Fundación Jiménez Díaz é o hospital de alta complexidade com o menor tempo de espera para cirurgia

  • Servimedia
  • 27 Março 2024

A Fundación Jiménez Díaz voltou a ser, em fevereiro, o hospital de alta complexidade de Madrid com os tempos de espera mais curtos para operações, consultas de especialidade e exames externos.

O hospital, de gestão mista, apresenta os valores mensais mais baixos de todos os hospitais do grupo 3, que são os de alta complexidade, para além de estar no topo do ranking regional.

Em fevereiro, o tempo médio de intervenção cirúrgica no sistema público de saúde da Região de Madrid foi de 45,92 dias, muito abaixo da média nacional de 112 dias, segundo o último relatório Sisle do Ministério da Saúde.

Com 19,38 dias, a Fundación Jiménez Díaz registou o terceiro menor tempo de espera para uma intervenção cirúrgica na Região, apenas atrás do Hospital Universitário General de Villalba (12,10 dias) e do Infanta Elena (17,91 dias), centros de média e baixa complexidade, pela ordem.

Assim, a Fundación Jiménez Díaz tornou-se o hospital de alta complexidade com a menor demora para ser operado.

Na Comunidade de Madrid, um hospital do grupo 3 ou de alta complexidade é aquele que tem uma elevada capacidade para prestar cuidados médicos e cirúrgicos especializados, bem como serviços avançados em várias áreas da medicina. Atualmente, para além da Fundación Jiménez Díaz, existem outros sete hospitais especiais nesta categoria.

Em fevereiro, o segundo hospital do grupo 3 com a menor demora para uma cirurgia foi o Clínico San Carlos, com 47,25 dias (dois dias acima da média regional). Um pouco mais atrás, o 12 de Octubre, com 51,48 dias; o La Paz, com 53,19 dias; o Puerta de Hierro Majadahonda, com 54,79 dias; o Gregorio Marañón, com 55 dias; o La Princesa, com 56 dias e, finalmente, o Ramón y Cajal, com 63,98 dias. Todos eles apresentam tempos de espera inferiores ou próximos de dois meses, um valor que melhora os números da grande maioria das comunidades autónomas.

Como refere o Sisle, a nível nacional, a especialidade cirúrgica com maior demora é a cirurgia plástica, com uma média de 225 dias. É preciso ter em conta que as operações estéticas são efetuadas através do sistema público de saúde no caso das cirurgias reparadoras ou reconstrutivas. No caso de Madrid, o tempo de espera para este tipo de cirurgia foi muito mais curto em fevereiro. Com base nos dados de La Princesa, a Fundación Jiménez Díaz ofereceu a menor demora para esta especialidade cirúrgica, com apenas 29,85 dias, quase 200 dias abaixo da média nacional. Seguiram-se o Ramón y Cajal, com 46,43 dias, o Clínico San Carlos, com 48,7 dias; La Paz, com 55,41 dias; Gregorio Marañón, com 57,92 dias; 12 de Octubre, com 62,63 dias, e Puerta de Hierro de Majadahonda, com 64,59 dias.

Outro facto assinalado pelo relatório do Ministério da Saúde é que, com uma média de 134 dias, a operação de colocação de uma prótese de joelho é a cirurgia com maior demora em toda a Espanha. A situação na Comunidade de Madrid é um pouco diferente e, mais uma vez, a Fundación Jiménez Díaz liderou o grupo de hospitais de alta complexidade com um tempo de espera inferior a 25 dias para a substituição do joelho, concretamente 24,92 dias. La Princesa ofereceu o segundo melhor tempo com o dobro do número de dias, 51,71, seguido pelo Clínico San Carlos, com 53,77 dias. A partir daí, as esperas tornam-se mais longas: La Paz registou uma espera de 86,49 dias, 12 de Octubre e Puerta de Hierro de Majadahonda registaram 100,1 dias, Gregorio Marañón 103,16 dias e Ramón y Cajal 113,22 dias.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 27 de março

  • ECO
  • 27 Março 2024

Ao longo desta quarta-feira, 27 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP voltou aos prejuízos no quarto trimestre. 2023 fechou com lucro de 177 milhões

A companhia aérea conseguiu um resultado líquido de 177 milhões de euros em 2023, abaixo dos 203 milhões averbados até setembro. Prejuízo de 26,2 milhões no último trimestre penalizou o exercício.

A TAP teve lucros de 177,3 milhões de euros em 2023. O resultado ficou, no entanto, abaixo dos 203 milhões averbados até setembro, com a companhia aérea a voltar aos prejuízos no último trimestre.

A transportadora portuguesa conseguiu os melhores resultados líquidos anuais de sempre, graças a um crescimento de 170,2% face aos 65,6 milhões conseguidos no ano anterior.

Não foram mais elevados porque o saldo dos últimos três meses de 2023 foi negativo. A TAP teve prejuízos de 26,2 milhões, o que compara com um lucro de 156,4 milhões no trimestre homólogo. Isto apesar de ter conseguido receitas de 1.050 milhões, em linha com os últimos três meses de 2022.

O aumento de 121% na rubrica de custos com pessoal, para 270,4 milhões, em resultado dos novos acordos de empresa assinados com os sindicatos — cujo impacto ainda não se materializa integralmente nestas contas –, e o acréscimo de 25% nos custos operacionais de tráfego, contribuíram para um aumento de 16,8% dos custos operacionais, para 1.077,2 milhões. O resultado operacional (EBIT) foi, assim, negativo em 27,2 milhões.

No conjunto de 2023, as receitas cifraram-se em 4.214,8 milhões, mais 20,9% do que no ano anterior e também um valor inédito. Os rendimentos operacionais cresceram na venda de passagens (25,4%) e nos serviços de manutenção (24%), baixando na carga e correio (-33%).

Os gastos operacionais aumentaram 20,2% para 3,868 milhões, mais uma vez com a rubrica dos custos com pessoal a registar o crescimento mais pronunciado: 73,4% para 722,6 milhões.

O resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) aumentou 7% para os 832,5 milhões de euros, mas a margem de rentabilidade encolheu de 22,3% para 19,8%.

Os bons resultados de 2023 confirmam o caminho de recuperação efetuado nos últimos anos pela TAP. Recorde de receitas, ultrapassando a marca dos 4 mil milhões de euros, margens operacionais robustas e resilientes, e uma clara trajetória de desalavancagem, confirmam a solidez financeira do grupo.

Luís Rodrigues

CEO da TAP

A TAP manteve o rumo de redução do endividamento, com a dívida financeira líquida a encolher 7,3% para 651,1 milhões, o equivalente a 2,6 vezes o EBITDA, o que compara com 3,5 vezes no final de 2022. A companhia aérea tinha 789,4 milhões de euros em caixa em dezembro de 2023, o que compara com 916 milhões um ano antes.

Os bons resultados de 2023 confirmam o caminho de recuperação efetuado nos últimos anos pela TAP. Recorde de receitas, ultrapassando a marca dos 4 mil milhões de euros, margens operacionais robustas e resilientes, e uma clara trajetória de desalavancagem, confirmam a solidez financeira do grupo”, afirma o CEO Luís Rodrigues, citado no comunicado divulgado esta quarta-feira.

“A assinatura dos novos acordos de empresa confirma o reconhecimento e o compromisso perante os nossos trabalhadores”, salienta também o gestor, acrescentando que “2024 será um ano desafiante que testará o foco da organização, para o qual necessitamos do compromisso de todos para estabelecermos a TAP como uma das empresas mais atrativas do sector”.

(notícia atualizada às 8h10)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Universidade Alfonso X El Sabio e o UMusic Hotel Teatro Albéniz vão angariar fundos para a Confederação Nacional de Organizações de ELA

  • Servimedia
  • 27 Março 2024

O UMusic Hotel Madrid e a Universidad Alfonso X el Sabio (UAX) unem forças para trazer a Orquestra de Câmara da UAX de volta à cena musical de Madrid com um novo concerto de beneficência.

O UMusic Hotel Madrid e a Universidad Alfonso X el Sabio (UAX) unem forças para trazer a Orquestra de Câmara da UAX de volta à cena musical de Madrid com um novo concerto de beneficência para angariar fundos para a Confederación Nacional de Entidades de ELA (ConELA).

Tal como a universidade e o hotel anunciaram conjuntamente na quarta-feira, o evento terá lugar no sábado, 6 de abril, às 12h30, no Teatro Albéniz. Os bilhetes para assistir ao concerto já estão à venda ao preço de oito euros e a totalidade das receitas reverterá a favor da organização ConELA, que procura sensibilizar e dar voz aos doentes que sofrem desta doença e aos problemas que enfrentam.

Organizada em colaboração com o UMusic Hotel Teatro Albéniz, que alberga este histórico teatro madrileno, a Orquestra de Câmara UAX oferecerá um concerto que permitirá ao público mergulhar numa viagem pelos sons da Europa, sob a direção de Miguel Romea, que dirige este agrupamento desde a sua criação em 2015. Tendo-se tornado uma referência no campo das orquestras jovens no atual panorama académico, o seu principal objetivo é a formação integral de todos os seus membros, estudantes da Faculdade de Música da UAX, o único centro de estudos musicais universitários em Espanha.

Os fundos do concerto, a favor do ConELA, serão utilizados para promover a Lei da ELA e a criação de centros residenciais para os doentes afectados por esta doença, que vivem com grandes restrições e problemas na sua vida quotidiana. Atualmente, estima-se que esta doença afecte cinco em cada 100.000 pessoas em todo o mundo. Sem causa conhecida até à data, a esperança de vida é de três a cinco anos após o diagnóstico.

O concerto procurará levantar a voz dos doentes de ELA e dar visibilidade à sua luta através desta iniciativa em que participam a Fundação UAX, a Clínica Auramed, que se junta para sublinhar a importância da investigação para a deteção precoce, bem como o investimento no tratamento dos doentes, a Odición Centro Auditivo e a Fundación Uniteco Profesional, que atribuirá bolsas de estudo a estudantes para promover a música como ferramenta transversal na medicina.

Com um programa de 90 minutos dividido em duas partes, Romea dirigirá um quinteto de sopros e metais, composto por Miriam Caballero no oboé, Inés de Hevia e Daniel Gómez no clarinete, Miguel Jesús Torres no fagote e David Paul Smith na trompa. Na primeira parte, interpretarão a “Sinfonia Concertante” de Mozart para oboé, clarinete, fagote e trompa. Na segunda parte, levarão o público numa viagem pelo velho continente com a interpretação de “A Journey through Europe”, uma antologia para orquestra composta por nove obras de Warlock, Grieg, Sibelius, Strauss, Kalkottas, Beliczay e Tchaikovsky.

Os bilhetes podem ser adquiridos através da página Web “https://proticketing.com/gts/es_ES/entradas/evento/35637”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

Dia marcado pela política nacional, com o Parlamento a retomar os trabalhos para tentar eleger um presidente da Assembleia e o Presidente da República a voltar-se para a crise da Madeira.

A política volta a marcar o dia, com o Parlamento a tentar desatar o nó da eleição de um presidente da Assembleia da República, a segunda maior figura do Estado. Entretanto, o Presidente da República debruça-se sobre a crise na Madeira. No plano dos dados económicos, o Banco de Portugal pinta o retrato da banca nacional e o Instituto Nacional de Estatística mede o pulso à confiança dos consumidores.

Deputados tentam eleger presidente da Assembleia

O primeiro plenário da XVI Legislatura vai ficar para a história por causa do impasse gerado em torno da eleição de um presidente da Assembleia da República. Na primeira votação, esperava-se a eleição de José Pedro Aguiar-Branco pelo PSD e Chega, mas o social-democrata não conseguiu os 116 votos a favor necessários. Seguiu-se uma segunda tentativa, com três candidatos, incluindo Manuela Tender pelo Chega e Francisco Assis pelo PS. Este último até obteve mais votos do que Aguiar-Branco, mas falhou a eleição na segunda volta. O impasse está instalado no Parlamento. Os trabalhos vão ser retomados esta quarta-feira ao meio-dia.

Marcelo volta-se para a crise na Madeira

O Presidente da República vai dedicar o dia à crise política na Madeira. Primeiro, Marcelo Rebelo de Sousa vai ouvir os partidos, a começar pelo Bloco de Esquerda às 10h, terminando com o PSD às 15h. Ao final da tarde, pelas 18h, o Presidente reúne o Conselho de Estado. Estas diligências decorrem no primeiro dia em que Marcelo readquire o poder de dissolver a Assembleia Legislativa da Madeira, depois de o presidente reeleito do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque, ter sido alvo de buscas que precipitaram o fim do acordo com o PAN que suportava o Governo regional. Espera-se, por isso, que o Chefe de Estado convoque eleições na Madeira.

Última conferência de imprensa deste Governo

O Governo cessante, chefiado por António Costa, realiza hoje uma última conferência de imprensa antes de entregar o testemunho ao primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro. Na segunda-feira, o Executivo reuniu num Conselho de Ministros extraordinário, presidido pelo Presidente da República, que foi precedido de declarações de Costa e Marcelo Rebelo de Sousa sem direito a perguntas dos jornalistas.

INE mede confiança dos consumidores

O Instituto Nacional de Estatística (INE) faz hoje uma nova avaliação da confiança dos consumidores. Os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores, referentes a março, serão publicados às 9h30 e permitirão saber como evoluiu o indicador de confiança, depois de ter aumentado entre dezembro e fevereiro. Por sua vez, o clima económico diminuiu, depois de ter aumentado entre novembro e janeiro.

Banco de Portugal faz retrato da banca em 2023

Num ano marcado por lucros expressivos, impulsionados pela subida das taxas de juro, o Banco de Portugal publica hoje o relatório sobre o sistema bancário português relativo ao quarto trimestre. O documento deverá conter dados sobre a rendibilidade dos bancos, indicadores de qualidade dos ativos e níveis de solvabilidade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pescadores portugueses apanham mais peixe em 2023. Preço médio cai 8,5%

Direção-Geral de Recursos Naturais e Serviços Marítimos mostra que os pescadores trouxeram mais peixe para terra em 2023, com descida do preço médio. Atividade é mais valiosa nas ilhas e no Algarve.

Os pescadores portugueses capturaram 118 mil toneladas de peixe no ano passado, o que compara com 107 mil toneladas registadas em 2022. Apesar desta recuperação em termos homólogos, o peixe capturado ainda está abaixo dos valores registados em 2021, que se cifrou em 124 mil toneladas. Entre janeiro a dezembro de 2023, o valor médio do peixe comercializado rondou os 2,27 euros por quilo, um valor inferior ao que tinha sido conseguido no ano anterior.

Analisando a evolução deste indicador nos últimos dez anos, os valores têm oscilado bastante. Neste horizonte temporal, foi no ano de 2013 que foi batido o recorde da década, com a captura de um total de 131 toneladas de peixe. Por oposição, foi em 2020 que foi capturado menos peixe (99 mil toneladas).

A Docapesca descreve ao ECO/Local Online que as quantidades têm sido “relativamente estáveis, registando sempre algumas oscilações ao longo dos anos”, assinalando que isso “depende de fatores da natureza”. Através de fonte oficial, recorda o período entre 2014 e 2019 em que a captura da sardinha, uma espécie muito relevante para os volume globais, esteve limitada e sujeita a regras de captura, o que acabou por baixar os níveis médios.

Houve um período entre 2014 e 2019 em que a captura da sardinha estava mais limitada e sujeita a regras de captura o que acabou por baixar os níveis médios.

Fonte oficial da Docapesca

No ano passado, o aumento de peixe capturado foi uma realidade nas regiões Norte e Centro, na Área Metropolitana de Lisboa e também no Alentejo e no Algarve. No entanto, o maior registo foi obtido nas lotas do Centro (41,6 mil toneladas), seguido pela região da capital (32,4 mil toneladas) e pelo Norte (18,9 mil toneladas), de acordo com dados provisórios da Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM), que o ECO teve acesso.

Nas ilhas, o cenário é um pouco diferente. Na Região Autónoma dos Açores, o peixe capturado durante o ano passado (9,4 mil toneladas) ficou aquém dos valores registados em 2022 (10,1 mil toneladas) e em 2021 (11,8 mil toneladas).

Já na Região Autónoma da Madeira, no ano passado foram capturadas 4,9 mil toneladas de peixe. Um valor superior a 2022 (3,9 mil toneladas), mas abaixo dos números de 2021 (5 mil toneladas).

Já de acordo com dados do INE, em 2022 foram capturadas pela frota portuguesa 165.801 toneladas de pescado, o que relativamente a 2021 representou um decréscimo de 10,6% na produção da pesca nacional. Pedro Jorge, presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais (ADAPI) explica a diferença dos números pelo facto de a Docapesca registar apenas o peixe fresco descarregado nas lotas em Portugal.

O responsável lembra ao ECO/Local Online que “há muito peixe fresco capturado por portugueses em lotas fora de Portugal”. Há um conjunto de 15 navios portugueses a pescar e descarregar nas lotas espanholas”, exemplifica ainda o líder da ADAPI.

Temos de conjugar as capturas de pesqueiros internos e externos. Das 166 mil toneladas capturadas em 2022, 23% foram de pesqueiros externos.

Pedro Jorge

Presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais

Temos de conjugar as capturas de pesqueiros internos e externos. Das 166 mil toneladas capturadas em 2022, 23% foram de pesqueiros externos”, realça o representante da Associação dos Armadores das Pescas Industriais. Pedro Jorge acrescenta ainda que a captura dos pesqueiros externos “tem um peso muito grande”, que em 2020 representaram 28% da produção e em 2021 foram 20%.

Preço médio baixa 8,5%. Nas ilhas é mais valioso

Por outro lado, ao longo do ano passado, o preço médio por quilo diminuiu 8,5%, para 2,27 euros (vs. 2,48 euros registados em 2022). Foi a região do Algarve que registou a maior descida do preço médio (18 cêntimos), seguida pela Área Metropolitana de Lisboa, onde caiu 17 cêntimos, e do Centro, que viu o valor médio ser desvalorizado em 15 cêntimos. No Alentejo a queda foi menos expressiva (-13 cêntimos). A região Norte foi mesmo a única em que o preço médio do peixe subiu em 2023, três cêntimos acima do ano anterior.

Em termos absolutos, o peixe algarvio continua a ser o mais caro, com um preço médio por quilo de 3,60 euros (compara com 4,42 euros em 2022). O Norte ocupa a segunda posição em termos de valor (2,46 euros), seguido do Centro (2,32 euros). Os mais baratos são os da Área Metropolitana de Lisboa (1,48 euros) e do Alentejo (1,61 euros).

Na Região Autónoma da Madeira e dos Açores, o peixe é mais valioso. O ano passado, o preço médio por quilo nos Açores foi de 4,18 euros, enquanto na Madeira foi de 4,04 euros. O preço médio foi superior ao de 2022 em ambas as regiões.

O peixe-espada preto é um peixe que se pesca muito nas ilhas e tem um valor muito elevado no mercado, enquanto há espécies que se pescam no continente em grandes quantidades, como por exemplo o carapau, mas que têm uma valor muito inferior.

Pedro Jorge

Presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais

Pedro Jorge, presidente da Associação dos Armadores das Pescas Industriais, explica que o preço médio do peixe nas ilhas é superior porque as espécies capturadas são “mais valiosas”. “O peixe-espada preto é um peixe que se pesca muito nas ilhas e tem um valor muito elevado no mercado, enquanto há espécies que se pescam no continente em grandes quantidades, como por exemplo o carapau, mas que tem uma valor muito inferior”, diz Pedro Jorge, acrescentado ainda que nos “Açores é pescado peixe com muita qualidade”.

Uma opinião partilhada pela Docapesca, que sublinha ao ECO/Local Online que nas “ilhas são pescadas espécies com maior valor comercial. Enquanto no continente, apesar de a variedade ser maior, a existência de maiores quantidades de cavala, carapau ou sardinha acabam por “puxar o preço médio mais para baixo”.

No território continental, de janeiro a dezembro do ano passado, o peixe mais capturado foi a cavala, seguido da sardinha e carapau. Nos Açores, a categoria mais capturada foi a dos esparídeos diversos e das lulas, enquanto na Madeira foram os espargos e o peixe-espada preto.

Exportações a caminho dos 1.500 milhões

Em 2022, as exportações nacionais de pescado ultrapassaram os 1.300 milhões de euros, segundo dados do INE, tendo a ministra da Agricultura calculado em abril que seria “expectável” que no ano que terminou, e para o qual ainda não há números fechados, as vendas no exterior crescessem 15%, ultrapassando, pela primeira vez, a fasquia dos 1.500 milhões de euros.

Segundo dados da Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alimentares (ALIF), o pescado português é o segundo produto agroalimentar com mais peso nas exportações, atrás das vendas agregadas de frutas, legumes e flores. A fileira da pesca, aquacultura e transformação do mercado emprega 60.000 pessoas e representa um Valor Acrescentado Bruto (VAB) superior a 2.000 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resiliente, mas cheio de desafios. O mercado de trabalho que o novo Governo “herda”

Luís Montenegro chega ao poder com um mercado de trabalho estável, ainda que com alguns desafios à vista. Lay-off está a aumentar, mas economistas entendem que não há motivo para alarme, para já.

Luís Montenegro vai “herdar” de António Costa um mercado de trabalho estável. O desemprego ficou abaixo das expectativas em 2023 e não se esperam grandes alterações em 2024, realçam os economistas ouvidos pelo ECO. Ainda assim, há desafios à espreita, como a necessidade de dar formação aos trabalhadores mais velhos, o desemprego jovem, que insiste em manter-se elevado, e as migrações.

Comecemos pelo desemprego. Para 2023, Fernando Medina tinha apontado uma taxa de 6,7%, mas o mercado de trabalho teve um melhor desempenho do que o esperado, isto é, a taxa de desemprego situou-se em 6,5% no conjunto do ano passado.

E o arranque deste ano tem sido sinónimo de estabilidade: segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE), há dois meses que a taxa de desemprego está estacionada em 6,5%, valor que já não é tão próximo como chegou a ser (em 2022) dos mínimos históricos, mas é, ainda assim, um bom sinal.

Além disso, depois de sete meses a subir, o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) recuou em fevereiro, passando para 331 mil indivíduos.

Desemprego está estável

Fonte: INE

Perante estes números, Pedro Braz Teixeira, economista e diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, sublinha que, neste momento, não há razões para “grandes preocupações“, defendendo que Luís Montenegro herda mesmo um mercado “em pleno emprego“.

A taxa de desemprego está ao nível do pleno emprego e a economia deve crescer próximo da tendência de médio prazo, sobretudo a partir do segundo semestre, pelo que não há razões para esperar uma deterioração do mercado de trabalho“, salienta o especialista.

O desemprego poderia estar muito mais baixo. Além disso, o elevado desemprego jovem é um motivo de grande preocupação.

Pedro Martins

Ex-secretário de Estado do Emprego

Ainda assim, Pedro Martins, professor universitário e ex-secretário de Estado do Trabalho, atira que o desemprego poderia estar “muito mais baixo“, considerando, nomeadamente, as alterações demográficas (a natalidade e a emigração) dos últimos anos. Por exemplo, o desemprego jovem continua elevado, realça o especialista, o que é um “motivo de grande preocupação“, diz.

De acordo com o INE, em 2023, entre os mais jovens (16 aos 24 anos), a taxa de desemprego fixou-se em 20,3% em 2023, acima do verificado no ano anterior (em 1,2 pontos percentuais). E em janeiro deste ano, enquanto a taxa de desemprego global ficou nos tais 6,5%, entre os jovens foi de 24,2%.

Lay-off dispara. Tocam os alarmes?

Outro sinal do mercado de trabalho que merece atenção é a evolução recente do lay-off, regime que permite às empresas em crise suspenderem os contratos de trabalho dos seus empregados ou reduzirem os horários destes, cortando-lhes (temporariamente) os salários.

Os dados mais recentes do Gabinete de Estratégia e Planeamento do Ministério do Trabalho mostram que em fevereiro o número de trabalhadores abrangidos por este regime aumentou pelo segundo mês consecutivo e, face ao período homólogo, a subida foi de quase 200%.

Para Pedro Braz Teixeira, tal é um reflexo dos “meses complicados” vividos ao nível das exportações — uma parte significativa das empresas em lay-off são do setor industrial exportador, o que parece confirmar essa leitura. As vendas ao exterior estão agora a recuperar, admite o especialista, mas “lentamente” e “isso poderá ter levado algumas empresas a recorrer ao lay-off“.

Ainda assim, o diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade. antevê que esta “deverá ser uma questão conjuntural, que se poderá dissipar nos próximos meses“.

Também João Cerejeira, professor da Universidade do Minho, entende que, “do ponto de vista global”, não há motivo para preocupação. “Mas deve haver o cuidado de verificar se há alternativas de emprego nas regiões dos trabalhadores afetados”, alerta.

Salários engordam?

Um dos temas centrais do Governo de António Costa, no que diz respeito ao mercado do trabalho, foi o dos salários. Tanto que foi celebrado um acordo em Concertação Social com vista a reforçar os rendimentos.

Assim, depois de um ano marcado por perdas de poder de compra, em 2023 os portugueses conseguirão recuperar algum terreno: em termos reais, o salário médio aumentou 2,3% em 2023, sendo que, em termos absolutos, engordou mesmo quase 7%, tendo ultrapassado a fasquia dos 1.500 euros.

Para este ano, o cenário pode não ser tão otimista. “Prevejo que os aumentos reais médios diminuam em 2024“, indica o professor Pedro Martins, que admite, porém, que deverá haver “grande dispersão entre empresas, até do mesmo setor“.

Na mesma linha, Pedro Braz Teixeira explica que em 2023 os salários foram impulsionados pela “necessidade de recuperar das perdas de poder de compra do ano anterior”. Ora, em 2024, não só a previsão para a inflação é muito mais baixa, como “já há menos necessidade de recuperar perdas passadas“.

Com o crescimento da produtividade (anual) entre 1% e 1,5% para os próximos anos, o crescimento nominal dos salários nos anos próximos anos deverá situar-se em torno dos 3%.

João Cerejeira

Professor da Universidade do Minho

Também o professor João Cerejeira entende que o impacto da recuperação da perda de rendimentos reais “deverá ser menos expressivo este ano, bem como nos próximos anos“, mas projeta um crescimento nominal dos salários em torno de 3%. Isto à boleia do esperado crescimento da produtividade (entre 1% e 1,5%).

Convém destacar que o salário mínimo nacional já subiu este ano, dos 760 euros em que estava em 2023 para 820 euros, o maior aumento alguma vez ocorrido, segundo António Costa.

E o acordo celebrado em Concertação Social prevê um referencial de 5% para os aumentos salariais do privado. O referencial é, porém, apenas isso, uma referência, pelo que não é certo que se cumpra. No programa eleitoral, a Aliança Democrática propunha um salário de 1.750 euros até a fim da década.

Desafios para o próximo Governo

Com o Governo de Luís Montenegro a poucos dias da tomada de posse, que desafios estão à sua espera, quanto ao mercado de trabalho? João Cerejeira identifica a preparação da população ativa para a transição energética, ambiental e digital. “Portugal tem condições para beneficiar desta transição, mas para isso será necessário (re)qualificar e um número elevado de trabalhadores“, avança o economista.

Outro dos desafios, enumera, é a precariedade, problema que “ainda está longe de estar resolvido”, bem como a elevada incidência de pobreza entre quem trabalha. A taxa de risco de pobreza entre quem está empregado fixou-se em 10% em 2022, de acordo com o INE.

Já Pedro Braz Teixeira elege a baixa formação dos trabalhadores mais velhos como um dos maiores desafios do mercado de trabalho dos próximos anos.

A propósito, o INE, numa nota publicada recentemente, indicou que mais de metade dos portugueses não faz formação, tendo o país dos piores registos da União Europeia a esse respeito.

Por outro lado, em conversa com o ECO, o ainda secretário de Estado do Trabalho, Miguel Fontes, salientou esta semana que, apesar de ter crescido a consciência da necessidade da formação, é ainda preciso aumentar a sua valorização pelos empregadores. Isto já que os trabalhadores continuam a sentir que fazer formação não tem grande reflexo nos salários ou até mesmo nas oportunidades de progressão na carreira.

Já o ex-secretário de Estado Pedro Martins destaca as migrações como um dos desafios com os quais o novo Governo terá de lidar. “A redução da emigração e a integração da imigração”, detalha o também professor, numa altura em que tanto se fala em como fixar em Portugal os jovens qualificados que estão a sair das universidades. Apesar da estabilidade do desemprego, não faltarão desafios a quem assumir as rédeas do mercado de trabalho no Governo que agora se prepara para iniciar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD tem margem orçamental para cumprir promessas, mas economistas pedem “prudência”

Cenário económico é mais favorável do que o esperado e novo Governo deve cumprir promessas, mas aumento da despesa do Estado coloca pressão sobre as contas públicas.

Luís Montenegro vai assumir o leme da governação do país com uma economia mais favorável do que o esperado: o excedente orçamental foi de 1,2% em 2023 e o Banco de Portugal já prevê que o PIB vai crescer 2% este ano. Apesar deste enquadramento, têm-se multiplicado os alertas para que a margem seja guardada para o futuro e que se tenha em atenção as “pressões financeiras” que existem, como os salários e o investimento público. O Governo terá, assim, de atingir um equilíbrio entre cumprir o que prometeu mas com “prudência e saber”, destaca o economista António Nogueira Leite ao ECO.

O Banco de Portugal (BdP) reviu em alta as previsões para o crescimento da economia este ano, estimando agora um salto de 2% do PIB em 2024, segundo o boletim económico de março. Esta é uma perspetiva mais otimista do que a de dezembro, quando esperava um crescimento de 1,2%. O banco central também prevê que a inflação será mais baixa do que o esperado.

Além disso, soube-se esta segunda-feira, através do Instituto Nacional de Estatística (INE), que o excedente orçamental atingiu 1,2% do PIB em 2023, acima do previsto pelo Ministério das Finanças e o valor mais elevado em democracia.

Esta revisão “poderá ter impacto em termos de projeções que se possam fazer para a evolução de receitas, mas, mesmo assumindo que os impostos se mantêm na mesma, não é possível replicar o crescimento das receitas dos últimos dois anos que ajudaram a explicar o excedente e que tiveram a ver com um processo inflacionário conjuntural, que está mais controlado”, alerta o também ex-secretário de Estado das Finanças.

Assim, apesar da almofada orçamental, já começaram a surgir vários alertas para se ter em atenção a gestão desta margem. O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, apelou a que se guarde a margem para o futuro e para a “próxima crise”, ao invés de a “consumir no presente”. E salientou que há certas medidas que têm de ter contraponto.

Já Fernando Medina, ministro das Finanças cessante, numa reação depois de serem conhecidos os dados do INE, avisou o Governo da Aliança Democrática (AD) que há “pressões orçamentais” que vão condicionar as decisões financeiras futuras.

Estas pressões incluem os efeitos da inflação sobre as pensões e salários, bem como as renegociações dos contratos de despesa na Administração Pública. O investimento público para as transições ambiental e digital é outro fator, nomeadamente após o fim do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) — sendo de recordar que Medina propôs a criação de um fundo pós-PRR, mas a concretização da medida anda é incerta.

António Nogueira Leite também deixa o aviso de que é uma situação que “merece cautela”, tendo em conta o “novo normal se o Banco Central Europeu tiver sucesso no controlo da inflação”.

Há várias classes profissionais que esperam aumentos significativos das remunerações. Vai ter um impacto permanente no Orçamento do Estado e põe patamar de exigência em relação ao que tem de ser o comportamento da economia.

António Nogueira Leite

Mas, mesmo com estes alertas, o ex-secretário de Estado destaca que, “politicamente, foram criadas expectativas durante a campanha e devem ser, o mais possível, satisfeitas”. “Há várias classes profissionais que esperam aumentos significativos das remunerações. Vai ter um impacto permanente no Orçamento do Estado e põe patamar de exigência em relação ao que tem de ser o comportamento da economia, porque também há uma promessa de redução de impostos”, salienta.

João César das Neves, economista e antigo assessor económico de Cavaco Silva, também destaca, em declarações ao ECO, que, graças ao excedente, que foi “extraído ao país através de uma política que comprometeu seriamente o desenvolvimento nacional”, o futuro Governo “pode agora ter alguma margem, não para tomar medidas necessárias para o desenvolvimento do país, mas para distribuir aos grupos de pressão que têm capturado a agenda política a seu favor”, reiterou.

As reivindicações de alguns grupos profissionais, nomeadamente os polícias e os professores — cuja recuperação gradual do tempo de serviço deverá custar 240 milhões de euros, segundo as contas da AD –, deverão estar entre as prioridades do novo Governo, mas é ainda incerto se para tal será necessário um Orçamento retificativo. Tendo em conta a margem que existe, parece ser improvável, como também salientou Rui Baleiras, em entrevista ao ECO: “As traves mestras contabilísticas do Orçamento em vigor têm flexibilidade suficiente para acomodar e suportar uma troca de prioridades políticas“, disse o presidente da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO).

Mesmo com este espaço para acomodar medidas mais “urgentes” em termos das prioridades do PSD, para o economista João César das Neves “o problema orçamental continua quase tão grave como era há oito anos, porque o anterior Governo, em vez de fazer reformas estruturais, limitou-se a espremer a economia com impostos e o aparelho do Estado, cortando no investimento”, pelo que “as emergências financeiras estruturais vão continuar na ordem do dia”.

António Nogueira Leite também destaca que “há uma expectativa de que o produto possa crescer um pouco mais, mas, globalmente, as coisas estão na mesma”, sendo que “a ideia de que caiu do céu um superavit gigantesco que permite política diferente” não é verdade. O economista espera que o Governo “cumpra o que prometeu, mas que seja responsável”, admitindo que a “realização vai implicar um exercício orçamental de muita prudência e saber”.

Assim, “o cumprimento das promessas deve ser feito tendo em conta que a despesa nominal do Estado, das Administrações Públicas, entre 2018 e o que está previsto no OE para o final do ano de 2024, tem um aumento de quase 20 mil milhões de euros”, nota. Tendo em conta as pressões da despesa e também do investimento, há uma situação orçamental “complexa”.

A verdade é que os resultados de 2023 já deverão dar um empurrão às contas este ano, que partem de um ponto mais positivo que o esperado pela coligação liderada pelo PSD. O cenário macroeconómico apresentado pela AD previa um crescimento de 1,6% este ano, que deverá ser mais elevado, segundo as últimas previsões do Banco de Portugal.

A expectativa da coligação liderada por Luís Montenegro é de um crescimento do PIB de 2,5% em 2025, 2,7% em 2026, 3% em 2027 e 3,4% em 2028. Estes resultados são obtidos, segundo argumenta, com a implementação das medidas previstas no programa, com destaque para a reforma fiscal, que prevê uma baixa de impostos, tanto no IRS como IRC.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho de Finanças Públicas pede reforma urgente do fundo de reserva da Segurança Social

Depois dos vários alertas do Tribunal de Contas, agora é a vez do Conselho de Finanças Públicas alertar para uma reforma e reforço do Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social.

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social (FEFSS) teve um desempenho histórico em 2023, fechando o ano com uma rendibilidade anual, líquida de transferências, de 9,1% e quase 30 mil milhões de euros de ativos sob gestão. Tratou-se do melhor resultado alcançado pela gestão desde 2014 e numa dotação recorde.

No entanto, esses feitos não servem para apagar uma série de problemas na gestão e estrutura do FEFSS, apontados tanto pelo Tribunal de Contas, como por muitos outros especialistas, como Nazaré da Costa Cabral e Noémia Goulart, presidente e vogal do conselho superior do Conselho de Finanças Públicas (CFP), respetivamente.

Um dos pontos críticos apontado pelas autoras de um estudo publicado esta terça-feira denominado de “O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social” assenta na falta de precisão na legislação e regulamentação aplicáveis ao FEFSS, especialmente no que se refere aos objetivos genéricos do fundo, que tem permitido uma ampla gama de usos e decisões discricionárias pelo Governo, sem claras diretrizes quanto ao seu acionamento e propósito específico, e que tem potenciado que a “almofada” da Segurança Social tenha sido utilizada muitas vezes como arremesso político por diferentes Governos ao longo dos seus 35 anos de existência.

“Verifica-se que o FEFSS se encontra fracamente blindado do ponto de vista jurídico-financeiro, o que abre a porta a utilizações espúrias, para fins outros que não os de salvaguarda de pagamento de pensões em caso de necessidade financeira futura, em resultado de um desequilíbrio duradouro do sistema previdencial-repartição”, escrevem Nazaré da Costa Cabral e Noémia Goulart.

Nota: Se está a aceder através das apps, carregue aqui para abrir o gráfico.

As autoras do estudo referem também que a governação do FEFSS apresenta uma forte dependência da entidade gestora, o Instituto de Gestão dos Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS), relativamente ao poder político, que se reflete na gestão e nas opções de investimento do fundo.

Tal situação é evidenciada, por exemplo, na composição da reserva estratégica, que é constituída por investimentos considerados estratégicos pelo Estado Português e que “não trouxeram, até à data, ganhos [financeiros] relevantes para o sistema da segurança social”, notam as autoras do estudo, sublinhando também que “ao longo dos últimos 20 anos, a gestão do fundo tem vindo a reduzir esta reserva, por vezes com menos-valias assinaláveis, como sucedeu com a venda das ações da PT (Zon) Multimédia ou da Finpro, empresa que entrou em processo de insolvência”.

A afirmação da vocação estrutural do IGFCSS ao serviço da sustentabilidade das pensões em Portugal implica a proteção da (autonomia) da sua gestão face a tentativas de o instrumentalizar na promoção de outros fins políticos que, por muito salutares que sejam (e.g. política de habitação), podem prejudicar aqueloutro.

Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart

O Fundo de Estabilização Financeira da Segurança Social

Recorde-se que a reserva estratégica pode concentrar até 5% da carteira do FEFSS, mas desde 2018, após a venda das ações da Pharol, tem permanecido em valores residuais.

No final de 2002, segundo o último relatório e contas publicado do FEFSS, representava apenas 0,03% da carteira do fundo, o equivalente a 7,3 milhões de euros, fruto da manutenção no portefólio de unidades de participação dos sub-fundos Imomadalena, Imoaveiro e Imoresidências do Fundo Nacional de Reabilitação do Edificado (FNRE), gerido pela Fundiestamo.

A afirmação da vocação estrutural do IGFCSS ao serviço da sustentabilidade das pensões em Portugal implica a proteção da (autonomia) da sua gestão face a tentativas de o instrumentalizar na promoção de outros fins políticos que, por muito salutares que sejam (e.g. política de habitação), podem prejudicar aqueloutro”, escrevem Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart.

Gestão do FEFSS muito exposta às vontades políticas

Apesar de criticável a intromissão política nos investimentos da reserva estratégica, essa situação acaba por ter pouco impacto nos resultados do FEFSS, por representar uma fração praticamente residual do bolo do investimento. O problema é que essa não é a única situação em que o FEFSS está exposto aos “humores” dos Governos, como notam as autoras do estudo do Conselho de Finanças Públicas.

E isso é bastante visível na gestão de toda a carteira do FEFSS, desde logo com a exposição do fundo “a formas de repressão financeira, mais ou menos visíveis, como o atesta o peso dominante ‘forçado’ de títulos de dívida pública no seu portefólio” que, no final de 2022, se traduziu em 5,6% da totalidade da dívida da República a encontrar-se estacionada na carteira do FEFSS – foi o valor mais elevado desde 2016.

Recorde-se que, segundo as normas do FEFSS, pelo menos 50% do capital do FEFSS tem de estar alocado em títulos de dívida pública da República ou em outros títulos que sejam garantidos pelo Estado português. “Este peso beneficia dos incentivos que o efeito de ‘consolidação de contas’ dão ao Estado para que este coloque os recursos sobre os quais detém poder de controlo ao serviço da dívida pública, contribuindo para manter os custos de emissão baixos e, bem assim, o saldo global do setor”, lê-se no estudo do Conselho de Finanças Públicas.

Mas Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart vão mais longe: “A utilização do FEFSS como veículo de repressão financeira, incluindo os anos mais recentes, mostra que o mesmo tenha sido persuadido a comprar dívida para lá dos limites regulamentares, o que amplifica, portanto, o risco associado, como também pode afetar.”

Peso de cada ativo na carteira do FEFSS

Mas a forte concentração da carteira do FEFSS em títulos de dívida pública não “ajuda” apenas os Governos a fazerem política, mas revela-se numa situação que acaba por não beneficiar os contribuintes, que um dia podem vir a beneficiar dos recursos do FEFSS. “A excessiva concentração de risco num ativo predominante, ele próprio não inteiramente ausente de risco (como a crise das dívidas soberanas o mostrou) acarreta uma vulnerabilidade na gestão do fundo”, destacam Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart.

Assim, quer seja por uma possível intromissão política como por uma distorção da alocação de ativos face ao horizonte de investimento para o qual o FEFFS está orientado, Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart consideram que justifica-se uma redução (ainda que gradual) da exposição do FEFSS à dívida pública portuguesa, lembrando que “a diversificação do risco acaba por favorecer, no longo prazo, um bom equilíbrio entre o efeito taxa de juro e efeito preço do ativo na composição e rentabilização da carteira de investimentos do FEFSS.”

Urgem reformas para garantir a sustentabilidade do FEFSS

Além de uma alocação mais equilibrada dos ativos do fundo de reserva da Segurança Social, as autoras do estudo do Conselho de Finanças Públicas apontam também para a discriminação atualmente existente no financiamento do FEFSS entre contribuintes continentais e contribuintes das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

“A alocação de receitas fiscais ao orçamento da segurança social (e por esta via ao FEFSS) tem sido feita, até à data, apenas com base nos recursos fiscais cobrados no continente, não se verificando nesta sede a participação das regiões autónomas no seu financiamento”, lembram Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart, destacando que “o sistema de segurança social é um sistema nacional e único, e o FEFSS é um fundo financeiro de reserva para pagamento de pensões relativas a todos os beneficiários do território português, incluindo pensionistas insulares, não se vislumbrando, pois, qualquer razão jurídica ou técnica para que fiquem de fora do seu financiamento pela via de consignação destas várias receitas fiscais.”

Além dessa situação, o estudo do Conselho de Finanças Públicas alerta para a necessidade de uma reforma e reforço do regime jurídico do FEFSS, tanto nas fases de acumulação quanto de desacumulação de capital.

Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart defendem, entre outras medidas, a definição expressa das condições e termos para a utilização do fundo, visando “a fixação expressa de condições e termos para a utilização do fundo, prevenindo a discricionariedade e o (mau) arbítrio.”

Esta medida, segundo as autoras, visa reforçar a transparência, a governação e a sustentabilidade a longo prazo do sistema de segurança social, mitigando riscos futuros de desequilíbrio previdencial resultantes de mudanças demográficas.

Para esse efeito, o Conselho de Finanças Públicas sugere uma possível redenominação do fundo para alinhar a sua nomenclatura com as suas funções mais estruturais, aproximando-o de padrões internacionais, enfatizando a sua importância como um pilar de sustentabilidade para o sistema de pensões, com Nazaré Costa Cabral e Noémia Goulart a não deixarem de sublinhar a necessidade de, no futuro, ser necessário promover uma série de outras reformas, não apenas sobre o FEFSS, mas sobre todo o sistema da Segurança Social.

A expressão do desequilíbrio do nosso sistema de segurança social que se antevê para as próximas décadas (e que importa conhecer com a maior exatidão e precocidade) ditará a necessidade de adoção de medidas mais ou menos estruturais de reforma, seja pelo reforço da diversificação das fontes de financiamento do sistema público, seja pelo reforço de soluções de complementaridade numa base de capitalização (envolvendo até alguma inovação financeira), não sendo de descartar a combinação de ambas”, concluem as autoras.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SDLE entrega o último veículo blindado TOA que converteu em PC Bon ao exército espanhol e entregará mais 17 modelos este ano

  • Servimedia
  • 27 Março 2024

A empresa espanhola SDLE (Star Defense Logistics & Engineering), dedicada ao sector da defesa, entregou ao Exército espanhol a última viatura blindada TOA M577 transformada em PC Bon.

No total, a SDLE modernizou e converteu 12 destes veículos e também entregará 17 veículos PC Bon modificados em Veículos Blindados de Rodas Médias (BMR) ao Exército durante este ano.

De acordo com a empresa, “a modernização do Transporte Blindado de Lagartas (TOA) e do BMR foi realizada com o objetivo de integrar em todos eles os meios tecnológicos avançados de sistemas de informação e comunicações “necessários para realizar as actividades de comando e controlo exigidas em todos os tipos de acções e cenários”.

O contrato do Exército foi adjudicado em 2020 a uma joint venture entre a SDLE e a Aicox, que incluiu 18 unidades PC Bon no BMR e outras 12 no TOA, por um valor final de 3,8 milhões de euros.

Além disso, a empresa, no âmbito do contrato plurianual assinado com a Defesa, está também a modernizar e a adaptar 16 unidades CC BMR em porta-aviões BMR.

Esta ação SDLE centra-se na digitalização dos fogos de artilharia, uma questão que já foi adaptada por exércitos como o Exército dos EUA e que incorpora elementos como o sistema de navegação de mira, o posicionamento das armas ou a comunicação digital.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Espanhóis contestam vitória da Teixeira Duarte no concurso do IP3

As espanholas Acciona e Ferrovial, e a portuguesa ABB, contestaram o resultado preliminar do concurso de 130 milhões para o troço entre Santa Comba Dão e Viseu, que deu a vitória à Teixeira Duarte.

Três concorrentes ao concurso público internacional para as obras de alargamento do IP3, entre Viseu e Santa Comba Dão, decidiram contestar o resultado preliminar. A Teixeira Duarte ficou em primeiro lugar, apesar de não ter o preço mais baixo, com o júri a valorizar a qualidade do projeto.

O resultado do concurso foi contestado pelos consórcios liderados pelas espanholas Acciona e Ferrovial e pela bracarense ABB, apurou o ECO junto de fonte ligada ao processo. Caso o júri mantenha a decisão, como é esperado, a obra deverá ser adjudicada nas primeiras semanas de abril.

A duplicação do troço entre Santa Comba Dão e Viseu, orçada em 130 milhões de euros, é uma das maiores do projeto de requalificação e alargamento do IP3, que liga Coimbra a Viseu. Como o ECO noticiou no início de março, a Ferrovial apresentou o valor mais baixo, tendo avançado com uma proposta de 103,3 milhões de euros, seguida da Acciona, em consórcio com a DST de Braga, com um preço de 109,2 milhões.

O grupo formado pela Teixeira Duarte, pela Gabriel Couto e pela Embeiral apresentou o quarto melhor valor, 118,15 milhões de euros, ficando ainda atrás da espanhola FCC, em consórcio com a Alberto Couto Alves (ACA), de Vila Nova de Famalicão (114,99 milhões de euros), e da minhota ABB – Alexandre Barbosa Borges (117,99 milhões de euros). A Mota-Engil avançou o preço mais alto: 128,9 milhões de euros.

As regras do concurso, lançado em julho de 2023, atribuem um peso de 60% ao preço e de 40% à qualidade do projeto apresentado e seria este segundo critério a dar vantagem à Teixeira Duarte. A intervenção levará a que o IP3 fique com “perfil de autoestrada” em grande parte do percurso.

Além da duplicação do troço entre Viseu e Santa Comba Dão, em projeto estão a duplicação do troço entre Souselas e Penacova (130 milhões de euros), a duplicação do troço entre Penacova e Santa Comba Dão (80 milhões) e a instalação de sistemas de comunicação de tráfego com informação em tempo real (12,5 milhões). A conclusão está prevista para o início de 2028.

Segundo o Governo, a intervenção “permitirá diminuir a sinistralidade observada nesta infraestrutura, bem como obter uma redução do
tempo de percurso entre Coimbra e Viseu em 34% (de 65 para 43 minutos)”.

A concorrência feroz das empresas espanholas nos concursos públicos em Portugal tem estado no topo das preocupações e dos discursos dos líderes das empresas nacionais e dos representantes do setor. As próximas grandes “batalhas ibéricas” vão ser travadas nos troços da linha de Alta Velocidade entre Lisboa e Porto, em que a IP espera “meia dúzia” de consórcios. A armada lusitana vai junta com seis empresas: Mota-Engil, Teixeira Duarte, Casais, Gabriel Couto, Alves Ribeiro e Conduril.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

E à terceira tentativa, deputados falham em eleger novo presidente da Assembleia da República

  • Ana Petronilho
  • 26 Março 2024

Francisco Assis e José Pedro Aguiar-Branco sem votos suficientes para presidir à AR. Deputados voltam a tentar escolher um novo presidente esta quarta-feira ao meio-dia.

Nem ao fim da terceira votação, já noite dentro, os deputados conseguiram eleger um presidente da Assembleia da República. Os 230 deputados, que tomaram posse esta terça-feira para a XVI Legislatura, foram chamados três vezes à urna, num dia que ficou marcado por uma maratona de votações para eleger a segunda figura do Estado.

Na segunda ronda da segunda sessão das votações Aguiar-Branco, candidato da AD, colheu 88 votos e Francisco Assis, candidato do PS, voltou a vencer com 90 votos. Entre os 230 votos foram contabilizados 52 votos em branco, o que significa que os deputados do Chega voltaram a não votar no ex-ministro da Defesa de Passos Coelho.

A eleição do presidente da Assembleia da República prossegue amanhã, quarta-feira, com os candidatos dos partidos a serem apresentados até às 11 horas e a votação a começar pelo meio-dia.

No final da votação, o líder do Chega, André Ventura, disse aos jornalistas que ia pedir ao líder do PSD, Luís Montenegro, uma reunião para que haja um “entendimento à direita” até ao meio-dia desta quarta-feira, antes da nova votação. Já Joaquim Miranda Sarmento, líder da bancada parlamentar dos social-democratas, avançou o partido estava “disponível para o diálogo com todos”.

Para que o presidente da AR seja eleito tem de colher os votos favoráveis de, pelo menos, 116 parlamentares.

Na primeira sessão das votações, o único candidato a sucessor de Augusto Santos Silva foi o deputado do PSD José Pedro Aguiar-Branco, ex-ministro da Defesa de Passos Coelho, que falhou a eleição com 89 votos a favor, 134 brancos e sete nulos. Na segunda votação, já com três candidatos, Aguiar-Branco teve menos um voto, 88, o socialista Francisco Assis obteve 90 e Manuela Tender, do Chega, conseguiu 49 votos (a bancada do partido tem 50 deputados).

Perante este resultado, o líder parlamentar dos social-democratas, Joaquim Miranda Sarmento, anunciou que o partido iria retirar a candidatura de Aguiar-Branco. Mais tarde, depois de o PS anunciar que ia avançar com a proposta de Assis, Aguiar-Branco recuou e anunciou que iria “apresentar novamente” a sua candidatura em nome do “interesse nacional”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.