Homem mais rico da China compra produtora dos Globos de Ouro por mil milhões

O conglomerado chinês Dalian Wanda Group entra na indústria da produção televisiva com a compra da Dick Clark Productions.

Dito e feito. O conglomerado chinês Dalian Wanda Group, liderado por Wang Jianlin, o homem mais rico da China, tinha revelado em setembro que queria comprar a Dick Clark Productions. Esta sexta-feira, anunciou a compra da totalidade da produtora dos Golden Globe Awards por perto de mil milhões de dólares (mais de 900 milhões de euros).

A operação marca “a entrada do grupo Wanda na produção televisiva” e representa “um grande passo na expansão” do império Wanda na indústria do entretenimento, refere a empresa chinesa, em comunicado.

A equipa de administração da Dick Clark Productions vai manter-se inalterada após a conclusão da operação, garante a Wanda, que detalha ainda que acordou uma meta de longo prazo com a produtora. “As receitas e lucros da Dick Clark Productions vão registar fortes aumentos a cada ano”, assegura o grupo chinês.

Quando foi anunciada, a operação levantou algumas preocupações entre os reguladores norte-americanos, que temem o aumento da influência chinesa em Hollywood e o impacto que isso poderá ter nos media nos Estados Unidos. Wang Jianlin garante, contudo, que o seu interesse é puramente económico, e não político.

Wang Jianlin alarga, assim, um império já vasto. O homem mais rico da China começou a dar nas vistas em 2013, quando pagou mais de dois mil milhões de euros pela AMC Theatres, a segunda maior cadeia de salas de cinema dos EUA. Detém, ainda, 20% do capital do Atlético de Madrid, a totalidade da Infosport Sports & Media (empresa que gere os direitos de media de eventos desportivos), o grupo britânico Odean & UCI Cinemas e o Europacity, um megacomplexo cultural que vai custar três mil milhões de euros e que começa a ser construído em 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Revista de imprensa internacional

Dos desafios económicos de Rajoy às investigações a Clinton, passando pelo impacto do brexit nas contas das famílias britânicas, conheça as notícias que estão a marcar o mundo esta sexta-feira.

Hillary Clinton continua sob investigação do FBI, Mariano Rajoy tem pela frente 10 mil milhões de problemas, os chineses não se deixam assustar pelo Brexit. Saiba o que se passa no mundo, esta sexta-feira.

Reuters

Autoridades investigam documentos falsos para afetar Clinton

O FBI está a investigar a veracidade de documentos que visam desacreditar a campanha de Hillary Clinton à Casa Branca, avança esta sexta-feira a agência Reuters. A investigação envolver ainda os serviços de inteligência norte-americanos e faz parte de uma operação sobre o que as autoridades pensa ser uma tentativa da Rússia para perturbar a eleição presidencial, adiantaram fontes próximos do processo. A quatro dias da eleição, o senador Tom Carper, um democrata que faz parte do Comité de Segurança Interna do Senado, referiu que um dos documentos analisados pelo FBI pode ter sido manipulado de forma a parecer autêntico. Na carta falsa terá escrito a Clinton, Carper terá escrito: “Não vamos deixar que perca esta eleição”. Leia a notícia completa na Reuters. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Expansión

Os desafios económicos do novo governo de Rajoy

São seis os grandes desafios económicos que o novo governo de Mariano Rajoy terá pela frente, segundo o jornal Expansión. Além do ajustamento estrutural de 10.000 milhões de euros pela frente, o novo executivo espanhol terá também como prioridades reduzir o défice crescente da Segurança Social, corrigir a reforma laboral para reduzir litigiosidade, reformar o financiamento das regiões e recuperar a confiança dos investidores. Leia a notícia completa no Expansión. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

Bloomberg

Chineses vão construir a torre mais alta em Londres, com ou sem Brexit

O Supremo Tribunal britânico veio adicionar esta quinta-feira ainda mais incerteza ao processo de abandono do Reino Unido da União Europeia. Mas independentemente do resultado, para a Greeland Group, o terceiro maior construtor chinês, as obras num armazém ao lado da Canary Wharf, na parte leste de Londres que ganhou maior interesse nas últimas décadas face à proximidade com o centro financeiro, vão mesmo prosseguir. Planos: construir uma torre com 67 andares, no valor de 800 milhões de libras, naquela que será a maior torre residencial da capital inglesa. Leia a notícia completa na Bloomberg. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

The Guardian

Banco de Inglaterra avisa: inflação vai subir (muito) no próximo ano

Os britânicos devem esperar uma acentuada subida da inflação no próximo ano, numa altura em que a desvalorização da libra faz subir o preço das importações e pressiona o rendimento disponível das famílias. O aviso é deixado pelo Banco de Inglaterra, que prevê que os preços do petróleo e de outros bens importados para o Reino Unido venham a subir. Contas feitas, a inflação deverá passar de 1,3% este ano para 2,7% em 2017 e 2018, estima o banco central. Só em 2020 é que o indicador deverá voltar à marca dos 2%. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito).

Financial Times

Eleições assustam os mercados e o ciclo de quedas já se aproxima de 1980

Já lá vão oito dias de quedas para o S&P 500, um dos maiores índices acionistas dos Estados Unidos. O motivo? A incerteza em torno das eleições norte-americanas, que se realizam no dia 8 deste mês. As contas feitas pelo Financial Times não devem deixar os investidores mais descansados: o ciclo de quedas já se aproxima das nove sessões consecutivas de perdas registadas em 1980. A prolongar-se por mais duas sessões, podem bater-se os 10 dias de quedas registados ainda na década de 30. Leia a notícia completa no Financial Times. (Conteúdo em inglês / Acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Propostas de compra do Novo Banco entregues até às 17h00

BPI, BCP, Apollo Management/Centerbridge, Lone Star, Minsheng e Axia Ventures são os interessados no banco que resultou do antigo Banco Espírito Santo.

Os candidatos à compra do Novo Banco podem apresentar propostas finais e melhoradas até às 17:00 desta sexta-feira, disse à agência Lusa fonte próxima do processo. Há seis interessados no banco de transição do antigo Banco Espírito Santo (BES).

O prazo é válido, tanto para os investidores estratégicos, interessados na compra direta do Novo Banco, como para aqueles que estão interessados na operação no mercado de capitais, que implica a entrada de um acionista através de um aumento de capital, segundo a informação recolhida junto de fontes do setor financeiro.

À venda direta apresentaram-se o BPI, o BCP, o consórcio Apollo Mangement/Centerbridge e o fundo Lone Star. Já na opção de aumento de capital está interessado o China Minsheng Financial Holding, do grupo chinês Minsheng. Esta sexta-feira, o Jornal Económico dá ainda conta de que a Axia Ventures Group está a estudar a compra do Novo Banco, mas só só estará interessada nesta modalidade de operação no mercado de capitais.

Segundo diz ao mesmo jornal Francisco Sottomayor, diretor da Axia Ventures, não está ainda desenhada uma proposta concreta. Fontes de mercado admitem que estará a ser preparado um consórcio.

A data limite para a venda do Novo Banco é agosto de 2017.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Corticeira afunda 10% após Amorim vender posição

Desconfiança total dos investidores em relação à produtora de cortiça depois de Américo Amorim ter alienado uma fatia importante na Corticeira. Ações afundam 10%.

O negócio rendeu 105 milhões de euros à Amorim International Participations e a Investmark, sociedades detidas por António Ferreira Amorim e por Américo Ferreira Amorim, que venderam 10% da Corticeira. Mas os investidores estão a olhar para a transação com alguma desconfiança. No meio da pressão vendedora, os títulos da produtora de cortiça afundavam 9,75% até 7,82 euros. Ainda assim, a cotada liderada por Rios de Amorim continua a acumular um ganho de 30% em 2016.

“Com o principal acionista a vender 10% do capital da empresa junto de investidores institucionais, o mercado ajustou em baixa. Esta operação em específico representa uma colocação significativa do capital da empresa, o que poderá ajudar a explicar uma desvalorização tão expressiva em bolsa”, explicava ao ECO Steven Santos, gestor do BiG. “Além disso, muitos investidores parecem ter aproveitado para tomar mais-valias, visto que a ação atingiu recentemente máximos históricos. A Corticeira Amorim foi uma das poucas ações nacionais a viver um bull market em 2016″, acrescentou.

"Com o principal acionista a vender 10% do capital da Corticeira Amorim junto de investidores institucionais, o mercado ajustou em baixa. Esta operação em específico representa uma colocação significativa do capital da empresa, o que poderá ajudar a explicar uma desvalorização tão expressiva em bolsa.”

Steven Santos

Gestor do BiG

Entretanto, o PSI-20, o principal índice português, cedia cerca de 0,5% até 4.517,92 pontos, com 15 cotadas no vermelho. Com nota de destaque para as ações do setor energético.

A EDP cedia 0,24% até 2,90 euros, depois de ontem ter anunciado que lucrou menos nos primeiros nove meses do ano. A elétrica apresentou resultados líquidos de 615 milhões de euros, menos 16% que no período homólogo. Também a EDP Renováveis e a Galp, duas cotadas com grande peso no índice nacional, seguiam com perdas que não iam além dos 0,5%.

Ações da Corticeira terminam mal a semana

Fonte: Bloomberg (Valores em euros)
Fonte: Bloomberg (Valores em euros)

“A conjuntura externa deverá marcar a abertura nacional, sendo a apresentação de resultados relegada para um plano menor”, diziam os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “O principal tema da atual conjuntura é a incerteza que rodeia a campanha eleitoral americana, quando faltam apenas quatro dias para as eleições. As sondagens continuam a apontar para uma indefinição”, acrescentaram.

Com Wall Street a registar o maior ciclo de perdas em cinco anos — após o fecho de ontem no vermelho –, o sentimento dos investidores europeus também não era muito positivo. Frankfurt, Madrid, Milão, Londres… as principais praças no Velho Continente perdiam em torno de 0,5%.

(Notícia atualizada às 8h45 com citação do BiG)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Domingues volta a declarar rendimento e património no final do mandato

  • ECO
  • 4 Novembro 2016

António Domingues continua a não ceder a pressões dos partidos para declarar rendimentos ao Tribunal Constitucional. Os juízes ainda não enviaram qualquer notificação nesse sentido.

António Domingues e a restante equipa de administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD) já entregaram as declarações de rendimento e património ao banco público. No final do mandato, pretendem voltar a declarar esta informação, para que seja possível avaliar a evolução dos seus rendimentos e património durante os anos em que estiverem à frente da CGD. A notícia é avançada pelo Jornal de Negócios, esta sexta-feira.

Para já, só é certo que o Estado vai poder analisar estas informações. Não se sabe ainda se o Tribunal Constitucional (TC) também terá acesso aos documentos, até porque António Domingues continua a não ceder a pressões dos partidos para entregar estas declarações ao TC.

Os juízes do TC ainda poderão pedir aos administradores da CGD que entreguem as declarações, mas, até agora, escreve ainda o Negócios, não foi enviada qualquer notificação a António Domingues e restante equipa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auditoria à Caixa só fica concluída em 2017

  • ECO
  • 4 Novembro 2016

O pedido de auditoria será feito pelo Banco de Portugal, em articulação com o Governo, depois de concluída a recapitalização do banco público.

A auditoria independente à gestão que foi feita na Caixa Geral de Depósitos entre 2000 e 2016 só ficará concluída em 2017, avança o Jornal Económico esta sexta-feira.

O pedido de auditoria para essa avaliação independente será feito pelo Banco de Portugal, em articulação com o Governo, depois de a recapitalização do banco público ficar concluída. O pedido poderá, assim, ser feito ainda este ano, mas a auditoria só fica concluída no próximo.

O Governo já tinha esclarecido, em setembro, e depois de António Domingues ter dito que ainda não tinha sido “formalmente incumbido de fazer essa auditoria”, que ela só será pedida depois de apuradas e aprovadas as necessidades de capitalização da Caixa.

Esse apuramento já está em curso e é a consultora Deloitte quem está a conduzi-lo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As leis do alfaiate Costa são à medida da banca

Foram leis feitas ao milímetro. António Costa tem sido um primeiro-ministro alfaiate. Com que linhas está este Governo a coser a realidade? O ECO descodifica.

Tiradas as medidas à realidade, António Costa coseu as leis de forma a garantir uma prova perfeita do cliente. CGD, BPI, BCP: são alguns dos fatos à medida que o primeiro-ministro fez para abotoar as necessidades. Estas leis têm sido alvo de alfinetadas da oposição, com recentes dúvidas de inconstitucionalidade. O ECO explica-lhe as leis que o ateliê do Governo executou durante o primeiro ano de mandato.

CGD: a alteração que passou ao lado

A 28 de julho, um decreto-lei do Governo (n.º 39/2016) passou despercebido, mas foi agora ressuscitado. O que dizia? Uma mudança simples, mas com consequências vastas: “Quem seja designado para órgão de administração de instituições de crédito integradas no setor empresarial do Estado”, ou seja, para a Caixa Geral de Depósitos, não é afetado pelo Estatuto do Gestor Público.

Uma das consequências desta exceção é a isenção do dever de entrega da declaração de património junto do Tribunal Constitucional. O tema está na ordem do dia com a oposição a dizer que a lei é inconstitucional. Pode vir aí uma fiscalização sucessiva do documento acionada pelo PSD no Parlamento, principalmente se António Domingues for intransigente no envio dessas informações. PCP e BE concordam com a entrega, mas António Costa empurrou o assunto para o próprio Tribunal Constitucional, invocando a “separação de poderes”.

O Ministério das Finanças justifica este decreto-lei com um texto introdutório onde as instituições de crédito já têm uma supervisão direta “exigente” feita pelo Banco Central Europeu. Para o Executivo, as regras aplicadas “sobrepõem-se largamente, ou mesmo ultrapassam, os limites estabelecidos à organização, ao funcionamento e à atividade das entidades públicas, incluindo as integradas no setor empresarial do Estado, e aos titulares dos respetivos órgãos”.

Invocando “o objetivo de maior competitividade das instituições de crédito públicas”, Mário Centeno diz ajustar o estatuto dos titulares dos órgãos de administração “sem perda de efetividade do controlo exercido sobre os respetivos administradores”. Isso não se perde porque, diz o decreto-lei, essa preocupação encontra-se “acautelada pela regulação hoje aplicável a qualquer instituição de crédito”.

Esta alteração — aliada à não limitação dos salários — terá sido uma das condições essenciais para António Domingues ter aceite o cargo de presidente da Caixa Geral de Depósitos. O Governo abriu espaço para que as declarações não fossem entregues (a não ser à comissão de remunerações e vencimentos do banco público), mas pode agora ter resistência da oposição. Contudo, uma fiscalização sucessiva do diploma demoraria meses.

cropped-antonio-domingues-2

O argumento dos sociais-democratas diz que esta decisão do Governo não anula o decreto-lei 133/2013. No artigo 21º relativo ao gestor público refere que o Estatuto do Gestor Público aplica-se a todos os titulares de órgãos de administração de empresas públicas.

"Só podem ser admitidos a prestar funções como titulares de órgãos de administração de empresas públicas pessoas singulares com comprovada idoneidade, mérito profissional, competência e experiência, bem como sentido de interesse público, sendo-lhes aplicável o disposto no Estatuto do Gestor Público, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/2007, de março.”

Decreto-lei 133/2013

Houve, no entanto, uma situação em que o braço-de-ferro com Marcelo Rebelo de Sousa fez valer a vontade do Presidente da República. Foi o caso dos oito administradores não executivos que foram chumbados pelo BCE por causa de uma lei portuguesa: os gestores em causa excediam o limite ao número de funções desempenhadas em órgãos sociais de outras sociedades. Entre os reprovados, estavam, por exemplo, Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud, e Carlos Tavares, presidente do grupo PSA Peugeot Citroën.

No quente mês de agosto, Marcelo rejeitou uma mudança ao Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras anunciada pelo Ministério das Finanças para resolver o impasse na constituição do Conselho de Administração da CGD. A palavra do Presidente da República foi, neste caso, a última, metendo o ponto final nesta polémica.

OE/2017: Mudança no código do IRC

As leis à medida para a banca e, em específico para a Caixa Geral de Depósitos, não se esgotam nos casos mais conhecidos. Há um pormenor no Orçamento do Estado para 2017 que vai fazer toda a diferença nas contas do banco público.

O que vai mudar? O código do IRC. Para quê? Para permitir que o setor bancário possa deduzir como custo fiscal os juros com instrumentos de capital próprio emitidos para cumprir as regras europeias.

Quem vai beneficiar? Todos os bancos, é certo, que usem essa dedução, mas em específico a CGD: o banco público vai emitir mil milhões em obrigações de “elevada subordinação”. Com esta nova regra poderá conseguir uma poupança de mais de 20% com os encargos.

Em causa estão instrumentos que não são considerados passivo, mas sim capital próprio. Esta é uma das formas de absorver prejuízos e recapitalizar sem prejudicar os rácios dos bancos.

Os juros a serem pagos pelos bancos aos credores vão ser aceites como um custo para efeitos fiscais. O que isto significa é que os juros pagos por estes títulos vão abater ao lucro tributável, o que se vai traduzir numa poupança considerável. A taxa a que a CGD deverá colocar esses títulos rondará os 10%, o que representará um custo anual em torno dos 100 milhões de euros.

Além dessa alteração, o Governo prevê, na proposta do OE/2017, que os rendimentos dos investidores estrangeiros que financiam estas obrigações fiquem isentos do pagamento de imposto. Em causa estão os juros pagos pelos bancos que, assim, não vão ser tributados. Com a dúvida sobre que investidores estariam interessados nas obrigações de “elevada subordinação” da CGD no ar, esta parece ser a resposta de Mário Centeno.

Desblindagem: o triângulo amoroso entre Isabel dos Santos, CaixaBank e BPI

O impasse entre Isabel dos Santos e o CaixaBank na gestão do BPI deu origem a uma das primeiras alianças entre Marcelo Rebelo de Sousa e António Costa. O Presidente da República e o primeiro-ministro acordaram uma solução rápida que se traduziu numa alteração ao Regime Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras (RGICSF).

A 18 de abril era promulgado um decreto-lei feito à medida dos espanhóis do CaixaBank e, de certa forma, contra Isabel dos Santos. A alteração feita prevê que os acionistas possam reavaliar os limites de direito de voto a cada cinco anos pelo menos. Esta é uma “solução de equilíbrio”, classifica o documento.

Mas há um ponto importante nesta alteração. Se a proposta for do órgão de administração, essa deliberação “não está sujeita a quaisquer limites à detenção ou ao exercício de direitos de voto, nem a quaisquer requisitos de quórum ou maioria agravados relativamente aos legais”, explica o diploma.

No texto introdutório, o Ministério das Finanças justifica o decreto-lei com a necessidade das “próprias empresas que atuam no setor financeiro estejam em condições de atrair investimento relevante, designadamente investimento estrangeiro”. Ou seja, neste caso, capital espanhol.

Mário Centeno invoca o mercado interno de circulação livre de capitais para justificar esta alteração: “As instituições europeias têm vindo a intervir no campo específico dos limites ao exercício dos direitos de voto por parte dos acionistas, com vista a promover a sustentabilidade das empresas e devolver a sua capacidade de tomada de decisões estratégicas”.

A desblindagem dos estatutos resolveu os problemas existentes no BPI. Por um lado, o CaixaBank consegue ter mais votos em assembleia-geral, por ser o acionista maioritário. Assim, deverá comprar a restante parte do BPI que não detém. Em contrapartida, deverá vender 2% do Banco de Fomento de Angola (BFA) à Unitel, uma exigência de Bruxelas (redução da exposição a Angola) e o desejo de Isabel dos Santos de controlar o BFA.

BCP: a segurança jurídica dada à Fosun

A Fosun queria, o Governo deu e o BCP agradeceu. Para não deixar em aberto dúvidas legais, António Costa e Mário Centeno aprovaram no final de setembro, em Conselho de Ministros, um decreto-lei sobre o reagrupamento de ações. No texto deixam claro que essa operação — o chamado reverse stock split — pode ser feito sem redução do capital social.

De acordo com o texto, essa situação “não encontra um regime jurídico específico na legislação portuguesa, o que pode suscitar dúvidas e retração no uso desta figura”. Ou seja, no enquadramento jurídico anterior isso seria possível, mas poderia deixar dúvidas. Nesta alteração, o decreto-lei explica que o reagrupamento é feito “mediante a divisão do número de ações por um coeficiente aplicável a todas as ações na mesma proporção, fixado de acordo com o princípio de proteção dos investidores”.

Para acontecer, o reverse stock split tem de ser deliberado pela assembleia geral. Essa deliberação deve definir o interesse social desse reagrupamento, o coeficiente a ser usado e os timings dos pormenores da operação. Esta tem também de ser comunicada através da CMVM. Esta alteração do Código de Valores Mobiliários entrou em vigor no dia 23 de setembro com a promulgação do Presidente da República.

Excluídas as incertezas jurídicas, o Governo argumenta que esta é uma “operação que pode revestir utilidade, sobretudo, para as sociedades com ações admitidas à negociação em mercado regulamentado ou em sistema de negociação multilateral”. Ou seja, o BCP, que estava a ser negociado na bolsa lisboeta na ordem dos cêntimos e, com esta operação, passou a ter cada ação a valer (para já) mais do que um euro.

O objetivo do decreto-lei, escreve o Executivo, é assegurar “o equilíbrio dos interesses dos vários intervenientes e, em particular, a proteção dos acionistas que, em resultado do reagrupamento, fiquem titulares de ações sobrantes”. O Governo invoca “a segurança jurídica das sociedades, dos seus acionistas e do mercado de capitais” como motivo.

Mas há mais justificações: o ajuste do preço das ações que representam o capital social, a capacidade de atração de investidores, aumentos de capital mais eficientes ou prevenir a variação brusca anormal da cotação das ações.

Este perfil traçado enquadra-se no cenário do BCP onde ocorreu uma “maquilhagem” do valor das ações sem redução do capital social. Esta era uma das sete exigências que os chineses da Fosun tinham para fazer um aumento de capital no banco.

75 ações numa só. No dia 24 de outubro, o BCP chegou à bolsa a valer mais de um euro com o reagrupamento possibilitado por esta alteração do Código de Valores Mobiliários. Este ajustamento acionista é puramente técnico e não vai afetar o valor de mercado do banco.

PSD/CDS: Bancos podem converter impostos diferidos em créditos fiscais

Não é só António Costa que faz de alfaiate, nomeadamente na banca. No passado esta prática de fazer leis à medida de casos reais também aconteceu. Um dos exemplos do governo PSD/CDS é o regime especial para a banca converter os impostos diferidos em créditos fiscais.

O resultado foi uma libertação do capital do setor bancário, mas o mais beneficiado foi o BCP. Na prática, este regime desconta os prejuízos de anos anteriores nos lucros tributáveis de anos seguintes, caso se verifique essa situação.

Assim, o Fisco reconhece essa dívida fruto de prejuízos anteriores. Ao tornar os impostos diferidos em créditos fiscais, o Governo anterior permitiu aos bancos cumprirem mais rapidamente com os rácios de capital impostos pelo Banco Central Europeu. Contudo, isso também significa menos receita para o Estado e, por isso, um défice maior.

Editado por Paulo Moutinho

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Montepio duplica comissão para pagar crédito da casa

O banco vai rever a comissão de processamento das prestações do crédito à habitação. Deixa de cobrar anualmente, passando o valor mensal para perto quatro euros. É o mais caro de todo o setor.

A mensalidade que os portugueses pagam no crédito à habitação está cada vez mais baixa, mas as comissões associadas ao empréstimo não. Os bancos têm vindo a subir de forma expressiva os encargos associados aos financiamentos, especialmente através da comissão de processamento dessa mensalidade. O Santander Totta superou a barreira dos três euros no mês passado, mas agora o Montepio decidiu fixar um novo recorde. Vai duplicar o encargo dos seus clientes, colocando-o perto dos quatro euros por mês.

“Informamos que a partir de 1 de dezembro a periodicidade do pagamento da comissão de gestão/processamento de prestação do seu contrato vai alterar, passando de anual para o valor mensal de 3,75 euros, mais imposto do selo“. Esta é a comunicação que está a ser feita pelo banco liderado por Félix Morgado aos seus clientes, informando-os da decisão unilateral de avançar com a forma como é cobrada a comissão, mas também de um forte aumento da mesma para 3,90 euros, já com o imposto.

Processamento da prestação: Montepio passa a ser o mais caro

comissao-01
Fonte: Preçários dos bancos (valores mensais já com imposto do selo)

O Montepio cobrava anualmente esta comissão de gestão/processamento de prestação. Qual era o valor? 22,50 euros, ou 23,40 euros já com imposto do selo, por ano. Ou seja, são 1,95 euros mensais, valor que os clientes da instituição não estão habituados a ver no extrato. E vai subir 100% a partir do próximo mês, colocando o Montepio como o que mais cobra por este processo administrativo. Vai, assim, superar os 3,02 euros que o Santander passou a cobrar em outubro, como foi salientado pelo Negócios (acesso pago). Por ano, para os clientes do Montepio são 46,80 euros.

O banco liderado por Félix Morgado passa a ser o mais caro do mercado, sendo a terceira instituição financeira a elevar este custo para os seus clientes de crédito à habitação durante este ano. Além do Montepio, o Santander Totta já o tinha feito, elevando o encargo em 7,33%, isto depois de o Novo Banco ter colocado a comissão em 2,24 euros, um agravamento de 10,15% face ao que cobrava no final do ano passado. Estes aumentos fazem com que as três instituições sejam, atualmente, as que mais cobram pelo processamento das prestações.

Num total de 12 instituições financeiras consideradas pelo ECO, excluindo os três bancos que não cobram nada — BPI, BBVA e Bankinter –, o custo médio desta comissão está em 2,16 euros, 15,8% acima do registado no final do ano passado. É um aumento bem superior ao do custo de vida, acompanhando as subidas de comissões que têm sido implementadas pelos bancos nos últimos tempos: desde os encargos com a manutenção de conta até aos custos dos cartões. É fruto da necessidade de o setor obter receitas num contexto de taxas muito baixas que impactam na margem financeira.

Peso pesado na mensalidade

A escalada das comissões bancárias associadas aos créditos da habitação está a verificar-se num contexto de taxas muitos baixas. Com os indexantes da generalidade dos empréstimos em terreno negativo — as Euribor estão todas abaixo de zero –, há um desconto desta taxa aos spreads, margens essas que continuam, em muitos casos, a ser de pouco mais de zero. Essa evolução coloca as prestações pagas pelas famílias em mínimos históricos, mas aumenta o peso das comissões na fatura ao final do mês.

As famílias estão a pagar, em média, 237 euros por mês (com saldos médios em dívida de 51.669 euros), segundo os dados mais recentes revelados pelo INE (referentes a setembro). Considerando esta prestação média, mas também o custo médio da comissão de processamento da prestação, esta tem um peso de 0,91% do valor a pagar pelas famílias ao final de cada mês. Considerando o valor que o Montepio vai passar a cobrar a 1 de dezembro, de 3,90 euros, o peso pode chegar a 1,65%.

Sem travão na lei

A subida acentuada desta comissão de processamento das prestações no crédito não tem travão. Não há legislação que impeça os bancos de fazerem esta revisão do encargo, nem para novos nem para contratos já existentes. “As instituições de crédito são livres para fixar o preço dos seus produtos e serviços. A restrição a esta liberdade é uma competência reservada do legislador”, nota o regulador do setor. “Ao Banco de Portugal é atribuído o mandato para fiscalizar o cumprimento das normas legais que impõem limites ou que proíbem a cobrança de comissões”, diz ao ECO.

"Os bancos estão a compensar a queda das taxas com a subida destas comissões.”

Nuno Rico

Economista da Deco

Esta é uma situação que há muito tem vindo a ser alvo de críticas por parte da associação de defesa do consumidor, a Deco, especialmente por traduzir uma alteração às condições contratadas inicialmente e por ser uma comissão a que os clientes não conseguem escapar. “É um mero procedimento informático”, diz Nuno Rico, notando que “não há qualquer serviço associado” pelo que não deveria haver qualquer cobrança de comissão. “Os bancos estão a compensar a queda das taxas com a subida destas comissões”, denuncia Nuno Rico.

O economista diz que “esta comissão só serve para os bancos alterarem de forma unilateral a taxa anual efetiva (TAE)” dos contratos, situação que acaba por distorcer qualquer comparação de créditos que tenha sido feita por parte dos clientes antes da escolha do banco onde contraem o crédito. A subida da comissão ao longo do contrato altera a TAE e a taxa anual efetiva revista (TAER), a que melhor permite a seleção do crédito mais barato.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

As contas trimestrais da REN e do Commerzbank, dados económicos na Zona Euro e nos EUA e novas declarações de Scahuble figuram entre os diversos temas que deverão merecer as atenções dos investidores.

O último dia da semana é marcado pelas contas trimestrais da REN, mas também de várias cotadas europeias, entre as quais o Commerzbank. Mas as atenções dos investidores também deverão estar focadas na divulgação de mais dados económicos dos dois lados do Atlântico. O ministro das Finanças alemão, Wolfgan Schäuble, também fala hoje sobre as previsões de receitas de impostos para o próximo ano na Alemanha. Nesta ocasião, o responsável germânico também poderá falar de temas relacionados com a Zona Euro.

Mais resultados empresariais. REN em foco

Sexta-feira foi o dia escolhido pela REN para fazer o balanço da sua atividade no terceiro trimestre, após o fecho do mercado. Nesta ocasião será possível perceber se entre julho e setembro a cotada liderada por Rodrigo Costa conseguiu recuperar face à quebra de 35% dos seus lucros registada nos seis primeiros meses do ano. Estimativas do CaixaBI apontam para que no acumulado dos nove meses deste ano, a REN tenha registado uma quebra de lucros na ordem dos 23%, face ao período homólogo, para um total de 70,5 milhões de euros. A nível europeu serão várias as cotadas a fazer o balanço da sua atividade no último trimestre, com destaque para o Commerzbank. O banco que tem em marcha um plano de reestruturação que prevê o despedimento de quase 10 mil funcionários apresenta as suas contas hoje e poderá dar mais pistas sobre a sua estratégia.

Mais dados económicos da Zona Euro

A leitura do índice dos gestores de compras dos serviços (PMI) da Zona Euro, relativo a outubro, é o dado económico que promete centrar as atenções dos investidores europeus durante o dia de hoje. Tal como os dados da indústria conhecidos no início desta semana, a divulgação deste indicador poderá dar uma pista sobre a forma como a economia da Zona Euro arrancou o último trimestre do ano. Segundo estimativas avançadas pela Bloomberg, este indicador deverá ter-se mantido estável nos 53,5 pontos, no mês de outubro. Qualquer valor superior a 50 indica expansão, enquanto valores inferiores a 50 indicam contração.

Schäuble volta a falar…

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, apresenta hoje uma estimativa relativamente às receitas de impostos previstas para o próximo ano, o que poderá influenciar o plano de gastos governamentais para 2017. Não foi ainda divulgada a hora em que será feita esta declaração, mas será importante acompanhar o que Schäuble terá a dizer não só sobre a economia alemã, como eventualmente sobre a economia da Zona Euro. Uma das últimas ocasiões em que Schäuble falou, disse que Portugal estava a ser bem-sucedido até entrar um novo Governo.

Moody’s olha para a União Europeia

A Moody’s poderá pronunciar-se hoje sobre o rating de crédito da União Europeia, sendo que a agência de notação financeira tem atualmente uma classificação de AAA com outlook estável. De salientar que a Moody’s deixou na passada terça-feira um aviso, mas ao Reino Unido. A agência de notação financeira alertou que se a saída da União Europeia implicar também uma exclusão do mercado único europeu, o Reino Unido pode preparar-se para um corte de rating.

Dados do emprego apoiam subida de juros nos EUA?

Hoje serão divulgados dados sobre o emprego nos EUA que poderão dar mais pistas sobre a saúde da economia norte-americana e reforçar, ou não, o cenário que aponta para uma subida de juros pela Fed em dezembro. O mercado antecipa que os números sobre o emprego, excluindo o setor agrícola tenham melhorado consideravelmente, passando de 156 mil, em setembro, para 178 mil em outubro. Também é antecipada uma melhoria na taxa de desemprego. Depois de a taxa de desemprego ter aumentado em uma décima em setembro, para 5%, a expectativa do mercado é de que esta taxa tenha recuado em outubro para 4,9%.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Amorim vende 10% da Corticeira por 105 milhões de euros

A Corticeira Amorim fez saber que a oferta particular de venda foi efetuada com sucesso. Amorim vai encaixar 105,07 milhões de euros com a venda de 10% da Corticeira, um preço de 7,9 euros por ação.

A Amorim International Participations e a Investmark, sociedades detidas por António Ferreira Amorim e por Américo Ferreira Amorim, vão encaixar 105,07 milhões de euros com a venda de 10% do capital da Corticeira Amorim. Em comunicado enviado esta noite à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários a empresa liderada por António Rios Amorim diz que a oferta particular de venda de 10% da Corticeira, lançada durante o dia de quinta-feira foi concluída com sucesso.

O total das ações vendidas ascendeu a 13.300.000 ações representativas de 10% do capital da Corticeira. No comunicado pode ler-se que “a contrapartida total da oferta ascende a 105.070.000,00 euros, correspondente a um preço por ação de 7,90 euros“.

A liquidação da oferta decorrerá no dia 8 de Novembro com a “entrega das ações e o pagamento do preço (ou a transmissão das ações em bolsa)”, refere o documento.

Após a liquidação da oferta a Amorim International Participations passará a deter uma participação de 10,086% no capital social da Corticeira Amorim enquanto que a Investmark Holdings ficará detentora de 13,778% do capital.

Ainda segundo o comunicado as duas sociedades que venderam as posições “comprometem-se a respeitar um prazo de lock-up de 180 dias, contados da data da liquidação da oferta, relativo à venda das ações da Corticeira Amorim detidas por estas entidades, que não venham a ser alienadas no âmbito da oferta”.

A oferta e a venda de ações foi exclusivamente dirigida a investidores institucionais, tendo a operação sido coordenada pelo UBS e pelo BPI.

"são muito boas notícias para a Corticeira Amorim, para os investidores e para o mercado: altera materialmente o free float da empresa, aumenta substancialmente a visibilidade e a liquidez do título e sobretudo alarga a base de investidores”.”

António Rios Amorim

Presidente executivo da Corticeira Amorim

António Rios Amorim em declarações ao ECO proferidas durante o dia de quinta-feira, quando foi conhecida a oferta particular de venda, adiantou que com esta operação os dois acionistas “visam contribuir para o reforço do free float da Corticeira Amorim, indo de encontro ao crescente interesse manifestado por investidores nacionais e internacionais”.

O presidente da Corticeira referiu que “são muito boas notícias para a Corticeira Amorim, para os investidores e para o mercado: altera materialmente o free float da empresa, aumenta substancialmente a visibilidade e a liquidez do título e sobretudo alarga a base de investidores”.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Ramalho confiante no sucesso do processo de venda do Novo Banco

  • Lusa
  • 3 Novembro 2016

O presidente executivo do Novo Banco disse que a sua expectativa é que o processo de venda da instituição, cujas propostas finais têm que ser entregues até amanhã, corra "muito bem".

O presidente executivo do Novo Banco disse hoje que a sua expectativa é que o processo de venda da instituição, cujas propostas finais têm que ser entregues até amanhã, sexta-feira, corra “muito bem”, permitindo encontrar um novo acionista.

“A expectativa que temos é que corra tudo muito bem e que seja um passo decisivo na vida do banco, em que se dá o início da escolha de um novo acionista”, afirmou António Ramalho aos jornalistas, à margem de um encontro promovido pelo Fórum de Administradores e Gestores de Empresas (FAE), em Lisboa.

"A expectativa que temos é que corra tudo muito bem e que seja um passo decisivo na vida do banco, em que se dá o início da escolha de um novo acionista”

António Ramalho

Presidente do Novo Banco

Questionado sobre quem são os interessados na compra do Novo Banco, António Ramalho ‘passou a bola’ para o acionista, que é o Fundo de Resolução, entidade ligada ao Banco de Portugal.

A data final das propostas é amanhã [sexta-feira] e amanhã [sexta-feira] o Fundo de Resolução dará a informação que entender dar”, afirmou, elogiando o modo como o processo de venda tem sido conduzido.

“O Fundo de Resolução tem liderado a venda de forma exemplar. De resto, nós estamos tão expectantes como está a comunicação social”, lançou.

Confrontado com a possibilidade de o processo de venda falhar e isso implicar uma nova redução de trabalhadores do banco, o gestor voltou a mostrar-se convicto no sucesso da operação.

A questão do banco não ser vendido nem se coloca. Sobretudo hoje, na véspera da data final das propostas”, reforçou, sem querer avançar com qualquer estimativa dos valores que vão resultar da operação e se os mesmos vão ser suficientes para compensar a injeção de capital feita no momento da resolução da entidade.

"A questão do banco não ser vendido nem se coloca.”

António Ramalho

Presidente do Novo Banco

António Ramalho disse que vai “continuar a não falar de valores”, sublinhando apenas que “é um orgulho como gestor ver que há tanta gente interessada no Novo Banco”.

O líder do Novo Banco foi ainda questionado sobre a polémica em torno dos salários da nova administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas não se alongou em comentários.

“Não faço comentários sobre os meus concorrentes. Só digo que no Novo Banco temos que ser totalmente transparentes”, vincou.

Os candidatos à compra do Novo Banco podem apresentar propostas finais e melhoradas até às 17:00 de sexta-feira, revelou à agência Lusa fonte próxima do processo.

O prazo é válido tanto para os investidores estratégicos, como para aqueles que estão interessados na operação em mercado, segundo a informação recolhida junto de fontes do setor financeiro.

À venda direta apresentaram-se o BPI, o BCP, a Apollo Mangement e a Centerbridge e Lone Star, enquanto na opção de aumento de capital está interessado o China Minsheng Financial Holding, do grupo chinês Minsheng.

A 03 de agosto de 2014, o Banco de Portugal tomou o controlo do Banco Espírito Santo (BES), depois de o banco ter apresentado prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades distintas.

No chamado banco mau (‘bad bank’), um veículo que mantém o nome BES, ficaram concentrados os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas.

No ‘banco bom’, o banco de transição que foi chamado de Novo Banco, ficaram os ativos e passivos considerados não problemáticos.

Em dezembro do ano passado foram prolongadas as garantias estatais ao Novo Banco e a data limite para a sua venda foi estendida até agosto de 2017.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Burro e Ferrari ficam nas boxes. Não há corrida em Lisboa

O PSD/Lisboa cancelou corrida entre burro e Ferrari após pronúncia da provedora dos Animais. Lamenta que os cidadãos do município sejam privados de conhecer o desfecho desta corrida.

O PSD de Lisboa cancelou hoje a corrida entre um burro e um Ferrari agendada para sexta-feira, referindo que foi proibida pelo município, mas a provedora dos Animais da capital diz que apenas foi feita uma recomendação. A Câmara Municipal de Lisboa sublinha isso mesmo, acrescentando que esse mesmo parecer “não é uma proibição”.

“O PSD Lisboa recebeu hoje uma notificação da Câmara da capital proibindo a realização da 2.ª edição da corrida entre um burro e um Ferrari”, informou o partido numa nota enviada às redações. Contudo, a provedora dos Animais, Inês Sousa Real, disse à Lusa que não proibiu a corrida, mas recomendou ao partido “que não utilizassem o animal” na iniciativa, uma vez que “poderia pôr em causa o seu bem-estar”.

Em comunicado, CML demarca-se da proibição. Afirma que soube da “existência de um parecer da Provedora Municipal dos Animais de Lisboa, o qual recomenda ao PSD que não utilize um burro nessa corrida”. Mas, “não só esse parecer não proíbe a iniciativa, como a Provedora Municipal dos Animais de Lisboa é uma estrutura independente dos serviços da Câmara”, nota.

O PSD de Lisboa anunciou na quarta-feira que iria recriar a corrida entre um burro e um Ferrari que o atual primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara da capital, António Costa, organizou em 1993 numa campanha para as eleições autárquicas.

O objetivo da iniciativa, entre a Cidade Universitária e o Saldanha, era mostrar as dificuldades decorrentes das obras do município.

“Na sequência destes acontecimentos, anuncia-se o cancelamento da 2.ª edição da corrida entre um burro e um Ferrari, lamentando que os cidadãos do município sejam privados de conhecer o desfecho desta corrida”, refere o comunicado do PSD.

(Notícia atualizada às 22h00 com o comunicado da Câmara Municipal de Lisboa)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.