Faturação das residências para idosos aumenta quase 10% em 2023. Lisboa concentra a maior oferta privada

  • ECO
  • 4 Junho 2024

Em março deste ano havia um total de 2.588 residências para a terceira idade em Portugal, estando 30% na posse de entidades com fins lucrativos. Distrito de Lisboa concentra a maior oferta.

No ano passado, o volume de negócios das residências para a 3ª idade (com fins lucrativos) aumentou 9,8%, face a 2022, para 450 milhões de euros, de acordo com os dados divulgados esta terça-feira pela Informa D&B.

A subida da procura por serviços assistenciais para idosos é impulsionada pelo aumento dos preços, bem como pelo progressivo envelhecimento da população. Em março deste ano havia um total de 2.588 residências em Portugal, das quais 792 propriedade de entidades com fins lucrativos (30,6% do total) e 1.796 sem fins lucrativos (69,4%).

Estas 2.588 residências para idosos têm capacidade para cerca de 105.500 lugares, o que resulta numa média de 41 lugares por estabelecimento. Ainda assim, de acordo com os dados da consultora, a ocupação média é maior nas residências sem fins lucrativos (44) do que nas que têm fins lucrativos (33).

Apesar de as residências com fins lucrativos terem reforçado o peso relativo ao longo dos últimos anos em Portugal, a verdade é que os espaços para a terceira idade que não têm fins lucrativos representam ainda cerca de 76% da capacidade total.

O distrito de Lisboa concentra a maior oferta, em termos absolutos, de residências com fins lucrativos — com 242 estabelecimentos em março deste ano, o equivalente a 31% do total –, seguido das regiões do Porto, Setúbal e Leiria com cerca de 70 estabelecimento em cada um destes distritos.

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Projeto escolar “Apolo Up” recebe €20 mil em painéis solares

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  • 4 Junho 2024

Alunos da Escola Básica 2,3 de Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim, conquistaram o primeiro lugar na 4.ª edição do Prémio Energy Up. Iniciativa da Fundação Galp vai permitir poupanças na fatura energética.

Assim que foi anunciado o grande vencedor da quarta edição do Energy Up, o auditório do Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, estremeceu com a alegria das dezenas de crianças e jovens presentes. Os professores e alunos da Escola Básica 2,3 de Aver-o-Mar, na Póvoa de Varzim, conquistaram o primeiro prémio da iniciativa com o projeto “Apolo Up”, que junta sustentabilidade e inovação tecnológica. “Estes alunos são o garante que daqui a 30 anos as coisas serão diferentes”, exclamou, emocionado, o diretor do agrupamento, Carlos Sá.

O “Apolo Up”, projeto colaborativo entre alunos e professores, criou uma estação meteorológica avançada, que inclui um sismógrafo, cujos dados são partilhados, em permanência e tempo real, com a Proteção Civil da região para resposta a condições ambientais. Adicionalmente, a ideia abrange ainda a monitorização da rede regional de transportes e a transmissão de informação em painéis informativos colocados na escola. “O objetivo é que os alunos saibam quanto tempo demora o autocarro a chegar e possam ir para a paragem apenas quando necessário”, explica o diretor do agrupamento. A programação e montagem dos equipamentos é da responsabilidade dos alunos, com supervisão e apoio de docentes de matemática e robótica.

A ideia que conquistou o painel de júri entre mais de 80 candidaturas é resultado de um trabalho que começou há vários anos e que mereceu, em duas edições anteriores do prémio, distinções em diferentes categorias. “É o terceiro ano que aqui estamos. O nosso projeto tem impacto na comunidade e conseguimos mostrar que coisas simples conseguimos fazer a diferença”, continua Carlos Sá.

Além do reconhecimento nacional, a equipa vencedora conquistou o direito à instalação de painéis fotovoltaicos oferecidos pela Galp no valor de 20 mil euros, que irão permitir maior eficiência energética e poupança na fatura da eletricidade. O Centro de Educação e Desenvolvimento Pina Manique, que conquistou o primeiro lugar na edição de 2022/2023, terá uma poupança estimada em cerca de 10 mil euros no primeiro ano de utilização dos painéis solares.

Foram ainda premiadas nove outras equipas escolares de todos os ciclos do ensino básico, bem como do ensino secundário e profissional. Em cada categoria, foram distribuídos prémios de 2.000 euros para os primeiros lugares e de 1.000 euros para os segundos e terceiros lugares, respetivamente.

Implementado desde 2010, o Prémio Energy Up já alcançou mais 2,2 milhões de estudantes e docentes no país e mais de 21 mil escolas

Promover a sustentabilidade desde cedo

Com apoio da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), da Agência para a Energia (ADENE), Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e Direção-Geral de Educação (DGE), o Prémio Energy Up tem procurado incentivar escolas de todo o país a criarem projetos com impacto real na comunidade local. A ideia é que alunos e professores trabalhem, em conjunto, ideias inovadoras e sustentáveis não apenas para sensibilizar para a importância de preservar o planeta, mas sobretudo para criar futuros adultos conscientes.

“Para nós, Galp e Fundação Galp, que trabalhamos com a convicção profunda de que a educação é uma das ferramentas mais poderosas para acelerar a transição energética, é muito gratificante assistir à concretização dos projetos que idealizamos e dos desafios que lançamos às comunidades”, referiu Ana Silveira, diretora de Relações Externas, Comunicação e Impacto Social da Galp.

O sucesso da iniciativa mede-se também pelo número crescente de candidaturas, que, de acordo com o diretor-executivo da Fundação Galp, aumentaram “de 50 para 80 de um ano para o outro”. “Isto demonstra que há um compromisso cada vez maior da comunidade escolar com o tema da sustentabilidade e que os alunos estão a abraçar o desafio da Fundação Galp para que tentemos, todos juntos, fazer a diferença”, constatou Diogo Sousa durante a cerimónia no Pavilhão do Conhecimento.

Este prémio integra o projeto educativo Future Up, através do qual a Fundação Galp mobiliza professores e alunos para o desígnio da transição energética justa, solidária e inclusiva. Implementado desde 2010, já alcançou mais 2,2 milhões de estudantes e docentes no país e mais de 21 mil escolas, que ao longo destes anos receberam mais de cinco mil aulas lecionadas por sete centenas de voluntários da energética.

Consulte, abaixo, a lista completa de vencedores:

Grande Prémio: Escola Básica de Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim

1.º Ciclo Ensino Básico:

  • 1.º lugar – Escola Básica da Conceição, Faro
    Finalistas: Jardim-Escola João de Deus de Ponte de Sor, Portalegre, e Escola Básica do 1.º Ciclo n.º 3 de Sines, Setúbal

2.º e 3.º Ciclo Ensino Básico:

  • 1.º lugar – Escola Básica Bernardim Ribeiro, Alcácer do Sal
    Finalistas: Escola Básica Rainha Santa Isabel, Coimbra, e Escola Básica Virgínia Moura, Guimarães

Ensino Secundário e Profissional:

  • 1.º lugar – Escola Secundária de Oliveira do Bairro, Aveiro
    Finalistas: Escola Secundária de Tondela, Viseu, e Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Cister (EPADRC), Alcobaça

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O que é neurodiversidade e como pode ser um trunfo para as empresas? Ouça o podcast “Trinta e oito vírgula quatro”

Estamos a viver mais, mas também a trabalhar durante mais tempo. Os portugueses trabalham, em média, 38,4 anos. Valor que dá título ao podcast do ECO sobre o que está a moldar o mercado de trabalho.

Todos temos cérebros únicos, mas uns funcionam de forma típica, enquanto outros fogem à norma. Recrutar trabalhadores neurodiversos implica, sim, adaptar o que sempre foi feito, mas os frutos valem a pena. Quem o diz é a coordenadora do programa de neurodiversidade da tecnológica Critical Software. Neste episódio do podcast “Trinta e oito vírgula quatro”, Catarina Fonseca explica-nos as vantagens de abraçar estes profissionais, que se distinguem, nomeadamente, pelo seu foco e produtividade, mas também as adaptações que têm de ser feitas para que chegar ao sucesso.

Ouça o episódio no leitor abaixo ou através deste link.

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“Para nós, a diversidade das equipas não é uma opção. É uma vantagem competitiva“, sublinha a responsável, cuja empresa lançou em 2021, de forma pioneira em Portugal, um programa de recrutamento de pessoas com perturbações do espetro do autismo.

Hoje esse programa já conta com duas outras empresas (a Critical Techworks e a Nos), sendo que a vontade é continuar a inspirar a mudança no mercado de trabalho, adianta Catarina Fonseca.

 

O “Trinta e oito vírgula quatro” é um podcast de entrevistas quinzenais sobre as tendências que estão a fazer mexer o mercado de trabalho.

Estamos a viver mais, mas, à boleia, também estamos a trabalhar durante mais tempo. Numa década, a duração média estimada da vida de trabalho dos portugueses cresceu dois anos para 38,4. É esse o valor que dá título a este podcast e torna obrigatória a pergunta: afinal, se empenhamos tanto do nosso tempo a trabalhar, como podemos fazê-lo melhor?

Neste mês de junho, vamos explorar essa questão da diversidade e inclusão.

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Tarifas indexadas são as mais baratas para as famílias mas implicam capacidade de reação

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos alerta que, nestes contratos, é importante estar "bem informado sobre a evolução dos preços nos mercados de eletricidade, para ter capacidade de reagir”.

As tarifas indexadas são hoje as ofertas de eletricidade mais competitivas para as famílias, independentemente do consumo, permitindo poupanças de 20% face à tarifa regulada, mas os clientes têm de estar informados e ter capacidade de reagir, adverte o regulador.

As tarifas indexadas são ofertas calculadas com base numa média simples do preço da energia praticado no mercado grossista, relativo ao mês em que ocorreu o consumo do cliente doméstico. Isto é, a tarifa de eletricidade é calculada mensalmente em função dessa referência mensal.

Em simultâneo, existem no mercado as tarifas dinâmicas em que o cálculo da componente energia é feito com base horária, o que obriga o cliente a um acompanhamento atento da evolução dos preços observados nos mercados Spot (OMIE/MIBGAS), para evitar o risco de grande oscilação de preços ao longo do dia, que podem ser causadas por variações na produção renovável, por exemplo.

A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) afirma que “para que o cliente possa usufruir das vantagens deste tipo de contratos é fundamental estar bem informado sobre a evolução dos preços nos mercados de eletricidade, para ter capacidade de reagir e de mudar o consumo rapidamente ao longo do tempo“.

A descida dos preços nos mercados de energia grossistas tem tornado as tarifas indexadas e dinâmicas mais atrativas e levado consumidores a optarem por estas soluções, disponibilizadas por várias empresas.

No boletim da ERSE do primeiro trimestre, a oferta comercial de eletricidade para um casal sem filhos com menor fatura mensal é da Eni Plenitude (Tarifa Tendência) com um valor de 31,34 euros/mês, que corresponde a um desconto de 17% e uma poupança mensal de 6,33 euros em relação à tarifa regulada.

Também para famílias com consumos mais elevados – casal com dois e quatro filhos – as tarifas indexadas são as mais baratas: em ambos a da Ibelectra (Solução Família), com um valor de 77,23 euros/mês, que corresponde a um desconto de 19% e uma poupança mensal de 18,47 euros em relação à tarifa regulada no primeiro caso e um valor de 165,59 euros/mês, que corresponde a um desconto de 20% e uma poupança mensal de 42,62 euros, no segundo.

No primeiro trimestre de 2024, a diferença entre a melhor oferta e a oferta do mercado regulado – tarifas definidas anualmente pela ERSE – corresponde a 6,33 euros/mês, 18,47 euros/mês e 42,62 euros/mês, para os consumidores tipo 1, 2 e 3, respetivamente, tendo por base a totalidade das ofertas comerciais.

Já em relação às tarifas dinâmicas, a ERSE não tem simulações por variarem muito em função do perfil horário de consumo de cada consumidor, mas o regulador prevê brevemente o lançamento de uma ferramenta de comparação de ofertas.

Atualmente, EDP Comercial, Endesa, Iberdrola e Goldenergy disponibilizam tarifas dinâmicas. Os comercializadores em regime de mercado que abasteçam um número de clientes superior a 200.000 e, desde que as respetivas instalações de consumo disponham de um contador inteligente, devem disponibilizar também contratos de eletricidade a preços dinâmicos, com preços variáveis de hora a hora, explica em resposta à Lusa o regulador.

Na hora de mudar para este tipo de tarifa, o consumidor deve ter em atenção a questão da imprevisibilidade – se a tendência de evolução dos preços se altera isso tem reflexo imediato na fatura.

Pelo que “contratos a preços dinâmicos promovem um maior envolvimento dos consumidores na gestão da sua fatura de eletricidade, através de uma resposta aos sinais de preço, estimulando uma melhor visão sobre o consumo de energia elétrica e melhorando o uso racional de energia”, refere a ERSE.

Os consumidores têm o direito a mudar de comercializador, não havendo quaisquer encargos associados nem qualquer número máximo de mudanças estabelecido. Mudar de fornecedor também não implica alterações de equipamento (como por exemplo de contador) e o prazo máximo para a efetivação da mudança é de três semanas.

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SIBS lança plataforma para facilitar reporte ESG

A solução, criada em parceria com os bancos, vem ajudar na recolha de dados de sustentabilidade e respetiva partilha.

A SIBS vai lançar, em conjunto com 13 bancos fundadores, uma plataforma gratuita para facilitar a recolha e partilha de informação de sustentabilidade por parte das empresas, num contexto de crescentes exigências na divulgação de informação.

A SIBS ESG é uma plataforma gratuita que permitirá às empresas estruturar e preencher a informação ESG (ambiental, social e de governaça) necessária, de acordo com a taxonomia e regulamentação europeias. Com base nesta plataforma, as instituições financeiras, com o consentimento das empresas, poderão aceder a essa informação através de mecanismos automáticos, reutilizando a informação e evitando o esforço adicional por parte dessas empresas.

São 13 as instituições bancárias fundadoras deste projeto (BPI, Banco Montepio, Bankinter, Crédito Agrícola, Caixa Agrícola Bombarral, Caixa de Crédito de Leiria, Caixa Agrícola de Mafra, Caixa Agrícola de Torres Vedras, Caixa Geral de Depósitos, EuroBic, Millennium bcp, Novobanco e Santander).

A plataforma arrancou em outubro do ano passado, com uma fase inicial piloto. Duas empresas testaram o portal, nas suas diferentes vertentes, em ambiente real, e com o apoio e contributo de entidades especializadas em ESG.

Neste momento o projeto encontra-se na segunda fase, com algumas evoluções que foram introduzidas com base no feedback recebido na fase anterior, e alargando o número de empresas e a sua representatividade em termos de dimensão e setores de atividade, mas mantém-se em ambiente piloto.

Atualmente, o portal SIBS ESG conta com mais de 100 empresas, um número “em constante crescimento”. A terceira e última fase deverá ter início em julho, e é a divulgação ativa do portal. Qualquer empresa pode ter acesso, mesmo que não tenha relações de crédito bancário com os aderentes.

"O SIBS ESG não só simplifica o cumprimento regulatório, como também contribui para facilitar a adoção pelas empresas de práticas de reporting de sustentabilidade, permitindo-lhes realizar um autodiagnóstico, identificar áreas de evolução, e desenvolver um plano transição faseado nas várias vertentes ESG.”

Mariana Cascais Tomé

CEO da SIBS

No âmbito deste ecossistema, a SIBS tem também estabelecido parcerias para chegar mais facilmente às empresas, através de associações empresariais, confederações, protocolos de interoperabilidade de dados e alinhamento de questionários com o IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação e Turismo de Portugal, bem como universidades.

Como funciona?

Há quatro questionários aos quais as empresas devem responder: o da Calculadora de CO2, o dos Riscos Físicos, o da Taxonomia Empresarial e da Avaliação ESG. De forma a apoiar no preenchimento, a SIBS disponibiliza sessões de formação e demonstrações do portal e, durante o próprio processo de preenchimento, há uma equipa de suporte que esclarece dúvidas e ajuda até ao momento de submissão dos questionários.

As empresas podem também beneficiar de uma segunda etapa de capacitação sobre os desafios de evolução de maturidade ESG, também gratuitamente. “O SIBS ESG não só simplifica o cumprimento regulatório, como também contribui para facilitar a adoção pelas empresas de práticas de reporting de sustentabilidade, permitindo-lhes realizar um autodiagnóstico, identificar áreas de evolução, e desenvolver um plano transição faseado nas várias vertentes ESG”, indica a CEO do Grupo SIBS, Madalena Cascais Tomé, citada num comunicado enviado à imprensa.

Para além do acesso direto através do portal SIBS, em breve deverá ser possível o acesso via homebanking ou corporate banking das empresas junto das respetivas instituições financeiras aderentes.

A plataforma surge na sequência da publicação de regulamentação europeia que vem impor o cumprimento gradual de requisitos ESG a empresas com exposição ao crédito bancário. Esta solução suporta o cumprimento de normas europeias como a Taxonomy Regulation, CRR (Capital Requirements Regulation) e CSRD (Corporate Sustainability Reporting Directive), e ainda disponibiliza ferramentas essenciais para calcular emissões e avaliar riscos físicos.

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pbbr assessora criação do projeto social Mundu Nôbu

A associação Mundu Nôbu é o novo projeto social do músico Dino d’Santiago e Liliana Valpaços, com arranque previsto para setembro de 2024. A criação desta associação contou com o apoio da pbbr.

A sociedade de advogados pbbr assessorou a criação da Mundu Nôbu, uma associação sem fins lucrativos. O projeto social foi apresentado no passado dia 24 de maio, no Hub Criativo do Beato, em Lisboa.

É com enorme orgulho que a pbbr se associa à Mundu Nôbu como seu parceiro oficial. Podermos fazer parte de uma iniciativa tão especial como esta, e poder acompanhar o seu crescimento e impacto na sociedade, vai muito ao encontro dos nossos valores e objetivos sociais. Sabemos que estamos a ajudar a fazer a diferença e a contribuir para um futuro promissor, onde a igualdade transversal de oportunidades ocupa um lugar de destaque”, referiu a sócia Inês Oom de Sacadura.

A associação Mundu Nôbu é o novo projeto social do músico Dino d’Santiago e Liliana Valpaços, com arranque previsto para setembro de 2024, altura em que deverá ter início o programa de intervenção comunitária intitulado “O teu lugar no mundo”. Este programa apoiará 160 jovens, com idades compreendidas entre os 14 e os 18 anos, residentes nos bairros sociais de Lisboa, e visa contribuir para uma maior representatividade e integração de grupos desfavorecidos, inspirando os participantes a atingir o seu máximo potencial nos mais diversos setores da sociedade, seja através da educação, participação cívica ou celebração cultural.

“Este projeto-piloto em Portugal operará com base na metodologia da organização Brotherhood Sister Sol, sediada em Nova Iorque, e terá uma duração mínima de quatro anos, tendo como missão inspirar jovens a atingir os seus objetivos individuais e coletivos, de forma integrada e com o apoio da sociedade”, explicou a pbbr.

As candidaturas ao programa Mundu Nôbu decorrem em duas fases, de 20 de maio a 21 de junho e de 22 de junho a 30 de junho, sendo a lista dos jovens que vão fazer parte do projeto conhecida a 20 de julho.

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Operação Babel: Ministério Público diz que arguidos obtiveram vantagens económicas de quase 40 milhões de euros

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

Para o Ministério Público, os 16 arguidos acusados na Operação Babel conseguiram vantagens económicas de quase 40 milhões de euros. Em causa estão dezenas de crimes, como corrupção e branqueamento.

Os 16 arguidos acusados na Operação Babel conseguiram vantagens económicas de quase 40 milhões de euros, obtidas através da alegada prática de crimes envolvendo vários projetos imobiliários para Vila Nova de Gaia, concluiu o Ministério Público (MP). Segundo a acusação do MP, a que a agência Lusa teve acesso na segunda-feira, em causa estão os projetos Hotel Azul, Hotel Riverview, Escarpa de General Torres, Garden Place/Hills, Riverside – Quinta de Santo António e o projeto Skyline – Centro Cultural e de Congressos (CCC) de Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto.

O MP acusou os 16 arguidos (seis pessoas singulares e 10 sociedades) de dezenas de crimes económicos, nomeadamente de corrupção, de prevaricação e de branqueamento, incluindo o antigo vice-presidente da câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, os empresários Paulo Malafaia e Elad Dror, fundador do grupo Fortera, e uma dezena de sociedades ligadas ao setor imobiliário, pertencentes aos arguidos.

A acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto considera o antigo vice-presidente da câmara de Gaia Patrocínio Azevedo, acusado de 17 crimes, incluindo corrupção passiva, mercantilizou e instrumentalizou o cargo ao serviço de interesses imobiliários dos arguidos e das sociedades por estes detidas, a troco de contrapartidas financeiras e bens materiais.

De acordo com as contas feitas pelo MP, Patrocínio Azevedo, que vai continuar em prisão preventiva, e que também foi presidente da Comissão Política Concelhia do PS de Vila Nova de Gaia, terá obtido vantagens económicas de quase oito milhões de euros, ao favorecer os projetos imobiliários dos arguidos, em detrimento do interesse do município.

Paulo Malafaia, promotor imobiliário, igualmente em prisão preventiva, é acusado de obter uma vantagem patrimonial de quase sete milhões e 400 mil euros, o mesmo valor atribuído ao advogado João Lopes, que, de acordo com a acusação, é amigo de Patrocínio Azevedo, e o intermediário entre os empresários do ramo imobiliário e o antigo autarca de Gaia.

Quanto a Elad Dror, fundador do grupo Frotera, com capitais israelitas, obteve uma vantagem económica de quase sete milhões e 100 mil euros.

Elad Dror, CEO do grupo Fortera

Luísa Aparício, que dirigiu a Direção Municipal de Urbanismo e Ambiente de Gaia entre 8 de junho de 2015 e 3 de outubro de 2022, terá conseguido vantagem patrimonial de 471 mil euros, o mesmo valor que o MP avaliou para Jordi Vilanova Busquets, economista, de nacionalidade espanhola e com interesses imobiliários comuns aos restantes arguidos.

As sociedades Ribaltcelabration, Mercan Property Panoramic, Mercan Property River, Semana Soberana, Attic, Fortera Proprieties, Basic Connetion, Warrior Shadow, Noble Faces e NewBox, pertencentes aos arguidos, a maioria a Elad Dror, terão obtido vantagens patrimoniais de quase nove milhões de euros.

“Em suma, estas quantias [valor global de quase 40 milhões de euros] constituem a vantagem da atividade criminosa, obtida pelos arguidos com a prática dos crimes, isto é, traduzem a vantagem económica direta ou indiretamente resultante desse facto, para si e para terceiros”, explica o MP.

Na acusação, o MP pede que os arguidos sejam condenados a pagar, solidariamente, ao Estado os valores em causa, pois “correspondem às vantagens da atividade criminosa por estes desenvolvida”.

A Operação Babel centra-se na suposta viciação de normas e instrução de processos de licenciamento urbanístico em favor de promotores associados a projetos de elevada densidade e magnitude, estando em causa interesses imobiliários na ordem dos 300 milhões de euros, mediante a oferta e aceitação de contrapartidas de cariz pecuniário.

Ex-vice de Gaia mercantilizou o cargo ao serviço de privados

O Ministério Público considera que o antigo vice-presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia Patrocínio Azevedo mercantilizou e instrumentalizou o cargo ao serviço de interesses imobiliários privados.

Mercantilizando o seu cargo e instrumentalizando-o ao serviço de interesses privados, este arguido produziu um forte reflexo e uma imagem social reveladores de indignidade para o exercício da função pública”, sustenta a acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional do Porto, a que a agência Lusa teve acesso, acrescentando que os arguidos assumiram entre si um “pacto corruptivo”.

O MP acusou 16 arguidos (seis pessoas singulares e 10 sociedades) de dezenas de crimes económicos, nomeadamente corrupção ativa e passiva, prevaricação, participação económica em negócio, tráfico de influência, abuso de poderes, branqueamento e recebimento ou oferta indevidos de vantagem.

Neste processo estão também acusados o promotor imobiliário Paulo Malafaia, Elad Dror, fundador do grupo Fortera, o advogado João Lopes, Luísa Aparício, então diretora municipal de Urbanismo e Ambiente de Gaia, Jordi Busquets, economista, promotor e investidor no ramo imobiliário, e dez sociedades pertencentes aos arguidos e quase todas ligadas ao setor imobiliário.

Segundo o MP, Patrocínio Azevedo, engenheiro civil e vice-presidente presidente da câmara de Gaia desde 2013 até 16 de maio de 2023, dia em que foi detido, recebeu quatro relógios de luxo (avaliados em 12 mil euros) e mais de 100 mil euros para favorecer os interesses imobiliários dos arguidos Elad Dror e Paulo Malafaia.

A acusação sustenta que Patrocínio Azevedo, em 2019, 2020, 2021 e 2022 recebeu os quatro relógios, “dados pelos arguidos Paulo Malafaia e Elad Dror, por intermédio do arguido João Lopes, ciente de que tais vantagens se destinavam exclusivamente a gerar um clima de permeabilidade e simpatia na sua atuação nos procedimentos urbanísticos em curso” na autarquia e na empresa municipal de habitação.

“Em benefício destes arguidos e das sociedades (arguidas) Attic/Fortera Properties/Basic Connection/Warrior Shadow, Semana Soberana, Noble Faces e Ribaltcelebration, que desenvolviam os projetos Skyline/CCC [Centro Cultural e de Congressos], The Hills, Riverside, Hotel Azul e Urban 68”, frisa o MP.

O MP defende que o advogado João Lopes, amigo de Patrocínio, fazia a ponte entre Elad Dror e Paulo Malafaia com o ex-autarca, acrescentando que foi ele quem recebeu, em 23 de junho de 2021, quase 100 mil euros dos dois arguidos, no Centro Comercial NorteShopping, e os entregou posteriormente a Patrocínio Azevedo, como contrapartida pela sua intervenção em favor dos interesses imobiliários dos dois empresários.

“Procurando sempre alcançar benefícios patrimoniais ilegítimos, para si e para terceiros, o arguido Patrocínio Azevedo no âmbito das suas funções e poderes de facto, de forma reiterada e durante um significativo período temporal, atuou com manifesto e intenso abuso da função pública, violando de forma expressiva e grave os deveres relativos a um correto exercício daquela função e colocaram severamente em causa o respeito e a confiança exigidos para o exercício daqueles cargos”, diz a acusação.

O MP refere que “à custa dos interesses patrimoniais públicos, a atuação conjugada dos arguidos Paulo Malafaia, Elad Dror, João Lopes e Patrocínio Azevedo foi sucessiva e reiteradamente orientada para composição dos seus interesses no processo de determinação das escolhas” nos vários projetos apresentados pelos arguidos e sociedades que detinham.

“Que vincularam, irremediavelmente, o município de Vila Nova de Gaia, colocando em causa, assim, a confiança dos cidadãos nas instituições e a credibilidade destas, assim como a autonomia intencional do Estado, resultante de uma atuação desconforme à lei e ao direito no exercício de funções públicas”, lê-se na acusação.

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30 startups nacionais rumam à South Summit em Madrid

Dez destas startups participam na conferência através do Business Abroad. Já levantaram um total de cerca de oito milhões de euros, empregando mais de 120 pessoas.

Trinta startups nacionais rumam esta semana a Madrid para participar na South Summit, uma das principais conferências de empreendedorismo na Europa, entre 7 a 8 de junho. Destas, dez fazem parte do programa Business Abroad, da Startup Portugal, tendo já levantado um total de cerca de oito milhões de euros e empregando mais de 120 pessoas.

“A presença na South Summit através do nosso programa Business Abroad é uma oportunidade única para as startups portuguesas apresentarem as suas soluções inovadoras e estabelecerem parcerias estratégicas num dos mercados mais importantes para Portugal”, refere António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, citado em comunicado.

“Após a nossa primeira participação na conferência 4YFN em Barcelona, no início do ano, com 20 startups, o regresso com mais esta missão a Madrid, evidencia a consolidação deste mercado como um dos mais importantes destinos de internacionalização das startups portuguesas, atraindo uma participação recorde de 50 startups nas nossas missões a Espanha”, destaca o responsável.

BrainR, Bridge In, Follow Inspiration, Greenmetrics.ai, Growappy, InAppStory, Indie Seguros, Mighty, Nevaro e SheerMe são as startups que participam na conferência através do Business Abroad, programa que, desde o seu arranque, já apoiou mais de 270 startups em eventos tecnológicos.

“A sheerME iniciou recentemente a sua expansão para Espanha e, por isso, faz todo o sentido para nós participar neste encontro de inovação que é o South Summit“, diz Miguel Alves Ribeiro, CEO da sheerMe, em declaração enviada ao ECO.

“Espanha é frequentemente um mercado estratégico para startups e negócios portugueses, pela proximidade e pelas semelhanças de mercado. De acordo com o Índice de Inovação da Comissão Europeia, publicado no ano passado, Espanha está claramente à frente da UE no que diz respeito ao número de trabalhadores com competências digitais avançadas, o que é uma mais-valia para os negócios tecnológicos que se querem lançar ali“, refere ainda.

“O South Summit é um evento global que oferece às startups uma oportunidade para construir uma rede de contactos valiosa, essencial para o seu crescimento e desenvolvimento. Além disso, com a presença de numerosos investidores, este evento cria um ambiente oportuno para as startups apresentarem os seus projetos, obterem financiamento e facilita o desenvolvimento de parcerias estratégicas”, diz ainda. “À boleia da Startup Portugal, esperamos aumentar a nossa visibilidade no mercado espanhol e adquirir conhecimento sobre as últimas tendências e inovações, que podem ser aplicadas na sheerME, principalmente no nosso processo de internacionalização.”

Estas dez startups já levantaram cerca de oito milhões de euros, dando emprego a mais de 100 pessoas. Além destas, outras 20 startps nacionais marcam presença nesta 13.ª edição da conferência em Madrid: Ambi Careers; Boost Express; Chrono Health; Duma; enline; Fluks; Followup Global; GovWise; Granter; Intuitivo; iT Recruiter; Kardz; LockEM; Luggit; Moviinn; Mystic; Purrmi; SentiVue; Visible Sports e WiseWorld.

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Ex-ministro da Economia Álvaro Santos Pereira já é economista-chefe da OCDE

Novo economista-chefe anuncia novidades. OCDE está a preparar novas investigações na área da inteligência artificial ou sobre os impactos macroeconómicos da adaptação às mudanças climáticas.

O antigo ministro da Economia Álvaro Santos Pereira já iniciou funções como economista-chefe da OCDE, uma promoção depois de Clare Lombardelli ter sido nomeada vice-governadora de política monetária do Banco de Inglaterra, em fevereiro.

Álvaro Santos Pereira já tinha exercido interinamente por duas vezes o cargo de economista-chefe. Agora volta a assumi-lo e anuncia algumas novidades na área da inteligência artificial, entre outras. “Estamos a preparar uma nova investigação sobre inteligência artificial e concorrência; inteligência artificial e o envelhecimento; mitigação das alterações climáticas; os impactos macroeconómicos da adaptação às mudanças climáticas; sobre envelhecimento e a longevidade; sobre produtividade; comércio; política industrial e segurança económica; concorrência e regulação; crescimento inclusivo; assim como das fundações do crescimentos e competitividade”, escreve Álvaro Santos Pereira nas redes sociais.

O responsável sublinha ainda que a OCDE vai continuar os estudos temáticos, com “análises macroeconómicas e substantivas e com recomendações à medida para cada país”, além disso, o antigo ministro português passará a ser o responsável pelas previsões económicas dos vários países e análises económicas, assim como pela publicação dos indicadores de insolvência.

A carreira de Álvaro Santos Pereira a OCDE já é longa. O antigo ministro da Economia de Pedro Passos Coelho foi nomeado pela primeira vez diretor de estudos de país no Departamento de Economia a 1 de março de 2014.

No processo de seleção do economista-chefe, em 2022-23, Santos Pereira chegou a ser o candidato final em consideração para nomeação para o cargo. Mas a escolha acabou por recair em Clare Lombardelli, que deixou a OCDE no final de maio para assumir o cargo de vice-governadora do BoE – após a reunião do conselho ministerial e a reunião plenária do Fórum Inclusivo sobre Abordagens de Mitigação de Carbono.

O mesmo se passou em 2018, quando Santos Pereira foi preterido por Laurence Boone no cargo de economista-chefe da OCDE. Exerceu o cargo interinamente desde o início desse ano (chegou a assinar o Economic Outlook de maio), em substituição de Catherine Mann, que saiu da OCDE no final de 2017 para liderar o departamento de research do Citi, mas depois regressou ao Departamento de Economia.

Antes de ingressar na OCDE, Álvaro Santos Pereira foi ministro da Economia, Emprego, Obras Públicas e Energia no Executivo de Passos Coelho. Ficou conhecido pelo repto que lançou de internacionalização do papel de nata, uma iguaria que na sua opinião merecia ter a mesma dimensão internacional dos hambúrgueres do McDonalds, o que na altura gerou grande polémica.

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Defesas defendem que arguidos do processo BESA não devem ir a julgamento

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

As defesas dos arguidos do processo BESA contestaram a tese do Ministério Público e consideraram que o tribunal não deve levá-los a julgamento.

As defesas dos arguidos do processo BESA contestaram na segunda-feira a tese do Ministério Público (MP) e consideraram que o tribunal não deve levá-los a julgamento num caso que envolve os crimes de abuso de confiança, branqueamento e burla.

Após o MP defender durante a manhã de segunda-feira que o ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA) Álvaro Sobrinho, o antigo presidente do BES Ricardo Salgado e os ex-administradores Morais Pires, Rui Silveira e Helder Bataglia devem ser julgados “nos exatos termos da acusação”, coube à defesa do ex-banqueiro angolano abrir as alegações, refutando em pouco mais de cinco minutos a competência dos tribunais portugueses para julgar o seu cliente.

“Qualquer atuação alegadamente ruinosa que tenha ocorrido, ocorreu em Angola. Álvaro Sobrinho esteve sempre em Angola. Já foi confrontado com os factos em Angola e na Suíça e os mesmos foram arquivados”, invocou o advogado Miguel Esperança Martins.

O mandatário do ex-presidente do BESA, acusado de 18 crimes de abuso de confiança agravado (cinco dos quais em coautoria) e cinco de branqueamento, acrescentou ainda que “Álvaro Sobrinho entende que a lei portuguesa não se aplica e que não são os tribunais portugueses competentes”.

Já a defesa de Ricardo Salgado lembrou o processo BES/GES, o principal caso do colapso do Grupo Espírito Santo, para invocar o princípio legal de que um arguido não pode ser julgado duas vezes pelo mesmo crime.

Defendeu que o tribunal deve reconhecer que o objeto do processo já foi analisado e apontou uma violação do princípio de especialidade pelo uso de prova remetida pelas autoridades suíças para o caso BES/GES sem autorização no processo BESA.

O advogado Adriano Squilacce reiterou também a necessidade de uma perícia neurológica ao seu cliente, a quem foram imputados cinco crimes de abuso de confiança agravado e um de burla qualificada (todos em coautoria) neste processo.

Perante o diagnóstico de doença de Alzheimer (já apontado numa perícia efetuada noutro processo), argumentou que “a única razão pela qual se continua a ignorar a doença de Alzheimer do arguido tem unicamente a ver com o nome deste arguido, Ricardo Salgado“, manifestando ainda a expectativa de uma decisão de não-pronúncia do tribunal.

O mandatário de Morais Pires, visado por um crime de abuso de confiança e outro de burla, começou por apontar uma aparente “contradição insanável” ao MP, por entender que o mesmo dinheiro pode ser num processo objeto de corrupção e noutro constituir crime de abuso de confiança.

“Morais Pires não era administrador do BESA, nem houve dinheiro que lhe foi emprestado. E só assumiu o pelouro do BESA em 2012… Se há responsabilidade de alguém, não é certamente de Morais Pires, que lutou para que houvesse garantia soberana de Angola e teve muitas reuniões“, disse o advogado Raul Soares da Veiga.

Acrescentou ainda que, se o tribunal verificar os dados da acusação, “verá que lhe assiste razão e proferirá despacho de não-pronúncia”.

O advogado Rui Patrício, que representa o antigo administrador Helder Bataglia, acusado de um crime de abuso de confiança, defendeu a incompetência dos tribunais portugueses, entendendo que “não há nenhuma conexão com o território português” ou atos praticados pelo seu cliente que constituam o crime que lhe é imputado.

“Os tribunais portugueses não são competentes. E o que está narrado na acusação não consubstancia crime de abuso de confiança em relação a Helder Bataglia… ‘simple as that’ [tão simples como isso, em inglês]. Eram quantias que Helder Bataglia recebeu, às quais tinha direito no âmbito do GES. O que diz respeito ao meu cliente é muito curto e não permite que seja produzida uma pronúncia”, referiu.

Por último, a defesa de Rui Silveira — o único arguido que não pediu a abertura de instrução e que é acusado de um crime de burla — criticou a acusação, considerando-a “profundamente injusta” em relação ao seu cliente.

O advogado Luís Pires de Lima disse que a tese do MP assenta em “especulações e deduções” não apoiadas em factos, pelo que, no seu entender, Rui Silveira não devia ter sido acusado.

A leitura da decisão instrutória foi marcada pela juíza Gabriela Assunção para 15 de julho, às 15h00, no Tribunal Central de Instrução Criminal.

A acusação do processo BESA foi conhecida em julho de 2022 e respeita à concessão de financiamento pelo BES ao BESA, em linhas de crédito de Mercado Monetário Interbancário (MMI) e em descoberto bancário. Por força desta atividade criminosa, a 31 de julho de 2014, o BES encontrava-se exposto ao BESA no montante de perto de 4,8 mil milhões de euros.

As vantagens decorrentes da prática dos crimes indiciados, neste inquérito, contabilizam-se nos montantes globais de 5.048.178.856,09 euros e de 210.263.978,84 dólares norte-americanos, segundo a acusação do MP.

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Cura Mariano toma posse esta terça-feira como presidente do Supremo Tribunal de Justiça

  • Lusa
  • 4 Junho 2024

O juiz conselheiro João Cura Mariano toma posse esta terça-feira como presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), sucedendo a Henrique Araújo.

O juiz conselheiro João Cura Mariano toma posse esta terça-feira como presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), sucedendo a Henrique Araújo que termina o mandato à frente do STJ por atingir o limite de idade, os 70 anos.

Nas eleições interpares do STJ em 15 de maio passado, Cura Mariano foi eleito, com 36 votos, vencendo na segunda volta a vice-presidente deste tribunal, Graça Amaral, que recebeu 23 votos. Cura Mariano já tinha sido o mais votado na primeira volta do sufrágio no lote de cinco candidatos, que inclua os conselheiros José Sousa Lameira, Leonor Furtado e Nuno Gonçalves.

Na carta aos seus pares em que manifestou disponibilidade para concorrer ao cargo, Cura Mariano lembrou os alertas deixados pelo atual presidente, o juiz conselheiro Henrique Araújo, salientando a necessidade de “estabelecer um diálogo intenso e construtivo com os demais órgãos de soberania”.

“Numa sociedade complexa, em crise crónica e vivendo ao ritmo da incerteza, impõe-se ao sistema judicial que procure manter a sua credibilidade, funcionando como uma força tranquila no necessário equilíbrio dos poderes de um Estado de direito democrático. E o STJ ocupa uma posição liderante na justiça portuguesa”, frisou.

Cura Mariano defendeu ainda na carta que as leis judiciárias e do processo não acompanharam as medidas exigidas por Henrique Araújo “como a consagração da autonomia financeira dos tribunais, a alteração das regras de acesso ao STJ, a revisão do sistema de recursos, ou o reforço dos serviços de assessoria aos juízes“, sublinhando ser essencial “uma intervenção dos poderes legislativo e executivo”.

O novo presidente do STJ — quarta figura do Estado – foi juiz do Tribunal Constitucional entre 2007 e 2016, passou pelos tribunais da Relação de Coimbra e do Porto e integrou ainda o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República.

Cura Mariano, de 67 anos, formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e iniciou funções na magistratura judicial em 1986.

Com a vitória nesta eleição, o novo presidente do STJ assume também, por inerência de funções, a presidência do Conselho Superior da Magistratura (CSM).

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Estado português perdeu um terço do que investiu em startups

  • ECO
  • 4 Junho 2024

A Portugal Ventures acumula perdas de 123,7 milhões de euros em quase 300 desinvestimentos desde 2012. Pagou 375,4 milhões de euros para entrar e recebeu 251,7 milhões quando saiu das startups.

Desde que foi fundada, em 2012, e até ao ano passado, a Portugal Ventures perdeu 123,7 milhões de euros do investimento feito em startups. Este valor, segundo cálculos do Público, equivale a 32,95% do que a sociedade de capital de risco do Estado — atualmente parte do grupo do Banco Português de Fomento — investiu nas empresas das quais já saiu, num total de 264 — tendo ainda vendido parte da participação que detinha noutras 34.

Numa análise comparativa aos custos de aquisição e ao preço de venda das participações nestas quase 300 empresas, conclui-se que a Portugal Ventures pagou 375,4 milhões de euros para entrar e recebeu 251,7 milhões quando saiu, registando assim uma menos-valia de 123,7 milhões. Aliás, nos 12 anos analisados, apenas em 2016 o desinvestimento deu origem a uma mais-valia, de cerca de sete milhões de euros.

Estes dados mostram ainda a discrepância entre o resultado líquido da sociedade e o resultado dos fundos de investimento que gere. Por exemplo, no último ano, declarou lucros de 5,24 milhões de euros, mas a venda de participações sociais adquiridas no passado resultou num prejuízo de cerca de 4,4 milhões de euros. Antes, em 2014, nos desinvestimentos, os fundos registaram o maior prejuízo de sempre, mas a Portugal Ventures fechou esse ano com um lucro de 234 mil euros.

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