“O desafio é conseguir aproximar a marca dos portugueses”, aponta Filomena Spranger Jorge, do Burger King

Filomena Spranger Jorge começou em agências e passou por Espanha com a MediaMarkt. De regresso a Portugal, para junto da família, "a base", assumiu em fevereiro a direção de marketing do Burger King.

É sempre um momento muito interessante quando se começa a lançar uma marca no mercado, porque podemos fazer coisas muito loucas que normalmente as marcas que já estão mais consolidadas não fazem, não vão querer arriscar tanto“, considera Filomena Spranger Jorge, desde fevereiro diretora de marketing do Burger King Portugal.

Este “privilégio” teve-o ainda enquanto diretora de marketing da MediaMarkt, por altura da entrada da marca em Portugal, com o slogan “eu é que não sou parvo”, o qual “acho que toda a gente ainda se lembra e que na altura ou era muito amado ou muito odiado”.

“Essa parte, de perceber como é que íamos implementar a marca em Portugal, foi muito divertida. E depois também foi muito giro avançar com campanhas que nunca tinham sido vistas e que hoje já são normais, como o dia sem IVA. A MediaMarkt foi a primeira marca a trazer o dia sem IVA para Portugal, foi uma loucura, foi incrível. Fizemos coisas que hoje em dia são super normais, mas que na altura fomos um bocadinho pioneiros“, diz em conversa com o +M.

A sua carreira, no entanto, começou do lado das agências, com passagens pela Publicis, Zenith e McCann. Aliás, os primeiros passos foram dados nesta última, pelo que começou “logo em grande” e numa “grande escola”. “Foi no tempo em que as agências tinham grandes profissionais, grandes nomes no mercado, e portanto apanhei essa fase ainda e privei com grande parte deles“, recorda.

O percurso em agências, na sua opinião, é fundamental uma vez que “acaba por dar uma visão mais 360º daquilo que são todas as disciplinas do marketing. E ainda mais hoje em dia, em que o marketing está muito alicerçado em dados e analítica e não tem tanto a ver com aquilo que é o gut feeling. Essa visão 360º dá-nos uma amplitude muito maior naquilo que é a tomada de decisão e mesmo naquilo que é o diálogo com os nossos parceiros e as nossas agências”, considera.

A passagem para a MediaMarkt aconteceu quando a marca procurava parceiros para entrar em Portugal, pelo que Filomena Spranger Jorge esteve bastante envolvida num pitch apresentado pela Zenith. Apesar de a agência não ter ganho o concurso, Filomena ganhou um novo desafio profissional, depois de receber uma chamada.

“Ligaram-me e eu pensava que iam dar a notícia do resultado do concurso. Mas na verdade foi para me perguntarem se eu queria ir trabalhar com eles, porque estavam à procura de alguém para liderar a direção de marketing. Não ganhámos a conta mas eu ganhei um amor para a vida, e foi assim que entrei no retalho, que entrei para o outro lado, passei das agências para o cliente”, explica.

Na MediaMarkt acompanhou o desenvolvimento e a expansão da marca no mercado durante muitos anos, num percurso que atingiu a maioridade. A certa altura surgiu a oportunidade de assumir responsabilidades a nível ibérico, pelo que Filomena Spranger Jorge foi convidada para ir para Barcelona fazer a gestão da marca para Portugal e Espanha.

“E aí, efetivamente, o desafio subiu de nível porque a marca em Espanha, ao contrário do que acontece em Portugal, é uma marca muito consolidada, líder num mercado que é 10 vezes superior em termos de volume de negócio ao português. Foi muito interessante ver esse contraste, ter a visão dos dois lados da fronteira e poder gerir um negócio com as suas especificidades de um lado e do outro”, explica.

Foram assim quase quatro, os anos passados por terras espanholas, intercalados por fins de semana passados em Portugal. A decisão de ir, foi tomada “quase como que num conselho de administração”, com a família – composta pelo marido e os dois filhos (16 e 12 anos) – que é a sua “base mais sólida”.

Achámos todos que fazia sentido ir e apostar naquilo que era a minha carreira profissional, porque era um desafio extraordinário que não podia deixar passar ao lado. Foi uma decisão tomada em família“, diz.

Mas também o regresso foi uma decisão tomada em família. “Eu estava deslocada em Barcelona durante a semana, e voltava aos fins de semana para estar com a minha família, estava sempre presente aos fins de semana e longe durante a semana. É uma logística um pouco intensa para uma mãe de família, ainda por cima com uma pandemia pelo meio”, explica.

A minha família é a minha base e eu sempre fui daquelas pessoas que dizia que nunca iria trabalhar para fora e que seria incapaz de deixar a família em Portugal. E afinal nunca se diga ‘desta água não beberei’, pois acabei por fazê-lo e foi uma experiência incrível, uma aprendizagem extraordinária, cruzei-me com profissionais fabulosos, aprendi muito do negócio“, refere.

Recentemente regressou portanto a Portugal “um pouco sem plano”. Depois de ter colaborado com agências, surgiu o desafio do Burger King, uma marca “espetacular, que tem tudo a ver também com a minha forma de ser, uma marca divertida e irreverente. Acho que tenho muito para fazer essa marca crescer em Portugal e pôr estes anos todos de retalho e experiência a fazer crescer a marca e conquistar os consumidores”, considera.

A comunicação da marca, segundo Filomena Spranger Jorge, distingue-se pela sua irreverência e visão realista. “A marca trabalha sempre com um contexto muito real, não só das pessoas, como da comida. Pretende chegar às pessoas de forma a se revejam naquela comunicação”, explica.

É sobre a relação entre a pessoa e a comida. É, como se costuma dizer, ‘hand food’: comida feita com as mãos para comer com as mãos. E a comunicação reflete exatamente isso, é o desfrute, é o prazer, os sabores em primeiro plano e toda a experiência que proporciona nas pessoas“, diz. “Queremos pôr isso na nossa comunicação”, acrescenta.

Um dos grandes desafios em Portugal para o próximo ano – tendo em conta que a marca dispõe de uma estrutura ibérica e que o mercado espanhol “absorve muita da atenção” – passa por “conseguir aproximar a marca do povo português“.

“Para acontecer temos que encontrar precisamente esse ponto para comunicar, não podemos fazê-lo da mesma forma que em Espanha ou outros mercados. É o extra mile que temos de fazer para elevar a marca a outro patamar no mercado em Portugal“, explica a diretora de marketing, que em Portugal tem na equipa mais quatro pessoas.

De entre as opções do menu do Burger King, Filomena Spranger Jorge sempre foi “super fã” do Whopper. Desde que a marca lançou o “Whopper mais Whopper que nunca”, ainda ficou “mais fã”, tendo servido de embaixadora do novo produto em sua casa, por querer que todos o provassem.

A casa é em Venda do Pinheiro, localidade escolhida pela família para viver, por ter “aquela distância perfeita de Lisboa”. É o meu refúgio, onde podemos passar os fins de semana em tranquilidade, sem grande confusão, com os miúdos, a apreciar o campo, a ouvir os passarinhos, o que é importante depois de uma semana de trabalho“, explica Filomena Spranger Jorge.

Mas raramente se passam fins de semana sem “casa cheia”. “Gosto muito de passar tempo com os meus amigos e de desfrutar momentos em família. Por norma, temos sempre amigos em casa, nossos ou dos miúdos, porque acho que o mais importante é rodearmo-nos daqueles que mais gostamos“, afirma.

É também aí que encontramos energia para a semana, para enfrentar os desafios do dia a dia, as rotinas e todos os programas mais obrigatórios da semana“, conta a diretora de marketing do Burger King, que também gosta de se dedicar a outras artes, incluindo a fotografia.

Sou muito fã de fotografia. Adoro fazer álbuns digitais. Desde que inventaram as máquinas digitais fiquei um pouco preocupada sobre o que havia de fazer às milhares de fotografias que revelava, até que encontrei os álbuns digitais. Faço sempre álbuns de família – um para cada ano -, álbuns de viagens, sou um bocadinho viciada. E esse é o meu prazer secreto, ficar a rever os momentos“, diz.

Outro passatempo passa por servir de “motorista” aos filhos, ao conduzi-los seja para jogos de basquetebol, para encontros com amigos ou para irem ao parque andar de skate.

“Esse também é o meu passatempo, acompanhar os meus filhos e estar presente para eles sempre que precisam, porque acho que a família é isso mesmo, estarmos juntos. E, de alguma forma, para compensar também aquele tempo em que não consegui estar com eles de uma forma tão permanente”, conclui.

Filomena Spranger Jorge em discurso direto

1 – Que campanhas gostava de ter feito/aprovado? Porquê?
Felizmente em Portugal há excelentes exemplos de boas campanhas que são executadas na perfeição, impulsionadas por grandes profissionais de marketing e agências que têm feito trabalhos fantásticos. Digo sempre que as ideias simples são as melhores, mas é frequente serem as mais difíceis de executar. Fico com os olhos a brilhar com campanhas trabalhadas em redor de um propósito, que contam histórias e fazem a magia de nos sentirmos parte da narrativa. Acima de tudo, gosto de seguir marcas que são consistentes na sua forma de comunicar, usando as campanhas como cápsulas de conteúdos que alimentam essa construção de marca.

2 – Qual é a decisão mais difícil para um marketeer?
A decisão mais difícil está sempre associada ao equilíbrio que devemos garantir para colocar os recursos adequados naquilo que são as prioridades para o negócio e para a marca. Não se trata de um momento único no tempo quando se define a estratégia ou o budget anual, mas sim ter a capacidade de ter presente de forma permanente se as nossas decisões do dia a dia estão realmente a contribuir para os objetivos que temos definidos para o negócio e para a marca. O dia a dia consome tanto da nossa atenção que é fácil perder essa visão global. Tento manter-me nesse caminho e ter sempre presente a distinção entre importante, prioritário e urgente.

3 – No (seu) top of mind está sempre?
No top of mind de quem se dedica a uma marca que recebe milhares de pessoas todos os dias nos seus restaurantes não pode estar outra coisa que não sejam efetivamente os clientes. Desde a inovação, experiência nos diversos pontos de contacto, lançamento de novos produtos, comunicação, não há nada que paute mais as nossas operações que o cliente. O marketing acaba por ser ponta do iceberg, a parte visível de toda uma empresa que se organiza para ser verdadeiramente customer-centric. Não há outra forma de ver o negócio hoje em dia.

4 – O briefing ideal deve…
Deve ser construído com muita claridade sobre quais os objetivos, contar com toda a informação necessária para construir as bases do caminho e também haver entendimento sobre quais são as métricas que vão medir os resultados. Devemos evitar cair na tentação de ter demasiados objetivos camuflados num único projeto porque seria o mesmo de fazer tiro ao alvo com um canhão.

5 – E a agência ideal é aquela que…
É aquela que é verdadeiramente uma extensão da equipa, entende bem o negócio e os desafios que devem ser superados. A agência deve estar permanentemente a desafiar para sairmos da nossa zona de conforto – quer seja uma agência criativa, media, digital ou qualquer outra que faça parte do ecossistema organizativo. A agência tem também a missão nobre de nos ajudar a ter os olhos no mercado, partilhar o que melhor se faz dentro e fora, trazer inspiração e evitar que exista uma atenção seletiva. Não nos podemos esquecer que as agências são feitas de pessoas. Quando existe uma boa sinergia entre cliente-agência, na realidade falamos de uma sinergia entre pessoas que fazem parte de uma mesma equipa e trabalham para os mesmos objetivos, desde as suas diferentes áreas de responsabilidade.

6 – Em publicidade é mais importante jogar pelo seguro ou arriscar?
Vou dar “aquela” resposta terrível – depende! Depende da marca, dos seus objetivos e do papel que a publicidade representa nesse caminho. Em publicidade, o que pior que pode acontecer é que os consumidores sejam indiferentes à mensagem e, como responsáveis de uma marca, temos de assegurar relevância na comunicação, evitando cair nesse campo de indiferença. Agora, a forma como a publicidade dá forma às mensagens deve estar sempre intrinsecamente ligado com os valores da marca, o seu propósito, o mercado, a posição que ocupa e, obviamente, os objetivos que persegue. Não há uma receita única, mas é certo que vibramos mais com a publicidade que arrisca, que tem a capacidade de provocar, tanto os consumidores como a concorrência. E em Portugal somos bastante bons a fazer esse jogo!

7 – O que faria se tivesse um orçamento ilimitado?
Pode parecer o sonho de qualquer marketeer mas, na realidade, acho que seria bastante aborrecido. Desvirtuaria uma das principais responsabilidades de quem conduz o destino de uma marca porque deixaria de haver a necessidade de pôr critério na tomada de decisão, uma vez que tudo passaria a ser possível. Respondo antes a outra pergunta, o que faria se tivesse o dobro do orçamento? Isso sim, seria divertido! Apostaríamos ainda mais em inovação, no desenvolvimento de produtos locais e campanhas específicas para o mercado português!

8 – A publicidade em Portugal, numa frase?
É um mercado pequeno, mas com muita maturidade, tanto da parte das marcas como das agências. Existe também o reconhecimento internacional, não apenas a nível de prémios, mas também dentro das estruturas das próprias marcas que frequentemente utilizam exemplos do que se faz em Portugal como case.

9 – Construção de marca é?
A construção de uma marca tem de começar dentro da organização, com a definição do seu propósito e da sua missão. Tudo o que a marca faz deve ser coerente com esse propósito, quer seja na comunicação interna ou externa. A coerência das mensagens e a consistência da experiência de cliente é o que constrói uma marca e cria maior ou menor ligação com o consumidor.

10 – Que profissão teria, se não trabalhasse em marketing?
Não deixei para trás um plano B, mas certamente seria algo onde o contacto com pessoas fizesse parte do dia a dia.

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“Gerir a Santa Casa não é como gerir uma empresa”, alerta ministra

O novo provedor, Paulo Duarte de Sousa, promete "tornar a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ainda mais forte, mas também mais sustentável", reconhecendo que a instituição vive "um momento difícil".

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social considera que a atual mesa da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que tomou posse esta segunda-feira, tem “todas as condições” para “superar os desafios de gestão que tem pela frente”, considerando que a sustentabilidade financeira é um problema “incontornável”. “Gerir uma instituição como a Santa Casa não é como gerir uma empresa”, avisa a ministra.

Na cerimónia de tomada de posse da nova vice-provedora da SCML e dos vogais, Maria do Rosário Palma Ramalho adiantou que pesou o “mérito profissional, mas também pelo perfil humano” para escolher os novos membros da mesa da SCML, dado que “gerir uma instituição como a Santa Casa não é como gerir uma empresa”. “Hoje abre-se um novo ciclo na gestão e também na longevidade” da instituição fundada em 1498, acrescentou a governante, garantindo que a instituição “está em boas mãos” e que o desafio ” absolutamente incontornável” da nova administração passa por garantir a sustentabilidade financeira.

Da esquerda para a direita: ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Palma Ramalho; Rita Prates (vice-provedora); André Brandão de Almeida (vogal); Luís Carvalho e Rego (vogal); Paulo Duarte de Sousa (provedor)Hugo Amaral/ECO

“Isso ditou a exoneração da mesa anterior para a atual mesa”, reiterou Maria do Rosário Palma Ramalho, garantindo que “com esta nova mesa, a Santa Casa está habilitada para cultivar a prudência na gestão e na recuperação económica para que a sua longevidade e vitalidade neste novo ciclo possam ser asseguradas”. “Mas, atenção, sem diminuição, pelo contrário, admito que seja com aumento da sua atividade social”, acrescentou.

A governante lembrou ainda que a Santa Casa “tem como missão inúmeras” atividades, que vão desde à ação social, passando pela saúde e educação e até à inovação. Pelo que, lembrando as palavras do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), precisa “de todos”. E assegurou que vai “trabalhar quotidianamente” com a nova mesa para que esta missão possa ser assegurada e “até melhorada”.

Com esta nova mesa, a Santa Casa está habilitada para cultivar a prudência na gestão e na recuperação económica para que a sua longevidade e vitalidade neste novo ciclo possam ser asseguradas.

Maria do Rosário Palma Ramalho

Ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social

Já o novo provedor, “perante a honra e a responsabilidade do cargo”, prometeu “tudo fazer para fortalecer a instituição”. Um compromisso que garante ser “comum” a toda a administração, prevendo “tornar a SCML ainda mais forte, mas também mais sustentável”.A SCML vive um momento difícil, mas estou certo que juntos vamos superá-lo e enfrentar os desafios que o futuro reserva”, sublinhou, lembrando que esta é “uma instituição fundamental para Lisboa e para o país e que em breve celebrará 526 anos”.

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social anunciou este domingo a nomeação de Rita Prates para nova vice-provedora da Santa Casa Misericórdia (SCML) e de David Lopes, Ângela Guerra, André Brandão de Almeida e Luís Carvalho e Rego para vogais. Os membros da nova mesa da SCML vão acompanhar o provedor Paulo Duarte de Sousa, que tinha tomado posse há cerca de 15 dias, depois de o Governo ter exonerado a anterior mesa, liderada por Ana Jorge, por “incapacidade de gestão”, na sequência dos problemas financeiros da instituição fundada em 1498.

 

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Bensaude moderniza Parque Terra Nostra nos Açores com 6,6 milhões de euros

Bensaude Hotels Collection investe 6,6 milhões de euros em novas infraestruturas e nova imagem do Parque Terra Nostra para atrair mais visitantes dos EUA, Canadá, França, Reino Unido e Suíça.

Parque Terra Nostra, Furnas, Açores3 junho, 2024

Motivo de atração de milhares de turistas pelas águas, ricas em ferro, do tanque termal alimentado por uma nascente de água vulcânica, e por ter um dos melhores jardins do mundo, o Parque Terra Nostra, em pleno Vale das Furnas, na ilha de São Miguel (Açores) tem novas valências, num investimento de 6,6 milhões de euros. A Bensaude Hotels Collection apostou em novas infraestruturas e numa nova imagem para captar mais visitantes dos EUA, Canadá, França, Reino Unido e Suíça.

A ocupar uma área de 12,5 hectares de mata e jardim, o Parque Terra Nostra tem agora novos balneários, bilheteiras, espaço de exposição, loja, acessos e iluminação cénica noturna em torno do tanque termal e 1.800 espécies botânicas, algumas delas em extinção, no jardim botânico que tem um chamariz: as mais de 800 camélias. O projeto de arquitetura é da autoria de Pedro Maurício Borges que “optou por uma construção inserida dentro da vegetação, ao invés de uma construção isolada”, descreve o grupo açoriano num comunicado.

O objetivo é modernizar a projeção do Parque Terra Nostra a nível nacional, mas também em mercados como os EUA, Canadá, França, Reino Unido e Suíça.

Bensaude Hotels Collection

Já o projeto de iluminação cénica noturna, assinado pelo arquiteto Luís Ribeiro, contempla mais de 230 pontos de iluminação equipados com tecnologia LED, alimentados por cerca de 5.900 metros de cabos elétricos, instalados subterraneamente em cerca de 2300 metros de valas.

“A modernização e a conservação são o principal foco da Bensaude Hotels Collection que quer reforçar o papel do Parque Terra Nostra como ponto de referência botânica e ambiental a nível global”, sublinha o grupo açoriano. “O objetivo é modernizar a projeção do Parque Terra Nostra a nível nacional, mas também em mercados como os EUA, Canadá, França, Reino Unido e Suíça“, frisa.

Novos balneários do Parque Terra Nosrta, Furnas (São Miguel)3 junho, 2024

Com a assinatura “Um legado que encanta”, o rebranding do Parque Terra Nostra é da autoria da Label e “marca uma nova fase na projeção internacional desta icónica atração turística de São Miguel” que nasceu em 1975 pelas mãos de Thomas Hickling, um abastado comerciante originário de Boston, cônsul honorário dos EUA em São Miguel. Vasco Bensaude adquiriu o tanque termal em 1936, dando uma nova vida ao Parque Terra Nostra.

A Bensaude Hotels Collection – Azorean Hospitality detém cinco hotéis na ilha de São Miguel — Grand Hotel Açores Atlântico, Terra Nostra Garden Hotel, Hotel Marina Atlântico, S. Miguel Park Hotel e NEAT Hotel Avenida –; um na ilha Terceira — Terceira Mar Hotel –; outro na ilha do Faial — Hotel do Canal –, e um em Lisboa — Hotel Açores Lisboa.

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António Costa na campanha às europeias? “Espero que sim”, diz Marta Temido

Marta Temido rejeita que uma vitória do PS fosse mais fácil caso António Costa ainda fosse o secretário-geral do partido. "Não temos problemas por resolver lá em casa”, disse.

Marta Temido espera que, à semelhança de Carlos César, também António Costa — considerado pelo partido como um dos maiores ativos — se junte à última semana de campanha do PS para as eleições europeias. “Espero que sim, mas há questões difíceis de agenda”, afirmou, esta segunda-feira, a cabeça de lista do PS, durante o debate entre os oito candidatos ao Parlamento Europeu, rejeitando a noção de que o sufrágio de 9 de junho seria “mais fácil de ganhar” se o ex-primeiro ministro ainda fosse o secretário-geral do partido.

“O tema do secretário-geral está resolvido pelos militantes. Pedro Nuno Santos é o secretário-geral. Não temos problemas por resolver lá em casa”, respondeu a candidata, lembrando que os eurodeputados que terminam o seu mandato e José Luís Carneiro já participaram na campanha. “Nunca deixarei ficar mal o meu partido”, prometeu, dizendo ter a confiança dos seus camaradas.

Questionada sobre se uma eventual vitória do PS dá mais margem ao partido de chumbar o próximo Orçamento do Estado, Marta Temido é rápida a responder: “Tem de perguntar ao secretário-geral”, diz, sublinhando que “estas eleições não são uma segunda volta das legislativas nem primárias de outra coisa qualquer”.

Por seu turno, Sebastião Bugalho rejeita a noção de que o resultado das eleições europeias tenha repercussões a nível nacional, garantindo que uma eventual derrota da coligação que junta o PSD, CDS-PP e PPM ponha “em causa a estabilidade política do país”. “Não me parece que seja essa a leitura“, sublinhou o cabeça de lista da Aliança Democrática durante o debate.

A mesma leitura é feita pelo Iniciativa Liberal, PAN e Bloco de Esquerda. Para João Cotrim de Figueiredo, não existe a noção de que Rui Rocha deva assumir consequências de um eventual mau resultado nas eleições

Se ganhar deixo o líder em bons lençóis, se perder deixo-me a mim em maus lençóis“, afirmou o cabeça de lista liberal durante a sua intervenção. Na mesma linha, surge Pedro Fidalgo Marques diz que Inês Sousa Real não deve abdicar da liderança do partido caso o PAN tenha um mau resultado a 9 de junho. “Somos um coletivo mas os resultados das europeias serão da minha responsabilidade”, disse o cabeça de lista do PAN.

A ideia de “coletivo” também se verifica dentro do BE. Para Catarina Martins, a atual coordenadora do partido, Mariana Mortágua, tem feito um trabalho “extraordinário” e, a nível nacional, “historicamente”, as europeias têm sido “diferentes” por terem um “círculo único”.

Francisco Paupério também recusa que Rui Tavares deva ser chamado a assumir responsabilidades caso o partido tenha um mau resultado nas eleições do próximo domingo, desvalorizando a ausência do líder partidário na campanha. “Se calhar os outros líderes sentem menos confiança nos seus candidatos e têm de fazer algum tipo de controlo”, afirmou o cabeça de lista do Livre.

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Índices para revisão de preços nas empreitadas caíram mais de 2% num ano

  • Joana Abrantes Gomes
  • 3 Junho 2024

Entre os índices que caíram em fevereiro passado face há um ano incluem-se os azulejos e mosaicos, o vidro, a caixilharia em alumínio adonizado, o tubo de PVC e as madeiras.

Os índices de custos de materiais e de equipamentos de apoio, indicadores usados para refletir a variação dos custos numa empreitada, caíram 2,05% em fevereiro face ao mês homólogo, segundo um aviso publicado esta segunda-feira em Diário da República.

Para “dotar o setor das obras públicas de dados atualizados acerca da evolução dos custos submetidos a revisão de preços”, são publicados os valores dos índices de materiais e equipamentos de apoio, relativos ao mês de fevereiro de 2024, fixados através da aprovação do Conselho Diretivo do IMPIC, I.P, refere.

Entre os materiais que descem de custo, destacam-se o do vidro, que baixou para 111,2 face aos 115,1 fixados no período homólogo; o do aço em varão e perfilados, que passou de 385,6 para 333,3; ou o do tubo de PVC, de 248,5 para 218,4.

Já o índice referente ao cimento em saco subiu de 252,5 em fevereiro de 2023 para 262,9 um ano depois, o dos betumes em tambores passou de 524,9 para 546,0 e o das tintas para construção civil subiu para 409,1 em relação aos 395,4 fixados em fevereiro do ano passado.

O índice de equipamentos de apoio também subiu em fevereiro, passando para 135,1, o que compara com o valor de 133,4 fixado no mesmo mês de 2023.

As fórmulas desenhadas na revisão de preços têm como objetivo encontrar o coeficiente de atualização a aplicar ao preço inicial contratado.

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Quase todos os concelhos já têm antenas 5G das três operadoras

Em cinco concelhos do país, só estão presentes duas das três operadoras. Mas, em 303 dos 308 municípios, existem estações de quinta geração da Meo, Nos e Vodafone.

O mais recente balanço da Anacom sobre o desenvolvimento da quinta geração móvel mostra que, no final do primeiro trimestre, 303 dos 308 concelhos do país já dispunham de antenas 5G das três principais operadoras, Meo, Nos e Vodafone. Há pelo menos uma estação 5G em cada município (já havia desde o final do ano passado), bem como em 70% das freguesias, segundo o regulador.

No final do mês de março, Portugal tinha 9.999 estações de base com tecnologia 5G, um aumento de 12% em relação ao final de dezembro de 2023. A informação, recolhida pela Anacom, é reportada pelas próprias empresas de telecomunicações.

Segundo o regulador liderado por Sandra Maximiano, os dados “comprovam o crescimento das redes 5G em Portugal, mas revelam também que não existe uma distribuição homogénea ao longo do território, verificando-se que é ao longo da faixa litoral ocidental, principalmente entre Viana do Castelo e Setúbal, e da faixa litoral meridional (Algarve), que a concentração do número de estações é maior”, indica num comunicado.

É neste contexto que a Anacom destaca que quase todos os concelhos do país (303 em 308) têm antenas 5G das três operadoras, pelo que, “em relação ao trimestre anterior, são mais sete concelhos que passam a contar com a presença dos três operadores móveis com rede própria”, refere o regulador das comunicações.

Também destaca que já não existe nenhum concelho só com um operador. Ou seja, os cinco municípios que ainda não têm presença das três maiores empresas de telecomunicações de Portugal já dispõem de dois fornecedores de serviços 5G.

Segundo a Anacom, a Nos é a única operadora que tem estações 5G em todos os concelhos. A Vodafone está presente em 306 e a Meo em 305.

Analisando por freguesias, constata-se que ainda existem muitas sem qualquer infraestrutura 5G, principalmente de baixa densidade populacional. “A área total das freguesias onde não existem estações 5G representa 15% do território nacional e, de acordo com o Censos 2021, corresponde a cerca de 8% da população nacional”, refere a entidade reguladora.

Visto de outra perspetiva, só 36% das antenas 5G estão em freguesias de baixa densidade, mas, do total destas freguesias, 65% dispõem de pelo menos uma estação de quinta geração.

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Dívida pública cresce 2,5 mil milhões de euros em abril

Esta subida "refletiu o acréscimo de 1,9 mil milhões de euros dos títulos de dívida", indica o Banco de Portugal.

A dívida pública aumentou em 2,5 mil milhões de euros em abril, para atingir 273,4 mil milhões, de acordo com os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP) esta segunda-feira. Depois de uma queda no final do ano passado, a dívida voltou a subir e está agora nos níveis mais altos desde setembro de 2023.

“Esta subida refletiu o acréscimo de 1,9 mil milhões de euros dos títulos de dívida (Bilhetes e Obrigações do Tesouro) e o aumento de 0,7 mil milhões de euros dos empréstimos, sobretudo de curto prazo”, indica o BdP. Em abril, o IGCP realizou três leilões de Obrigações do Tesouro com maturidades entre cerca de dez e vinte anos.

O banco central português indica ainda que os depósitos das Administrações Públicas “totalizaram 12 mil milhões de euros, o que corresponde a uma redução de 1,8 mil milhões de euros relativamente a março”. Se for deduzida desses depósitos, a dívida pública aumentou 4,3 mil milhões de euros, para 261,4 mil milhões de euros.

A dívida pública tinha-se reduzido bastante no final do ano passado, pela mão de Fernando Medina enquanto estava ao leme das Finanças, ficando abaixo dos 100% do PIB. No entanto, os dados do primeiro trimestre mostram que o rácio da dívida pública voltou a superar esse limite, situando-se nos 100,5% no final de março.

(Notícia atualizada às 11h25)

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Euribor cai para novo mínimo a três meses e sobe a seis e a 12 meses

  • Lusa
  • 3 Junho 2024

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira a três meses para um novo mínimo desde setembro de 2023 e subiu a seis e 12 meses face a sexta-feira.

A taxa Euribor desceu esta segunda-feira a três meses para um novo mínimo desde setembro de 2023 e subiu a seis e 12 meses face a sexta-feira, depois de ter fechado maio com uma média mais baixa nos três prazos.

Com as alterações desta segunda-feira, as Euribor continuaram em valores muito próximos, mas a taxa a três meses, que recuou para 3,782%, manteve-se acima da taxa a seis meses (3,755%) e da taxa a 12 meses (3,722%).

  • A taxa Euribor a seis meses, que passou a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável e que esteve acima de 4% entre 14 de setembro e 1 de dezembro, avançou esta segunda-feira para 3,755%, mais 0,010 pontos, depois de ter subido em 18 de outubro para 4,143%, um máximo desde novembro de 2008. Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março apontam a Euribor a seis meses como a mais utilizada, representando 36,6% do stock de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável. Os mesmos dados indicam que a Euribor a 12 e a três meses representava 34,3% e 24,9%, respetivamente.
  • No prazo de 12 meses, a taxa Euribor, que esteve acima de 4% entre 16 de junho e 29 de novembro, também subiu esta segunda-feira para 3,722%, mais 0,011 pontos do que na sessão anterior, contra o máximo desde novembro de 2008, de 4,228%, registado em 29 de setembro.
  • Em sentido contrário, a Euribor a três meses recuou, ao ser fixada em 3,782%, menos 0,003 pontos e um novo mínimo desde 01 de setembro de 2023, depois de ter avançado em 19 de outubro para 4,002%, um máximo desde novembro de 2008.

A média da Euribor em maio desceu a três, seis e 12 meses, mas mais acentuadamente do que em abril e nos prazos mais curtos. A média da Euribor em maio desceu 0,073 pontos para 3,813% a três meses (contra 3,886% em abril), 0,052 pontos para 3,787% a seis meses (contra 3,839%) e 0,021 pontos para 3,681% a 12 meses (contra 3,702%).

Entretanto, o mercado já aguarda a reunião de política monetária do BCE na quinta-feira, na qual se espera que o organismo corte as taxas de juro em 25 pontos base, que seria o primeiro corte desde março de 2016.

Esta descida, a concretizar-se, deverá provocar um recuo a um ritmo moderado das taxas Euribor e assim baixar a prestação do crédito à habitação. Os analistas antecipam que as taxas Euribor cheguem ao final do ano em torno de 3%.

Na última reunião de política monetária, em 11 de abril, o BCE manteve as taxas de juro de referência no nível mais alto desde 2001 pela quinta vez consecutiva, depois de ter efetuado 10 aumentos desde 21 de julho de 2022.

As Euribor começaram a subir mais significativamente a partir de 4 de fevereiro de 2022, depois de o BCE ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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JinkoSolar alcança recorde com nova célula solar em Tandem de Perovskita

  • BRAND'S CAPITAL VERDE
  • 3 Junho 2024

A célula solar em Tandem de Perovskita baseada em TOPCon tipo N, lançada pela JinkoSolar, estabeleceu um novo recorde. Esta opção conseguiu uma eficiência de conversão de 33,24%.

A JinkoSolar Holding Co., Ltd., um dos maiores e mais inovadores fabricantes de módulos solares do mundo, anunciou um avanço significativo no desenvolvimento da sua célula solar em Tandem de Perovskita, baseada em TOPCon tipo N.

O Instituto de Microssistemas e Tecnologia da Informação de Xangai, da Academia Chinesa de Ciências, testou esta célula solar e registou um alcance de eficiência de conversão de 33,24%, um salto significativo para além do anterior recorde da JinkoSolar de 32,33% para o mesmo tipo de células em Tandem. Este feito bate o recorde mundial de eficiência e potência de saída para produtos fotovoltaicos 26 vezes.

A célula solar em Tandem de Perovskite, que bateu o recorde, utilizou a célula solar monocristalina TOPCon tipo N de alta eficiência da JinkoSolar como célula de base. Este avanço na eficiência de conversão da célula solar em Tandem de Perovskite/TOPCon foi conseguido através de vários materiais e inovações tecnológicas, onde se inclui a tecnologia de contacto passivado de poli-Si ultrafino, a nova tecnologia de captação de luz, a camada de recombinação intermédia com elevada transmitância de luz e elevada mobilidade de portadores e a tecnologia de passivação de superfície eficiente utilizando materiais híbridos.

Este feito demonstra a compatibilidade da TOPCon como uma tecnologia de células solares convencional com a tecnologia de células Tandem de Perovskite/Silício da próxima geração, o que ultrapassa o limite de eficiência da célula solar de silício de junção única.

Como empresa líder na indústria fotovoltaica, a JinkoSolar investe anualmente em I&D substancial para a inovação tecnológica, ao mesmo tempo que continua a construir a sua carteira de patentes e a bater recordes mundiais em realizações de I&D.

Até à data, a JinkoSolar solicitou mais de 3800 patentes globais e foram-lhe concedidas mais de 3500, que forneceram soluções energéticas de maior eficiência e melhor valor para o mercado global de energia solar fotovoltaica com avanços tecnológicos contínuos.

“Este avanço histórico destaca, mais uma vez, a determinação da JinkoSolar em ultrapassar continuamente os limites através de fortes capacidades de inovação tecnológica. Também estabelece uma base técnica sólida para o desenvolvimento contínuo da empresa. Acreditamos que, à medida que continuarmos a aprofundar a nossa investigação científica e tecnologia, contribuiremos para a construção de uma nova estrutura energética mais verde e sustentável“, afirmou Jin Hao, CTO da JinkoSolar.

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RAR vende fábrica da Colep Consumer Products no Brasil. Lucros do grupo disparam para 34,5 milhões

Após fechar duas fábricas na Alemanha, empresa de Vale de Cambra abandona produção no Brasil e concentra fabrico em Portugal, Polónia e México. Grupo RAR mais do que duplica lucros para 34,5 milhões.

A portuguesa Colep Consumer Products (CCP) abandonou a operação industrial no Brasil no início deste ano, poucos meses depois de ter concretizado o encerramento de duas fábricas na Alemanha, em Bad Schmiedeberg e Laupheim, com o objetivo de “otimizar a sua presença industrial na Europa”.

“O Brasil continuou a ser um mercado desafiante e volátil em 2023, o que levou a Colep Consumer Products a decidir uma saída estratégica deste mercado através da venda das suas participadas, concluída em janeiro de 2024”, revela o grupo RAR no relatório e contas relativo ao exercício de 2023, consultado pelo ECO.

A venda da fábrica em Louveira (São Paulo) mostra que a empresa portuguesa não conseguiu inverter o ciclo negativo do outro lado do Atlântico. No anterior relatório já tinha admitido que o “plano de melhoria para habilitar a operação a enfrentar condições de mercado difíceis” não estava a produzir os “resultados esperados”.

A contract manufacturer de produtos para cosmética, cuidado pessoal, cuidados para o lar e produtos farmacêuticos de venda livre concentra a atividade industrial em Portugal (Vale de Cambra), na Polónia (Kleszczów) e no México (Santiago de Querétar), onde as vendas aumentaram 30% em 2023 e através da qual abastece os clientes norte e centro-americanos. No Oriente tem uma parceria (ACOA) que envolve sócios japoneses, australianos e indianos.

Em termos consolidados, a Colep Consumer Products, que emprega 1.094 pessoas, aumentou as vendas de 260 milhões de euros em 2022 para 306 milhões de euros em 2023, “principalmente impulsionadas pelo impacto do aumento dos preços das matérias-primas e dos volumes produzidos”. “Uma gestão eficaz dos custos operacionais e um mix de produtos mais rentável permitiram que o EBITDA aumentasse de 27,2 milhões em 2022 (versão reexpressa) para 41,4 milhões de euros em 2023”, contabiliza.

Este foi o segundo exercício completo desde que, no verão de 2021, a Colep concretizou a cisão das unidades de negócio de produtos de consumo e de embalagens. Na sequência desta operação, a antiga Colep Portugal passou a designar-se Colep Consumer Products – agora com “particular ênfase na inovação de produto nas categorias de beleza e cuidados pessoais” -, enquanto a área de embalagens assumiu a designação Colep Packaging e passou a ser liderada por Paulo Sousa, um “homem da casa”.

Reportagem na Colep Packaging - 09FEV24
Paulo Sousa, CEO da Colep PackagingRicardo Castelo/ECO

Apresentada como uma das principais produtoras europeias de embalagens metálicas e em plástico para a indústria, a Colep Packaging, que tem um total de 626 trabalhadores, viu as vendas baixarem 14% no ano passado, para 128 milhões de euros, um “decréscimo fortemente influenciado pela redução de consumo nos segmentos em que opera”.

Além das fábricas em Portugal (Vale de Cambra), na Polónia (Kleszczów) e em Espanha (San Adrián), onde em 2022 adquiriu uma participação de 40% na catalã ALM Envases, que permitiu entrar no mercado de aerossóis de alumínio, assinou em 2023 uma joint-venture com o Envases Group para a construção de uma fábrica de aerossóis metálicos no México, num investimento inicial superior a 28 milhões de euros, que deverá iniciar a atividade em 2024.

Do açúcar às saladas, vendas superam 1.000 milhões

Com um total de 3.650 trabalhadores, o grupo RAR ultrapassou em 2023 a fasquia dos 1.000 milhões de euros de volume de negócios (vs. 971,9 milhões em 2022) e viu os lucros mais do que duplicarem face ao ano anterior, para 34,5 milhões de euros. O EBITDA atingiu os 89 milhões, um crescimento homólogo de 24%. Nuno Macedo Silva fala num “ano positivo, com os principais negócios com uma boa evolução, apesar de um ambiente volátil de mercados, afetados por dois conflitos internacionais ativos, níveis de inflação ainda elevados e consequentes taxas de juro altas”.

“Perspetiva-se um novo exercício ainda mergulhado nas muitas incertezas instaladas e condicionado pelo mais recente constrangimento do canal do Suez, que poderá fazer renascer complicações na logística internacional. No entanto, os sinais de baixa da inflação e a adivinhada descida das taxas de juro virá, com certeza, aliviar o ambiente económico e permitir abraçar com mais confiança novos investimentos”, sublinha o presidente do grupo empresarial sediado no Porto.

Fundado há 62 anos, o Grupo RAR tem origem no açúcar, um negócio que ainda mantém e que em 2023 teve “um dos melhores exercícios de sempre, atingindo um EBITDA de cerca de 15 milhões de euros, fruto de uma gestão criteriosa das suas margens e de um controlo efetivo dos seus custos de exploração, num ano marcado por condições favoráveis no mercado europeu de açúcar”. Nesta empresa, que emprega 181 pessoas e registou vendas de 128,9 milhões, está em curso um “ambicioso plano de investimento na sua infraestrutura, o que permitirá uma expansão de capacidade de produção e uma operação mais eficiente”.

O grupo nortenho detém ainda a Vitacress, negócio de saladas e ervas aromáticas que está a expandir a área de cultivo para aumentar a exportação para Inglaterra, Espanha e França; e a empresa de comércio de matérias-primas para a indústria agroalimentar Acembex, que acaba de entrar no segmento dos pellets de madeira e em 2023 faturou 239,4 milhões de euros e movimentou cerca de 800 mil toneladas. Este que é um dos maiores operadores nacionais de cereais (trigo, milho, arroz, cevada) reclama uma quota de 19% na importação de cereais e coprodutos em Portugal, um mercado de cerca de 4 milhões de toneladas.

Novo condomínio na Foz, apesar da “instabilidade política”

Finalmente, através da RAR Imobiliária, direcionada para o segmento alto do mercado habitacional, registou um volume de negócios de 12,2 milhões em 2023, um ano “marcado por um cenário de abrandamento no setor imobiliário”. No mais recente relatório e contas, assume vislumbrar “desafios imediatos como os custos de construção, as dificuldades com licenciamento e financiamento, e a instabilidade política”.

No que toca aos projetos em curso, iniciou recentemente a segunda fase da obra do projeto “Boavista 5205”, situado na Avenida da Boavista, no Porto, próximo do mar e do Parque da Cidade, garantindo já ter comercializado quase 40% deste projeto. Já o projeto “Novo Parque”, localizado em Matosinhos, estava comercializado em 94% no final do ano passado, esperando terminar a construção e realizar a totalidade das escrituras relativas a este projeto até ao final deste ano.

“Sempre atenta a novas oportunidades”, como sublinha o grupo neste documento anual, a RAR Imobiliária comprou o projeto “Montebelo Villas”, situado na Foz Velha, no Porto, onde pretende desenvolver um condomínio de 12 moradias, a iniciar em 2024.

Relativamente à Quinta de S. José de Ribamar, em Algés, e ao projeto Tibãesgolfe, em Braga, “estão a ser analisadas alternativas para o seu desenvolvimento ou para a sua alienação”. Em desenvolvimento está também o projeto de S. Simão da Junqueira, em Vila do Conde, com reuniões com a autarquia “no sentido de o tornar um investimento mais atrativo, dada a sua dimensão”.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h30)

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“Apostamos na criação de um ecossistema nacional de dados em saúde”

  • ECO
  • 3 Junho 2024

No encerramento da 2ª Conferência ECO Saúde e Economia, esteve presente Cristina Vaz Tomé, Secretária de Estado da Gestão da Saúde, que partilhou algumas das medidas a serem implementadas.

A segunda Conferência ECO Saúde e Economia, que se realizou na passada terça-feira, dia 28 de maio, no estúdio do ECO, teve como tema o “Impacto da Saúde na Economia Nacional” e ficou marcada pela presença de Cristina Vaz Tomé, Secretária de Estado da Gestão da Saúde, que fez o encerramento da sessão e partilhou algumas das prioridades a serem postas em prática nos cuidados de saúde.

“O impacto da saúde na economia é um dos aspetos cruciais na minha função como secretária de Estado da Gestão da Saúde.
A saúde contribui diretamente para o bem-estar da sociedade e para a criação de riqueza, o que justifica as despesas e investimentos com ela“, começou por dizer.

Ainda assim, Cristina Vaz Tomé reconheceu que a natureza da procura de cuidados de saúde está a mudar, em resultado do envelhecimento e da prevalência crescente de doenças crónicas: “Estes factos constituem um desafio para o sistema de prestação de cuidados de saúde que, para funcionarem de forma eficaz e eficiente, têm necessariamente que adotar uma cultura e mecanismos de gestão mais exigentes, que lhes permitam ter controlo sobre a atividade e que sejam motivadores dos profissionais de saúde“.

Se tal não acontecer, “os custos serão desnecessariamente elevados, com qualidade potencialmente reduzida, o que representa um risco para a sociedade e um custo para a economia nacional”. Nesse sentido, para se aumentar o valor através da reforma dos sistemas de prestação de cuidados de saúde, em especial tendo em conta o contexto atual de mudança, a secretária de Estado apontou que os vários pontos aos que se devem dar prioridade.

Ter “cuidados de saúde prestados em locais com custos mais controlados, tendo sempre no centro o benefício do cidadão, o que exige maior integração entre sistemas público, social e privado, para fazer face aos efeitos ineficazes da fragmentação da prestação de cuidados de saúde e melhorar a qualidade do serviço” foi a primeira medida anunciada por Cristina Vaz Tomé, que considera que “a prevenção e promoção da saúde tem também de estar no centro da prestação de cuidados de saúde”.

“A transferência da prestação de cuidados de saúde para contextos de custos mais baixos” foi outro dos pontos mencionados: “Se é possível prestar mais cuidados no âmbito dos cuidados primários, será necessário prestar menos cuidados em contextos de utilização mais intensiva de recursos. Isto está relacionado com as necessidades específicas dos doentes, com doenças crónicas, embora outros doentes também possam beneficiar”, continuou.

Ainda sobre os doentes com doenças crónicas e, frequentemente, com co morbilidades, a secretária de Estado enalteceu a necessidade destes de terem acesso a uma vasta gama de serviços no âmbito dos cuidados primários e secundários e a urgência de melhorar a infraestrutura de coordenação, através do desenvolvimento de sistemas e tecnologias de informação eficazes.

Além disso, foram ainda referidas como prioridades a “introdução de coordenadores de cuidados que podem concentrar-se no percurso dos cuidados do doente e aliviar o médico de família ou o doente deste encargo”, bem como a “eliminação dos desperdícios”: “O desperdício pode criar ineficiências e ser suscetível de comprometer a realização de objetivos pré acordados. É um gigantesco desafio, mas urge começar a identificar os indicadores certos e implementar os mecanismos que permitam medir e controlar a prestação de serviços de saúde”.

“A sustentabilidade do SNS implica uma transformação que resultará em oportunidades em termos económicos. É inegável que o atual contexto determina que precisamos de mais digitalização, mais reutilização de dados em proveito do cidadão, mais prevenção na saúde, melhor gestão dos recursos. A este propósito, vale a pena referir as agendas mobilizadoras do Plano de Recuperação e Resiliência, que encorajam o desenvolvimento de startups de saúde e a atração para Portugal de líderes nesta área”, ressalvou.

No seu conjunto, Cristina Vaz Tomé considera que “é expectável que estes projetos, até ao final de 2025, gerem mais de 114 novos produtos ou serviços“: “Este quadro terá a natural correspondência no aumento dos postos de trabalho qualificados, assim como nas receitas e exportações. Deste modo, contribuímos para a construção de um ecossistema que cria mais valor em saúde e para a economia nacional”.

“O nosso compromisso nestas matérias é claro: queremos garantir o acesso universal aos cuidados de saúde, com recurso a todos os meios públicos, privados e sociais. Para isso, apostamos na criação de um ecossistema nacional de dados em saúde, enquadrado no sistema europeu de dados em saúde e na implementação do registo eletrónico de saúde, suportado numa política digital e de IA controlada. Apostamos no desenvolvimento e aceleração dos centros académicos clínicos, em projetos de investigação, desenvolvimento e inovação, com impacto nos resultados de saúde dos doentes e na conceção e produção industrial de produtos e serviços”, revelou.

A secretária de Estado acrescentou, ainda, que, no âmbito do ecossistema da ciência, há um foco em criar condições para multiplicar por três o número de ensaios clínicos que se realizam hoje em Portugal, de forma a promover o desenvolvimento de um ecossistema de quadros diferenciados e especializados nas ciências da saúde: “Pretendemos a abertura de projetos-piloto de unidades de saúde familiar modelo C, em parceria público-privada, ou público-social, destacando-se pela sua gestão avançada em autonomia“.

A saúde também pode e deve ser o motor do desenvolvimento económico e social do país, capaz de consolidar Portugal como um hub de desenvolvimento da economia da saúde”, concluiu.

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2ª Conferência ECO Saúde e Economia dá palco à Inteligência Artificial

  • Cláudia Pinto
  • 3 Junho 2024

O painel “Os riscos operacionais e legais da IA na Saúde” integrado na 2ª Conferência Anual ECO Saúde e Economia, no passado dia 28 de maio, reuniu três oradores que debateram os desafios atuais.

A IA veio para ficar em vários setores com um claro impacto para a economia. Em particular, na saúde, que ganhos e oportunidades, por um lado, e que riscos e restrições legais, por outro? Foi este o ponto de partida para o debate realizado entre Ana Gil Marques, Head of Legal & Compliance Siemens Healthineers Portugal, Miguel Nobre Menezes, médico cardiologista no Hospital de Santa Maria e Hospital Lusíadas Lisboa, e Maria Raimundo, consultora freelancer em tecnologia e saúde.

Entre os temas abordados, destacam-se as soluções já existentes no mercado, a aceleração de análise e execução de meios complementares de diagnóstico e a automatização da burocracia para libertar os médicos para a prática clínica, diminuindo algumas tarefas que ocupam demasiado tempo, permitindo-os dedicarem-se mais à prática clínica. Por outro lado, que riscos podem trazer as decisões baseadas em algoritmos de IA que, muitas vezes, podem não ser compreendidas e o facto de passarmos a falar com médicos virtuais em vez de se potenciar o lado humano da medicina?

Com as necessidades de IA na área da saúde, que benefícios podem ser antecipados? O que podem esperar os doentes, mas também os profissionais? Foram estes os temas do segundo painel da Conferência, que destacou também os imperativos legais e a atualização do Regulamento mais atual que define as regras para a utilização dos sistemas de IA em vários setores, como o da saúde.

Os oradores convidados para este painel abordaram as prioridades específicas, mas também as preocupações na sua área de atuação. Concluiu-se ainda que neste caminho da evolução da IA na Saúde, a equipa deve ser interdisciplinar e com profissionais de várias áreas, desde médicos, engenheiros, business development, design thinkers, entre outros.

Assista ao debate neste vídeo:

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