Para a easyJet, Portugal vale 5,4 milhões de passageiros
Número de viajantes da easyJet em Portugal subiu 19% e Lisboa contribuiu com mais de dois milhões de passageiros. "Eventos externos" levaram os turistas a voltarem-se para Portugal e Espanha.
Portugal é, para a companhia aérea easyJet, “o outro lado da moeda de um ano difícil em termos de eventos externos”. O ano fiscal da low cost britânica terminou em setembro e foi fustigado por diversos fatores — entre eles, a saída do Reino Unido da União Europeia, e, transversalmente ao setor, o terrorismo, que terá desincentivado os europeus a viajar. Foi o que indicou ao ECO José Lopes, diretor comercial da empresa em Portugal.
Segundo José Lopes, os passageiros dos mercados do centro e norte da Europa trocaram “o norte de África e Médio Oriente”, assim como “Nice, Bruxelas e Paris”, por países como Portugal e Espanha: “Sentimos esse crescimento de tráfego, fruto desses eventos que, em geral, foram negativos para a indústria como um todo”, disse.
Além disso, garantiu, a easyJet superou os grandes objetivos para o ano no mercado português. Transportou 5,4 milhões de passageiros em rotas portuguesas, um acréscimo de 19% relativamente ao ano fiscal anterior, com uma taxa de ocupação dos voos na ordem dos 95%. Foram mais 860 mil passageiros que, para José Lopes, é um crescimento “ímpar” e conseguido de forma “transversal, nos cinco aeroportos onde operamos”.
Além disso, ultrapassou “a fasquia dos dois milhões de passageiros transportados em Lisboa”, com 2,1 milhões de passageiros a viajarem pela easyJet na capital, “um crescimento de 11% no aeroporto da Portela”, com uma taxa de ocupação de 96,2%. No Porto, o crescimento foi de 40% em relação ao ano fiscal anterior, referiu.
Mau para as companhias, bom para os clientes
Esta terça-feira, a easyJet apresentou receitas de 5,42 mil milhões de euros (4,67 mil milhões de libras), uma queda de 0,4% em relação ao ano anterior. É que os baixos preços do petróleo têm pressionado o setor: com o combustível mais barato, é possível praticar tarifas mais económicas — algo que as companhias aéreas fazem, e não apenas as low cost.
A própria TAP, por exemplo, tem apostado em ligações a preços mais acessíveis, sem ter um modelo de negócio como os das low cost. Para José Lopes, da easyJet, low cost é muito diferente de low-fare: “No estado em que o mercado está, em que o custo do combustível está bastante baixo, é normal que, mesmo aquelas companhias que são menos eficientes, consigam, nesta fase, pôr no mercado tarifas mais baratas”, defendeu. “No nosso caso, essas tarifas são rentáveis”, garantiu.
Ou seja, sem esquecer os “eventos externos” que referimos acima, combustíveis baratos acabam por favorecer os clientes, penalizando as companhias. É por esse motivo que José Lopes tem a certeza de que “nunca foi tão bom poder viajar”.
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