Polémica sobre mudança de logótipo salta fronteiras

Apolémica sobre a decisão de mudança de logótipo por parte do novo Governo foi notícia em meios como a Reuters, o The Guardian ou O Globo.

A decisão do novo Governo de regressar ao anterior logótipo, em detrimento da imagem criada pelo Studio Eduardo Aires e adotada pelo Governo de António Costa, causou alvoroço nas redes sociais, gerou polémica, e fez correr tinta nos jornais portugueses. Mas a polémica parece ter também escalado fronteiras, sendo notícia no estrangeiro.

A discordância sobre o assunto em Portugal parece assim ter escalado de tal forma que o assunto “saltou” para a imprensa estrangeira, desde logo marcando presença na Reuters, onde se dá conta da alteração dos símbolos. “Enquanto alguns portugueses aplaudiram o regresso dos antigos símbolos nas redes sociais, outros lamentaram as prioridades trocadas do Governo numa altura de crise“, refere a agência de notícias.

À esquerda, “novo” logótipo entretanto metido na gaveta por Montenegro. À direita, antigo logótipo agora recuperado.

Já o britânico The Guardian dá ênfase ao uso da imagem enquanto “arma de arremesso” por parte da direita e às palavras do designer Eduardo Aires, que se queixou de ter recebido ameaças de morte pela sua criação.

No outro lado do Atlântico, o jornal brasileiro O Globo também destacou as ameaças de morte recebidas pelo designer, referindo que a polémica sobre as imagens nacionais são um “reflexo de polarização política crescente no país europeu”.

A norte-americana Fast Company também noticiou a troca de logótipos, referindo que a alteração “não foi bem recebida por muita gente”, onde se incluem “milhares de pessoas que assinaram uma petição online“. Esta petição conta com cerca de 7.500 assinantes.

Segundo refere este meio, “em momentos políticos tensos, o design pode servir como uma extensão tangível da ideologia”, fazendo uma analogia com outros casos semelhantes que ocorreram nos EUA.

Recorde-se que os especialistas em comunicação ouvidos logo no primeiro momento pelo +M aplaudiram a decisão do Governo de recuar na alteração ao logótipo feita durante o Governo de António Costa.

A polémica foi também aproveitada pela Ikea para comunicar e marcar pontos nas redes sociais, naquele que foi mais um exemplo de publicidade adaptada ao contexto político desenvolvida pela marca de mobiliário e decoração.

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Montenegro contra consagração de aborto como direito fundamental na UE

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

"Há dois direitos que conflituam: o direito à autodeterminação da mulher e o direito à proteção da vida do nascituro", defende o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro e líder do PSD afirmou-se esta sexta-feira contra a consagração do aborto como direito fundamental, como recomendou o Parlamento Europeu na quinta-feira, por causar um “desequilíbrio jurídico” ao prevalecer apenas o direito à autodeterminação da mulher.

A consagração como direito fundamental do direito à interrupção voluntária da gravidez traz um desequilíbrio no ordenamento jurídico, porque significa que dos dois direitos que estavam em conflito [direito à autodeterminação da mulher e o direito à proteção da vida do nascituro], no fim, vai prevalecer integralmente apenas um, o que significa o desaparecimento do outro”, disse hoje Luís Montenegro, no parlamento, durante o debate de preparação do Conselho Europeu de quarta e quinta-feira da próxima semana.

O chefe do Governo respondia a uma pergunta da deputada do PAN, Inês Sousa Real, a propósito da votação ocorrida no Parlamento Europeu que na quinta-feira aprovou uma recomendação histórica de incluir todos os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, incluindo o direito ao aborto, na Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia (UE), com estatuto de tratado.

“Eu e o meu partido não defendemos isso”, referiu Montenegro. O primeiro-ministro salientou que esta matéria “não é uma questão de Governo, é uma questão individual”.

Há dois direitos que conflituam: o direito à autodeterminação da mulher e o direito à proteção da vida do nascituro. O processo da interrupção voluntária da gravidez é a forma, o compromisso jurídico de resolver esse conflito. Nos ordenamentos jurídicos existem condições, requisitos, para a adoção dos procedimentos da interrupção voluntária da gravidez: circunstância, previsão fáctica ou até de prazo”, afirmou.

A resolução do Parlamento Europeu foi aprovada com 336 votos a favor, 163 contra e 39 abstenções e no documento os eurodeputados exigem que seja consagrado o direito ao aborto na Carta de Direitos Fundamentais da UE, uma exigência que é feita há muito tempo. O Parlamento Europeu condenou o retrocesso nos direitos das mulheres em vários países, incluindo nos 27 Estados-membros do bloco comunitário, nomeadamente a imposição de restrições ao aborto e cuidados de saúde sexuais e reprodutivos.

Os eurodeputados querem que seja alterado o Artigo 3.º da Carta dos Direitos Fundamentais do bloco comunitário para incluir que “todas as pessoas têm o direito à autonomia sobre o corpo, o acesso gratuito, informado, pleno e universal à saúde e aos direitos sexuais e reprodutivos, e a todos os serviços de saúde conexos, sem discriminação, incluindo no acesso ao aborto seguro e legal”.

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Governo supera primeiro debate mas com alertas de “arrogância”

Governo quis mostrar abertura mas foi acusado de falta de diálogo. Enfrentando críticas da direita à esquerda, Montenegro "sobreviveu" ao primeiro debate face a um Parlamento fragmentado.

O Executivo de Luís Montenegro conseguiu ultrapassar o primeiro debate parlamentar com o Programa do Governo viabilizado, mas não escapou a críticas e ameaças da oposição, que recordou a maioria relativa que vai obrigar ao diálogo. Foram mais de oito horas de debate no primeiro dia, marcado pelo anúncio de nove medidas prioritárias por Montenegro, e duas moções de rejeição no segundo, onde o PS e o Chega deixaram o trabalho prosseguir mas não sem avisos de que não iam ser muletas ou apoios.

Na primeira intervenção de Montenegro, que fez questão de recordar que não é um estranho às andanças do Parlamento, onde foi deputado 16 anos, o grande destaque foram as medidas que o Governo escolheu para serem as primeiras a avançar. São no total nove medidas, arrancando com a descida de IRS, que foi a grande bandeira da campanha social-democrata.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 11ABR24

Entre as primeiras decisões do Governo encontram-se também os professores e polícias, propostas para o Fisco e para os jovens, como a isenção de IMT, bem como para acelerar os fundos europeus e revogar medidas de António Costa na habitação.

Oposição nega apoio com viabilização do programa do Governo

O discurso foi também marcado pela forma como Montenegro enquadrou a viabilização do programa do Governo. Disse que permitir a viabilização do Programa do Governo “significa permitir a sua execução até ao final do mandato ou, no limite, até à aprovação de uma moção de censura”.

Perante estas afirmações, o PS acusou o Governo de estar a fazer “chantagem” e, por isso, o secretário-geral socialista desafiou Montenegro a avançar com uma moção de confiança. Depois de no Parlamento terem feito acusações mútuas de “arrogância”, Pedro Nuno Santos salientou que Montenegro, “em vez de se congratular pela decisão do PS de se abster na votação das moções de rejeição da esquerda, decide exigir ao PS que, inviabilizando a moção, tem de suportar o Governo”.

André Ventura também não gostou das declarações do primeiro-ministro e disse esperar a clarificação de Luís Montenegro de que “os partidos que não obstaculizem o programa não se tornaram apoiantes”, numa espécie de ultimato.

Montenegro pouco clarificou a questão mas reiterou que não queria o apoio do Partido Socialista. “Respeitamos o papel de oposição e de escrutínio do Partido Socialista e o papel de construção de uma alternativa política”, assumiu o primeiro-ministro.

Mesmo com 60 medidas de outros partidos, Governo acusado de falta de diálogo

O Executivo quis dar um sinal de abertura ao anunciar, no Conselho de Ministros de quinta-feira, que tinha incluído 60 medidas dos outros partidos no programa de Governo. Mas os partidos desvalorizaram o gesto, já que não existiu diálogo nem aviso de que tal ia ser feito, pelo que tiveram de andar à procura dos “ovos da Páscoa”, como caracterizou Inês Sousa Real.

Os partidos reiteraram que não existiu diálogo, nem a comunicação de quais foram as medidas incluídas: Isabel Mendes Lopes, do Livre, diz que puseram o país a fazer um “peddy paper” à procura das propostas.

A lista chegou apenas ao final do dia e mostrou que mais de metade das medidas escolhidas são do PS, que viu incluídas 32 propostas. Segue-se o Chega, com 13 propostas plasmadas no Programa de Governo, e a Iniciativa Liberal, com seis. Já o Livre e Bloco tiveram três medidas cada, enquanto o PAN viu incluídas duas e o PCP — que já tinha anunciado uma moção de rejeição — apenas uma.

O Governo disse não compreender estas críticas e Paulo Rangel, que fechou o debate em nome do Governo, reiterou que “não é suposto nem desejável que programa do Governo seja negociado com oposições”. O programa “será sim a base da negociação”, defendeu, apontando que foi um sinal de “abertura”.

Ministros começam a dar primeiros passos

À tarde do primeiro dia de debate surgiu a primeira oportunidade para os ministros se pronunciarem na Assembleia da República, no confronto direto com os partidos. Ainda que muitos já estivessem habituados às andanças parlamentares, vestem agora uma nova pele, num contexto de maioria relativa em que o consenso é necessário.

Do lado do ministro das Finanças, veio o aviso de que o excedente não significava que era possível resolver todos os problemas. “A forma como chegámos ao excedente de 2023 não é saudável”, porque é o resultado de “elevada inflação, carga fiscal máxima, serviços públicos e investimento público no mínimo e de juros, desde 2015, a beneficiarem da política monetária do BCE até 2022 que deu quase três mil milhões de euros”, explicou.

Além disso, Miranda Sarmento deixou também registada a sua “surpresa” face aos prejuízos operacionais do Banco de Portugal, revelados no mesmo dia numa notícia do Jornal de Negócios. O ministro disse que o Governo iria “avaliar os impactos ao nível das contas deste ano desse prejuízo”, mas é de salientar que no Orçamento do Estado para 2024 já não estava previsto qualquer dividendo da instituição liderada por Mário Centeno.

Já Castro Almeida, que já tem bastante experiência governativa, explicou os planos do Governo para acelerar a execução dos fundos europeus, uma das prioridades anunciadas por Montenegro. O ministro considerou ser “incompreensível” que a execução do Plano de Recuperação e Resiliência continue na ordem dos 20% numa altura em que estão em Bruxelas detidos 713 milhões de euros relativos ao terceiro cheque.

Destaque também para Fernando Alexandre, ministro da Educação, Ciência e Inovação, que anunciou o arranque das negociações com os professores na próxima semana. Isto depois de o primeiro-ministro também ter indicado que as negociações com as forças de segurança iam arrancar já esta sexta-feira, sendo estes os dois grupos da Função Pública que o Governo identificou como prioritários para o início de negociações.

Esquerda rejeita programa, PS apresenta medidas e direita testa relação

No encerramento do debate, na manhã desta sexta-feira, cada líder parlamentar subiu ao palanque para fazer um discurso final. Pedro Nuno Santos não quis ficar de fora dos anúncios e revelou as cinco iniciativas que o grupo parlamentar do PS vai entregar, que incluem o fim das portagens nas ex-Scut, descida do IVA da eletricidade para 6% e aumentar as deduções com arrendamentos.

O PSD apelidou de hipocrisia a bancada socialista aplaudir de pé estes anúncios quando estiveram no Governo oito anos e não avançaram com as medidas que agora propõem.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 12ABR24

Nas bancadas mais à direita, Ventura apontou a mira à esquerda e ao PS, que criticou pelo estado como deixaram o país. Já para Montenegro, lançou um repto para que faça um Orçamento retificativo, recordando que o próprio, há meses, classificava o atual Orçamento desenhado pelo PS como “betinho e pipi”.

A Iniciativa Liberal apontou falhas no programa do Governo mas também mostrou concordância com alguns pontos, sendo que do lado do Governo sinalizou-se que esta seria uma das bancadas com quem existia mais convergência. “Ainda vai concordar muitas vezes”, disse Joaquim Miranda Sarmento a Bernardo Blanco.

À esquerda surgiram críticas pela posição face às empresas e a proposta para descer o IRS, com Mortágua a declarar aberta a “happy hour das empresas”. Tanto o PCP como o Bloco apresentaram moções de rejeição, mas foram ambas chumbadas com cerca de 138 votos contra – da direita. O PS absteve-se, tal como já tinha anunciado que faria.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 11ABR24

De Saramago a Ricardo Reis, políticos citam autores portugueses

Os deputados e ministros continuam a ser fãs de citações e as intervenções deste debate tiveram “contributos” de autores portugueses como Saramago, Camões e Ricardo Reis. Mas há ainda espaço para cantores – depois de nos debates do anterior Governo serem comuns as citações de Jorge Palma – desta vez com Mariza.

Montenegro terminou a sua primeira intervenção com Saramago: “Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo”, disse o primeiro-ministro, depois de anunciar as nove medidas que iam avançar no imediato.

Já André Ventura fez questão de dizer que iria “corrigir” o discurso de Montenegro e em vez de Saramago, terminou com uma citação de Camões: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta, que outro valor mais alto se alevanta”.

O líder parlamentar do PSD optou por citar uma letra de Mariza: “Algo me diz que a tormenta passará/ É preciso perder para depois se ganhar/ E mesmo sem ver, acreditar”.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 12ABR24

Paulo Rangel, responsável por encerrar o debate do lado do Governo, escolheu por sua vez Ricardo Reis, heterónimo de Fernando Pessoa. No final da intervenção, citou o poema que diz: “Uns, com os olhos postos no passado, veem o que não veem. Outros, fitos, os mesmos olhos no futuro, veem o que não pode ver-se”. Acrescentou ainda: “Este é o dia, esta é a hora, este o momento, isto é quem somos, e é tudo.”

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Comercial com emissão especial a partir do Quartel do Carmo para assinalar 25 de abril

  • + M
  • 12 Abril 2024

A Comercial realiza uma emissão especial a partir do Quartel do Carmo para assinalar o 25 de abril. Sara Correia, uma das convidadas, vai cantar “E Depois do Adeus” com um quarteto de cordas da GNR.

De forma a assinalar os 50 anos do 25 de Abril, a Rádio Comercial realiza uma emissão especial em direto a partir do Quartel do Carmo, em Lisboa, palco principal da Revolução de 1974. A transmissão acontece na véspera, no dia 24, a partir das sete da manhã.

Pedro Ribeiro, Nuno Markl, Vasco Palmeirim e Vera Fernandes vão assim estar em direto a partir do Quartel do Carmo, em conjunto com Mafalda Gomes de Almeida, tenente-coronel, chefe da divisão de comunicação e relações-públicas da GNR, e o historiador chefe do museu do Carmo, para contarem a História da Revolução de 74.

“50 anos depois de uma Revolução que está tão ligada à Rádio, a Comercial não podia deixar de assinalar os 50 anos do 25 de Abril. Quisemos fazê-lo de uma forma simbólica e, por isso, nada melhor do que estar onde tudo aconteceu, o Quartel do Carmo. Optamos por fazer a emissão no dia 24 para garantir que temos o número habitual de ouvintes, sendo um normal dia de trabalho, e não a audiência tipicamente menos ampla de uma manhã de feriado”, diz Pedro Ribeiro, diretor da Rádio Comercial, citado em comunicado.

Contando com vários convidados, reportagens de exterior e visitas ao Museu da Guarda, as Manhãs da Comercial vão estar em direto a partir da sala General Affonso Botelho. A fadista Sara Correia, uma das convidadas, vai cantar “E Depois do Adeus” com um quarteto de cordas da GNR.

As emissões de trânsito serão feitas, como habitualmente, por Paulo Miranda, mas a partir do Centro Integrado Nacional de Gestão Operacional, também no Quartel do Carmo.

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Após “breve troca de impressões”, negociações com os polícias arrancam a 22 de abril

Ministra da Administração Interna explica que primeira reunião com os sindicatos serviu de "apresentação" do programa do Governo. Negociações para o suplemento arrancam a 22 de abril.

A ministra da Administração Interna anunciou que as negociações com os 16 sindicatos dos polícias irão começar no próximo dia 22 de abril. Margarida Blasco falava aos jornalistas esta sexta-feira, dando nota que o encontro marcado para esta tarde serviu apenas de “apresentação” dos pontos que constam no programa do Governo apresentado esta quarta-feira.

“Tivemos uma breve troca de impressões”, afirmou a nova ministra da Administração Interna. A reunião desta sexta-feira durou cerca de hora e meia, entre as 16:00 e as 16:30. “Serviu sobretudo para nos conhecermos e tomarmos nota e compromisso de iniciar negociações no próximo dia 22 [de abril]”, anunciou. “Apresentámos as medidas que estão anotadas, do ponto de vista do programa do Governo, que têm a ver com a progressão das carreiras e atratividade das carreiras, a formação e a capacitação em termos de equipamentos”, explicou.

A governante frisou que a prioridade nas negociações prende-se com a atribuição dos suplementos da PSP e da GNR, tal como tem sido reivindicado por estes setores profissionais, incluindo, simultaneamente, mais equipamentos, formações e melhores instalações. No entanto, quando questionada sobre se o excedente orçamental terá capacidade de dar resposta a todas as exigências, Blasco apenas garantiu que as opções estão a ser estudadas.

“Estamos a estudar. Queremos fazer e cumprir [com o programa do Governo]”, respondeu aos jornalistas. “A negociação vai iniciar-se, vamos ver todos os pontos e analisá-los. É para resolver os problemas“, sublinhou.

“Nós não vamos pensar em novas formas de luta enquanto não nos concentrarmos no que verdadeiramente é importante: discutir e resolver de uma vez por todas este assunto que já leva com quatro meses de discussão”, afirmou o líder deste sindicato.

O porta-voz da plataforma que junta as estruturas da PSP e GNR manifestou esta sexta-feira reservas sobre a reunião com a ministra da Administração Interna, uma vez que foram convidados todos os sindicatos sem direito de negociação com o Governo. À saída da reunião, Bruno Pereira afirmou que é necessário terminar com “este assunto que já leva com quatro meses de discussão”.

O encontro com os sindicatos da PSP e associações da GNR foi anunciado na quinta-feira pelo primeiro-ministro, na Assembleia da República, no debate sobre o programa do XXIV Governo Constitucional.

Luís Montenegro afirmou então que serão iniciadas conversações com representantes das forças de segurança “com vista a tratar de assuntos relacionados com as carreiras e estatuto remuneratório“, estando a primeira reunião com as forças representativas das polícias marcada para esta sexta-feira.

Na convocatória enviada aos sindicatos da PSP e associações socioprofissionais da GNR, o MAI não indicava qual o motivo da reunião. O programa do Governo refere que será iniciado “com caráter prioritário” um processo para “dignificação das carreiras” e “valorização profissional e remuneratória” dos polícias, sem mencionar o suplemento de missão.

A atribuição de um suplemento de missão aos polícias, idêntico ao que foi atribuído pelo anterior Governo aos elementos da Polícia Judiciária, é a principal reivindicação dos elementos da PSP e da GNR, que protagonizaram vários protestos nos primeiros dois meses do ano.

A plataforma, que no caso da PSP é composta pelos sete sindicatos com direito de negociação, foi criada para exigir revisão dos suplementos remuneratórios nas forças de segurança, nomeadamente o suplemento de missão. Além da ministra, estão presentes na reunião o secretário de Estado da Administração Interna, Telmo Correia, e a secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido.

Notícia atualizada às 18h12

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André Ventura foi quem mais apareceu nas notícias em março

Pedro Nuno Santos surge na segunda posição. Já o atual primeiro-ministro, Luís Montenegro, que liderou a exposição mediática em fevereiro, caiu para o terceiro lugar do ranking.

André Ventura foi quem mais apareceu nas notícias transmitidas em televisão no mês passado. O presidente do Chega liderou a exposição mediática em março ao protagonizar 175 notícias com 9 horas e 41 minutos de duração. Recorde-se que foi durante o mês de março que decorreram as eleições legislativas.

Na segunda posição surge o secretário-geral do Partido Socialista, Pedro Nuno Santos, com 153 notícias de 7 horas e 55 minutos de duração. Já Luís Montenegro, líder do PSD e atual primeiro-ministro, que liderou a exposição mediática em fevereiro, caiu para o terceiro lugar do ranking, depois de protagonizar 136 notícias, com 7 horas e 3 minutos de duração. Os dados são do serviço Telenews, da MediaMonitor (Grupo Marktest).

Depois de ausente no mês anterior, o ex-primeiro-ministro António Costa voltou a integrar o ranking de exposição mediática, na quarta posição, ao intervir na primeira pessoa em 130 notícias com 6 horas e 3 minutos de duração. O top cinco fica completo com Paulo Raimundo, secretário-geral do PCP, com 137 notícias, com 5 horas e 16 minutos de duração.

Na lista dos dez nomes que mais figuraram nas notícias em março segue-se Mariana Mortágua, coordenadora do Bloco de Esquerda (5 horas e 1 minutos), Rui Rocha, presidente da Iniciativa Liberal, (4 horas e 18 minutos), Rui Tavares, líder do Livre (4 horas e 1 minuto), Inês de Sousa Real, líder do PAN, (3 horas e 40 minutos) e Roger Schmidt, treinador de futebol do SL Benfica (2 horas e 17 minutos).

A análise foi feita, de acordo com dados da Telenews, aos principais noticiários dos canais generalistas e excluiu programas, debates ou entrevistas. A contabilização do tempo refere-se ao tempo total de duração da notícia em causa.

Também segundo a Marktest, durante o mês de março, os três principais canais da televisão portuguesa – RTP1, SIC e TVI – emitiram 243 horas de informação regular, numa subida mensal de 7,4% e uma descida homóloga de 7,1%.

No terceiro mês do ano foram emitidas 7.132 notícias, mais 6,5% face ao mês anterior. No entanto este número representa uma descida de 3,4% em relação a março de 2023. A duração média das notícias emitidas foi de 2 minutos e 3 segundos, mais 1 segundo do que a duração registada em fevereiro.

A RTP1 voltou, uma vez mais, a ser a estação que mais notícias emitiu, com um total de 2.615 peças (mais 247 que em fevereiro). Foi também a estação que dedicou mais tempo em grelha à informação regular, com 90 horas de duração (mais oito que no mês passado).

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ERC investiga “cumprimento das obrigações legais de transparência” pela dona dos jornais Sol e i

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

A posição surge depois da notícia de que Pedro Vargas David, dono da empresa que detém 91% da dona do i e do Sol, recebeu 45 milhões de euros do Estado húngaro para comprar a Euronews.

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) disse estar “a verificar o cumprimento das obrigações legais de transparência” pela Newsplex, proprietária dos jornais Nascer do Sol e i Inevitável e detida pela Alpac, de Pedro Vargas David.

“No quadro da Lei n.º 78/2015, de 29 de julho, que regula a promoção da transparência da titularidade, da gestão e dos meios de financiamento das entidades que prosseguem atividades de comunicação social sob jurisdição do Estado português, a ERC está a verificar o cumprimento das obrigações legais de transparência pela Newsplex, S.A., proprietária das publicações Nascer do Sol e I Inevitável”, referiu o regulador numa declaração escrita enviada à Lusa.

A ERC promoverá as necessárias diligências caso detete inconformidades no cumprimento destas obrigações legais“, acrescenta.

A declaração enviada pelo regulador surge na sequência de uma notícia divulgada esta sexta-feira pelo Expresso, segundo a qual Pedro Vargas David – filho do antigo eurodeputado do PSD Mário David, conselheiro político do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán – “recebeu 45 milhões de euros do Estado húngaro” para comprar a cadeia europeia de televisão Euronews, da qual é atualmente chairman.

O objetivo seria permitir que o partido nacional-conservador de Fidesz, liderado por Orbán, passasse “a influenciar a cobertura feita pela cadeia de televisão mais europeia da Europa“.

De acordo com o semanário, “documentos obtidos pelo projeto jornalístico húngaro Direkt36, partilhados com o Expresso e o jornal francês Le Monde, numa investigação conjunta desenvolvida ao longo dos últimos meses, revelam que um fundo detido a 100% pelo Estado húngaro e com ligações ao Fidesz investiu 45 milhões de euros no EFMI [European Future Media Investment Fund] para que, por sua vez, este fundo gerido pela Alpac Capital, de Pedro Vargas David, comprasse formalmente a Euronews em julho de 2022“.

“Os documentos mostram ainda que a empresa do principal produtor de propaganda para o governo de Orbán, a New Land Media, de Gyula Balasy, emprestou 12,5 milhões de euros a uma subsidiária húngara da Alpac Capital para que esta investisse ela própria no EFMI, significando que pelo menos 57,5 milhões de euros com ligações claras ao primeiro-ministro foram injetados na Euronews“, acrescenta.

O Expresso refere que “a tomada de controlo da cadeia de televisão coincidiu com a compra em Portugal do semanário Nascer do Sol e do jornal i‘” por parte de Vargas David, e do seu sócio minoritário na Alpac, Luís Santos, filho do treinador de futebol Fernando Santos.

Ambos os jornais são controlados pela mesma empresa que detém atualmente a posição da Euronews, uma holding da Alpac Capital no Dubai.

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Portugal vê “com bons olhos” Palestina como membro pleno na ONU

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

"Nós vemos com bons olhos a pretensão da Palestina em adquirir o estatuto de membro pleno nas Nações Unidas, que ultrapassa o de observador que tem neste momento", disse o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, disse esta sexta-feira ver “com bons olhos” que a Palestina adquira o estatuto de membro pleno nas Nações Unidas, reiterando a defesa da solução dos dois Estados, Israel e Palestina, para o conflito no Médio Oriente.

Os sucessivos governos de Portugal têm sustentado nas organizações internacionais, em particular na Nações Unidas, a adoção da solução dos dois Estados. Queria acrescentar que o Governo português mantém esta posição e acrescentar, mesmo, que nós vemos com bons olhos a pretensão da Palestina em adquirir o estatuto de membro pleno nas Nações Unidas, que ultrapassa o de observador que tem neste momento”, declarou o chefe do executivo, num debate na Assembleia da República sobre o Conselho Europeu extraordinário da próxima semana.

“É uma forma de sinalizarmos que vale a pena promover o entendimento, a negociação, conjugar, no âmbito de todas as organizações internacionais, os interesses para termos uma paz duradoura”, afirmou Luís Montenegro, respondendo a uma pergunta do Bloco de Esquerda sobre se Portugal irá reconhecer o Estado da Palestina.

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Grupo capilar de CR7 prepara medicamento “revolucionário” para a calvície

Novo fármaco para prevenir e tratar a calvície está a ser desenvolvido pelo i3s no Porto. Deverá ser lançado dentro de três anos pelo Grupo Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como cofundador e sócio.

O Grupo Insparya, que tem Cristiano Ronaldo como cofundador e sócio, promete uma autêntica revolução capilar com o lançamento no mercado, dentro de três anos, de um novo fármaco para a prevenção e tratamento da calvície (alopecia).

Este medicamento está a ser desenvolvido no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S) no âmbito de um consórcio entre as duas entidades, avançou ao ECO/Local Online Carlos Portinha, diretor e coordenador clínico da empresa de diagnóstico, tratamento e investigação em saúde e transplante capilar, que tem sede no Porto.

“Conseguimos desenvolver uma terapia farmacológica que previne a queda do cabelo e aumenta o crescimento capilar, estando já essa propriedade intelectual protegida. Temos uma patente internacional”, começa por explicar Elsa Logarinho, coordenadora do grupo de investigação dedicado ao envelhecimento e aneuploidia no i3S. Carlos Portinha acredita que este medicamento “pioneiro” vai “revolucionar o mercado capilar”.

O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya, Carlos Portinha, e a investigadora do i3S, Elsa Logarinho.12 abril, 2024

Os ensaios clínicos deverão acontecer em 2025, já fora do i3S, considerado o maior centro português de investigação biomédica, onde a investigação tem sido até agora desenvolvida. “Serão ensaios multicêntricos que vão decorrer com uma amostra de cerca de 150 pacientes distribuídos por Portugal, Espanha e Itália”, adianta Carlos Portinha, apontando um prazo de cerca de três anos para o produto estar disponível no mercado.

O prazo depende da fase dos ensaios clínicos e posterior aprovação do medicamento. “Estamos a trabalhar durante este ano no sentido de conseguir ter toda a documentação para ser validada pelas entidades reguladoras. Logo que essa submissão esteja feita, há a aprovação e os ensaios clínicos podem começar”, resume Elsa Logarinho, descrevendo o i3s como o maior instituto de investigação em ciências biomédicas em Portugal.

“Estamos expectantes de iniciar o ensaio clínico no início do próximo ano e deverá demorar à volta de um ano e meio, porque há depois um protocolo de encerramento do ensaio clínico e publicação dos resultados. Posto isso, o fármaco pode entrar no mercado”, avança a responsável.

Conseguimos desenvolver uma terapia farmacológica que previne a queda do cabelo e aumenta o crescimento capilar, estando já essa propriedade intelectual protegida. Temos uma patente internacional.

Elsa Logarinho

Coordenadora do grupo de investigação dedicado ao Envelhecimento e Aneuploidia no i3S

Com uma equipa de investigadoras do i3S e ao longo dos últimos quatro anos, a cientista diz ter conseguido provar a eficácia do novo medicamento em ambiente de laboratório, com uma amostra de ratos. “Este fármaco pode prevenir a queda do cabelo, mas também promover o aumento do crescimento capilar. No modelo de ratinho, em que até se consegue depilar e criar uma zona sem pelo, vimos que, com o tratamento deste fármaco, o pelo cresce mais rapidamente e em maior número”, atesta Elsa Logarinho.

Esta descoberta levou as investigadoras nortenhas a concluírem que este novo medicamento poderá mesmo atrasar a evolução da calvície, também conhecida por alopecia androgénica, que é um tipo de queda de cabelo que tem causas hormonais e genéticas. “Este fármaco irá atuar no atraso da progressão da alopecia androgénica”, assegura.

Nesta doença de alopecia, detalha, “o cabelo fica cada vez mais fino e também mais escasso, porque o ciclo de crescimento do cabelo tem um certo período e é variável de pessoa para pessoa”. “Nesta zona do escalpe começa a fase de crescimento a ser mais curta e a fase da queda da regressão do folículo mais longa e, portanto, isso é que leva a que cada vez os cabelos nasçam mais fraquinhos. E, portanto, este fármaco vem atuar nesse sentido”, elucida Elsa Logarinho.

A porta-voz ressalva, contudo, que, numa calvície já muito instalada, este novo medicamento pode não resultar de repente numa farta cabeleira. “Mas, pelo menos, vai preservar toda a zona que tem e, se calhar, potenciar aquela área que já está em queda”.

“O que o laboratório gerou foi toda a validação que chamamos pré-clínica: provámos que o fármaco atua no crescimento de folículos e até mesmo no caso de pacientes que estão a fazer micro transplante na clínica do Grupo Insparya e que, ao tratar com o fármaco em culturas conseguimos prolongar o crescimento do cabelo”, resume Elsa Logarinho, enquanto as duas investigadoras contratadas pela empresa mostram com imagens nos computadores o trabalho entretanto desenvolvido em ratinhos.

O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya, Carlos Portinha, e a investigadora do i3S, Elsa Logarinho.12 abril, 2024

Carlos Portinha, diretor e coordenador da empresa fundada e liderada pelo economista Paulo Ramos, salienta que esta parceria com o i3S surgiu na continuidade da investigação tecnológica e biomédica que é desenvolvida no Insparya Science and Clinical Institute, na Foz do Douro, e dos transplantes capilares que a empresa faz nas 13 clínicas que detém a nível mundial. Todos os anos são investidos entre 2,5 e 3 milhões de euros no campo da investigação, calcula Sandro Cardoso, administrador e diretor comercial e de marketing do Grupo Insparya. “Somos líderes em saúde capilar”, assinala.

Esta investigação laboratorial biomédica resultou no desenvolvimento deste medicamento, assim como de diversos tratamentos capilares e champôs. Em breve será lançada no mercado uma linha dermocosmética premium com uma loção anti-queda, protetor solar, fixador de cabelo e protetor de cor de cabelo que estará à venda nas clínicas, online e nas farmácias.

O médico Carlos Portinha acrescenta que a “investigação básica sobre a alopecia e a unidade folicular, e tudo aquilo que influencia positiva e negativamente a doença” acontece precisamente no i3S. O diretor e coordenador clínico do Grupo Insparya salienta ainda que “o resultado expectável da investigação biomédica do grupo é multiplicar as unidades foliculares em laboratório ou criar uma terapia regenerativa que faça com que as unidades foliculares, que estão a envelhecer precocemente, regenerem e recuperem e voltem a produzir cabelo com a máxima qualidade”.

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Montenegro espera descida das taxas de juro pelo BCE já em junho

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

Montenegro tem a expectativa que "talvez já em junho, as taxas de juro possam tornar a baixar. É importante para as famílias portuguesas, é importante para o financiamento das empresas".

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, manifestou esta sexta-feira a expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) possa descer as taxas de juro já em junho, embora salvaguardando a independência deste regulador.

No debate preparatório do Conselho Europeu de 17 e 18 de abril, na Assembleia da República, Luís Montenegro foi desafiado pela líder parlamentar do PCP, Paula Santos, a “não ser complacente com esta situação”, dizendo que Portugal é dos países mais prejudicados com a política monetária do BCE.

“Nós temos a expectativa de que, nos próximos meses, talvez já em junho, as taxas de juro possam tornar a baixar. É importante para as famílias portuguesas, é importante para o financiamento das empresas portuguesas, que possamos ter um quadro de financiamento que seja suportável para nos garantir melhor qualidade de vida e mais competitividade”, afirmou.

Ainda assim, o primeiro-ministro salvaguardou ser necessário respeitar não só a independência do BCE mas também o objetivo na base das suas decisões, conter qualquer movimento de subida das taxas de juro.

“Não estou a defender que não há condições para baixar as taxas de juro, eu creio que há, mas nós todos temos interesse em conter qualquer movimento de tornar a ver a taxa de inflação a subir. Essa subida seria ainda mais penalizadora para a vida das pessoas e empresas do que esta política mais defensiva do BCE”, disse.

“Repito: ainda assim a nossa expectativa é que essa descida possa ocorrer já no próximo mês de junho”, afirmou. Na quinta-feira, o BCE deixou as taxas de juro inalteradas pela quinta vez consecutiva, mas começou a preparar terreno para uma possível descida em junho se a inflação continuar a sua dinâmica de descida.

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Profissionais liberais querem que novo Governo mude IRS dos recibos verdes

Governo anterior "reconheceu necessidade" de mudar modelo do IRS dos recibos verdes, mas acabou por não o fazer. Profissionais liberais adiantam que é um tema que querem discutir com novo Executivo.

O Governo anterior tinha sinalizado a intenção de mudar a retenção na fonte de IRS a que são sujeitos os recibos verdes, mas a promessa acabou por não dar frutos. Agora que o novo Executivo já tomou posse, a Associação Nacional dos Profissionais Liberais (ANPL), pela voz de Orlando da Silva, diz ao ECO que quer retomar o tema, defendendo que os trabalhadores independentes devem ter liberdade na escolha das taxas de retenção de imposto.

“O PS e Governo anterior reconheceram a necessidade de introduzir um novo modelo de retenção na fonte de IRS, que pudesse substituir a atual taxa fixa de 25% por um conjunto de taxas progressivas. No Orçamento do Estado para 2024, este tema não ficou resolvido. Na prática, nada aconteceu. Queremos abordar desde já esta questão com o Governo atual”, sublinha o responsável, em declarações ao ECO.

Convém explicar que hoje os trabalhadores independentes estão, regra geral, obrigados a uma taxa de retenção na fonte de 25% dos seus rendimentos.

Em 2022, o Governo garantiu estar a trabalhar na reformulação do modelo de retenção na fonte de IRS, mas não avançou com nenhuma medida em concreto.

Já em 2023, o assunto foi retomado e no acordo de rendimentos celebrado na Concertação Social ficou o compromisso de aproximar a tributação aplicada ao trabalho independente daquela a que são sujeitos os rendimentos do trabalho dependente. O Orçamento do Estado apresentado dias depois não trouxe, porém, nada nesse sentido, com o então ministro das Finanças, Fernando Medina, a remeter o assunto para um diploma independente.

Ainda nesse âmbito, o PS acabou por aprovar uma alteração que indicava que ao longo deste ano o Governo procederia “às necessárias alterações informáticas para a aplicação de taxas de retenção na fonte progressivas aos trabalhadores independentes”.

Ora, para Orlando da Silva tal não é suficiente. “É importante que o Fisco permita autonomia para escolher a taxa de imposto a aplicar mensalmente aos seus rendimentos, para que o profissional possa adaptar à sua realidade e expectativas, protegendo em simultâneo a privacidade do seu nível de rendimentos”, defende o presidente da ANPL.

Por outro lado, o programa do Governo apresentado esta semana contém a intenção de convergir os direitos à proteção social dos trabalhadores independentes e economicamente dependentes com o regime dos trabalhadores por conta de outrem, o que os profissionais laborais veem com bons olhos.

“Parece-nos no plano das intenções que vai no sentido daquilo que sempre defendemos. Os trabalhadores independentes efetivamente têm um défice enorme de proteção na paternidade, no desemprego, no risco de acidentes de trabalho e de doença“, realça o referido responsável.

E acrescenta: “Não queremos ser tratados de forma melhor. Apenas de forma equitativa, pois o trabalho independente é ignorado e penalizado em Portugal“. Orlando da Silva diz agora que vai pedir mais esclarecimentos ao Governo sobre essa aproximação da proteção social.

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Presidente do Parlamento Europeu em primeira visita oficial a Lisboa com novo Governo

  • Lusa
  • 12 Abril 2024

Roberta Metsola está, desde o início do ano, a deslocar-se aos Estados-membros para fazer apelo ao voto contra a abstenção, iniciativa na qual se enquadra esta deslocação a Portugal.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, estará em visita oficial a Portugal na próxima sexta-feira, encontrando-se em Lisboa com o novo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

A informação foi divulgada em Bruxelas pela assembleia europeia, que indicou que, na próxima sexta-feira, Roberta Metsola “estará em Lisboa, onde terá um encontro com o presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco, e com o primeiro-ministro Luís Montenegro, seguido de uma conferência de imprensa conjunta, bem como com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa”.

Fonte do gabinete da líder da assembleia europeia explicou à Lusa que Roberta Metsola está, desde o início do ano, a deslocar-se aos Estados-membros para fazer apelo ao voto contra a abstenção, iniciativa na qual se enquadra esta deslocação a Portugal. A mesma fonte acrescentou que a visita visa também que Roberta Metsola se encontre com Luís Montenegro e José Pedro Aguiar-Branco, após terem tomado posse nos cargos no início deste mês de abril.

Na próxima sexta-feira, Roberta Metsola será ainda distinguida pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas, da Universidade de Lisboa, com um honoris causa em Relações Internacionais, adiantou a mesma fonte à Lusa. “Portugal é um país onde me sinto sempre em casa. Estou grata por estar de volta, para sensibilizar as pessoas para as próximas eleições para o Parlamento Europeu, em junho, e para encorajar os portugueses, especialmente os jovens, a votar”, afirmou a presidente da assembleia europeia numa declaração enviada à Lusa.

Roberta Metsola indicou que irá encontrar-se “com líderes e jovens portugueses”, estando “particularmente sensibilizada por receber um honoris causa pela Universidade de Lisboa, uma grande honra”. “Portugal é um país pró-europeu, os portugueses têm um elevado nível de reconhecimento do papel que a Europa desempenha nas suas vidas e é importante que o expressem claramente no dia das eleições europeias, […] a Europa conta com todos”, apelou ainda a responsável, na declaração à Lusa.

As eleições europeias realizam-se entre 6 e 9 de junho. Em Portugal, estão marcadas para 9 de junho e, numa entrevista à Lusa publicada em setembro passado, Roberta Metsola admitiu a realização das eleições europeias nessa altura “é um desafio” para o país, por estarem coladas a feriados, podendo aumentar a abstenção.

Ainda assim, defendeu que a afluência depende da campanha que será realizada. Em dezembro passado, Roberta Metsola deslocou-se a Lisboa para intervir num debate da Fundação Francisco Manuel dos Santos sobre participação política dos jovens e para discursar no Conselho Estratégico Nacional do PSD. Roberta Metsola foi eleita em janeiro de 2022, tornando-se na presidente do Parlamento Europeu mais jovem de sempre e a terceira mulher no cargo desde as primeiras eleições europeias, em 1979.

Hoje com 45 anos, é também a primeira cidadã de Malta a presidir ao Parlamento

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