Autarcas propõem mesas de voto só para isolados e regime drive-thru

  • ECO
  • 11 Janeiro 2022

Alguns autarcas têm receio que o voto dos isolados afaste os eleitores sem Covid-19, sugerindo por isso medidas como mesas dedicadas só às pessoas em isolamento.

Na procura por uma solução para o voto das pessoas em isolamento devido à pandemia de Covid-19 nas eleições legislativas de 30 de janeiro, alguns autarcas, que estão envolvidos na organização do processo, sugerem avançar com mesas de voto só para os eleitores em isolamento e um regime drive-thru, de acordo com o Jornal de Notícias (acesso condicionado).

As forças políticas têm admitido uma interrupção no confinamento para esta ocasião, numa altura em que os eleitores em isolamento podem atingir os 400 mil, segundo as estimativas do Governo, mas os autarcas receiam a abstenção. Isto já que os eleitores que não estão em isolamento podem não se sentir seguros em ir às urnas após pessoas em risco de estarem infetadas.

Para alguns líderes municipais, a solução poderia então passar pela criação de mesas dedicadas, até na modalidade de drive-thru, como já tem acontecido com alguns serviços. Já perante a opção de um horário distinto, já admitida pelo Governo, os autarcas defendem que deve acontecer ao final do dia, entre as 18 e 19 horas.

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Presidente do Parlamento Europeu morreu aos 65 anos num hospital italiano

  • Lusa e ECO
  • 11 Janeiro 2022

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, estava hospitalizado com “complicações graves” devido a uma “disfunção do sistema imunitário” e acabou por morrer na madrugada desta terça-feira.

O presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu esta terça-feira aos 65 anos de idade, após mais de duas semanas num hospital em Itália, devido a uma disfunção do seu sistema imunitário, disse o seu porta-voz, Roberto Cuillo.

“O Presidente do Parlamento Europeu, David Sassoli, morreu à 1h15 da manhã [00h15 em Lisboa] do dia 11 de janeiro no hospital de Aviano, Itália, onde se encontrava hospitalizado. A data e o local do funeral serão comunicados nas próximas horas”, escreveu Cuillo na sua conta na rede social Twitter.

David Sassoli estava hospitalizado com “complicações graves” devido a uma “disfunção do sistema imunitário”.

Sassoli contraiu uma pneumonia em setembro de 2021, que o obrigou a receber tratamento hospitalar em Estrasburgo, França, e, embora tenha recebido alta hospitalar uma semana depois, prosseguiu a recuperação em Itália e esteve mais de dois meses ausente das sessões plenárias do Parlamento, regressando no final do ano.

Na próxima semana, na primeira sessão plenária do ano, o Parlamento Europeu deverá precisamente eleger um presidente da assembleia, algo que já estava previsto a meio da atual legislatura, e não relacionado com o estado de saúde de Sassoli.

A maltesa Roberta Metsola, do Partido Popular Europeu (PEE), é a favorita para suceder ao dirigente socialista italiano, que assumiu o cargo no verão de 2019.

Presidente da Comissão Europeia lamenta morte

A presidente da Comissão Europeia lamentou a morte do líder do Parlamento Europeu, David Sassoli, esta madrugada, aos 65 anos, após mais de duas semanas hospitalizado em Itália.

Entristece-me profundamente a morte de um grande europeu e italiano“, escreveu Ursula von der Leyen na sua conta na rede social Twitter.

“David Sassoli era um jornalista apaixonado, um extraordinário presidente do Parlamento Europeu e, sobretudo, um querido amigo. Os meus pensamentos estão com a sua família. Descansa em paz, caro David”, acrescentou.

Marcelo Rebelo de Sousa também já reagiu, numa nota onde “lamenta, com profundo pesar, o falecimento prematuro do presidente do Parlamento Europeu David Sassoli, endereçando à família e ao Parlamento Europeu as sentidas condolências”, publicada na página da Presidência da República.

“David Sassoli era um grande europeísta e deu um importante contributo como Presidente do Parlamento Europeu para a defesa dos valores da União Europeia, nomeadamente da democracia e da solidariedade, revelando sempre o seu caráter humanista ao longo do mandato que exerceu com elevação. Foi um jornalista de grande prestígio em Itália, reconhecido pela sua competência e afabilidade”, sublinha o Presidente da República.

Marcelo acrescenta ainda que “recorda já com saudade os diversos encontros que tiveram, ainda recentemente em dezembro passado em Estrasburgo, as excelentes relações institucionais e o trato sempre afável de David Sassoli”.

Também o primeiro-ministro lamentou a morte do “camarada e amigo”. “É um dia triste para a Europa”, disse António Costa em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP3. “David Sassoli foi um grande europeu, um amigo pessoal. Tive o privilégio de poder trabalhar com ele nestes dois anos e muito em particular na presidência portuguesa da União Europeia”, para o sucesso da qual Sassoli “deu um contributo decisivo”, garantiu António Costa.

O primeiro-ministro lembrou o papel do presidente do Parlamento Europeu na “aprovação de toda a legislação” que permitiu implementar os Planos de Recuperação e Resiliência, mas também do Certificado Digital, “aprovado em tempo recorde”. “É um dia de enorme tristeza e uma grande perda para a Europa“, conclui o responsável.

(Notícia atualizada às 12h35 com as declarações de António Costa)

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Hoje nas notícias: votação, Rendeiro e Efacec

  • ECO
  • 11 Janeiro 2022

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Para possibilitar o voto nas eleições legislativas de 30 de janeiro às pessoas em isolamento por causa da Covid-19, os autarcas propõem mesas de voto só para os infetados e um regime drive-thru. As autoridades portuguesas emitiram um quarto mandado de detenção contra João Rendeiro, desta vez sobre o processo de falsificação das obras de arte arrestadas. A Efacec entrou em 2022 praticamente parada, apesar do novo empréstimo. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Autarcas propõem mesas de voto só para isolados e regime drive-thru

Na procura por uma solução para o voto das pessoas em isolamento nas eleições legislativas, os autarcas, que estão envolvidos na organização do processo, sugerem mesas de voto só para as pessoas em isolamento e um regime drive-thru. As forças políticas têm admitido uma interrupção no confinamento para esta ocasião, numa altura em que os eleitores em isolamento podem atingir os 400 mil, mas os autarcas receiam a abstenção.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

Novo mandado de detenção contra Rendeiro pela falsificação de obras de arte

As autoridades portuguesas emitiram um novo mandado de detenção contra João Rendeiro. Trata-se do quarto pedido para a extradição do ex-banqueiro, desta vez a respeito do processo de falsificação das obras de arte arrestadas e de negócios imobiliários, que ainda envolvem o seu motorista e o pai deste, devido a suspeitas de crimes como branqueamento de capitais. De acordo com a advogada de Rendeiro na África do Sul, apenas dois dos quatro mandados foram validados até ao momento por um magistrado daquele país. Na segunda-feira, o Tribunal de Verulam decretou que o ex-presidente do BPP continuará em prisão preventiva até 21 de janeiro.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Credores vão votar insolvência da Opway em fevereiro

Os 1.800 credores da Opway vão finalmente votar o plano de recuperação da construtora, que já foi entregue em fevereiro de 2020 no âmbito do processo de insolvência, no dia 7 do próximo mês. A demora prendeu-se com as restrições motivadas pela pandemia que tornaram, para o tribunal, impossível agendar o encontro com um número tão elevado de entidades.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Efacec entra em 2022 parada, apesar de novo empréstimo

A Efacec começa o ano praticamente parada, por falta de matérias-primas, mesmo depois de ter assegurado um novo financiamento de 45 milhões de euros. Estas dificuldades agravam a recuperação na empresa, numa altura em que o processo de reprivatização, que era para ter sido fechado até ao final de 2021, ainda está por concluir.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Efetivo militar voltou a cair em 2021

As Forças Armadas Portuguesas (FAA) tinham um total de 23.347 militares, menos 401 face a 2020, ano em que, pela primeira vez, se verificou uma inversão da queda que se vinha a registar nos últimos anos, de acordo com dados provisórios. Desde 2016, houve uma diminuição de 8% do efetivo entre os três ramos, destacando-se a diminuição de cerca de 20% dos praças. De momento, as FAA têm 5.653 oficiais para 9.820 praças.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

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“É uma missão pessoal sentir que estou a ter um impacto positivo na vida das pessoas”<span class='tag--premium'>premium</span>

Apaixonada pela diversidade, Ana Sanches olha para o seu trabalho como uma missão: quer ter um impacto positivo na vida das pessoas. E, às vezes, bastam pequenos gestos.

No dia do seu onboardingna Teleperformance Portugal, Ana Sanches conheceu Charlie. Foi a inspiração para a primeira medida de ação da VPofdiversity,equityandinclusionna multinacional: “Project Charlie”. Um projeto com nome de pessoa, ou não fosse esta uma iniciativa onde o nome faz toda a diferença na vida de alguém. Charlie é uma pessoa não binária e, todos os dias, quando abria os sistemas para trabalhar era confrontada com o seu deadname,com o qual já não se identificava. “Estamos neste momento a mudar parte dos nossos sistemas para que, desde que a pessoa é recrutada, possa determinar qual o seu nome preferencial e isso possa estar refletido nas toolspara que seja conhecida pelo que a faz sentir melhor. É algo mínimo, não tem custos por aí além, mas tem um impacto brutal”,

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Do risco de reinfeção à efetividade das vacinas, as diferenças entre a variante Ómicron e Delta

A variante Ómicron foi identificada pela primeira vez em novembro e já é responsável por 90% dos casos identificados em Portugal, destronando a Delta. Mas, afinal, o que separa estas duas variantes?

A variante Ómicron destronou a Delta e é atualmente responsável por 90% dos casos identificados em Portugal. É mais transmissível, tem uma capacidade de reinfeção dez vezes superior e é também mais resistente às vacinas, mas aparentemente menos severa. Mas, afinal, o que separa estas duas variantes?

Em causa está a variante B.1.1.529, também conhecida por variante Ómicron, que foi detetada pela primeira vez na África do Sul e está a centrar as atenções devido ao seu elevado número de mutações (37) na proteína spike, também conhecida por proteína do “espinho”, que serve de base ao nome coronavírus e é a parte do vírus usada por muitas das vacinas para proteger as pessoas contra a Covid-19.

http://videos.sapo.pt/Dmzy6Nn3FZzz4ZOZp1tq

É, inclusivamente, esse elevado número de mutações que explica, em parte, que seja mais transmissível. Esta estirpe foi identificada no final de novembro, mas já está presente em mais de 90 países, estando associada a cerca de 80% dos novos casos de infeção por Covid-19 a nível mundial, segundo a Organização Mundial (OMS).

Se até à semana do Natal, a variante Ómicron representava 50% dos novos casos identificados em Portugal, atualmente é já responsável por 90% dos casos, segundo explicou João Paulo Gomes, do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), na reunião do Infarmed, na quarta-feira. “Dá a sensação que a grande disseminação teve a ver com o grupo etário dos 20 aos 29 anos”, sinalizou ainda o investigador.

Esta estirpe “destronou” assim a variante Delta, que era até ao último mês dominante em Portugal. Segundo os investigadores do INSA, não há uma diferença significativa entre a carga viral desenvolvida pelos doentes infetados com a Ómiron e os doentes infetados com a Delta. Neste contexto, esta maior transmissibilidade não está relacionada com a quantidade de aerossóis expelidos, mas sim com a maior capacidade desta variante escapar à imunidade conferida pelas vacinas, bem como pela rapidez com que uma pessoa que está infetada se torna contagiosa.

Além disso, com base nos estudos realizados pela Universidade de Hong Kong e de Cambridge em hamsters observou-se que “a Ómicron se multiplicava cerca de 70 vezes mais rapidamente do que a Delta nas células das vias aéreas superiores, mas dez vezes mais lentamente nas células do pulmão”, sublinhou João Paulo Gomes, acrescentando que é essa a razão pela qual é aparentemente mais severa. “Se o pulmão é menos afetado, a severidade da doença será menor”, elencou.

Estudos realizados na África do Sul indicam ainda que a variante Ómicron tem uma capacidade de reinfeção cerca de dez vezes superior à variante Delta, revelou Ana Paula Rodrigues, do INSA, também na última reunião do Infarmed. Contudo, no que toca à severidade da doença, o risco de internamento associado à variante Ómicron é cinco vezes inferior.

Quanto à efetividade das vacinas que estão atualmente a ser administradas contra a Covid-19 verifica-se um ligeiro decaimento com a vacinação primária (duas doses da vacina no modelo mais comum), mas uma “aproximação” com o reforço vacinal da terceira dose. Assim, de acordo com os estudos provenientes do Reino Unido, a efetividade da vacina contra infeção no caso da variante Ómicron e após a dose de reforço situa-se entre os 40% a 70% e é considerada “moderada contra a infeção sintomática”.

Já a efetividade contra a hospitalização, independentemente do tipo de vacina, no caso da Ómicron, e após o reforço vacinal, é de 88%. Após a segunda dose situa-se entre os 52% e os 72%, “dependendo do tempo que decorreu entre última toma da vacina”, sinalizou a investigadora do INSA.

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5 coisas que vão marcar o dia

O PAN apresenta o programa eleitoral. Há nova ronda de debates rumo às legislativas de 30 de janeiro. O INE revela as perspetivas para as exportações este ano.

O PAN apresenta o programa eleitoral ao início da tarde. À noite decorre nova ronda de debates rumo às legislativas de 30 de janeiro, com confrontos entre Iniciativa Liberal e PAN e entre PS e Bloco de Esquerda. Como é que as exportadoras antecipam 2022? O Instituto Nacional de Estatística dá a resposta. Centeno marca presença em lançamento de livro. Lá fora, termina a reunião entre EUA e Rússia por causa da Ucrânia.

PAN apresenta programa eleitoral

É a vez de o PAN apresentar o seu programa eleitoral. O partido liderado Inês de Sousa Real fará a apresentação do seu programa para as eleições legislativas de 30 de janeiro na Maia, pelas 12h30.

Prosseguem debates rumo às legislativas

Realiza-se nova ronda de debates entre os líderes partidários rumo às legislativas de 30 de janeiro. Cotrim de Figueiredo (Iniciativa Liberal) e Inês de Sousa Real (PAN) têm encontro marcado às 18h30 na Sic Notícias. A RTP 1 transmite às 21h00 o debate entre António Costa (PS) e Catarina Martins (Bloco de Esquerda).

Como andarão as exportações este ano?

Com as exportações em bom plano no ano passado, crescendo 5% até novembro e em níveis pré-pandémicos, o INE divulga a primeira perspetiva de exportação de bens para este ano. O último inquérito foi realizado a mais de três mil empresas, que representavam cerca de 90% das exportações de bens.

António Mendonça toma posse como bastonário dos economistas

O antigo ministro António Mendonça, eleito a 3 de dezembro de 2021, inicia esta terça-feira o mandato de bastonário da Ordem dos Economistas. A tomada de posse dos órgãos nacionais da Ordem para o quadriénio 2022/2025 vai decorrer no Centro Cultural de Belém, pelas 15h30.

Termina reunião entre EUA e Rússia por causa da Ucrânia

Termina a reunião entre Washington e Moscovo por causa das questões relacionadas com a Ucrânia e do controlo do armamento nuclear. As delegações dos dois países são lideradas, respetivamente, pela secretária de Estado Adjunta dos EUA, Wendy Sherman, e pelo homólogo russo, Sergei Riabkov.

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Aquisição da Farfetch duplica equipa portuguesa em 2022

Fundada por Guilherme Faria e Rui Rapazote, que se conheceram em Xangai, a plataforma de revenda de moda de luxo em segunda mão Luxclusif vai ultrapassar a centena de funcionários em Portugal.

Década e meia depois de os fundadores se terem conhecido na China, a plataforma de revenda de moda de luxo em segunda mão criada por dois expatriados portugueses na Ásia foi comprada pela gigante Farfetch e em 2022 conta “mais do que dobrar a equipa em Portugal”, adianta ao ECO o cofundador e CEO, Rui Rapazote.

Com escritório no Porto e vários colaboradores a trabalhar em regime flexível noutras localidades portuguesas, como Viana do Castelo, Aveiro ou Coimbra, a Luxclusif começou por ter a equipa nacional dedicada sobretudo ao ramo da tecnologia, mas as cerca de 50 pessoas que emprega atualmente já cobrem todas as áreas da organização.

“Portugal continua a ser um mercado com ótimos profissionais, onde existe um bom balanço entre pessoas de tecnologia e [outras] com experiência em startups e modelos de negócio em rápida expansão. Por outro lado, ao passarmos a fazer parte do grupo Farfetch, acreditamos que há sinergias importantes em estarmos na mesma localização que as equipas principais do grupo”, justifica o gestor.

No total, a empresa comprada pelo unicórnio luso-britânico liderado por José Neves para liderar a moda de luxo em segunda mão, que se posiciona como um marketplace B2B e como um facilitador na revenda, contabiliza perto de 130 funcionários. Tem presença direta também nas Filipinas, Japão e China, e conta ainda com estruturas operacionais em regime de outsourcing na Estónia e nos Estados Unidos da América (EUA).

Em Portugal existe um bom balanço entre pessoas de tecnologia e [outras] com experiência em startups e modelos de negócio em rápida expansão.

Rui Rapazote

Cofundador e CEO da Luxclusif

Rui Rapazote espera “continuar a atrair talento para captar o potencial do mercado de resale”, que está a ganhar relevância para a indústria da moda de luxo. De acordo com o Conscious Luxury Trends Report, mais da metade dos clientes da Farfetch comprou ou vendeu artigos em segunda mão em 2020. As estimativas citadas pelo diretor comercial e de sustentabilidade do grupo, Giorgio Belloli, mostram que esta categoria está a crescer “três vezes mais rápido do que o mercado primário”.

Criada em 2012, a Luxclusif trabalha em sobre dois pilares distintos: um assente no fornecimento de malas e acessórios de luxo em segunda mão a retalhistas e marketplaces num modelo B2B2C (trade); e o outro em programas de retoma de malas e acessórios de luxo direcionados a marcas e retalhistas (buyback / trade-in), em que oferece um serviço que inlcui a componente tecnológica (plataforma), operacional (processamentos de produtos e autenticação) e comercial (venda e distribuição).

“Berço” asiático depois do Contacto

Rui Rapazote, 37 anos, é natural de Lisboa, estudou Gestão e Marketing e já viveu em Portugal, Suécia, China e Filipinas. Nascido sete anos antes em Coimbra, Guilherme Faria estudou Economia e, antes de se estabelecer durante alguns anos no Japão, onde estava a trabalhar quando conheceu o futuro sócio, ainda passou antes também pelos EUA e por Itália.

Em comum tinham a participação no programa de estágios internacionais INOV Contacto, promovido pela AICEP, que em 2007 o primeiro frequentava em Xangai e o segundo — atual diretor de operações (COO) — fizera dez anos antes, em Seul. E também o interesse pelo empreendedorismo, pelo e-commerce e por explorar modelos de negócio inovadores.

“Na altura da criação da Luxclusif, o valor percebido dos produtos de luxo em segunda mão no mercado asiático era significativamente mais baixo que nos mercados ocidentais. Começámos com uma pequena operação de trade com produtos consignados e percebemos que o potencial era enorme. Como já estávamos na Ásia, contratámos as primeiras pessoas nas Filipinas e, a partir daí, focamo-nos no desenvolvimento de soluções de tecnologia e de supply chain que permitissem melhorar todo o serviço”, recorda Rapazote.

Guilherme Faria e Rui Rapazote, cofundadores da Luxclusif.

A ligação à Farfetch começou em 2018, quando participou no programa de aceleração Dream Assembly. Prosseguiu mais tarde com o desenvolvimento do serviço de buyback de artigos em segunda mão (Farfetch Second Life) em que a Luxclusif forneceu a sua plataforma na Europa para autenticar, atribuir preços e depois vender as carteiras em segunda mão submetidas pelos clientes, em troca de crédito para gastar no site da multinacional que está a construir um campus em Matosinhos, prevendo acolher outras empresas, um hotel e 42 apartamentos.

Depois da aquisição, que “não foi um processo complexo”, o cofundador confessa ter “expectativas elevadas” quanto à integração no grupo sediado em Londres e cotado na Bolsa de Nova Iorque, que tem escritórios em 13 países e soma cerca de 6 mil trabalhadores. “Vamos continuar a expandir a base de parceiros na área de trade e lançar o programa Second Life em mais geografias. Por outro lado, vamos trabalhar com a Farfetch Platform Solutions no sentido de acrescentar buyback / trade-in aos serviços oferecidos às marcas e retalhistas”, remata o CEO.

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Pestana injeta 7,5 milhões para investimentos na Europa e Nova Iorque

Aumento de capital de 7,5 milhões de euros foi feito na sociedade que gere os hotéis na Europa e nos Estados Unidos. Reforço acontece após abertura de dois hotéis em Nova Iorque.

O Grupo Pestana disponibilizou mais 7,5 milhões de euros para investimentos na Europa e nos Estados Unidos, adiantou ao ECO José Theotónio, CEO da cadeia hoteleira nacional. Este montante entrou através de um aumento de capital na sociedade Hotéis Atlântico.

No início deste mês, o Grupo Pestana avançou com um aumento de capital de 7,5 milhões de euros na sociedade Hotéis Atlântico, através da emissão de 1,5 milhões de ações no valor nominal de cinco euros cada uma. Esta sociedade fica, assim, com um capital de 40 milhões de euros.

A sociedade Hotéis Atlântico é responsável pela gestão dos hotéis na Europa e nos Estados Unidos, explicou José Theotónio. Este aumento de capital acontece, sobretudo, na sequência dos investimentos que têm sido feitos em território norte-americano. “Abrimos dois hotéis em Nova Iorque e é preciso pôr lá [nessa sociedade] dinheiro”, diz o CEO da Pestana.

José Theotónio nota que a cadeia hoteleira tem “estado a investir na Europa e nos Estados Unidos” e que, depois da abertura do Pestana Park Avenue e do Pestana CR7 Times Square, “era preciso reforçar o capital nos Estados Unidos, que acabou por entrar” na sociedade Hotéis Atlântico.

O Pestana Park Avenue foi o 100.º hotel inaugurado pelo grupo de Dionísio Pestana, num investimento superior a 30 milhões de euros. Seguiu-se o Pestana CR7 Times Square. Já prontos, mas ainda por inaugurar, estão o Pestana CR7 Marraquexe e outro no Porto, cujas aberturas estão previstas para meados de março ou abril.

Este não foi o primeiro — nem o mais avultado — aumento de capital feito na Hotéis Atlântico. Em agosto do ano passado aconteceu um de seis milhões de euros e em dezembro de 2020 outro de 12 milhões de euros. Para trás dessa data contam-se outros três aumentos.

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IL é um “parceiro com o qual PSD facilmente se entenderá”, diz Rio

Rui Rio e João Cotrim de Figueiredo sentaram-se frente a frente onde falaram dos "muitos pontos" de convergência e divergência. Ambos admitem unir-se para um possível Governo.

Rui Rio admitiu esta segunda-feira uma possível união com a Iniciativa Liberal, por considerar que o partido liderado por João Cotrim de Figueiredo é um partido com o qual os sociais-democratas “facilmente se entenderão”. Durante o debate que sentou frente a frente os dois líderes esta segunda-feira, João Cotrim de Figueiredo afirmou que o PSD “precisa da energia” da Iniciativa Liberal “para chegar mais à frente”.

“Há muitos pontos de convergência com a Iniciativa Liberal, mas também muitos pontos de divergência”. Foi assim que Rui Rio abriu o debate desta segunda-feira, na SIC. “Temos tanto socialismo e Estado em cima de nós que a convergência não é difícil”, continuou o presidente social-democrata, ressalvando, contudo, que “o problema” é o facto de a Iniciativa Liberal “querer menos Estado”.

João Cotrim de Figueiredo concordou. “Concordamos [com o PSD] no diagnóstico, mas não é só no caminho que divergimos”, disse, apontando a “falta de sentido de urgência e de pressa” dos sociais-democratas. “Temos demasiado socialismo e demasiado Estado e isso é algo que temos de mudar depressa”, afirmou o líder da Iniciativa Liberal.

O líder liberal afirmou que a posição atual do PSD “pode conduzir a uma espécie de alternância, mas não a uma alternativa verdadeira”. “É evidente que falta ambição, pressa e coragem — que Rui Rio já exibiu noutras circunstâncias”, acrescentou.

“Quer o CDS quer a Iniciativa Liberal são parceiros com os quais o PSD facilmente se entenderá”, disse Rui Rio, enquanto João Cotrim de Figueiredo afirmou: “Com o PSD parece que não conseguimos andar muito para trás, mas não vemos a força necessária para andar para a frente. O PSD precisa da energia da Iniciativa Liberal para chegar mais à frente”.

Dos impostos à saúde, o papel do Estado marca a divergência

Rui Rio começou logo por salientar que o papel do Estado era dos pontos que denunciava a divergência entre os dois partidos. A Iniciativa Liberal quer “menos Estado” — diz que é “demasiado” — e o PSD tem o Estado como “elemento fundamental”. E isso é notório em vários tópicos, a começar pelo ensino e pela saúde. Há aqui uma “diferença notória” entre os dois partidos, disse Rui Rio.

“Defendemos que os prestadores possam ser de qualquer natureza e que as pessoas possam escolher a quem recorrer, mantendo-se o financiamento público”, disse João Cotrim de Figueiredo, referindo-se aos serviços de saúde — mas também às instituições de ensino. Isso resultará numa “melhor qualidade de atendimento e em muito menos listas de espera”.

A Iniciativa Liberal “quer que os cidadãos possam escolher entre o privado e o público e o Estado paga”, atirou Rui Rio, admitindo que “isso pode acontecer se as coisas estiverem contratualizadas”. Contudo, sublinhou que essa é uma hipótese que não está em cima da mesa para o PSD, uma vez que, para os sociais-democratas, “o Estado tem a obrigação de prestar um excelente serviço de saúde e educação público”.

Outro ponto de divergência tem a ver com o IRS e IRC. “Convergimos em descer o IRS e o IRC. Propomos manter o modelo de IRS, mas a Iniciativa Liberal quer uma taxa única. E isso resulta num buraco orçamental de todo o tamanho ou numa grande injustiça”, disse Rui Rio. “Queremos mexer nos escalões de forma a que as pessoas passem a pagar menos, mas de forma faseada”, continuou.

Cotrim de Figueiredo explicou. “A nossa proposta de duas taxas a caminho da taxa única custa cerca de dois mil milhões de euros de receita fiscal de IRS e (…) produz crescimento económico”, disse o líder liberal, explicando que “o caminho para uma taxa única produziria salários muito superiores”.

A TAP foi outro dos pontos do debate. Ambos os partidos concordam que a TAP estaria melhor privatizada, mas há uma diferença: a Iniciativa Liberal defende que a companhia aérea não devia receber nem mais um euro, enquanto o PSD afirma que, já que se chegou até aqui, então não se deve perder o dinheiro que foi investido até agora. “Este Governo fez asneira e agora tem uma criança grande e gorda nos braços”, disse Rui Rio.

(Notícia atualizada às 22h27 com mais informação)

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Pressão nos juros da dívida abala Wall Street

Investidores estão preocupados com uma possível subida da inflação nos Estados Unidos. Receios levaram a aumento dos juros das Obrigações do Tesouro a dez anos.

Os principais índices de Nova Iorque abriram a primeira sessão da semana com perdas e foi da mesma maneira que encerraram — à exceção do tecnológico. A uma abertura de mercados marcada pelos receios quanto a uma possível subida da inflação norte-americana juntou-se o desempenho dos títulos de Tesouro a dez anos, cujos juros bateram o valor mais alto dos últimos dois anos.

O índice de referência financeiro, S&P 500, desvalorizou 0,16% para 4.669,7 pontos, acompanhado pelo industrial Dow Jones que recuou 0,45% para 36.068,87 pontos. A contrariar esta tendência esteve o tecnológico Nasdaq, que inverteu as perdas das últimas quatro sessões e encerrou a subir 0,05% para 14.942,8 pontos.

A abertura das bolsas foi marcada por várias perdas devido aos receios de uma possível subida da inflação norte-americana. Isso levou a uma subida das taxas de juro das Obrigações do Tesouro a dez anos, que bateram o valor mais alto dos últimos dois anos.

Os mercados globais têm uma semana agitada pela frente, com os dados mais recentes da inflação norte-americana a serem um ponto-chave, diz a CNBC (conteúdo em inglês). Os preços ao consumidor subiram na Europa e nos Estados Unidos nos últimos meses e, na sexta-feira, a inflação na Zona Euro atingiu um novo recorde em dezembro. O índice de preços no consumidor nos Estados Unidos será conhecido quarta-feira.

“A grande história da primeira semana do novo ano foi a subida constante dos rendimentos do Tesouro dos Estados Unidos”, diz Arthur Hogan, estrategista-chefe de mercado da National Holdings, citado pela Reuters. O especialista recomenda que os investidores coloquem mais dinheiro em ações financeiras, industriais e de energia, pois provavelmente vão beneficiar do forte crescimento económico esperado nos próximos meses.

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FFA passa a chamar-se France Assureurs e muda identidade visual

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2022

A FFA-Féderation Française de l’Assurance alterou o nome de uso corrente, mudou logótipo e criou uma plataforma, alojada no próprio website, para debater temas nacionais em ano de eleições em França.

Florence Lustman, presidente da France Assureurs: “Queremos uma federação mais visível no debate público.”

A FFAFédération Française de l’Assurance (Federação Francesa de Seguros), entidade que represente 247 sociedades de seguros, ou 99% dos operadores no país, adotou novo nome pelo qual pretende ser designada no dia-a-dia (nom dusage): France Assureurs.

O novo nome comum da FFA, faz-se acompanhar de uma nova identidade visual e um sítio de internet totalmente renovado, acessível no endereço franceassureurs.fr

Assumindo que os seguros estão no centro das questões sociais, em particular num ano de eleições, a “France Assureurs tem a vocação de alimentar o debate público e social.Este é o papel da plataforma presidencial alojada no novo website e na qual a federação partilhará as propostas do setor em relação aos grandes desafios que se colocam à sociedade francesa, tais como transição social e climática, relançamento d economia, riscos naturais e o acesso à Saúde, entre outros.

Num vídeo de apresentação da nova identidade da federação, um trabalho que levou mais de um ano a concluir e que teve a colaboração dos seus membros, Florence Lustman, presidente da France Assureurs, explica que, enquanto federação de interesse profissional, a adoção de novo nome de uso corrente corresponde a uma “nova razão de ser: mobilizar todas as energias dos seguros para fazer avançar a sociedade francesa”.

“Mais legível e mais fácil de localizar”, sintetiza a FA, a nova denominação traduz também as missões institucionais e o papel da organização junto do grande público. Por isso, a nova identidade visual se materializa também na assinatura Fazer avançar a sociedade com confiança. “Para encarnar melhor a nossa missão queremos uma federação mais visível no debate público, mais aberta ao diálogo. Um nome que sublinha a nossa dimensão humana (…).,” reforçou Florence Lustman no vídeo.

A plataforma temática alojada no site destina-se a apresentar as propostas do setor na perspetiva das eleições francesas (presidencial e legislativas) agendadas para abril e junho de 2022. Nesta novo espaço online, cada cidadão poderá lançar debates e colocar questões, acrescenta a France Assureurs em comunicado.

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ASF: Seguradoras subvalorizam ou desconhecem relevância das alterações climáticas

  • ECO Seguros
  • 10 Janeiro 2022

Extensa parcela das empresas encontra-se numa fase embrionária no contexto do tema, podendo não deter perceção inteiramente informada nas suas operações, diz a ASF.

Entre as empresas de seguros (não Vida e Mistas) que operam o mercado nacional, cerca de 42% afirma não ter realizado qualquer avaliação da questão ou considera que as coberturas comercializadas não são “impactáveis” pelas alterações climáticas, e 38% salienta que a sensibilidade da sua carteira de responsabilidade neste âmbito “é baixa ou inexistente”, indica a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) num documento anexo ao seu último Relatório de Estabilidade Financeira.

No entanto, no universo do setor supervisionado, a maioria (perto de 70%) das empresas de seguros (ES) e sociedades gestores de fundos de pensões (SGFP) considera as finanças sustentáveis e alterações climáticas um fator de relevância moderada a elevada para a cadeia de valor do negócio, revela a Supervisão salientando que um número reduzido de entidades (8%) “consideram esta matéria como um fator disruptivo no paradigma dos seus negócios”. Ainda que 13% das entidades assumam não ter ainda avaliado as questões (alterações climáticas e finança sustentável), 10% consideram-na de “relevância reduzida ou fortemente mitigável,” diagnostica o organismo presidido por Margarida Corrêa de Aguiar.

Fruto da importância dos riscos e desafios relacionados com a esfera climática e a sustentabilidade, a ASF tem desenvolvido alguns trabalhos no âmbito da matéria. Explicando os elementos que conduziram ao presente diagnóstico, a ASF afirma que o questionário pretendeu fazer “avaliação prospetiva” para várias dimensões específicas:
(i) práticas e carteiras de investimento;
(ii) aceitação e transferência de riscos, e comercialização de novos produtos; e
(iii) sistema de governação e transparência.

No anexo que acaba de publicar junto com o Relatório de Estabilidade Financeira – Dezembro de 2021, é proposta análise a 3 componentes:
(i) diagnóstico de exposições existentes na carteira de investimentos do setor segurador nacional face às alterações climáticas;
(ii) exploração inicial do universo de informação comparável e utilizável para gestão holística de riscos Environmental, Social, and Governance (ESG) por parte de empresas de seguros; e,
(iii) análise dos resultados do questionário relativo a alterações climáticas e finanças sustentáveis delineado pela ASF e destinado às ES e às SGFP nacionais.

De acordo com as conclusões da Supervisão, constata-se que “uma extensa parcela das empresas se encontra ainda numa fase embrionária no contexto do tema em estudo, podendo não deter uma perceção inteiramente informada da extensão e implicações potenciais nas suas operações, o que é patente no amplo recurso a respostas de “não avaliado” e de “não aplicável,” neste último caso, “mesmo abrangendo situações manifestamente aplicáveis, para as entidades em causa,” nota a autoridade de supervisão prudencial.

No capítulo Relação entre as carteiras de responsabilidades e as finanças sustentáveis e alterações climáticas, 58% das entidades manifestaram não ter efetuado qualquer avaliação, e 29% consideram que a temática em análise não é aplicável às responsabilidades assumidas. “Apenas 13% das empresas respondentes estão inseridas num patamar mais proativo de avaliação“.

No seio desta estreita amostra, continua a ASF, assumem preponderância:
i) o elevado potencial de deterioração da sinistralidade (nas linhas de negócio relevantes),
ii) as expectativas de condições mais desfavoráveis na transferência de riscos para resseguradores, e
iii) a exigência técnica associada à modelização de riscos, conceção de produtos e definição das tarifas sob o quadro de alterações climáticas, como sendo os aspetos mais relevantes no nexo entre as finanças sustentáveis e alterações climáticas, e as responsabilidades/riscos contratualizados.

Quanto às perspetivas atuais das entidades em termos de intenção de posicionamento estratégico, face à contratualização de riscos em função das alterações climáticas, a ASF revela que 50% das entidades respondentes afirmam que esta vertente não foi ainda avaliada (25%) ou não se aplica à sua realidade (25%). Por outro lado, as entidades que se manifestam como mais avançadas neste processo (31%), “assumem uma expectativa de impactos graduais e moderados, face aos quais procurarão adaptar a conceção de produtos e a tarifação de modo a promover a mitigação e a adaptação climática”.

Em conclusão, a supervisão prudencial verificou que “cerca de 77% das ES e SGFP se encontram num estágio embrionário/preliminar no processo de avaliação da sensibilidade das suas carteiras a riscos de transição e riscos físicos, incluindo a identificação de exposições climáticas, e de como estas se dividem entre verdes e poluentes”.

Ainda, nas conclusões deste primeiro questionário conduzido pela ASF, com data de referência no segundo semestre de 2021, a Autoridade também afirma, quanto à relação entre as carteiras de responsabilidades e as finanças sustentáveis, que “é notório que as entidades se encontram em estado embrionário quanto ao nexo entre as carteiras de responsabilidades/riscos assumidos e a temática em estudo”.

Na esfera ESG, após análise com recurso a ferramentas da plataforma Sustainalytics, da Morningstar, a ASF confirma que as carteiras de investimento apresentam risco ambiental, social e de governança de nível intermedio, pois “cerca de 88% da carteira está alocada a ativos financeiros de risco ESG intermédio, culminando na atribuição de um rating ESG de nível médio ao portefólio de investimentos de todas as empresas de seguros consideradas.”

No entanto, após análise das respostas ao questionário dedicado ao tema, o organismo também conclui que as ES e EGFP “se encontram num estágio embrionário, ou inicial, que configura a necessidade de tomar medidas de preparação e de alinhamento com o ritmo dos desenvolvimentos registados pelas finanças sustentáveis e alterações climáticas, e que impactarão as suas cadeias de valor e as suas operações.”

Para o conjunto de entidades abrangidas pelo estudo – para as quais a Supervisão europeia (EIOPA) detetou exposições, por via dos seus ativos, com dimensão climática -, nota informativa da ASF salienta a importância da adoção de uma atitude “com um maior grau de dinamismo em matéria de alterações climáticas e finanças sustentáveis, bem como de avaliação dos seus impactos no modelo de negócio, nas práticas de governação, nas políticas de investimentos e de subscrição, e finalmente, na preparação e interpretação de informação relevante para aferição da dimensão climática da empresa, no seu relacionamento com stakeholders, investidores, clientes, tomadores de seguros e beneficiários”.

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