Apple e Facebook aceleram o passo na realidade aumentada
As duas tecnológicas estão a trabalhar para pôr no mercado óculos com capacidade de misturar elementos virtuais com a realidade. O objetivo é que sejam pequenos. E melhores do que os da Magic Leap.
O Facebook e a Apple estão a acelerar o passo no desenvolvimento de tecnologias de realidade aumentada. Ambas as firmas estão na corrida ao desenvolvimento de uns óculos que misturem elementos virtuais com a realidade e que poderão, no futuro, vir a substituir os telemóveis como o nosso principal dispositivo pessoal.
Não são, de longe, as únicas. Já ouviu falar da Magic Leap? É uma promissora empresa sedeada na Florida que trabalha na mesma área. Pouco se sabe acerca dela e é considerada uma das mais secretas do mundo. Estará a preparar qualquer coisa para lançar mais para o final deste ano, segundo fontes próximas citadas pelo britânico Financial Times. As expectativas estão em níveis máximos.
Mas acima do secretismo, o que aguça o apetite no setor são os 1,4 mil milhões de dólares de capital que a Magic Leap já angariou, sem sequer ter um produto no mercado. Entre os investidores estão nomes como a Alphabet (dona da Google) e a Alibaba (a gigante dos gigantes do comércio eletrónico na China). Para quê tanto dinheiro? Segundo informações apuradas pelo Financial Times, o objetivo é também o de fabricar os óculos de realidade aumentada.
Apesar de nova, é uma tecnologia que não é pioneira. A Microsoft lançou os HoloLens há dois anos, um produto igualmente prometedor e que o ECO já experimentou aqui. O desafio não é, por isso, desenvolver só uns óculos. O verdadeiro pote de ouro está em criar uns que sejam pequenos e mais semelhantes aos óculos ditos normais. Não é fácil. Se fosse, já estavam feitos.
Segundo o jornal britânico, o produto da Magic Leap será menor do que os HoloLens, com um maior ângulo de visão mas, ainda assim, maiores do que um par de óculos comuns. Deverá ainda ter uma pequena caixa com os módulos de bateria e processamento, alegadamente para pôr no bolso ou acoplar ao cinto. O preço não deverá ascender aos 1.000 dólares. Os HoloLens da Microsoft, que estão disponíveis em versões empresarial e para programadores, começam nos 3.000 dólares. Para já, os valores de ambos os produtos não são diretamente comparáveis.
Em contrapartida, a Apple terá criado uma equipa para estudar a possibilidade de entrar nesta área há mais de um ano. A conclusão terá sido positiva e, nos dias de hoje, o mercado vê como mais provável que a Apple apresente uns óculos de realidade aumentada antes mesmo de lançar, por exemplo, um carro sem condutor ou outra tecnologia semelhante.
O Facebook é um caso diferente. Óculos não são propriamente uma novidade, tendo em conta que a rede social detém a Oculus, uma empresa que há muito apresentou o Oculus Rift, um aparelho que usa uma tecnologia de realidade virtual, diferente e mais imersiva. Ainda assim, Mark Zuckerberg tem uma visão muito própria de como vai evoluir este segmento, tendo já dito que “o objetivo é fazer da realidade virtual e aumentada o que sempre quisemos que seja: óculos pequenos o suficiente para os podermos levar para qualquer lado”, escreveu o presidente executivo em fevereiro.
Segundo o Financial Times, tanto a Apple como o Facebook estarão bem posicionados para superar os esforços da Magic Leap. No entanto, não é certo quem irá competir com quem neste jogo. As movimentações nos bastidores decorrem longe de todos os holofotes e apenas se conhecem alguns pormenores. Como, por exemplo, o facto de Tim Cook, presidente executivo da Apple, ter visitado as instalações da Magic Leap e experimentado a tecnologia em desenvolvimento, de acordo com o jornal Business Insider. Como não é comum empresas concorrentes abrirem a porta umas às outras, surge a grande questão: o que estará Tim Cook a cozinhar?
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