Caldeira Cabral: 2017 arranca com “curva ascendente” devido à procura interna

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu que Portugal arrancou 2017 numa "curva ascendente" devido à procura interna e exportações.

O ministro da Economia disse hoje no Algarve que o ano de 2017 arranca com uma “curva ascendente” devido à procura interna, mas também à aceleração das exportações, que aumentaram nos últimos meses do ano passado. “Os dados de 2016 não estão ainda fechados, mas os dados até novembro dão uma melhoria na balança de bens e serviços de 900 milhões” de euros, o que corresponde a um aumento de 28%, referiu Manuel Caldeira Cabral, sublinhando que se trata de um crescimento que está a ser “puxado” não só pela procura interna, como externa.

Segundo aquele governante, que discursava durante o V Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, as exportações terão “um papel muito importante no reforço do crescimento em 2017” e o ano arranca “com uma curva ascendente, com um reforço, com uma aceleração e não com uma desaceleração”. O ministro da Economia sublinhou que este “ritmo de crescimento diferente” está a corresponder não a um desequilíbrio, mas “a um reforço do saldo positivo dos bens e serviços”, observando que os dados das exportações do ano passado indicam um crescimento de 7,8% em novembro e de 11,7% em dezembro.

Manuel Caldeira Cabral observou que os setores tradicionais de exportação voltaram a crescer – como a indústria agroalimentar, têxteis e calçado -, embora também tenham surgido novos setores, nomeadamente, as indústrias química e farmacêutica. O ministro da Economia atribui os resultados e as perspetivas positivas para 2017 ao facto de as empresas estarem a conseguir compensar as perdas que tiveram em alguns mercados com a entrada em novos mercados e de haver novas empresas a exportarem.

Apontando o turismo como um dos setores com grande peso neste crescimento, considerou que 2017 “tem todas as condições para ser um bom ano turístico”, com uma procura mais distribuída ao longo do ano e de todo o território.

“A retoma do crescimento que estamos a ter é uma retoma sólida, porque é uma retoma que tem uma parte de componente de procura interna (…) mas que tem também uma componente externa muito forte, com a aceleração das exportações e com perspetivas de crescimento das exportações e do investimento na indústria transformadora muito positivas para 2017″, concluiu.

O V Fórum Empresarial do Algarve decorre até domingo, com a presença dos ministros da Economia e das Finanças, dos secretários de Estado da Indústria e da Inovação, assim como de dirigentes de bancos e representantes do patronato e da Indústria, entre outros.

António Saraiva: Dívida Pública deve ser reestruturada, mas nas instâncias próprias

No mesmo evento, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu também a necessidade de a dívida pública portuguesa ser “reestruturada”, mas advertiu que isso deve ser feito longe do meio mediático e da luta político-partidária.

“Esta dívida tem que ser gerível. O problema é que temos uma enorme e pesada mochila às costas, chamada dívida pública, a par de outra, que é a dívida privada. Temos que tratar da dívida privada, reestruturando empresas, capitalizando-as, dando-lhes tempo, tornando viáveis as que são viáveis, mas que têm estruturas financeiras debilitadas neste momento, aliviando o [crédito] malparado da banca simultaneamente, e a dívida pública, que tem o peso de juros que estamos a pagar e tem que ser gerida”, afirmou António Saraiva.

O presidente da CIP fez estas afirmações aos jornalistas, à margem do Fórum Empresarial Algarve, e considerou que a dívida pública deve “ser resolvida de uma forma sensata, razoável, e se se quiser empregar o termo, reestruturada”, “Não na comunicação social, não na luta político-partidária, mas nas sedes próprias, com os interlocutores próprios e com a discrição que estas medidas exigem”, alertou.

António Saraiva disse que, quando se fala da reestruturação da dívida, “ela de alguma maneira tem vindo a ser feita, com os alongamento e de outras formas, por isso não se deve ter medo de dizer que esta pesada mochila nos está a arrastar para baixo”. “Temos que corajosamente a discutir e encontrar as melhores soluções. Não discutir o problema é manter o problema, se todos sentimos que o problema existe, vamos corajosamente enfrentá-lo”, propôs.

O dirigente da CIP voltou a insistir na necessidade de essa negociação com os credores internacionais “não ser feita debaixo das luzes dos holofotes e com ruídos à sua volta”. “Nos locais próprios, vamos discutir o problema e aliviar Portugal desta pesada mochila”, acrescentou.

Questionado sobre se nesta sua posição está mais próximo dos partidos da esquerda parlamentar, António Saraiva respondeu que “Portugal deve estar à frente de questiúnculas dessa natureza” política. “É Portugal que tem problemas e é para os problemas que temos que encontrar soluções”, disse.

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