O dia em direto nos mercados e na economia – 11 de janeiro

  • ECO
  • 11 Janeiro 2024

Ao longo desta quinta-feira, 11 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Os planos de Alsea, RBI, Restalia e McDonald’s para continuar a liderar a restauração organizada em 2024

  • Servimedia
  • 11 Janeiro 2024

2023 foi um ano mais do que positivo para o setor de restauração organizada, que continua a subir no ranking como um dos setores mais relevantes para a economia do nosso país.

A sua participação de mercado continua a crescer e já representa 29% do total da hotelaria espanhola (em comparação com 19% em 2016), com uma faturação de 41 bilhões de euros. Quatro grandes operadores, conhecidos como as ‘Big Four da restauração organizada’ de acordo com a revista Forbes – Alsea, RBI, Restalia e McDonald’s – são os protagonistas desse crescimento e resiliência, com uma faturação anual de mais de 4 bilhões de euros e mais de 4.000 estabelecimentos em operação.

A Restaurant Brands Iberia (RBI) acaba de assumir a liderança do seu principal concorrente, Alsea. A masterfranquia, dona de marcas como Burger King no nosso país, experimentou um crescimento espetacular nos últimos anos, com investimentos pesados em estabelecimentos próprios, levando a empresa a superar a marca de 1.120 locais em operação.

O seu objetivo é abrir seu capital na bolsa ao longo de 2024, após a aquisição do grupo investidor Cinven em 2021, um acordo milionário que tinha como desafio duplicar o tamanho da empresa na época.

No ano passado, eles investiram 150 milhões de euros para abrir 100 locais e, este ano, parece que seguirão o mesmo ritmo de expansão, com destaque para Burger King, seguido por Popeyes e Tim Hortons. Portugal também será um mercado-chave, e a empresa não descarta a possibilidade de expandir para a Itália. No entanto, o desafio da empresa é controlar sua dívida, resultado desse crescimento acelerado nos últimos anos.

A gigante mexicana Alsea acaba de perder seu trono, mas não pretende ficar para trás, com mais de 1.100 locais em operação.

Em uma entrevista recente ao ‘Cinco Días’, seu diretor-geral, José Luis Portela, prometeu abrir 400 locais em cinco anos, fortalecendo suas marcas mais emblemáticas, como Vips, Domino’s Pizza e Starbucks.

Para 2024, o grupo planeia um crescimento sustentável e ordenado para todas essas marcas, que se tornará realidade em velocidades diferentes. Como apontou Portela, o mercado espanhol, embora maduro, oferece muitas oportunidades de crescimento, pois a participação da restauração organizada em relação ao total, embora tenha-se multiplicado nos últimos anos, ainda está longe do limite atingido por outros países ainda mais desenvolvidos, como Reino Unido ou França.

O seu crescimento ocorrerá principalmente por meio de estabelecimentos próprios, mas também contarão com franqueados e testarão diversos formatos para ter presença em universidades e hospitais. Eles também irão investir em grandes núcleos turísticos.

É provável que o número atual de 1.100 locais diminua em breve, em detrimento do seu principal concorrente, RBI, com a possível venda das 55 franquias do Burger King atualmente operadas pela Alsea. Recentemente, a empresa também decidiu vender a cadeia Olé Molé, conceito de gastronomia mexicana que lançou em junho de 2019 para o grupo La Mordida, especializado em comida mexicana.

A Restalia é a única empresa espanhola de restauração organizada que faz parte das ‘Big Four’ do setor, ocupando atualmente o terceiro lugar com mais de 700 unidades de negócio.

O grupo encerrou 2023 focado no seu crescimento internacional e compromisso em promover a marca Espanha por meio de seu projeto ‘Capitais do Mundo’, com o objetivo de duplicar sua presença fora do país. Com a recente inauguração de um 100 Montaditos em Amsterdão e o anúncio de próximas aberturas em Praga e Polónia, a Restalia também possui os Estados Unidos como um mercado-chave, após várias aberturas em 2023, e a América Latina, com o México como foco principal após o lançamento da sua marca TGB no continente.

Para 2024, além de uma grande ambição na expansão internacional, a empresa promete fazer uma reviravolta com mudanças na sua marca mais conhecida, 100 Montaditos, a consolidação do TGB dentro e fora do país e o crescimento acelerado das suas marcas mais jovens, Pepe Taco e Panther, cujo crescimento foi retomado no ano passado. Além disso, parece que eles não estão satisfeitos com seu portfólio atual e há indícios de que eles vão surpreender este ano nesse sentido, sempre com a inovação como parte do seu DNA, um valor imposto pelo seu fundador, José María Capitán, desde o início. A flexibilidade dos seus formatos também continuará sendo uma prioridade para atender às necessidades dos franqueados. A Restalia consolida-se, portanto, como a empresa espanhola mais reconhecida no setor, competindo com gigantes multinacionais e grandes grupos de investidores.

Por sua vez, o McDonald’s é outra empresa icónica que faz parte das ‘Big Four’ e fecha a classificação. A empresa americana já conta com mais de 600 locais em operação no país desde a abertura do primeiro deles há 42 anos. Em 2023, eles anunciaram um investimento de 250 milhões de euros para abrir pelo menos 125 novos estabelecimentos na Espanha até 2025, o que geraria mais de 6.000 empregos em um mercado-chave para a marca.

No ano passado, eles tiveram um recorde de inaugurações, com 35 locais, e para 2024 esperam bater novamente o recorde com 36 estabelecimentos adicionais.

Este ano será muito especial para o McDonald’s Espanha, pois, pela primeira vez na história da empresa, sua convenção global anual será realizada fora dos Estados Unidos e nosso país será o anfitrião do evento. Estima-se que cerca de 14.000 participantes, entre franqueados, fornecedores e funcionários da empresa, compareçam ao evento.

Além disso, a gigante americana acabou de anunciar uma nova linha de restaurantes, CosMc’s, sua marca de cafetarias e bebidas especiais, da qual apenas um local foi aberto até agora em Illinois. Portanto, ainda não se sabe quando chegará a Espanha.

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5 coisas que vão marcar o dia

Serão conhecidos os dados definitivos da taxa de inflação relativamente a dezembro, bem como da taxa de poupança das famílias da Zona Euro. Jerónimo Martins apresenta os dados operacionais.

Esta quinta-feira, o INE divulga os dados definitivos sobre a taxa de inflação relativamente a dezembro, enquanto o Eurostat dá a conhecer as estatísticas sobre a taxa de poupança das famílias da Zona Euro. No plano empresarial, a Jerónimo Martins apresenta os dados operacionais. Vai ser apresentada a Estratégia Nacional para os semicondutores.

INE publica dados da inflação

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar os dados definitivos relativos ao índice de preço no consumidor em dezembro de 2023. De acordo com a estimativa rápida do gabinete de estatística, a inflação terá abrandado para 1,4% no mês passado. Já a inflação média anual terá ficado nos 4,3%. Serão ainda conhecidos dados sobre os índices de volume de negócios, emprego, remunerações e horas trabalhadas nos serviços relativos a novembro.

Eurostat divulga taxa de poupança das famílias

O Eurostat vai divulgar a estimativa rápida dos dados relativos às contas das famílias e das empresas referentes ao terceiro trimestre de 2023. Entre abril e junho, a taxa de poupança das famílias na Zona Euro aumentou para 14,8%, face ao período homólogo. Já a margem de lucro das empresas recuou para 40,8% nesse período.

Como evolui a operação da Jerónimo Martins?

A Jerónimo Martins vai apresentar esta quinta-feira os dados operacionais relativos ao total do ano passado. Até setembro, a dona do Pingo Doce faturou 22,5 mil milhões de euros, o que representa um disparo de 22% face ao ano passado. Já os lucros neste período subiram 33,3% para 558 milhões.

Governo apresenta na Estratégia Nacional para os Semicondutores

A Estratégia Nacional para os Semicondutores vai ser apresentada esta quinta-feira pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em colaboração com o Ministério da Economia e do Mar, a Fundação para a Ciência e Tecnologia e a Agência Nacional de Inovação. O diploma foi publicado no início da semana em Diário da República e prevê um montante máximo de 121,1 milhões de euros até 2027 para a implementação das medidas.

Continua reunião dos ministros do Emprego e Assuntos Sociais da UE

A reunião dos ministros dos Estados-membros da União Europeia (UE) responsáveis pelo Emprego e pelos Assuntos Sociais continua esta quinta-feira e termina na sexta-feira. O encontro insere-se no âmbito da presidência belga do Conselho da UE, presidida pelos vice-primeiros-ministros Pierre-Yves Dermagne, ministro da Economia e do Emprego, e Frank Vandenbroucke, ministro dos Assuntos Sociais e Saúde Pública da Bélgica, e conta com a participação do comissário europeu responsável pelos Direitos Sociais, Nicolas Schmit.

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Dona da Milaneza passa a controlar fabricante checa de massas com receitas de 70 milhões

Cerealis investe na República Checa para se tornar acionista maioritária da Europasta. Pedro Moreira da Silva assume ao ECO que crescimento nas massas “passa inevitavelmente por fusões e aquisições".

A Cerealis, uma das maiores empresas portuguesas do setor agroalimentar, detentora das marcas Milaneza, Nacional ou Napolitana, assumiu o controlo acionista da gigante Europasta depois de aumentar a sua participação de 33,33% para 58,33% no capital social desta fabricante de massas alimentícias da República Checa, com receitas de aproximadamente 70 milhões de euros.

O presidente executivo da Cerealis, Pedro Moreira da Silva, adianta ao ECO que o “principal motivo” deste novo investimento, que recusou quantificar, está “enquadrado na concretização do plano de crescimento por aquisições neste setor”. “É uma empresa que, obviamente, conhecemos bem e, por isso, a primeira peça naquela geografia”, acrescenta.

“A Cerealis está num processo de crescimento que passa por alguns investimentos para crescimento orgânico, mas que terá de passar inevitavelmente por operações de M&A [fusões e aquisições]. A Europasta é o primeiro, mas esperamos que outros se sigam”, perspetiva o responsável do grupo nortenho, que no verão de 2021 passou para as mãos do empresário Carlos Moreira da Silva e da família Silva Domingues, que detêm a BA Glass e há poucas semanas compraram um grupo industrial italiano do setor do vidro.

A Cerealis está num processo de crescimento que passa por alguns investimentos para crescimento orgânico, mas que terá de passar inevitavelmente por operações de M&A [fusões e aquisições]. A Europasta é o primeiro, mas esperamos que outros se sigam.

Pedro Moreira da Silva

CEO da Cerealis

Foi em 2010, para iniciar o processo de internacionalização e através da compra de uma quota inicial de 25% – nessa altura, a espanhola Pastas Gallo ficou com uma percentagem igual –, que o grupo sediado em Águas Santas (concelho da Maia), que soma atualmente perto de 570 trabalhadores em Portugal, entrou no capital desta congénere do leste europeu. Fundada em 2002, é líder no mercado checo e explora as marcas próprias Adriana, Zátkovy, Rosické e Ideál.

A Europasta tem dois centros de produção em território checo (Litovel e Boršov nad Vltavou) e uma subsidiária na Eslováquia (Ideál Slovakia). No perímetro deste acordo com a Cerealis, concretizado em 2023, ficou apenas o fabrico das massas, em que tem uma capacidade produtiva de 70 mil toneladas por ano. “É o setor em que queremos crescer naquela geografia”, justifica o CEO. Já o negócio das moagens foi separado e vendido a outro sócio.

Nova linha de barras de cereais abasteceu JMJ

Fundada a 8 de fevereiro de 1919 como Amorim, Lage & Soares Lda. – uma aliança de José Alves de Amorim (tio de Américo Amorim), Manuel Gonçalves Lage e Aníbal Soares –, a partir dos anos 1930 ficou a ser detida apenas pelas famílias Amorim e Lage (50%/50%). Ao fim de 102 anos, a segunda e terceira gerações resolveram vender as participações à Teak Capital, holding pessoal de Carlos Moreira da Silva, e à Tangor Capital, da família Silva Domingues.

Em 2022, no final do primeiro ano com os novos acionistas e o último para o qual disponibilizou dados oficiais, a Cerealis, que se manteve em mãos portugueses, registou um volume de negócios de 294 milhões de euros. Produtora de massas alimentícias, farinhas industriais e culinárias, bolachas, cereais de pequeno-almoço e barras de cereais, transforma anualmente mais de 440 mil toneladas de cereais nos quatro centros de produção em Portugal (Maia, Porto, Lisboa e Trofa).

Cerealis transforma mais de 440 mil toneladas de cereais por ano nos centros de produção na Maia, Porto, Lisboa e Trofa

Um dos mais recentes investimentos realizados pela empresa, que ascendeu a sete milhões de euros, foi feito na unidade industrial da Trofa, que apresenta como um dos mais modernos centros de produção de cereais de pequeno-almoço da Península Ibérica. Incluiu a ampliação da fábrica, a automatização do final das linhas de embalamento e a instalação de uma linha de barras de cereais equipada pela Buhler.

Com uma área coberta de 11.200 metros quadrados, este centro de produção no distrito do Porto, que engloba um armazém automatizado com mais de 10 mil paletes, conta agora com cinco linhas de produção com capacidade para cerca de 90 toneladas por dia. O CEO destaca a linha de barras de cereais que tem alargado o portefólio de produtos da Nacional e dado “um importante contributo para a redução das importações desta categoria de produtos”.

Além dos projetos já concretizados neste segmento com várias retalhistas, Pedro Moreira da Silva salienta a “capacidade” que esta nova linha trofense deu ao grupo para ser selecionado como fornecedor da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), realizada em agosto do ano passado em Lisboa. Contabiliza ter abastecido mais de 4,3 milhões de barras de cereais da marca Nacional para os kits dos peregrinos que participaram nesse mega evento religioso na capital portuguesa.

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“Fatura da Sorte” deu 2,12 milhões de euros em certificados em 2023. Saiba como funciona

Valor dos prémios do ano passado tem-se mantido inalterado desde 2020, quando atingiu o recorde de 2,16 milhões. Desde que o sorteio foi criado, o Estado distribuiu 20,8 milhões de euros.

O sorteio “Fatura da Sorte”, que está suspenso temporariamente, distribuiu 2,12 milhões de euros em certificados do tesouro no ano passado, valor que se tem mantido inalterado desde 2020, quando atingiu o recorde de 2,16 milhões de euros, segundo dados da Autoridade Tributária (AT) enviados ao ECO. Desde que foi criado, em 2014, o concurso já ofereceu 20,8 milhões de euros a consumidores que pedem fatura com o número de contribuinte.

No sorteio regular, foram atribuídos, no ano passado, 52 certificados do tesouro, ao valor unitário de 35 mil euros, o que totalizou 1,82 milhões de euros. No concurso extraordinário, as Finanças ofereceram seis títulos, de 50 mil euros cada, o que dá mais 300 mil euros. Tudo somado, o Estado distribuiu 2,12 milhões de euros.

O montante em causa somado ao Imposto de Selo, de 1.141,538,28 euros, perfaz 3.261.538,28 euros, que é exatamente o valor máximo autorizado pelo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Nuno Félix, para 2023, segundo o despacho publicado em março do ano passado.

Os valores dos prémios têm-se mantido praticamente inalterados, com exceção de 2020, ano da pandemia, em que foram sorteados 53 certificados no prémio regular, no valor global de 1,855 milhões de euros. Ou seja, foi atribuído mais um título de 35 mil euros.

Em 2016, o Governo socialista de António Costa, que entretanto assumiu funções, sucedendo ao Executivo PSD/CDS, liderado por Pedro Passos Coelho, decidiu mudar os prémios que, até então, eram automóveis. E passou a distribuir certificados do tesouro.

Nesse ano, e com esta mudança, apenas foram sorteados 39 títulos, no prémio regular, no valor global de 1.365.000 euros. No concurso extraordinário, foram distribuídos seis certificados, num total de 300 mil euros. Somando as duas parcelas, dá apenas 1.665.000 euros em certificados, um valor significativamente abaixo dos cerca de dois milhões de euros que, anualmente, foram sendo distribuídos.

Contudo, é preciso salientar que, ainda nesse ano, foram oferecidos 13 automóveis, globalmente avaliados em 455 mil euros.

O sorteio está suspenso temporariamente, desde 4 de janeiro, “aguardando o necessário preenchimento dos requisitos legais relacionados com o respetivo procedimento”, segundo uma nota publicada no site da AT. Praticamente todos os anos, em janeiro, este sorteio é interrompido por atrasos na renovação anual necessária do protocolo entre a Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública – IGCP.

Entretanto, fonte oficial da AT já garantiu ao ECO que “o sorteio será retomado logo que possível e serão realizadas todas as extrações previstas para este ano”.

O concurso foi criado em 2014 pelo governo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho para premiar “a cidadania fiscal dos contribuintes” e combater a economia paralela, anunciou então o executivo.

Saiba como funciona a “Fatura da Sorte”

Quem é elegível para o sorteio?

À exceção das faturas emitidas por empresas, todas as faturas registadas com número de identificação fiscal (NIF) de contribuinte são contabilizadas e este é o único critério de elegibilidade. São considerados todos os contribuintes independentemente da idade ou tipo de compra.

Onde consultar os cupões?

A quantidade de cupões atribuídos a cada consumidor depende do valor total das faturas. A Autoridade Tributária atribui um cupão “Fatura da Sorte” por cada dez euros ou por cada fração indivisível de dez euros. O número de cupões que cada contribuinte recebe depende do valor total das faturas, incluindo impostos, em que conste o seu número de contribuinte.

A um conjunto de faturas com um total de 90,40 euros correspondem dez cupões, por exemplo. Caso o montante total não atinja dez euros, é emitido um único cupão. Pode saber quantos cupões tem para o próximo sorteio no portal E-Fatura.

Prémios podem chegar aos 50 mil euros

Os prémios distribuídos, até ao final do ano passado, eram certificados do tesouro, que não devem ser confundidos com certificados de aforro. Os certificados do tesouro são instrumentos de dívida pública, com regulamentação própria, que se destinam a poupança. Desta forma, a Autoridade Tributária pretende estimular o aforro e promover os produtos de poupança do Estado.

Nos sorteios regulares, o valor atribuído é de 35 mil euros. Já nos sorteios extraordinários, o prémio é de 50 mil euros. Quando atribuídos, os prémios são anunciados pelo seu valor líquido. O vencedor não tem de liquidar o imposto do selo sobre o prémio.

O número sorteado é extraído através de uma aplicação informática certificada que gera números de forma aleatória.

Como saber se recebeu o prémio?

A própria Autoridade Tributária informa o contribuinte premiado através de carta registada com aviso de receção, que é enviada para o domicílio fiscal, ou através de mensagem para a caixa postal eletrónica. Os cupões premiados também são divulgados no Portal das Finanças.

Tem 90 dias para reclamar o prémio

Para reclamar o prémio não tem de apresentar qualquer fatura. Contudo, é preciso reclamá-lo até 90 dias após a data do sorteio, ou pelo vencedor ou por um representante devidamente identificado no balcão de Finanças correspondente ao domicílio fiscal do contribuinte selecionado, nos dias úteis, entre as 9h e as 15h. Não é possível entregar o prémio a uma entidade sem fins lucrativos, devido à natureza do mesmo. Se não reivindicar o prémio dentro do prazo estabelecido, perde o direito ao mesmo.

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Mutualista Montepio quer captar valor recorde de 1,2 mil milhões em poupanças em 2024

Associação Mutualista Montepio tem meta para captar 1,2 mil milhões de euros em poupanças este ano, um valor recorde. Fechou 2023 com lucros de 13,2 milhões, após venda de edifício na baixa de Lisboa.

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG) tem como objetivo para este ano captar um valor recorde de quase 1,2 mil milhões de euros em poupanças, de acordo com o plano de atividades e orçamento para 2024 a que o ECO teve acesso.

Nos últimos dois anos, que foram os melhores em termos de captação de proveitos de associados, a maior associação mutualista do país conseguiu atrair cerca de 850 milhões de euros em poupanças anualmente, o que permite perceber a dimensão do esforço que terá pela frente este ano.

Para atingir esta meta, a instituição liderada por Virgílio Lima está a contar, em grande medida, que os seus mais de 600 mil associados decidam reaplicar o dinheiro das poupanças que vencerão ao longo do ano, na ordem dos 1,09 mil milhões de euros, em novas subscrições dos seus produtos mutualistas, sobretudo nas modalidades de capitalização.

Entre outros fatores, a AMMG espera ainda que as novas modalidades atuariais “deem também um contributo relevante” para cumprir o objetivo que assume “com prudência” no orçamento para 2024 e que prevê uma margem da atividade associativa – que corresponde à diferença entre poupanças captadas e reembolsos feitos junto dos associados – superior a 100 milhões de euros.

Proveitos e custos inerentes a associados desde 2015

Fonte: AMMG. 2023: Estimativa; 2024: Orçamento.

Isto acontece depois de um ano de 2023 em que a margem associativa foi negativa (-23,4 milhões de euros), com a mutualista a ser pressionada pela fuga de poupanças para os Certificados de Aforro e para o abate antecipado do crédito da casa, uma tendência que afetou a generalidade dos bancos portugueses especialmente na primeira metade do ano.

Apesar destas condicionantes, a AMMG fechou o ano passado com lucros individuais de 13,2 milhões de euros, que representa uma descida de 73% em relação a 2022. Para 2024 aponta para lucros de 21,7 milhões.

Venda de edifício na baixa de Lisboa impulsiona resultado

Para o resultado do ano passado contribuiu a venda da antiga sede da Montepio Comercial na baixa de Lisboa, um edifício que se encontrava devoluto, num negócio que terá gerado uma mais-valia de alguns milhões, segundo a informação transmitida por Virgílio Lima na assembleia de representantes que teve lugar no final do ano passado e que aprovou, de resto, o plano de atividades e orçamento para 2024.

O resultado de 2023 poderá sofrer ainda uma revisão em alta, que “decorrerá da evolução da atividade nos últimos meses do ano, que foi melhor do que o esperado”, assume a AMMG. “Por outro lado, há movimentos de reavaliação de ativos no final do ano que poderão libertar valores adicionais”, acrescenta a mesma fonte.

Um desses ativos poderá ser o banco, avaliado em 1.500 milhões de euros no balanço da mutualista (e sobre o qual já foram reconhecidas perdas por imparidade de 900 milhões).

Como o ECO revelou, havia a perspetiva de o Banco Montepio registar um lucro perto de zero em 2023, mas o resultado foi mais robusto do que Virgílio Lima chegou a antecipar, beneficiando da subida das taxas de juro. Haverá dividendos? Em termos recorrentes, isto é, sem o impacto negativo da venda do Finibanco Angola, fala-se mesmo em resultado histórico.

O mesmo se poderá dizer das seguradoras, cujo desempenho também ficou acima das expectativas.

Apresentação de resultados da Associação Mutualista Montepio - 01JUL20

Mais 40 milhões de DTA em 2024

Os últimos anos têm sido desafiantes para a AMMG, cujo balanço continua a ser suportado por mais de 900 milhões de euros de ativos por impostos diferidos (DTA), criados em 2017, ainda no tempo de Tomás Correia. Os críticos da anterior e atual gestão (Virgílio Lima pertencia à equipa de Tomás Correia) consideram que foi uma operação de “engenharia financeira” para esconder a situação líquida negativa da instituição, que chegou ao final do ano passado com capitais próprios positivos de cerca de 380 milhões, graças aos DTA.

O auditor tem questionado a avaliação desses DTA e também a valorização que a instituição faz do banco, mas ambos temas têm merecido a contestação de Virgílio Lima. A disputa ainda está longe de se resolver.

Para 2024, o plano de atividades e orçamento prevê um reforço dos DTA em cerca de 40 milhões, devendo atingir os 950 milhões de euros. Tal contribuirá para um aumento do ativo da AMMG no próximo ano e, consequentemente, para a melhoria da estrutura de liquidez, com o rácio de liquidez a recuperar para 2,7% após descer em 2023 e a cobertura das responsabilidades a reforçar-se para 113,4%.

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Nova operadora Digi em “fase final de testes” para oferecer preços “mais baixos”

Empresa romena continua sem se apresentar ao público. Mas o ECO sabe que estão em curso "testes" à rede e que resultados satisfatórios poderão ditar avanço para o mercado.

Esta semana, num conhecido fórum na internet, um utilizador brincou que a Digi “está a tornar-se uma espécie de D. Sebastião das telecomunicações cá do sítio”, referindo-se à nova operadora de origem romena que, pelo menos desde 2021, se prepara para lançar ofertas de 5G e fibra ótica no mercado português.

O comentário ilustra bem a expectativa que existe na chegada de uma empresa que, em Espanha, vende ofertas fixas e móveis a “metade dos preços cá”, como afirmou em dezembro João Cadete de Matos, presidente da Anacom até há bem pouco tempo. Não só da parte de alguns consumidores como da própria concorrência, sabe o ECO.

Em maio do ano passado, Serghei Bulgac, CEO do grupo que detém a empresa em Espanha e Portugal, empurrou o lançamento para o início de 2024. Chegados aqui, o ECO apurou junto de fonte familiarizada com os planos da Digi em Portugal que, depois de ter erguido antenas e passado cabos, a empresa está a testar tudo para “perceber como a tecnologia se comporta”, sobretudo a rede de fibra ótica, cujo desenvolvimento “está mais avançado”.

Ainda não haverá um calendário para o lançamento, nem mesmo internamente. Porém, “se tudo correr bem”, esta “pode ser a fase final de testes” antes da entrada no mercado, disse a mesma fonte. Tal deverá acontecer este ano e “só se as coisas corressem muito mal” é que não seria assim.

Na concorrência, há quem acredite que a qualidade do serviço da Digi vá acabar por desapontar os consumidores mais expectantes e exigentes. A empresa está ciente disso e testar é a palavra de ordem: “É um risco entregar um serviço que não cumpra, minimamente, [com] o que o mercado pede”, comentou esta mesma fonte. Nas operadoras incumbentes tenta-se refidelizar o máximo de clientes, incluindo, em alguns casos, com o compromisso de não serem abrangidos pelo aumento de preços já anunciado para fevereiro de 2024, noticiado em primeira mão pelo ECO, e que poderá superar os 4%, confirmaram várias fontes.

Para a operação, a Digi conta já com 400 trabalhadores em Portugal, sobretudo pessoal técnico. Destes, cerca de 10% corresponderão a funcionários da área corporativa. A empresa está sedeada em Lisboa, nas proximidades da nova sede da Anacom, o regulador do setor, e também tem “uma grande expressão a norte”. Nesta fase “muito embrionária”, só existem planos para lançar o serviço no continente, sem incluir, por isso, as regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

A Digi investiu mais de 67 milhões de euros só na compra das licenças 5G, o que implica que o montante a gastar em Portugal será bastante superior. Ora, apesar de não existir uma pressão interna para a entrada no mercado, é investimento que tem de ser rentabilizado e a Digi não quer perder o bom momento, numa altura em que praticamente todos os dias se especula sobre a empresa em fóruns e redes sociais, havendo até um grupo que se dedica a encontrar, confirmar e mapear onde estão instaladas as antenas da empresa.

A política de preços, essa, não está ainda definida, “mas de certeza que serão mais baixos do que aquilo que existe no mercado português”, referiu fonte próxima da Digi. Por agora, “as questões que estão a ser tratadas são muito técnicas”, e a isso não é alheio o facto de o grupo romeno ter escolhido para CEO da Digi Portugal, nesta fase, Emil Grecu, que é Chief Technology Officer (CTO) da companhia a nível global. O nome já tinha sido revelado pelo ECO no passado. O que ainda não era público é que o gestor há dois anos que vive em Portugal.

O ECO contactou a Digi Portugal acerca destas informações. Fonte oficial da empresa não quis fazer comentários nesta fase.

Importa recordar que a Digi poderá ainda beneficiar do acesso à rede de fibra ótica da Vodafone Portugal e de mais espetro do que o que adquiriu no leilão da Anacom em 2021, nos termos de um acordo celebrado por ambas no final de 2023.

A operadora liderada por Luís Lopes aceitou dar “acesso à oferta grossista bitstreamda rede de fibra ótica detida pela Vodafone” à empresa concorrente, assim como ceder à Digi 40 MHz de espetro para o 5G, numa tentativa de convencer a Autoridade da Concorrência a aprovar a compra da totalidade da Nowo, outra operadora presente em Portugal. Não é certo que o acordo acabe por produzir efeitos, pois o regulador ainda está a analisar a proposta de concentração ao abrigo de uma investigação aprofundada.

(Notícia atualizada às 9h36 com mais informação, referindo o acordo entre a Digi e a Vodafone Portugal celebrado no final do ano passado)

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Regulador britânico impôs restrições a sete corretoras de seguros

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2024

Em causa está a atividade dos representantes que contrataram para exercer atividade financeira regulamentada pelo órgão regulador.

A Autoridade de Conduta Financeira (FCA) britânica impôs restrições a sete corretoras de seguros devido às atividades praticadas pelos representantes que designaram para exercer atividade financeira regulamentada que não seguiram as regras do órgão regulador, avançou o jornal britânico Insurance Post. Todas as corretoras assinaram um acordo voluntário com a autoridade onde concordaram em restringir a sua atividade com os representantes.

Os representantes designados são uma pessoa ou empresa que leva a cabo atividades financeiras reguladas. Importa salientar que não têm licença fornecida pela FCA mas por outra empresa, denominada de principal, esta sim autorizada pelo órgão, que não só disponibiliza os seus serviços como é encarregue de fiscalizar as atividades dos AR, clarifica o regulador.

Matt Brewis, head of insurance na FCA, o órgão que lidera registou atividades contrárias às regras do órgão regulador.

Segundo Matt Brewis, head of insurance na FCA, o regulador registou três tipos de infrações: empresas que não têm pessoal suficiente a supervisionar as ações dos AR, “mas aceitam dinheiro de bom grado para emprestar a sua autorização aos AR sem verificar (a sua atividade)”; algumas empresas permitem que o AR as represente em diferentes setores que estão envolvidos; e existem casos que o tamanho da empresa de AR é superior à empresa que o supervisiona – ações contrárias às regras impostas pelo órgão regulador.

Uma vez impostas as restrições, estas podem ser mantidas ou até agravadas “se as expectativas do regulador não forem satisfeitas”, escreve o jornal britânico.

Importa salientar que as restrições podem ir desde de terminar a atividade regulamentada, passam pela prevenção da integração de novos AR, até o término de relação contratual com alguns AR.

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Conselho consultivo do Banco de Fomento vai ajudar a definir estratégia

A estreia das 15 personalidades independentes foi esta quarta-feira. Celeste Hagatong e Ana Carvalho explicaram os constrangimentos passados do BPF e os planos para o futuro.

O recém-criado conselho consultivo do Banco Português de Fomento teve a sua primeira reunião esta quarta-feira na qual foi feito um balanço da atividade da instituição e apresentadas as orientações estratégicas para o próximo triénio.

“O encontro também serviu para estabelecer as datas das próximas reuniões que serão cruciais para a análise e emissão de pareceres sobre o Plano de Atividades e Orçamento para 2024 a 2026 e as contas consolidadas do Grupo Banco Português de Fomento referentes a 2023”, avança o Banco de Fomento em comunicado. Mas também para apresentar as próximas prioridades como a consolidação das garantias mútuas, a integração da Sofid, qual a estratégia a seguir em termos de seguros de crédito à exportação, que estavam anteriormente na Cosec, apurou o ECO.

O conselho consultivo, nomeado por despacho conjunto dos ministros da Finanças e da Economia na terça-feira, é composto por “15 personalidades independentes com reconhecido mérito profissional e científico” de várias áreas de especialidade como banca, economia, ambiente, transportes, energia, etc. “Áreas especializadas de grande importância para o desenvolvimento do BPF, tais como a economia do mar, as alterações climáticas, a energia, as políticas públicas, a internacionalização, a logística, entre outros”, frisa o comunicado.

A reunião, que decorreu no Ministério da Economia, teve diversos momentos. Desde logo uma espécie de resenha histórica do banco, os constrangimentos sofridos desde a sua criação, e a refundação que a nova equipa liderada por Celeste Hagatong e Ana Carvalho estão a tentar implementar. É à luz deste contexto que as várias personalidades deverão apreciar o plano de atividades que lhes será apresentado ainda este trimestre, ao que apurou o ECO.

A “frontalidade” com que a situação foi apresentada, permitiu intuir, a quem ouviu, que a instituição vive “uma fase crucial” e que “já foram percorridas todas as etapas e que é desta que o banco tem de arrancar ou deixará de fazer sentido”.

Entre as 15 personalidades independentes – que se apresentaram uma a uma num tour de table – o espírito foi de apoio e de disponibilidade para ajudar em cada área, ao que o ECO apurou.

Este Conselho deve “colaborar na definição das orientações estratégicas do BPF, emitindo pareceres não vinculativos sobre diversas matérias relativas ao objeto social e atividades do banco, incluindo a definição de orientações estratégicas e soluções de financiamento”, explica o comunicado da instituição. Recordando que devem também emitir pareceres anuais sobre o Relatório e Contas do BPF, assim como sobre o seu Plano e Orçamento.

Este órgão estava previsto no decreto-lei de 2020 que regula a atividade e o funcionamento do BPF, mas só agora foi nomeado. Tem como presidente Guilherme D’Oliveira Martins e mais 14 personalidades: Álvaro Cordeiro Dâmaso, em representação do Governo Regional dos Açores; Catarina Castro, em representação do Governo Regional da Madeira; o presidente da Associação Portuguesa de Bancos, Vítor Bento; o presidente do Instituto Português de Corporate Governance, João Moreira Rato; Fausto Brito e Abreu; Filipe Duarte Santos; Isabel Braga da Cruz; Jorge Vasconcellos; José Luís Alvim; Manuel Caldeira Cabral; Maria José Sousa; Pedro Oliveira; Pedro Reis e ainda Rosário Macário.

De acordo com as regras, os membros do conselho são designados pelo ministro da Economia, por sua iniciativa ou sob proposta do conselho de administração, têm um mandato de três anos, podendo ser reeleitos apenas uma vez, e não são remunerados.

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António Costa anuncia “regresso à escola” em breve para atualizar conhecimentos

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2024

"A dinâmica de transformação e do conhecimento vai-nos tornar a todos rapidamente desatualizados naquilo que sabemos", disse o primeiro-ministro, que se preparar para voltar "brevemente" à escola.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta quarta-feira que em breve vai “regressar à escola”, num discurso em que sublinhou a necessidade da constante atualização de conhecimentos para não perder o comboio da transição digital.

A dinâmica de transformação e do conhecimento vai-nos tornar a todos rapidamente desatualizados naquilo que sabemos e, portanto, vamos ter ao longo da vida de regressar mais vezes à escola. É o que me vai acontecer, aliás, brevemente”, referiu Costa em Barcelos, durante a inauguração de uma residência para estudantes do Instituto Politécnico do Cávado e Ave.

O chefe do Governo sublinhou que a transição digital “vai obrigar a fazer diferente do que se fazia”, sendo que, em certos casos, serão as máquinas a fazer um conjunto de atividades que até aqui são feitas por pessoas. “É preciso dar uma nova oportunidade, uma nova carreira, um novo horizonte de vida a quem vai deixar de fazer o que a máquina vai passar a fazer por ele”, disse.

Para António Costa, é preciso olhar “para as gerações que ainda vão ser ativas” e dar-lhes novas oportunidades para poderem regressar ao sistema educativo e obterem novas qualificações. Por isso, defendeu que é preciso fazer “um enorme investimento” na educação de adultos e na educação ao longo da vida.

Na sua intervenção, Costa afirmou ainda que o investimento em curso em residências universitárias é “absolutamente crucial” para Portugal atingir a meta de 60 por cento dos jovens até aos 20 anos frequentarem o ensino superior. Costa sublinhou que, ao abrigo do Programa Nacional para o Alojamento de Estudantes do Ensino Superior (PNAES), financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o número de camas disponíveis vai aumentar em 78 por cento, até finais de 2026.

“Este é um dos programas fundamentais do PRR”, referiu, lembrando que o alojamento é “uma das maiores barreiras” ao ingresso no ensino superior. Por outro lado, Costa destacou a diversificação da oferta de universidades e politécnicos, classificando-a como “uma enorme mais-valia” para o país e para a qualificação da população.

A residência do IPCA hoje inaugurada custou mais de dois milhões de euros e tem capacidade para 62 camas. Atualmente com 7.300 estudantes, aquele Politécnico era, até agora, a única instituição pública de ensino superior que não dispunha de qualquer residência. Para 2025, está prevista a abertura de uma segunda residência, com capacidade para mais 133 camas.

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Embaixadora dos EUA alerta para aumento do antissemitismo em Portugal

  • Lusa
  • 10 Janeiro 2024

A diplomata apresentou-se como "uma mulher judia americana", que sente que também em Portugal existem comportamentos hostis contra pessoas de origem judaica.

A embaixadora dos Estados Unidos da América em Portugal, Randi Charno Levine, alertou esta quarta-feira para o que considera ser o aumento do antissemitismo na Europa, e também em Portugal, defendendo o diálogo entre diferentes comunidades.

“O crescimento do antissemitismo na Europa deve ser um sinal de alerta para toda a gente e, infelizmente, acho que aconteceu muito rapidamente”, disse Levine, na Covilhã, depois de sublinhar que “a desestabilização no Médio Oriente é uma preocupação para toda a gente”.

Em visita a Belmonte e à Covilhã, no distrito de Castelo Branco, a diplomata apresentou-se como “uma mulher judia americana”, que sente que também em Portugal existem comportamentos hostis contra pessoas de origem judaica, em certos casos “um discurso negativo, de ódio”.

Levine deslocou-se a Belmonte – onde se concentra uma comunidade judaica e visitou o Museu Judaico e a sinagoga da vila, acompanhada do rabino local – e depois à Covilhã, onde também existe a zona da antiga judiaria e quis conhecer a história dos lanifícios. “Seguir a história dos judeus em Portugal é importante para mim, particularmente agora, por causa do crescimento do antissemitismo global, incluindo na Europa”, frisou Levine.

A diplomata enfatizou que, desde que desempenha funções em Portugal, tem promovido a interação com representantes de diferentes religiões e salientou que é importante essa comunicação com outros elementos da comunidade. “Eu sou uma mulher judia, tenho muito orgulho das minhas origens. Cheguei aqui, participei, organizei diálogos inter-religiosos em minha casa, convidei pessoas da comunidade indiana, da comunidade muçulmana e acho que não deve ser com receio que combatemos o discurso de ódio”, vincou a diplomata.

Na Câmara da Covilhã, onde foi recebida pelo presidente, Vítor Pereira, a embaixadora destacou a “ponte entre o antigo e o moderno” que encontrou nas duas localidades que visitou e que lhe permitem “aprender mais sobre a história”. “É maravilhoso para mim ver que há quem preserve a história dos judeus, da marca que deixaram em Portugal e honrem essa história”, enalteceu Randi Charno Levine.

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Aberto processo disciplinar contra procuradora que arrasou Ministério Público

O Conselho Superior do Ministério Público instaurou um processo disciplinar à procuradora Maria José Fernandes pelas críticas ao MP na Operação Influencer.

O Conselho Superior do Ministério Público – liderado pela Procuradora-Geral da República, Lucília Gago – instaurou esta quarta-feira um processo disciplinar à procuradora Maria José Fernandes pelas críticas feitas à atuação do MP na Operação Influencer, num artigo de opinião publicado no Público, avança a CNN.

Em causa um artigo de opinião da autoria da procuradora-geral adjunta, no qual Maria José Fernandes afirma que há no Ministério Público quem entenda que “a investigação criminal pode ser uma extensão de poder sobre outros poderes, sobretudo os de natureza política”.

Não se referindo diretamente à Operação Influencer, a procuradora-geral adjunta Maria José Fernandes defendeu que existe no Ministério Público quem entenda que “a investigação criminal pode ser uma extensão de poder”, denunciando situações de recolha de meios de prova por vezes “intrusivas e humilhantes”.

“No DCIAP deveria privilegiar-se o pensamento crítico, a discussão interdisciplinar, nomeadamente com colegas de outras jurisdições tocantes ou conexas”, escreveu, dizendo temer que se “tornem cabines herméticas, onde pontuam algumas prima donnas intocáveis e inamovíveis”. O tom crítico vai ainda mais longe quando a procuradora-geral adjunta defende que se permitiu a criação de “uma bruma de autossuficiência totalmente nefasta e contrária ao que deve ser a qualidade e a excelência desta profissão” na carreira de procurador.

“Os desfechos de vários casos já julgados permitem extrair que há aspetos do trabalho dos procuradores de investigação a carecer de revisão e aprimoramento pelo exercício da autocrítica”, assinala.

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