Soares da Costa entrega novo PER. Está confiante que CGD aprova

A Soares da Costa apresentou um novo plano de recuperação ao tribunal. Joaquim Fitas, presidente da construtora está confiante na aprovação pelos credores, incluindo a CGD, que tinha votado contra.

A Soares da Costa apresentou ontem à noite um novo plano de recuperação da empresa ao tribunal, depois da não homologação por parte do juiz do tribunal de Comércio de Gaia, em maio passado.

“Estamos muito confiantes que o plano vai ter a aprovação por parte dos credores, inclusive por parte da Caixa Geral de Depósitos, o nosso maior credor, o que dará um sinal completamente diferente ao grau de aceitação por parte dos credores”, adiantou ao ECO Joaquim Fitas, presidente da Soares da Costa.

“Nesta altura, acreditamos que a CGD mude a sua posição de voto“, remata.

Joaquim Fitas diz ainda que o plano, que deu entrada esta terça-feira no tribunal, possa estar a ser votado pelos credores no prazo de 10 dias.

Para Joaquim Fitas, os pressupostos do PER são semelhantes ao não homologado, em maio, pelo juízo de comércio de Gaia.

O ponto que levantou reservas ao juiz do Juízo de Comércio de Gaia foi o tratamento desigual que a construtora dava aos credores europeus e aos credores africanos e este ponto, garante Joaquim Fitas foi alterado.

“Não havia diferenciação entre credores europeus e africanos, o que havia era uma diferenciação entre moedas fortes e moedas fracas e que tinha a ver com a desvalorização cambial, mas este aspeto não foi entendido da mesma forma pelo juiz, por isso alterámos a situação e passamos a ter as moedas com o mesmo haircut e não fazemos também diferenciação entre dívida financeira e não financeira”, refere o presidente da construtora.

No plano anterior, a banca africana teria um haircut de 20% e a europeia de 60%. No caso dos fornecedores, os portugueses enfrentavam um corte de 50%, enquanto os de outra nacionalidade seriam integralmente ressarcidos.

Joaquim Fitas diz que “os outros pressupostos do plano de restruturação mantém-se iguais” e assentam na convicção de que “a empresa é viável” e de um cenário de insolvência “é pior para os credores que apenas iriam conseguir receber cerca de 5% dos seus créditos”.

A dívida da Soares da Costa ascende, neste momento, a 700 milhões de euros. A construtora está a pedir um perdão de dívida de 50%, o que em termos de volume corresponde a 300 milhões de euros.

Joaquim Fitas diz que “o pressuposto é que a empresa precisa de continuar a fazer a restruturação e manter o foco nos principais mercados: Angola, Moçambique e Portugal”.

"Não havia diferenciação entre credores europeus e africanos, o que havia era uma diferenciação entre moedas fortes e moedas fracas e que tinha a ver com a desvalorização cambial, mas este aspeto não foi entendido da mesma forma pelo juiz, por isso alterámos a situação e passamos a ter as moedas com o mesmo haircut e não fazemos também diferenciação entre dívida financeira e não financeira.”

Joaquim Fitas

Presidente da Soares da Costa

É com base na necessidade de continuar a restruturar a empresa que Joaquim Fitas adianta que: “temos que restruturar a dívida junto dos fornecedores, realizar o pagamento integral ao Estado, o que terá que acontecer, em planos prestacionais, e ainda fazer o pagamento integral aos trabalhadores dos salários em atraso, sendo que as indemnizações serão pagas em cinco prestações”.

Ainda do plano consta: “o não pagamento de dívida subordinada, e ainda o não pagamento de dividendos aos acionistas pelo período de 23 anos”.

A restruturação da empresa prevê ainda a saída de cerca de 700 trabalhadores, de um total de 1.700.

Joaquim Fitas refere que: “uma parte significativa dessas saídas acontecerá mal o plano seja homologado”.

Os custos totais de restruturação previstos são agora de 36 milhões de euros, quando no anterior plano eram de 45 milhões de euros.

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Altice decreta fim das compras. Admite vender ativos

A Altice mudou o foco: quer agora abater os 50 mil milhões de dívida que acumula. Para tal, vai parar o ciclo de fusões e aquisições. E admite a venda de ativos.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades. A Altice está agora focada em abater os 50 mil milhões de euros de dívida que acumula. Neste sentido, a empresa franco-israelita decretou o fim das aquisições e admite mesmo vir a vender alguns ativos na Europa, sobretudo aqueles que mais fujam ao core das operações. Numa conferência com analistas, o administrador financeiro do grupo, Dennis Okhuijsen, afirmou que a empresa vai “voltar ao básico e cortar na despesa”. Entre as hipóteses faladas esteve a venda de torres, por exemplo.

O cerco apertou-se para a Altice no início deste mês. Os resultados relativos ao terceiro trimestre — que Dennis Okhuijsen admitiu esta quarta-feira serem “muito maus” — levantaram dúvidas quanto à capacidade do grupo de pagar a dívida. Além disso, o grupo emitiu um profit warning em que admite que os resultados do ano de 2017 deverão ficar no “limite mínimo” das suas previsões.

"Hoje não é altura para desculpas ou explicações, mas para factos.”

Dennis Okhuijsen

CFO do grupo Altice, CEO da Altice Europa

Aos resultados negativos surgiu uma hemorragia na bolsa… e uma rutura. Michel Combes foi afastado do cargo de presidente executivo, confirmando os rumores que já existiam no meio. Dexter Goei substituiu-o no cargo e Dennis Okhuijsen tornou-se líder da Altice no mercado europeu. Só esta quarta-feira é que os investidores deram tréguas à empresa. As ações da Altice em Amesterdão recuperavam quase 4%, depois de um tombo de mais de 45% desde a apresentação de resultados.

Na conferência desta quarta-feira falou também Patrick Drahi, o fundador e dono do grupo. Drahi fez um mea culpa e admitiu que a empresa não tem estado suficientemente focada nos problemas operacionais e que não tem vendido bem os seus serviços, falando pouco com os clientes. A opinião dos altos cargos do grupo parece ser unânime: “Não é um problema de concorrência, não é um problema da [qualidade da] rede, mas uma falha na forma de lidar com todos os detalhes relativos aos consumidores”, assumiu também Dennis Okhuijsen. A Altice tem vindo a perder clientes no negócio das telecomunicações, sobretudo em França, onde detém a SFR.

Estas intervenções, que decorreram em Barcelona (Espanha), representam uma mudança de discurso por parte da Altice. O grupo tinha vindo a advogar até aqui uma estratégia de convergência entre telecomunicações, media e publicidade, tendo adquirido diversos negócios nestas áreas não só na Europa como nos Estados Unidos. Nos últimos anos, a empresa adquiriu a Meo em Portugal num negócio multimilionário com a brasileira Oi, comprou empresas de media em França como o Libération e a BFM TV e, do outro lado do Atlântico, adquiriu a startup Teads e a Cablevision, entre outros.

Ao mesmo tempo, encontra-se num processo de aquisição da Media Capital em Portugal, o grupo que detém a TVI e a rádio Comercial. No verão, ofereceu 440 milhões de euros pela empresa, num negócio que merece forte oposição por parte dos concorrentes dos vários setores. A operação encontra-se a aguardar uma avaliação final do regulador da concorrência.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h05 com mais informação)

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Sócio da SRS orador nas Jornadas do BCI

O evento do Banco BCI (Moçambique) está marcado para esta quinta-feira de 2017 e conta com as participações da SRS Advogados e da Bhikha & Popat,

Paulo Bandeira, sócio do departamento societário, comercial e M&A e responsável pela equipa de Startups da SRS Advogados, será orador nas Jornadas do BCI, em Maputo, sobre o Mercado de Capitais e as Novas Tecnologias – Fintech´s.

O evento do Banco BCI (Moçambique) está marcado para esta quinta-feira de 2017 e conta com as participações da SRS Advogados e da Bhikha & Popat, sociedade de advogados parceira em Moçambique. Paulo Bandeira fará uma intervenção subordinada ao tema “A disrupção digital no sistema financeiro”.

Paulo Bandeira tem 20 anos de experiência na assessoria a sociedades, em processos de fusões e aquisições, bem como na área de corporate governance, com enfoque em temas de estruturação societária e responsabilidade dos administradores. Como responsável pelo departamento de Startups, Paulo tem assessorado startups tecnológicas e biotecnológicas, Business Angels e Venture Capitals em processos de investimento.

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Miranda debate relações da UE com África

A NOVAFRICA e a Câmara de Comércio e Indústria Portugal -Costa do Marfim vão promover, no dia 21 de novembro, uma conferência destinada a assinalar a Cimeira UE- África com o apoio da Miranda

A NOVAFRICA (Nova SBE) e a Câmara de Comércio e Indústria Portugal -Costa do Marfim
(“CCIPCM”), vão promover, no dia 21 de novembro, uma conferência destinada a assinalar a Cimeira UE- África que se realiza em Abidjan no final do mês.

A conferência, que conta com o apoio da Miranda & Associados e da Nova SBE, tem como principal objetivo debater as mais recentes iniciativas para o futuro das relações entre a União Europeia e a União Africana, destacando a importância de Portugal como ator privilegiado no diálogo com alguns países africanos.


O evento terá lugar no Anfiteatro 224 da Nova SBE, a partir das 09.00. Na agenda, destaque para as intervenções de Emanuel Gomes (Nova SBE e NOVAFRICA) e Luís Amado (Presidente da CCIPCM), bem como para a mesa-redonda, moderada por Luís Brites Pereira (Nova SBE e NOVAFRICA), na qual participarão Cândida Pinto (SIC), o Carlos Marques dos Santos (Nuvigroup), o Diogo Lacerda Machado (CCIPCM), Nuno Santos (Navigator) e Pedro Cudell (CCIPCM). A abertura dos trabalhos estará a cargo de Daniel Traça (Diretor da Nova SBE) e de Agostinho Pereira de Miranda (sócio fundador da Miranda & Associados).

O Centro NOVAFRICA foi criado pela Nova School of Business and Economics (Faculdade de
Economia da Universidade Nova de Lisboa) e tem por missão a produção e difusão de conhecimento relativo aos processos de criação de prosperidade em África, sustentados em particular pelo fortalecimento do setor privado. O seu enfoque particular é na África de língua portuguesa, nomeadamente Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe.

 

A CCIPCM nasceu da decisão dos seus membros fundadores – um conjunto de empresas e individualidades com atividade e interesses na Costa do Marfim – no sentido de colocarem os
seus conhecimentos e experiências ao serviço do desenvolvimento das relações económicas e dos fluxos de investimento entre os dois países. A apresentação oficial da CCIPCM decorreu no dia 1 de junho de 2017 e contou com a presença de Koffi Fana Théodo, Embaixador da Costa do Marfim em Portugal.
A MIRANDA, membro fundador da CCIPCM, é a única sociedade de advogados portuguesa presente em todos os países africanos de língua oficial portuguesa (Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe) e conjuntamente em 5 países africanos Francófonos (Camarões, Costa do Marfim, Gabão, República Democrática do Congo e República do Congo) e ainda na Guiné Equatorial. Através da Miranda Alliance a MIRANDA, sediada em Portugal, está também presente no Brasil, em Macau e em Timor-Leste. Tem escritórios de representação em Houston (EUA), Londres (Reino Unido) e Paris (França).

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Isabel dos Santos exonerada da Sonangol pelo presidente de Angola

  • Lusa e ECO
  • 15 Novembro 2017

O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou esta quarta-feira Isabel dos Santos. O secretário de Estado dos Petróleos, Carlos Saturnino, é o substituto.

O Presidente angolano, João Lourenço, exonerou esta quarta-feira Isabel dos Santos, filha do anterior Chefe do Estado, José Eduardo dos Santos, do cargo de presidente do conselho de administração da Sonangol, nomeando para o seu lugar Carlos Saturnino, disse fonte oficial.

A informação foi confirmada à Lusa pela Casa Civil do Presidente da República, dando conta ainda da exoneração de Carlos Saturnino do cargo de secretário de Estado dos Petróleos, para ocupar a liderança da petrolífera estatal. Em substituição de Saturnino entra para o Governo angolano Paulino Fernando de Carvalho Jerónimo.

Esta notícia tinha sido avançada pela RTP no início deste mês, mas foi desmentida pela Presidência angolana.

A empresária Isabel dos Santos assumiu em junho de 2016 o cargo de presidente do conselho de administração do grupo Sonangol, nomeada para as funções por José Eduardo dos Santos, então Chefe de Estado angolano, tendo como missão conduzir a reestruturação da petrolífera, o maior grupo empresarial de Angola.

Numa das suas últimas intervenções públicas, em outubro, Isabel dos Santos afirmou que não tinha ambições políticas no horizonte e que queria continuar a ser empresária. Isabel dos Santos disse ter entrado em junho de 2016 para a Sonangol com outros profissionais do setor privado com um “sentido de missão” e com o desejo de “dar um contributo” para o país.

(Atualizado às 12h38)

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Ineficiência na gestão custa 47 milhões à hotelaria todos os anos

  • ECO
  • 15 Novembro 2017

Desfasamento entre o 'boom' da procura e a adequação do preço médio da hotelaria custou, em cinco anos, 235 milhões. Nos Açores, a instabilidade das ligações aéreas retardou esse ajustamento.

Quanto custou a ineficiência na gestão do boom da procura turística à hotelaria? Em cinco anos (de 2012 a 2016), nas três regiões onde o desfasamento entre o disparo da procura e a resposta do setor foi maior, as empresas hoteleiras perderam 235 milhões de euros. A conclusão é de um estudo da consultora BlueShift, que sublinha que essas perdas representaram 12% do setor, a nível nacional.

As regiões campeãs na ineficiência do ajustamento do preço médio consoante a taxa de ocupação foram o norte, os Açores e a Madeira. Segundo a consultora, a inércia dos preços é, tradicionalmente, agravada em contextos incertos quanto à competitividade, como acontece na região autónoma liderada por Vasco Cordeiro, onde a instabilidade relativamente às ligações aéreas tem mitigado o planeamento estratégico das empresas em questão. Além do preço, também a contratação e gestão de canais têm sido afetados por esta incerteza. Em segundo lugar, destinos como a Madeira (isto é, dependentes da Tour Operação) apresentaram maiores dificuldades no ajustamento em causa.

O estudo da BlueShift comparou o período compreendido entre o ano antes do arranque da procura (2012) e o ano recorde para o turismo nacional (2016). A análise pretendeu averiguar até que ponto as organizações conseguiram ou não tirar partido da nova tendência de crescimento. Deste modo, foram comparadas a Taxa de Ocupação e o Preço Médio, já que a rentabilidade operacional só pode ser maximizada se ambos se expandirem. Um euro de crescimento em preço, por exemplo, traduz-se diretamente em resultados. Se esse mesmo euro for apenas conseguido via ocupação, apenas 40 cêntimos (numa operação otimizada) traduzem-se em resultados — uma vez que é necessário subtrair os custos variáveis do montante acumulado.

A capacidade de crescer em preço depende de muitos fatores exógenos à empresa hoteleira“, assinala a consultora, em comunicado. O ponto de partida — em mercados com ocupações muito baixas, a prioridade é atingir um nível de atividade eficiente — e a previsibilidade do contexto competitivo ditam, neste sentido, a velocidade do ajustamento considerado, sendo importante realçar que, mesmo nos melhores cenários, só as empresas com maior capacidade de previsão e planeamento conseguem gerir estrategicamente e evitar as perdas registadas nestas regiões, nos cinco anos referidos.

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Em 15 anos, famílias consomem menos 15% de energia

  • Lusa
  • 15 Novembro 2017

O consumo de energia das famílias portugueses baixou 15% nos últimos 15 anos.

A quantidade líquida de energia utilizada em Portugal desceu 11,1% entre 2000 e 2015, enquanto o consumo final de produtos energéticos pelas famílias diminuiu 14,9%, informou esta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com a informação divulgada pelo INE referente a fluxos de energia, “entre 2000 e 2015, a utilização doméstica de energia decresceu 11,1%, apesar do aumento em volume do Produto Interno Bruto (PIB) em 3,0%”. “Em consequência, verificou-se uma redução de 13,7% na intensidade energética implícita no PIB”, aponta o instituto.

Neste período, houve, assim, uma “redução do consumo final de produtos energéticos pelas famílias”, de 14,9%, assinala o INE, observando que também a utilização energética ‘per capita’ das famílias desceu 15,4%. O organismo nota que a variação foi “acompanhada de uma diversificação das fontes de abastecimento energético”.

Entre 2000 e 2004, os transportes representavam quase metade (49,3%) da utilização energética, sendo seguidos do uso da energia para a climatização (35%) – aquecimento, ambiente, ar condicionado e água quente – e para a cozinha, iluminação, eletrodomésticos e outros fins, correspondente a 15,7% do total.

Já entre 2011 e 2015, a utilização energética em transportes teve um peso menor (46%), apesar de continuar a prevalecer sobre outros usos como a climatização (32,7%) e outros (21,3%).

O INE destaca ainda que, no que toca ao tipo, a percentagem de recursos de origem renovável aumentou de 17,8% entre 2000 e 2004, para 34,6% entre 2011 e 2015.

De 2000 a 2015, houve aumento significativo das exportações de energia, na ordem dos 254%, “sobretudo decorrente dos investimentos no sistema refinador, bem como uma redução da dependência energética face ao exterior”.

Esta dependência era, em média, de 84,7% no quinquénio 2000 a 2004 e passou para 73,9% no quinquénio 2011 a 2015.

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Automóvel trava, mas crédito ao consumo mantém-se acima dos 500 milhões

Os portugueses recorreram menos ao crédito para comprar carro, em setembro. Foram buscar 218,7 milhões de euros em financiamento com essa finalidade, um mínimo de abril.

O mês de setembro foi marcado por uma travagem do recurso ao crédito para comprar carro, mas a concessão de crédito ao consumo manteve-se acima da fasquia dos 500 milhões de euros mensais. Dados do Banco de Portugal indicam que neste mês, os bancos e as instituições de crédito disponibilizaram em torno de 219 milhões de euros em crédito para a aquisição de automóveis. Este valor corresponde à fasquia mais baixa desde abril deste ano.

O financiamento para a compra de carro foi a única finalidade a registar uma quebra nos montantes da nova concessão, conduzindo à diminuição do total de crédito ao consumo concedido naquele mês, para 549,7 milhões de euros. Este valor corresponde a uma quebra de 2,7% face ao mês anterior, mas um aumento de 5,9% em termos homólogos.

Os 218,7 milhões de euros de crédito automóvel concedidos em setembro representam uma diminuição de 11,7% face ao valor verificado no mês anterior, mas um aumento também de 11,7% face ao período homólogo, com este tipo de crédito a manter-se como o principal motor do aumento da concessão de crédito ao consumo, este ano. Foram disponibilizados mais de dois mil milhões de euros em empréstimos com esse fim, nos primeiros nove meses deste ano. Mais 21% do que no mesmo período do ano passado.

Já o total do crédito ao consumo concedido ascendeu a 4.826 milhões de euros, nos primeiros nove meses deste ano, 12% acima do valor registado no mesmo período do ano passado.

Já na categoria de outros créditos pessoais, onde se incluem os financiamentos sem finalidade específica, para o lar, consolidado e outras finalidades, verificou-se uma subida da concessão em setembro, o que aconteceu pelo segundo mês consecutivo. Foram disponibilizados 226,8 milhões de euros com essa finalidade. Ou seja, mais 4% do que no mês anterior, mas menos 2,1% face ao período homólogo.

No que respeita ao segmento dos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto, a concessão ascendeu a 95,9 milhões de euros, em setembro. Isto representa um crescimento de 2,3% face ao mês anterior e um aumento de 13,9% em comparação com mesmo período do ano passado.

Por sua vez, o crédito pessoal com finalidade de educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos — que mantém-se como o menos representativo — registou um aumento da concessão de 49%, entre agosto e setembro. De salientar que este período coincide com o arranque do ano escolar e com a aquisição de livros e material escolar, o que poderá justificar o aumento da concessão de crédito com essa finalidade. Mas comparando com o mesmo mês de 2016, também se registou uma subida de 14% no crédito com esse fim.

(Notícia atualizada às 12h22 com mais informação)

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Depois da S&P, Fitch baixa rating venezuelano. Estado de emergência decretado

  • ECO e Lusa
  • 15 Novembro 2017

A agência de rating baixou a classificação para default restrito, o que indica que o país está em incumprimento em um ou mas compromissos financeiro. Maduro já decretou estado de emergência.

Após a Standard&Poor’s ter colocado a Venezuela em situação de incumprimento seletivo, a Fitch segue os mesmos passos, por considerar que o país ainda não expressou qualquer intenção de reestruturar a sua dívida. A agência de rating baixou a classificação de C para RD, ou seja, default restrito, o que indica que o país está em incumprimento em um ou mas compromissos financeiros, mas continua a cumprir outros.

A decisão destas agências surge após Caracas ter falhado o pagamento de 200 milhões de dólares em títulos globais que vencem em 2019 e 2024. Este montante deveria ter sido pago a 13 de outubro, mas como o período de graça de 30 dias foi ultrapassado, poderá desencadear um incumprimento nos pagamentos da sua dívida externa.

Para a Fitch, este corte na classificação reflete “a continuidade do desequilíbrio macroeconómico do país e do elevado grau de vulnerabilidade fiscal”.

Maduro decreta estado de emergência económica

Invocando “a situação excecional extraordinária e conjuntural que afeta a economia venezuelana”, o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, decretou um novo estado de emergência económica no país, que estará em vigor durante os próximos 60 dias. O Executivo pode agora “adotar medidas urgentes, contundentes, excecionais e necessárias, para assegurar que a população desfrute em pleno dos seus direitos, para preservar a ordem interna, o acesso oportuno a bens, serviços, alimentos, medicamentos e outros produtos essenciais para a vida”.

Por outro lado estabelece que “poderão ser restringidas as garantias para o exercício dos direitos consagrados na Constituição” e que o Executivo poderá ditar “medidas extraordinárias que garantam à autoridade monetária agilizar e garantir à cidadania, a importação, distribuição e disponibilidade oportuna das moedas e notas de curso legal na República bolivariana da Venezuela”. Também está previsto conformar estruturas e ditar regulações “que impeçam as campanhas de desestabilização e distorção da economia, impulsionadas por fatores nacionais e estrangeiros, através do sistema de tecnologia da informática e do ciberespaço”.

É também autorizado a “estabelecer mecanismos especiais de supervisão, controlo e acompanhamento, de procura, obtenção e subministro de matéria-prima, fixação de preços, comercialização e distribuição dos produtos estratégicos necessários para a produção agrícola, alimentação, saúde, limpeza e higiene pessoal”.

Segundo a imprensa local, esta é a 12.ª vez que o Presidente Nicolás Maduro decreta o estado de emergência económica no país, a primeira das quais em janeiro de 2016.

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Governo vai repor o cronómetro da carreira dos professores a contar

  • Lusa
  • 15 Novembro 2017

Esta posição foi assumida por António Costa no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, em que a questão do descongelamento das carreiras dos professores foi um dos temas em análise.

O secretário-geral do PS afirmou esta quarta-feira que o cronómetro da carreira dos professores vai voltar a contar para efeitos de progressão, mas que a reposição imediata e total dos anos de congelamento custaria 650 milhões de euros.

Esta posição foi assumida por António Costa no final da reunião da Comissão Política Nacional do PS, que durou cerca de três horas e em que a questão do descongelamento das carreiras dos professores foi um dos principais temas em análise.

“Os professores não vão ficar de fora do processo de descongelamento das carreiras. Os professores foram objeto de uma medida que compreendo que os revolte e que a considerem injusta quando há vários anos se parou o cronómetro que contava o tempo da sua carreira para efeitos de progressão”, declarou o líder socialista.

De acordo com o primeiro-ministro, a proposta de Orçamento do Estado para 2018, porém, “vai de novo pôr o cronómetro a funcionar”.

Este Governo não está a congelar, mas a descongelar, não está a cortar, mas a repor aos professores e a todos os trabalhadores da Administração Pública o direito a progredirem na sua carreira”, frisou.

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Super Bock Group está a contratar

Empresa está a contratar entre 15 a 20 jovens recém-licenciados. Os escolhidos vão participar, durante um ano, num programa de estágio remunerado. Candidaturas abertas até 22 de dezembro.

O Super Bock Group, ex-Unicer, está a contratar jovens talentos. A empresa, liderada por Rui Lopes Ferreira, pretende acolher entre 15 a 20 jovens recém-licenciados de diversas áreas de formação, desde a economia à gestão industrial, da engenharia ao marketing, da comunicação à matemática, entre outros.

A iniciativa intitulada de “Programa de Trainees Super Bock”, pretende selecionar jovens talentos entre os recém-graduados que sejam criativos, autênticos e dinâmicos. A par disto devem estar, diz a empresa em comunicado, “alinhados à cultura de qualidade e de inovação da empresa e mostrem ambição de se superaram a cada desafio”.

O programa decorre até 22 dezembro devendo os interessados submeter a sua candidatura através do site www.trainees.superbock.pt. O programa tem a duração de 12 meses e arranca em janeiro de 2018, através de estágio remunerado. Os escolhidos para participarem no programa terão acesso a mentores, ações de formação e experiência em diferentes áreas, em ambiental empresarial internacional.

O Super Bock Group foi rebatizado a semana passada deixando cair o nome Unicer. A mudança do nome prende-se com a grande aposta internacional que a empresa está a fazer em mercados como a China e os Estados Unidos. Aliás, a China assume-se já como o segundo mercado dentro do grupo e já pesa 40% do total das exportações do Super Bock Group.

A empresa que conta com marcas como a Super Bock, Carlsberg, Pedras, Vitallis e Somersby anunciou também a semana passada que vai investir 30 milhões de euros em 2018, dez dos quais numa nova linha de enchimento.

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Mário Nogueira diz que greve tem adesão “histórica” na ordem dos 90%

  • ECO e Lusa
  • 15 Novembro 2017

Os dados do dirigente são ainda preliminares, mas Mário Nogueira diz que a greve desta quarta-feira "é uma das maiores de sempre dos professores".

Mário Nogueira, líder da Fenprof, disse esta quarta-feira à Antena 1 que os primeiros dados sobre a adesão dos professores à greve apontam para resultados históricos, na ordem dos 90%. Os professores estão em greve contra a decisão do Governo de não contar o tempo de serviço decorrido durante o período de congelamento das carreiras, para efeitos do descongelamento das progressões, que será iniciado e janeiro.

“O que nos chega, um pouco por todo o lado no país, é que estamos mesmo a viver uma greve histórica e uma luta fortíssima dos professores”, disse Mário Nogueira, dirigente da Fenprof, adiantando que “os dados que até agora chegaram apontam para adesões na ordem dos 90%”, embora ainda seja cedo para falar em números globais. “É uma das maiores greves de sempre dos professores”, rematou o responsável.

“É natural que venha ainda a subir”, disse à agência Lusa o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, no início da concentração de docentes frente à Assembleia da República, no dia em que é discutido o Orçamento de Estado referente à educação para 2018. “Para uma greve de professores fechar escolas, tem de ter uma adesão extraordinária”, afirmou o dirigente sindical.

Os professores saíram à rua esta quarta-feira para se manifestarem contra a decisão do Executivo de não contar o tempo de serviço para efeitos de progressões, decorrido durante o período de congelamento. Contudo, esta manhã, no Parlamento, a secretária de Estado adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, adiantou que vai haver uma forma de contagem do tempo de serviço da carreira docente.

Em frente à Assembleia da República foi colocada uma faixa de grandes dimensões com a inscrição “não ao apagão” e “os professores merecem respeito”, numa alusão ao tempo de carreira que os professores reclamam que seja contabilizado quando for desbloqueado o congelamento das carreiras a partir de janeiro.

Nas escadarias do parlamento, foram colocados ‘placards’ com informação das escolas encerradas em adesão à greve um pouco por todo o país. Nas grades que impendem o acesso à Assembleia da República erguem-se bandeiras dos vários sindicatos que aderem ao protesto, juntamente com cravos vermelhos.

Não pode haver injustiça entre trabalhadores da Função Pública

O secretário-geral da Federação Nacional da Educação (FNE) defendeu esta quarta-feira que não pode haver injustiças entre os trabalhadores da Função Pública, com uns a terem anos de carreira contabilizados e outros, como os professores, não. “Há uma situação de injustiça relativa que não é aceitável“, quando há trabalhadores da Função Pública a quem foram contabilizados ou reposicionados anos de serviço na carreira, enquanto para outro grupo de trabalhadores, em que se incluem os professores, isso não aconteceu, frisou João Dias da Silva.

O dirigente da FNE avançou que “há muitas escolas encerradas e níveis fortíssimos de adesão” a esta greve dos professores e congratulou-se com esta posição dos professores. Para o sindicalista a adesão demonstra que tem havido consciência por parte dos docentes da necessidade de, com esta paralisação, “dar um sinal [ao Governo] de que os professores estão descontentes e exigem que haja consideração e respeito pelo trabalho que realizaram no passado”.

Quanto à última reunião com o Ministério da Educação, João Dias da Silva revelou que o Governo admitiu que se possa trabalhar na base de sete anos de tempo congelado de carreira, quando na totalidade esse tempo ultrapassa os nove anos. Segundo o sindicalista da FNE, em cima da mesa continua a possibilidade de haver um descongelamento faseado das carreiras nos futuros orçamentos de Estado, mas alerta para o facto de que isso tem de ser feito em tempo útil por forma a não prejudicar as pessoas que, entretanto, se venham a aposentar.

Disse ainda que, na quinta-feira, os sindicatos regressam às negociações com o Ministério da Educação que se comprometeu a apresentar um ponto de partida para tentar encontrar uma possível convergência ou uma solução para o problema dos professores sem comprometer a capacidade orçamental em cada ano, até final da legislatura.

O secretário-geral da UGT, Carlos Silva, que também participa no protesto dos professores, referiu que a sua presença nesta concentração da FNE traduz o seu apoio inequívoco a esta reivindicação que entende “ser justa e legítima”. O dirigente da UGT congratulou-se com o facto de as intervenções públicas desta central sindical e dos sindicatos que lhe são afetos ter ajudado a provocar “uma reação de ponderação” do Governo.

A UGT “valoriza muito a possibilidade que o Governo abre de poder haver um entendimento e uma solução negocial” que será debatida em novas reuniões no Ministério da Educação. “Isso é muito importante e significa que os professores têm razão”, comentou Carlos Silva, notando que não se pode apagar nove anos de carreira e de trabalho desta classe profissional.

O responsável da UGT disse perceber os constrangimentos orçamentais do Governo e os seus compromissos no âmbito da União Europeia, mas contrapôs que é preciso perceber que não é justo nem legítimo que nove anos e meio de trabalho e de carreira dos professores não venha a contar. Manifestou ainda convicção de que vai ser encontrada uma solução através da reposição faseada das carreiras.

(Atualizado às 12h07 com as declarações do dirigente da FNE e do dirigente da UGT)

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