Diplomacia russa critica “posição hostil” de Portugal e fala na “crise mais profunda” da história

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, diz que as relações luso-russas vivem a crise mais profunda de toda a sua história".

A porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, criticou esta quarta-feira a “posição hostil” de Portugal contra Moscovo por causa da invasão da Ucrânia, estimando que “lamentavelmente, as relações luso-russas vivem a crise mais profunda de toda a sua história”.

“A guerra híbrida desencadeada pelo Ocidente global contra a Rússia influenciou destrutivamente todo o complexo de relações da Rússia com Portugal. E por quê? Pela posição hostil assumida por Portugal desde o início da operação especial militar. Lisboa enquadrou-se desde logo na política e retórica anti-russa. Como consequência, as relações luso-russas vivem a crise mais profunda de toda a sua história“, afirmou a representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em resposta a uma questão da agência Lusa colocada por videoconferência.

A diretora do Departamento de Imprensa do ministério tutelado por Serguei Lavrov indicou que “foi a parte portuguesa que congelou todos os contactos políticos e reduziu as relações económicas a trocas comerciais muito limitadas”.

“Por decisão da Assembleia da República de Portugal, foi dissolvido o grupo parlamentar de amizade luso-russo. Foi também posto termo à colaboração inter-regional. Em 20 de janeiro deste ano, a Assembleia Municipal de Lisboa votou o fim do protocolo sobre amizade e colaboração com Moscovo, que vigorava desde 1997”, apontou ainda.

Acrescentou que em Portugal está “em curso uma campanha anti-russa alimentada a nível oficial”, com as autoridades portuguesas a reduzirem “ao mínimo os contactos com a Embaixada da Rússia em Lisboa”. “Ao nosso embaixador, foi-lhe praticamente imposto, tanto pelas autoridades portuguesas como pelas suas congéneres estrangeiras, um regime de isolamento”, criticou.

“Não se percebe muito bem para que serve isto, já que existem questões que podem e devem ser resolvidas em conjunto, o que é dificultado por posições ilegítimas e russofóbicas, não sei se de Lisboa ou impostas de fora, por exemplo, pela NATO, a União Europeia (UE), Estados Unidos ou pelo próprio ‘lobby’ anti-russo que opera em Portugal”, acusou a porta-voz.

Nas mesmas declarações, Maria Zakharova salientou que o “desmoronamento das relações” diplomáticas entre Lisboa e Moscovo não é escolha da Rússia e que “não corresponde, de maneira alguma, aos interesses do povo português”, fazendo votos para que “mais cedo ou mais tarde, Portugal recupere a análise racional dos factos que ocorrem no mundo moderno”.

A Rússia continua “aberta à construção de boas relações com os parceiros estrangeiros”, incluindo os que chama de “regimes não-amigáveis”, declarou Maria Zakharova. Questionada pela Lusa sobre as relações russas com os países do continente africano, Maria Zakharova afirmou que Moscovo trabalha para reforçar os laços “nas áreas da política externa e da ajuda humanitária”.

“Trabalhamos, tanto no continente africano como nos outros, não para o aprofundamento da nossa influência, mas para o aprofundamento da cooperação”, salientou, lembrando que “são muitos os acordos alcançados tanto nas cimeiras russo-africanas, como no âmbito dos permanentes contactos de trabalho”.

Zakharova lembrou a recente visita a Moscovo do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, por altura das comemorações do Dia da Vitória, na semana passada, e indicou que está agendado para novembro um encontro ministerial em Sotchi, no qual espera que participem países africanos de língua portuguesa.

“As cimeiras russo-africanas não constituem uma resposta às sanções decretadas pelo Ocidente contra o nosso país. Simplesmente, temos propostas para os países africanos. Foi assim que nasceu o formato das cimeiras russo-africanas. A Rússia propõe uma parceria honesta e igual em direitos, sem politização nem pressão, sem ingerências nos assuntos internos dos outros países. Ajudámos muitos países africanos a libertarem-se do jugo colonial. São factos conhecidos e é neste quadro que impulsionamos as nossas relações”, argumentou.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

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“Atrasar” nomeação da Santa Casa “pode pôr em risco orçamento de 2024”, alerta provedora exonerada

Ana Jorge avisa que "atrasar" a nomeação da próxima administração da Santa Casa pode "pode pôr em risco orçamento de 2024", dado que há medidas suspensas pelo facto de a atual mesa ter sido exonerada.

A provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) alerta que “atrasar” a nomeação da próxima administração da instituição pode “pode pôr em risco orçamento de 2024”. Ana Jorge adiantou ainda que, aquando do pedido do plano de reestruturação, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho, lhe perguntou quantos funcionários iria despedir. “Eu disse nenhum”, garantiu.

Ana Jorge adianta que na reunião que teve com o novo Governo, a 12 de abril, manifestou “disponibilidade para continuar” a assumir funções na Santa Casa e que a ministra do trabalho lhe perguntou pelo plano de reestruturação. A provedora, agora exonerada, disse que referiu que não havia propriamente um plano mas “conjunto de medidas de sustentabilidade financeira” que a atual mesa se propunha a implementar.

Maria do Rosário Palma Ramalho terá também questionado Ana Jorge sobre “quantos trabalhadores vai despedir. Eu disse nenhum”, garante, sinalizando que a ministra demonstrou ainda vontade de suspender o acordo de empresa, que entrou em vigor em janeiro e que levou a atualizações salariais médias de 6,5%.

O Governo decidiu exonerar toda a mesa da SCML, incluindo a provedora Ana Jorge, no final de abril, mas a equipa vai manter-se em gestão corrente até ser nomeada nova mesa. E segundo a provedora, esta decisão foi-lhe comunicada por email.

Nesse sentido, Ana Jorge adianta que atualmente “não pode tomar decisões estruturais”, mas que tem estado a gerir “processos em curso” e a tentar “minimizar” o impacto da decisão do Governo. A ex-ministra adverte ainda que “atrasar” a nomeação da próxima mesa da SCML “pode por em risco orçamento de 2024”, dado que há “medidas suspensas”.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h26)

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Marcelo espera ainda “poder ver e utilizar” o futuro aeroporto em Alcochete

Presidente da República ficou agradado com a decisão sobre a construção do novo aeroporto, especialmente pela escolha de Alcochete ter tido o apoio dos dois principais partidos.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esta quarta-feira que o apoio dos PSD e do PS na opção de construir um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete “é promissor” e um fator, a par do trabalho da Comissão Técnica Independente e um longo processo de decisão, que dá garantias que o projeto irá ser concretizado.

“Fiquei feliz pela decisão, pelo anúncio da decisão. Já passaram mais de 50 anos do arranque do processo, 50 anos em democracia, tem o acordo dos dois principais partidos, que tiveram em momentos diferentes, soluções diferentes no exercício das suas funções”, afirmou, em declarações transmitidas pelas televisões. “Acho que isso é promissor, e portanto todos esperamos que se possa concretizar, quer no que existe de imediato no aeroporto Humberto Delgado, quer sobretudo no arranque do processo para o aeroporto que tem um horizonte prometido de 10 anos”.

“Isso é tão raro, tão raro, tão raro, que eu devo registar e espero que isso se confirme,” vincou ainda o chefe de Estado. “Que se confirmem as obras no aeroporto que existe e que se confirmem o arranque do futuro aeroporto. Fala-se ainda em 10 anos, para eu ainda poder ver e utilizar o futuro aeroporto como cidadão”, acrescentou.

Questionado se daqui a uma década o país vai ter mesmo um novo aeroporto, Marcelo respondeu pela positiva: “Ai, eu acredito que sim. Com esta decisão — e é uma decisão que envolve os dois principais partidos portugueses, uma comissão técnica independente e um longo processo de maturação –, acho que tem todas as condições para ter sucesso“.

O Executivo liderado por Luís Montenegro aprovou na terça-feira uma resolução que determina que a localização do novo aeroporto de Lisboa será o Campo de Tiro de Alcochete, abrangendo uma área situada nos concelhos de Benavente e do Montijo.

Pedro Nuno Santos afirmou que o PS apoia a decisão que o Governo tomou de seguir as recomendações da Comissão Técnica e Independente sobre a construção do futuro aeroporto, garantindo que esta solução terá toda a “segurança e estabilidade” de avançar.

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Festival CCP promove ciclo de conferências “Crias ou Queres”

  • + M
  • 15 Maio 2024

Entre os oradores estão nomes como Lucy von Sturmer (CEO da Creatives for Climate), Leo Porto e Felipe Rocha (fundadores da agência de design Porto Rocha) e Ricardo Araújo Pereira (humorista).

A 26ª edição do Festival do Clube da Criatividade de Portugal (CCP) arranca esta sexta-feira. Do programa faz parte o ciclo de Conferências “Crias ou Queres”, no dia 23 (quinta-feira), com convidados especiais e temas que têm como alvo publicitários, designers, copywriters, diretores de arte, estrategas e marketeers.

A responsável por dar o pontapé de saída neste ciclo de conferências é Lucy von Sturmer, CEO da Creatives for Climate, com “Turning the creative industry into a force for climate action. O objetivo é “destacar o papel transformador da comunidade criativa, como ferramenta fundamental na luta contra as alterações climáticas”, explica-se em comunicado.

Segue-se a conferência “Acabou o Silêncio“, com as diretoras criativas Maria Inês Leiria, Nádia Pinto e Sara Soares, fundadoras do theFside, que vão conversar com Andrea Pinto (advogada), Catarina Barba (psicóloga clínica) e Liliana Dias (psicóloga/designer de saúde organizacional), sobre “o que é o assédio, do impacto nas pessoas e nas empresas, de como criar uma cultura de denúncia e não de silêncio e de como todos nós devemos ajudar a fazer das agências um sítio com mais respeito, segurança e igualdade”. A conversa é moderada por Susana Albuquerque, presidente do CCP e diretora criativa executiva da Uzina.

Leo Porto e Felipe Rocha, fundadores e diretores criativos da agência de design Porto Rocha, sediada em Nova Iorque, fecham a manhã, subindo a palco para partilharem “o que torna a cultura do estúdio Porto Rocha única e discutir as realidades e as rápidas mudanças que afetam a indústria do design hoje”.

Saulo Rocha, chief creative officer da David Madrid, abre o painel da tarde às 15h com “The Cheat Codes”, onde vai “apresentar truques para desbloquear todo o potencial criativo de uma marca e vencer dentro do universo gamer”.

A este segue-se Christina Miller, chief social officer da VML EMEA, com a apresentação “Social Is Everything. Everything is Social. Standing Out in a Social-First World“.

Os argumentistas do programa Isto é Gozar com Quem Trabalha fecham o ciclo de conferências, subindo a palco para falar sobre “Humor na Publicidade“. Cátia Domingues, Cláudio Almeida, Joana Marques, Miguel Góis e Ricardo Araújo Pereira marcam assim presença no evento para uma conversa moderada por Nuno Jerónimo, fundador e diretor criativo d’O Escritório.

As conferências decorrem entre as 10h e as 19h. O preço do bilhete é de 50 euros (dia) ou 30 euros para assistir apenas à parte da manhã (10h-13h) ou da tarde (15h-19h). Os bilhetes são gratuitos para os sócios CCP.

O ciclo de conferências “Crias ou Queres” integra o programa da 26ª edição do Festival CCP, que se realiza entre os dias 17 e 24 de maio de 2024, na Fábrica do Pão do Hub Criativo do Beato. A gala de entrega de Prémios está marcada para o dia 24 de maio.

O Festival conta este ano com um total de 933 projetos a concurso – repartidos por 112 entidades, entre freelancers, agências, estúdios, produtoras e pós-produtoras – num número que representa uma quebra de 9% em relação à edição passada, ano que bateu o recorde de inscrições.

A programação completa (e demais informações) pode ser consultada aqui.

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Cativações de Medina foram as mais altas desde 2016. Dois terços das verbas eram para infraestruturas e habitação

No segundo ano da maioria absoluta socialista de António Costa foram retidas dotações orçamentais de 594,4 milhões de euros, dos quais cerca de um terço no programa de infraestruturas e habitação.

As cativações orçamentais feitas em 2023 pelo então ministro das Finanças, Fernando Medina, atingiram os 594,4 milhões de euros, o valor mais alto desde 2016, conclui o Conselho das Finanças Públicas (CFP) no relatório sobre a “Evolução Orçamental das Administração Públicas em 2023”, divulgado esta quarta-feira. Dois terços das reservas finais centraram-se no programa de “Infraestruturas e Habitação”, destaca a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral.

Assim, naquele que foi o primeiro ano completo da maioria absoluta socialista de António Costa, as Finanças retiveram quase metade (47,9%) das provisões iniciais de 1.242,1 milhões de euros. “De acordo com os dados provisórios relativos ao ano de 2023, foram descativados 647,7 milhões de euros, tendo os cativos permanentes totalizado 594,4 milhões de euros”, salienta o CFP, sublinhando que “solicitou à Direção-Geral do Orçamento (DGO) a desagregação das cativações por classificação económica, mas não obteve resposta”.

O supervisor das Finanças Públicas indica que o nível de reservas de 2023, de 594,4 milhões de euros, corresponde ao “valor mais elevado de cativos finais desde 2016 (face a 2022, o aumento foi de 150 milhões de euros). Há sete anos, e ainda sob a batuta de António Costa, mas com Mário Centeno ao leme das Finanças, as cativações finais atingiram os 941 milhões de euros.

O “valor de cativos finais” de 2023 “corresponde a 47,9% do total de cativos iniciais, sendo também o rácio mais elevado desde 2016”, ano em que as Finanças retiveram 55,9%, segundo o mesmo relatório.

O Conselho das Finanças Públicas analisa depois a utilização dos outros três instrumentos de controlo de despesa, além das cativações: reserva orçamental, dotação provisional e outras dotações centralizadas no Ministério das Finanças.

Quanto à reserva, a tutela de Fernando Medina tinha destinado 383 milhões de euros para esta rubrica, em 2023, “valor correspondente a 2,5% do orçamento de despesa de cada programa orçamental da administração central para 2023”, de acordo com o CFP.

“De acordo com os dados provisórios relativos ao ano de 2023, desse valor total foram utilizados 132,7 milhões de euros (34,7%)”, conclui o CFP. Cerca de um terço dessa utilização ocorreu no Ministério da Administração Interna, isto é, 46,3 milhões de euros, que foram “maioritariamente para reforço do orçamento da Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna”.

O CFP salienta ainda “a utilização registada no Ministério das Finanças (17 milhões de euros, dos quais 11,4 milhões para reforço do orçamento da Autoridade Tributária e Aduaneira), no Ministério da Justiça (15,9 milhões de euros, dos quais 5,9 milhões para reforço do orçamento do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça), do Ministério da Defesa Nacional (12,7 milhões de euros) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (11,8 milhões).

Dos 383 milhões inscritos na reserva orçamental, 250,3 milhões não foram utilizados, “desde logo devido à aplicação de cativações permanentes no valor de 197,6 milhões de euros, tendo esse valor não utilizado beneficiado o saldo orçamental das administrações públicas em 2023″, que, recorde-se, alcançou um excedente histórico de 1,2%, em 2023.

Relativamente à dotação provisional, outro instrumento de controlo orçamental cuja utilização só pode ser autorizada a título excecional pelo Ministério das Finanças para cobrir despesas excecionais e imprevisíveis, o CFP indica que esta verba “foi sendo anulada em contrapartida do reforço de várias rubricas de despesa”.

A dotação provisional aprovada para 2023, de 813,7 milhões de euros, “foi quase integralmente utilizada (804,1 milhões), sendo que “mais de metade do valor utilizado destinou-se ao reforço das transferências para o orçamento da Segurança Social”. Em concreto foram injetados “239,7 milhões de euros” na Segurança Social para “assegurar as disponibilidades necessárias à atribuição dos apoios extraordinários às famílias para pagamento da renda e da prestação de contratos de crédito”, segundo o relatório do CFP.

As restantes dotações de despesa efetiva centralizadas no Ministério das Finanças ascendiam a 225 milhões de euros e “tiveram uma execução de 174 milhões de euros, ficando 51 milhões abaixo do previsto”, de acordo com o organismo de Nazaré Costa Cabral.

“A dotação destinada à regularização de passivos não financeiros da administração central (170 milhões) foi integralmente executada, enquanto a contrapartida pública nacional global (50 milhões) teve uma taxa de utilização de apenas 8,4% e a dotação do orçamento participativo de Portugal (5 milhões) não foi executada”, detalha o CFO. “Assim, em termos globais, estas dotações centralizadas para 2023 tiveram uma taxa de utilização de 77,4%”, conclui.

O CFP conclui que, “face ao que estava previsto no Orçamento do Estado para 2023, a gestão dos instrumentos de controlo orçamental permitiu desonerar a despesa e o saldo orçamental das Administrações Públicas em 707,6 milhões de euros”, o que corresponde a 0,3% do PIB, ” na sequência da aplicação de cativos permanentes, no valor de 396,8 milhões de euros, aos quais acrescem 310,7 milhões resultantes da não utilização da dotação provisional, da reserva orçamental e de outras dotações centralizadas no Ministério das Finanças”.

Ou seja, todos os instrumentos de cativação contribuíram em 0,3% do PIB para o excedente histórico alcançado, no ano passado, de 1,2% do PIB.

Desativações para despesa corrente deixam de depender das Finanças

A partir deste ano, as descativações para despesa corrente deixam de depender do aval do ministro das Finanças, bastando apenas luz verde da tutela setorial, segundo uma alteração introduzida pelo anterior Governo, de António Costa. Mas este é apenas um dos quatro instrumentos de controlo de despesa e que, este ano, está orçamentado em 824 milhões de euros.

Os outros mecanismos de cativações, que dizem respeito a reserva orçamental, dotação provisional e dotações centralizadas para fins específicos, só podem ser libertados com a autorização do Ministério das Finanças. Assim, dois terços das cativações ou 1.697 milhões de euros ainda dependem das Finanças, segundo a análise da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) ao Orçamento do Estado para este ano.

“O ministro das Finanças anunciou publicamente o fim das cativações, criando grande expectativa política. (…) Afinal, a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2024 prevê a continuidade das cativações em 2024, mantendo aproximadamente inalteradas as regras que definem a sua constituição″, segundo o relatório da UTAO de apreciação à proposta do Orçamento do Estado (OE) para 2024.

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Juiz conselheiro Cura Mariano é o novo presidente do Supremo Tribunal de Justiça

  • Lusa
  • 15 Maio 2024

O juiz conselheiro João Cura Mariano foi eleito presidente do Supremo Tribunal de Justiça, com 36 votos, vencendo na segunda volta a vice-presidente deste tribunal, Graça Amaral, que recebeu 23 votos.

O juiz conselheiro João Cura Mariano foi eleito esta quarta-feira presidente do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), com 36 votos, vencendo na segunda volta a vice-presidente deste tribunal, Graça Amaral, que recebeu 23 votos. Fonte judicial adiantou à Lusa que Cura Mariano já tinha sido o mais votado na primeira volta do sufrágio no lote de cinco candidatos, ao recolher então 24 votos.

Graça Amaral foi a segunda mais votada, com 15 votos, seguindo-se o ex-vice presidente do Conselho Superior da Magistratura (CSM) José Sousa Lameira e a juíza conselheira Leonor Furtado, ambos com oito, e o vice-presidente do STJ Nuno Gonçalves, com cinco. Houve ainda alguns votos para juízes que não tinham avançado com uma candidatura, sendo que Cura Mariano foi o último dos cinco candidatos a avançar para as eleições inter pares.

O novo presidente do STJ — quarta figura do Estado – foi juiz do Tribunal Constitucional entre 2007 e 2016, passou pelos tribunais da Relação de Coimbra e do Porto e integrou ainda o Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República. Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra e iniciou funções na magistratura judicial em 1986.

Cura Mariano, de 66 anos, sucede na presidência do STJ a Henrique Araújo, que deixa o cargo por ter atingido o limite de idade para a função: 70 anos.

Como o mandato de presidente do STJ é de cinco anos, o juiz conselheiro agora eleito também não poderá cumprir o seu mandato até ao fim.

Com a vitória nesta eleição, o juiz conselheiro assume também, por inerência de funções, a presidência do CSM.

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Compra da Castelhana pela Dils com apoio da Garrigues e Rogério Alves & Associados

A Garrigues esteve do lado da imobiliária portuguesa Castelhana. Já a Rogério Alves & Associados assessorou o comprador, o grupo italiano Dils.

O grupo italiano Dils comprou a portuguesa Castelhana, que emprega mais de 80 profissionais e tem escritórios em Lisboa, no Porto e no Algarve. A Garrigues esteve do lado da imobiliária portuguesa. Já a Rogério Alves & Associados assessorou a Dils.

Em comunicado, a empresa assume que tem um plano de investimento significativo para o mercado português que “visa acelerar o crescimento e trazer inovação ao setor residencial, ao mesmo tempo que se expande para serviços imobiliários comerciais”.

A Dils, cujo foco no mercado imobiliário passa pela transformação e renovação de todo o setor através da inovação e digitalização, pretende com este acordo com a Castelhana trazer para Portugal o seu modelo de negócio desenvolvido em Itália, baseado num know-how orientado para a inovação e na capacidade de antecipar tendências de mercado nas diversas classes de ativos imobiliários, através do uso de tecnologias digitais avançadas e profissionais altamente experientes.

A equipa da Garrigues foi coordenada pela sócia Marta Graça Rodrigues e contou com a participação da Associada Principal Mariana Faria Santos e da Associada Luísa Penkal. Já a Rogério Alves contou com uma de Corporate/M&A/Real Estate liderada pelo sócio fundador João Pedro Varandas e contou com o sócio Rodrigo Varela Martins e a associada Inês Casanova de Almeida.

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Shilling lança fundo de 50 milhões de euros com scaleups na mira

Healthech, SaaS, ecommerce, marketplaces e cibersegurança, mas também Machine learning (ML) e soluções disruptivas baseadas em IA são algumas das áreas na mira deste novo fundo.

A Shilling , o braço VC da Draycott SCR, lançou um fundo de 50 milhões de euros com as scaleups na mira. O Shilling Opportunity Fund apoiará startups em fase de crescimento com investimentos de até 5 milhões de euros para a Série A e além. A Coverflex é uma das scaleups em que o fundo já investiu.

“Os empreendedores são a força motriz por trás de avanços sociais e económicos com impacto. À medida que o mercado recupera da estabilização pós-pandemia, o nosso novo fundo apoiará empresas em fase de crescimento à medida que crescem. Com o elevado crescimento esperado do nosso atual portefólio e a forte procura de capital para alimentar esse crescimento, este fundo chega no momento certo para apoiar o ecossistema e marca o próximo passo na nossa missão de construir uma rede forte de empreendedores de sucesso”, diz Hugo Gonçalves Pereira, sócio fundador da Shilling, citado em comunicado.

Com o apoio de três grandes investidores institucionais nacionais e internacionais, mais de 90% da meta do fundo já foi alcançada, informa a Shilling.

Portugal tem um dos mais baixos rácios de investimento VC face ao PIB da Europa — cinco vezes mais baixo do que a média europeia, segundo dados da Atomico –, estando sobretudo focado em financiar startups em fase inicial. Com este novo fundo, o objetivo é apoiar as empresas em fases posteriores de crescimento.

“A Shilling construiu uma comunidade de mais de 200 empreendedores trabalhando juntos para o sucesso. Mantendo os nossos fundos anteriores, o Opportunity Fund também funcionará num modelo de participação nos lucros, distribuindo os retornos do fundo com os fundadores do nosso portefólio e LP fundadores”, acrescenta.

Em abril de 2021, a Shilling já tinha lançado o Shilling Founders Fund — com 30 milhões e depois reforçado com mais 22 milhões — com o mesmo modelo de partilha de resultados.

Através deste novo fundo, o braço VC da Draycott já financiou a ronda de 15 milhões da Coverflexscaleup que anunciou em fevereiro a sua expansão para Itália, após compra de uma empresa local e, este ano, entrada em Espanha — e tem na mira apoiar projetos altamente tecnológicos e escaláveis, em particular, aqueles que “promovam a digitalização em setores cruciais como healthech, SaaS, ecommerce, marketplaces e cibersegurança”. Machine learning (ML) e soluções disruptivas baseadas em IA em todos os setores e plataformas fintech e insurtech são igualmente outras das áreas foco.

Unbabel, Bizay, Uniplaces ou Best Tables — comprada pela TripAdvisor — são algumas das empresas já investidas pela Shilling.

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Makro lança campanha para se posicionar como parceiro do canal Horeca

Salvador Mathias, national multichannel excellence manager da marca de distribuição grossista, explica a estratégia da marca de distribuição grossista.

Salvador Mathias, national multichannel excellence manager da Makro

“Estátuas gregas? Não, não temos. Mas temos rúcula selvagem”, e “Zebras? Zebras não temos, mas temos batata para fritar”. Estas são algumas das frases da campanha que a Makro está a lançar esta quarta-feira para destacar um cabaz de 70 produtos essenciais básicos, selecionados com base numa abordagem data driven.

O objetivo, explica Salvador Mathias, national multichannel excellence manager da marca de distribuição grossista, é reforçar o posicionamento junto do canal Horeca, posicionando-se como “parceiros de negócio”.

Numa primeira leitura da campanha, este foco pode não estar evidente, mas é precisamente através deste tom humorístico e até disruptivo que o pretendemos fazer. Somos reconhecidos no mercado por termos um portefólio de produtos premium e diferenciados, especificamente pensados para os negócios da restauração, mas sentimos esta necessidade de reforçar também a comunicação deste sortido de produtos básicos e essenciais”, concretiza.

“Evidentemente, estes são produtos que podem ser encontrados em qualquer outro espaço, incluindo retalhistas, mas na Makro, com um modelo puramente grossista, trabalhamos e desenvolvemos todo este portefólio com base em formatos e dinâmicas de preços adequadas ao perfil de clientes Horeca, que procuram rentabilidade e conveniência nas suas compras”, prossegue.

Desenvolvida em parceria com a Comon, a campanha estará presente em mupis e outdoors, em digital através de uma estratégia de em earned e owned e nos espaços da marca.

“Temos vindo a reforçar toda a nossa presença e comunicação com base neste conceito de “os melhores parceiros são para todas as ocasiões”. Apostamos, por isso, em campanhas e ativações, que reforçam a relação com os clientes e possam alavancar os seus negócios”, descreve o responsável.

Em 2023, a insígnia deu palco aos clientes na campanha de aniversário, sendo estes os protagonistas em anúncios de TV, mupis, imprensa. Agora, o objetivo era reforçar a mensagem de serem um parceiro com o portefólio de produtos essenciais para o negócio Horeca. “Optámos por mensagens humorísticas e originais. E, na verdade, surgiu de uma forma muito natural. Este tom positivo, de boa disposição e de procurarmos sempre soluções criativas faz parte daquilo que somos como empresa, nas lojas, na nossa equipa de vendas”, diz.

Além desta campanha, a marca tem no terreno a ação Sabores com Música, iniciativa desenvolvida em conjunto com a Universal Music Portugal que leva, em maio, cinco artistas musicais a cinco restaurantes, para que estes possam oferecer aos seus clientes momentos exclusivos com Pedro Abrunhosa, Murta, Ana Bacalhoa, Ivandro e Soraia Tavares.

Concurso Chefe do Ano (que está a acontecer e cujo vencedor será revelado a 22 de maio), os Chefs on Fire e o Congresso de Cozinha, são também eventos nos quais a distribuidora está presente.

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Uber Eats mostra pedidos extraordinários de celebridades na campanha “Pede Quase Quase Tudo”

  • + M
  • 15 Maio 2024

A campanha visa "testar os limites da app" através de pedidos excêntricos, que vão desde uma equipa de futebol para treinar, pedido por José Mourinho, a um júri que vire a cadeira, por Bárbara Tinoco.

José Mourinho é o grande protagonista da nova campanha do Uber Eats Portugal, que visa “reiterar o compromisso da marca em oferecer aos utilizadores uma vasta gama de produtos, que vão muito para além da entrega de comida, acessíveis a qualquer momento e em qualquer lugar”.

Além de José Mourinho (e da sua filha, Matilde), a campanha “Pede Quase Quase Tudo” conta com outras personalidades conhecidas do público português, como a astróloga Maya, a miss Portugal Marina Machete, o ator e coreógrafo Cifrão e a cantora Bárbara Tinoco.

A campanha pretende “testar os limites da aplicação através dos pedidos mais extraordinários destas celebridades”, que vão desde uma equipa de futebol para treinar, pedida por José Mourinho, a gémeos pedidos pela astróloga Maya ou um júri que vire a cadeira, pedido por Bárbara Tinoco, refere-se em nota de imprensa.

O objetivo desta campanha é demonstrar que a Uber Eats é mais do que uma aplicação de entrega de comida: é, também, uma plataforma onde se pode fazer encomendas de supermercados, farmácias, lojas de conveniência, floristas, mercearias e quase tudo o que se precisa todos os dias”, explica Ricardo Pabón, diretor de marketing da Uber Eats, citado em comunicado.

Esta é assim a adaptação portuguesa da campanha internacional “Get Almost Almost Anything” que “pretende amplificar a possibilidade de encomendar quase tudo através do Uber Eats”. Concebida pela Stream and Tough Guy e pela equipa criativa do Uber Eats, a campanha contou com produção da Playground e realização de Cristiana Miranda. Com planeamento de meios a cargo da PHD, está presente em televisão, out-of-home (OOH), autocarros e digital.

Esta é, possivelmente, a maior campanha que a Stream and Tough Guy já fez. E depois de 17 versões de filme, 27 outdoors e 13 social edits diferentes, não podíamos estar mais felizes com o resultado, com a forma perfeita com que todo o processo se desenrolou, com a liberdade criativa que nos foi dada numa adaptação de uma campanha e o constante desafio criativo por parte do cliente”, diz Miguel Durão, diretor criativo da Stream and Tough Guy.

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Easyjet não se compromete com voos para Alcochete

Companhia aérea britânica aplaude ter havido "finalmente" uma decisão sobre o novo aeroporto. Diz que continuará a voar para a Portela, mas ainda irá considerar as "opções para o futuro".

A easyjet, a segunda maior companhia a operar no aeroporto de Lisboa, a par da Ryanair, congratula-se com a decisão da Governo em relação à localização do novo aeroporto, mas por agora não se compromete em voar para o Campo de Tiro de Alcochete.

O Executivo liderado por Luís Montenegro aprovou na terça-feira uma resolução que determina que a localização do novo aeroporto de Lisboa será o Campo de Tiro de Alcochete, abrangendo uma área situada nos concelhos de Benavente e do Montijo.

“A easyJet congratula o facto de finalmente ter sido tomada uma decisão sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa”, afirma a easyjet numa reação enviada ao ECO. Mas não se compromete em relação a voar para o Campo de Tiro de Alcochete. “Com esta decisão, por agora, continuaremos a operar de e para a Portela como habitualmente e consideraremos as nossas opções para o futuro“, afirma.

A questão mais premente continua a ser a Portela, onde a companhia britânica tem uma quota de 11% (idêntica à da Ryanair), segundo os últimos dados da ANAC, referentes ao segundo trimestre de 2023. “A nossa preocupação a curto prazo continua a ser a melhoria da operação no Aeroporto Humberto Delgado – Portela, onde é necessário que se consiga ter uma operação pontual para benefício da experiência do passageiro”.

Além da escolha do Campo de Tiro de Alcochete para o futuro Aeroporto de Lisboa, o Conselho de Ministros aprovou também uma resolução para o reforço da capacidade do Humberto Delgado, dos atuais 38 para 45 movimentos por hora, através de novos investimentos na pista e terminais. Um incremento que permitirá elevar o número anual de passageiros de 33,6 milhões para entre 40 e 45 milhões.

O Executivo liderado por Luís Montenegro defendeu também o encerramento da Portela quando o Humberto Delgado estiver operacional.

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Efacec e Parvalorem prejudicaram contas públicas em 0,4% do PIB

O CFP contabiliza que o excedente apurado em contas nacionais, na ótica dos compromissos e o que o interessa a Bruxelas, foi “praticamente metade do registado em contabilidade orçamental pública".

As injeções de capital do Estado na Efacec e as verbas não recuperadas da Parvalorem prejudicaram as contas públicas em 0,4% do PIB, revela o Conselho das Finanças Públicas no relatório sobre a evolução orçamental das Administrações Públicas em 2023, publicado esta quarta-feira. Mas este impacto negativo acabou por ser compensado pelos rendimentos dos fundos de pensões e a reclassificação das Parcerias Público-Privadas.

Em 2023, Portugal teve um excedente de 1,2% do PIB “corolário de uma trajetória de correção das finanças públicas que permitiu eliminar o desequilíbrio orçamental provocado em 2020 pela crise pandémica, elevou a margem face ao limite máximo de 3% do PIB para o défice estabelecido pelo Tratado de Funcionamento da União Europeia”, sublinha o organismo liderado por Nazaré da Costa Cabral, considerando que a política orçamental o ano passado foi restritiva, num contexto de eliminação progressiva dos estímulos orçamentais e de aumento do impulso conferido pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

“Em 2023, no contexto de melhoria da conjuntura económica, e apesar do impulso orçamental conferido pelo PRR ter imprimido à economia um estímulo direto equivalente a 0,3 pontos percentuais do PIB, o efeito de eliminação progressiva dos estímulos orçamentais, ao contribuir para a variação positiva do saldo primário estrutural em 1,7 pontos percentuais do PIB potencial, sugere uma postura restritiva da política orçamental”, sustenta o CFP.

O CFP contabiliza ainda que o excedente apurado em contas nacionais, na ótica dos compromissos e o que o interessa a Bruxelas, foi “praticamente metade do registado em contabilidade orçamental pública”, ou seja, na ótica de caixa. “O resultado de execução registado na ótica da contabilidade orçamental pública correspondeu a um excedente equivalente a 2,3% do PIB, superior em 1,1 p.p. ao apurado na ótica da contabilidade nacional (1,2% do PIB)”, lê-se no relatório.

Estes ajustamentos são explicados por diversas operações, nomeadamente “as injeções de capital do Estado na Efacec e as perdas adicionais de créditos não passíveis de recuperação da Parvalorem” que foram “compensados pelos rendimentos decorrentes das transferências verificadas no passado de vários Fundos de Pensões, pelas correções relativas a Parcerias Público-Privadas reclassificadas no passado no setor das AP e pelas reposições não abatidas aos pagamentos”.

os ajustamentos caixa-compromissos da CGA também tiveram um contributo negativo correspondente a 1,1% do PIB. O CFP explica ainda que “à luz das regras do SEC 2010, a receita proveniente da transferência do fundo de pensões do pessoal da CGD para a CGA não foi contabilizada como receita, mas antes como um adiantamento, ou seja, uma operação financeira, sem impacto no saldo em contas nacionais. A sua contabilização como receita em contas nacionais realiza-se à medida que, ao longo dos anos, se proceder ao pagamento das pensões”.

O INE, nos destaques sobre o Procedimento dos Défices Excessivos e dos principais agregados das Administrações Públicas, em março, já identificava que a reprivatização da Efacec teve um impacto líquido de 166,2 milhões de euros e o registo de perdas adicionais de créditos não passíveis de recuperação detidos pela Parvalorem de 915,9 milhões de euros.

Estas duas injeções de capital, a que acrescem a conversão de ativos por impostos diferidos (DTA) do Novo Banco em crédito tributário reembolsável (117 milhões de euros) e ainda o registo de uma sentença do Supremo Tribunal Administrativo, que determinou o pagamento de 227,6 milhões de euros pelo Estado à EDP, como devolução do montante pago em 2009 pelos direitos de exploração da concessão da barragem do Fridão, cuja construção não ocorreu, penalizaram as contas públicas, em 2023, em 0,53% do PIB, ou seja 1,42 mil milhões de euros.

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