Academia Emilio Sánchez destaca o aspeto educativo das carreiras dos seus atletas

  • Servimedia
  • 23 Maio 2024

A Academia Emilio Sánchez consolidou-se como uma academia com um grande valor diferencial que gira em torno da formação que oferece aos desportistas que treinam nos seus campos.

Por ocasião do 25º aniversário deste centro, o seu fundador e promotor, Emilio Sánchez Vicario, refletiu sobre a trajetória da academia e afirmou que o que a torna grande é poder dar às pessoas a oportunidade de fazerem o que gostam através do ténis e de marcarem a diferença.

Em entrevista ao site especializado ‘industriadeltenis.com’, o tenista espanhol recordou que a escola e a formação académica lhe permitiram dar uma maior qualidade à sua proposta, tendo conseguido que alguns alunos dessem o salto e se formassem em universidades como Harvard ou Columbia.

“Os nossos jogadores vêm com a base do ténis, mas também têm uma formação académica muito importante”, sublinhou. Sánchez Vicario recorda os seus inícios, ao lado de Sergio Casal, e explica que com Pato Álvarez conseguiram desenvolver um jogo para ganhar, mas também para ser o mais completo possível. “Deixou uma marca muito importante, foi um pioneiro; pegou em muitas coisas dos checos, australianos e americanos e desenvolveu o seu próprio estilo para o adaptar à sua visão do ténis, com um modelo muito móvel”, acrescenta.

Quando questionado sobre os jogadores formados na sua academia, cita vários nomes que estiveram no topo. Por exemplo, explica que Murray foi um jogador que inicialmente o deixou indiferente, mas quando jogou com ele, rapidamente percebeu que tinha o dom do contra-ataque: “Não fiquei impressionado por o ver, mas fiquei impressionado por jogar contra ele”. Sobre Dimitrov, diz que desde o primeiro minuto era uma fotocópia de Federer e que no início era brutal e tem vindo a adaptar-se. Também menciona Sveltana Kutnetsova, que esteve na academia desde os 14 anos, e que o impressionou com o barulho que fazia quando batia na bola.

Sobre a pirâmide do ténis, Sánchez Vicario insiste que a grande força do ténis espanhol nos últimos anos tem sido os clubes e os seus treinadores. “O grande sucesso do ténis espanhol são os treinadores dos clubes que tiveram a mentalidade de ir mais além para desenvolver os jogadores”, afirma. “Precisamos de ir mais além, de jovens treinadores que queiram estar no circuito, que queiram desenvolver-se; essa é a chave.

A Academia Emilio Sánchez está sediada em Barcelona e na Flórida, onde há doze anos iniciou a sua internacionalização. Também tem um acordo com o Dubai, com cinco treinadores no programa.

Sobre o legado que espera que a academia deixe, Emilio Sánchez Vicario coloca os jogadores no centro das atenções: “Quando lhes perguntam o que lhes resta é a forma de fazer, a forma de ser tenista, que o ténis é um veículo para nos tornarmos melhores pessoas”, resume.

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Setor fotovoltaico espanhol pede que se acelere a eliminação das “barreiras que dificultam” o armazenamento e o hidrogénio verde

  • Servimedia
  • 23 Maio 2024

O setor fotovoltaico espanhol considera que se trata de um requisito essencial para a transição energética.

A União Fotovoltaica Espanhola (UNEF), a principal associação do setor da energia solar em Espanha, que conta já com mais de 800 empresas associadas, realizou a II Cimeira de Armazenamento e Hidrogénio Verde para a Energia Solar, que foi inaugurada por Manuel García, Diretor-Geral de Política Energética e Minas do Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico, e que contou com a presença de mais de 30 especialistas nacionais e internacionais em armazenamento e hidrogénio verde.

Durante o primeiro dia da Cimeira, tanto a UNEF como os especialistas convidados salientaram a necessidade de eliminar as barreiras que atrasam a implantação rápida, eficiente e económica do armazenamento, facilitando a incorporação do armazenamento nas instalações existentes, flexibilizando os critérios de acesso e ligação para novas instalações que incorporem armazenamento ou simplificando os procedimentos administrativos nos casos em que o armazenamento é incorporado no perímetro das instalações.

“O armazenamento e o hidrogénio verde são um dos elementos mais importantes da transição energética. Estas duas peças são complementares e necessárias para atingir os objetivos de descarbonização da economia. Como país, temos uma vantagem competitiva e comparativa que devemos aproveitar”, disse Manuel García durante a inauguração do evento. O Diretor-Geral de Política Energética e Minas do MITERD aproveitou a abertura da Cimeira para destacar o apoio do Governo a ambas as tecnologias com o objetivo de completar a transição energética no nosso país, como informa a UNEF em comunicado.

A 2ª Cimeira de Armazenamento e Hidrogénio Verde da UNEF para a energia solar surge num momento chave para a concretização de uma transição energética, na qual salientou que a energia solar “está a desempenhar um papel de liderança e pretende consolidar-se como um dos eventos obrigatórios para o setor a nível nacional e internacional”.

A fim de maximizar todas as oportunidades oferecidas por esta transição energética, na UNEF estamos plenamente conscientes da necessidade de abordar de forma ambiciosa o grande desafio de conseguir uma maior implementação de sistemas de armazenamento e hidrogénio verde em projetos de energia solar”, sublinhou Rafael Benjumea, Presidente da UNEF, na abertura da Cimeira.

Esta segunda cimeira tem lugar num contexto de abrandamento do crescimento do autoconsumo e dos sistemas de armazenamento associados, para além de uma situação de preços de eletricidade historicamente baixos. “Não há dúvida de que, neste contexto de preços baixos, o hidrogénio representa um elemento transformador único para a nossa economia. Nesta situação, o armazenamento e o hidrogénio verde desempenham um papel fundamental para encontrar o equilíbrio certo de preços que continue a garantir a competitividade que atrai a indústria e favorece o público, assegurando simultaneamente os investimentos necessários para alcançar os objetivos estabelecidos no Plano Integrado de Energia e Clima”, recordou Benjumea.

A UNEF indicou que o encontro demonstra o seu compromisso com a inovação “como bandeira”, para implementar sistemas de armazenamento e hidrogénio verde mais eficientes e acessíveis para os cidadãos, empresas e indústria nacional. “O armazenamento associado à energia solar permite-nos descarbonizar o mix elétrico das horas em que não há sol, pelo que não há dúvida de que, nos próximos anos, as baterias e outros sistemas de armazenamento de energia serão tão essenciais como os próprios painéis solares, tanto nas instalações de grande escala como no autoconsumo. O esforço de descarbonização da nossa sociedade não pode parar no sistema elétrico, tem de ir para além dele. Por isso, temos de tirar partido de vetores energéticos como o Hidrogénio Verde, que nos permite alargar a transição ecológica a outros setores”, refletiu o presidente da UNEF.

“Também não podemos esquecer a necessidade de criar um quadro de remuneração que dê sinais de preço a longo prazo, através de mecanismos competitivos, como é o caso das fontes de geração. Estes mecanismos devem ser complementares a outras fontes de rendimento associadas aos diferentes serviços que o armazenamento pode contribuir para o sistema elétrico: serviços de equilíbrio, resolução de congestionamentos, mercados de flexibilidade, inércia; para que a sociedade possa tirar o máximo proveito dos ativos de armazenamento”, observou Benjumea, presidente da UNEF.

No que diz respeito ao hidrogénio verde, os peritos concluíram no primeiro dia que a Espanha tem a oportunidade de se posicionar internacionalmente como um claro líder energético graças a uma maior utilização da produção fotovoltaica, a maior da Europa, através do hidrogénio verde, estendendo assim a vantagem competitiva da energia solar a outros setores da nossa economia.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 23 de maio

  • ECO
  • 23 Maio 2024

Ao longo desta quinta-feira, 23 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Fundación Jiménez Díaz lidera pelo terceiro ano a eficiência hospitalar na Comunidade de Madrid

  • Servimedia
  • 23 Maio 2024

Pelo terceiro ano consecutivo a Fundación Jiménez Díaz destaca-se como o hospital de alta complexidade de Madrid com a melhor eficiência tanto em gestão económica como eficiência assistencial.

A Universidade Nacional de Educação à Distância (UNED) apresentou os resultados da terceira edição do “Quadrante de Eficiência Hospitalar”, que analisa a eficiência dos oito centros de referência do Serviço de Saúde de Madrid que formam o chamado grupo de hospitais de alta complexidade, e no qual a Fundación Jiménez Díaz lidera pelo terceiro ano a eficiência hospitalar da Comunidade de Madrid.

O estudo, elaborado por Pedro Cortiñas, professor do Departamento de Economia Aplicada e Estatística da universidade, baseou-se na análise de dois indicadores, o Indicador de Gestão, que estuda a eficiência em termos económicos, e o Indicador de Cuidados, que mede a eficiência do ponto de vista dos cuidados.

Nesta nova edição, o H.U. Fundación Jiménez Díaz, o único hospital de referência dos Sermas com um modelo de gestão misto, voltou a ser classificado, pela terceira vez consecutiva, como o hospital de alta complexidade mais eficiente, com um valor de 1,59 e, mais uma vez, com uma pontuação muito superior ao resto dos hospitais de alta complexidade analisados. Todos eles, com exceção do Hospital Puerta de Hierro, têm uma eficiência negativa em termos relativos em relação ao valor médio de todos os hospitais analisados.

A UH Puerta de Hierro (0,01) mantém-se no segundo lugar do Quadrante, a mesma posição que também ocupou nas duas edições anteriores, seguida da UH La Princesa (-0,02), que sobe duas posições. Em quarto lugar está o H.U. Ramón y Cajal (-0,11), enquanto o H.U. La Paz (-0,16) sobe para o quinto lugar e o H.U. 12 de Octubre (-0,24) sobe para o sexto lugar. Os rácios de eficiência mais baixos do Quadrante são o H.U. Gregorio Marañón (-0,43) e o H.U. Clínico San Carlos (-0,64).

“Mais uma vez, os bons resultados obtidos pela Fundación Jiménez Díaz, que consolida a sua liderança em eficiência, marcam os dados de todos os hospitais analisados. Uma liderança que também se repete na análise de cada um dos indicadores estudados, tanto económicos como assistenciais, encabeçados em ambos os casos pela Fundação, que é a única a apresentar rácios positivos em ambos os casos”, afirma Pedro Cortiñas, responsável pelo estudo.

EFICIÊNCIA ECONÓMICA

A superioridade da Fundación Jiménez Díaz em relação ao resto dos hospitais de alta complexidade de Madrid é também evidente na análise do Indicador de Gestão, que mede a eficiência económica e que, no caso da Fundación, se situa em 1,57. Em segundo lugar encontram-se o H.U. Ramón y Cajal e o H.U. de la Princesa (ambos com 0,24) e em quarto lugar o H.U. 12 de Octubre (0,13). Gregorio Marañón (0,86), H. Clínico San Carlos (-0,75) e H.U. La Paz (-0,32) são os três hospitais com a eficiência económica mais baixa do grupo.

O Indicador de Gestão analisa 4 rácios diferentes para medir a eficiência económica dos 8 hospitais de alta complexidade do Serviço de Saúde de Madrid, que são objeto do presente relatório: despesas correntes/doentes (eficiência das despesas correntes), despesas totais/doentes (eficiência das despesas totais), rácio doentes/pessoal (eficiência do pessoal) e rácio de despesas com pessoal (reconhecimento do pessoal). Para calcular este Indicador, é aplicado um método fatorial que permite atribuir pesos a cada um dos rácios e extrair os valores latentes de cada um, tendo em conta as correlações destes e eliminando-as do peso final.

O estudo realizado pela UNED também destaca uma capacidade média de poupança de 16,4 por cento para o resto dos hospitais de referência de Madrid, se alcançassem o nível de eficiência da Fundación Jiménez Díaz, sendo o hospital com o nível de eficiência mais elevado e o H.G.U. Gregorio Marañón o mais baixo.

Um cálculo para o qual se utilizou a metodologia DEA (Data Envelopment Analysis), que permite, por um lado, determinar o output que cada unidade de análise poderia produzir com uma utilização eficiente dos seus recursos e, por outro, conhecer o input ou a ineficiência que se verifica em cada unidade de análise ou, por outras palavras, o nível ótimo de recursos necessários para a produção da unidade.

EFICIÊNCIA DOS CUIDADOS

O Indicador de Eficiência Assistencial, que analisa seis das principais variáveis do Observatório de Resultados Sermas, também destaca a Fundación Jiménez Díaz em relação ao resto dos hospitais de alta complexidade de Madrid. A Fundación Jiménez Díaz tem o valor mais alto (1,62), quase um ponto e meio atrás do segundo,

O H.U. Puerta de Hierro (0,27) e o H.G.U. Gregorio Marañón (0,01), ambos com rácios de Eficiência Assistencial positivos, ocupam a segunda e a terceira posição, enquanto o resto dos hospitais têm rácios negativos, com o H.U. 12 de Octubre (-0,61) e o H. Clínico San Carlos (-0,59) a fecharem a tabela deste indicador.

Para gerar o Índice de Eficiência em Saúde, por um lado, realizou-se uma ponderação simples dos dados e, por outro, uma análise fatorial. A Fundación Jiménez Díaz apresentou diferenças bastante significativas em relação aos outros hospitais, obtendo os melhores resultados em cinco das seis variáveis analisadas, exceto no rácio de mortalidade ajustado (RMA), onde obteve o segundo melhor resultado, apenas atrás do H.G.U. Gregorio Marañón.

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Stoneweg duplica os ativos sob gestão imobiliária para 8 mil milhões de euros com a aquisição da plataforma europeia da Cromwell

  • Servimedia
  • 23 Maio 2024

A aquisição inclui atividades europeias de gestão de fundos e participações no Cromwell European REIT no valor de 2,2 mil milhões de euros, e no Cromwell Urban Italy Logistics Logistics Fund.

A Stoneweg, o grupo de investimento imobiliário, celebrou um acordo vinculativo com o Cromwell Property Group (“Cromwell”) para adquirir a plataforma europeia de gestão de fundos da Cromwell e os co-investimentos associados, num total de 3,9 mil milhões de EUR em ativos imobiliários sob gestão, por um montante total de 280 milhões de EUR, sujeito a ajustamentos de encerramento e a aprovações regulamentares.

Nos termos da transação, a Stoneweg adquire à Cromwell: 100 % da sua participação na Cromwell Europe Limited; a sua participação de 27,8 % na CEREIT, um fundo de investimento imobiliário cotado em Singapura com uma carteira de 2,2 mil milhões de EUR; 100 % da sua participação no gestor da CEREIT sedeado em Singapura; e 50 % da sua participação no Cromwell Urban Italy Logistics Fund. No total, através de uma combinação de fundos e mandatos principais, principais+ e de valor acrescentado, a plataforma europeia da Cromwell inclui mais de 160 ativos e 1600 inquilinos, com 14 escritórios locais em 12 países europeus.

Esta transação transformadora basear-se-á nos pontos fortes e no forte historial da Stoneweg e da Cromwell Europe para criar uma empresa líder no setor imobiliário europeu, com relações de capital e ofertas de produtos diversificadas e substanciais.

Liderada pelos co-fundadores da Stoneweg, Jaume Sabater (CEO) e Joaquin Castellvi (Diretor de Aquisições) e pelo fundador da Icona, Max-Hervé George (acionista estratégico da Stoneweg), a plataforma combinada continuará a operar sob o nome Stoneweg. O grupo alargado irá gerir cerca de 8 mil milhões de EUR em ativos, oferecendo investimentos de capital próprio e de rendimento fixo e competências de desenvolvimento nos setores residencial, industrial ligeiro, logístico, hoteleiro, de escritórios, cultural e de lazer em 15 países europeus.

A Stoneweg tem atualmente cerca de 4 mil milhões de euros de ativos sob gestão e emprega mais de 140 profissionais em sete escritórios na Europa e nos Estados Unidos. Desde a sua criação em 2015, executou mais de 375 transações que representam aproximadamente 6,2 mil milhões de euros. Nos últimos anos, diversificou ainda mais a sua oferta aos clientes com o lançamento da Stoneweg Hospitality em 2021 e da sua plataforma Places & Experiences em 2023.

O fundador e CEO da Stoneweg, Jaume Sabater, afirmou: “Esta transação histórica representa a criação imediata de uma plataforma pan-europeia de gestão de ativos imobiliários de grande escala e perpetua o nosso sólido historial de transações bem sucedidas para proporcionar valor aos nossos investidores. Trata-se do casamento bem-sucedido de duas empresas altamente complementares, que partilham a convicção de que certos tipos de ativos imobiliários na Europa são atrativos do ponto de vista estrutural, demográfico e tecnológico.”

“Tirando partido dos profundos conhecimentos operacionais de ambas as empresas em matéria de investimento e desenvolvimento imobiliário”, acrescentou, “a transação reforça a presença da Stoneweg em todas as principais regiões geográficas da Europa, o que nos permite acelerar as nossas ambições em termos de quota de mercado e continuar a guiar-nos pelas nossas convicções quanto ao que constitui um ponto de viragem no ciclo. Ao anunciar uma nova era para a Stoneweg, estamos extremamente entusiasmados com o potencial do grupo alargado e esperamos integrar a equipa europeia da Cromwell na atual organização da Stoneweg, criando assim um verdadeiro balcão único para os investidores institucionais e de private equity.”

“O acréscimo do gestor do Cromwell European REIT, cotado em Singapura, e o nosso co-investimento expandem a nossa presença na Ásia e o nosso alcance junto dos investidores que procuram exposição a ativos imobiliários sustentáveis e de elevada qualidade em toda a Europa. Esperamos assumir o nosso novo papel de patrocinador do Cromwell European REIT e trabalhar em estreita colaboração com o conselho de administração, a direção, os acionistas e os principais bancos para assegurar a continuidade das operações e visar o crescimento conjunto”, afirmou.

Max-Hervé George, fundador e CEO da Icona Capital, afirmou: “A Icona juntou-se à Stoneweg como acionista e investidor estratégico em 2022, com o objetivo claro de transformar a empresa num ator imobiliário global líder. Neste contexto, a Icona está muito satisfeita por ter participado nesta importante transação, que fornece a plataforma para a Stoneweg e a Icona atingirem o seu objetivo, reforçando tanto a sua quota de mercado como a sua parceria”.

Jonathan Callaghan, CEO do Cromwell Property Group, disse estar “convencido de que a Stoneweg é um parceiro ideal, com muito pouca sobreposição em termos de foco geográfico e de classe de ativos, e aproveito esta oportunidade para agradecer a todos os funcionários que estiveram envolvidos nesta transação, especialmente aqueles que se juntaram à Stoneweg como parte do negócio”.

Atualmente, a transação continua sujeita às condições habituais de fecho e a ajustamentos, incluindo a aprovação da Autoridade Monetária de Singapura e da Comissão de Vigilância do Setor Financeiro do Luxemburgo, bem como a consentimentos ou isenções de alteração do controlo da dívida. Prevê-se que a operação seja concluída nos próximos meses. O banco suíço e acionista da Stoneweg, CBH Compagnie Bancaire Helvétique SA, atuou como consultor financeiro do comprador nesta transação.

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Produtores de amêndoas “colhem” 59 milhões de euros em exportações

Associação de Promoção de Frutos Secos confia que Portugal poderá vir a ser o quarto maior produtor de amêndoas do mundo. Em 2022, as exportações renderam 59 milhões. Setor reúne-se em Beja.

Mais de 70 produtores de amêndoa e noz reúnem-se esta quinta-feira em Beja. De produtores a processadores, os 56 associados da Portugal Nuts — Associação de Promoção de Frutos Secos produziram o ano passado 7.900 toneladas de miolo de amêndoa e 1.250 toneladas de noz. Em 2022, os produtores de amêndoas exportaram 59 milhões de euros, sendo que Espanha absorve 90% da produção, seguido dos países nórdicos.

Estes 50 produtores (seis dos associados são apenas processadores) empregam 522 pessoas e cobrem uma uma área quase 19 mil hectares de novas plantações nas diferentes culturas (amêndoa e noz), sendo que o amendoal soma uma área de 17.414 hectares e a noz 1.357 hectares. Corresponde a 25% da produção total do país, em ambas as culturas.

“Se olharmos apenas para as plantações modernas, que surgem em 2015 e são totalmente mecanizadas, os associados da Associação de Promoção de Frutos Secos tem quase metade da área das novas plantações em amendoal e noz”, relata o diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos, António Saraiva.

Diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos, António SaraivaPortugal Nuts

“As áreas plantadas, desde 2014/2015 (17.414 hectares), ainda não atingiram a sua maturidade e a quantidade de amêndoa produzida ainda representa apenas 30% do que será produzido daqui a cinco a seis anos”, realça o mesmo responsável, em entrevista ao ECO/Local Online.

A produção de miolo de amêndoa está a crescer em Portugal e, se o ritmo se mantiver, o “país pode vir a ocupar o quarto lugar entre os maiores produtores do mundo e o segundo maior a nível europeu, a seguir à Espanha”, estima o diretor executivo da associação.

Em 2022, o ano mais recente para o qual há dados definitivos, Portugal ocupava a sexta posição a nível mundial. O país “caminha a passos bastante rápidos para assumir uma posição mais forte e entrarmos dentro dos quatro a cinco maiores produtores mundiais de amêndoa”, contabiliza António Saraiva.

Portugal pode vir a ocupar o quarto lugar entre os maiores produtores do mundo e o segundo maior a nível europeu, a seguir à Espanha.

António Saraiva

Diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos

 

Entre 2010 e 2019, Espanha e Portugal foram os países que mais aumentaram a superfície cultivada e o volume de produção de frutos secos: mais 290 mil toneladas em Espanha e 49 mil toneladas em Portugal. O dirigente associativo justifica este aumento com o “bom clima” e os “terrenos com boas condições e disponibilidade de água”. Exemplifica que a “barragem do Alqueva consegue regar três campanhas, mesmo que não chova um milímetro durante o ano”.

É no Alentejo e em Trás-os-Montes que se encontram as maiores produções de amêndoa e noz. É precisamente no Alentejo que está a Pétala Forma, liderada por Daniel Montes e que fatura 200 mil euros por ano. Fundada em 2014, nasceu de uma agricultura familiar, soma 40 hectares de amendoal e vende toda a produção para o grupo espanhol Manolet Almonds, localizada em Elche, na província de Alicante, que comprou recentemente o grupo português Migdalo de Ferreira do Alentejo.

Da amêndoa à noz, e com uma produção maior, está a empresa agrícola Trilho Saloio, localizada em Alcanhões, na região do Ribatejo. Fundada em 2016, conta com 180 hectares de plantação de nogueiras, emprega onze pessoas, fatura 1,4 milhões de euros e prevê este ano chegar a vendas de dois milhões de euros.

Quinta das Chantas, em AlcanhõesTrilho Saloio

A Trilho Saloio é dona da Go Nuts, dedicada ao processamento e embalamento de noz, prestando serviços aos acionistas e a outros produtores nacionais. Fundada em 2021, a Go Nuts é detida por 11 casas agrícolas com um total 320 hectares de nogueira na zona do Ribatejo, o que corresponde a 1.200 toneladas de noz por ano. “A Go Nuts recebe as nozes, lava, seca, calibra e embala”, resume João Sanches, dono da Trilho Saloio e principal acionista da Go Nuts.

O produtor de noz ribatejano conta ao ECO/Local Online que a Go Nuts “consegue vender toda a produção para o mercado nacional, mas prevê este ano exportar metade da produção”, especificamente para Espanha, Itália e Alemanha.

Preço da amêndoa desvalorizou nos últimos anos

O estado da Califórnia é o maior produtor de amêndoas, cultivando aproximadamente 70% da oferta mundial. Como tal, a Europa é muito dependente das produções de amêndoa dos EUA e o “preço por quilo acaba por ser controlado pela Califórnia“, afirma António Saraiva.

O diretor executivo da Associação de Promoção de Frutos Secos frisa que nos últimos dois anos os produtores viram o preço cair drasticamente, com o miolo de amêndoa a ser pago entre 3 a 3,5 euros o quilo, quando antes chegou a ser pago a 9 euros. A descida do preço é justificada pela “abundância das campanhas na Califórnia” e pelo “consumo na altura da pandemia que puxou muitos os preços”, nota ainda.

Daniel Montes, fundador da Pétala FormaDaniel Montes

Daniel Montes, fundador da alentejana Pétala Forma, corrobora a ideia e destaca que “o preço não é definido na Europa, mas sim pelo maior produtor que é a Califórnia”. Constata que nos “últimos três anos houve uma desvalorização”, embora tenha esperança que o preço por quilo chegue aos 4 euros ainda este ano.

Gestão mais eficiente de água

Os produtores de frutos secos em Portugal gastam “menos 30 a 40%” do que os homólogos americanos, mercado de referência neste setor. Um resultado que se deve, por um lado, à utilização de sistemas de rega “gota a gota” nas explorações e, por outro lado, à utilização de diferentes variedades, com outro comportamento.

“Há realmente uma boa eficiência no uso da água e esta cultura, além de muito bem adaptada às condições de clima e de solo que temos na região do Alqueva, tem um uso eficiente da água”, disse à Lusa o presidente da Portugal Nuts — Associação de Promoção de Frutos Secos, Tiago Costa.

Para Tiago Costa, esta realidade faz com que a produção de frutos secos em Portugal seja “mais sustentável a todos os níveis”, tendo em simultâneo uma menor pegada carbónica quando comparada com outros mercados produtores. O presidente da Portugal Nuts acrescentou que o país tem, por tudo isto, “condições para crescer neste setor”.

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Corrida a Bruxelas menos concorrida mas com maior pressão da extrema-direita sobre von der Leyen

No último debate entre spitzenkandidat, von der Leyen defrontará menos adversários mas não escapa a um aumento da pressão depois do piscar de olhos aos conservadores europeus.

A corrida à presidência da Comissão Europeia estreitou-se e ficaram candidatos pelo caminho. Inicialmente eram sete, mas esta quinta-feira Ursula von der Leyen vai apenas debater contra quatro spitzenkandidat para garantir um segundo mandato em Bruxelas. Fora deste confronto ficaram os candidatos do Identidade e Democracia (ID) e da Aliança Livre Europeia (ALE), por não respeitarem as regras que obrigam a que cada família política nomeie um candidato oficial para a eleição da presidência da Comissão Europeia, e ainda os Europeus Conservadores Reformistas (ECR) que se manifestaram contra o sistema de spitzenkandidat.

Assim, esta quinta-feira, a presidente da Comissão Europeia irá defrontar Nicolas Schmit do Partido dos Socialistas Europeus (PES), Terry Reintke dos Verdes Europeus (candidata parceira de Bas Eickhout), Sandro Gozi do Renovar Europa (que integra o trio de candidatos composto por Raul Romeva e Marie-Agnes Strack-Zimmermann) e Walter Baier da Esquerda Europeia, num debate transmitido pela União Europeia de Radiodifusão. De fora ficaram Anders Vistisen, do ID, e Maylis Roßberg, da ALE, que participaram no primeiro debate.

Da esquerda para a direita: Ursula von der leyen (PPE), Nicolas Schmit (PES), Terry Reintke (Os Verdes), Sandro Gozi (Renovar Europa) e Walter Baier (Esquerda Europeia).

 

Em cima da mesa, estarão os temas ligados à economia e emprego, defesa e segurança, clima e ambiente, democracia, imigração e fronteiras e inovação – assuntos que marcam a atualidade e o futuro da União Europeia numa altura em que as tensões geopolíticas se agravam um pouco por todo o mundo. Mas o foco (e pressão) estará sobretudo sobre von der Leyen.

Podemos esperar que os partidos de esquerda pressionem o [Partido Popular Europeu] PPE sobre a sua posição relativamente à colaboração com a ERC. Esta é a maior vantagem de que dispõem para fazer campanha contra Ursula von der Leyen”, afirmam ao ECO Liza Saris e Maria Martisiute do European Policy Center, um think tank político com sede em Bruxelas, fundado em 1997. Aos olhos da dupla, “desde o início, o apoio a von der Leyen tem sido bastante escasso” e o primeiro debate entre candidatos não ajudou a sua causa.

No primeiro confronto a sete, em Maastricht, a candidata principal da família política do PSD admitiu estar disponível para negociar com a bancada dos Conservadores e Reformistas Europeus (ECR, na sigla em inglês), na próxima legislatura no Parlamento Europeu. Este grupo partidário integra partidos populistas e nacionalistas europeus, como o Lei e Justiça (PiS) da Polónia, o Vox de Espanha e o francês Reconquista, de Eric Zemmour, sendo liderado por Georgia Meloni, primeira-ministra de Itália e líder dos Irmãos de Itália.

“Existe o risco de que a ligação entre Meloni e von der Leyen possa efetivamente conduzir à normalização da extrema-direita no seio do PPE e não só. Este é um padrão a que já temos vindo a assistir noutros países europeus”, referem as duas politólogas do European Policy Center. Um dos exemplos mais recentes aconteceu nos Países Baixos, depois de o Partido Popular para a Liberdade e Democracia (VVD) liderado por Mark Rutte – liberais – ter formado um acordo de governação com Partido da Liberdade (PVV), liderado por Geert Wilders – extrema direita.

“Com este novo Governo, torna-se claro para von der Leyen aquecer as suas ligações, uma vez que os partidos ECR terão uma palavra a dizer no Conselho que se irá reunir para o cargo de Presidente da Comissão. Será que Ursula von der Leyen conseguirá tornar-se Presidente sem o apoio dos partidos e qual o custo desse apoio?”, questionam as politólogas.

O piscar de olhos de von der Leyen ao ECR não agradou os socialistas europeus que divulgaram uma carta de repúdio, assinada por todos os líderes do PSE, incluindo Pedro Nuno Santos, o homólogo espanhol Pedro Sánchez, o ex-responsável pelo Pacto Ecológico Europeu (Green Deal), Frans Timmermans, e o spitzenkandidat pelos socialistas, Nicolas Schimt.

Nunca cooperaremos nem formaremos uma coligação com a extrema-direita. Isto também significa: nenhuma cooperação ou alianças com o ECR ou a ID no Parlamento Europeu“, lê-se na carta.

A rejeição da bancada centro-esquerda no Parlamento Europeu desempenha um papel chave para a reeleição. Para segurar um segundo mandato, von der Leyen precisa não só do apoio dos líderes europeus que fazem parte da sua família partidária, como também dos dirigentes socialistas, uma vez que a eleição para o presidente da Comissão Europeia terá que ser suportada, em primeiro lugar, pelos 27 chefes do Conselho Europeu e posteriormente aprovada por uma maioria absoluta no Parlamento Europeu.

“Os sociais-democratas desempenham um papel crucial como atual parceiro de poder do PPE. Se von der Leyen não for capaz de lhes conceder posições-chave na próxima Comissão, os líderes dos partidos sociais-democratas poderão retirar o apoio à sua candidatura“, alertam Liza Saris e Maria Martisiute, admitindo estarem “curiosas” em relação à estratégia que será levada a cabo pelos sociais-democratas.

Embora o debate tenha ganho maior importância devido à polémica, certo é que os debates entre os spitzenkandidat tendem a ter “muito pouco impacto na afluência às urnas ou na escolha dos partidos” nas eleições para o Parlamento Europeu, devido à baixa adesão dos telespetadores (e interesse geral por eleições a nível europeu). Os cabeças de lista estão cientes disso e portanto, deverão usar esta oportunidade para lançar soundbytes.

“Como se trata do último debate antes das eleições, todas as famílias políticas tentarão obter algumas frases fortes para impulsionar a campanha”, apontam as analistas do European Policy Center.

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Salários até 150 mil euros. Que setores estão a oferecer melhores ordenados?

Empregadores sentem dificuldades sérias no recrutamento, o que está a fazer subir salários. Análise da Adecco mostra que posições mais bem pagas estão no setor legal, finanças e serviços partilhados.

O problema é comum a vários setores da economia portuguesa: os empregadores estão a enfrentar dificuldades sérias no recrutamento de novos trabalhadores e na retenção de quem já têm nas suas equipas. Em resultado, os salários têm crescido, sendo que o guia traçado pela empresa de recursos humanos Adecco mostra que é nos setores dos serviços partilhados, legal, hospitalidade e finanças que se encontram, neste momento, as posições com remunerações mais atrativas.

“Se a sua empresa tem encontrado dificuldades na atração e retenção de talento, saiba que não está sozinho. O panorama do recrutamento está a tornar-se cada vez mais desafiante e multifacetado. As empresas têm dificuldades em recrutar os talentos de que necessitam“, sublinha a Adecco no seu “Guia salarial”, ao qual o ECO teve acesso em primeira mão.

Questionado sobre o efeito dessa escassez de profissionais nas remunerações, Bernardo Samuel, diretor de recrutamento da referida empresa, declara que “não tem dúvidas” de que tal está a contribuir para o crescimento dos salários em Portugal, adiantando que a subida tem sido, pelo menos, de 4%, embora haja setores que superem essa valorização.

Em que setores se encontram, então, os melhores salários?

A Adecco estudou 15 áreas da economia portuguesa, do retalho à banca, e identificou o cargo de líder de centro de serviços partilhados (head of SSC) como aquele que tem associado um vencimento mais atrativo: atinge, no máximo, 154 mil euros anuais brutos em Lisboa. Já no Porto, o salário máximo para essa posição é de 100 mil euros.

“Os centros de serviços partilhados representam uma abordagem eficiente para centralizar e padronizar processos de suporte, como contabilidade, recursos humanos, compras, tecnologia da informação e serviços jurídicos, visando a otimização de custos, melhoria da eficiência operacional e automatização de processos, que geram melhorias e otimizações em larga escala”, explica a Adecco, que frisa que tem havido uma “procura elevada deste tipo de empresas em Portugal“, o que ajuda a explicar o destaque na tabela salarial.

Neste setor é valorizado o background académico, mas também o nível de senioridade, a experiência comprovada em ambientes internacionais e conhecimentos de outras línguas, como inglês, francês e espanhol.

Mas é um setor que tem também vindo a valorizar cada vez mais as soft skills, como o dinamismo e o espírito de equipa, salienta o guia que será publicado esta quinta-feira.

Setor legal é dos que paga melhores salários

Das posições analisadas, a que consegue o segundo melhor salário do mercado português é a de diretor jurídico ou legal manager, na área legal. Neste caso, a fasquia máxima está fixada em 150 mil euros anuais brutos em Lisboa (e 85 mil euros no Porto), como mostra a tabela abaixo.

Ainda no setor legal, também a posição de head of pratice (com mais de dez anos de agregação) está em destaque, com um vencimento que pode chegar a 140 mil euros anuais brutos em Lisboa (75 mil euros no Porto).

Sobre este setor, a Adecco observa que tem havido não só alterações internas (tecnológicas, por exemplo), mas também competitividade externa que estimula os escritórios tradicionais a inovar, apostando, nomeadamente, num modelo flexível de trabalho.

Destaca-se uma maior procura ao nível do recrutamento em áreas de Direito Público, Imobiliário, Contencioso e Fiscal, assim como em Direito Laboral e Societário“, detalha ainda o guia.

Já a completar o “top 5” das posições mais bem remuneradas aparece ainda o cargo de diretor de hotel (com um máximo de 126 mil euros anuais brutos em Lisboa e no Porto), de diretor financeiro (com um salário até 120 mil euros anuais brutos em Lisboa e até 100 mil euros no Porto) e de diretor comercial (com um máximo de 100 mil euros anuais brutos tanto na capital como na Invicta). Por outras palavras, também a hospitalidade, as finanças e as vendas estão em destaque.

Em comparação, na banca, a posição com o melhor salário é de corporate finance. Neste caso, o máximo é de 90 mil euros brutos anuais em Lisboa e 60 mil no Porto. No retalho, é o cargo de national retail manager que se destaca, embora não vá além de 58.800 euros anuais brutos em Lisboa e no Porto.

E na indústria é o cargo de diretor de qualidade aquele que consegue um salário mais atrativo, com um máximo de 65 mil euros anuais brutos em Lisboa e 63 mil euros anuais brutos no Porto. Já na construção, o melhor salário é o dos encarregados de obra (49 mil euros anuais brutos em Lisboa e 42 mil euros anuais brutos no Porto).

Tecnologias de informação também brilham

Um dos setores que mais tem sido impactado pela escassez de trabalhadores adequados é também um dos que paga melhores salários: as tecnologias de informação.

Entre as posições analisadas pela Adecco, os cargos de engenheiro de cloud e de consultor de SAP estão em destaque, com salários que chegam aos 90 mil euros em Lisboa anuais brutos e aos 80 mil no Porto.

Ao ECO, o diretor de recrutamento Bernardo Samuel explica que o setor tecnológico não só é dos que paga melhor como é daqueles onde, mesmo sem longas décadas de experiência, o vencimento pode ser mais atrativo. “Muitas vezes, temos perfis com cinco anos de experiência com expectativas de 50 mil euros“, adianta o responsável.

O guia confirma que os salários competitivos são essenciais para que as empresas neste setor consigam enfrentar os “desafios significativos no recrutamento e fidelização de talento”, mas não chegam: é preciso oferecer trabalho remoto, flexibilidade de horários e outros benefícios.

“A avaliação de um colaborador deixou de estar centrada nas competências técnicas, havendo uma crescente valorização de competências como: trabalho em equipa, autonomia, liderança, adaptação às necessidades específicas do cliente, entre outras”, acrescenta a Adecco.

De resto, Bernardo Samuel avisa que a disponibilização de benefícios extra salário (como seguro de saúde, rendimento variável anexado à performance, e flexibilidade) é cada vez mais valorizada no conjunto do mercado de trabalho.

Ghosting chega ao mercado de trabalho

O ghosting é o ato de “cortar a comunicação abruptamente sem explicação”, e também já chegou ao mundo do trabalho, mais precisamente aos processos de recrutamento.

De acordo com a Adecco, mais de seis em cada dez trabalhadores já foram alvo deste fenómeno por parte de um potencial empregador durante um processo de contratação. Ao ECO, Bernardo Samuel indica que tal pode ser explicado por algum receio e indefinição das empresas quanto ao seu futuro.

Mas há também empresas que são “vítimas”: um quarto dos candidatos afirma ter praticado ghosting a potenciais empregadores. “Do lado do candidato, acredito que tenha a ver com a quantidade de ofertas disponíveis”, salienta o referido responsável.

Outra tendência do mercado de trabalho é a continuação do trabalho mesmo depois da reforma. “O número de trabalhadores que se reformam e que depois reentram no mercado de trabalho está a aumentar discretamente. Sendo um fenómeno relativamente novo, o unretirement tem vindo a aumentar desde a pandemia de Covid-19“, assinala a Adecco.

A explicar este fenómeno estão os níveis elevados de inflação, a escassez de mão-de-obra, mas também, diz Bernardo Samuel, a vontade de continuarem a sentir-se “úteis e válidos”. “Temos visto cada vez mais as empresas a aceitarem perfis acima dos 50 anos. É uma tendência em Portugal. A idade ainda é um entrave, mas já há empresas a reconhecer mais-valias nestes profissionais, pela sua experiência e capacidade de resolver problemas“, remata o especialista em recrutamento.

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Bruxelas desmente Governo. Risco de Portugal ser suspenso do espaço Schengen “não existe”

Fonte oficial da Comissão Europeia garante não estar em cima da mesa "qualquer cenário" que vise a suspensão de Portugal de Schengen por atraso na instalação do novo sistema de controlo de fronteiras.

A Comissão Europeia garante não estar em cima da mesa “qualquer cenário” em que Portugal seja suspenso do espaço Schengen por um atraso na implementação de sistemas de informação integrados no âmbito das fronteiras inteligentes. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, tinha dito no final de abril que o país estava em risco de ficar suspenso por um atraso do anterior Governo.

Questionada pelo ECO, porta voz da Comissão Europeia garante que está a “cooperar estreitamente com todos os Estados-membros“, incluindo Portugal, para que os Sistemas de Entradas e Saídas (EES, na sigla em inglês) estejam operacionais até ao outono deste ano.

No que diz respeito a uma possível suspensão do espaço Schengen: não existe qualquer cenário desse género em cima da mesa”, refere fonte oficial da Comissão Europeia. “A nossa prioridade é concentrarmo-nos na situação atual para garantir que os Estados-membros estão prontos para a entrada em funcionamento da EES”, acrescenta.

No início de maio, António Leitão Amaro, ministro da Presidência, disse ao Expresso que Portugal está em risco de ficar suspenso do espaço Schengen se não conseguir implementar atempadamente os sistemas de informação integrados no âmbito do projeto das fronteiras inteligentes do espaço Schengen, nomeadamente o EES e o Sistema Europeu de Informação e Autorização de Viagens (ETIAS, na sigla em inglês).

Se não conseguirmos, chegamos a julho e ficamos suspensos”, disse o governante, culpando o anterior Governo por este atraso e salientando o “enorme problema para o turismo português” que a penalização pode trazer.

Antes disso, em declarações ao Diário de Notícias no final de abril, o governante também afirmou: “Até julho têm de ser feitos testes e validado o sistema, há anos que se sabe desta exigência, e nada foi feito. Corremos o risco de passar para a ‘lista vermelha’ de Schengen.”

Semanas depois, a Comissão Europeia vem agora desdramatizar, esclarecendo que essa opção não está a ser considerada e que o foco de Bruxelas está na concretização da estratégia.

“Os Estados-membros estão a trabalhar no sentido da implementação do Sistema de Entradas e Saídas”, responde fonte oficial, quando questionada se Portugal está, de facto, atrasado na operacionalização deste sistema e se é o único Estado-membro nessa situação. Algo que Bruxelas não esclarece, mas garante que “está a cooperar estreitamente com todos os Estados-membros para garantir que estarão prontos para a entrada em funcionamento do EES no outono de 2024“.

Segundo o Expresso, no Sistema de Segurança Interna (SSI), liderado por Paulo Viseu Pinheiro, também se admite que existe algum “risco” de Portugal falhar os prazos estipulados pela Comissão Europeia, mas fonte do organismo garantiu que “não é provável” que o Estado falhe a declaração de prontidão que terá de submeter em julho, para o sistema estar operacional em outubro.

Os dois novos sistemas virão reforçar a segurança europeia e a segurança de quem viaja, mas só o EES deverá entrar em vigor este ano. Resumidamente, o EES é um novo sistema eletrónico que substituirá o carimbo físico dos passaportes quando se passa pelo controlo de passaportes à chegada. Todos os Estados-membros da UE — com exceção de Chipre e Irlanda, onde os passaportes continuarão a ser carimbados manualmente — e os quatro países não pertencentes ao espaço Schengen da UE (Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) participarão no sistema.

Assim que entrar em funcionamento, previsivelmente até ao final do ano, os viajantes que aterrarem noutro país deste bloco passarão a ter de tirar uma fotografia do rosto e digitalizar eletronicamente as suas impressões digitais. Cidadãos da UE ou dos países do espaço Schengen não serão afetados e poderão continuar a viajar livremente em todo o espaço.

Após a publicação desta notícia, o Governo respondeu, esta quinta-feira, esclarecendo que quem faz o acompanhamento da implementação dos sistemas de segurança é a Agência da União Europeia para a Gestão Operacional de Sistemas Informáticos de Grande Escala no Espaço de Liberdade, Segurança e Justiça (eu-LISA), que trabalha com Sistema de Segurança Interna (SSI). Esta agência é uma das várias que trabalha ao abrigo da Comissão Europeia.

“Quem, do lado português, interage com a agência é o Sistema de Segurança Interna, que reportou ao Governo a informação que este tornou pública”, diz fonte oficial do Ministério da Presidência ao ECO.

A mesma fonte afirma que “o grave atraso na implementação do EES e do ETIAS é factual“, “tal como o são os prazos de operação para validação (julho) e entrada em pleno funcionamento (6 de outubro)”, e que tanto o Governo como o SSI “têm procurado transmitir às várias autoridades europeias uma mensagem tranquilizadora da nossa capacidade de recuperação do atraso“.

“O Governo português está a trabalhar em permanência com o SSI para recuperar o atraso”, garante o gabinete de Leitão Amaro.

Notícia atualizada às 09h40 de 23 de maio com a resposta do Governo

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5 coisas que vão marcar o dia

O Conselho de Ministros deverá aprovar medidas para os jovens, no dia em que são conhecidos os resultados da Altri.

É dia de reunião do Conselho de Ministros, onde serão discutidas medidas para os jovens, nomeadamente as mudanças ao atual regime do IRS Jovem. Serão também conhecidos dados estatísticos sobre o endividamento do setor não financeiro e sobre o PIB da OCDE, enquanto nos mercados há a apresentação de resultados da Altri.

Governo leva IRS Jovem a Conselho de Ministros

O Governo vai aprovar, no Conselho de Ministros desta quinta-feira, os princípios da reforma do IRS Jovem, que prevê uma diminuição de 2/3 das taxas atualmente aplicáveis, estabelecendo um imposto máximo de 15% para contribuintes até aos 35 anos, com exceção dos que se enquadram no último escalão, segundo apurou o ECO.

Como evoluiu a dívida das famílias e empresas?

O Banco de Portugal divulga esta quinta-feira os dados referentes ao endividamento do setor não financeiro durante o mês de abril. Além disso, o banco central liderado por Mário Centeno publica também o Indicador Diário de Atividade Económica, que permite perceber como evolui a economia no curto prazo.

Altri revela resultados do primeiro trimestre

A Altri vai revelar esta quinta-feira os resultados do primeiro trimestre. Em 2023, os lucros da Altri caíram 72% para 42,8 milhões de euros, pressionados pela descida dos preços da matéria-prima no último ano, uma situação que deverá sofrer uma inversão em 2024.

OCDE divulga dados do PIB

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga esta quinta-feira os os dados relativos ao crescimento do Produto Interno Bruto, a partir das contas nacionais trimestrais dos países que são membros. Em 2023, o crescimento do PIB na OCDE abrandou para 1,6%.

CMVM debate transição digital, energética e demográfica

Realiza-se esta quinta-feira a conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, que desta feita tem como tema a “Transformação digital, energética e demográfica: o papel do mercado de capitais”. O evento vai contar com a presença de figuras como o secretário de Estado do Tesouro e das Finanças João Silva Lopes e Ricardo Mourinho Félix, consultor do Banco de Portugal.

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Tribunal anula coima de 190 milhões da Autoridade da Concorrência aos hospitais privados

Autoridade da Concorrência aplicou coimas de 190 milhões à CUF, Luz Saúde e outros hospitais privados por concertação nas negociações com ADSE. Tribunal considerou prova inválida e anulou decisão.

Em julho de 2022, a Autoridade da Concorrência avançou com coimas no valor de 190 milhões de euros contra os hospitais privados, incluindo a CUF, Luz Saúde e Lusíadas, e ainda a associação do setor, por práticas irregulares de concertação nas negociações com a ADSE, o subsistema de saúde dos funcionários públicos. Cerca de dois anos depois, o tribunal de Santarém veio agora declarar nula a decisão do regulador, depois de considerar inválidas as provas recolhidas na investigação. A decisão deixa cair as multas milionárias e faz com que o processo regresse quase à estaca zero.

A sentença do Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão foi proferida a 17 de abril de abril, tendo transitado em julgado no início deste mês (3 de maio), o que significa que não foi apresentado recurso da parte da Autoridade da Concorrência (nem de nenhum dos outros visados).

O tribunal de Santarém – onde o processo se encontra a ser julgado depois dos recursos dos hospitais contra a decisão da Autoridade da Concorrência – considerou a prova (ou boa parte dela) inválida porque não houve autorização judicial prévia para a busca e apreensão de correspondência eletrónica nos hospitais. E obrigou o regulador da concorrência a devolver os e-mails e mensagens apreendidos aos visados.

A informação consta do prospeto do empréstimo obrigacionista da CUF que vai para o mercado esta quinta-feira e foi confirmada pelo ECO junto de várias fontes, incluindo da própria Autoridade da Concorrência.

“O Tribunal da Concorrência Regulação e Supervisão deu cumprimento a uma decisão do Tribunal da Relação de Lisboa (TRL) que havia declarado a nulidade das mensagens de correio eletrónico apreendidas pela Autoridade da Concorrência em diligências de busca com mandado emitido pelo Ministério Público. Esta posição do TRL surge na sequência da decisão do Tribunal Constitucional que julgou inconstitucional a norma da Lei da Concorrência que atribuía competência ao MP para autorizar estas buscas”, explica o regulador ao ECO.

“Nessa medida, e sendo necessário desentranhar as referidas mensagens e reformular a decisão, o TCRS declarou a nulidade da Decisão Final e da Nota de Ilicitude, devolvendo o processo à AdC para eventual reformulação dos autos e elaboração de nova NI expurgada das referidas mensagens de correio eletrónico”, acrescenta.

A Associação Portuguesa de Hospitalização Privada, a quem o regulador da concorrência tinha aplicado uma multa de 50 mil euros, adianta que a “maior parte da prova apreendida” foi considerada ilegal, tal como “vinha há vários anos propugnando, quer em sede administrativa, quer em sede de recurso contencioso”.

O presidente da Autoridade da Concorrência, Nuno Cunha Rodrigues, durante a audição na Comissão de Orçamento e Finanças na Assembleia da República, Lisboa, 11 de abril de 2023. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

Exceção pode acelerar nova condenação

Só há uma exceção na decisão do tribunal de Santarém: o Hospital Particular do Algarve, porque as diligências tiveram autorização concedida através de juiz de instrução criminal, segundo o prospeto da CUF. Razão pela qual a decisão da Autoridade da Concorrência e respetiva coima no valor de 8,8 milhões de euros se mantêm.

Os outros grupos hospitalares – que não estiveram disponíveis para comentar ou não responderam até à publicação deste artigo – livram-se (para já) das suas coimas: CUF (74,9 milhões de euros), Luz Saúde (66,2 milhões), Lusíadas (34,2 milhões), Trofa Saúde (6,6 milhões) e Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (50 mil euros).

Uma fonte ouvida pelo ECO adiantou que, embora o processo regresse à Autoridade da Concorrência, a decisão do tribunal abre uma possibilidade: a prova considerada válida em relação ao Hospital Particular do Algarve poderá ser suficiente para se avançar com novas notas de ilicitude contra os outros hospitais privados, evitando assim a realização de novas diligências.

A Autoridade da Concorrência diz que está a aguardar a devolução do processo “para proceder ao desentranhamento das mensagens de correio eletrónico em questão, reanalisar todos os demais elementos probatórios que integram o processo e avaliar a viabilidade de emitir uma nova nota de ilicitude e prosseguir com o processo“.

A CUF nota no prospeto que o regulador não tem prazo para reformular a nota de ilicitude. E que pode mesmo decidir-se pelo arquivamento do processo.

No âmbito deste processo, a Autoridade da Concorrência condenou vários grupos de hospitais por terem coordenado entre si “a estratégia e o posicionamento negocial a adotar no âmbito das negociações com a ADSE, através e com a participação conjunta da APHP, entre 2014 e 2019”.

Segundo a autoridade, estas práticas permitiram fixar o nível de preços e outras condições comerciais no âmbito das negociações com a ADSE, bem como a “coordenação da suspensão e ameaça de denúncia da convenção celebrada com a ADSE para obstaculizar a regularização da faturação por parte da ADSE relativa a 2015 e 2016″.

Do lado dos hospitais, alega-se que as reuniões em que participou a APHP foram pedidas expressamente pelo Ministério da Saúde e pela própria ADSE e que os preços são fixados unilateralmente pela ADSE.

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Antiga Parque Escolar está há mais de dois anos sem presidente

CReSAP ainda não recebeu um nome para a presidência do conselho de administração da antiga Parque Escolar, agora Construção Pública, ou para os cargos de vogal para analisar.

A antiga Parque Escolar, rebatizada com novas funções de Construção Pública, em março do ano passado, está há cerca de dois anos e três meses sem presidente do conselho de administração nem vogais. Além disso, desde que a reestruturação foi concretizada em junho, ainda só lançou um concurso na área da habitação.

Desde 28 de fevereiro de 2022 que a ainda Parque Escolar ficou sem presidente do conselho de administração, depois de Filipe Alves da Silva, o último dirigente, ter renunciado ao cargo “por motivos de aposentação”, como disse ao ECO, em março, a empresa pública. Nessa altura, fonte oficial da Parque Escolar acrescentou que enquanto não é nomeado um novo presidente, a empresa está sob os comandos dos “dois vogais nomeados”, que exercem funções em regime de substituição, com a atividade da empresa a decorrer “com normalidade”. Mas, o mandato dos dois vogais chegou ao fim em 2022. E agora a empresa funciona com administradores em regime de substituição, como avançou o Público em fevereiro.

O ECO questionou novamente a Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) se já tinha recebido um nome para a presidência do conselho de administração ou para os cargos de vogal e a resposta foi, mais uma vez negativa.

O novo Governo de Luís Montenegro pretende continuar a apostar na antiga Parque Escolar para construir e reabilitar imóveis do Estado para arrendamento acessível. A reestruturação do IHRU passa por expurgá-lo das funções para as quais não tem vocação, disse a secretária de Estado da Habitação na Advocatus Summit, uma iniciativa do ECO que decorre até quinta-feira.

O objetivo é “dar a construção pública à antiga Parque Escolar que tem essa vocação, essa aptidão para desenvolver esses projetos”, disse Patrícia Gonçalves Costa.

De acordo com a lei, o Governo não tem um prazo para indicar qualquer nome e pedir um parecer à CReSAP. Mas só depois da análise e avaliação da comissão, o Governo pode nomear um novo conselho de administração da empresa pública, composto por um presidente e dois a quatro vogais.

A Parque Escolar passou a Construção Pública em março de 2023, quando o pacote legislativo Mais Habitação, foi aprovado, em Conselho de Ministros. Mas o decreto-lei só foi publicado em Diário da República em junho, momento em que a empresa ficou legalmente habilitada a receber verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para, em parceria com o IHRU, construir e reabilitar imóveis públicos e assim acrescentar mais oferta para resolver a crise da habitação em Portugal.

No entanto, a empresa que está sob a tutela dos ministérios das Finanças, da Educação e da Habitação só lançou um concurso na área da habitação, em novembro do ano passado. O concurso público internacional para construir 394 casas do Estado, para arrendamento acessível, na antiga estação radionaval em Algés, por cerca de 62,8 milhões de euros é um dos maiores projetos do Estado com financiamento do PRR.

O prazo para a apresentação das candidaturas terminou a 14 de fevereiro e estas estão agora a ser analisadas.

A empresa esteve ainda quase seis anos sem ter as contas aprovadas, mas a 27 de abril de 2023 já tinha aprovado as contas de 2022 depois de ter publicado as de 2019, 2020 e 2021 em maio do ano passado. As de 2022 foram publicadas no site posteriormente e mostram que a empresa melhorou o EBITDA, reduziu o passivo e o investimento.

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