e software, material de escritório, telemóveis, assinaturas de serviços móveis e assinaturas de Internet. Ou seja, os custos de gestão do gabinete do deputado. “O montante fixo é utilizado para salvaguardar a independência do mandato e porque esta forma de pagamento é a mais eficaz em termos de custos”, explica o Parlamento Europeu.

Têm ainda direito ao reembolso do custo efetivo das deslocações para participar nas reuniões do Parlamento Europeu em Bruxelas e Estrasburgo, mediante apresentação dos respetivos recibos. Mas há limites: o preço de um bilhete de avião em classe executiva (classe ‘D’ ou similar), o preço de um bilhete de comboio em primeira classe ou 0,58 euros por quilómetro para viagens de automóvel (até um máximo de mil quilómetros).

Subsídio de fim de mandato

No termo do seu mandato, os deputados ao Parlamento Europeu têm direito a um subsídio de reintegração, equivalente a um mês de vencimento por ano em funções, durante um período máximo de dois anos.

Quando um antigo deputado assume funções noutro local, o novo salário é deduzido do subsídio de reintegração.

Se, simultaneamente, o deputado ao Parlamento Europeu tiver direito a uma pensão de aposentação ou de invalidez, não poderá beneficiar de ambos, devendo optar por um dos dois.

O Parlamento paga também um subsídio fixo de estadia de 350 euros por dia, conhecido como subsídio de estadia, que inclui um montante fixo que cobre o alojamento, as refeições e as despesas incorridas pelo deputado durante os períodos de atividades parlamentares, desde que a presença esteja comprovada pela sua assinatura no registo oficial. Este montante é cortado para metade se “nos dias de votação em sessão plenária, não participem em metade das votações nominais, mesmo que estejam presentes e tenham assinado a folha de presenças” e quando as reuniões se realizam fora da UE.

Os eurodeputados podem escolher os seus assistentes parlamentares, acreditados em Bruxelas/Estrasburgo. O montante mensal máximo disponível para contratar assistentes é de 28.696 euros por deputado, sendo que o montante não é transferido para o parlamentar, mas sim pago aos assistentes. “Não podem recrutar familiares próximos, e os assistentes não podem exercer atividades suscetíveis de dar azo a conflitos de interesses”, diz o Parlamento Europeu.

Entre as regalias está ainda o direito ao reembolso de dois terços das suas despesas de saúde e no final do mandato têm direito a um subsídio de reintegração, equivalente a um mês de vencimento por ano em funções, durante um período máximo de dois anos. “Quando um antigo deputado assume funções noutro local, o novo salário é deduzido do subsídio de reintegração”, segundo o Parlamento Europeu.

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Investimento estrangeiro cai pelo segundo ano consecutivo

Mais de dois terços dos países da OCDE tiveram uma diminuição dos influxos de investimento direto estrangeiros em 2023. Portugal foi um dos casos, ao contabilizar uma contração de 26%.

Num contexto de incertezas geopolíticas e taxas de juro elevadas, 2023 foi marcado pela segunda retração consecutiva dos fluxos globais de investimento direto estrangeiro (IDE).

Depois de uma queda de 24% em 2022, assistiu-se em 2023 a uma nova correção global de 7% do investimento estrangeiro, com o volume de IDE a atingir 1,36 biliões de dólares no ano passado, segundo o mais recente relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), com essas transações a permanecerem abaixo dos níveis pré-pandemia pelo segundo ano consecutivo.

Na OCDE, apesar de o volume total de influxo de IDE ter registado um crescimento de 10,7%, mais de dois terços dos 38 países da OCDE apresentou uma diminuição dos influxos de IDE no ano passado, com particular destaque para a China, que fechou 2023 com apenas 22% do volume de IDE que registou em 2022, e para a Índia, que alcançou um decréscimo de 44% de IDE face aos números de 2022. Este cenário reflete não apenas um ambiente económico desafiante, mas também uma cautela crescente dos investidores internacionais que, em alguns casos, optaram por desinvestir nestes países.

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Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para ver o gráfico.

No seio da União Europeia, a situação não foi mais animadora. Os números indicam que a comunidade europeia enfrentou o segundo ano consecutivo de valores negativos nos fluxos de IDE. “Grandes desinvestimentos foram registados nos Países Baixos em 2023, assim como no Luxemburgo no ano anterior, que explicam os valores negativos de influxos de IDE no grupo dos países da União Europeia” em 2022 e 2023, lê-se no relatório da OCDE.

Portugal também não ficou imune a esta tendência europeia e global de contração do investimento estrangeiro, contabilizando em 2023 o recebimento de 7,2 mil milhões de dólares de IDE, menos 26% face aos valores de 2022 e o valor mais baixo desde 2018.

Os técnicos da OCDE consideram que este comportamento de desinvestimento de capital estrangeiro na União Europeia surge como resposta a uma possível revisão das estratégias das empresas internacionais, especialmente “em antecipação à introdução de uma taxa mínima global de imposto sobre as empresas prevista para 2024, que poderá estar a incitar uma reorganização das estruturas empresariais através das fronteiras.”

Contrastando com a tendência geral, os EUA mantiveram-se como o principal destino de IDE, atraindo 341 mil milhões de dólares em 2023. O pódio de maiores recetores de IDE é completado pelo Brasil (64 mil milhões de dólares) e pelo Canadá (50 mil milhões de dólares).

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Nível de vida melhorou, mas crescimento não é estrutural. Empresários pedem políticas para a produtividade

Portugal subiu no ranking do PIB per capita, mas beneficiou do facto de estar mais longe da guerra e da força do turismo. Empresários apelam a políticas públicas para estimular o tecido produtivo.

No ano passado, muito se comentou a possibilidade de a Roménia ultrapassar Portugal na dimensão do PIB per capita, mas tal acabou por não se verificar — e o país subiu mesmo no ranking europeu deste indicador. Ultrapassou a Polónia e a Estónia, com um desempenho mais favorável do que o esperado, ainda que tenha beneficiado dos infortúnios dos países de Leste e este resultado não represente melhorias estruturais, apontam os economistas ouvidos pelo ECO. As empresas também sinalizam que são necessárias mais políticas públicas para promover a transformação da economia e o desenvolvimento do tecido produtivo.

O PIB per capita de Portugal, expresso em paridades de poder de compra, aumentou em 2023 e o país ascendeu à 18.º posição entre os Estados-membros da União Europeia (UE), subindo dois lugares face ao ano anterior, de acordo com a estimativa rápida do Eurostat divulgada no final de março. Face a 2022, Portugal passou à frente da Polónia e da Estónia, que atualmente têm um PIB per capita que representa 80% e 81% da média europeia, respetivamente.

No entanto, os economistas defendem que isto não se deve a uma mudança estrutural. “Ao crescer apenas 2,3% em 2023, Portugal conseguiu, ainda assim, registar o 5º maior crescimento económico no conjunto dos 27 países da União Europeia”, aponta Ricardo Ferraz, enquanto “a Estónia foi o 2º país da União que mais contraiu, ao passo que a economia polaca praticamente que estagnou”.

A explicação reside no facto de numa conjuntura adversa não termos sido tão penalizados quanto a generalidade dos nossos parceiros.

Ricardo Ferraz

Investigador do ISEG

“Portanto, a explicação reside no facto de numa conjuntura adversa não termos sido tão penalizados quanto a generalidade dos nossos parceiros”, indica ainda o investigador no ISEG e professor na Universidade Lusófona. É de salientar que no arranque deste novo ano, segundo a estimativa rápida conhecida esta semana, a economia portuguesa voltou a crescer acima da média da Zona Euro.

Gonçalo Pina, professor associado de Economia Internacional na ESCP Business School, também aponta ao ECO que “os países de Leste estão mais expostos ao aumento dos custos com energia — o que também afeta a indústria”. “Portugal tem beneficiado de preços de energia relativamente baixos e o setor dos serviços, como o turismo, não tem sofrido tanto”, acrescenta.

Apesar da subida no ranking, o país já chegou a estar em posições melhores: 15º em 2000, 16º em 2005 ou 17º posição em 2016, como recorda Luís Miguel Ribeiro, presidente do conselho de administração da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

Não há razões estruturais que não possam ser alteradas para que não fiquemos para sempre tão abaixo da média.

Gonçalo Pina

Economista

Além disso, o país continua a estar abaixo da média europeia. Para o economista Gonçalo Pina, existe ainda “um potencial de convergência que pode ser atingido com melhor integração de mercados”. “Não há razões estruturais que não possam ser alteradas para que não fiquemos para sempre tão abaixo da média”, argumenta.

Ricardo Ferraz também defende que são necessárias reformas estruturais, argumentando que já devia estar em curso um plano “que permitisse aumentar o nosso PIB potencial”. “Um plano que criasse as condições necessárias para que nos próximos anos Portugal pudesse acompanhar os seus parceiros”, considera.

Até porque já há alguns países europeus a recuperar do choque da pandemia de Covid-19 e das guerras iniciadas recentemente, como mostram os dados divulgados esta semana. Pelo que, completa o economista, “para não ficarmos para trás quando os grandes motores arrancarem, temos de pensar no futuro”.

Patrões pedem políticas públicas para estimular produtividade

Num artigo de opinião no Público, o antigo ministro da Economia, António Costa Silva, defendeu o papel das empresas nesta evolução do PIB per capita, argumentado que foi devido “ao dinamismo e resiliência dos empresários e da economia nacional; ao apoio de políticas públicas que permitiram salvaguardar e estimular o tecido produtivo; ao crescimento sustentável das exportações; à aposta consistente nas qualificações e na inovação, trazendo-as para o chão de fábrica; à atração de investimento externo; à capacidade para diversificar os motores da economia”.

Do lado das empresas, este esforço é reconhecido, mas considera-se que continuam a faltar políticas públicas que estimulem o tecido produtivo.

Este crescimento serviu para limitar ‘danos’ causados anteriormente e não para colocar Portugal no grupo dos quinze países mais desenvolvidos.

Luís Miguel Ribeiro

Presidente da AEP

Para Luís Miguel Ribeiro, o crescimento verificado no ano passado “serviu para limitar ‘danos’ causados anteriormente e não para colocar Portugal no grupo dos quinze países mais desenvolvidos, como é a ambição da AEP e deve ser a do país”. Para melhorar a atração de investimento, a inovação e as qualificações, “as prioridades devem passar pela redução estrutural da carga fiscal sobre as empresas e os recursos humanos, criando incentivos fiscais à inserção de jovens licenciados nas empresas e aliviando a carga fiscal sobre o trabalho na classe média”.

Rafael Alves Rocha, diretor-geral da CIP, concorda que “os decisores políticos têm de agir imediatamente e pôr em marcha um conjunto de políticas públicas que comecem a resolver os problemas”. “Caso vislumbremos esse sinal político, a nossa capacidade de reação aumentará na mesma medida e, pelo caminho, talvez seja um pouco mais fácil atrair investimento estrangeiro”, indica.

Algumas das áreas onde estas medidas deviam estar focadas, exemplifica o porta-voz, seria na formação contínua dos trabalhadores. Aqui “tem havido investimento privado continuado”, mas “poderia haver mais, até porque este é um esforço que interessa a todos, talvez seja possível juntar mais as forças e os entendimentos entre público e privado”, argumenta.

Eleições nos EUA e guerras preocupam empresas

No ano passado, as exportações foram bastante prejudicadas pelo abrandamento da economia mundial e, em particular, da europeia. As vendas para o estrangeiro estão a demorar a recuperar neste arranque de 2024, mas os empresários ouvidos pelo ECO mostram-se otimistas. Ainda assim, expressam também receios com os riscos geopolíticos e o resultado das eleições nos EUA.

Carlos Vicente, diretor-geral da Vitacress

Carlos Vicente, diretor-geral da Vitacress, aponta que “Portugal se tem vindo a consolidar a nível de parceiro internacional, não só ao nível do turismo, mas também na capacidade produtiva, na capacidade inovadora, na fiabilidade do seu trabalho e da sua qualidade”. “Temos aqui uma plataforma interessante para crescer”, afirma o gestor.

Também confiante está Armindo Costa, presidente e Fundador da ACO Shoes, que se mostra seguro de que as empresas nacionais vão “começar a ter mais confiança e mais encomendas”. “Estou muito positivo, estou animado”, sublinha, apesar de ressalvar que “falta ainda a solução para um problema, que é em novembro a eleição do presidente dos Estados Unidos”.

O peso das exportações no PIB tem vindo a aumentar, o que comprova este esforço que acontece apesar do difícil, incerto e complexo contexto global.

Rafael Alves Rocha

Diretor-geral da CIP

O diretor-geral da CIP também expressa preocupação com esta questão eleitoral do outro lado do Atlântico, apontando mesmo que, se o cenário para os EUA “parece mais desanuviado”, no horizonte surge um novo risco caso Donald Trump vença mesmo as eleições presidenciais. “Haverá uma nova guerra de tarifas?”, questiona.

Perante esta incerteza, Rafael Alves Rocha admite que o novo Governo liderado por Luís Montenegro “talvez traga um novo impulso”. Independentemente do quadro político, completa, “os empresários estudam, avançam, constroem, concretizam, procuram internacionalizar-se”. “O peso das exportações no PIB tem vindo a aumentar, o que comprova este esforço que acontece apesar do difícil, incerto e complexo contexto global”, conclui.

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Banca coloca à venda 700 milhões de crédito malparado

Ao Montepio e BPI, que já tinham no mercado duas carteiras de 200 milhões, juntaram-se agora o BCP, Santander Totta e Banco CTT, com portefólios de NPL de cerca de 500 milhões.

Os bancos portugueses têm à venda carteiras de malparado no valor de quase 700 milhões de euros, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO junto de fontes do mercado.

Banco Montepio e BPI já tinham lançado dois processos para a venda de portefólios de NPL (non performing loans) no valor de 200 milhões de euros, como o ECO avançou no início de abril.

A estes dois bancos juntaram-se o BCP, o Santander Totta e o Banco CTT nas últimas semanas, com carteiras com o valor contabilístico bruto de cerca de 500 milhões.

O BCP tem a maior carteira: o Projeto Spring tem o valor de 265 milhões de euros, sendo composta por single names, isto é, grandes exposições que estão em situação de incumprimento.

Por sua vez, o Santander Totta lançou duas carteiras em simultâneo: a Pool 62 e a Pool 63. A primeira carteira tem o valor de 70 milhões e compreende crédito sem garantias (unsecured). A segunda apresenta-se com um valor de 30 milhões e é composta por crédito com garantias (secured).

Já o Projeto Boavista do Banco CTT no valor de 100 milhões tem apenas NPL unsecured. O banco confirmou que avançou para um “consulta organizada ao mercado para a venda” de uma carteira antiga proveniente da 321 Crédito, instituição especializada no crédito ao consumo que foi adquirida em 2018.

Nenhum dos outros bancos quis fazer comentários sobre as operações.

NPL em mínimos

Fonte: Banco de Portugal

Os bancos mantêm o esforço de limpeza do balanço e redução do risco num contexto de juros altos que está a pressionar milhares de famílias com crédito da casa, apesar de não anteciparem que isso se traduza num grave problema de malparado.

O rácio de malparado caiu para um mínimo histórico no final do ano passado, baixando para 2,7%, abaixo do “número mágico” de 5%, e isto depois de ter atingindo o pico de 17% em meados de 2016.

Apesar disso, o setor ainda se deparava com 8,5 mil milhões de euros de crédito tóxico. Se contabilizarmos as imparidades, o NPL líquido atinge os 3,8 mil milhões de euros, reduzindo em cerca de 600 milhões em comparação com 2022.

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Seguradoras atacam IA e cortam investimentos em insurtech

Nuno Albuquerque e Castro, Head of Insurance da NTT DATA Portugal, explica as tendências de investimento em tecnologia do setor segurador. É uma nova vaga, a prioridade é Inteligência Artificial.

As seguradoras “estão consolidar e concentrar os seus investimentos” em três áreas de atividade de insurtechs: seguros integrados, risco cibernético e empresas focadas na criação de benefícios para os colaboradores das empresas, afirmou Nuno Albuquerque e Castro, Head of Insurance da NTT DATA Portugal, em entrevista ao ECOseguros, com base no relatório Insurtech Global Outlook 2024 elaborado pela consultora.

Nuno Albuquerque e Castro, Head of Insurance da NTT DATA Portugal: As empresas “têm menos capital e, portanto, se há menos capital, é normal que exista menos capital para investir em insurtechs

Há ainda uma quarta área em grande crescimento, e foi a área que mais cresceu em comparação com 2018 e 2020,: well-being e health care, ou seja, cuidados de saúde e bem-estar.

Esta concentração surgiu após 2023, antes desse ano “havia uma dispersão de investimentos e, portanto, havia muito investimento em muitas áreas completamente diferentes“, refere Nuno Albuquerque e Castro, que considera que “as seguradoras acreditam nas insurtechs, mas estão a investir menos”, declara.

Inteligência artificial: foco dos investimentos

Ao mesmo tempo que é menor na insurtech, “a aposta em inteligência artificial tem aumentado brutalmente nos últimos tempos“, menciona o dirigente da NTT Data.

Nuno Castro destacou três estratégias que seguradoras adotam para obter ou otimizar as capacidades de inteligência artificial nas suas operações, nomeadamente, colaborar com insurtechs, assim como recorrer a terceiros, como consultores e hyperscalers (por exemplo, Google e Azure) “que trazem mais capacidades e outras funcionalidades de processamento de informação que antes não era possível” e, por último, apostam em programas dereskilling (alteração de carreira) e upskilling (aprimorar capacidades) dos seus colaboradores.

Nesta última, a requalificação dos colaboradores com muito conhecimento de negócio para áreas como a inteligência artificial é “uma preocupação cada vez maior das seguradoras” que pretendem “melhorar as suas competências internas para lidar com a transformação digital que estamos a assistir”.

Nesse sentido, há postos de trabalho que vão ser impactados, como é o caso dos operadores de sinistros, que poderão recorrer a ferramentas de inteligência artificial generativa para “prestar um melhor serviço ao cliente e serem mais rápido” a dar resposta aos sinistros, afirma Nuno Albuquerque e Castro.

Ainda que considere que a IA seja “uma vantagem competitiva das seguradoras”, funcionando como “um enabler dos processos de negócio da seguradora”, que a auxilia a prestar um melhor serviço ao cliente e também aumentar a eficiência da sua cadeia de valor, “não é vantagem competitiva exclusiva”, refere o Head of Insurance da NTT DATA Portugal. “Não acho que sejam o ingrediente secreto para melhorar e para ser a empresa mais competitiva do mundo e, portanto, é algo complementar, mas é algo importante. E esta é a nossa visão enquanto NTT Data.”, acrescenta.

No final de contas, na opinião de Nuno Castro, todo o mercado está a tentar “perceber quais os potenciais impactos que esta tecnologia tem nas suas cadeias de valor”. Há ainda muito a analisar acerca de “como fazer e tirar melhor proveito desta tecnologia”. Tratando-se ainda de “uma aprendizagem que nós estamos a ter. É muito recente e acho tem uma calibração que está a ser feita.”, diz.

As três vagas de inovação do setor dos seguros

Segundo o relatório NTT Data, há três vagas de inovação a redesenhar atualmente o setor dos seguros atualmente: Seguros Digitais, Seguros Conectados e Seguros Generativos. A primeira vaga acontece quando uma seguradora converte o seu negócio manual, passando a “comercializar e digitalizar aquilo que é o seu negócio através da componente das aplicações”, explica Nuno Castro.

A segunda vaga, de “seguros conectados”, assenta na transição dos modelos baseados na proteção para estratégias baseadas na análise proativa e preventiva do risco, “com base na informação que vão recolhendo” com recurso a tecnologias de IOT’s [internet das coisas], por exemplo.

A última é quando empresas recorrem à “inteligência artificial generativa para prever os riscos”. Como a Mind Foundry que “utiliza informação de condução para entender se a pessoa cognitivamente está habilitada para conduzir” e se ao longo do tempo existiu “um declínio dessas capacidades” e dessa maneira, prever e prevenir sinistros.

(I)literacia financeira contribui para grande lacuna de proteção em Portugal

Os riscos cibernéticos, as alterações climáticas e a reduzida poupança das famílias são três desafios para reduzir a sua lacuna de proteção em Portugal, refere Nuno Albuquerque e Castro.

A reduzida literacia financeira da população portuguesa contribui para a lacuna de proteção pois “se as pessoas não entendem os produtos, não os conseguem comprar”. Além disso, “num país que tem um PIB per capita que ainda não é alto vai dificultar também a aquisição de seguros. Portanto, os seguros acabam por ser importantes. Mas é mais importante por comida na mesa e pagar as suas contas“.

Nesse sentido, apostar em seguros integrados com serviços essenciais para o quotidiano das pessoas, como, por exemplo, comprar um carro que já tenha, obrigatoriamente, integrado um seguro é uma das formas de reduzir a lacuna da proteção.

Ademais, o responsável acredita que apostar na tecnologia pode reduzir a lacuna. Nomeadamente, através de seguros paramétricos e seguros integrados, por exemplo. Nesse sentido, a Generali estabeleceu uma parceria com a Descartes que permite pagar automaticamente a um agricultor em caso de sinistro recorrendo a dados paramétricos, imagens de satélite e IA para analisar o estado do sinistro.

Riscos macroeconómicos e políticos na origem do desinvestimento em insurtechs

As seguradoras estão a investir menos em insurtechs, registando-se uma quebra de 70% no investimento em 2023 comparando o assinalado no seu pico em 2021. Segundo o relatório, a origem desse desinvestimento está em riscos de instabilidade políticos (como os resultados de eleições pelo mundo) e fatores macroeconómicos (como inflação e aumento das taxas de juro).

As elevadas taxas de juro “reduzem os capitais das empresas para possível investimento em insurtech. Os resultados líquidos das seguradoras reduziram 22% no ano passado face a 2022 e, assim, “têm menos capital e, portanto, se há menos capital, é normal que exista menos capital para investir em insurtechs“, refere Nuno Albuquerque e Castro, aludindo ao relatório.

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