Guerra pode ter travado atividade económica no final de abril

Indicador diário de atividade económica do Banco de Portugal regista variação homóloga inferior, uma alteração na tendência de estabilidade que se registava nas últimas semanas.

As ondas de choque da invasão russa à Ucrânia já estarão a castigar a atividade económica portuguesa. Na semana terminada a 1 de maio, o Banco de Portugal registou uma alteração na tendência do indicador diário de atividade económica (DEI), que apresentou uma taxa de variação homóloga inferior à da semana anterior.

Mesmo com o início da guerra na Europa, a economia nacional surpreendeu no primeiro trimestre, com o Produto Interno Bruto (PIB) a crescer 2,6% em cadeia. Além disso, nas últimas semanas, o indicador diário de atividade económica (DEI) do Banco de Portugal tinha-se mantido estável.

No entanto, na última semana de abril, já se nota uma queda na variação homóloga do DEI (primeiro gráfico), o que pode significar um abrandamento da atividade económica em Portugal. O recuo também é visível no DEI acumulado num período de três anos (segundo gráfico), que ajuda na comparação com o período pré-pandemia.

Indicador diário de atividade económica:

Fonte: Banco de Portugal

Apesar de diário, o DEI é publicado semanalmente, à quinta-feira. Este indicador “cobre diversas dimensões correlacionadas com a atividade económica em Portugal, sumariando a informação das seguintes variáveis diárias: tráfego rodoviário de veículos comerciais pesados nas autoestradas, consumo de eletricidade e de gás natural, carga e correio desembarcados nos aeroportos nacionais e compras efetuadas com cartões em Portugal por residentes e não residentes”, explica o Banco de Portugal.

Depois do choque da pandemia, as economias ocidentais lidam desde o final de fevereiro com uma série de disrupções provocadas pela invasão russa à Ucrânia (bem como com o próprio conflito). A guerra agravou a subida da inflação, castigando as famílias e as empresas.

Nos EUA, a Fed anunciou na quarta-feira uma subida histórica dos juros para tentar conter a subida de preços, um novo ciclo económico que ameaça com uma recessão.

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Associação que junta capital de risco em Portugal tem nova liderança

Lurdes Gramaxo, sócia da sociedade Bynd Venture Capital, é a nova presidente da associação Investors Portugal, que conta com mais de 500 milhões de euros em ativos sob gestão.

nova liderança na associação que junta os investidores de capital de risco em Portugal. Lurdes Gramaxo, sócia da sociedade Bynd Venture Capital, é a nova presidente da Investors Portugal até 2024.

“Neste próximo triénio, a Investors Portugal pretende implementar um plano ambicioso que trará valor acrescentado, não só para os investidores, como para todo o ecossistema de empreendedorismo em Portugal. Estou certa de que, com esta equipa, conseguiremos alcançar com sucesso a nossa missão e objetivos a que nos propusemos”, assinala Lurdes Gramaxo, citada em comunicado.

Lurdes Gramaxo vai liderar a Associação Portuguesa de Investidores em early stage (em fase inicial) até ao final de 2024. A responsável será porta-voz de uma entidade que agrega 425 business angels e 23 entidades que gerem fundos de capital de risco. No total, a Investors Portugal conta com mais de 500 milhões de euros em ativos sob gestão.

 

A acompanhar Lurdes Gramaxo na direção da Investors Portugal estão investidores e especialistas portugueses na área de capital de risco, como Pedro Bandeira (COREangels), Pedro Falcão (Newzone Ventures), Francisco Ferreira Pinto (Bynd VC), Isabel Neves (Clube de Business Angels de Lisboa), Sérgio Rodrigues (Invicta Angels), Pedro Santos Vieira (Shilling Capital Partners), Pedro Cerdeira (Businessplug.com) e Paulo Bandeira (SRS Advogados).

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Banco de Inglaterra sobe juros para 1% apesar do risco de recessão

O Banco de Inglaterra anunciou um novo aumento de 25 pontos base na taxa de referência, colocando-a em 1%, o nível mais elevado desde 2009.

O Banco de Inglaterra voltou esta quinta-feira a aumentar a taxa de juro de referência em 25 pontos base, colocando-a em 1%, apesar do receio crescente de que o país possa entrar em recessão.

Com a inflação a chegar aos 7% em março, um máximo em três décadas, o Banco de Inglaterra anunciou aquela que é a quarta subida consecutiva nas taxas de juro, deixando-as no valor mais elevado desde 2009

Alguns economistas receiam que o agravamento do custo do dinheiro possa empurrar a economia para uma recessão. O PIB do Reino Unido cresceu apenas 0,1% em fevereiro, travando face aos 0,8% registados em janeiro. As vendas a retalho caíram 1,4% em março, num sinal de que a inflação estará já a travar o consumo.

Nas últimas previsões que divulgou, o Banco de Inglaterra manteve a previsão de um crescimento de 3,75% do PIB este ano, mas apontou para uma contração de 0,25% em 2023.

A decisão do Banco de Inglaterra chega um dia depois de a Reserva Federal ter anunciado um aumento de 50 pontos base que colocou a taxa de referência no intervalo entre 0,75% e 1%.

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Número de novas empresas sobe 21% até abril para 17.282, diz D&B

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

Novas empresas nacionais sobem 21% em termos homólogos, para as 17.282 até final de abril, mas mantêm-se abaixo do pré-pandemia. Transportes sobem 102%, e Retalho é o único setor em queda, com -17%.

O número de empresas criadas em Portugal atingiu 17.282 até final de abril, um valor 21% superior àquele registado no mesmo período de 2021, mas continua abaixo dos valores pré-pandemia, segundo dados da Informa D&B.

“Entre janeiro e abril de 2022 quase todos os setores registam uma subida na criação de empresas face a 2021, com destaque para os serviços gerais (+673 constituições, +38%), transportes (+564 constituições, +102%), alojamento e restauração (+515 constituições, +45%), serviços empresariais (+513 constituições, +21%) e atividades imobiliárias (+409 constituições, +27%)”, refere em comunicado.

O setor do retalho foi o único que sofreu uma queda, com menos 17% novas empresas nesse período.

A Informa D&B acrescenta que a subida de nascimentos em 2022 “é também transversal a todas as regiões e distritos, com destaque para a Área Metropolitana de Lisboa (+1.866 constituições, +39%)”.

Em termos mensais, houve uma diminuição de 12,2% para 3.332 novas empresas face a abril de 2021 (3.794).

Apesar deste crescimento, o número de novas empresas está 14% abaixo do registado nos primeiros quatro meses de 2019.

Apenas três setores superam os valores de 2019: atividades imobiliárias (+18%), tecnologias de informação e comunicação (+18%), agricultura e outros recursos naturais (+0,8%)”, acrescenta.

Os encerramentos e as insolvências mantêm-se, por seu turno, abaixo do registado no período homólogo, registando valores inferiores a 2021.

Segundo os dados recolhidos pela Informa D&B, encerraram até 30 de abril deste ano 4.130 empresas, menos 0,6% que no período homólogo e, no mesmo período, registou-se uma descida de 26,1% nas novas insolvências (menos 194 processos para um total de 550).

No mês de abril de 2022 encerraram 757 empresas, menos 22,9% que em igual mês do ano passado.

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Galp abre mais quatro centrais solares e supera 1GW de potência na Península Ibérica

Energética portuguesa iniciou produção de quatro novas centrais fotovoltaicas em Espanha, que poderão proporcionar energia limpa a um total de 140 mil famílias.

A Galp ultrapassou o patamar de 1 gigawatt (GW) de energia produzida a partir de painéis solares na Península Ibérica. A energética portuguesa superou esse patamar porque iniciou a produção em quatro novas centrais fotovoltaicas em Espanha, anunciou a empresa esta quinta-feira em comunicado.

No total, as quatro novas instalações poderão satisfazer as necessidades energéticas de 140 mil famílias e poupar a emissão de cerca de 54 quilo toneladas de dióxido de carbono,

Três das novas centrais ficam em Alcázar de San Juan, em Ciudad Real, e têm uma capacidade total de 150 MW, “estimando-se que venha a fornecer anualmente 295.345 MWh, equivalente às necessidades energéticas de 105 mil famílias”, refere o documento.

A quarta central fica localizada em Chiprana, perto de Saragoça. Com capacidade instalada de 50 MW, poderá produzir anualmente 90.855 MWh de energia, “o suficiente para abastecer 35 mil casas com energia limpa.

“O início das operações de Logro e Alcázar confirma o nosso compromisso de continuarmos a liderar a transição para um sistema energético mais sustentável, aumentando a segurança energética da Península Ibérica e baixando os custos de eletricidade para todos”, destacou o responsável operacional da Galp para as energias renováveis e novos negócios, Georgios Papadimitriou.

A Península Ibérica, com 1,2 GW de capacidade instalada de produção solar, corresponde a 12,5% da carteira total de 9,6 GW de potência que a Galp tem ou vai ter em países como Espanha, Brasil e Portugal. Até 2025, a energética pretende atingir os 4 GW de capacidade; até 2030, o objetivo é chegar aos 12 GW.

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Juízes não foram responsáveis pela fuga de João Rendeiro

O CSM concluiu que nenhum juiz foi responsável pela fuga de Rendeiro, líder do BPP que fugiu para a África do Sul em setembro, poucos dias antes de ter de entrar na cadeia para cumprir pena de prisão.

Sete meses depois, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) — órgão que fiscaliza a atividade e decisões judiciais — tomou finalmente uma decisão relativamente ao apuramento de responsabilidades pela fuga do ex-líder do BPP, João Rendeiro concluindo que nenhum juiz foi responsável pela referida fuga.

Segundo o juiz relator da investigação, “percorridos com a devida atenção os 128 volumes e 27.551 folhas, algumas com frente e verso, dos três processos, podemos afirmar sem qualquer dúvida que enxergado não foi o mínimo indício de responsabilidade disciplinar relativamente a qualquer dos vários Juízes de Comarca, da Relação de Lisboa e do Supremo Tribunal de Justiça, únicas entidades a que se dirigem estes autos”.

Porém, o magistrado em causa admite que “não se descortinando indício de responsabilidade disciplinar, há que dizer que nem tudo terá corrido da melhor forma, se bem que sem acção directa dos Juízes”.

E faz o alerta: a comunicação entre os tribunais de primeira instância e os superiores tem de melhorar. “Há que tomar devida nota de que no caso de subida de processo a tribunal (is) superior (es), deverá ser estabelecida relação comunicacional, por forma a que, o tribunal de primeira instância, a quem compete tomada de posição sobre eventual alteração do regime de medidas de coacção, tenha real e atualizado conhecimento do estado dos autos, sobretudo quando na instância superior ocorra alguma alteração no quadro processual”.

Dando e exemplo de um dos processos a que Rendeiro foi condenado, mas cuja dceisão se encontrava em recurso na Relação de Lisboa. “No caso do primeiro processo, os autos subiram ao Tribunal da Relação de Lisboa em 8 de Maio de 2019 e regressaram em 1 de Outubro de 2021, ou seja, 2 anos, 4 meses e 22 dias, após. Nesse período o Juiz 22, titular do processo, não teve conhecimento do estado dos autos, não tendo acesso aos mesmos através do Citius, como esclareceu nas informações que prestou no início deste processo e nas declarações gravadas”.

O CSM decidiu abrir um inquérito de averiguação ao facto de não ter sido prevenida judicialmente a fuga do ex-líder do BPP, João Rendeiro, no final de setembro. Desde 6 de outubro que o processo de averiguações para apurar se há responsabilidade disciplinar por parte de algum dos magistrados responsáveis pelos processos de Rendeiro no caso do antigo presidente do BPP está a ser analisado. Sendo que desde janeiro estão a ser avaliados todos os passos dados no caso e se existe negligência.

No dia 28 de setembro, Rendeiro anunciou no seu blogue pessoal que não pretendia voltar a Portugal. O ex-líder do BPP está condenado a três, cinco e dez anos de prisão efetiva, sendo que duas das decisões já estão transitadas em julgado. No dia 11 de dezembro foi detido na África do Sul. Num artigo publicado no seu blogue “Arma Crítica”, João Rendeiro escreveu, no final de setembro, que não pretendia regressar a Portugal por se sentir injustiçado e que ia recorrer a instâncias internacionais, avançando ter pedido ao advogado para comunicar a decisão à Justiça portuguesa argumentando que se tornou “bode expiatório de uma vontade de punir os que, afinal, não foram punidos”.

O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa. O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo crimes de burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, assim outro um processo relacionado com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancárias.

Detido em novembro, João Rendeiro está desde o dia 17 de novembro no estabelecimento prisional de Westville, província de KwaZulu-Natal. O ex-banqueiro estava fugido à Justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal. Foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.

Em declarações transmitidas através da sua advogada, no início de abril, João Rendeiro garante que está “ansioso pelo início do julgamento”. A defesa acredita que não será extraditado para Portugal e estuda nova abordagem.

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BCE sobe juros em julho? Centeno recomenda “calma”

Questionado sobre as declarações dos membros do BCE, o governador do Banco de Portugal recomendou "calma e ponderação nessas comunicações". Centeno mete travão numa subida dos juros já em julho.

O governador do Banco de Portugal considera que é preciso ter “calma e ponderação” nas declarações sobre as decisões do Banco Central Europeu (BCE) relativa à subida dos juros que se prevê para este ano. Esta é a reação de Mário Centeno às frases de Isabel Schnabel, que admitiu uma subida dos juros em julho, e de Fabio Panetta, que prefere adiar o aumento para setembro, ambos membros da comissão executiva do BCE.

Há uma característica do processo de tomada de decisão de política monetária que é muito importante ter em mente: quando o BCE diz que age dependente dos dados isso é absolutamente verdade“, afirmou Mário Centeno na conferência de imprensa de apresentação do boletim económico de maio do Banco de Portugal, recomendando logo a seguir “alguma calma e ponderação nessas comunicações” de Schnabel e Panetta.

E foi mais além, questionando a que dados terão acesso que outros governadores não têm: “Ou somos dependentes dos dados ou alguém tem acesso a informação que não está disponível a todos e há aqui uma assimetria“, disse, referindo mais tarde que tenta “não privilegiar” a produção de “declarações antes do tempo”, seja porque se tem “informação não pública ou por grande convicção”.

Na terça-feira, a economia alemã Isabel Schnabel, membro da comissão executiva do BCE, disse numa entrevista que “com base na perspetiva atual, um aumento dos juros em julho é possível, na minha opinião”, ressalvando que será preciso “esperar para ver como é que os dados evoluem até ao momento da decisão”. “Falar já não é suficiente, temos de agir”, acrescentou. No final de abril tinha sido a presidente do BCE, Christine Lagarde, a dizer que havia uma “forte probabilidade” de subida dos juros este ano.

Esta quinta-feira, o economista italiano Fabio Panetta, membro da comissão executiva do BCE, concordou que o banco central deve começar a subir as taxas de juro, mas não o deverá fazer em julho: “Seria imprudente agir sem antes termos visto os números do PIB para o segundo trimestre e de discutirmos medidas adicionais sem termos um conhecimento completo sobre como a economia poderá desenvolver“, disse. Esses dados só serão conhecidos no final de agosto pelo que, assim, uma subida dos juros só poderia acontecer em setembro.

No final de abril, a presidente do BCE, Christine Lagarde, já tinha dito que “se a situação continuar tal como se prevê atualmente, há uma forte probabilidade de os juros virem a ser aumentados antes do final deste ano“. A dimensão do aumento e a frequência dos aumentos dependem dos números que chegarem à mesa do conselho de governadores durante os próximos meses, explicou.

Centeno diz que “é desejável” subir os juros, “mas só quando for seguro fazê-lo”

Em resposta a questões dos jornalistas, Mário Centeno concretizou que é desejável” que o BCE suba os juros para normalizar a política monetária, mas advertiu que tal “só” deve acontecer “quando for seguro fazê-lo”. Isto é, explicou mais tarde, quando essa subida dos juros não colocar em risco a recuperação da economia europeia, levando-a para uma estagnação ou até recessão em vez de completar a retoma pós-pandemia.

O economista considera que “o que mais preocupa” os agentes económicos é que o BCE tome decisões de “sobrereação que coloque em causa a retoma económica, a qual ainda não está concluída”. “A estagnação da economia da Zona Euro faz parte do espetro dos cenários possíveis. Não está afastada“, admitiu Centeno, concordando com ideia de Panetta de que é necessário esperar pelos dados do PIB no segundo trimestre dado que. Porém, também reconheceu que “a inflação é um risco para a economia”, daí a preocupação dos bancos centrais.

Estagnação ou mesmo recessão, mais aceleração da inflação, não são os melhores amigos dos bancos centrais“, admitiu. Apesar das dificuldades, o governador do Banco de Portugal argumenta que o BCE tem “todos os instrumentos para agir no sentido de continuar a apoiar e a estimular a retoma da Zona Euro”, garantindo “condições de financiamento para todos os setores”, e isso “ser compatível, o que é absolutamente crucial, com as expectativas de inflação de médio prazo estarem ancoradas preferencialmente a 2%”.

Neste difícil equilíbrio de lutar contra a aceleração da taxa de inflação na Zona Euro, já nos 7,5% em abril, e manter a retoma em andamento, Mário Centeno argumentou que o BCE tem tido uma “flexibilidade enorme” na gestão da política monetária e que esta tem de se tornar “mais neutra”, mas advertiu para o facto de tal não ter um “efeito imediato”, como têm as medidas da política orçamental, mas um “efeito desfasado”.

Nas próximas reuniões de política monetária do BCE, “vamos olhar para os lados e tentar retirar daí os melhores ensinamentos para a política monetária”, garantiu. “A subida de taxas, quando acontecer, e a normalização da política monetária é muito importante e vai acontecer“, afirmou, lembrando que “não nos devemos convencer que os níveis de taxas de juro em 2020 eram os níveis desejáveis” dado que tal refletia problemas estruturais na economia da Zona Euro.

Em relação aos salários, Mário Centeno disse que esta era uma “variável muito escrutinada pelos bancos centrais”, mas que não pode ser avaliada numa “perspetiva de curto prazo”. Para já, não vê pressões estruturais nos salários na Zona Euro, mas isso pode ser “reavaliado perante novos dados” nos próximos meses. E, mais uma vez, recomenda “muita cautela na avaliação das atualizações salariais”.

Como tem feito Lagarde, Centeno recusou comparações com a Reserva Federal norte-americana que aumentou os juros em 50 pontos base na reunião desta quarta-feira, argumentando que nos Estados Unidos houve “muita gente que saiu do mercado de trabalho”, o que criou pressões inflacionistas acrescidas, uma “preocupação que não temos na Europa”.

Com a subida das taxas de juro das dívidas públicas no mercado secundário, Centeno recordou que a fragmentação na Zona Euro “deve sempre manter-nos preocupados”, mas que atualmente “é um risco que não existe nem tem existido”.

(Notícia atualizada às 12h51 com mais declarações)

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Prosegur Alarms quer contratar 100 novos colaboradores em Portugal

A Prosegur Alarms representa cerca de 27% da faturação do Grupo em Portugal, o que corresponde a aproximadamente 47 milhões de euros.

A Prosegur vai recrutar 100 novos colaboradores para a equipa comercial da Prosegur Alarms, até ao final do ano, com o intuito de acelerar a digitalização da área. Atualmente, a empresa emprega mais de 600 pessoas em Portugal.

“Mesmo com todo o caminho percorrido ao longo das últimas quatro décadas, continua a existir uma margem significativa para o crescimento neste setor que se encontra em transformação permanente”, afirma Carlos Vaqueirinho, diretor-geral da Prosegur Alarms.

“Nesse sentido, a Prosegur Alarms orgulha-se de anunciar o recrutamento de 100 novos comerciais, que terão um papel decisivo no plano de crescimento desta área de negócio em Portugal”, acrescenta, citado em comunicado.

A Prosegur Alarms representa cerca de 27% da faturação do Grupo em Portugal, o que corresponde a aproximadamente 47 milhões de euros.

Os interessados podem consultar as vagas disponíveis aqui.

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Crédito à habitação dispara em março para máximo desde 2007

Famílias correram aos bancos em março para pedir crédito para a casa antes de entrarem em vigor novas restrições. Empréstimos à habitação atingiram os 1.691 milhões de euros, um máximo desde 2007.

O crédito para a compra de casa disparou em março. Os bancos concederam 1.691 milhões de euros às famílias para a compra de casa, um máximo mensal desde 2007, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pelo Banco de Portugal.

Trata-se de uma subida de 33% em relação ao fevereiro, em que os financiamentos para a casa atingiram os 1.275 milhões.

Isto significa que as famílias correram ao banco para pedir empréstimo para a casa antes de entrarem em vigor as novas restrições das maturidades dos contratos em função da idade dos clientes. Desde 1 de abril que quem tem mais de 30 anos viu os prazos máximos dos empréstimos reduzirem-se dos 40 anos para 37 anos (para quem tem entre 30 e 35 anos) e para 35 anos (para quem tem mais de 35 anos).

A procura por crédito para a aquisição de casa tem vindo a subir desde, pelo menos, o final de 2016. Estabilizou nos primeiros meses da pandemia, há dois anos, por causa do confinamento. Mas disparou já no final de 2020 e prosseguiu a tendência de forte aceleração em 2021. Ao todo, no ano passado, foram concedidos mais de 15 mil milhões para a compra de casa, naquele que foi o melhor ano desde 2007.

Sobe, sobe, crédito sobe

Fonte: Banco de Portugal

O Banco de Portugal tem vindo a alertar para o aumento do endividamento das famílias para comprar casa, sobretudo quando as condições começam a apertar-se. O fim da pandemia, a guerra, a inflação e o Banco Central Europeu (BCE) estão a provocar um aumento das Euribor e isso já se está a refletir num aumento dos encargos das famílias com as prestações da casa pagas ao banco. Em maio, a prestação deu o maior salto desde a crise de 2011.

Os dados do Banco de Portugal desta quinta-feira assinalam que, ao fim de 20 meses, a taxa de juro média dos novos empréstimos à habitação voltou a ultrapassar 1%, refletindo as condições dos mercados. Acelerou dos 0,87% em fevereiro para 1,03% em março.

No total, os bancos financiaram as famílias em 2.451 milhões de euros no mês de março. Além dos 1.691 milhões para a casa, os particulares também pediram 501 milhões de euros para a finalidade de consumo e 259 milhões de euros para outros fins.

Em relação às empresas, o montante de novos empréstimos aumentou 70% em março, ascendendo a 2.276 milhões de euros. “Este aumento verificou-se quer nos empréstimos até 1 milhão de euros, em que o montante emprestado foi de 1.278 milhões de euros (897 milhões de euros no mês de fevereiro), quer nos empréstimos acima de 1 milhão de euros em que o montante foi de 997 milhões de euros (446 milhões de euros em fevereiro)”, explica a instituição.

(Notícia atualizada às 12h00)

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Presidente da República convoca partidos para audiências na segunda-feira

  • Lusa
  • 5 Maio 2022

Marcelo Rebelo de Sousa convoca partidos no Parlamento para audiências "no quadro dos contactos regulares" com os mesmos. Assembleia da República discute Orçamento do Estado na especialidade.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, convocou os partidos políticos com representação parlamentar para audiências na segunda-feira, no Palácio de Belém, em Lisboa.

Segundo uma nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na Internet, estas audiências realizam-se “no quadro dos contactos regulares” com os partidos políticos.

Marcelo Rebelo de Sousa recebeu pela última vez os partidos com assento parlamentar há três meses, entre 1 e 2 de fevereiro, na sequência das eleições legislativas antecipadas de 30 de janeiro, tendo em vista a indigitação de António Costa como primeiro-ministro.

Neste momento, decorre na Assembleia da República a discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, agora com o PS com maioria absoluta de deputados.

Na generalidade, a proposta de Orçamento apresentada pelo Governo contou com os votos contra de toda a oposição exceto PAN e Livre, que se abstiveram. A votação final global está marcada para 27 de maio.

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Português Miguel Teixeira é o novo CEO da região Américas da NTT DATA EMEAL

Miguel Teixeira era até aqui CEO da NTT DATA Chile e foi, de 2014 a 2020, CEO da NTT DATA Portugal.

A NTT DATA nomeou Miguel Teixeira como o novo CEO da região Américas da NTT DATA EMEAL – Europa, Médio Oriente, África e América Latina. Miguel Teixeira, que era até aqui CEO da NTT DATA Chile e, anteriormente, CEO da NTT DATA Portugal vai assumir a liderança regional da América Latina e Estados Unidos, da empresa comandada por Fritz Hoderlein.

“Foi com grande orgulho e satisfação que aceitei o desafio de liderar a região Américas, na medida em as geografias que estarão no perímetro da minha responsabilidade vão desempenhar um importante papel no crescimento do negócio da NTT DATA EMEAL. É uma zona geográfica na qual a NTT DATA já tem uma sólida presença e posicionamento, pelo que antecipamos um futuro recheado de oportunidades para inovar e fazer diferente, para transformar as organizações e melhorar a vida das pessoas pela tecnologia”, afirma Miguel Teixeira, em comunicado.

Para a NTT DATA Portugal, é um “orgulho” esta nomeação pelo nível de responsabilidade que um português assume no universo da consultora tecnológica, que tem mais de 140.000 colaboradores, distribuídos por mais de 50 países.

Até aqui CEO da NTT DATA Chile, Miguel Teixeira foi CEO da empresa em Portugal entre março de 2014 e 2020. Vai, agora, liderar os destinos da NTT DATA em oito países — Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México, Peru e Estados Unidos — nos quais colaboram 15.000 pessoas. A par disso, a liderança do novo CEO irá acompanhar o mid term plan da NTT DATA EMEAL, que prevê duplicar o seu volume de negócios de 3.000 milhões de euros para 6.000 milhões de euros até 2025.

“Um objetivo para o qual a NTT DATA Portugal está também a contribuir, atualmente sob a liderança de Tiago Barroso, nomeadamente, através da expansão territorial da empresa a outras geografias do país, com a instalação de 15 hubs de conhecimento especializado, e a contratação de 500 pessoas, sobretudo, em centros urbanos de pequena e média dimensão, fora da região de Lisboa”, detalha a companhia.

Miguel Teixeira é licenciado em Engenharia Informática e de Computadores pelo Instituto Superior Técnico, tendo completado a sua formação académica com pós-graduações em Inovação, Empreendedorismo e Gestão de Projetos da Universidade Católica Portuguesa. Acumula mais de 25 anos de experiência em gestão de empresas, equipas e projetos de transformação digital e no setor das tecnologias de informação.

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Empresas de transporte catalãs postas de parte pela AMB

  • Servimedia
  • 5 Maio 2022

As empresas catalãs foram excluídas dos concursos de transporte da Área Metropolitana de Barcelona. Os utilizadores queixam-se de uma má prestação de serviço do novo grupo de transporte escolhido.

Em dezembro do ano passado, o grupo de transportes Avanza ganhou o contrato de autocarros entre Barcelona e os municípios do Baix Llobregat, nas linhas urbanas e interurbanas de Castelldefels, Viladecans, Gavà, entre outras, noticia a Servimedia.

Com esta decisão, tomada durante o concurso da Área Metropolitana de Barcelona (AMB), o grupo Avanza substituiu a empresa catalã Mohn numa adjudicação de 250 milhões de euros, que se estima que possa atingir os 500 milhões, com extensões.

Um dos aspetos-chave para o grupo Avanza ganhar o concurso foi o preço, uma vez que este apresentou uma proposta que era quase 16% mais barata. No entanto, alguns grupos afirmam que a retirada de empresas catalãs destes serviços tem sido recorrente em concursos recentes da AMB, alguns dos quais foram questionados pela Autoridade da Concorrência catalã.

Contudo, desde que o grupo Avanza assumiu o serviço de autocarros em Baix Llobregat South, há várias linhas que têm sido afetadas. Uma das primeiras decisões da empresa foi a suspensão temporária da linha que liga Barcelona a Castelldefels (E97), que foi retomada um mês mais tarde.

Apesar de ter prometido aumentar a frequência de autocarros, o grupo continua com vários problemas na sua prestação de serviços. Os utilizadores queixaram-se, ainda, do estado de uma frota de autocarros com assentos fixados com fita isolante e de má qualidade.

Ainda assim, apesar das queixas, as empresas catalãs que prestavam este serviço até então foram excluídas dos últimos concursos da AMB. Para além do grupo mexicano Avanza, por exemplo, o grupo galego Monbús ganhou os últimos concursos.

Monbús gere serviços importantes como o Aerobús, que liga Barcelona ao aeroporto Josep Tarradellas, também ganhou recentemente a linha PR4 em El Prat de Llobregat e a linha 88, que liga o mesmo município à Avinguda del Paral-lel de Barcelona. Através de uma joint venture, este grupo opera diferentes linhas de Baix Llobregat que, anteriormente, estavam nas mãos da empresa catalã Oliveras, com sede em Hospitalet de Llobregat.

Estas concessões da AMB, incluindo as das linhas do Baix Llobregat, têm sido fortemente questionadas nos últimos anos. Aliás, em 2019, a Autoridade da Concorrência Catalã (ACCO) levou a AMB a tribunal por concursos “anti concorrência” no serviço intercidades entre os municípios de Baix Llobregat.

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