Altice cria conselho consultivo para mediar relação com os sindicatos

  • Lusa
  • 19 Janeiro 2018

A Altice anunciou a criação de um novo órgão interno que servirá de ponte entre a empresa e os representantes dos trabalhadores. Novo conselho consultivo pretende alcançar "paz social" na empresa.

A Altice Portugal vai criar um conselho consultivo para as relações laborais e sindicais, órgão que vai servir de ponte entre os trabalhadores e a empresa, numa tentativa de conseguir “paz social” e de gerar “consensos”, anunciou a empresa esta sexta-feira. “Com a criação do novo órgão, […] a Altice Portugal pretende aumentar a eficiência nas relações entre os trabalhadores e a empresa, promovendo uma maior capacidade de alcançar paz social, o estabelecimento de pontes e geração de consensos”, informa a empresa, em comunicado.

A Altice acrescenta que “este conselho consultivo atuará no âmbito das funções que lhe foram destinadas num regime de independência e imparcialidade”. O anúncio foi feito numa reunião que ocorreu durante a tarde entre estruturas representativas dos trabalhadores e o presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, contando ainda com o membro do comité executivo e diretor do departamento institucional, João Zúquete da Silva.

“No desenrolar da ordem de trabalhos, foi pedida a necessária flexibilidade e esforço no entendimento sobre as diferentes matérias numa conjuntura económico-social que exige lealdade e responsabilidade”, refere a empresa na nota de imprensa. Citado no comunicado, Alexandre Fonseca diz esperar que, “em estreito entendimento com os representantes sindicais”, seja possível “acrescentar, construir e aproximar ainda mais as perspetivas e decisões da empresa dos colaboradores e das suas ambições”.

A reunião, a terceira desde que Alexandre Fonseca tomou posse, foi solicitada pelas estruturas representativas dos trabalhadores para discutir o regime de dispensa de assiduidade respeitante aos colaboradores em mobilidade. Sobre esta questão, a Altice garante “total normalidade e licitude da renovação da dispensa de assiduidade devidamente enquadrada na lei laboral”.

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Altice “não consegue compreender” conclusões do relatório da Anacom sobre a TDT

Não demorou a resposta da Altice à Anacom. Recusa qualquer conflito de interesse com o facto de a Meo ser um operador de televisão concorrente à TDT que ela própria opera.

A Altice recusa os conflitos de interesse identificados pela Anacom quanto ao facto de a Meo ser a operadora da Televisão Digital Terrestre (TDT) e, ao mesmo tempo, ser um operador de TV por cabo e satélite concorrente à TDT. Diz que ganhou o concurso público em 2008 com uma proposta “transparente, não discriminatória e idónea” e sublinha que “em algum momento lhe tenham sido assinaladas quaisquer reservas, nomeadamente quanto a potenciais conflitos de interesse”. A informação faz parte de um comunicado enviado esta quarta-feira às redações.

O grupo afirma que “não consegue compreender as conclusões deste relatório” e escuda-se num outro relatório da Anacom, que versava sobre a qualidade do serviço de TDT, que concluiu que “a qualidade do sinal da TDT no ano de 2016 foi muito boa, com valores de disponibilidade de serviço próximos dos 100% e nível de estabilidade de serviço quase sempre elevada”, cita a empresa. O relatório, explica a Altice, foi elaborado com dados da própria “rede de monitorização nacional de sondas” da Anacom.

Desta forma, “a Altice cumpre e sempre cumpriu as obrigações que lhe foram determinadas em sede de qualidade de serviço TDT, nomeadamente as que decorreram do concurso público e as que lhe vierem a ser determinadas posteriormente pela Anacom e pelo Governo”, garante a dona da Meo. E acrescenta: “Cabe ao Governo decidir sobre os canais disponibilizados através da TDT, determinando quais devem ser incluídos na oferta TDT. A Altice sempre tem estado totalmente disponível e acessível neste âmbito, como aconteceu recentemente no âmbito do processo de inclusão de dois novos canais há cerca de um ano.”

A diversidade das ofertas e os reduzidos preços praticados têm permitido que os portugueses optem pelos serviços que consideram que melhor se adaptam às suas necessidades e anseios.

Altice Portugal

Fonte oficial

O estudo da Anacom, publicado esta quarta-feira, conclui que “não parece possível que o atual detentor do direito de utilização das frequências tenha qualquer incentivo para o alargamento da oferta”, e sublinha que “deve ser ainda analisada e equacionada a implicação, em termos de conflitos de interesse, da Meo (…) ser a mesma (ou estar inserida no mesmo grupo de empresas) que um operador concorrente à TDT”.

Na resposta à Anacom, a Altice “reafirma o seu emprenho no cumprimento de todas as obrigações” e defende que “Portugal é um país muito desenvolvido, no que respeita a infraestruturas e tecnologia, o que lhe permite oferecer serviços muito diversificados e de alta qualidade”. “A diversidade das ofertas e os reduzidos preços praticados têm permitido que os portugueses optem pelos serviços que consideram que melhor se adaptam às suas necessidades e anseios”, conclui a dona da operadora Meo.

(Notícia atualizada às 16h46 com mais informação)

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Altice irá analisar “oportunamente” proposta do sindicato para revisão salarial

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

Os sindicatos propuseram um aumento de 50 euros nos salários, bem como progressões na carreira para 10% dos trabalhadores. A empresa garante que vai discutir estas medidas "oportunamente".

A Altice Portugal, dona da Meo, informou esta terça-feira que vai analisar “oportunamente” a proposta de revisão salarial feita pela Frente Sindical, prevendo aumentos de 50 euros, com os sindicatos a ponderarem pedir intervenção do Governo.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a Altice Portugal “confirma a receção das propostas de revisão salarial por parte dos sindicatos”, indicando que se encontra “a analisar as mesmas” e que, “oportunamente, e dentro do quadro de normal funcionamento deste tipo de iniciativas, as mesmas serão objeto de discussão no fórum apropriado”.

Também hoje, as estruturas representativas da Altice/Meo denunciaram em comunicado que, “decorrido o prazo legal previsto no Código de Trabalho, o comité executivo da PT ainda não deu resposta à proposta apresentada pelos sindicatos que constituem a Frente Sindical”, entregue no final de novembro.

“Nestas condições, e se até ao final da semana de 15 a 19 de janeiro não nos for dada uma resposta, os sindicatos irão recorrer ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para se abrir, de imediato, a fase de conciliação com intervenção desta entidade governamental”, indicam.

A proposta de revisão salarial para as empresas do grupo abrangidas pelo acordo coletivo de trabalho visa aumentos de 4%, “com um referencial mínimo de 50 euros”. Ao mesmo tempo, o documento projeta progressões na carreira para 10% dos trabalhadores, desde que “colocados nos níveis de desempenho onde a avaliação de desempenho se aplica para este efeito”.

Na nota, os sindicatos adiantam que “não gostariam que esta matéria se tornasse mais um conflito a somar entre todos os outros, que têm derivado de uma gestão pouco preocupada com a estabilidade e direitos dos trabalhadores”.

Esta Frente Sindical é composta pelos sindicatos Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (SINTAVV), dos Trabalhadores do Grupo Portugal Telecom (STPT), Democrático dos Trabalhadores das Comunicações e dos Media (Sindetelco), Nacional dos Trabalhadores de Correios e Telecomunicações (SNTCT), dos Quadros das Comunicações (Sinquadros), dos Trabalhadores das Telecomunicações e Comunicação Audiovisual (STT) e dos Trabalhadores e Técnicos de Serviços (Sitese).

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Altice admite vender torres de telecomunicações em Portugal

Ao ECO, o líder da Altice Europa disse que o grupo não planeia vender ativos basilares em Portugal, mas admitiu a venda de torres de telecomunicações no país.

A Altice admite vender torres de telecomunicações também em Portugal, à semelhança do que está a fazer noutros mercados na Europa, como em França, por exemplo. A informação foi avançada por Dennis Okhuijsen, presidente executivo da Altice Europa, numa conferência telefónica com jornalistas esta quinta-feira.

Questionado pelo ECO sobre se vão ser vendidos ativos em Portugal, o gestor disse: “Em Portugal, claramente não estamos focados em vender quaisquer ativos e continuamos empenhados na aquisição da Media Capital. Creio que a única coisa que estamos a ponderar em Portugal é a venda do portefólio de torres [de telecomunicações], que consideramos ser um ativo não estratégico.” As torres em causa fazem parte da infraestrutura da Meo, a operadora com maior quota de mercado em Portugal.

"Creio que a única coisa que estamos a ponderar em Portugal é a venda do portefólio de torres [de telecomunicações], que consideramos ser um ativo não estratégico.”

Dennis Okhuijsen

Presidente executivo da Altice Europa

No ano passado, levantaram-se preocupações acerca da liquidez da Altice para pagar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumulou ao longo de vários anos de aquisições. Dúvidas que levaram a uma significativa desvalorização das ações da empresa. Para reconquistar a confiança dos investidores, a empresa viu-se obrigada a anunciar a venda de ativos, como data centers na Suíça, o negócio da empresa na República Dominicana e torres de telecomunicações na Europa. Até agora, nunca tinha ficado claro se havia intenções de abranger neste plano a infraestrutura da Meo em Portugal.

Armando Pereira vai “supervisionar” operações da Altice em Portugal

A Altice anunciou esta terça-feira que vai separar a unidade norte-americana, a Altice USA, da holding do grupo, a Altice NV, cotada em Amesterdão. Esta última será renomeada para Altice Europa e estará dividida em três subsidiárias: a Altice France, a Altice Internacional (onde se inclui as operações em Portugal) e uma nova unidade, a que a empresa chamou de Altice Pay TV.

Desta feita, outro ponto clarificado na conferência é o papel de Armando Pereira nesta operação, o sócio do multimilionário Patrick Drahi, que fundou o grupo Altice. “O Armando Pereira será o administrador operacional para o grupo europeu. Por isso, terá o supervisionamento das operações em Portugal. Continuará a ser também o administrador operacional do negócio de telecomunicações em França [a operadora SFR]”, disse, em resposta ao ECO.

Já na tarde desta terça-feira foi conhecida uma mensagem enviada aos trabalhadores da Meo pelo presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca. Nela, o gestor português garante que este spin off da Altice USA não vai mudar “quase nada” nas operações no país.

Para Dennis Okhijsenn, a operação representa “uma tremenda oportunidade” para a Altice na Europa. Já para Dexter Goei, presidente executivo da Altice USA, o grupo “mantém-se completamente confiante” nos objetivos a que se propôs quando entrou na bolsa de Nova Iorque em meados do ano passado.

(Notícia atualizada às 16h55 com mais informação)

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Spin off do grupo Altice não muda “quase nada” em Portugal

  • Lusa
  • 9 Janeiro 2018

Numa carta enviada aos trabalhadores, Alexandre Fonseca, presidente executivo da Altice Portugal, diz que a separação da Altice USA da holding não muda "quase nada" nas operações portuguesas.

O presidente executivo da Altice Portugal disse esta terça-feira que a reestruturação anunciada do grupo com separação entre operações na Europa e Estados Unidos “não altera em nada” o foco estratégico da empresa no mercado português.

Num email enviado aos trabalhadores da Altice Portugal, a que a Lusa teve acesso, Alexandre Fonseca começa por dizer que o grupo entrou em 2018 “com um importante anúncio” para a ambiciosa estratégia de negócio, com a intenção da Altice NV de autonomizar a Altice USA, tornando-a numa empresa com atuação independente “e, com isto, transformando a Altice NV em Altice Europe, com um novo perímetro de atuação”. “Esperamos que este processo esteja concluído até ao final do segundo trimestre de 2018”, afirmou.

“Ao autonomizar a Altice USA do grupo Altice, não só promovemos uma maior clareza e simplificação, como alinhamos melhor o nosso foco na liderança e no desenvolvimento dos mercados locais, dando sequência ao momento positivo que iniciámos recentemente”, continuou o presidente executivo da Altice Portugal. Assim, “teremos uma maior capacidade de entregar valor acrescentado aos nossos clientes, a todos vós, colegas da Altice, e aos nossos acionistas. No entanto, apesar de este ser um movimento muito significativo, não altera em nada o nosso foco estratégico nem a nossa atuação quotidiana”, salientou o gestor.

“E o que significa esta mudança para nós, aqui em Portugal? Quase nada, trata-se de uma reorganização ao nível jurídico, financeiro e de estrutura, visando uma simplificação orgânica. Os nossos acionistas mantêm-se os mesmos. O fundador do grupo, Patrick Drahi, será o presidente executivo da Altice Europe e o chairman do board [presidente do Conselho de Administração] da Altice USA”, prosseguiu Alexandre Fonseca, acrescentando que as prioridades se mantêm.

Teremos uma maior capacidade de entregar valor acrescentado aos nossos clientes, a todos vós, colegas da Altice, e aos nossos acionistas.

Alexandre Fonseca

Presidente executivo da Altice Portugal

O presidente executivo da Altice Portugal enumerou ainda as prioridades: otimizar a performance em cada um dos mercados, com particular foco no serviço ao cliente e na maximização do valor do ciclo de vida de cada cliente; consolidar o investimento em infraestruturas; concretizar o turnaround [retorno] operacional e financeiro sob a liderança da nova equipa de gestão; e monetizar o investimento em conteúdos através de novos e inovadores modelos de televisão paga e de receitas crescentes de publicidade.

“Acreditamos — e já demonstrámos — que existem imensas oportunidades no nosso mercado e esta decisão [de reorganização do grupo] apenas reforça a nossa ambição e expectativa. Eu, o Patrick e o Armando confiamos na excecional trajetória da nossa operação em Portugal, continuando o caminho de investimento em infraestruturas, em serviços e em conteúdos”, salientou.

“Sei que podemos contar com todos vós. Vocês sabem que podem contar connosco. Juntos iremos mais longe… Temos uma ambição comum para 2018: fazer os nossos clientes felizes”, concluiu Alexandre Fonseca, desejando um bom ano aos colaboradores da operadora de telecomunicações.

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Altice faz spin off dos EUA. Dividendos fazem disparar ações

  • Rita Atalaia
  • 9 Janeiro 2018

A empresa de Patrick Drahi quer separar a unidade dos EUA da filial holandesa. Mas também reestruturar as operações na Europa. Objetivo é acalmar os receios dos investidores. As ações sobem quase 7%.

A Altice NV vai separar a Altice USA da filial holandesa. Este spin off, anunciado pela operadora na segunda-feira à noite, não será a única alteração. Na Europa, a empresa também quer reestruturar as operações, numa tentativa de aliviar os receios dos investidores em torno da elevada dívida da Altice, que têm levado os preços das ações a cair nos últimos meses. Propõe pagar 1,5 mil milhões em dividendos, o que está a puxar pelos títulos.

“Esta separação vai permitir que cada negócio se foque mais nas oportunidades para criar valor [para os acionistas] nos respetivos mercados e garantir maior transparência para os investidores”, lê-se no comunicado divulgado pela Altice no site oficial (conteúdo em inglês). “A Altice quer concluir a transação até ao final do segundo trimestre deste ano, estando ainda dependente da aprovação dos reguladores e dos acionistas da Altice NV”, acrescenta.

"Esta separação vai permitir que cada negócio se foque mais nas oportunidades para criar valor [para os acionistas] nos respetivos mercados e garantir maior transparência para os investidores.”

Altice

Após esta separação, as empresas vão ser lideradas por equipas de gestão diferentes. Patrick Drahi, fundador da Altice, vai continuar a controlar ambas as empresas. Drahi ocupará o cargo de presidente do conselho de administração da Altice Europe e chairman da Altice USA.

Na Europa, também haverá uma reestruturação das operações. A Altice Europe vai reorganizar a sua estrutura que inclui a Altice France, a Altice International e a recém-criada Altice Pay TV. “Isto envolve a integração dos serviços de apoio da Altice nos respetivos mercados e juntar as atividades de conteúdo premium da Altice Europe numa só unidade”, explica.

No mesmo comunicado, a Altice avança ainda que foi assinado um acordo de princípio para o pagamento de um dividendo de 1,5 mil milhões de dólares a todos os acionistas imediatamente após a conclusão desta separação. A aprovação formal do dividendo deve acontecer no segundo trimestre de 2018. Uma proposta que, em conjunto com a reestruturação nos EUA e na Europa, está a puxar pelas ações.

Ações da Altice já acumulam valorização de 15% em 2018

Os títulos da Altice, que perderam no ano passado perderam mais de metade do valor em bolsa, seguem a valorizar 6,87% para 10,07 euros, um máximo de meados de novembro. Desde o início deste ano, as ações da empresa de Patrick Dahi já acumulam uma valorização de 15,2%.

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ACT quer ferramentas para aumentar eficácia das sanções a empresas como a Altice

  • Lusa
  • 3 Janeiro 2018

Inspetor-geral da ACT pediu ao Parlamento mais ferramentas para não deixar cair a eficácia das sanções a empresas como a Altice Portugal.

Pedro Pimenta Braz, inspetor-geral da ACT, foi ouvido esta quarta-feira no Parlamento.PAULA NUNES / ECO

O inspetor-geral da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) solicitou uma alteração legislativa para aumentar a eficácia das sanções por violações laborais como as aplicadas à empresa de telecomunicações Altice/PT, evitando que “o efeito dissuasor caia”. Falando no Parlamento, numa audição do grupo de trabalho que está a apreciar os projetos de lei sobre a alteração do regime jurídico da transmissão de empresa ou estabelecimento, Pedro Pimenta Braz disse que “tão importante como a redação da lei é a eficácia” que esta tem.

“Falo da eficácia processual na implementação das coimas e, muitas vezes, ela não existe porque não se mexe na lei processual das contraordenações gerais nem laborais”, acrescentou o responsável. A seu ver, urge introduzir aspetos como a “facilidade de notificação das entidades empregadoras”, para ser mais simples e por via eletrónica, e a clarificação do conceito de cúmulo jurídico.

“No caso de grandes empresas [como a Altice/PT], estas matérias acabam por se condensar e a acumulação leva a que o efeito dissuasor caia”, apontou Pedro Pimenta Braz, destacando que há entidades que insistem na violação da lei laboral porque “a contraordenação compensa”. Por essa razão, sugeriu uma mudança à lei, alegando que “só há efeito fiscalizador se a lei for alterada de forma significativa”.

Após a ACT ter instaurado 124 autos de notícia nas inspeções feitas à Altice/PT entre janeiro e julho deste ano, nas quais foram detetadas situações de assédio aos trabalhadores, esta entidade “não se acobardou” e voltou a inspecionar a empresa em setembro e outubro, referiu o inspetor-geral. Segundo o responsável, nessas ações voltaram a verificar-se situações ilegais como a violação do direito de ocupação do trabalhador, falta de mapas de trabalho e de férias, entre outras.

Aludindo aos projetos de lei para alterar o regime jurídico da transmissão de empresa ou estabelecimento, Pedro Pimenta Braz não os comentou diretamente, mas negou a ideia de a ACT dar parecer vinculativo a estas transferências de trabalhadores, considerando que isso “viola o princípio da liberdade contratual”. “Não somos uma entidade reguladora de mercado e não nos podemos opor ao negócio entre empresas”, notou.

Defendeu, contudo, que este regime jurídico passe a consagrar aspetos como o direito de oposição do trabalhador, com “condições objetivas e indemnizações previstas”, bem como a consulta aos funcionários quando não existem estruturas representativas.

Não somos uma entidade reguladora de mercado e não nos podemos opor ao negócio entre empresas.

Pedro Pimenta Braz

Inspetor-geral da ACT

Apesar de admitir que a “manutenção de contrato poderá ser em alguns casos, se não em todos, impossível”, o representante sustentou também que deve existir um “reforço das garantias do bloco de direitos” dos funcionários transferidos, desde logo no que se refere ao regime de segurança social e à duração do tempo de trabalho.

No caso da Altice/PT, este regime jurídico já possibilitou a mudança de 155 funcionários para outras empresas do grupo – como a Tnord, Sudtel, Winprovit – e ainda a Visabeira, levando a situações que os sindicatos descrevem como “despedimentos encapotados” ou de “instabilidade laboral”.

A lei em causa não consagra o direito de oposição do trabalhador no caso de transmissão do estabelecimento. Atualmente, esta lei estipula que os trabalhadores que passam para outras empresas mantenham os direitos laborais contratuais, mas apenas durante 12 meses.

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Altice Portugal pede “confiança e lealdade” aos sindicatos

Estruturas que representam os trabalhadores reuniram com Alexandre Fonseca, o novo líder da Altice Portugal. Gestor terá pedido "confiança e lealdade", disseram fontes sindicais ao ECO.

O novo presidente executivo da Altice Portugal, Alexandre Fonseca, terá pedido “confiança e lealdade” aos sindicatos de trabalhadores afetos à empresa, revelaram fontes sindicais ao ECO. O gestor, que substituiu Cláudia Goya na liderança da dona da Meo, esteve reunido esta segunda-feira com os responsáveis das diferentes estruturas sindicais e terá apelado a que os problemas sejam resolvidos entre portas. O administrador João Zúquete também esteve presente no encontro.

Oficialmente, a Altice Portugal refere que “nesta reunião foram abordadas as orientações estratégicas da empresa, bem como escutados os temas considerados relevantes para as estruturas de representação dos trabalhadores, num espírito de diálogo, abertura e proximidade”. “Alexandre Fonseca mostrou disponibilidade para manter um diálogo transparente, aberto e frequente com os trabalhadores”, lê-se numa nota oficial remetida ao ECO.

Entre as preocupações dos funcionários têm estado a transmissão de trabalhadores para outras empresas do grupo ou parceiras, a alegada pressão para aceitarem rescisões ou a existência de pessoas sem funções atribuídas. Questões que não terão sido aprofundadas neste encontro. Ainda assim, a administração da Altice terá mostrado intenções de convocar reuniões regulares com os sindicatos — um sinal de abertura ao diálogo que está a agradar alguns responsáveis sindicais.

O encontro serviu também para tranquilizar os sindicatos para o período conturbado que a empresa tem atravessado, com mudanças na gestão e queda acentuada nas ações na bolsa de Amesterdão. Em causa, os fracos resultados do terceiro trimestre, que levaram a Altice a decretar o fim das compras e a venda de alguns ativos. Entre eles, o negócio na República Dominicana, torres de comunicações na Europa e data centers na Suíça. Em Portugal, está pendente a compra da Media Capital à Prisa por 440 milhões de euros, um negócio que está a ser avaliado pela Autoridade da Concorrência.

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Moody’s corta outlook da Altice por causa das contas da Meo

A Moody's reviu em baixa a perspetiva atribuída à Altice, de "estável" para "negativa", justificando a decisão com os maus resultados da empresa no terceiro trimestre em Portugal.

A Moody’s baixou a perspetiva da notação atribuída à Altice, de “estável” para “negativa”, avançou a Bloomberg esta quarta-feira. A agência de rating justifica a decisão com vendas mais fracas do que o esperado no terceiro trimestre em Portugal e com as alterações na gestão e na estratégia da empresa. A redução da perspetiva indica que a agência poderá vir a reduzir a notação atribuída à dona da Meo que, atualmente, se fixa em B1.

“O rating B1 reflete a necessidade de estabilizar as receitas em França e Portugal”, indica a Moody’s, mas também a necessidade de levar a cabo a reestruturação do negócio em França e a de amortizar a elevada dívida, bem como o perfil de liquidez “enfraquecido” da empresa. A redução da perspetiva pela Moody’s segue-se a uma decisão no mesmo sentido por parte da Standard & Poor’s, outra agência de notação financeira com sede nos Estados Unidos, que também reviu em baixa o outlook da Altice para “negativo”.

Além da redução da perspetiva do rating da Altice, a Moody’s reduziu o outlook da SFR, a operadora de telecomunicações da Altice em França e o principal negócio do grupo de Patrick Drahi. A empresa tem estado sob forte pressão desde o início de novembro, quando apresentou fracos resultados do terceiro trimestre e uma queda nas receitas da Meo e da SFR, bem como a perda de clientes em França. Os resultados levantaram dúvidas quanto à capacidade da empresa de pagar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumula.

Os resultados precipitaram as ações da Altice numa acentuada queda de quase 60% no mês. No entanto, em dezembro, os títulos têm recuperado e ainda não assistiram a perdas. Desde a última sexta-feira, 1 de dezembro, as ações do grupo já recuperaram 12,9%, com cada título a valer 7,49 euros.

(Notícia atualizada às 17h14 com mais informação)

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Compra da TVI pode voltar à ERC? “Não vejo inconveniente nenhum”, diz Carlos Magno

O presidente da ERC, Carlos Magno, não vê "inconveniente nenhum" em que a compra da Media Capital pela Altice volte a ser analisada pela ERC, já com o novo conselho regulador em funções.

O ainda presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), Carlos Magno, não vê “inconveniente nenhum” em que o novo conselho regulador, que deverá assumir funções na próxima semana, volte a analisar o dossiê da compra da Media Capital pela Altice. As declarações surgem na semana em que Francisco Pedro Balsemão, presidente da Impresa, afirmou que a operação deveria voltar a ser analisada pela ERC, já pelo novo conselho regulador.

“Se o próximo conselho regulador quiser retomar o dossiê, deve ser problema do conselho regulador. Não vejo inconveniente nenhum em que isso aconteça. Não deve haver é uma pressão da parte dos partidos políticos sobre o conselho regulador. O regulador deve poder decidir em total liberdade”, disse Carlos Magno, numa audição à ERC solicitada pelo Bloco de Esquerda no Parlamento.

Se o próximo conselho regulador quiser retomar o dossiê, deve ser problema do conselho regulador. Não vejo inconveniente nenhum em que isso aconteça.

Carlos Magno

Presidente da ERC

A compra da Media Capital já foi analisada pela ERC. No entanto, os três membros em funções no regulador não conseguiram chegar a acordo sobre a aprovação ou chumbo do negócio, uma vez que a decisão teria de ser tomada por unanimidade. Carlos Magno confirmou esta quinta-feira que votou de forma a permitir que a operação prosseguisse para a Autoridade da Concorrência (AdC), por considerar que a mesma merece “análise aprofundada”.

“Nunca disse que estava de acordo ou que gosto muito da Altice. Disse apenas que o negócio tem de avançar para a AdC. Porque se a ERC dissesse que não, o negócio ficava por ali. E acho que este negócio deve ser discutido até à exaustão”, sublinhou o ainda presidente da ERC.

Carlos Magno prosseguiu, afirmando: “É preciso que a sociedade portuguesa e os responsáveis políticos discutam isso.” E concluiu: “O setor em Portugal está a precisar de financiamento e precisa da renegociação da sua dívida com a banca.”

Esta segunda-feira, em entrevista ao jornal Público, Francisco Pedro Balsemão defendeu que o dossiê da compra da Media Capital pela Altice “tem de voltar à ERC”, agora que foram eleitos os nomes para o novo conselho regulador. No entanto, contactada pelo ECO, a AdC descartou voltar a solicitar parecer à ERC: “Do ponto de vista jurídico, não há uma obrigação formal para a AdC voltar a consultar a ERC. A Lei da Concorrência obriga a que, na apreciação de operações de concentração, a AdC consulte os reguladores setoriais. Essa formalidade foi cumprida, tanto em relação à ERC, como em relação à Anacom.”

(Notícia atualizada às 12h26 com mais informação)

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Estará estancada a hemorragia nas ações da Altice?

Desde o início de dezembro, as ações da Altice ainda não viram perdas e já recuperaram mais de 7% em três sessões. Em novembro, afundaram quase 60%. Será que Patrick Drahi estancou a hemorragia?

Depois de perderem quase 60% de valor durante o mês de novembro, as ações da Altice entraram a valorizar em dezembro e, em três sessões, os títulos ainda não conheceram perdas. A empresa que detém a Meo em Portugal valoriza há três sessões consecutivas, o que não acontecia desde 18 de outubro. E recuperou mais de 7% desde o início desde mês.

Depois de uma subida de 0,44% na sexta-feira, 1 de dezembro, e de 4,62% esta segunda-feira, as ações da Altice avançam 2,14% esta terça-feira, regressando ao patamar dos sete euros por ação: cada título está a valer 7,12 euros. O número títulos a trocarem de mãos também tem ultrapassado a liquidez média da Altice na ordem dos dois dígitos.

Ações da Altice recuperam mais de 7% em dezembro

Fonte: Bloomberg

Foi a 2 de novembro que a empresa apresentou fracos resultados relativos ao terceiro trimestre, desencadeando uma queda a pique no valor das ações da companhia. Em causa, dúvidas quanto à capacidade do grupo de Patrick Drahi de conseguir amortizar os mais de 50 mil milhões de euros de dívida que acumula.

A derrapagem levou a empresa a decretar o fim das operações de compra de outras empresas e a focar-se no passivo. Assim, anunciou a venda de ativos que incluem o negócio na República Dominicana, torres de telecomunicações na Europa e data centers na Suíça.

Em Portugal, a Altice comprou a Portugal Telecom em 2015 e ofereceu 440 milhões de euros pela Media Capital este verão, operação que se encontra a ser analisada pelo regulador português da concorrência.

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CMTV mantém-se na plataforma da Meo por mais três anos

  • Lusa
  • 4 Dezembro 2017

O canal de televisão do jornal Correio da Manhã vai manter-se na plataforma da Meo por mais três anos. Cofina e Altice chegaram hoje a acordo e renovaram o contrato de distribuição.

A Cofina Media e a Altice Portugal, dona da operadora Meo, chegaram a acordo para a renovação do contrato de distribuição do canal Correio da Manhã TV (CMTV) por mais três anos, anunciaram as empresas. “A CMTV tem vindo a consolidar a sua liderança nos canais de televisão por subscrição, ocupando no final de novembro e pelo 11.º mês consecutivo essa posição. Em novembro, a CMTV registou uma audiência superior a um milhão de espetadores no horário nobre”, referem as duas empresas em comunicado.

O canal do jornal Correio da Manhã está disponível na posição oito da grelha de programação da Meo desde 2013, estando disponível a todos os clientes da operadora de telecomunicações da Altice Portugal de fibra, ADSL ou satélite, bem como também nos dispositivos móveis. “Desde o seu lançamento, a Meo apostou na disponibilização de conteúdos nacionais, produzidos em Portugal e em português, e em 2013, em parceria com a Cofina, apostou no canal CMTV, o qual, desde então, se foi afirmando no panorama televisivo português, sendo hoje um player [operador] destacado na informação e entretenimento em português e na produção nacional”, refere a operadora de telecomunicações.

“Desde o primeiro momento acreditámos no potencial deste canal e no impacto que iria ter no audiovisual nacional e os nossos clientes deram-nos razão”, afirma o presidente executivo da Meo, Alexandre Fonseca, citado em comunicado. “A capacidade e vontade de ambos os grupos foram fundamentais para o sucesso deste projeto e hoje renovamos o acordo que nos permitirá continuar a disponibilizar aos clientes Meo, informação, entretenimento e desporto, num só canal em português e de produção nacional, disponível, na sua televisão ou através de tablet ou smartphone, adiantou o gestor.

"Desde o primeiro momento acreditámos no potencial deste canal e no impacto que iria ter no audiovisual nacional e os nossos clientes deram-nos razão.”

Alexandre Fonseca

Presidente executivo da Altice Portugal

Por seu turno, o presidente executivo da Cofina, Paulo Fernandes, referiu que “o arranque da CMTV foi o início da concretização da sua estratégia de diversificar da imprensa e criar uma nova área de crescimento e rentabilidade, na área da televisão e audiovisual”.

A parceria a Meo/altice “foi crítica para este arranque e que contribuiu para que, também na televisão, a informação do Correio da Manhã, ocupe um lugar de liderança”, concluiu Paulo Fernandes. A CMTV está disponível nas plataformas de subscrição televisiva do Meo e da NOS.

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