BloomCast Consulting e Team Lewis integram APECOM

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  • 8 Janeiro 2024

Nos últimos três anos, a APECOM integrou 11 novas agências. Chega agora às 30 associadas.

A BloomCast Consulting e Team Lewis juntaram-se à APECOM – Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações-Públicas. Com estas duas entradas o número total de associados fixa-se em 30.

Liderada por Rodolfo Oliveira, a BloomCast Consulting – consultora que integra o WYgroup – tornou-se associada da APECOM em outubro de 2023. Já a Team Lewis, sob a liderança de Inês Barbosa, juntou-se à associação em janeiro de 2024.

“A decisão destas e das demais consultoras, reflete que as mesmas estão em sintonia com a nossa estratégia e visão para o setor, o que é muito gratificante e simultaneamente desafiante. A Associação mantém o compromisso de priorizar a transparência do setor e convida outras agências a juntarem-se a esta jornada, onde cada um desempenha um papel fundamental”, refere Maria Domingas Carvalhosa, presidente da APECOM, citada em comunicado.

Nos últimos três anos, a associação passou a representar 11 novas agências, apresentando um crescimento de cerca de 35%, o que “mostra o interesse e o dinamismo que o setor apresenta”, refere-se em nota de imprensa.

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Do digital à indústria automóvel. Quais os setores estratégicos para a economia?

Energias renováveis, inteligência artificial e cibersegurança podem ser outras áreas, segundo economistas ouvidos pelo ECO. O novo líder do PS quer incentivos apenas para atividades de elevado valor.

Se, nas eleições legislativas de 10 de março, o povo der a Pedro Nuno Santos o poder para governar o País, o novo secretário-geral do PS tem um plano para mudar a especialização da economia portuguesa, assente em “setores de baixa complexidade tecnológica, de menor valor acrescentado” e “em baixos salários”, como se lê na moção de estratégia com que concorreu às diretas do partido.

O líder socialista quer elevar o nível de sofisticação da economia, que assim poderá pagar melhores ordenados, através da aposta do Estado em setores estratégicos que poderão passar pelo digital, as tecnologias de informação, a inteligência artificial, a cibersegurança, as ciências da vida e a biotecnologia, o lítio associado à indústria do automóvel elétrico e as energias renováveis, segundo os economistas, consultados pelo ECO, Manuel Caldeira Cabral, que foi ministro da Economia no primeiro Governo de António Costa, viabilizado e suportado, no Parlamento, pela geringonça (PS, PCP e BE), e Paulo Trigo Pereira, presidente do Institute of Public Policy e antigo deputado do PS.

Quer na moção que levou ao congresso do PS quer no discurso de encerramento do conclave que terminou este domingo, Pedro Nuno Santos é muito claro. “O setor privado pode e deve investir onde bem entender, como em qualquer economia de mercado, mas o Estado tem a obrigação de fazer escolhas quanto aos setores e tecnologias a apoiar“, afirmou diante dos congressistas.

E insistiu: “Em Portugal, a incapacidade de se dizer ‘não’ levou o Estado a apoiar, de forma indiscriminada, empresas, setores e tecnologias, independentemente do seu potencial de arrastamento da economia. A incapacidade de fazer escolhas levou a que sucessivos programas de incentivos se pulverizassem em apoios para todas as gavetas de forma a assegurar que ninguém se queixava. O problema da pulverização dos apoios é que, depois, não há poder de fogo, não há capacidade do Estado de acompanhar, não há recursos suficientes para transformar o que quer que seja”, alertou.

O ex-ministro das Infraestruturas e eventual futuro primeiro-ministro defende, por isso, que é necessário um “desígnio nacional para a próxima década”, que passa por “selecionar um número mais limitado de áreas estratégicas onde concentrar os apoios durante uma década; concentrar a maior parte dos apoios nestas áreas, na investigação nestas áreas, nos centros de transferência de conhecimento destas áreas, no desenvolvimento de produtos e tecnologias destas áreas e nas empresas com projetos que se insiram nestas áreas estratégicas”. O objetivo último é ter “uma economia mais sofisticada, diversificada e complexa podemos produzir com maior valor acrescentado, pagar melhores salários e gerar as receitas para financiar um Estado Social avançado”.

Quais serão as áreas estratégicas de Pedro Nuno Santos? O caderno não está fechado, até porque o programa eleitoral ainda está a ser elaborado, sob a coordenação da antiga ministra da Administração Pública, Alexandra Leitão, e com a participação de governantes como Fernando Medina, ministro das Finanças. Quando encerrava o congresso, o sucessor de António Costa na liderança do PS admitia mesmo que a seleção das áreas estratégicas ainda “deve ser participada e discutida”.

Mas é possível ler nas entrelinhas algumas orientações. O Estado deve incentivar setores que conjuguem “competências empresariais, tecnológicas e científicas”, com “potencial de crescimento e de arrastamento e com consequências na resolução de problemas específicos da sociedade portuguesa”, proclamou no encerramento do congresso.

Na sua moção de candidatura a secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos defende também que o Estado deve afinar o seu papel “como promotor do investimento em setores inovadores – seja na atração ao incentivo às empresas (como nos setores centrais para as transições energética e digital), seja através da associação a empresas privadas em grandes projetos de investimento (como nas agendas mobilizadoras), seja na constituição de clusters industriais e de clubes de fornecedores, permitindo ganhos de escala e de qualidade produtiva e substituição de importações de produtos que podem (e muitas vezes já são) produzidos em Portugal”.

Os economistas Manuel Caldeira Cabral e Paulo Trigo Pereira traçam as linhas orientadoras do que pode vir a ser o plano de Pedro Nuno Santos para investimento e atribuição de apoios para setores estratégicos da economia portuguesa.

Digital, inteligência artificial, tecnologias de informação

“O digital e as tecnologias de informação, porque dão valor acrescentado e são importantes no crescimento económico futuro, deverão ser uma das apostas do Estado na economia”, defende Paulo Trigo Pereira. Na mesma senda, Manuel Caldeira Cabral acrescenta que, “dentro das áreas tecnológicas, a inteligência artificial tem um potencial muito grande de contágio em todos os setores, desde a produção, à distribuição, ao marketing”. O antigo ministro da Economia considera ainda que deve existir “um programa específico para as startups e empresas digitais com forte inovação”.

Cibersegurança

Dentro das tecnologias digitais, “a cibersegurança tem uma grande capacidade de exportação”, segundo o antigo governante do primeiro Executivo de António Costa. Nesta área, “é importante uma articulação entre os institutos públicos na área da defesa e as empresas privadas face ao contexto em que vivemos de aumento de ataques cibernéticos em Portugal e na Europa”, sublinhou. Caldeira Cabral considera que a aposta do Estado num cluster de cibersegurança terá não só um efeito de “resiliência militar” mas também um impacto positivo nas “exportações de valor acrescentado”.

Ciências da vida e biotecnologia

“As ciências da vida e a biotecnologia são outras áreas com muito potencial”, defende Caldeira Cabral, sublinhando que a aplicação da biotecnologia à medicina ou à indústria poderá ser um grande impulsionador do crescimento económico. “Paralelamente à revolução digital, está a haver uma revolução na biotecnologia a nível mundial e Portugal tem muito conhecimento nesta área, já que quase metade dos doutorados estão nas ciências da vida e na biotecnologia”, indicou. “Como Portugal não tem grandes empresas na área da biotecnologia”, Caldeira Cabral considera que “é necessário apoio público consistente, ainda que existam farmacêuticas de renome como a Bial”.

Ambiente e energias renováveis

Apoios ao cluster do ambiente e das energias renováveis são incontornáveis, na opinião de Caldeira Cabral e de Trigo Pereira. Esta aposta visa não só a criação de “novas alternativas de mobilidade sustentável como também a exportação para os países em desenvolvimento de soluções já existentes, nomeadamente, para o tratamento de águas residuais, exemplifica. “A transição energética continuará a ser um dos pontos fulcrais”, reforça o antigo deputado do PS.

Indústria do automóvel elétrico e lítio

Portugal não deve deixar escapar a revolução do carro elétrico. Neste momento, “o País já tem uma capacidade industrial importante na área automóvel, que está em forte transformação com os veículos elétricos”, considera Manuel Caleira Cabral. “Se a isto ligarmos as nossas disponibilidades de lítio, com a implementação de uma fábrica de baterias, a indústria do automóvel elétrico terá muito potencial de crescimento”, defende o economista. “Em sete anos, o número de automóveis que exportamos praticamente duplicou. Portugal não deve ficar para trás na transição para os veículos elétricos”, defendeu.

Formação, inovação e internacionalização

O secretário-geral do PS defende que o Estado deve concentrar incentivos em determinados setores estratégicos, em vez de dispersar apoios. Contudo, há três áreas transversais ao tecido económico empresarial que devem continuar a beneficiar de ajudas públicas. Pedro Nuno Santos afirmou, no discurso de encerramento do congresso, que “a política económica deve continuar a apoiar a formação, a inovação e a internacionalização das empresas que apresentem bons projetos, independentemente do setor onde se insiram”.

Neste âmbito, o líder do PS comprometeu-se a apresentar “um programa de desburocratização e simplificação, elaborado em diálogo e com a participação das empresas portuguesas, que reduza de forma substancial os obstáculos ao investimento, sempre com transparência e no respeito pelo ambiente”. Pedro Nuno Santos quer também implementar “um programa para a capitalização das empresas, que promova o acesso a formas alternativas e complementares ao financiamento bancário […] e um programa de apoios à internacionalização, que seja mais do que um programa de apoio às exportações e que tenha a ambição de ter um maior número de empresas portuguesas internacionalizadas, isto é, com presença internacional”, defendeu.

Participação do Estado em empresas estratégicas: TAP e CTT

Estando ainda fresca a polémica compra do Estado de 0,24% de ações dos CTT em 2021, Pedro Nuno Santos preferiu omitir a sua posição sobre a participação pública em empresas estratégicas. Apesar disso, entre as moções setoriais ao congresso, surgiu uma a defender precisamente a recuperação do controlo estatal da empresa de correios.

O ex-ministro das Infraestruturas já admitiu que a privatização dos CTT foi “desastrosa” e que “lesou o interesse do Estado e dos portugueses”, pelo que a “participação do Estado na empresa permitia acompanhar o cumprimento do contrato”, afirmou na passada sexta-feira, no Parlamento. No entanto, já afastou a ideia de reverter privatizações.

Ainda antes do congresso e das eleições internas do partido, o socialista defendeu que a maioria do capital da TAP deve continuar na esfera pública: “Defendo a abertura do capital da TAP a um grupo de aviação, não a fundos ou instituições financeiras, mas que o Estado mantenha a maioria do capital”.

“É importante a TAP não ficar sozinha, e estar integrada num grupo de aviação, mas acho que a melhor forma de garantirmos uma TAP portuguesa, sediada em Portugal, a pagar impostos em Portugal, a cobrar às empresas portuguesas e a desenvolver o hub de Lisboa. A melhor forma de garantir isso, é ficar com essa maioria de capital”, afirmou em outubro, no seu espaço de comentário na SIC Notícias, ainda antes do primeiro-ministro se ter demitido e de o próprio ter anunciado a sua candidatura a líder do PS.

Pedro Nuno Santos defende ainda uma “nova estratégia para as empresas públicas” como a CP – Comboios de Portugal, isto é, um reforço do seu papel na economia portuguesa, de acordo com a sua moção estratégica.

O regime jurídico do setor empresarial do Estado, criado em 2013 durante o programa da troika, introduziu um regime apertado de controlo financeiro sobre as empresas públicas. Embora muito importante, este controle deve ser complementado com uma estratégia em que as empresas públicas, dotadas de know-how e capacidade no investimento, possam assumir um trabalho de coordenação enquanto empresas-âncora, na dinâmica de modernização e sofisticação dos setores onde atuam”, lê-se no mesmo documento.

O líder do PS indica que essa coordenação “envolverá necessariamente empresas privadas numa lógica de parceria para a inovação, arrastando o seu desenvolvimento através de projetos colaborativos – na linha do que a CP está a fazer na dinamização do setor industrial ferroviário, onde a colaboração entre o setor público, o setor privado e a academia permitiu fortalecer a empresa, ao mesmo tempo que incentivou o investimento privado neste setor, criando um cluster industrial da ferrovia e do comboio que até aí não existia”.

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Banco polaco do BCP faz provisões de 142 milhões no 4º trimestre

No acumulado do ano, o Bank Millennium fez provisões no valor de 2.794 milhões de zlótis (641,7 milhões de euros).

O banco polaco do BCP, o Bank Millennium, anunciou que o nível de provisões estimado para fazer face a riscos legais relacionados com a conversão de créditos em francos suíços, no quarto trimestre de 2023, situou-se em 620 milhões de zlótis (142,4 milhões de euros).

Este valor junta-se aos 2.174 milhões de zlótis, cerca de 470 milhões de euros, já anunciados em provisões nos primeiros três trimestres do ano, elevando a fatura global para 2.794 milhões de zlótis (641,7 milhões de euros), em 2023.

A instituição controlada pelo banco português antecipa ainda que tenham sido criadas pelo antigo Euro Bank provisões de 82 milhões de zlótis (sem impacto nos resultados) para cobrir eventuais riscos legais relacionados com a conversão destes empréstimos em moeda estrangeira para a moeda local, avança a instituição polaca em comunicado ao regulador do país.

Assumindo a confirmação deste nível de provisões, sem outros eventos inesperados, a administração do Bank Millennium espera fechar o último trimestre de 2023 com um resultado líquido positivo.

A instituição tem agendado para o próximo dia 28 de fevereiro a divulgação das contas de 2023, prevendo anunciar, no dia de 30 de janeiro, os resultados preliminares consolidados não auditados de 2023.

O banco fechou os primeiros nove meses do ano com um resultado líquido de 100,7 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano (461 milhões de zlótis), uma melhoria significativa em comparação com o prejuízo de 276,1 milhões de euros no mesmo período do ano passado, excluindo o efeito cambial

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Defesa da habitação volta à rua em 27 de janeiro

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2024

Com a manifestação do dia 27, o movimento pretende também começar a “marcar a campanha eleitoral” e “os compromissos partidários relativamente à habitação”.

A defesa do direito à habitação vai voltar à rua em 27 de janeiro, através de uma nova manifestação convocada pela Casa Para Viver, o terceiro protesto organizado por esta plataforma que congrega mais de cem associações. “É a continuação de um movimento que tem que continuar a sair para rua, porque o problema mantém-se”, disse à agência Lusa Rita Silva, uma das porta-vozes da plataforma, que congrega mais de uma centena de coletivos.

Destacando os apoios às rendas e o fim dos vistos gold como “conquistas da luta”, Rita Silva considera que o movimento – que levou milhares de pessoas à rua nos dias 1 de abril e 24 de setembro de 2023 – conseguiu colocar “uma pressão a sério” sobre o Governo e deixar a marca da habitação no que ano que findou.

“Mas ainda não é suficiente. Continuamos a ter um enorme problema de habitação e continuamos a sentir o seu agravamento”, recorda a ativista do Vida Justa, movimento que integra a plataforma Casa Para Viver. Para Rita Silva, “não é suficiente vir uma ou duas vezes para a rua, tem que ser um movimento que (…) continua a pressionar” porque é assim que se obtêm mudanças.

A ativista recorda ainda outras reivindicações que não correram tão bem, como “a promessa de fim dos [benefícios para] residentes não habituais”, sobre a qual “agora houve um recuo”. “Há muitas promessas. Neste momento, o Governo em funções diz que agora é preciso esperar para que as políticas deem resultados, mas, muitas vezes, isso é uma estratégia para ganhar tempo”, alerta.

Com a manifestação do dia 27, o movimento pretende também começar a “marcar a campanha eleitoral” e “os compromissos partidários relativamente à habitação”, no contexto das legislativas agendadas para 10 de março. O movimento quer pôr na agenda as propostas que reivindica desde 1 de abril e que foram entregues aos partidos políticos em junho.

Entre essas propostas constam regular e baixar as rendas e as prestações bancárias, parar os despejos que não têm alternativas de habitação, ocupar casas vazias de grandes proprietários, acabar com os incentivos à especulação imobiliária e aos fundos de investimento imobiliário e com os benefícios para residentes não-habituais, ao mesmo tempo que se investe em habitação pública e cooperativa.

“Poderiam começar a resolver desde já, e não daqui a não sei quantos anos, o problema da habitação”, defende Rita Silva. O apelo público da Casa Para Viver convoca outras organizações a aderirem ao protesto. “Queremos sempre que seja um movimento amplo, diverso”, sublinha Rita Silva, vincando: “Temos que continuar mobilizados. Não podemos desistir, porque o Governo não está em funções ou porque já fomos para a rua algumas vezes e as coisas não mudaram muito. Temos que continuar a mobilizar-nos e a lutar”.

(Notícia atualizada às 19h41)

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Mota-Engil fecha troca de participações com espanhola para internacionalizar negócio do ambiente

Grupo liderado por Carlos Mota Santos fica com 100% da Suma, incluindo as participadas internacionais em Angola, Brasil, Moçambique e Omã, e vende negócio dos resíduos industriais à espanhola Urbaser.

A Mota-Engil anunciou esta segunda-feira que já foram “obtidas as autorizações regulatórias e preenchidas as condições precedentes necessárias” à concretização da transação com a empresa espanhola Urbaser, controlada pelo fundo norte-americano Platinum Equity, que tinha sido anunciada em março do ano passado.

No âmbito desta troca de participações nos negócios do ambiente, o grupo português passa a deter a 100% a Suma – fica com a posição de 38,5% até agora nas mãos desta parceira desde 1995 –, assim como as participações que detém nos veículos dos segmentos de recolha e serviços urbanos, tratamento e valorização de resíduos, e das participadas internacionais em Angola, Brasil, Moçambique e Omã.

Em contrapartida, o grupo liderado desde janeiro de 2023 por Carlos Mota Santos aliena a este “parceiro histórico” as suas participadas no segmento industrial, em que tinha uma quota de 61,5%. Passam a ser detidas integralmente pela Urbaser, através da “Industrial Waste NewCo”, constituída há menos de um ano para ficar com a unidade de negócio de resíduos industriais da Suma.

“É uma empresa-veículo a ser constituída que deterá a unidade de negócio de resíduos industriais da Suma e que passará a integrar várias empresas que operam nos mercados de recolha e tratamento de resíduos industriais perigosos e não perigosos, bem como de recolha, transporte, e tratamento de óleos usados”, detalhou na notificação à Autoridade da Concorrência.

A concretização da aquisição hoje anunciada permitirá acelerar a execução do plano estratégico, nomeadamente a internacionalização dos negócios do ambiente, suportada no seu vasto know-how e na sua presença internacional.

Administração da Mota-Engil

Num comunicado enviado às redações, a Mota-Engil sublinha que a concretização da aquisição agora anunciada “permitirá acelerar a execução do seu plano estratégico, nomeadamente a internacionalização dos negócios do ambiente, suportada no seu vasto know-how e na sua presença internacional, mantendo firme o compromisso com o desenvolvimento e modernização tecnológica do setor do ambiente em Portugal e nos mercados internacionais em que atua”.

Este negócio, enquadrado pelo grupo nortenho numa “estratégia de desenvolvimento de negócio com foco nos negócios core, em que se inclui o ambiente” (gerou um volume de negócios de 556 milhões de euros em 2022), acontece menos de um mês depois de ter anunciado a venda do negócio de construção e imobiliário na Polónia à construtora húngara Duna Aszfalt1. Uma transação será feita por um enterprise value de cerca de 90 milhões de euros e deverá estar concluída até ao final do primeiro semestre de 2024.

Já na área industrial, a Mota-Engil e o grupo mexicano Prodi completaram no final do ano passado a injeção de 90 milhões de euros na Duro Felguera, o primeiro passo para a entrada como novos acionistas da cotada espanhola que em 2021 recebeu um apoio público temporário no valor de 120 milhões de euros. Depois dos primeiros 30 milhões em outubro, desembolsaram em dezembro a segunda tranche de 60 milhões de euros.

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Dona do Continente procura startups para criar soluções tecnológicas para retalho

Startups escolhidas para o programa "Disrupt Retail - Call for Technology" poderão ainda desenvolver projetos para retalhistas internacionais como a EDEKA, Żabka e Shufersal.

A MC, a dona do Continente, em conjunto com retalhistas internacionais EDEKA, Żabka e Shufersal, está à procura de startups tecnológicas para desenvolver soluções para o setor do retalho. Candidaturas para a 4.ª edição do “Disrupt Retail – Call for Technology” decorrem até 4 de fevereiro.

“A inovação, a cooperação e a cocriação são fundamentais para conceber novas soluções e atingir o próximo nível no retalho, em benefício dos nossos clientes, colaboradores e parceiros. Com a 4.ª edição do ‘Disrupt Retail’, e em conjunto com os nossos parceiros EDEKA, Żabka e Shufersal, queremos desafiar e ajudar as startups a implementar os seus projetos-piloto num contexto real, desenhando em conjunto o futuro do retalho”, afirma Pedro Côrte-Real, diretor da BIT, área de sistemas de informação da MC, citado em comunicado.

Os interessados poderão fazer a sua candidatura online até 4 de fevereiro, iniciando-se a colaboração com as empresas em março.

Nesta edição, os retalhistas procuram soluções com especial incidência em “operações na loja, com foco nos processos, elevando a produtividade dos funcionários e melhorando a experiência geral dos clientes; retail media; e dados & conhecimento de cliente, para explorar, analisar e converter estes dados em ações.”

“As startups poderão beneficiar de mentoria exclusiva de especialistas do setor das quatro empresas retalhistas e poderão ver as suas propostas implementadas num ecossistema que abrange milhões de famílias, em milhares de lojas, a nível nacional e internacional.”

Em conjunto os retalhistas, que atuam em mercados como Portugal, Alemanha, Roménia, Polónia e Israel, representam um universo de cerca de 22.000 lojas, 500.000 associados e 80 mil milhões de euros de receitas.

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TAP entre as 25 companhias mais seguras do mundo no AirlineRatings.com

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2024

A tabela é liderada pela Air New Zealand, com a Quantas e a Virgin Australia a completarem o pódio. Já a Finnair é a primeira companhia europeia, seguida da British Airways.

A TAP está entre as 25 companhias aéreas mais seguras do mundo no ranking do AirlineRatings.com, liderado pela Air New Zealand, mantendo a sexta posição alcançada também no ano passado.

Num artigo publicado no seu site este mês, a organização, que atribui ratings às companhias aéreas, revelou que, para este ano, o seu top 25 inclui a TAP em sexto lugar, tal como em 2023, com uma classificação de sete estrelas, em sete possíveis, na categoria de segurança. A tabela é liderada pela Air New Zealand, com a Quantas (em primeiro em 2023) e a Virgin Australia a completarem o pódio.

Já a Finnair é a primeira companhia europeia, seguida da British Airways, da TAP Air Portugal, Lufthansa/Swiss Group e da KLM.

Criado em 2013, o AirlineRatings.com classifica a segurança e produtos a bordo de 385 companhias aéreas. Para esta classificação, são considerados os acidentes dos últimos cinco anos, incidentes sérios nos últimos dois, auditorias das autoridades de aviação e governamentais, a idade das frotas e o treino de tripulações.

No segmento de baixo custo (low-cost), com uma classificação separada, a companhia aérea mais segura para 2024 é a Jetstar, entre 20 avaliadas, seguindo-se a easyJet e a Ryanair.

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Primeira-ministra francesa demite-se. Macron já aceitou

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Janeiro 2024

Élisabeth Borne era primeira-ministra desde maio de 2022 após a renúncia de Castex. Foi a segunda mulher a ocupar o cargo.

A primeira-ministra francesa, Élisabeth Borne, pediu esta segunda-feira a demissão, já aceite pelo Presidente francês, Emmanuel Macron. O atual ministro da Educação, Gabriel Attal, é o favorito para suceder Borne no cargo, avança a agência de notícias EFE.

Borne, 62 anos, que se manterá em funções até à nomeação de um novo Executivo, foi apenas a segunda mulher a liderar um Governo em França. A primeira havia sido a socialista Édith Cresson, durante o mandato presidencial de François Mitterrand, ainda que por um período inferior a um ano, no início da década de 1990.

A saída de Borne deverá ser a primeira de uma série de mudanças que Macron pretende fazer no Governo. A imprensa francesa já antecipava uma nova remodelação governamental, na sequência dos protestos contra medidas impopulares, como é o caso da reforma das pensões e a recente lei da imigração.

O desgaste provocado pelas sucessivas crises políticas colocou em causa o equilíbrio entre os três partidos do Governo de coligação (o Renascimento, de Macron e Borne, o Horizontes, e o Movimento Democrata). Exemplo disso foi a demissão do ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, no final de dezembro, por se opor à nova lei sobre imigração, enquanto outros ministros desfavoráveis ao projeto, como Clément Beaune (Transportes) ou Sylvie Retailleau (Ensino Superior), foram recebidos nessa semana em Matignon, residência oficial da primeira-ministra.

Nos 20 meses do seu mandato, a primeira-ministra demissionária não estava a conseguir obter o consenso necessário para aprovar as leis do seu Executivo, obrigando-a frequentemente a recorrer a um artigo da Constituição que lhe permite adotá-las sem o voto dos deputados.

Por outro lado, Borne enfrentou 30 moções de censura apresentadas pelos partidos da oposição, algumas das quais vencidas por margens estreitas, como a que ocorreu após a aprovação da reforma do sistema de pensões por apenas nove votos.

Macron não tardou a reagir à decisão de Borne, que liderou o Governo durante 20 meses. “O seu trabalho ao serviço da nossa nação tem sido exemplar todos os dias. Implementaram o nosso projeto com a coragem, o empenho e a determinação das mulheres de Estado. De todo o coração, obrigado”, escreveu o Presidente francês, numa publicação na sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Do mesmo partido do Presidente francês, o ministro da Educação, Gabriel Attal, parece ser o favorito para substituir Borne. A confirmar-se, será o mais jovem primeiro-ministro de sempre de França, com apenas 34 anos.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h18)

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Preços da luz indexados são os mais baratos. Conheça os melhores tarifários

Conheça as melhores ofertas da luz para 2024, quer esteja disposto a experimentar tarifários que oscilam ao sabor do mercado ou prefira manter um preço fixo todo o ano.

No ano passado, um jargão ecoou nos ouvidos dos consumidores de eletricidade: os “tarifários indexados”. Estes tarifários deram nas vistas porque, em 2023, foram tão vantajosos que chegaram a pagar aos consumidores em vez de lhes cobrar. No geral do ano, mesmo quando não estavam a devolver dinheiro aos clientes, estavam a oferecer os preços mais baixos do mercado. Sendo que os preços praticados nestes tarifários oscilam muito e são difíceis de prever, não é fácil assegurar se serão a melhor opção ao longo de todo o ano de 2024. No entanto, existem bons indicadores, e voltam a ganhar a corrida aos preços mais baixos, pelo menos no arranque do ano.

Para um casal sem filhos, as quatro ofertas mais acessíveis são indexadas, de acordo com os dados disponíveis esta segunda-feira no simulador da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. Para um casal com dois filhos são cinco as ofertas indexadas que se destacam como as mais baratas e para uma família mais numerosa, com quatro filhos, as ofertas indexadas mais vantajosas reduzem-se a três.

Para o consumo típico de um casal sem filhos, a “Solução Família” da Ibelectra deverá cobrar 34,45 por mês, um pouco abaixo dos 34,54 euros da “Cashback Energy 8.8” da Luzigás, dos 34,94 euros da “Plano Simples Indexado Online” da Iberdrola e dos 35,07 euros da “Tarifa Tendência” da Plenitude. A primeira oferta não indexada a aparecer na lista é a Eletricidade DD+FE – Digital 2023, da EDP, disponível apenas para novos clientes, e que custa anualmente 35,39 euros. Ocupa o quinto lugar da lista.

No caso de um casal com filhos, voltam a “ganhar” a “Solução Família” da Ibelectra e a “Cashback Energy 8.8” da Luzigás, que cobram, respetivamente, 85,38 e 85,53 por mês. Segue-se a “Luzboa Spot” da Luzboa, com 89,73 euros de fatura mensal e o “Plano Simples Indexado Online” da Iberdrola, nos 90,10 euros. Em quinto lugar, a “Tarifa Tendência” da Plenitude fecha a mão cheia de ofertas indexadas que se apresentam como as opções mais acessíveis para este nível de consumo.

Por fim, para um casal com quatro filhos, a Solução Família da Ibelectra mantém-se na linha da frente, cobrando 183,97 euros, a Luzigás segue-se com uma conta de 189,22 euros e a “Luzboa Spot” da Luzboa fecha o núcleo de ofertas indexadas mais acessíveis com 191,61 euros mensais.

Para esta análise, considerou-se sempre um tarifa simples e excluíram-se ofertas condicionadas com ou fidelização, mas entram na lista ofertas para novos clientes e “outros reembolsos/descontos”. No entanto, a análise mais fiel deverá ter em conta os dados de consumo e preferências de cada cliente, que pode introduzir no mesmo simulador.

“Os contratos a preços indexados promovem um maior envolvimento dos consumidores na gestão da sua fatura de eletricidade”, logo, “para que o cliente possa usufruir das vantagens deste tipo de contratos, é fundamental estar bem informado sobre a evolução dos preços nos mercados de eletricidade, para ter capacidade de mudar o consumo rapidamente ao longo do tempo”, alerta a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). De forma a escolher a melhor opção, o regulador aconselha consultas regulares ao seu simulador.

O que são preços indexados e como funcionam?

Antes de a luz chegar aos clientes, que assinam um contrato com um comercializador à sua escolha, este comercializador tem de comprar eletricidade a quem a produz. O comercializador “vai às compras” ao chamado “mercado grossista da eletricidade” no qual, a cada hora, consoante a oferta e a procura, a eletricidade tem preços diferentes. E são estes preços que guiam os preços dos tarifários indexados.

Quando os preços de mercado descem, o cliente beneficia de uma descida de preços na sua fatura mas, quando os preços de mercado aumentam, o cliente vê repercutidos na sua fatura estes aumentos de preço”, indica o regulador.

Explicando: o preço final da fatura da eletricidade tem várias componentes e, enquanto nos tarifários mais comuns a componente “tarifa da energia” tem um preço fixo durante todo o ano (salvo raras exceções, que permitem revisões trimestrais), nos tarifários indexados esta componente vai variar (encarecendo ou ficando mais barata) consoante a evolução dos preços da eletricidade vendida no mercado grossista.

Geralmente, o preço grossista que serve de referência é o valor médio mensal do mercado diário de eletricidade. Mas os tarifários indexados podem também cobrar preços diferentes dependendo da hora a que se dá o consumo, desde que o consumidor tenha um contador inteligente. Como, regra geral, durante a noite a energia é mais barata, o próprio consumidor pode “jogar” com isto para que os maiores consumos aconteçam nas horas mais baratas. Algo parecido com os tarifários bi-horários mas, em vez de dividir o dia em dois períodos, este divide-se em 24 horas.

Além a tarifa da energia, que depende do mercado grossista, os tarifários indexados terão ainda de contabilizar no preço a tarifa de acesso às redes, cujo valor é fixo e definido pelo regulador, a margem que cabe à empresa e, claro, os impostos.

Assim sendo, os tarifários indexados podem ser uma opção interessante para poupar mas, dadas as flutuações de preço, serão menos atrativos para quem não tenha aptidão ou interesse para acompanhar a evolução dos mercados grossistas. Neste último caso, mesmo que “com maior probabilidade” de pagar mais com contratos a preços fixos do que com contratos a preços indexados, os consumidores podem preferir “a estabilidade de custos de energia” que conseguem com os primeiros, reconhece a energética Coopérnico.

João Nuno Serra, gestor da YesEnergy e líder da Associação dos Comercializadores de Energia no Mercado Liberalizado (ACEMEL), considera que os tarifários indexados são “sempre uma boa opção quando o mercado está estável”. Quando está mais volátil, “o refúgio é a tarifa fixa”.

O que muda em 2024 que agita os preços indexados?

A pergunta de “um milhão” que determinará o rumo dos tarifários indexados é “qual será a evolução dos preços da eletricidade no mercado grossista?”. A resposta não é fácil. A Coopérnico recorda que “anos como o de 2022 claramente demonstraram como os melhores algoritmos falham”. E a mesma ressalva, quanto ao efeito que podem ter eventos disruptivos como uma guerra ou uma pandemia, é feita pelo líder da ACEMEL.

João Nuno Serra, no entanto, com a informação de que dispõe de momento, arrisca apontar para uma “estabilização de preços [no mercado grossista] ao longo deste ano, em torno dos 80 a 100 euros por megawatt-hora (MWh)”. Esta fasquia, acredita, é atrativa do ponto de vista dos tarifários indexados, já que assim “as ofertas de preços fixos tenderão a ser mais altas”. É que, como nos contratos a preço fixo é o comercializador que está a assumir o risco em relação às oscilações de preço no mercado grossista, o cliente acaba por pagar por esta “segurança” extra.

Um dos fatores que, na opinião do líder da ACEMEL, permitirá uma estabilização dos preços é a recém-acordada diretiva relativamente ao desenho dos mercados europeus de eletricidade. A diretiva promove contratos com preços garantidos para as centrais renováveis, incentivando este investimento. Com mais capacidade renovável, os preços do mercado grossista devem aliviar. “Vamos ver se terá efeito prático em 2024. Mas a economia vive muito de sinais, e esta decisão política é um sinal importante para a economia nesta área”, defende João Nuno Serra.

Preço médio da eletricidade no mercado grossista ibérico nos últimos cinco anos e previsão para 2024

Preço médio anual praticado no mercado grossista da eletricidade nos últimos cinco anos (PTEL, fonte: OMIE) e antevisão do preço médio esperado para o mercado grossista em 2024 (FPB YR-24, fonte: OMIP)

 

A Aleasoft, empresa espanhola que se dedica à análise de dados no mercado da energia, mostra-se também otimista. Em 2023, os preços do mercado grossista de eletricidade que é partilhado por Portugal e Espanha (Mibel) caíram 47%, tornando-se mais baixos que os de 2022 e de 2021. “Para 2024, as previsões apontam para uma tendência de baixa”, e a queda pode ser superior a 10%, estima a mesma fonte. Tudo dependerá, essencialmente, de dois fatores: o preço do gás (que ainda é muito usado para produzir eletricidade) e da capacidade renovável. No caso do gás, o cenário presente é de recuo nos preços. No campo das renováveis, a Aleasoft espera um crescimento rápido, sobretudo da capacidade solar, em Portugal e Espanha.

Apesar do cenário otimista quanto ao preço da eletricidade no mercado grossista, que influencia a parcela do preço da luz “tarifa da energia”, há outra componente da fatura que, pelo contrário, pesará mais. É a tarifa de acesso às redes. “Com a subida das tarifas de acesso, os preços dos tarifários indexados vão ser muito diretamente impactados”, sublinha Pedro Silva, especialista na área de Energia da Deco Proteste.

Estas tarifas estavam em valores negativos em 2023, -30,4 MWh, mas em 2024 vão dar um salto de 316% para os 66,2 MWh, pois, como os preços do mercado grossista desceram, as instalações com tarifas garantidas deixaram de entregar ganhos ao sistema elétrico nacional. Considerando a evolução desta componente, não será tão fácil entregar preços tão competitivos aos consumidores como em 2023 — vai ser uma questão de balanço entre esta tarifa, a da energia e, claro, as margens.

Se preferir preço fixo, estas são as melhores ofertas

Como já referido, a “Eletricidade DD+FE – Digital 2023” da EDP é a tarifa mais acessível, fora as indexadas, que está disponível para um casal sem filhos, de acordo com o simulador da ERSE. Custa 35,39 euros por mês.

Um casal com dois filhos tem a “Tarifa Aniversário” da Endesa como a oferta não indexada mais acessível, cobrando 91 euros mensalmente, e quase “taco-a-taco” a Eletricidade DD+FE – Digital 2023 da EDP, nos 91,13 euros, e a “Leve sem Mais” da Repsol, por 91,93 euros mensais. É seguida pela “Galp & Continente Eletricidade Verde (DD)”, que implica reembolsos em cartão para usar nos supermercados Continente, e que cobra 35,71 euros e, finalmente, apresenta-se a “Tarifa Aniversário” da Endesa, com 36,32 euros mensais.

No caso das famílias numerosas, a oferta a preços fixos mais vantajosa, com 193,14 euros por mês, é a “Galp & Continente Eletricidade Verde (DD) + 2 Serviços”, da Galp. No entanto, esta oferta pressupõe que o IVA correspondente não é descontado diretamente na fatura, mas sim atribuído em cupão a ser carregado como saldo no cartão Continente, e é assumindo que gasta o saldo em cartão que é uma opção mais acessível. A “Leve” da Repsol, que custa 195,71 euros por mês é a seguinte melhor opção.

Os preços regulados da luz aparecem apenas em 10.º lugar na lista das tarifas mais acessíveis para um casal sem filhos, e em 13.º lugar para um casal com dois ou quatro filhos. Neste sentido, o mercado livre continua a sair mais barato aos consumidores.

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Vodafone procura startups para desenvolvimento de 5G no âmbito do PRR

Candidaturas ao Vodafone Boost Lab decorrem até 21 de janeiro. O projeto, aprovado no âmbito da rede nacional de test beds, terá um financiamento de cerca de quatro milhões de euros do PRR.

A Vodafone está à procura de startups e PME para o desenvolvimento de pilotos 5G no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O Vodafone Boost Lab, aprovado no âmbito da rede nacional de test beds, terá um financiamento de cerca de quatro milhões de euros do PRR. Candidaturas decorrem até 21 de janeiro.

A operadora, em consórcio com a Capgemini e Ericsson, está a desenvolver um projeto para o desenvolvimento de soluções de 5G estando à procura de startups e PME, nacionais e internacionais, para integrar o Open Innovation Program do Vodafone Boost Lab, programa desenvolvido com a Beta-i. Até um total de 35 startups são admitidas no pitch online – a decorrer a 6 e 7 de fevereiro –, sendo a seleção das 25 a passarem para a fase seguinte a realizar-se entre 8 e 21 de fevereiro.

O objetivo é que, até ao início do verão, “as startups selecionadas desenvolvam na test bed Vodafone Boost Lab projetos-piloto baseados em tecnologias como o IoT e o edge computing, incluindo a realidade virtual e aumentada, drones, robótica, sensorização, big data e cloud computing, entre outras”, informa a Vodafone.

“Em contacto com empresas de referência em Portugal, com atividade em áreas como Energia, Retalho, Entretenimento & Média, Saúde, Indústria, Produtos de Rápido Consumo (FMCG) e Mobilidade, entre outras, as startups e PME selecionadas vão poder testar e validar soluções escaláveis, eficientes do ponto de vista do custo, e que possam ser implementadas na infraestrutura de rede da Vodafone”, detalha ainda a operadora.

As candidaturas decorrem até 21 de janeiro, no site do programa. Após um período de um mês e meio de seleção, as empresas escolhidas terão quatro meses para desenvolverem os seus pilotos na test bed. Os projetos resultantes serão conhecidos no final de junho de 2024.

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‘Lenda’ do futebol alemão Franz Beckenbauer morre aos 78 anos

  • Lusa
  • 8 Janeiro 2024

Beckenbauer, de alcunha 'Kaiser', é uma das mais emblemáticas figuras do futebol no século XX e um de três a vencer dois Mundiais.

O antigo futebolista e treinador Franz Beckenbauer, uma das figuras da Alemanha, campeão mundial como jogador, em 1974, e selecionador, em 1990, morreu esta segunda-feira aos 78 anos, disseram familiares à agência noticiosa alemã DPA.

Beckenbauer, de alcunha ‘Kaiser’, ou ‘Imperador’, é uma das mais emblemáticas figuras do futebol no século XX e um de três a vencer dois Mundiais, um como jogador e outro como treinador (Mário Zagallo e Didier Deschamps), tendo vencido ainda o título europeu em 1972, sempre com a Alemanha Ocidental.

O antigo defesa e médio, tido como um dos melhores futebolistas de todos os tempos, foi ainda um dos destaques da ascensão do Bayern de Munique a potência mundial, vencendo três vezes a Taça dos Campeões Europeus (atual Liga dos Campeões), tendo ganho a Bola de Ouro em 1972 e 1976.

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Zero propõe substituição “urgente” da presidência da Agência Portuguesa do Ambiente

Ambientalistas da Zero acusam atual presidência de "má conduta" e "degradação" na gestão de resíduos, urgindo a sua substituição antes da dissolução do Parlamento, a 15 de janeiro.

A associação ambientalista Zero diz ser “urgente” que a direção da Agência Portuguesa (APA) seja substituída, acusando a agência de “má conduta”, “degradação da gestão dos resíduos” e recordando que o presidente Nuno Lacasta foi constituído arguido no âmbito da Operação Influencer.

Num comunicado enviado esta segunda-feira às redações, a associação liderada por Francisco Ferreira anuncia ter enviado uma carta ao ministro do Ambiente e Ação Climática, Duarte Cordeiro, a apelar à sua ação no sentido de, até 15 de janeiro de 2024, antes da dissolução do Parlamento, “encontrar uma solução que assegure total isenção e ausência de suspeitas, mas acima de tudo que restaure a capacidade de resposta da APA”.

Na audição de 14 de novembro de 2023, Duarte Cordeiro deu conta que Nuno Lacasta já tinha pedido para abandonar a presidência da agência até ao final do ano, mesmo antes da formalização da Operação Influencer, estando apenas em cima da mesa a escolha do momento mais oportuno para a sua substituição.

Para a Zero, “já há algum tempo” que tem notado uma “má condução e decisão em processos de avaliação de impacte ambiental“. A título de exemplo, é referida a aprovação para a exploração Mina do Romano em Montalegre, pela Lusorecursos, e a “luz verde” dada ao projeto do centro de dados da Start Campus, em Sines, onde se viabilizou sem avaliação de impacte ambiental (AIA) a fase 1 do projeto e se efetua uma avaliação da fase 2 a 6, com a fase 1 já em construção.

“Esta é uma prática que legal e tecnicamente fere o espírito da legislação de avaliação ambiental de projetos, onde a sua divisão e aprovação em parcelas não é admissível“, alerta a Zero.

Ainda a nível das decisões de impacte ambiental, a Zero acusa a APA de “falta de informação clara” e a recorda a recusa “sistemática” da agência em realizar uma Avaliação Ambiental Estratégica para a localização do novo aeroporto de Lisboa.

Ademais, acusa a APA de uma “enorme degradação da gestão dos resíduos” resultando, nomeadamente, no “péssimo desempenho do país em termos de gestão de resíduos urbanos”– com uma taxa de preparação para reutilização e reciclagem de 24% em 2022, quando a meta comunitária para 2025 é de 55%.

As falhas a nível de resíduos também são visíveis a nível da gestão de resíduos de equipamentos elétricos e eletrónicos (REEE), “com graves impactos em termos da saúde pública, do ambiente e do clima, sendo a APA a principal responsável por esta situação devido à sua falta de vontade de regular efetivamente este setor“. A Zero aponta ainda ainda a incapacidade da APA em “fornecer dados atualizados sobre a gestão de resíduos”.

“Perante as razões apresentadas a Zero espera que o Governo não permita o arrastamento desta situação por mais tempo e promova desde já a substituição presidência da APA até ao termo das suas funções”, defendem os ambientalistas.

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