ECO da Campanha: guerra entre BE e Chega ou “piada de mau gosto”

Um post de um bloquista a pedir a anulação de votos na AD e no Chega levou Ventura a suspeitar de fraude eleitoral. Mortágua admitiu o erro, mas chamou o líder do partido de aprendiz de Bolsonaro.

Arrancou a segunda e última semana de campanha para as legislativas de 10 de março. Entre comícios e arruadas, os líderes partidários andam de norte a sul a tentar conquistar os indecisos. Pedro Nuno Santos e Luís Montenegro lançaram-se num claro apelo ao voto útil. Rui Rocha foi a S. João da Madeira, terra do secretário-geral do PS, pressionar o PSD a baixar ainda mais os impostos, caso vença as eleições. E André Ventura voltou ao tema da prisão perpétua para “terroristas, violadores e homicidas”.

Mas o tema que marcou o dia foi o embate entre Bloco de Esquerda e Chega, com Ventura a acusar o BE de suspeita fraude eleitoral. Mariana Mortágua ripostou e chamou o presidente do partido de extrema-direita de “aprendiz de Bolsonaro”.

Tema quente

Guerra entre BE e Chega sobre suspeita de fraude eleitoral

Tudo começou com um post na rede social X (ex-Twitter) de um militante do BE: “Mesas de voto here we gooo. Votos na AD e no Chega serão considerados nulos”. A mensagem, que entretanto já foi apagada, serviu para André Ventura acusar o partido de Mariana Mortágua de fraude eleitoral, alimentando assim as suspeitas que o líder do Chega vem lançando, nos últimos dias, nomeadamente sobre os votos dos emigrantes. “Isto faz mal à democracia”, atirou o líder de extrema-direita.

O presidente do Chega, André Ventura, durante uma ação de campanha para as eleições legislativas de 10 de março, em Santarém. ANTÓNIO COTRIM/LUSAANTÓNIO COTRIM/LUSA

O BE reconheceu de imediato o erro e a gravidade da situação, tendo em conta que o autor do post iria participar nas mesas de voto como escrutinador, no próximo dia 10 de março.

A coordenadora do BE referiu-se ao episódio como uma “piada de mau gosto” que “não devia ter acontecido”, revelando que o partido já tinha afastado o militante em causa da mesa de voto. Mas também fez mira a André Ventura, acusando-o de “aprendiz de Bolsonaro” ao usar um episódio para ilustrar o que diz ser uma tentativa em curso de “desvirtuamento” do processo eleitoral. Isto era inédito “antes de Bolsonaro o ter feito no Brasil e Trump nos Estados Unidos”, continuou Mortágua. E voltou a disparar: “A extrema-direita não tem pejo em lançar suspeitas sobre processos democráticos. Não gostam, não os respeitam”.

Entretanto, a Comissão Nacional de Eleições (CNE) revelou que vai “analisar esse assunto”. “Em função da informação disponível e dos factos que tivermos, ponderaremos [abrir investigação], mas ainda não foi apreciado”, disse à Lusa o porta-voz da CNE, Fernando Anastácio, que foi deputado do PS. O responsável acrescentou que o caso será avaliado numa das próximas reuniões da CNE.

A coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, usa da palavra num comício do Bloco de Esquerda, na Reitoria da Universidade de Lisboa, em Lisboa, 3 de março de 2024. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSAJOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

A figura

José Ribau Esteves

O presidente social-democrata da Câmara de Aveiro e ex-apoiante de Rui Rio e depois de Paulo Rangel para a liderança do PSD, manifestou mais uma vez a sua oposição interna a Luís Montenegro. Na última semana de campanha eleitoral, em vez de dar uma palavra de apoio ao presidente do PSD e líder da AD, preferiu elogiar o socialista e ainda ministro das Finanças, Fernando Medina, por ter “desbloqueado” a transferência para o município da antiga lota. E anunciou que vai tentar junto do próximo Governo que a operação seja feita sem custos.

Jose Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro.Ricardo Castelo

A frase

“Eu se quiser resposta direta de Luís Montenegro, tenho o número dele e posso telefonar. Estou a falar em nome de famílias que precisam de ter um alívio.”

Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal

A surpresa

Luís Montenegro

Na reta final da campanha, o líder da Aliança Democrática (AD), coligação que junta PSD, CDS e PPM, Luís Montenegro, tropeçou na armadilha da Iniciativa Liberal que o acusou de chantagear os indecisos com o apelo ao voto útil.

Eu não vou pedir nenhuma maioria [absoluta], vou pedir votos, lutarei voto a voto para ter o maior número de votos”, respondeu Montenegro à pressão da IL, numa ação de campanha em Chaves. É verdade que já repetiu várias vezes que não faz acordos com o Chega, mas mantém-se em silêncio sobre uma eventual viabilização de um Governo minoritário do PS. A frase não deve ter caído bem no seio da coligação, porque logo a seguir, o presidente do PSD atirou: “Está em marcha uma vitória inequívoca da Aliança Democrática no próximo domingo”.

Prova dos 9

“O Chega não entregou à Entidade das Contas os dados que devia ter entregado, obrigatórios por lei para todos os partidos.”

Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda

André Ventura acusou o BE de suspeita de fraude eleitoral, denunciando um post de um militante do BE na rede social X a pedir a anulação dos votos na AD e do Chega. Em contra-ataque, a líder bloquista atirou: “O Chega não entregou à Entidade das Contas os dados que devia ter entregado, obrigatórios por lei para todos os partidos.”

A afirmação está certa ou errada? A Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP), que funciona junto do Tribunal Constitucional, encontrou indícios de “incumprimento da lei dos donativos” e “eventuais financiamentos proibidos” nas contas do Chega de 2019, ano da fundação do partido que deixou de entregar listas de donativos nos anos mais recentes (2021 e 2022), segundo uma investigação da TVI/CNNPortugal.

Nuns casos, os extratos bancários revelam apenas um nome, mas noutros nem isso. Em causa estão, por exemplo, os dois maiores donativos ao Chega nesse ano (4.300 e 5.000 euros). Dos 21 mil euros doados ao Chega em 2019, mais de metade não tem nome nos extratos bancários.

O relatório enviado pela ECFP ao partido, em junho de 2023, indica que “as situações referidas impedem a verificação da origem da receita, comprometendo a fiscalização de eventuais financiamentos proibidos”. “Notifique-se o partido para identificar a origem dos donativos, indicando nome e outro elemento identificador (cartão de cidadão ou NIF). Sem estes elementos, não se pode excluir a possibilidade de financiamentos proibidos, a investigar imperativamente pelo detentor da ação penal”, de acordo com a mesma notícia.

A lei de financiamento dos partidos políticos e das campanhas eleitorais determina a proibição de donativos sem a identificação do autor: “Os partidos políticos não podem receber donativos anónimos”.

Por isso, a afirmação da coordenadora do BE está correta.

Conclusão: Certo.

 

Norte-Sul

Pedro Nuno Santos arrancou o primeiro dia da última semana de campanha a andar de comboio, fazendo uma viagem entre Marco de Canaveses e a estação de Campanhã. Já Montenegro andou pelo norte, passando por Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vila Real.

Rui Rocha esteve em São João da Madeira, de onde é natural Pedro Nuno Santos, bem como em Leiria. Mais abaixo encontrava-se André Ventura, cuja campanha contou com ações em Santarém e Portalegre.

À esquerda, Paulo Raimundo esteve em campanha em Coimbra, Matosinhos e Santo Tirso, enquanto os restantes estavam abaixo do Tejo. Mariana Mortágua centrou a campanha em Setúbal, enquanto Inês de Sousa Real e Rui Tavares começaram o dia em Almada, seguindo depois para Seixal e Sesimbra, respetivamente.

Amanhã, o PS, BE, PAN e Livre ficam por Lisboa, sendo que Pedro Nuno Santos segue depois para Setúbal, Mortágua para Aveiro e Inês Sousa Real para Santarém, onde estará a CDU. Já o Chega passa o dia em Évora e a IL em Setúbal. Luís Montenegro, por sua vez, começa o dia em Aveiro e à tarde irá para Alcobaça e Caldas da Rainha.

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Patrões já levantaram 613 mil euros do Fundo de Compensação do Trabalho

Dos 600 mil euros já resgatados do Fundo de Compensação do Trabalho pelos empregadores, 86% destina-se à formação dos trabalhadores. Verbas servem também para apoiar habitação e equipamentos sociais.

Em menos de 15 dias, as empresas portuguesas já resgataram mais de 600 mil euros do Fundo de Compensação do Trabalho (FCT). De acordo com os dados avançados ao ECO pelo Ministério do Trabalho, a maioria das verbas resgatadas pelos empregadores servirá para apoiar a formação dos trabalhadores. O dinheiro solicitado em fevereiro será pago a 8 de março.

“Desde o dia 15 de fevereiro que é possível requerer o resgate do FCT para financiar e apoiar a habitação dos trabalhadores, financiar e custear equipamentos sociais para os trabalhadores, nomeadamente creche ou refeitório, assim como promover a formação dos trabalhadores. No total, já foram resgatados 613 mil euros do FCT“, informa o gabinete de Ana Mendes Godinho, em respostas enviadas ao ECO.

As transferências das verbas para os empregadores ocorrem no dia 8 do mês seguinte em que é efetuado o pedido de resgate, ou seja, a transferência das verbas requeridas em fevereiro ocorrerá no dia 8 de março”, indica também o Ministério do Trabalho.

Criado durante o período da troika, o FCT vinha sendo alimentado por descontos mensais feitos pelos empregadores, com vista a cobrir uma parte das compensações por despedimento.

O acordo de rendimentos assinado na Concertação Social veio, contudo, ditar o fim dessas contribuições — que cessaram em maio do ano passado, com a entrada em vigor da Agenda do Trabalho Digno — e a reconversão do fundo, cujas verbas passam a poder ser usadas para os fins já referidos.

Ora, a expectativa inicial era de que a mobilização desse dinheiro começasse no último trimestre de 2023, mas a legislação só entrou em vigor em janeiro deste ano e a plataforma online só ficou pronta a meio de fevereiro, altura em que os patrões começaram, portanto, a levantar as verbas.

No total, há mais de 600 milhões de euros depositados no FCT, dos quais 613 mil euros já foram levantados com base em 193 pedidos de empregadores, relativos a 4.911 trabalhadores.

Desses 613 mil euros, 86% (cerca de 527 mil euros) destinam-se à formação dos trabalhadores. Por outro lado, 8,8% (54 mil euros) vão servir para equipamentos sociais. E 5,2% (32 mil euros) para habitação.

Importa explicar que os trabalhadores continuam a ter direito a ser compensação, caso sejam despedidos. A compensação por cessação do contrato de trabalho será garantida pelo referido Fundo de Garantia de Compensação do Trabalho.

Atualizada às 18h05

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Receita do imposto sobre o jogo online aumenta 28% em 2023

  • Lusa
  • 4 Março 2024

Cada jogador gasta, em média, o equivalente a cerca de 2,5 euros por dia e apenas 6% gasta mais do que 100 euros por mês.

A receita do Imposto Especial de Jogo Online (IEJO) ascendeu a 268 milhões de euros em 2023, subindo 28,3% face a 2022, com o gasto médio diário por jogador a rondar os 2,5 euros. Em comunicado, a Associação Portuguesa de Apostas e Jogos Online (APAJO) refere que parte das receitas do IEJO, num “valor recorde” de cerca de 51 milhões de euros, foi canalizada para financiamento das federações desportivas.

Dos 268 milhões de receita de IEJO em 2023, 81,4 milhões de euros foram registados no quarto trimestre de 2023, o que reflete uma subida homóloga de 16,4%, segundo o relatório trimestral agora divulgado. Neste último trimestre do ano passado, a receita bruta do jogo online atingiu os 227,4 milhões de euros, um valor que revela alguma desaceleração face a registos anteriores. De referir que no mesmo trimestre de 2022, a receita tinha sido de 195,3 milhões de euros, o que se traduziu num crescimento de 39,7%.

Para Ricardo Domingues, presidente da APAJO, a evolução da receita revela que o jogo online em Portugal “está a atingir uma fase de maturidade, tal como todo o setor do entretenimento digital”, sublinhando que o quarto trimestre de 2023 teve “o menor crescimento percentual homólogo desde o lançamento do mercado regulado”.

Os dados agora divulgados indicam ainda que cada jogador gasta, em média, o equivalente a cerca de 2,5 euros por dia, valor em linha com um estudo desenvolvido pela Aximage para a APAJO, em julho de 2023, que apontava que 77,6% dos jogadores online despendesse até 50 euros por mês. De acordo com o mesmo estudo apenas 6% gasta mais do que 100 euros por mês.

Para o presidente da APAJO, “a generalidade do consumidor de jogo online em Portugal tem um nível de dispêndio com o jogo online em linha com o razoável para um produto de entretenimento”. Ainda assim, salienta Ricardo Domingues, o setor está em diálogo com a comunidade científica e técnica, para além do Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos e stakeholders políticos, “para encontrar os melhores caminhos de proteção para os jogadores que poderão vir a manifestar comportamentos problemáticos” afirmou Ricardo Domingues.

Em comunicado, a APAJO refere que as ferramentas já disponíveis no jogo licenciado em Portugal “têm vindo a cumprir o seu papel, nomeadamente as autoexclusões que acontecem essencialmente nos sites e aplicações dos operadores”. Salienta ainda que a APAJO tem estado a desenvolver várias iniciativas de prevenção de comportamentos aditivos ligados ao jogo e a monitorizar as atividades de jogo ilegal, que em Portugal geram uma perda de pelo menos 100 milhões de euros em impostos.

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Obra do metrobus do Porto corta acesso da Boavista à rua António José da Costa

  • Lusa
  • 4 Março 2024

"Devido às obras de construção do metrobus, o acesso da Avenida da Boavista à Rua António José da Costa está interdito até 12 de abril", avisa o Metro do Porto.

A obra do metrobus do Porto vai obrigar ao corte do acesso da Avenida da Boavista à rua António José da Costa até dia 12 de abril, de acordo com uma nota publicada esta segunda-feira pela Metro do Porto. “Devido às obras de construção do metrobus, o acesso da Avenida da Boavista à Rua António José da Costa está interdito até 12 de abril”, pode ler-se numa nota publicada no site da Metro do Porto dedicado às novas linhas em construção.

A transportadora refere que até ao dia 12 de abril, “os automobilistas que pretendam dirigir-se a esta rua devem seguir pelas ruas António Cardoso e António Patrício”.

“Durante esta intervenção, será sempre possível aceder às garagens, habitações e estabelecimentos, bem como estacionar na rua António José da Costa”, assegura a Metro do Porto, responsável pela obra do metrobus, autocarro a hidrogénio que circulará numa via dedicada na Avenida da Boavista e em conjunto com os automóveis na Avenida Marechal Gomes da Costa. O novo serviço da Metro do Porto ligará a Casa da Música à Praça do Império (em 12 minutos) e à Anémona (em 17) este ano.

As obras da primeira fase arrancaram no final de janeiro de 2023, estando previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Praça Cidade do Salvador (Anémona).

Os veículos do serviço, autocarros a hidrogénio semelhantes aos do metro convencional, serão construídos pelo consórcio que integra a CaetanoBus e a DST Solar, num contrato adjudicado por 29,5 milhões de euros. Inicialmente, o projeto do metrobus estava previsto apenas até à Praça do Império, mas como o valor da adjudicação (25 milhões de euros) ficou abaixo dos 66 milhões de euros, o Governo decidiu fazer uma extensão do serviço até à Praça Cidade do Salvador, conhecida como Anémona, em Matosinhos.

O metrobus do Porto vai ficar 10 milhões de euros mais caro do que os 66 milhões inicialmente previstos, segundo uma resolução do Governo publicada em 17 de novembro. O investimento inicialmente previsto para o metrobus, de 66 milhões de euros, é totalmente financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e os 10 milhões adicionais poderão ser também financiados pelo PRR, pelo Fundo Ambiental ou pelo Orçamento do Estado.

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5G estava em todos os concelhos e em 69% das freguesias no final de dezembro

  • Lusa
  • 4 Março 2024

Do terceiro trimestre de 2023 para o quarto registou-se um aumento de 9% das estações base 5G instaladas, o corresponde a 701 novas.

A tecnologia 5G chegava “a todos os concelhos” de Portugal e a “69% das freguesias” no final do ano passado, de acordo com dados divulgados esta segunda-feira pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom).

No final de 2023, “de acordo com a informação reportada pelos operadores à Anacom, o número de estações de base instaladas no território nacional com tecnologia 5G ascendia a 8.927 estações”, o que representava “um acréscimo de 53% do número de estações face ao reportado no final de 2022, refere o regulador, em informação disponível no seu site.

Do terceiro trimestre de 2023 para o quarto registou-se um aumento de 9% das estações base 5G instaladas, o corresponde a 701 novas. Já o número de freguesias com estações de base 5G aumentou 11%, sendo que nas freguesias de baixa densidade a subida foi de 21% (correspondendo a 200 novas freguesias) e nas regiões autónomas o crescimento foi de 5% (sete novas freguesias).

As 8.927 estações de base 5G instaladas em Portugal estão presentes em “2.136, o que representa 69%” do total do país. De acordo com a Anacom, a “NoS mantém-se como o operador que instalou mais estações de base 5G, sendo seguida pela Vodafone e pela Meo”, da Altice Portugal. No que respeita à variação do número de estações instaladas por operador face ao trimestre anterior, a NOS cresceu 9% (+ 346 estações), a Vodafone 10% (+ 283 estações) e a Meo 5% (+ 72 estações).

“A densidade de estações de base 5G em Portugal, no final do quarto trimestre de 2023, é de aproximadamente uma estação de base por cada 10 quilómetros quadrados” e, “em termos médios, constata-se que existem 85 estações de base 5G por 100.000 habitantes”, adianta o regulador.

“Se, por um lado, estes indicadores vêm comprovar o crescimento das redes 5G em Portugal, por outro releva-se que não existe uma distribuição homogénea ao longo do território, verificando-se que é ao longo da faixa litoral ocidental, principalmente entre Viana do Castelo e Setúbal, e da faixa litoral meridional (Algarve), que a concentração do número de estações é maior”, aponta a Anacom.

Numa análise global, “as zonas do país onde a densidade de estações é superior correspondem também àquelas onde a densidade populacional é mais elevada ou onde existe uma sazonalidade do número de habitantes”, sendo a operadora da Altice Portugal aquela que “apresenta estações de base 5G num maior número de concelhos, 305, seguindo-se a NOS, com a presença em 303 concelhos, e a Vodafone, em 301 concelhos”.

Dos 308 concelhos (que é a totalidade do país) onde existem estações 5G, “296 dispõem de estações de base instaladas por três operadores (Meo, Nos e Vodafone)”. Face ao trimestre anterior, “são mais 20 concelhos que contam com a presença dos três operadores móveis com rede própria”. Entretanto, “o número de concelhos que dispõem de estações de base instaladas por dois operadores é nove e o número de concelhos que apenas dispõem de estações de base instaladas por um único operador é de três (face a 13 no trimestre anterior)”.

Tomando como referência o final de dezembro, “a NOS é o operador que instalou um maior número de estações de base 5G, num total de 4.235 estações (47%), seguindo-se a Vodafone com 3.233 estações (36%) e a Meo com 1.459 estações (16%)”.

Além disso, “verifica-se que uma expressiva maioria das estações 5G (57% do total, correspondendo a 5.081 estações) localiza-se em Áreas Predominantemente Urbanas (…), cerca de 16% (1.385 estações) estão instaladas em Áreas Mediamente Urbanas e 28% (2.461 estações) em Áreas Predominantemente Rurais, representando um aumento das estações nestes dois últimos tipos de áreas desde o final do terceiro trimestre” do ano passado.

Atendendo às características das redes móveis 5G – que se antecipa que venham a ter um grau de densidade de antenas relativamente elevado, por comparação com tecnologias anteriores – é expectável que continue a existir um ritmo relevante de investimento na instalação de mais estações de base, com vista ao reforço da cobertura e da capacidade das redes”, conclui o regulador.

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Polónia critica Hungria e Eslováquia por “convívio” com Rússia

  • Lusa
  • 4 Março 2024

"Os colegas de Bratislava e Budapeste provam mais uma vez que as nossas opiniões sobre determinadas questões são demasiado diferentes", afirma o primeiro-ministro polaco.

O primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, criticou esta segunda-feira os ministros dos Negócios Estrangeiros húngaro e eslovaco por se terem encontrado com o homólogo russo, Serguei Lavrov, durante um fórum regional na Turquia. Tusk afirmou que o encontro com Lavrov no mesmo dia em que o líder da oposição russa, Alexei Navalny, foi enterrado em Moscovo não era apenas “uma expressão de bom ou mau gosto”.

“A questão do banquete no dia do funeral de Alexei Navalny (…) é apenas mais um sinal do Governo húngaro, que consideramos difícil de aceitar por razões morais e políticas”, afirmou Tusk numa conferência de imprensa em Vílnius. Os ministros húngaro Peter Szijjarto e eslovaco Juraj Blanár encontraram-se com Lavrov na sexta-feira, durante o Fórum Diplomático de Antalya.

Szijjarto divulgou pormenores do jantar nas redes sociais. “Os colegas de Bratislava e Budapeste provam mais uma vez que as nossas opiniões sobre determinadas questões são demasiado diferentes”, afirmou Tusk, citado pela agência norte-americana AP. “Certamente no que diz respeito à atitude em relação à Rússia e ao ataque à Ucrânia”, acrescentou.

A primeira-ministra lituana, Ingrida Simonyte, que se reuniu com Tusk, descreveu o encontro com Lavrov como “uma escolha lamentável”. Os países da Europa Central estão divididos em relação à guerra russa contra a Ucrânia e à forma de resolver o conflito. Enquanto a Polónia e a República Checa estão unidas num apoio firme à Ucrânia, incluindo o fornecimento de armas, a Hungria e a Eslováquia têm opiniões muito diferentes.

A guerra começou em 24 de fevereiro de 2022, quando a Rússia invadiu a Ucrânia. As autoridades ucranianas têm manifestado o receio de que o apoio dos aliados ocidentais possa esmorecer com divisões e com o passar do tempo. Alexei Navalny morreu em 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos de prisão. As autoridades russas disseram que a morte do opositor do regime se deveu a causas naturais.

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Centros comerciais lançam campanha de apelo ao voto

  • + M
  • 4 Março 2024

Esta iniciativa insere-se na política de proximidade e de responsabilidade social dos centros comerciais, que utilizam os seus espaços para apelar à consciência cívica dos visitantes.

“O seu voto é a sua voz. Vote.” é o mote da campanha de sensibilização para a importância do voto que os associados da Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) estão a promover nos seus espaços.

A iniciativa resulta de uma parceria entre a APCC e a Comissão Nacional de Eleições, para o desenvolvimento de uma campanha que visa a sensibilização para a importância dos cidadãos votarem nas eleições legislativas do próximo dia 10 de março. No âmbito desta campanha, a APCC, através dos associados que aderiram à iniciativa, disponibiliza vários suportes de comunicação dos Centros Comerciais, incluindo suportes digitais, para promover a importância do voto.

Não deixe que outros falem por si, venha exercer o seu direito de voto”, é outra das mensagens, com a qual a CNE e a associação, que representa espaços que por ano recebem cerca de 475 milhões de visitas, pretendem frisar que o voto é um direito e um dever de qualquer cidadão recenseado:

A iniciativa insere-se na política de proximidade e de responsabilidade social dos centros comerciais, que utilizam os seus espaços para apelar à consciência cívica dos cidadãos.

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Conheça o novo governo regional dos Açores liderado por Bolieiro

  • Lusa
  • 4 Março 2024

O XIV Governo Regional tem agora até 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu Programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura.

O novo Governo Regional dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM), presidido pelo social-democrata José Manuel Bolieiro, tomou posse esta segudnda-feira perante a Assembleia Legislativa da região, na cidade da Horta, na ilha do Faial. A cerimónia começou pelas 15:00 locais (16:00 em Lisboa) e, entre os vários convidados, encontrava-se o representante da República na região, Pedro Catarino.

Com a entrada em funções, o XIV Governo Regional tem agora até 10 dias para entregar, no parlamento regional, o seu Programa, documento que contém as principais orientações políticas e as medidas a propor para a legislatura. O novo executivo liderado por José Manuel Bolieiro (no cargo desde o final de 2020) integra nove secretarias regionais, além da Presidência e da Vice-presidência. O XIII Governo tinha oito secretarias e uma subsecretaria.

O líder do CDS-PP no arquipélago, Artur Lima, continua como vice-presidente e o líder do PPM/Açores, Paulo Estêvão, integra o executivo pela primeira vez, como secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades. Paulo Estêvão, deputado eleito pelo círculo eleitoral da ilha do Corvo, ocupava a liderança do grupo parlamentar do PPM no parlamento açoriano. O novo secretário Regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades é professor e deputado regional desde 2008.

Outra das novidades do executivo é a entrada de Mário Rui Pinho, que ocupava o cargo de diretor regional de Políticas Marítimas, para secretário regional do Mar e Pescas, substituindo Manuel São João. O novo Governo dos Açores, que mantém nos cargos oito elementos do anterior, não tem nenhuma subsecretaria, mas o anterior tinha Pedro de Faria e Castro como subsecretário regional da Presidência.

O vice-presidente Artur Lima (CDS-PP) deixou de ter as pastas da Segurança Social e Habitação, mantém a Ciência e Tecnologia, e passa a tutelar também a Cooperação Externa e Económica e as Comunicações e Transição Digital (que transitam da presidência). A secretária regional da Saúde, Mónica Seidi, acumula a pasta da Segurança Social e deixa de tutelar o Desporto, que transita para a secretária da Educação e Cultura, Sofia Ribeiro.

Já a secretária regional da Juventude e Emprego, Maria João Carreiro, passa a tutelar também a área da Habitação.

Em 4 de fevereiro, a coligação PSD/CDS-PP/PPM venceu as regionais com 43,56% dos votos e elegeu 26 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa, precisando de mais três para ter maioria absoluta. O PS, que elegeu 23 deputados, e o BE, que elegeu um, já anunciaram que votariam contra o Programa do Governo da coligação. O Chega, que elegeu cinco deputados, fez depender o seu voto do conteúdo do programa e da composição do executivo, e IL e PAN, que elegeram um deputado cada, remeteram a decisão para depois de conhecerem o documento.

Segundo o Estatuto Político-Administrativo dos Açores, a rejeição do Programa do Governo implica uma maioria absoluta. As eleições regionais nos Açores foram antecipadas para fevereiro na sequência do chumbo do Orçamento para 2024, com os votos contra de PS, BE e IL e a abstenção de Chega e PAN. No dia 22 de fevereiro tomaram posse os novos 57 deputados eleitos nas regionais e o social-democrata Luís Garcia foi reeleito presidente da Assembleia Legislativa.

A lista completa dos elementos que integram o XIV Governo dos Açores é a seguinte:

  • Presidente do Governo Regional – José Manuel Bolieiro (PSD)
  • Vice-presidente do Governo Regional – Artur Lima (CDS-PP)
  • Secretário regional das Finanças, Planeamento e Administração Pública – Duarte Freitas (PSD)
  • Secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Comunidades – Paulo Estêvão (PPM)
  • Secretária regional da Educação, Cultura e Desporto – Sofia Ribeiro (PSD)
  • Secretária regional da Saúde e Segurança Social – Mónica Seidi (PSD)
  • Secretário regional da Agricultura e Alimentação – António Ventura (PSD)
  • Secretário regional do Mar e Pescas — Mário Rui Pinho (PSD)
  • Secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas – Berta Cabral (PSD)
  • Secretária regional da Juventude, Habitação e Emprego – Maria João Carreiro (independente)
  • Secretário regional do Ambiente e Ação Climática – Alonso Miguel (CDS-PP)

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Granter.ai quer ajudar PME a aceder a fundos europeus e prepara ronda de financiamento

A startup quer levantar 1,5 milhões de euros para impulsionar internacionalização. Espanha e, mais tarde, Alemanha e Itália são os mercados na mira.

A Granter.ai acaba de lançar uma plataforma que através da Inteligência Artificial (IA) quer ligar pequenas e médias empresas (PME) a potenciais oportunidades de financiamento de fundos europeus. A startup está a preparar uma ronda de financiamento de 1,5 milhões, sabe o ECO. Espanha, Alemanha e Itália são alguns mercados na mira da tecnológica nacional.

“Falámos com mais de uma centena de empresas portuguesas. Enquanto algumas, em particular as maiores, têm recursos dedicados para tratar da burocracia, a maioria não tem. Para além disso, muitas nem sabem se são elegíveis ou veem-se obrigadas a recorrer a consultores que têm um custo elevado, o que torna este benefício inacessível para as empresas mais pequenas. Através da Granter.ai, queremos reafirmar o verdadeiro propósito das grants – apoiar a inovação e o crescimento económico”, diz Bernardo Seixas, CEO da Granter.ai.

A solução da startup tem como objetivo reduzir a burocracia e custos associadas aos métodos de consultoria tradicionais nas candidaturas aos fundos europeus, “podendo custar metade e, em candidaturas específicas, apenas um terço do valor praticado”, refere em comunicado.

Os utilizadores têm de criar uma conta na plataforma, responder a algumas questões sobre a empresa e, a partir daí, a ferramenta de IA analisa todas as bases de dados nacionais e europeias, indicando “as oportunidades de financiamento que mais se adequam ao perfil da empresa” e gerando “uma candidatura direcionada para a oportunidade selecionada pelo utilizador“. O Portugal 2030, Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), Horizonte Europa e European Innovation Council (EIC) são alguns dos programas aos quais a Granter.ai facilita o acesso.

Ainda em versão private-beta, a plataforma já contava com um total de 315 empresas inscritas e contabiliza 4,6 milhões de euros emgrants(subvenções) pedidas por empresas, informa a startup.

“O recurso à IA pode ser um grande aliado, principalmente em processos morosos e complexos, que acabavam por impedir muitos empreendedores de avançar com uma candidatura e, em alguns casos, de executar excelentes projetos. Nesse sentido, pretendemos romper com esta realidade e possibilitar que as PME consigam, finalmente, receber a ajuda de que necessitam de forma eficiente”, afirma Bernardo Tavares, CTO da Granter.ai, citado em comunicado.

Com uma equipa de quatro pessoas, a Granter.ai está a “levantar uma ronda de capital para conseguirem levar a sua tecnologia para outros mercados europeus”. Ao ECO fonte oficial da empresa adianta que a startup quer levantar 1,5 milhões de euros.

E em relação aos mercados de internacionalização? Na mira estão os “mercados espanhol e, mais tarde, mercados de maior dimensão como o alemão ou italiano.”

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Relações Rússia-EUA “muito piores” que na crise dos mísseis de Cuba, diz Medvedev

  • Lusa
  • 4 Março 2024

"Direi algo amargo: a situação hoje é muito pior que em 1962", defendeu Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo.

O ex-presidente russo Dimitri Medvedev afirmou esta segunda-feira que as relações entre Moscovo e Washington são agora “muito piores” que em 1962, quando a crise dos mísseis de Cuba esteve prestes a desencadear um conflito nuclear em plena Guerra Fria.

“Direi algo amargo: a situação hoje é muito pior que em 1962”, defendeu Medvedev, atual vice-presidente do Conselho de Segurança russo, que acredita estar a ser travada “uma guerra em toda a linha contra a Rússia”, com armamento norte-americano e a participação de “forças especiais e conselheiros norte-americanos”, noticiou a agência de notícias russa TASS.

De acordo com o dirigente russo, as potências ocidentais, lideradas por Washington, estão a tentar levar a cabo “intervenções geopolíticas” contra a Rússia. “Primeiro na Geórgia, depois na Ucrânia, estamos a observar tentativas semelhantes na Moldova e nos países da Ásia Central”, indicou o ex-presidente russo.

“Felizmente, as autoridades dos Estados da Ásia Central mostram contenção e sabedoria, entendem tudo perfeitamente e, com bastante visão de futuro, não querem seguir o exemplo dos renegados corruptos que se alimentam de bolos podres da mão suja do Departamento de Estado” norte-americano, observou.

Embora Medvedev considere que “o Leste é um assunto delicado”, elogiou o facto de os países da região “não quebrarem nem cederem sob a mais forte pressão do Ocidente” e se concentrarem em consolidar as relações com “a grande Eurásia”, em vez de com uma “Europa dependente”.

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Prime Video lança série sobre Rui Nabeiro

  • + M
  • 4 Março 2024

Sr. Rui, protagonizada por José Raposo, chega à plataforma de streaming no dia 20, através de uma minissérie de dois episódios. A série é realizada por Leonel Viera

A história de Rui Nabeiro, fundador da Delta Cafés, vai ser contada pela Prime Video. Sr. Rui, protagonizada por José Raposo, chega à plataforma de streaming no dia 20, através de uma minissérie de dois episódios realizada por Leonel Vieira.

“Sr. Rui conta a história real de uma das personagens mais carismáticas do nosso país. O menino sonhador, criado no Alentejo rural nos primeiros anos de ditadura, foi também o jovem habilidoso que vingou no contrabando, o homem visionário que expandiu internacionalmente o seu pequeno negócio de café, o político que criou inimigos e se viu a braços com a justiça, o homem condecorado Comendador, por nunca esquecer que a riqueza e o poder devem servir a comunidade. O seu povo”, descreve a plataforma.

Para além de José Raposo, a série conta com Carla Andrino, Ana Guiomar, Afonso Lagarto, Sara Barradas, Marco Delgado, Luís Simões, Tiago Teotónio Pereira, Diogo Infante e Joaquim Nicolau.

A subscrição da Amazon Prime em Portugal tem um custo mensal de 4,99 euros ao mês ou 49,90 ao ano.

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Rui Pinto vai ser julgado por 242 crimes. Mas 143 crimes caíram pela lei da amnistia

Ministério Público acusou o pirata informático de 377 crimes de acesso ilegítimo, violação de correspondência e dano agravado. Mas amnistia deixa cair 134 crimes de violação de correspondência.

O hacker Rui Pinto vai a julgamento por 242 crimes. Mas, do total de 377 que constavam da acusação, 142 de violação de correspondência acabaram por cair devido à lei da amnistia pelo Governo, na sequência da vinda do Papa às Jornadas Mundiais da Juventude. Rui Pinto responderá por 201 crimes de acesso ilegítimo, 23 de violação de correspondência agravado e 18 de dano agravado.

A lei da amnistia foi aprovada no âmbito da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e entrou em vigor no início de setembro. Em causa nesta lei estão crimes e infrações praticados até 19 de junho por jovens entre 16 e 30 anos, determinando-se um perdão de um ano para todas as penas até oito anos de prisão.

Está ainda previsto um regime de amnistia para as contraordenações com coima máxima aplicável até 1.000 euros e as infrações penais cuja pena não seja superior a um ano de prisão ou 120 dias de pena de multa.

O criador do Football Leaks, Rui Pinto, conheceu esta segunda-feira a decisão instrutória do Tribunal Central de Instrução Criminal quanto ao processo em que respondia por 377 crimes, relacionado a acesso a e-mails do Benfica e de outros clubes, Liga de clubes, empresas, advogados, juízes, procuradores, Autoridade Tributária e Rede Nacional de Segurança Interna.

A procuradora Vera Camacho tinha deixado à consideração do tribunal a aplicabilidade da lei da amnistia, com a defesa a solicitar que esta possa retirar 310 dos crimes, enquanto os assistentes presentes no debate instrutório pediram que o acusado seja pronunciado por todos os 377.

João Medeiros, advogado assistente no processo em representação do Benfica, uma das entidades com caixas de correio eletrónicas acedidas pelo arguido, expressou que pugnavam “pela pronúncia da totalidade dos crimes” e irão “ponderar a circunstância de recorrer, ou não, da decisão da aplicação da lei da amnistia” a 134 dos 377 crimes.

“O arguido vai a julgamento por todos os crimes de acesso ilegítimo agravado que escapam à aplicação da lei da amnistia. Relativamente aos crimes de acesso na sua forma simples, entendemos que, em circunstâncias concretas, não se aplica a lei da amnistia. Vamos olhar e ver até que ponto a decisão contraria o nosso entendimento. Se porventura não ficarmos convencidos, recorreremos”, sublinhou João Medeiros.

Rui Pinto, que falhou o final do debate instrutório, em 2 de fevereiro, por se encontrar em França a colaborar com autoridades europeias num processo, responde por novo processo após ter sido condenado, no caso ‘Football Leaks’, em setembro do ano passado, pelo Juízo Central Criminal de Lisboa, então a quatro anos de prisão com pena suspensa, por crimes de extorsão na forma tentada, violação de correspondência agravado e acesso ilegítimo.

Em novembro de 2023, foi condenado a seis meses de prisão em França, com pena suspensa, por aceder ilegalmente a e-mails do Paris Saint-Germain.

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