Walk Talks. Como é que se ganha tempo?

  • Trabalho
  • 23 Setembro 2022

Esta semana, Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana partilham alguns exemplos reais de pessoas que, procedendo a pequenas mudanças na forma como gerem o tempo, conseguiram 'esticar' o tempo.

Certamente que já sentiu alguma vez a necessidade que o dia tivesse mais do que 24 horas, de forma a fazer tudo aquilo que gostaria ou cumprir com todas as tarefas da sua lista. Embora as horas não se multipliquem, é sempre possível melhorar a sua gestão do tempo e tirar o máximo partido dele, sobretudo do chamado “tempo morto”.

Como? “É uma questão de perspetiva”, que requer, essencialmente, “sentido crítico” e “criatividade”, refere Nuno Santos Fernandes, partner e mentor da Walking Mentorship.

Esta semana, Nuno Santos Fernandes e João Perre Viana partilham alguns exemplos reais de pessoas que, procedendo a pequenas mudanças na forma como gerem o tempo, conseguiram ‘esticar’ o tempo.

http://videos.sapo.pt/2c2GohJQIef9Cht7siQg

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Espanha vai respeitar caudais acordados com Portugal e continuar envios de água

  • Lusa
  • 23 Setembro 2022

A representante do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, garantiu que "Espanha é um estado sério que cumpre os acordos internacionais que assina".

Espanha vai manter a passagem de água dos rios para Portugal e respeitar os caudais acordados bilateralmente, disse esta quinta-feira a delegada do Governo espanhol na região de Castela e Leão, Virgínia Barcones.

Espanha é um estado sério que cumpre os acordos internacionais que assina“, disse Virgínia Barcones, em resposta a questões dos jornalistas na cidade espanhola de León, citada pela agência de notícias EFE.

A representante do Governo central espanhol na região autónoma de Castela e Leão, que faz fronteira com os distritos de Bragança e da Guarda, acrescentou que, em Portugal, o destino da água de rios partilhados pelos dois países “tem as mesmas restrições por causa da seca do que em Espanha”.

Virgínia Barcones lembrou que esta matéria está regulada pela Convenção de Albufeira, assinada por Portugal e Espanha há 24 anos quando, em Madrid, havia um governo do Partido Popular (PP, direita), liderado por José María Aznar, e que o país tem de cumprir o acordado.

O Governo espanhol é atualmente liderado pelo partido socialista (PSOE), que governa em coligação com a Unidas Podemos (extrema-esquerda), enquanto em Castela e Leão há um executivo regional liderado pelo PP e que também integra a extrema-direita do Vox.

Na segunda-feira, cerca de três mil agricultores das províncias de León, Zamora e Salamanca manifestaram-se no centro da cidade de León para exigir que se encerre a libertação de água para Portugal no âmbito do acordo de Albufeira.

A Associação de Comunidades de Rega da Bacia do Douro (Ferduero) disse estarem em causa “libertações extraordinárias” de água e considerou que se trata de uma “espoliação” que está a ocorrer de forma unilateral e sem qualquer tipo de diálogo, acusando o Ministério da Transição Ecológica e Desafio Demográfico espanhol de voltar continuamente as costas à irrigação e ao mundo rural.

Em virtude deste acordo, as duas maiores albufeiras da Bacia Hidrográfica do Douro – Almendra, no rio Tormes entre Salamanca e Zamora, e Ricobayo, no rio Esla, em Zamora, ambas destinadas principalmente à produção hidroelétrica – terão de ceder a Portugal mais de metade da água que têm atualmente nas albufeiras.

O acordo prevê o envio para Portugal de cerca de 870 hectómetros cúbicos de água armazenada nas albufeiras espanholas da bacia do Douro, dos quais cerca de 650 provêm destas duas grandes albufeiras.

Assim, nas próximas duas semanas, antes do final do corrente ano hidrológico em 30 de setembro, Espanha deverá ter cumprido aquele acordo e para isso terá de ceder à bacia do Douro portuguesa a quantidade mínima de água represada estipulada no acordo assinado em novembro de 1998.

A delegada do Governo espanhol em Castela e Leão mostrou esta quinta-feira empatia com a situação dos agricultores da região por causa das consequências da seca e dos incêndios rurais do verão, dizendo que estão previstas compensações para “minimizar as perdas”, mas reiterou que aquilo que nunca pode ser posto em causa é o cumprimento de um acordo internacional.

Na terça-feira, o ministro do Ambiente e da Ação Climática português disse que a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) mantém “reuniões permanentes” com os congéneres espanhóis sobre a seca no âmbito das convenções existentes entre os dois países.

“Portugal está a ter um ano muito difícil, Espanha está a sofrer um ano muito difícil. Temos consciência de que ambos os países estão a ser afetados pela questão da seca. Têm existido reuniões permanentes entre a APA e congéneres espanhóis naquilo que é o acompanhamento das responsabilidades no âmbito das convenções que existem. Defenderemos sempre o nosso país para a melhor utilização e respeito pelas convenções”, disse Duarte Cordeiro, durante uma audição no parlamento.

O ministro referiu que serão avaliadas “as dificuldades existentes quer de um lado quer do outro”, lembrando que no verão sempre se assistiu “a uma situação muito complicada relativamente ao Tejo”.

“Tivemos oportunidade de chamar a atenção a Espanha relativamente a isso, para reforçar os caudais”, acrescentou, referindo que, do ponto de vista da Convenção de Albufeira, existem caudais diários, mensais e anuais, sendo que “os caudais de curto prazo têm sido cumpridos”.

“Depois a questão é se conseguiremos que em todo o território os caudais sejam cumpridos na convenção. Vamos avaliar no final do processo”, frisou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dos carros elétricos à redução do papel. Estas são as metas para a eficiência energética na justiça até 2024

Utilizar carros híbridos plug-in e elétricos, reduzir a utilização de papel e aumentar as energias renováveis são algumas das metas da área da justiça para 2024 do ECO.AP 2030.

Desde a substituição da frota de carros por opções mais ecológicas até à redução do papel em pelo menos 5%, já foram revelados os objetivos e metas da área da justiça para o triénio de 2022-2024 no âmbito do Programa de Eficiência de Recursos na Administração Pública (ECO.AP 2030). Os objetivos estabelecidos como forma de garantir a concretização do ECO.AP 2030 foram publicados esta sexta-feira em Diário da República.

“Pretende-se que a sua implementação seja dinâmica, eficaz e evolutiva, sendo revistos os objetivos e metas numa base anual, com o envolvimento de todos os intervenientes da área governativa da justiça, que representam um vasto universo de edifícios, próprios ou arrendados, incluindo situações tão diversas como palácios de justiça, estabelecimentos prisionais, centros educativos, casas de função, conservatórias, bem como outros edifícios de serviços”, lê-se no despacho.

O objetivo do ECO.AP 2030 é promover a descarbonização e a transição energética das atividades desenvolvidas pelo Estado, contribuindo para as metas de redução de gases de efeito de estufa (GEE), de consumos de energia, de água e de materiais e de incorporação de fontes de energia renováveis no consumo final bruto de energia, estabelecidas a nível nacional para 2030, bem como para promover a gestão eficiente destes recursos na Administração Pública.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Abaixo da linha vermelha. Dívida pública nos 118,9% este ano

Os números constam de um relatório do INE e apontam para um rácio da dívida pública abaixo dos 120% já este ano. A previsão do défice mantém-se nos 1,9%.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou esta sexta-feira no site a segunda notificação relativa ao Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) que vai enviar ao Eurostat.

Nessa notificação, há uma revisão de uma décima do défice previsto para 2021 (de 2,8% para 2,9%), tendo a dívida pública ficado nos 125,5% do PIB.

Mas a grande novidade está na previsão para este ano (as previsões já são da responsabilidade do Ministério das Finanças). Se para o défice mantém-se a meta prevista de 1,9%, para a dívida pública há uma surpresa.

O rácio da dívida pública em percentagem do PIB vai ser de 118,9%, um valor abaixo da barreira psicológica dos 120%. Existe uma prática não oficial nos mercados de dividir os países mais ou menos endividados consoante o seu rácio de dívida esteja acima ou abaixo da fasquia dos 120%.

O ministro das Finanças já tinha confirmado que o rácio este ano ficaria abaixo dos 120%, mas sem adiantar valores. Os 118,9% agora revelados também ficam abaixo da meta dos 120,7% inscritos no Orçamento do Estado para 2022 e abaixo dos 120,8% estimados no Programa de Estabilidade.

A dívida abaixo das fasquia dos 120% é um sinal importante que o país dá aos credores, numa altura em que no mercado secundário a yield das obrigações a dez anos já superou a fasquia dos 3%, refletindo os aumentos de juro do Banco Central Europeu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sofia Lufinha assume lugar na administração da TAP

  • Lusa e ECO
  • 23 Setembro 2022

A antiga responsável operacional do Pingo Doce é a nova "chief strategy officer" da companhia aérea.

Sofia Lufinha assume a partir de hoje o cargo de vogal do Conselho de Administração da TAP, após a saída de Alexandra Reis, em fevereiro, de acordo com uma nota enviada à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). A antiga responsável operacional da retalhista Pingo Doce é a nova chief strategy officer da companhia aérea.

“A acionista única da TAP, a República Portuguesa, representada pela Direção Geral de Tesouro e Finanças, deliberou eleger a senhora engenheira Sofia Norton dos Reis Lufinha de Mello Franco como membro do Conselho de Administração da TAP, para o período remanescente do mandato em curso (quadriénio 2021/2024), com efeitos a contar de hoje”, lê-se na comunicação ao mercado. A gestora já estava a trabalhar na companhia aérea, assumindo agora formalmente o cargo de administradora.

O Conselho de Administração (CA) da TAP passa a ser composto por Manuel Beja (presidente), Christine Oumières-Widener (vogal e presidente da Comissão Executiva), Gonçalo Pires (vogal), Ramiro Sequeira (vogal), Sílvia Gonzalez (vogal), Sofia Franco (vogal), Patrício Castro (vogal), Ana Lehmann (vogal) e João Duarte (vogal).

Em fevereiro, Alexandra Reis renunciou ao cargo de vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP.

“Tendo sido nomeada pelos anteriores acionistas, e na sequência da alteração da estrutura societária da TAP, Alexandra Reis, vogal e membro do Conselho de Administração e Comissão Executiva da TAP, apresentou hoje [05 de fevereiro] renúncia ao cargo, decidindo encerrar este capítulo da sua vida profissional e abraçando agora novos desafios”, lê-se no comunicado enviado na altura pela TAP à CMVM.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Vieira da Silva avisa que contas da Segurança Social podem complicar-se já em 2024

  • ECO
  • 23 Setembro 2022

Num cenário de recessão económica na UE, e caso a inflação não regresse ao "valor normal" de 2%, a Segurança Social ficará sob "pressão conjuntural imediata" já em 2024, avisa ex-governante.

José Vieira da Silva, antigo ministro do Trabalho de António Costa, alertou esta sexta-feira que a Segurança Social pode entrar em crise já em 2024, caso a União Europeia (UE) entre em recessão económica e a inflação não baixe para valores próximos dos 2%. “Se isso acontecer, aí sim, coloca-se um problema de pressão conjuntural imediato sobre as contas da Segurança Social. E qualquer governo que esteja no poder tem de ter isso em equação”, afirmou o ex-governante, no programa “Em Nome da Lei” da Rádio Renascença.

Discordando de que o primeiro-ministro tenha usado a questão da sustentabilidade da Segurança Social para justificar que não possa aumentar as pensões de reforma em função da inflação, como determina a lei em vigor desde 2008, o “pai” da fórmula de cálculo da atualização das pensões considera, ainda assim, que as decisões do Executivo nesta matéria são “corajosas e potencialmente corretas”.

Já Fernando Ribeiro Mendes, economista e especialista em Segurança Social, critica as contas apresentadas pelo Governo ao Parlamento – segundo as quais a aplicação da fórmula de atualização das pensões no próximo ano levaria o saldo da Segurança Social a entrar em terreno negativo no final desta década -, dizendo que “não têm solidez lógica, porque usam a previsão de receitas e despesas” apresentada no Orçamento do Estado deste ano. Além disso, partem “de um raciocínio errado”, que “mistura uma questão de conjuntura muito específica, no apoio aos pensionistas, com um problema de médio prazo que é o da sustentabilidade da Segurança Social”.

Por sua vez, o ministro do Emprego no governo de coligação PSD/CDS, Pedro Mota Soares, afirma que “se ainda fosse ministro aplicava a lei”, porque “a fórmula utilizada é a correta, uma vez que não tem apenas em linha de conta a taxa de inflação registada no ano anterior, mas também o crescimento económico dos últimos dois anos”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo “esqueceu-se” da Ordem dos Economistas em estudo sobre habitação

Foi publicada uma retificação em Diário da República para incluir a Ordem dirigida por António Mendonça entre as entidades representativas do setor que devem ser ouvidas neste setor.

O Governo decidiu fazer um estudo para, posteriormente, elaborar propostas que visem a promoção da transparência e regulação do mercado habitacional. O anúncio foi publicado em Diário da República a 8 de setembro. Mas o despacho assinado pelo ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, “esqueceu-se” de incluir a Ordem dos Economistas na longa lista de 16 entidades que devem ser ouvidas no âmbito da realização do estudo.

Perante o lapso, esta sexta-feira foi publicada uma retificação em Diário da República para incluir a Ordem dirigida por António Mendonça entre as entidades representativas do setor.

Assim, este estudo que deverá ser entregue pelo IHRU, no prazo de 18 meses após a realização de um “ato jurídico idóneo a realizar entre o IHRU, e entidades de reconhecida competência técnica”, deve ouvir:

a) A Associação Nacional de Municípios Portugueses;

b) A Associação Nacional de Freguesias;

c) As Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores;

d) A Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor;

e) A Associação Portuguesa de Habitação Municipal;

f) As associações representativas dos proprietários;

g) As associações representativas dos inquilinos;

h) O Conselho Nacional de Juventude;

i) As associações representativas dos promotores imobiliários;

j) As associações representativas dos mediadores imobiliários;

k) As associações ou estruturas federativas das cooperativas de habitação;

l) As associações ou estruturas federativas de habitação colaborativa;

m) As associações ou estruturas federativas das organizações de moradores;

n) A Ordem dos Engenheiros;

o) A Ordem dos Arquitetos;

p) A Ordem dos Economistas.

O estudo deve identificar e analisar as práticas internacionais “em matéria de regulação do mercado habitacional, avaliando os seus objetivos, efeitos e resultados”; apresentar um modelo global e recomendações quanto à adequação destas práticas internacionais à realidade e ordenamento jurídico-constitucional português e fazer o diagnóstico da situação atual do mercado do arrendamento habitacional, “identificando os constrangimentos decorrentes da aplicação da regulamentação vigente e apresentar um modelo global e linhas orientadoras para revisão e simplificação do respetivo regime legal”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AT vai ajustar emissão de faturas e recibos a profissionais da cultura

  • Joana Abrantes Gomes
  • 23 Setembro 2022

Finanças têm de proceder a ajustes no sistema de emissão de faturas, recibos e faturas-recibo para ter em conta regime previsto no Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura.

A Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) vai ter de ajustar o sistema de emissão de faturas, recibos e faturas-recibo ao Estatuto dos Profissionais da Área da Cultura (EPAC), que entrou em vigor no início deste ano. As alterações entram em vigor a partir de 1 de outubro.

De acordo com uma portaria publicada esta sexta-feira em Diário da República, serão criados seis novos modelos de fatura, de recibo e de fatura-recibo para “atividade da área da cultura e para ato isolado de atividade da área da cultura”, ambos associados diretamente à Classificação das Atividades Económicas Portuguesas (CAE) ou ao Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares (CIRS).

A obrigação contributiva do profissional da área da cultura abrangido pelo regime dos trabalhadores independentes e inscrito no Registo dos Profissionais da Área da Cultura (RPAC), no que respeita ao exercício desta atividade, tem por base 70 % ou 20 % do valor de cada recibo ou fatura-recibo emitida no portal das Finanças, consoante respeite a prestação de serviços ou produção e venda de bens.

Além disso, independentemente de o profissional da área da cultura abrangido pelo regime dos trabalhadores independentes estar ou não inscrito no RPAC, a entidade beneficiária da prestação tem de pagar uma taxa contributiva de 5,1 %.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Decreto-Lei que aprova orgânica da direção executiva do SNS já foi publicado. Veja as novidades

Governo já publicou decreto-Lei que aprova orgânica da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde, liderada por Fernando Araújo e sediada no Porto. Confira as principais novidades do diploma.

O decreto-Lei que aprova a orgânica da Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) foi publicado esta sexta-feira em Diário da República. Manuel Pizarro, que sucedeu a Marta Temido, já oficializou Fernando Araújo como o CEO para a área da saúde. O até agora presidente do Centro Hospitalar Universitário de São João vai dirigir este novo organismo a partir do Porto.

Qual a missão da direção executiva do SNS?

Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde do SNS, assegurando o seu funcionamento em rede, a melhoria contínua do acesso a cuidados de saúde, a participação dos utentes e o alinhamento da governação clínica e de saúde. Este organismo vai ser dirigido por um diretor executivo, descrito como o órgão diretivo de representação e de mais elevada responsabilidade de gestão do SNS.

Quais as principais atribuições específicas?

  • Coordenar a resposta assistencial das unidades de saúde que integram o SNS, bem como daquelas que integram a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados e a Rede Nacional de Cuidados Paliativos, ao longo do percurso de saúde do utente;
  • Assegurar o funcionamento em rede do SNS, nomeadamente através da articulação nacional dos diferentes estabelecimentos e serviços, da integração dos diversos níveis de cuidados e da procura de respostas de proximidade;
  • Definir os pontos da rede de cuidados de saúde primários e a respetiva carteira de serviços, garantindo a proximidade e equidade no acesso;
  • Coordenar o processo de criação e revisão das Redes de Referenciação Hospitalar, e garantir a sua implementação e gestão;
  • Propor à ACSS, sempre que necessário para garantir a realização do direito à proteção da saúde, a celebração de contratos com entidades do setor privado e social e com profissionais em regime de trabalho independente;
  • Promover a evolução progressiva da organização das unidades de saúde do SNS para sistemas integrados de cuidados, enquanto grupos de unidades de saúde coordenados por um gestor de rede, que correspondam às adequadas unidades territoriais;
  • Garantir a melhoria contínua do acesso ao SNS, bem como assegurar a gestão do sistema de acesso, dos tempos de espera e do sistema de inscritos para cirurgia;
  • Coordenar e centralizar a produção de informação e estatísticas das unidades de saúde do SNS, nomeadamente produção e desempenho assistencial;
  • Identificar, em coordenação com a ACSS, os recursos financeiros necessários ao SNS e proceder à respetiva alocação;
  • Negociar com a ACSS, e em representação das unidades de saúde do SNS, o acordo-quadro relativo à prestação de cuidados de saúde no SNS, as cláusulas gerais dos contratos-programa e os termos de referência para a contratualização;
  • Celebrar contratos-programa com as unidades de saúde do SNS e com a ACSS;
  • Definir as prioridades e emitir as diretrizes a que devem obedecer os planos de atividades dos estabelecimentos e serviços do SNS, bem como os critérios de avaliação dos resultados obtidos, promovendo o seu acompanhamento na dimensão assistencial e financeira;
  • Emitir normas e orientações no âmbito da integração de cuidados, serviços e redes do SNS;
  • Dar parecer sobre os projetos de mapas ou dotações de pessoal das unidades de saúde do SNS, em linha com o plano plurianual de recursos humanos;
  • Definir, conjuntamente com a ACSS, as prioridades e respostas a assegurar pelos sistemas de informação e comunicação a fornecer pela SPMS – Serviços Partilhados do Ministério da Saúde;
  • Monitorizar o desempenho e resposta do SNS, designadamente através de inquéritos de satisfação aos beneficiários ou utentes e profissionais de saúde;
  • Promover a participação pública no SNS, garantindo a intervenção dos beneficiários do SNS, designadamente, das associações de utentes, nos processos de tomada de decisão;
  • Promover uma cultura organizacional de liderança e inovação em todo o SNS, designadamente estimulando métodos de trabalho em equipa e mecanismos de retorno do desempenho;
  • Reforçar a identidade do SNS como um todo, designadamente definindo e desenvolvendo uma imagem e cultura comuns;
  • Assegurar a representação do SNS;

O que justifica a criação deste novo órgão?

A diversidade dos cuidados que presta, a capilaridade dos serviços, a elevada autonomia técnica dos profissionais de saúde, os custos crescentes em saúde e as expectativas de uma sociedade mais informada e exigente, conferem ao SNS uma “complexidade organizacional e de gestão com difícil paralelo no Estado português”.

Fica com responsabilidade dos hospitais e do ministro?

O diploma garante que “não prejudica” as atribuições das unidades de saúde que integram o SNS, em matéria de responsabilidade pela prestação de cuidados de saúde, com respeito pela sua natureza jurídica e competências específicas. “Nem, tão pouco, afasta a responsabilidade que cabe ao membro do Governo responsável pela definição da política nacional de saúde e, em especial, do SNS”, lê-se.

Porquê a opção por um instituto público de regime especial?

À DE-SNS é atribuída a natureza jurídica de instituto público de regime especial, “na medida em que se desvia do regime comum previsto na lei-quadro dos institutos públicos — figura capaz de garantir, por um lado, a superintendência e tutela do membro do Governo responsável pela área da saúde e, por outro, o exercício autónomo das suas atribuições e do poder de emitir regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas sobre os estabelecimentos e serviços do SNS”. O decreto-lei nota ainda que “não se pretende que esteja submetida ao poder de direção do Ministério da Saúde, nem que integre o setor empresarial do Estado, sujeito, por natureza, a tutela conjunta”.

Vai ser uma estrutura descentralizada?

Está previsto que a DE-SNS possa ter unidades orgânicas territorialmente desconcentradas, numa perspetiva descentralizada de formação de equipas com conhecimento técnico e sensibilidade territorial.

Que outros órgãos integram a direção executiva?

A DE-SNS vai ser composta por vários órgãos. É dirigida por um diretor executivo, o órgão diretivo de representação e de mais elevada responsabilidade de gestão do SNS. Integra ainda o conselho estratégico (órgão de coordenação da definição das estratégias de recursos do SNS, composto pelo diretor executivo e pelos presidentes da ACSS e da SPMS), a assembleia de gestores e o fiscal único, respetivamente, os órgãos de consulta e participação e de fiscalização.

Como fica a relação com as unidades de saúde?

Um dos “fatores críticos” para o sucesso deste instituto são os poderes e a relação com os estabelecimentos e serviços do SNS, e demais organismos e instituições do Ministério da Saúde. Além de propor a designação e exoneração dos membros dos órgãos de gestão das unidades de saúde, ou mesmo de os designar se tal competência lhe for delegada, pode emitir regulamentos, orientações, diretrizes e instruções genéricas e específicas vinculativas para todo o SNS. E deve ser-lhe prestada toda a colaboração e informação, nomeadamente as relativas à coordenação, monitorização e controlo das atividades do SNS.

E como vai ser a articulação com a ACSS?

Relativamente à articulação com a ACSS, a DE-SNS, conjuntamente com as unidades de cuidados de saúde primários e hospitalares, é parte nos contratos-programa celebrados, que coordena. Recorda-se que é no âmbito do processo de contratualização, e no quadro do ciclo de gestão, que são negociadas e acordadas as metas assistenciais e os necessários recursos financeiros, humanos e técnicos. É ainda estabelecido neste diploma que a DE-SNS acompanha, conjuntamente com a ACSS, os processos de negociação dos instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho.

Quem manda nos sistemas de informação?

Os sistemas de informação do SNS contribuem para a obtenção de ganhos em saúde, facilitando o acesso aos cuidados de saúde, melhorando a qualidade do trabalho, possibilitando a investigação e reforçando a eficiência dos serviços e a transparência da sua gestão. Este papel é encarado como “instrumental para a prossecução da missão da DE-SNS”, que terá competência para, junto da ACSS, definir as prioridades e respostas a assegurar pelos sistemas de informação a fornecer pela SPMS. Por outro lado, o diploma reconhece ainda que “o acesso aos dados assistenciais é central no cumprimento da missão da DE-SNS, o que lhe é garantido nos termos da lei”.

Isto vai mexer com o processo de descentralização em curso?

A criação da DE-SNS ocorre num momento em que está em curso a transferência de competências para os municípios no domínio dos cuidados de saúde primários e prevista, no programa do Governo, a integração dos serviços desconcentrados de natureza territorial nas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional. O decreto-lei agora publicado frisa que “a conclusão destes processos torna especialmente relevante o papel da DE-SNS enquanto ‘fio condutor’ na operacionalização de uma política nacional de saúde que nunca perca de vista o direito universal à saúde que a democracia trouxe a cada cidadão”.

(Notícia atualizada às 12h20 com confirmação de Fernando Araújo)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aumentos de 2% dos salários teriam impacto negativo no saldo de 255 milhões

  • Lusa
  • 23 Setembro 2022

Atualização dos salários de 2% em 2023 iria ter um impacto líquido negativo no saldo orçamental de 255 milhões de euros, enquanto um aumento de 5,1% teria um impacto 650 milhões de euros, segundo CFP.

Uma atualização dos salários no próximo ano de 2% iria ter um impacto líquido negativo no saldo orçamental de 255 milhões de euros, enquanto um aumento de 5,1% teria um impacto 650 milhões de euros, segundo cálculos do CFP.

De acordo com estimativas de cálculos do Conselho das Finanças Públicas (CFP), cedidas à Lusa, no âmbito do relatório de atualização das perspetivas económicas e orçamentais 2022-2026, divulgado na quinta-feira, uma atualização dos salário de 2% teria um impacto líquido negativo no saldo de 255 milhões de euros, o equivalente a -0,1% do Produto Interno Bruto (PIB).

O primeiro-ministro afirmou, em entrevista à TVI em 12 de setembro, que o Governo está a trabalhar com um referencial de inflação em 2022 de 7,4%, mas rejeitou um aumento dos salários da administração pública da mesma proporção.

Quando confrontado se os aumentos na Administração Pública em 2023 teriam como referencial a inflação, António Costa rejeitou a ideia, afirmando que o valor final será decidido no âmbito da negociação coletiva com os parceiros sociais e admitiu que o referencial para os aumentos será de 2%, em linha de conta com o que a União Europeia toma como ideal para não provocar uma espiral inflacionista.

Segundo as estimativas de cálculo do CFP, um aumento desta dimensão teria um impacto bruto na despesa com pessoal de 447 milhões de euros e um impacto na receita de 192 milhões de euros.

De acordo com as mesmas estimativas, um aumento de 5,1% – taxa de inflação que o CFP estima para 2023 e utiliza como pressupostos –, teria um impacto líquido negativo no saldo de 650 milhões de euros, o equivalente a 0,3% do PIB. Este aumento iria ter um impacto bruto na despesa com pessoal de 1.141 milhões de euros e um impacto na receita de 491 milhões de euros.

Já uma atualização dos salários em 2023 de 3% teria um impacto líquido no saldo orçamental de -383 milhões de euros (-0,2% do PIB), tendo um impacto bruto na despesa com pessoal de 672 milhões de euros e um impacto na receita de 289 milhões de euros.

O CFP calcula ainda que uma atualização de 2,5% representaria um impacto líquido no saldo de -319 milhões de euros (-0,1% do PIB), com um impacto bruto na despesa com pessoal de 559 milhões de euros e um impacto na receita de 241 milhões de euros.

Cálculos feitos pelo CFP.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Recessão ameaça Zona Euro com inflação a castigar consumo

  • ECO
  • 23 Setembro 2022

Zona Euro volta a dar sinais preocupantes em relação à sua condição económica. A atividade económica voltou a deteriorar-se em setembro, devido ao impacto da subida dos preços nas famílias e empresas.

A atividade económica na Zona Euro voltou a degradar-se este mês, dando sinais de que a economia da região não deverá escapar a uma recessão, devido ao impacto da subida dos preços no consumo das famílias e nos negócios das empresas.

O índice de compras dos gestores (PMI) da S&P Global, visto como um bom indicador para avaliar a saúde da economia, caiu para 48,2 em setembro, em relação aos 48,9 registados no mês anterior, em linha com o esperado pelos analistas sondados pela Reuters. Leituras abaixo dos 50 apontam para uma contração.

“Uma recessão da Zona Euro está em cima da mesa, com as empresas a reportarem um agravamento das condições de negócio e uma maior pressão dos preços associada ao aumento dos custos energéticos”, referiu Chris Williamson, economista-chefe da S&P Global.

“Embora haja sinais de alívio nos constrangimentos nas cadeias de fornecimento, as preocupações mudaram-se claramente para a energia e a subida do custo de vida, que não estão só a atingir a procura, como também estão a limitar a produção das fábricas e a atividade do setor de serviços em alguns casos”, acrescentou.

A procura global caiu para o nível mais baixo desde novembro de 2020, quando a região foi atingida pela segunda vaga de casos de Covid-19.

O índice PMI do setor de serviços caiu dos 49,8 para os 48,9, registando leitura abaixo dos 50 pelo segundo mês seguido. Os analistas esperavam uma queda mais modesta para 49,0.

Também as fábricas tiveram um pior mês do que era esperado, com o índice PMI a afundar dos 49,6 para 48,5 – comparado com os 48,7 previstos.

Uma poll divulgada no início deste mês pela Reuters dá uma probabilidade de 60% de a Zona Euro deslizar para uma recessão dentro de um ano.

Além da guerra da Rússia na Ucrânia, a inflação (à boleia do disparo dos preços da energia) e subida dos juros do Banco Central Europeu (BCE) vão continuar a pesar sobre a economia nos próximos meses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prelúdio da COP 27 – Esta semana em Nova Iorque…

  • Capital Verde + EY
  • 23 Setembro 2022

Num momento particularmente de incerteza, espera-se que a reflexão da Semana do Clima contribua para consolidar a (necessária!) pressão em temas que serão … alvo das negociações climáticas da COP27.

A Cidade de Nova Iorque volta a receber, até ao dia 25 de setembro, a Semana do Clima de Nova Iorque (Climate Week NYC 2022). Este evento, organizado pela Climate Group (organização não governamental internacional), em conjunto com a Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA) e a Cidade de Nova Iorque, configura uma das mais importantes plataformas de showcasing de ação climática.

À semelhança das edições anteriores, o evento pretende reunir líderes mundiais do setor privado, governos, academia, mundo artístico, jovens ativistas, especialistas e sociedade civil, e procura trazer para discussão o catapultar e acelerar a ação climática. A Climate Week NYC 2022 constitui a oportunidade de reunir a comunidade climática em conjunto com a Assembleia Geral das Nações Unidas — que decorre desde o passado dia 13 de setembro — e a Cidade de Nova Iorque, antecipando a 27ª edição da cimeira anual do clima das Nações Unidas (COP27), que decorrerá já em novembro, no Egito.

Norma Franco, Senior Manager EY, Climate Change and Sustainability Services; e Beatriz Varela Pinto, Manager EY, Climate Change and Sustainability Services

Getting it Done é o mote da 14.ª Semana do Clima, tornando, assim, evidente a premência do tópico que está em cima da mesa: Como passar à ação os compromissos climáticos até agora assumidos?

Nesta edição, a agenda contempla dez temas principais, designadamente: edifícios, energia, justiça ambiental, transporte, financiamento, sustainable living, biodiversidade, políticas, indústria e alimentação. No total, está prevista a realização de mais de 500 eventos, a decorrer em Nova Iorque e um pouco por todo o mundo, em formato presencial, e com a possibilidade de transmissão online de algumas das sessões.

Perante a atual instabilidade geopolítica, pautada por preocupações de segurança energética e um aumento substantivo dos custos de energia — veja-se a espiral de preços do gás —, a Semana do Clima procurará posicionar o tema das alterações climáticas no contexto atual e o desafio que enfrentamos. Sem surpresas, a Cerimónia de Abertura da Semana irá explorar os domínios da segurança global, clima e os desafios interligados que se colocam.

A Semana do Clima será ainda palco do The Hub Live, iniciativa que visa constituir um espaço de colaboração, conectividade e resolução coletiva dos mais recentes desafios climáticos, com a participação de mais de 1 000 líderes e decision makers.

Dos tópicos em discussão, há, pelo menos, três que se destacam pela sua relevância, nomeadamente:

  • Urgência Climática | Depois de 2021 ter sido declarado como um ano decisivo na ação climática, 2022 iniciou-se com os riscos climáticos a liderar o topo das preocupações globais mais urgentes. Conforme, aliás, assinalamos num artigo em abril passado “O urgente, mais do que nunca, torna-se inadiável”. Num contexto em que urge reduzir para metade as emissões até 2030, naturalmente, a urgência climática será um dos alvos de debate.
  • Accountability | Paralelamente, as atenções estarão viradas para a questão da responsabilização perante os compromissos assumidos. Tipicamente, eventos de projeção mundial, como a Semana do Clima e a Cimeira do Clima das Nações Unidas (as COP), são palco de múltiplos anúncios de compromissos climáticos. Importa, contudo, assegurar o acompanhamento do progresso face aos compromissos, através da monitorização da efetiva contribuição de estratégias e ações. Só assim será possível aferir em que domínios setoriais se deverão aumentar os esforços climáticos, de forma a garantir uma trajetória com vista ao objetivo global de 1,5ºC.
  • Justiça Climática | Enquanto salvaguarda fundamental para que a transição para uma economia de baixo carbono seja, entre outros, socialmente justa e inclusiva. A justiça climática constitui um dos três pilares principais do programa do evento, permitindo esperar algum otimismo sobre os debates preconizados em torno da temática. Particularmente, é expectável que a discussão se centre à volta da integração da justiça climática com outros desafios de justiça social, assim como dos impactes climáticos, e dos refugiados climáticos.

Num momento particularmente de incerteza, espera-se que de Nova Iorque haja lugar à reflexão e avaliação da atual ação climática, com a certeza, porém, de que qualquer que seja o resultado da Semana do Clima — lições aprendidas e melhores práticas disseminadas, relações estabelecidas e novos compromissos —, este irá, certamente, contribuir para consolidar a (necessária!) pressão em temas que serão, à partida, alvo das negociações climáticas da COP27.

Texto por Beatriz Varela Pinto, Manager EY, Climate Change and Sustainability Services, e pela Norma Franco, Senior Manager EY, Climate Change and Sustainability Services

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.