Governo vai proibir realização de eventos privados no Panteão Nacional

Primeiro-ministro considera que a utilização do Panteão Nacional para eventos festivos "é absolutamente indigna". Vai proceder a alterações na lei que permite o uso monumentos para eventos privados.

Jantar com participantes do Web Summit no Panteão Nacional teve lugar na sexta-feira.Redes sociais

O Panteão Nacional, em Lisboa, acolheu um jantar de um grupo de grandes investidores e fundadores de startups que participaram no Web Summit, jantar realizado esta sexta-feira no âmbito da Founders Summit e que está a causar polémica nas redes sociais. O primeiro-ministro já reagiu. Considera que a utilização do Panteão Nacional para eventos festivos “é absolutamente indigna”. E vai proceder a alterações na lei que permite o uso monumentos públicos para eventos privados.

“A utilização do Panteão Nacional para eventos festivos é absolutamente indigna do respeito devido à memória dos que aí honramos”, declarou António Costa. “Apesar de enquadrado legalmente, através de despacho proferido pelo anterior Governo, é ofensivo utilizar deste modo um monumento nacional com as características e particularidades do Panteão Nacional”, acrescentou.

Adiantou ainda que o Governo procederá à alteração do referido despacho, “para que situações semelhantes não voltem a repetir-se, violando a história, a memória coletiva e os símbolos nacionais”.

De acordo com o Público, o jantar teve lugar no átrio do Panteão Nacional, o monumento histórico da capital onde estão sepultados alguns dos nomes maiores a História do país, como o escritor Almeida Garrett, o general Humberto Delgado ou a fadista Amália Rodrigues.

Só tiveram acesso a esse jantar exclusivo por convite, relata o jornal, contando que na última semana tiveram lugar outros eventos bastante restritos em locais como o Palácio das Necessidades ou o Palácio da Ajuda.

Na quinta-feira, por exemplo, depois do encerramento do Web Summit, o Governo ofereceu um cocktail no Palácio das Necessidades, onde trabalha o Ministério dos Negócios Estrangeiros. Foi convidada a “nata das natas” dos fundadores de startups — entre 40 a 60 empresários — que estiveram presentes na cimeira. O próprio primeiro-ministro, António Costa, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, também participaram neste evento.

No mesmo dia, depois do cocktail, os chamados founders jantaram no Palácio Nacional da Ajuda, num evento para o qual Costa estava convidado mas não compareceu, conta o Público.

Estes eventos paralelos ao Web Summit e que são exclusivos não são uma novidade. Mas a realização do jantar no Panteão Nacional causou alguma revolta nas redes sociais. Num dos vídeos, surge Paddy Cosgrave, fundador e CEO do Web Summit, a discursar durante o evento onde refere que “falou com o ministro que lhe disse que era o primeiro jantar alguma vez realizado aqui”.

O antigo diplomata português Francisco Seixas da Costa questiona: “Ajudem-me: acham mesmo normal que o jantar final do Web Summit seja entre os túmulos do Panteão Nacional?”

Apesar da polémica, a lei permite a realização de eventos privados em monumentos históricos, incluindo o Panteão Nacional, Mosteiro dos Jerónimos, a Torre de Belém, o Palácio Nacional de Mafra ou o Museu Nacional Soares dos Reis.

Para o Panteão Nacional, a tabela de preços permite reservar o adro do monumento (com capacidade para 400 lugares sentados) para um jantar por 4.000 euros por noite, enquanto alugar o terraço para um cocktail custa 2.000 euros.

Ex-secretário de Estado da Cultura lamenta

Ao jornal Expresso (acesso livre), o antigo secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier, responsável pela iniciativa legislação que permite a utilização de monumentos e outros espaços culturais, lamenta a decisão do Governo de António Costa de mudar o regulamento.

O ex-governante explica que o despacho por ele emitido “não autoriza nem deixa de autorizar a cedência de um determinado espaço” e até estabelece que as autorizações para a sua utilização “devem salvaguardar a dignidade de cada espaço”.

Já cansa que o atual Governo tente sempre fugir à responsabilidade, procurando encontrar culpados para as más decisões que toma”. O primeiro-ministro “deu a cara pela Web Summit, deve também dar a cara pela decisão de ceder o Panteão para o jantar”, referiu Jorge Barreto Xavier.

Se o Governo tomou uma decisão no sentido de isso deixar de ser possível, acho que foi uma decisão muito sensata e óbvia, corresponde aquilo que qualquer pessoas com bom senso faria.

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

Também o Presidente da República já se pronunciou sobre o caso. Esta tarde, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que o Panteão está longe de ser o espaço indicado para a realização de um evento com as características do que aconteceu na sexta-feira. “A imagem que eu tenho do Panteão Nacional não é a de ser um local adequado para um jantar nem que seja o jantar mais importante do Estado“, sublinhou.

(Notícia atualizada às 18h04 com reação do antigo secretário de Estado da Cultura. Atualizada novamente às 18h28 com declarações de Marcelo Rebelo de Sousa)

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Bem-vindos ao “comboio mágico da inovação”. Destino? Idanha-a-Nova

Setenta empreendedores juntaram-se num comboio. Destino? Idanha-a-Nova e o segundo bootcamp da maior iniciativa europeia no ramo da sustentabilidade. Neste comboio, o futuro parece mais verde.

De Lisboa a Idanha-a-Nova são mais de 260 quilómetros: de campo, céu azul e, este fim de semana, oportunidades de negócio. “Ainda nem olhei pela janela. Estou a tentar conhecer toda a gente e ver o que precisam”, confessa Andrei Toma, empreendedor romeno em Portugal pela primeira vez para se juntar ao bootcamp do Climate KIC (a maior iniciativa promovida pela União Europeia no campo da inovação climática) e ao i-Danha Food Lab.

70 empreendedores, um comboio e um destino: Idanha-a-Nova.DR

De camisa branca e óculos de massa quadrados, o fundador da Homepod (startup que oferece um software de avaliação da sustentabilidade de materiais de construção) salta de banco em banco, nas três carruagens de comboio que transportam os mais de 70 empreendedores até a essa história vila portuguesa para dois dias de debates e workshops sobre energias renováveis, inovação agrícola e sustentabilidade em geral. “Eu gosto de eventos como este porque aqui consigo encontrar empresas com produtos ou interesses semelhantes aos meus. Não preciso de explicar a razão por detrás do meu trabalho”, sublinha Toma.

A Homepod — startup cujo lançamento no mercado lusitano está marcado para os próximos meses — tem como objetivo criar “casas sustentáveis e sem custos energéticos”, explica o romeno ao mentor da aceleradora Building Global Innovators (a BGI é a parceira portuguesa da iniciativa europeia referida), Robert A. Shateen. O americano responde-lhe com questões entusiásticas e promete-lhe que, nos próximos dias, farão trabalho muito interessante. “Esta é uma oportunidade maravilhosa. O lugar é lindo, até esta viagem de comboio é linda”, sorri Shateen, enrugando os seus olhos azuis.

[O segredo para um empreendimento bem sucedido?] Encontrar o fator cool da ideia de negócio e o mercado certo, isto é, aquele que se consegue atacar.

Rick Pizzoli

Fundador da Sales Force Europe e mentor da BGI

Ao seu lado, Rick Pizzoli — também americano, igualmente mentor da aceleradora portuguesa e fundador da Sales Force Europe — olha com atenção para as conversas que decorrem nos lugares à sua volta. O segredo para um empreendimento bem-sucedido? “Encontrar o fator cool da ideia de negócio e o mercado certo, isto é, aquele que se consegue atacar”, aconselha Pizzoli aos muitos empreendedores que, à vez, vêm ocupar o lugar vago à sua frente. “Há muito que se fica a dever ao acaso, no que diz respeito à vida de uma startup”, acrescenta Robert.

Quilómetro a quilómetro, conversa a conversa, contacto a contacto, o comboio vai comendo a distância. Mais atrás, de camisola acastanhada e disposição sorridente, Ana Prata, da Agrodrone, conversa animadamente com Mário Macedo, mentor da BGI especializado em energia. “Isto é mais do que mentoria. Já estamos num outro nível de conexão intelectual”, realça o homem de casaco cor de caramelo. “Temos de ter atenção aos países de leste, são os nossos principais concorrentes na área da sustentabilidade”, avisa. Para o mentor da aceleradora este projeto “é um ponto de partida fundamental e merece uma menção honrosa num país cinzento, devastado pelas chamas, que quer diminuir a sua pegada ecológica”. E o Web Summit? “A única coisa positiva foi ter colocado Portugal no mapa. De resto não sai nada de lá”.

“No Web Summit, somos apenas números, não somos empresas, não somos nada”, concorda a empreendedora, cuja startup tem como objetivo rentabilizar a utilização de solos agrícolas, através de um mapeamento por drones dos terrenos e posterior tratamento para que se atinja um terreno equilibrado. “Ajudamos na gestão da água e diminuição de pesticidas. Eventos como este aproximam empresas que trabalham com os mesmos clientes e, consequentemente, fazem-nos ir ainda mais longe”, enfatiza. A startup de Ana tem seis meses e está sedeada no destino desta jornada. “Até esta viagem de comboio mostra que Idanha está muito à frente”, assinala o mentor, referindo-se ao ambiente fervilhante que enche as carruagens deste comboio especial.

Toda a minha vida sonhei com trabalhar nas energias renováveis e agora faço-o. Sinto que estou em Hollywood e que sou o Tom Cruise.

Martin Razuks-Ebels

CEO e cofundador da Earth Pumps

“Este é um comboio mágico. Estão aqui todos os ingredientes para que isto corra bem”, concorda, por fim, a secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Maria Rollo pega no microfone e faz questão de deixar uma nota de incentivo àqueles que estão a caminho de Idanha-a-Nova. “É um comboio e um projeto de afetos. Esta é uma combinação a que não falta nada. É um comboio de missão pública e entrega. É um comboio mágico da inovação”. Quanto aos papel da educação superior portuguesa, nesta vertente da inovação, Rollo acrescenta: “Os nossos politécnicos são fantásticos”.

Ao lado da secretária de Estado está Armindo Jacinto, presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, que sorri, orgulhoso. “Para mim o país é o interior e o interior é o país”, elogia Rollo. “Esta iniciativa mostra a sensibilidade do Governo para estas questões”, responde Jacinto. “Era muito mais fácil desenvolver isto em Lisboa”, lembra… “Mas não seria tão bom”, riposta a governante, arrancando risos daqueles que se juntaram no centro da carruagem para ouvir os representantes.

A secretária de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior considera este comboio um meio de transporte de “serviço público e entrega”.DR

Lá fora, a luz já se foi, mas dentro do “comboio mágico” a energia não tem fim à vista. Ao redor de Robert Shateen estão agora dois empreendedores loiros. “Há quem diga que a geração dos millennials tem de encontrar um propósito de vida para ser feliz. Toda a minha vida sonhei com trabalhar nas energias renováveis e agora faço-o. Sinto que estou em Hollywood e que sou o Tom Cruise”, brinca Martin Razuks-Ebels, da Earth Pumps (startup que oferece oito vezes mais eficiência na produção de aquecimento), transpirando o exato sentimento que enche as quatro paredes de metal desta viagem: entusiasmo pelo futuro e pelos dois dias de trabalho que se avizinham.

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O Web Summit acabou, e agora?

O ECO falou com várias startups que vieram ao Web Summit tentar fazer negócio. Cada uma tentou chamar atenção à sua maneira e parece que resultou. Para o próximo ano fica a promessa de um regresso.

Ao fim de quatro dias de trabalho e inspiração, o Web Summit chegou ao fim. O ECO foi ao encontro das startups para perceber se a vinda a Lisboa valeu a pena e se conseguiram criar parcerias. Pelos vistos valeu. Cada um usou as armas que tinha e, no final, garantem que o objetivo foi concluído com sucesso.

Mesmo no último dia, desengane-se quem pensou que o ambiente ia acalmar. A multidão continuava lá e as empresas continuam em busca do novos contactos e futuras parcerias. João Rosa aproveitou para visitar o evento com mais atenção. O sócio da 3DWays veio ao Web Summit para “procurar resolver o problema da dificuldade da impressão 3D profissional” que, segundo ele, tem tudo para dar certo.

O 3D não é o presente, é o futuro. Com o 3D podemos construir tudo o que quisermos“, dizia. A empresa de João Rosa destaca-se pelo facto de conseguir dar “apoio online, em tempo real” ao cliente, mesmo que a máquina esteja noutro país. O objetivo é “criar um verdadeiro hub das impressões 3D”, explica.

Stand no Web Summit, vale a pena?

O investidor conta o papel fundamental que o Web Summit representa para empresas como a sua: depois de no ano passado ter cá estado sem stand, este ano com um, assegura que a presença de uma bancada influencia, e muito, o contacto e a exposição da empresa. “Fizemos muitas parcerias no primeiro dia, quando tivemos o stand. Já tinha cá estado o ano passado sem stand e a diferença foi completamente diferente. Conseguimos mostrar mais o nosso produto“.

João Rosa é sócio da 3DWays.Paula Nunes/ECO

"Fizemos muitas parcerias no primeiro dia, quando tivemos o stand. Já tinha cá estado o ano passado sem stand e a diferença foi completamente diferente. Conseguimos mostrar mais o nosso produto.”

João Rosa

3DWays

Não é só João Rosa que considera o Web Summit um rampa de lançamento para muitas empresas. Também Frederico Paiva, responsável de negócio da Samsung, assegura que conseguiu “tirar muitas ideias” e “perceber uma série de soluções”. Ao fim de quatro dias, relembra a importância do evento: “para a economia em geral e não para qualquer empresa em particular. Penso que dá espaço a uma nova geração de empreendedores e vai permitir abrir muitos negócios e desenvolver a economia”.

No fim da conversa ficou uma promessa. Quando questionado se estaria cá novamente para o ano, Frederico assegurou que, mesmo que a empresa não esteja, o que é difícil de acontecer, “Eu, pelo menos, estarei de certeza”.

Foi a explorar o recinto que encontramos Justine Sain-Eve Fromont, vinda diretamente de Paris. Representante da Synapse Editions, uma aplicação que se divide entre e-books e jogos online, contou ao ECO que veio ao Web Summit para “conhecer outras startups, investidores, parceiros e participar nas conferências”, que tanto elogiou. E não vai para França de mãos a abanar. Justine conta que conseguiu fazer “alguns negócios” e teve a “oportunidade de travar muitos conhecimentos”. Para o ano, entre sorrisos, confessa que “gostaria muito de voltar”.

Justine Saint-Eve Fromont é a representante da Synapse Editions.Paula Nunes/ECO

Um pouco à frente, a passear pelo recinto, a Patrícia e a Madalena não conseguiram passar despercebidas com as mensagens apelativas que traziam estampadas nas mochilas. São da PrimeIt, uma consultora tecnológica que atua nas áreas das telecomunicações e do marketing digital e garantiram que o peso que carregavam não as fazia desanimar.

Contrariamente a João Rosa, das impressoras 3D, este ano as jovens empreendedoras voltaram ao Web Summit mas, desta vez, sem stand. Ficaram-se pelas mochilas, mas garantem que é mais “divertido”. “Com um stand, obviamente que temos muitas mais pessoas a virem diretamente falar connosco, não necessariamente potenciais clientes, mas todo o tipo de pessoas. Com as mochilas conseguimos visitar todo o Web Summit, mas é mais difícil abordá-las. É mais difícil assim, mas mais divertido“, contam. Para o ano, dizem, a ideia será unir o stand e as mochilas de forma a conseguir chegar a um maior número de potenciais investidores.

Havia uma “mercearia” e mulheres em cima do balcão

Partindo do princípio que o que mais vende é o que é mais apelativo, cada um usa as armas que tem para conseguir compradores ou, neste caso, investidores. Este ano, o stand de João Rosa destacou-se dos demais por ter uma particularidade única: os preços afixados. “A nossa bancada parecia uma mercearia. Tínhamos preços para as pessoas saberem quanto custa o produto, em comparação com diferentes tecnologias”, conta.

E ainda garante que isso lhe valeu muitos contactos. “Não só fizemos várias parcerias como foi muito interessante porque saímos daqui não só com uma solução de modelo de negócio, mas com um conjunto potencial de parceiros que nos vão permitir chegar a outros países“, disse o investidor da 3DWays.

Mas, neste stand da Kitchintable, não há preços e quem manda são as mulheres! Laila Dupuy veio de Londres para o Web Summit e trouxe consigo a sua empresa criada exclusivamente para o mundo feminino. A Kitchintable é uma plataforma que pretende unir as mulheres, oferecendo a possibilidade de partilha das suas próprias mesas de cozinha para trabalho. E parece que tem funcionado, e segundo Laila tem tido uma grande adesão por parte do público feminino e recebeu vários elogios durante o evento.

Laila Dupuy, da empresa Kitchintable, veio de Londres para o Web Summit.Paula Nunes/ECO

No entanto, agradar ao público masculino é que parece ser mais difícil. A fundadora da Kitchintable conta que “os homens nem sequer olham porque estão duas mulheres no stande o nome também não ajuda. “É como se estivesses no baile de finalistas à espera que um rapaz (investidor) se aproxime para conversar”, diz. Ainda assim, isso não vai parar a Kitchintable. “Acho o Web Summit incrível, adoro!” e para o ano há mais.

Um pouco mais longe, diretamente do Estado de Donald Trump vieram o Fabrice e o Pietro. Intitulam-se os “Uber’s e os Airbnb para festas e eventos” e representam a Tuunrt: uma aplicação que pode ajudar vários party lovers a encontrar as melhores festas da cidade. Passamos a explicar: sempre que procurar alguma festa ou evento perto de si, basta recorrer à Tuurnt. Irá ter acesso a todas as festas nas redondezas, horários e preços, mas a particularidade é que consegue ver em direto o que lá se passa.

Fabrice Mishiki e Pietro Kabeya da Tuurnt. O negócio deles é festa.Paula Nunes/ECO

Como? Os utilizadores da aplicação que estejam na festa/evento publicarão na plataforma vídeos em direto do ambiente que lá se vive. Assim, poderá decidir se lhe agrada ou não. Para além disso, Pietro conta que o utilizador tem ainda a “chance de criar o seu próprio evento e conseguir dinheiro com isso, ao estipular um preço e convidando as pessoas que quiser“.

É o primeiro dia da Tuurnt em Portugal e na Web Summit, mas ambos os responsáveis garantem que será uma experiência a repetir, e nem sequer vão precisar de ver vídeos em direto para decidir se vêm, ou não.

Outros participantes e negócios na Web Summit

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CMVM tem feito inspeções ao Banif na Madeira

Fonte do regulador adiantou que tem feito inspeções presenciais à forma como foram vendidos produtos financeiros pelo Banif e que não se limita a verificar se documentos obrigatórios foram assinados.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliário (CMVM) tem estado a desenvolver ações de inspeção na Madeira, com presença nos balcões do banco Banif, no âmbito da investigação que está a realizar depois das queixas de centenas de obrigacionistas sobre a forma como lhes foram vendidos os títulos de dívida, apurou o ECO.

Para lá da documentação física que tem obtido, o regulador tem estado em contacto direto com responsáveis da instituição naquela ilha, sabe o ECO.

À agência Lusa, fonte da instituição revelou que estas “ações de supervisão presencial” visam “o apuramento do cumprimento pelo responsável pela comercialização dos deveres legais a que está sujeito”. A mesma fonte adiantou que a análise da “CMVM não se cinge apenas a verificar se a documentação foi assinada ou não”.

A investigação da CMVM relaciona-se com as mais de mil reclamações que obrigacionistas do Banif lhe fizeram chegar a dar conta do modo como lhes foram vendidos esses títulos. O objetivo desses clientes é que se prove que houve vendas fraudulentas (‘misseling’) no Banif (mesmo quando era já maioritariamente detido pelo Estado) e que lhes seja dada uma solução que os compense pelas perdas monetárias sofridas.

"A análise da CMVM não se cinge apenas a verificar se a documentação foi assinada ou não, abrange também o desenvolvimento de ações de supervisão presencial com vista ao apuramento do cumprimento pelo responsável pela comercialização dos deveres legais a que está sujeito.”

CMVM

Contudo, este processo tem-se arrastado, até pelas dificuldades da CMVM em aceder a toda a informação necessária, pelo que a associação que representa os lesados do Banif (ALBOA) tem estado a trabalhar para acelerar este processo, que deverá passar pela criação de uma comissão arbitral mediada pela Ordem dos Advogados.

O objetivo é que dessa comissão saia um relatório que permita montar uma solução que compense estes lesados.

Esta sexta-feira, o presidente da ALBOA, Jacinto Silva, mostrou-se esperançado com essa comissão arbitral, que vai “substituir a declaração da CMVM” e que será “uma via para ultrapassar” o impasse.

“Das reuniões que tem havido com a CMVM, temos percebido que a CMVM está numa linha que não é a nossa. A linha deles é analisar reclamação a reclamação e saber se toda a documentação foi assinada e se as pessoas ao subscreverem o produto o subscreveram em consciência. A CMVM, sendo um organismo supervisor, o que interessa é se há papéis ou não há papéis, a forma como eles foram assinados não interessa”, afirmou Jacinto Silva.

Após estas declarações, fonte oficial do regulador esclareceu que, neste processo, a CMVM não se limita a analisar a documentação do ponto de vista formal, mas que está também a levar a cabo ações inspetivas para saber como foi feita a comercialização.

Em dezembro de 2014, o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal. Desde então, obrigacionistas do banco têm andado em ‘luta’ por uma solução que os compense pelas perdas.

"Das reuniões que tem havido com a CMVM, temos percebido que a CMVM está numa linha que não é a nossa. A linha deles é analisar reclamação a reclamação e saber se toda a documentação foi assinada e se as pessoas ao subscreverem o produto o subscreveram em consciência. A CMVM, sendo um organismo supervisor, o que interessa é se há papéis ou não há papéis, a forma como eles foram assinados não interessa.”

Jacinto Silva

Presidente da ALBOA

Em causa estão cerca de 3.500 investidores, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores e das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, que perderam 263 milhões de euros.

O primeiro-ministro, António Costa, disse em julho que havia “vontade política de responder a uma situação gravíssima”, considerando que é “evidente” que essas pessoas [lesados do Banif] “fizeram confiança num sistema que as aldrabou”.

A ALBOA tem dito várias vezes que entre os obrigacionistas do Banif estão muitos clientes de poucas habilitações que, persuadidos pelos comerciais do banco, transferiram poupanças de depósitos para obrigações e dá mesmo exemplo de “situações vividas nos Açores, onde testemunhas referem que os comerciais bancários se deslocaram com frequência até aos campos de pastorícia de gado” para venderem as obrigações.

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Presidente angolano alerta para “inúmeros obstáculos” da governação

  • Lusa
  • 11 Novembro 2017

No primeiro discurso enquanto chefe de Estado angolano, João Lourenço pediu ajuda ao povo para neutralizar a "corrupção e a impunidade têm um impacto negativo direto na capacidade do Estado".

O Presidente angolano, João Lourenço, alertou este sábado para os “inúmeros obstáculos no caminho” a percorrer no mandato que está a iniciar, mas garantiu que os compromissos que assumiu, desde logo no combate à corrupção, são para concretizar.

João Lourenço discursava pela primeira vez como chefe de Estado, na sequência das eleições gerais de agosto, nas cerimónias oficiais do dia da independência angolana, proclamada a 11 de novembro de 1975, que este ano decorreram no município da Matala, próximo do Lubango, capital da província da Huíla, no sul.

Na intervenção, recordou as “metas traçadas” durante a campanha eleitoral e as medidas anunciadas no ato investidura como Presidente da República e na mensagem sobre o Estado da nação, no parlamento, assegurando que “são para serem encaradas com a devida seriedade e responsabilidade”.

“Sei que existem inúmeros obstáculos no caminho que pretendemos percorrer, mas temos de reagir e mobilizar todas as energias para que esse cumprimento se efetive nos prazos definidos”, apontou.

"Sei que existem inúmeros obstáculos no caminho que pretendemos percorrer, mas temos de reagir e mobilizar todas as energias para que esse cumprimento se efetive nos prazos definidos.”

João Lourenço

Presidente de Angola

Retomou o apelo à “honestidade e competência” dos “melhores quadros” do país no processo de desenvolvimento nacional, mas apenas os têm a “vontade” de “bem servir o país”.

“Precisamos ao mesmo tempo de neutralizar ou reduzir a influência nefasta dos que apenas se preocupam em se servir a si mesmo, descurando a necessidade da defesa do bem comum”, alertou João Lourenço.

Na intervenção de hoje, a propósito do 42.º aniversário da proclamação da independência de Angola, e com o país mergulhado numa profunda crise financeira, económica e cambial, devido à prolongada baixa da cotação do petróleo, o Presidente angolano destacou que a “grande batalha” é agora a do desenvolvimento da economia e da “melhor distribuição da renda nacional”.

"Precisamos ao mesmo tempo de neutralizar ou reduzir a influência nefasta dos que apenas se preocupam em se servir a si mesmo, descurando a necessidade da defesa do bem comum.”

João Lourenço

Presidente de Angola

“Que será igualmente árdua e merecerá por isso muita inteligência, dedicação ao estudo e ao trabalho, disciplina, mas sobretudo coragem para se tomarem as medidas de reformas que se impõe. É imprescindível pensarmos em abrir e diversificar a nossa economia, e sem abdicar de mantermos o petróleo num lugar importante que lhe cabe, exploramos ao máximo os enormes e variados recursos naturais de que o país dispõe”, disse.

A 26 de setembro, no seu discurso de investidura, pouco depois de receber o poder de José Eduardo dos Santos, chefe de Estado desde 1979, João Lourenço prometeu que o combate ao crime económico e à corrupção será uma “importante frente de luta” e a “ter seriamente em conta” no mandato de cinco anos que agora inicia.

“A corrupção e a impunidade têm um impacto negativo direto na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o nosso povo a trabalhar em conjunto para estripar esse mal que ameaça seriamente os alicerces da nossa sociedade”, afirmou João Lourenço, perante uma forte ovação popular.

"A corrupção e a impunidade têm um impacto negativo direto na capacidade do Estado e dos seus agentes executarem qualquer programa de governação. Exorto por isso todo o nosso povo a trabalhar em conjunto para estripar esse mal que ameaça seriamente os alicerces da nossa sociedade.”

João Lourenço

Presidente de Angola

Desde que assumiu o poder, João Lourenço já exonerou a administração de várias empresas públicas, algumas das quais nomeadas meses antes das eleições por José Eduardo dos Santos, que continua como presidente do MPLA, partido vencedor das eleições gerais de agosto.

No discurso, João Lourenço recordou tratar-se de um regresso à província da Huíla, onde em fevereiro fez a sua primeira apresentação como, então, cabeça-de-lista do MPLA às eleições gerais, as quais, afirmou, permitiram a “conquista do coração dos angolanos e consequentemente a cadeira presidencial”.

“Agradeço terem correspondido aos apelos por mim feitos, durante a campanha eleitoral, dando-me com grande maioria o direito e o dever de conduzir os destinos da nação angolana durante os próximos cinco anos, em conformidade com o programa de Governo 2017/2022, previamente anunciado pelo partido vencedor das eleições”.

“Tive a ocasião de referir que juntos construiremos um futuro melhor para Angola. Para tal, conto com o apoio de todos, sem exclusão de ninguém e sem distinções de origem, género, etnia, credo religioso ou filiação partidária”, enfatizou.

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Merkel diz que “tempo escasseia” e apela à luta contra as mudanças climáticas

  • Lusa
  • 11 Novembro 2017

Angela Merkel diz que a "urgência é grande" na luta contra as alterações climáticas e exemplo disso são as catástrofes naturais. Apela aos países mais industrializados para combater mudanças no clima.

A chanceler alemã instou os países mais industrializados a lutar de forma responsável contra as mudanças climáticas e a aproveitar a cimeira do clima de Bona (COP23) para tomar medidas concretas nessa direção, já que “o tempo escasseia”.

A urgência é grande como demonstram as catástrofes naturais. Quando falamos de migrações também sabemos que estas são indiretamente condicionadas pela mudança climática”, afirmou Angela Merkel na sua mensagem semanal, antes da sua intervenção na próxima quarta-feira na COP23, que decorre na antiga capital federal da Alemanha.

Todos os países, e especialmente as potências mais industrializadas, “entre as quais se inclui a Alemanha”, recordou – devem contribuir “para o objetivo de que o aumento da temperatura [da Terra] fique abaixo de 2 graus, se possível de 1,5 graus”, continuou a líder alemã.

"A urgência é grande como demonstram as catástrofes naturais. Quando falamos de migrações também sabemos que estas são indiretamente condicionadas pela mudança climática.”

Angela Merkel

Chanceler alemã

Merkel insistiu que a situação agora é muito mais premente do que na década de 1990, aludindo à sua própria experiência como ministra do Meio Ambiente, de 1994 a 1998, pelo que afirmou que não é possível permitir mais atrasos para que “as coisas mudem de uma vez”. Para isso, disse, é preciso o compromisso de todos os envolvidos.

A Alemanha reduziu as suas emissões de gases de efeito estufa em 20%, entre 1990 e 2010, e estabeleceu o mesmo objetivo para a próxima década, até 2020, lembrou a chanceler, afirmando-se comprometida com essa meta.

A cimeira das Nações Unidas de Bona, que arrancou a 6 de novembro e termina a 17, é marcada pela decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de os Estados Unidos abandonarem o Acordo de Paris o mais rápido possível, o que será efetivo no final de 2020.

O Acordo de Paris foi conseguido em dezembro de 2015 e entrou em vigor em novembro de 2016, com o objetivo de juntar os esforços de todos os países para reduzir as emissões e conseguir limitar a subida da temperatura do planeta aos 2.ºC ou, preferencialmente, 1,5.ºC.

A delegação oficial dos Estados Unidos na COP23 é pequena, mas há várias iniciativas assinadas por presidentes de câmara, senadores e governadores dos estados dos Estados Unidos, quer republicanos quer democratas, determinados em demonstrar que o país continua comprometido com a luta contra as mudanças climáticas.

Entre as presenças mais proeminentes na COP23 está o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, que se tem evidenciado na luta contra as mudanças climáticas. A cimeira conta ainda com a presença de Michael Bloomberg, ex-presidente da Câmara de Nova Iorque.

Os Estados Unidos podem tornar-se o único país a ficar de fora do compromisso global de luta contra as alterações climáticas, uma vez que outros que estavam à margem – Nicarágua e Síria – anunciaram a intenção de subscrever o Acordo de Paris.

A COP23 entrará na próxima semana na sua ronda decisiva.

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Putin garantiu a Trump que não interferiu nas eleições americanas

  • Lusa
  • 11 Novembro 2017

Trump afirmou que o seu homólogo russo lhe garantiu que a Rússia não interferiu nas eleições presidenciais norte-americanas, realizadas há um ano e que terminaram com a vitória do republicano.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou este sábado que o seu homólogo russo, Vladimir Putin, lhe disse que “não interferiu” nas eleições presidenciais norte-americanas, durante uma conversa entre os dois chefes de Estado em Danang, no Vietname.

“Ele disse-me que não tinha tido absolutamente nenhuma interferência nas nossas eleições“, realizadas há um ano, disse o Presidente norte-americano aos jornalistas a bordo do Air Force One durante a viagem entre Danang e Hanói.

Donald Trump e Vladimir Putin falaram à margem do Fórum de Cooperação Económica da Ásia-Pacífico (APEC), que está a decorrer no Vietname.

"Ele disse-me que não tinha tido absolutamente nenhuma interferência nas nossas eleições.”

Donald Trump

Presidente dos EUA

A cimeira da APEC termina este sábado com o encontro dos líderes das 21 economias do bloco.

A APEC é formada pela Austrália, Brunei, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, Filipinas, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Peru, Rússia, Singapura, Taiwan, Tailândia e Vietname.

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Advogados obrigados a comunicar suspeitas de branqueamento

Advogados recusam quebrar sigilo mesmo quando está em causa suspeitas de lavagem de dinheiro ou de financiamento do terrorismo dos clientes, mas a ministra da Justiça discorda.

Desde setembro deste ano que as críticas face às novas regras de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo se fizeram somar. Deve ou não um advogado quebrar o sigilo profissional perante o cliente, em nome da prevenção neste tipo de crimes? A resposta da classe é clara: não, não deve. Porém, em declarações à Advocatus, fonte oficial do gabinete da ministra da Justiça Francisca Van Dunem, a resposta é igualmente clara: “Não existem dúvidas de que, caso seja identificada alguma tipologia de branqueamento ou financiamento do terrorismo que deva ser objeto de comunicação automática por todas as entidades obrigadas previstas na Lei nº 83/2017, os advogados devem ser também incluídos”.

O bastonário da Ordem dos Advogados (OA), Guilherme de Figueiredo, já fez saber que “forçar os advogados a serem uma espécie de denunciantes em relação aos clientes, em dadas transações, é afetar um capital inestimável da classe”. Tal como o presidente do Conselho Regional da OA, António Jaime Martins defende que “há leis na história que fazem lembrar os tempos antes do 25 de Abril e são questões a que os advogados são muito sensíveis. Nos tribunais plenários, os advogados defendiam os seus constituintes e eram perseguidos porque tinham que os delatar”.

"Não existem dúvidas de que, caso seja identificada alguma tipologia de branqueamento ou financiamento do terrorismo que deva ser objeto de comunicação automática por todas as entidades obrigadas previstas na Lei nº 83/2017, os advogados devem ser também incluídos.”

Fonte oficial do Ministério da Justiça

Em causa a lei referida (nº 83/2017) – em vigor desde setembro – que resulta da transposição de uma diretiva comunitária. Prevê a nova lei uma lista de deveres para as entidades obrigadas – nos quais se incluem os advogados – como o de comunicação de todas as operações em que saibam, suspeitem ou tenham razões para acreditar que os fundos utilizados provêm de atividades criminosas. No caso especifico dos advogados, suspeitas relativas ao próprios clientes que representam.

Ou ainda o dever de colaboração em que deverão prestar toda a informação necessária, disponibilizando documentos inclusive, perante pedido das entidades judiciárias e o dever de não revelar ao cliente que se encontra ou possa vir a encontrar-se em curso uma investigação ou inquérito criminal contra o mesmo.

A mesma lei garante ainda que há a possibilidade dos Estados, internamente, legislarem por portaria e especificarem se os advogados estão ou não obrigados a esse dever de comunicação. Henrique Salinas, sócio da CCA Ontier e docente na Faculdade de Direito da Universidade Católica sublinha que “esperemos que esta portaria exista e que explique e esclareça o que teremos de fazer”.

Da parte do gabinete da ministrada Justiça a resposta é igualmente clara: “não é possível dizer com toda a certeza se a portaria virá prever alguma tipologia que diga respeito aos advogados”. Não existindo, os advogados terão de decidir caso a caso e haver uma ponderação. “À partida, eu direi sempre que o dever de sigilo prevalece”.

João Medeiros, sócio da PLMJ, garante que “os advogados não podem, em circunstância alguma, ser transformados em cúmplices dos órgãos de polícia criminal contra os seus clientes traindo a confiança que lhes foi depositada”. Acrescenta ainda que “a revelação é absolutamente incompatível com a obrigação de guardar segredo profissional”.

"Forçar os advogados a serem uma espécie de denunciantes em relação aos clientes, em dadas transações, é afetar um capital inestimável da classe.”

Guilherme de Figueiredo

Bastonário da Ordem dos Advogados

Nuno Pena, sócio da CSM Rui Pena & Arnaut considera que é importante “deixar claro que a lei não vem fazer tábua rasa dos deveres de sigilo”. Mas o advogado admite que “o problema agrava-se nas situações que não dizem respeito a qualquer dos casos acima descritos (casos que não se subsumam ao n .º 1 e 2 do artigo 79.º) para os quais o legislador prevê a obrigação de comunicação de todos os factos dos quais tomaram conhecimento às autoridades requerente de forma direta, ou seja, sem passar pela Ordem. Em termos práticos e sem prejuízo de a realidade ser sempre mais imaginativa do que própria imaginação – nos poder surpreender, não se antecipa facilmente que casos possam acabar por se subsumir aqui”.

Mafalda Oliveira Monteiro, sócia da Miranda Law Firm sublinha à Advocatus que o segredo profissional estará em causa “se a a nova portaria vier a impor deveres de comunicação sistemática aos advogado e o dever de colaboração não for ajustado para implicar que a prestação de informações a pedido sobre operações em relação às quais o advogado entendeu não existir qualquer suspeita, não tenha lugar sem a intervenção da Ordem dos Advogados”.

Já Sérgio Antunes Teixeira, advogado associado da FCB, tem uma convicção mais assertiva: “a questão é polémica mas, na ausência de expressa derrogação legal, o dever de segredo profissional estabelecido no Estatuto da Ordem dos Advogados mantém-se vinculativo e absoluto. Não se pode sequer admitir outra possibilidade”. Miguel Torres, sócio da Telles, aplaude a posição pública do bastonário da OA e admite que considera que “o segredo profissional inerente à profissão de advogado poderá ser afetado pelo facto de os advogados, nos termos desta nova Lei, serem obrigados, por sua própria iniciativa, a informar e comunicar ao DCIAP e à UIF sempre que saibam ou suspeitem que certos fundos ou bens provêm de atividades criminosas ou relacionadas com estas”, concluiu o advogado.

O que dizem os bancos e empresas?

Um dos aspetos mais criticados da nova lei são os esforços burocráticos que esta impõe às empresas, decorrentes do alargamento do dever de diligência e de identificação, do conceito de “Pessoa Politicamente Exposta” e ainda do dever de controlo. A Advocatus falou com duas empresas do setor financeiro e uma PME para obter a respetiva posição acerca das implicações práticas da lei. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) procedeu à “imediata avaliação da necessidade de adaptação”, garante fonte oficial. Tendo em conta as exigências do Aviso n.º 5/2013 do Banco de Portugal, já em vigor, as “modificações encontram-se minimizadas” e os procedimentos internos relativos à PBC/CFT “não serão sujeitos a grandes alterações”, explica a instituição. Também no BCP os procedimentos internos já “foram alvo de adaptação às novas regras e limites”. O BCP assegura portanto que “há capacidade para acomodar as alterações havidas no curto prazo”, sem se alongar acerca de possíveis dificuldades. Por seu lado, o banco do Estado alerta que “o prazo de 30 dias estipulado pela lei para a sua entrada em vigor não é compatível com o tempo necessário para revisão dos normativos internos”, que vão desde a adequação dos sistemas informáticos à formação dos colaboradores.

Quanto às sanções e à relevância da lei, a CGD abstém-se de comentar e o BCP é cauteloso nas respostas. O banco liderado por Nuno Amado reconhece que as sanções são “mais amplas e mais pesadas” mas afirma a convicção de que “o sistema de controlo mitiga de forma adequada os riscos”. De resto, o banco acrescenta apenas que aplicará a lei “como é seu dever”.

A Frulact, uma PME portuguesa que se dedica a produzir preparados de fruta para a indústria dos laticínios, sublinha que “está sensível e habituada a lidar com níveis de compliance em alguns casos ainda mais exigentes”, dado o contexto de internacionalização. Porém, a empresa aponta que o setor financeiro, o mais visado pela lei, em geral “passa para as empresas” a carga documental, burocrática e processual. Isto significa “custos organizativos e processuais cada vez maiores”. Relativamente à capacidade para aplicar a lei, a empresa apenas comenta que “é nossa responsabilidade tudo fazer para a cumprir”, sem dar garantias, embora não se mostre preocupada com as sanções. “As sanções devem preocupar quem não tenha condições para cumprir a lei, por dificuldades no suporte técnico ou administrativo. Não é o nosso caso”, garante a Frulact.

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Alibaba tem novo plano para faturar milhões no Dia dos Solteiros na China

  • Bloomberg
  • 11 Novembro 2017

A China celebra este sábado o Dia dos Solteiros e a gigante do comércio eletrónico Alibaba tem um plano para faturar ainda mais milhões com iniciativa de consumo que rivaliza com o Dia dos Namorados.

Jack Ma obrigou Jeff Bezos a entrar no ramo de supermercados. Agora, o homem mais rico da China está novamente a mostrar o caminho ao rival ao mirar seis milhões de lojas independentes no maior teste do plano para reinventar o retalho físico.

A Alibaba de Ma preparou-se bem para o Dia dos Solteiros — uma festa anual de compras online que se realiza a 11 de novembro na China. Esta celebração é muito maior do que a Black Friday e a Cyber Monday, que segundo uma estimativa do Citigroup pode gerar uma venda recorde de 158 mil milhões de yuans (24 mil milhões de dólares). Neste ano há algo diferente: a gigante do comércio eletrónico alistou 10% das lojas de conveniência da China, cerca de 600.000 pontos de venda, para que vendam mercadorias e enviem milhões e milhões de encomendas para clientes de todo o país.

A ligação de lojas de bairro à internet é o mais novo impulso da Alibaba para agitar o mercado de retalho da China, de quatro biliões de dólares, e foi concebida como forma de estimular o amadurecido setor de comércio eletrónico do país. A ideia é conectar o mundo virtual e o mundo offline, atraindo mais clientes para a rede da empresa com o objetivo de aumentar os pedidos feitos pela internet e ao mesmo tempo coletar valiosas informações sobre compras.

Jack Ma, fundador da Alibaba, preparou vai ligar a gigante do comércio online a milhões de pequenas lojas de conveniência na China para celebrar o Dia dos Solteiros.Qilai Shen/Bloomberg

Com essa finalidade, as equipas da Alibaba espalharam-se por todo o país em antecipação ao 11 de novembro para ajudar os vendedores a atualizarem sistemas para monitorizar melhor os seus stocks de produtos. Esses retalhistas, muitos localizados em cidades de primeiro escalão, transformar-se-ão em centros de entrega e armazenagem.

“É possível ver, com essa estratégia de retalho, que a China realmente está a abrir caminho” em vez de copiar do exterior, disse John Choi, analista da Daiwa Securities, em Hong Kong. “O Dia dos Solteiros será uma boa oportunidade para testar a nova estratégia e para mostrar aos consumidores que o online e o offline podem funcionar juntos.”

O 11 de novembro surgiu como um antídoto da contracultura ao sentimentalismo em torno do Dia dos Namorados. O nome vem da forma em que a data é escrita numericamente, 11/11, lembrando “galhos nus”, uma expressão local que define pessoas não comprometidas.

A data tornou-se uma desculpa para levar os consumidores a comprarem quando a Alibaba iniciou sua onda de ofertas online, em 2009. Desde então, vários outros sites, do JD.com ao VipShop, seguiram o exemplo e Ma lidera um espetáculo de entretenimento transmitido ao vivo que tem apresentado celebridades como Daniel Craig para alcançar o público internacional. O evento deste ano em Shanghai terá a participação da estrela do ténis Maria Sharapova e do rapper americano Pharrell Williams, entre outros.

"É possível ver, com essa estratégia de retalho, que a China realmente está a abrir caminho em vez de copiar do exterior. O Dia dos Solteiros será uma boa oportunidade para testar a nova estratégia e para mostrar aos consumidores que o online e o offline podem funcionar juntos.”

John Choi

Analista da Daiwa Securities

Nos preparativos para o evento, os donos das lojas de conveniência começaram a usar uma aplicação móvel chamada Ling Shou Tong, expressão que pode ser traduzida como “conectar retalho”. As lojas independentes usam essa aplicação para comprar bens, ajudadas por recomendações sobre os produtos mais procurados. Os itens são enviados de armazéns dedicados da Alibaba, evitando assim os intermediários com os quais teriam que lidar. Em teoria, isso melhora o lucro das lojas.

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TAP lança campanha internacional para época baixa

Switch to Portugal Mode é o mote da campanha internacional da TAP que vai entrar a todo o gás na próxima semana em quase uma dezena de mercados turísticos.

A TAP lançou esta semana uma forte campanha internacional para promover os voos para Portugal na época baixa. A iniciativa é dirigida para países que têm um inverno mais rigoroso em contraste com o sol que Portugal ainda consegue oferecer durante meses tipicamente mais frios. Com o mote “Switch to Portugal Mode” (Mude para o modo Portugal, tradução livre), a campanha já arrancou em vários mercados internacionais na última semana, mas só entrará em pleno funcionamento durante a próxima, apurou o ECO junto da transportadora portuguesa.

Vai estar ativa em oito países e regiões onde há uma forte conetividade aérea com destinos portugueses através das ligações da transportadora portuguesa: Reino Unido, Alemanha, França, Holanda, Suíça, Escandinávia, Estados Unidos e Canadá.

No Youtube, já é possível visualizar o vídeo com o qual a TAP vai tentar convencer turistas internacionais a embarcar num dos seus voos com direção ao nosso país nos próximos meses.

 

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5 programas de natureza para fazer em novembro

  • ECO + Via Verde
  • 11 Novembro 2017

Lá pelo frio e a chuva espreitarem em novembro, não quer dizer que se feche em casa. Pelo contrário. Aproveite as cores do outono para se entregar às atividades ao ar livre.

De bicicleta ou a pé, do Gerês à Ria Formosa, saia para a rua e parta à descoberta do país.

Visitar o Parque Nacional do Gerês

Que o Parque Nacional da Peneda-Gerês é um dos maiores e mais bonitos do país já ninguém tem dúvidas. Agora, imagine este local repleto dos tons de outono.

Abrangendo as regiões do Alto Minho e de Trás-os-Montes, esta é uma reserva natural única, com vegetação exuberante e inúmeros cursos de água.

Da albufeira da Barragem da Caniçada, à Cascata do Arado, da vista do Miradouro da Pedra Bela, ao percurso mágico que a Mata da Albergaria oferece, todos os caminhos pelo Gerês podem ser uma surpresa. Pegue na máquina fotográfica e parta à descoberta.

https://www.viaverde.pt/Viagens-Vantagens/Descobrir-Portugal/galerias/geres-encantado

Percorrer a Ciclovia de Mira

Se é adepto da bicicleta, este percurso pode bem tornar-se num dos seus favoritos. São 25 km de ciclovia que o levam por lagoas, ribeiros, caniçais e floresta. Pode percorrer três rotas distintas, cada uma com os seus encantos. A Rota da Gandaresa (10 km), entre a Praia de Mira e o Areão; a Rotas das Lagoas (8 km), com partida da Praia de Mira em direção às Lagoas de Mira; e a rota dos Moinhos (6 km), da Lagoa de Mira à Ermida.

A maioria do caminho é feito em asfalto, mas não faltam alguns passadiços em madeira que acrescentam ainda mais charme à viagem.

Andar por Sintra

Entregue-se ao romantismo da época com um passeio por Sintra. A vila só por si já tem os seus encantos, mas é pela serra que encontra alguns dos monumentos mais belos da região.

Uma maneira diferente de conhecer toda esta riqueza natural e cultural — considerado pela UNESCO como Património da Humanidade — é seguindo os percursos pedestres. Da Pena ao Castelo ou até Seteais, existem trilhos para todos os gostos.

http://www.cm-sintra.pt/percursos-pedestres#pr-s5-quintas

Fazer os trilhos da Costa Vicentina

Mais uma boa opção para os amantes de caminhada. A Rota Vicentina oferece alguns dos percursos pedestres mais belos da Europa.

No total são 450 km de percurso pelo Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, que se estendem de Santiago do Cacém ao Cabo de São Vicente.

Não queremos que os faça de uma só vez, mas entre o Caminho Histórico, o Trilho dos Pescadores e mais oito percursos circulares mais curtos, o que não faltam são opções para ver de perto a bela paisagem da Costa Vicentina.

https://www.viaverde.pt/Viagens-Vantagens/Descobrir-Portugal/Artigos/rota-vicentina-uma-das-mais-belas-da-europa

Passear pela Ria Formosa

Por esta altura, para os lados da Ria Formosa, a maioria dos turistas já abandonou a região e voltou para casa. Mas outros visitantes estão a chegar aos milhares e a fazer da ria ponto de abastecimento.

Diversas espécies de aves usam este local nas rotas de migração e, por tal, este é um dos sítios de eleição no país para o birdwatching.

São 60 km de costa, entre Vila Real de Santo António e Faro, repletos de cenários magníficos e habitats raros. Para conhecer a Ria Formosa, o melhor é apanhar um barco e partir à descoberta dos vários canais.

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Água já não deverá chegar à região de Viseu de comboio como previsto

  • Lusa
  • 11 Novembro 2017

Custo de transporte por comboio é mais elevado do que por rodovia, pelo que a água já não vai chegar a Viseu pela via férrea, como estava previsto, anunciou presidente da Câmara de Viseu.

O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, admitiu que não se deverá concretizar a possibilidade de, a partir da próxima semana, começar a chegar água de comboio para abastecer a região.

“As Águas de Portugal já quantificaram. O custo é mais elevado por comboio do que por rodovia. E estamos a falar de uma gota de água, 500 metros cúbicos, que cada comboio traria”, afirmou Almeida Henriques aos jornalistas, durante uma visita feita à Barragem de Fagilde, acompanhado pelo Presidente da República e pelo presidente da Câmara de Mangualde.

Há dez dias que, para ajudar a enfrentar a seca que tem atingido a Barragem de Fagilde, a região tem sido abastecida por camiões cisterna que transportam água.

Segundo o autarca, ao invés do comboio, é preferível apostar na água existente num raio de 40 quilómetros, nomeadamente nas barragens de Balsemão, Vilar e do Planalto Beirão.

“E, eventualmente, até estudarmos a possibilidade de mais armazenamento de água no limite do sistema de abastecimento, para podermos fazer mais viagens por dia”, acrescentou.

Segundo o autarca, há também a hipótese de aproveitar águas de pequenas captações de pedreiras, recorrendo a Estações de Tratamento de Águas portáteis.

Na quinta-feira, Almeida Henriques tinha dito que deveriam chegar de comboio, a partir da próxima semana, mais de 500 metros cúbicos de água diários para fazer face à seca que atinge a região.

“Está a ser preparada a possibilidade de vir um comboio com água, diário, durante a noite, que descarregaria em Mangualde, com capacidade de mais ou menos 500 metros cúbicos (m3) por dia. Estamos a monitorizar diariamente, mas diria que é convenientemente que na próxima semana este transporte já esteja a ser assegurado”, revelou na altura.

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