Pinto da Costa investe 5 mil euros em ações do FC Porto

O presidente do FC Porto comunicou esta segunda-feira à CMVM que adquiriu mais de sete mil ações do clube este ano, num investimento superior a cinco mil euros. O preço médio foi de 68 cêntimos.

O presidente do conselho de administração do FC Porto investiu 5.024,06 euros em ações da SAD em 2017. A operação foi comunicada esta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Jorge Nuno Pinto da Costa pagou, em média, 0,68 euros pelas ações adquiridas entre 15 de fevereiro e 13 de setembro. Ao todo o presidente dos portistas comprou 7.387 ações da cotada que lidera.

No comunicado enviado à CMVM não é referida a posição atualmente detida por Pinto da Costa. Segundo o Jornal de Negócios, no final do ano passado, o presidente do Porto detinha 254.821 ações o que correspondia a 1,13% do capital.

As ações do clube subiram 1,45% na sessão desta segunda-feira para os 70 cêntimos.

Em junho, a SAD do FC Porto levantou 35 milhões de euros em obrigações em títulos a três anos. A procura ficou 1,3 vezes acima do que era pretendido.

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Jerónimo de Sousa quer “sinal claro” do Parlamento para travar Altice

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

O líder do PCP defende uma posição mais forte da Assembleia da República acerca das transferências de trabalhadores entre empresas do grupo Altice, situação que se tem verificado na PT.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou esta segunda-feira que era “importante” que a Assembleia da República desse um “sinal claro” à Altice, dona da PT Portugal, para travar o processo de transmissão de estabelecimento, um processo que classifica como “inaceitável” e “criminoso”.

Jerónimo de Sousa falava aos jornalistas no Parlamento, após uma reunião, que classificou de “importantíssima”, com as organizações representativas dos trabalhadores (ORT) da PT Portugal, onde foi abordado o projeto de resolução do Partido Comunista Português (PCP) sobre a figura jurídica de transmissão de estabelecimento (na prática, a transferência de trabalhadores para outra empresa), que vai ser votado na próxima quarta-feira. “Era importante que a Assembleia da República desse esse sinal claro para travar os objetivos que Altice está a realizar neste momento”, afirmou o líder comunista.

"Era importante que a Assembleia da República desse esse sinal claro para travar os objetivos que Altice está a realizar neste momento”

Jerónimo de Sousa

Secretário Geral do PCP

A multinacional Altice, que concluiu a compra da PT Portugal em junho de 2015, ou seja, há dois anos, transferiu recentemente 155 trabalhadores da operadora de telecomunicações para empresas do grupo, utilizando a figura de transmissão de estabelecimento, medida que levou a uma greve convocada pelas ORT.

“Esta votação do dia 20 [de setembro] seria um sinal claro que a Assembleia da República tentará impedir que esse processo inaceitável, diria criminoso, fosse sustido“, afirmou o secretário-geral do PCP, reiterando a importância da “PT no plano nacional”, considerando não ser “exagero afirmar que a defesa da PT hoje deveria constituir um imperativo nacional, patriótico”.

Sublinhando que a PT Portugal, que tem a marca Meo, é “estratégica num quadro em que tantas vezes se anuncia a necessidade de aprofundamento da ciência, investigação”, Jerónimo de Sousa salientou que é preciso defender os direitos dos trabalhadores, pois estes atualmente vivem “com o coração nas mãos“, já que o objetivo da Altice é “limpar os trabalhadores e aliviar encargos sociais”.

“É muito difícil apagar um incêndio com um incendiário”

Sobre este assunto, considerou, deveria haver “um consenso alargado”. Questionado sobre a possibilidade de haver um apoio do PSD ao projeto de resolução, Jerónimo de Sousa afirmou: “É muito difícil apagar um incêndio com um incendiário”. O líder comunista recordou que foi o governo PSD/CDS-PP que “liquidou aquele controlo mínimo que poderia existir” na PT Portugal.

“Não acredito em milagres, seria um milagre que o PSD alterasse a sua posição tendo em conta a sua responsabilidade neste processo de liquidação da PT”, rematou. Jerónimo de Sousa reiterou que “teria um grande significado que a Assembleia da República conseguisse encontrar uma solução que constituísse um aviso claro para dizer à Altice que basta o que está a fazer”, afirmando que se esse basta não for ouvido, o PCP continua a considerar que “controlo público” da operadora se impõe.

Jerónimo de Sousa disse ainda, relativamente ao Governo, que “é preciso passar das palavras aos atos“, aguardando para ver “qual é e votação do Partido Socialista”. Considerou que o Governo “deve fazer mais” sobre este assunto, pois “não basta dizer” que se muda de operadora.

Os próximos atos

As ORT da PT Portugal são recebidas na terça-feira pelo grupo parlamentar do PS, partido que está aberto a soluções de consenso com PCP e BE para as alterações ao Código do Trabalho de normas relacionadas com a utilização da figura da transmissão de estabelecimento. O PS entregou na semana passada, no parlamento, uma alteração ao Código do Trabalho em que reforça “a responsabilidade solidária” das empresas nos processos de transmissão de estabelecimento.

Segundo a exposição de motivos do projeto de lei, a que a Lusa teve acesso, o PS pretende reforçar algumas das normas relacionadas com a utilização da figura da transmissão, mas não vai tão longe quanto os diplomas do PCP e do BE. Comunistas e bloquistas preveem, nos seus projetos, que a transmissão de estabelecimento seja sujeita a autorização ou tutela do Governo, algo que o PS não adota.

Também os socialistas nada preveem quanto à possibilidade de o trabalhador poder recusar a transferência, mas reforçam o direito de o trabalhador ter “acesso a todo o conteúdo do contrato” na transmissão. Enquanto o projeto de lei do BE visa “alterar o regime jurídico aplicável à transmissão de empresa ou estabelecimento”, o do PCP tem o intuito de “clarificar e reforçar a defesa dos direitos dos trabalhadores em caso de transmissão de empresa ou estabelecimentos”.

Os três diplomas vão ser debatidos na próxima quarta-feira, no parlamento, seguindo-se um período de consulta pública e o trabalho de especialidade, em comissão, antes da votação final global.

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Habilidade, novidade ou trivialidade? A promessa de Centeno sobre o IRS

Centeno prometeu um alívio fiscal no IRS para todos os escalões em 2018, depois de referir a sobretaxa. O que quis dizer? O ECO explica as nuances da promessa do ministro das Finanças.

É o tema mais quente do Orçamento do Estado para o próximo ano: as alterações nos escalões do IRS. Os parceiros do Governo têm pressionado para haver um alívio maior do que os 200 milhões de euros inicialmente fixados. Este domingo Mário Centeno garantiu um desagravamento fiscal para todos os escalões no próximo ano, ressalvando que a fórmula final não esteja fechada. Mas o que realmente significa esta promessa?

O ministro das Finanças, em entrevista à RTP1, após a melhoria do rating de Portugal pela agência de rating S&P, garantiu ser uma “certeza” que a carga fiscal, “em particular nos rendimentos do trabalho”, vai descer em 2018. “Não tenho dúvida nenhuma que a melhoria das condições económicas em Portugal permite que isso aconteça”, argumentou. Uma das formas que Centeno vai atingir essa meta é através das alterações no IRS que, no entanto, ainda estão em discussão com o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista.

“A fórmula neste momento ainda não está fechada — está em análise — mas o objetivo é inequívoco: vamos trazer um alívio adicional. A sobretaxa vai ser totalmente eliminada. Portanto, até diria que todos os escalões de IRS vão sofrer um desagravamento fiscal no próximo ano“, afirmou o ministro das Finanças. Uma declaração prontamente criticada pela oposição: tanto Passos Coelho como Assunção Cristas acusam Centeno de eleitoralismo.

A sobretaxa do IRS

Existem várias nuances nestas declarações. Uma delas foi apontada pelo líder do PSD esta segunda-feira: “O que o ministro das Finanças queria dizer é que iria finalmente cumprir o seu compromisso de que a sobretaxa de IRS desaparecesse até ao final do ano, não é nenhuma novidade”. Pedro Passos Coelho classificou a frase de Centeno de “habilidadezinha de comunicação” ao anunciar alívio fiscal “que não o é”. Em causa está a eliminação gradual da sobretaxa do IRS — que está a ser executada este ano — e que Centeno refere na entrevista, imediatamente antes de “anunciar” um desagravamento fiscal em todos os escalões do IRS.

Ou seja, apesar desta medida ser do OE 2017, o reflexo integral no bolso dos contribuinte só acontecerá em 2018. Isto acontece por causa do calendário estabelecido pelo Executivo: os contribuintes do terceiro escalão deixaram de pagar em julho. Já os contribuintes do quarto e quinto escalão terão de pagar sobretaxa até ao final de novembro, pelo que vão sentir o desagravamento essencialmente no próximo ano.

1,6 milhões de contribuintes

O número até era maior, mas foi corrigido por Pedro Nuno Santos. Em vésperas de reiniciar as reuniões com PCP e BE, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares prometeu que o alívio fiscal do OE 2018 vai beneficiar 1,6 milhões de agregados. Ainda que não tenha dado mais pormenores, as notícias reveladas nas últimas semanas apontam em duas direções: um aumento do mínimo de existência e um desdobramento do segundo escalão (e talvez do terceiro escalão).

A primeira medida irá, segundo o Diário de Notícias, aumentar o limiar a partir do qual não há cobrança do impostos dos 8.500 euros anuais para os 8.850. O Expresso tinha revelado números semelhantes, onde a isenção chegava aos contribuintes que têm rendimentos até 630 euros mensais. A subida do mínimo de isenção vai favorecer parte dos contribuintes do 1.º escalão, uma possibilidade revelada por Mariana Mortágua ao ECO após uma reunião com o Governo. Em causa estava uma preocupação da esquerda de não deixar de fora “os mais pobres dos mais pobres”.

Para os escalões seguintes fica a dúvida de como será aplicada a fórmula do alívio fiscal que tanto o Governo como os parceiros parlamentares dizem não estar fechada. Caso o desdobramento do segundo escalão (ou mesmo do terceiro escalão) seja aplicado sem nenhuma outra alteração, os escalões mais altos também vão sentir um desagravamento fiscal. Contudo, tanto o Executivo como o BE garantem que existem formas de travar os benefícios nos escalões superiores, tornando o efeito neutro.

Este efeito nos escalões superiores tinha sido levantado pelo fiscalista Manuel Faustino, ainda em agosto. O PCP também admitiu, pouco tempo depois, que a criação do novo escalão do IRS no OE 2017 foi negociada, mas acabou por ser adiada por beneficiar os contribuintes com rendimentos mais elevados.

Haverá mesmo um alívio fiscal no IRS para todos os escalões?

A resposta à pergunta levantada vai, por isso, depender da fórmula final de alívio fiscal nos escalões do IRS que vier a ser aprovada no Orçamento do Estado para 2018.

Ainda que isso aconteça pelo lado da sobretaxa, essa é uma medida do OE 2017. Na verdade, já levou a um desagravamento fiscal integral, durante todo o ano, no primeiro e segundo escalão do IRS. Os outros escalões é que sentirão a maior parte do alívio fiscal pela eliminação da sobretaxa no próximo ano.

Para que haja um alívio fiscal em todos os escalões do IRS no próximo ano, através do OE 2018, a solução aprovada no Parlamento terá de excluir mudanças que tornariam neutro o efeito do desdobramento dos escalões. Esta medida tem um efeito dominó porque, uma vez que o IRS é um imposto progressivo, afeta todos os escalões acima. Por outro lado, o aumento do mínimo de existência levaria a um alívio parcial no primeiro escalão.

Ainda esta segunda-feira Ricardo Mourinho Félix meteu água na fervura, depois das declarações do ministro. O secretário de Estado Adjunto e das Finanças admitiu, em entrevista ao ECO, que se o Governo for “além dos 200 milhões no IRS, algo vai ter de deixar de ser feito, ou há eficiências que vão ter de ser encontradas para compensar qualquer valor que esteja acima dos 200 milhões”. Mourinho Félix afirmou que o Governo tema noção de que essa progressividade tem limites e tem efeitos sobre os incentivos das famílias e dos trabalhadores…

Conclusão: A frase “todos os escalões de IRS vão sofrer um desagravamento fiscal no próximo ano” é verdadeira, mas não é propriamente uma novidade já que o compromisso da sobretaxa vem desde o Orçamento de 2017. A não ser que Centeno resolva no Orçamento para 2018 baixar as taxas marginais nos primeiros escalões, sem colocar um travão nos escalões mais elevados, que acabariam indiretamente por beneficiar desse efeito de arrastamento.

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Rede de bicicletas partilhadas de Lisboa começa a funcionar na terça-feira

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

Fase de testes registou mais de 20.000 viagens desde junho. Nova fase começa com 10 estações instaladas no Parque das Nações, com uma capacidade de 100 bicicletas.

A rede de bicicletas partilhadas de Lisboa começa a funcionar na terça-feira, após uma fase de testes que registou mais de 20.000 viagens desde junho, informou esta segunda-feira a Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).

A nova fase do sistema de bicicletas públicas partilhadas da EMEL, com a marca Gira — Bicicletas de Lisboa, começa com 10 estações instaladas no Parque das Nações, com uma capacidade de 100 bicicletas, a que “irão faseadamente adicionar-se as restantes estações à operação, até perfazer as 140 estações e 1.410 bicicletas que compõem o sistema”, explicou a empresa, em comunicado.

Das 140 estações, 92 ficarão localizadas no planalto central da cidade, 27 na baixa e frente ribeirinha, 15 no Parque das Nações e seis no eixo entre as avenidas Fontes Pereira de Melo e da Liberdade.

Todas as bicicletas estarão associadas a uma aplicação móvel (intitulada ‘Lisboa Bike Sharing’), através da qual será possível utilizar a rede, facilitando a deslocação na cidade e ajudando na localização das estações e das bicicletas.

“O serviço Gira tem três modalidades de adesão: o Passe Anual e o Passe Mensal, destinado apenas a residentes em Portugal, com um custo de 25 euros e 15 euros, respetivamente, e o Passe Diário com um custo de 10 euros. A estes valores de subscrição do serviço acrescem as tarifas de utilização que têm como objetivo promover a utilização do sistema para viagens pendulares (casa-trabalho ou casa-escola), tipicamente de curta duração, por oposição às viagens de lazer”, acrescentou a EMEL.

A fase de testes do programa teve início a 21 de junho no Parque das Nações, desde quando 1.600 utilizadores experimentaram o sistema, tendo realizado 20.832 viagens e percorrido uma distância superior a 40.000 quilómetros, divulgou a EMEL.

A classe etária predominante de utilizadores vai dos 31 aos 40 anos e um terço dos utilizadores realizou 10 ou mais viagens durante esta fase.

Dois terços dos utilizadores são do género masculino e um terço feminino e 89% do total preferiu utilizar bicicleta elétrica.

O investimento da EMEL no projeto é na ordem dos 23 milhões de euros, através de um contrato de prestação de serviços celebrado com a empresa portuguesa Órbita, para um período de oito anos.

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Ryanair cancela 25 voos de Portugal em três dias, e vêm aí mais

  • Marta Santos Silva
  • 18 Setembro 2017

A empresa de aviação low-cost planeia cancelar 2.000 voos até ao final de outubro. A Comissão Europeia pediu que os direitos dos passageiros sejam respeitados, e a Deco explica como ser indemnizado.

Só entre esta segunda e quarta-feira, 25 voos da Ryanair vão ser cancelados a sair de Portugal, dos quais 20 saem do Aeroporto Sá Carneiro, com os restantes cinco a partir de Lisboa ou Faro. Os voos cancelados fazem parte de um projeto da Ryanair de cancelar cerca de dois mil voos até ao final do mês de outubro. A lista completa dos voos cancelados até ao final de outubro será divulgada ainda esta segunda-feira.

Inicialmente a empresa afirmou tratar-se de uma decisão motivada por uma maior produtividade, para procurar reduzir os atrasos, já que a pontualidade tinha decrescido 10% em setembro. No entanto, num comunicado, o presidente da Ryanair, Michael O’Leary, explicou esta segunda-feira que a Ryanair “fez mal a alocação de férias anuais para os pilotos de setembro e outubro”. “Estamos a tentar alocar uma licença de um ano inteiro num período de nove meses. (…) Esta é uma confusão que nós criámos. Peço desculpa a todos os nossos clientes por qualquer preocupação que isto lhes tenha causado este fim de semana”, acrescentou.

No comunicado, a Ryanair sublinhou que os cancelamentos das próximas seis semanas só vão afetar 98% dos clientes, mas confirmou que entre esta segunda-feira e terça-feira vai publicar no seu site a lista dos voos que vão ser cancelados. Porto e Lisboa estão entre os aeroportos mais afetados, escolhidos “devido à alta frequência de voos da Ryanair (…) de maneira a que os clientes possam receber ofertas melhores”.

Comissão Europeia apela ao “respeito”

A Comissão Europeia pediu hoje à Ryanair para “respeitar plenamente” os direitos dos passageiros. “Graças à União Europeia, todos os passageiros cujos voos foram anulados têm um conjunto de direitos no Direito Europeu”, declarou esta segunda feira Violetta Bulc, comissária com o pelouro dos Transportes. “Isso inclui o direito ao reembolso, ao reencaminhamento ou a um voo de regresso, bem como o direito a assistência e, em determinadas circunstâncias, o direito a indemnização”, referiu Bulc em comunicado.

“Estamos em contacto com a Ryanair e esperamos que respeitem plenamente esses direitos”, adiantou a comissária europeia, sublinhando que “as autoridades nacionais são responsáveis pela sua aplicação”.

Deco relembra que há direito a indemnização

A associação Deco alerta os passageiros da Ryanair do direito a indemnizações até aos 400 euros por viagem cancelada, além do reembolso ou remarcação da viagem e refeições/alojamento, e apela à intervenção do regulador da aviação.

O aviso para Portugal na página de internet da transportadora aérea não faz referência ao direito a qualquer compensação pelo cancelamento e mostra apenas duas soluções aos passageiros prejudicados: solicitar o reembolso, a processar em sete dias úteis, ou alterar o voo cancelado de forma gratuita, mas sujeito a disponibilidade de lugares. Paulo Fonseca, jurista da associação de defesa dos direitos dos consumidores Deco, acusa a transportadora de esconder outros direitos dos passageiros de voos cancelados, como o direito a uma indemnização, entre os 250 e os 60 euros consoante os quilómetros percorridos, embora para voos europeus o valor máximo seja 400 euros.

“Os passageiros podem ou solicitar o reembolso do bilhete, ou ir no voo logo que possível, mas tem sempre direito à assistência (refeições, bebidas, chamada telefónica, alojamento) e à indemnização”, afirmou o jurista, lembrando que as regras são aplicadas a todas as empresas que voam no espaço comunitário e só têm como exceções situações imprevisíveis para as transportadoras aéreas, como um furacão, guerra ou ato de terrorismo.

O jurista lembra ainda a publicidade lançada em Portugal há sete dias pela companhia, denominada “escapadinhas de outono”, e que anunciava 200 destinos a um preço de 14,99 euros. “Como pode uma empresa anunciar 200 destinos se ao mesmo tempo vai cancelar centenas de voos invocando a necessidade de descanso do pessoal de bordo pelos voos a mais que têm sido efetuados”, critica a associação.

A Deco questiona ainda o que tem feito o regulador da aviação, a ANAC – Autoridade Nacional da Aviação Civil, face ao “incumprimento do regulamento” comunitário, que gera responsabilidade contraordenacional, lembra a associação. “Vamos contactar a ANAC para saber que procedimentos estão a ser abertos pela violação clara dos direitos dos passageiros”, concluiu, lembrando que para os passageiros receberem a indemnização têm de fazer uma reclamação junto da companhia.

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Tancos: Governo “fez o que devia ser feito e num tempo muito curto”

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

O ministro da Defesa disse que o Governo "fez o que devia ser feito e num tempo muito curto" em relação ao roubo em Tancos. Acrescentou ainda que foram abertos três processos.

O ministro da Defesa sustentou esta segunda-feira que o Governo “fez o que devia ser feito e num tempo muito curto” na sequência do furto no paiol de Tancos e revelou que foram abertos três processos disciplinares no Exército.

Numa intervenção no debate de atualidade no plenário da Assembleia da República, Azeredo Lopes não respondeu a perguntas dos deputados para que esclarecesse as suas afirmações numa entrevista na qual disse que “no limite, pode não ter havido furto“, aludindo à ausência de provas.

“Em síntese, e sem prejuízo de críticas legítimas, o Governo fez o que devia ter feito e num tempo muito curto“, disse, no final de uma intervenção em que revelou que o Exército abriu “três processos disciplinares” e que o esvaziamento dos paióis nacionais de Tancos começou no passado dia 14, com a colaboração da PSP e da GNR. Mário Centeno, Ricardo Mourinho Félix e Carlos Tavares na apresentação da proposta de reforma da supervisão.

Os processos disciplinares foram abertos pelo Regimento de Infantaria n.º 1, que tinha a responsabilidade da guarda dos paióis na altura, na sequência do processo de averiguações interno.

Quanto às perguntas dos deputados do PSD e do CDS-PP sobre “o que se sabe e o que não se sabe” relativamente ao “furto de material militar” em Tancos, Azeredo Lopes insistiu que “são do domínio da autoridade judiciária competente” e que “o inquérito encontra-se em segredo de justiça”.

“Por muito que se insista, este apuramento não pode ser substituído por processos de averiguações, que têm um objeto e função diferentes”, declarou, citando, em seguida declarações do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no passado dia 4 de setembro, em que se manifestou preocupado com o tempo das investigações.

O ministro da Defesa adiantou que foram decididos “investimentos imediatos” na sequência da avaliação das condições de segurança das instalações de armazenamento de material, nomeadamente, um milhão de euros nos paióis de Santa Margarida e 500 mil euros em 16 unidades do Exército.

Quanto a medidas “a médio e longo prazo”, o ministro da Defesa adiantou que determinou, através de despacho, várias medidas, destacando a criação de um “sistema de informação comum para controlo efetivo de material sensível, que garanta a informação necessária e o controlo de acesso a informação”.

Azeredo Lopes sublinhou que os relatórios que lhe foram entregues pelos ramos e pela Inspeção de Defesa Nacional foram classificados como “secretos” por “quem os realizou” e não pelo ministério, invocando “matérias sensíveis de âmbito de Segurança Nacional aí tratadas”.

A violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois ‘paiolins’, e o desaparecimento de granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros foram divulgados pelo Exército no dia 29 de junho.

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Lisboa: Sondagem coloca Cristas à frente do PSD. Medina segue na frente

  • ECO
  • 18 Setembro 2017

Sondagem publicada pelo Jornal de Notícias coloca Medina à frente. Assunção Cristas surge logo atrás, ultrapassando Teresa Leal Coelho, do PSD, por um ponto percentual.

Assunção Cristas ultrapassa a candidata do PSD, Teresa Leal Coelho, na corrida à Câmara de Lisboa, angariando 17% das intenções de votos dos lisboetas, revela uma sondagem publicada esta segunda-feira. Medina lidera as intenções de voto.

O Jornal de Notícias avançou esta manhã com os resultados de uma sondagem [conteúdo pago, acesso restrito] realizada pelo Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica, a 16 de setembro, onde foram inquiridos 764 eleitores, distribuídos por sete freguesias do concelho de Lisboa. O resultado coloca Fernando Medina como presidente da Câmara de Lisboa, com 41% das intenções de voto, uma percentagem aquém da maioria absoluta conseguida por António Costa em 2013 (52%).

O destaque da sondagem vai para a deputada do CDS-PP, Assunção Cristas, que consegue ultrapassar Teresa Leal Coelho, a candidata do PSD, com uma percentagem bastante superior à registada por Paulo Portas nas autárquicas de 2001 (7%). Com 17% das intenções de voto, a deputada do CDS-PP posiciona-se à frente de Teresa Leal Coelho, que conta com 16% – o resultado mais baixo registado pelo PSD. Mas tendo em conta a margem de erro da sondagem 3,5% este resultado é inconclusivo. O nível de confiança da sondagem está nos 95%.

Do lado da Esquerda, Ricardo Robles, do BE, e João Ferreira, da CDU, mantêm-se lado a lado, numa disputa pelo quarto lugar destas eleições autárquicas, ambos com 8% dos votos. Se o resultado for confirmado, a CDU pode vir a perder um dos seus vereadores para o Bloco de Esquerda, segundo avança o Jornal de Notícias. O PAN – Pessoas, Animais, Natureza, consegue apenas 3% das intenções de voto.

Após a divulgação desta sondagem, Fernando Medina comentou os resultados na TSF, afirmando que estes valores dão “um bom sabor a vitória”, relembrando os eleitores que nunca pediu maioria absoluta, mas sim que os lisboetas participem de forma “massiva”.

"Eu faço é um apelo para uma participação massiva no dia 1 de outubro. Há muitos que acham que as eleições estão decididas ou que são menores. Não são. Estas eleições autárquicas são essenciais para o futuro da cidade de Lisboa. Quem vai governar e em que condições e só os eleitores podem decidir.”

Fernando Medina

Estes resultados são apenas projeções que podem sofrer variações significativas devido à baixa taxa de participação: 12% de indecisos e várias recusas de resposta.

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“Estamos perante uma verdadeira reforma estrutural”

Mário Centeno elogiou trabalho de Carlos Tavares na proposta de reforma da supervisão financeira em Portugal. Para o ministro das Finanças, "estamos perante uma verdadeira reforma estrutural".

O Governo apresentou esta segunda-feira a proposta de reforma da supervisão financeira em Portugal, segundo a qual é criada uma nova entidade que “rouba” os poderes de dissolução dos bancos ao Banco de Portugal. Para o ministro das Finanças, o novo modelo não pretende ser a solução para todos os problemas no sistema financeiro nacional, mas é uma “verdadeira reforma estrutural” que vai beneficiar os portugueses.

“Estamos perante uma verdadeira reforma estrutural. Trata-se de uma reforma que visa melhorar o funcionamento de instituições, públicas e privadas, que são essenciais para o regular funcionamento da nossa economia”, frisou Mário Centeno na apresentação do relatório elaborado por um grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares.

“Ao melhorar o funcionamento destas instituições estaremos a aumentar o potencial de produção da nossa economia e, por essa via, a incrementar as oportunidades económicas para empresas e para famílias, diminuindo riscos e aumentando possibilidades. Esta é, pois, uma reforma dirigida aos portugueses”, frisou ainda.

Centeno diz que não há rutura com o passado. Ainda assim, as mudanças que Carlos Tavares propõe face ao atual modelo são bastante salientes. Desde logo, são criadas duas novas entidades onde o poder do Executivo sai claramente reforçado.

Para o novo Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF), que vem substituir o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros, são transferidos os poderes de política macroprudencial e de resolução bancária. De resto, as funções de autoridade de resolução de bancos passam para um órgão autónomo dentro deste CSEF, que será liderado por um administrador executivo apontado pelo ministro das Finanças.

A partir do Salão Nobre do Ministério das Finanças, Centeno ressalvou que “esta proposta não tem a pretensão de solucionar tudo”. “Nem tal seria possível”, sublinhou de seguida. “Qualquer sistema de supervisão pode falhar. Cabe-nos trabalhar para que o nosso sistema de supervisão tenha a menor probabilidade de falha e ainda para que, caso ocorra alguma falha, esta produza as menores consequências possíveis”, acrescentou o ministro das Finanças.

Tavares: “Não houve condicionamentos nem interferências”

Carlos Tavares, que liderou o grupo de trabalho que apresentou agora ao Governo a proposta para a reforma do modelo de supervisão financeira, disse que “não houve condicionamentos nem interferências” da parte do executivo na elaboração deste conjunto de recomendações.

Ao lado do ministro das Finanças, o antigo presidente da CMVM evitou responder diretamente a uma pergunta acerca da possibilidade de vir a exercer algum cargo no âmbito do novo desenho de supervisão financeira. “O meu mandato foi para preparar a reforma do modelo de supervisão que levamos a cabo. Haverá algum trabalho subsequente da consulta pública”, referiu ainda.

(Notícia atualizada às 17h37)

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PSI-20 nos holofotes da Europa. Nem a EDP os apaga

O "não" à fusão com a Gas Natural tira o entusiasmo aos investidores, mas só em relação à EDP. As boas notícias quanto à economia portuguesa dão ao PSI-20 os maiores ganhos entre as bolsas europeias.

O entusiasmo em relação à economia portuguesa faz-se notar bolsa. A subida de rating concedida por uma das principais agências financeiras, a Standards & Poor’s, pintou o principal índice bolsista português a verde: todas as cotadas subiram, à exceção da EDP. O BCP destacou-se com uma escalada de 5,59%.

O PSI-20 fechou esta segunda-feira a cotar nos 5.283,14 pontos, uma valorização de 1,56%. Esta foi a maior aceleração entre os pares europeus, com o Stoxx 600 a subir 0,34%, o vizinho IBEX-35 a valorizar 0,28%, e com o britânico FTSE e o alemão DAX a registar aumentos de 0,58% e 0,37%, respetivamente.

Por cá, é o BCP que toma a liderança. Fechou o dia nos mercados a subir 5,59% para os 22,65 cêntimos, tendo chegado a atingir um pico de 7,23% no preço das ações. A apoiar esta subida estão os juros da dívida nacional, que aliviam 36,8 pontos base para 2,436%, tocando mínimos de mais de ano e meio. A Mota Engil também ajudou na subida com uma valorização de 1,60% na hora do fecho. As papeleiras, Navigator e Altri, destacaram-se ainda com aumentos de 4,51% para os 3,96 euros e de 3,55% para os 3,94 euros, respetivamente. No setor das telecomunicações, foi a Pharol a ficar na frente com uma subida de 3,98%.

É a EDP a única das dezoito cotadas a destoar no índice. A energética acabou o dia a perder 2,52%, com o preço dos títulos a desvalorizar para os 3,29 euros. Isto depois de este domingo Marques Mendes ter revelado que a China Three Gorges, o principal grupo de acionistas da EDP, recusou a fusão da energética com a Gas Natural.

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Vai ser Marcelo a nomear o próximo governador do Banco de Portugal

O Presidente da República passa a ser o responsável pela nomeação do governador do Banco de Portugal, sob proposta do Governo. Marcelo vai nomear o sucessor de Carlos Costa.

Marcelo Rebelo de Sousa será responsável por nomear o próximo governador do Banco de Portugal — se o calendário não mudar isso acontecerá em 2020. Segundo o relatório do grupo de trabalho para a reforma da supervisão financeira, o Presidente da República passa a ter o poder de nomear não só o governador mas também o presidente do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF). Ao Governo caberá propor um nome que terá de ser ouvido pela Assembleia da República, que vai poder rejeitar os nomes.

Nos casos do Governador do BdP e do Presidente do CSEF, a nomeação caberia ao Presidente da República, sob proposta do Governo e após audição na Assembleia da República (com poder de oposição)“, lê-se no relatório. Esta é uma das propostas do grupo de trabalho da reforma de supervisão financeira para alterar a forma como os supervisores são nomeados.

Carlos Costa foi reconduzido pelo Governo PSD/CDS em maio de 2015 e, se não houver nenhuma alteração, vai manter-se no cargo até 2020, cumprindo cinco anos de mandato. Nessa altura, Marcelo Rebelo de Sousa — que foi eleito para um mandato de cinco anos no início de 2016 — ainda será o Presidente da República e vai ter o papel de nomear o sucessor do atual governador do Banco de Portugal.

Atualmente, o governador do Banco de Portugal é nomeado pelo Governo, reunido em Conselho de Ministros, através de uma proposta do Ministério das Finanças. O nome proposto vai à Assembleia da República para ser ouvido, mas os deputados não podem impedir a nomeação.

Se a proposta do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares avançar — após a consulta pública que durará até 20 de outubro –, o Banco de Portugal ficará com menos poderes. Será o próprio Governo a ficar com a pasta da resolução bancária através de uma entidade autónoma dentro do CSEF, ainda que o BdP não deva ficar totalmente ao lado do assunto. A supervisão comportamental dos produtos bancários poderá também ser transferida do Banco de Portugal para a CMVM.

A concretizar-se a proposta do grupo de trabalho, também o presidente do Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) será nomeado por Marcelo. Este conselho substituirá o atual Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), composto pelo Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Autoridade de Supervisão de Seguros (ASF). O CSEF contará com representantes destes três supervisores setoriais.

(Atualizado às 17h09)

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Governo muda supervisão financeira. E reforça poderes do ministro das Finanças

Autoridade nacional de resolução bancária passa a ser liderada por um administrador executivo escolhido pelo ministro das Finanças. São muitas as mudanças na supervisão financeira em vista.

Mário Centeno, Ricardo Mourinho Félix e Carlos Tavares na apresentação da proposta de reforma da supervisão.

Foi um conflito de interesses no Banco de Portugal que motivou o Governo a avançar para a criação de um novo supervisor financeiro com poderes para dissolver bancos. Agora, com a remodelação do sistema de supervisão, é o próprio Executivo que vai poder nomear o responsável que fica com a pasta de resolução bancária, com poder para decidir o futuro de bancos em dificuldades, depois dos casos BES e Banif no passado. Mas há mais mudanças em vista na supervisão financeira em Portugal de acordo com as recomendações do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares e apresentadas esta segunda-feira pelo Ministro das Finanças, Mário Centeno.

Será criado um novo supervisor com poderes reforçados e esta é a grande novidade. Chamar-se-á Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) e vem substituir o atual Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), composto pelo Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e Autoridade de Supervisão de Seguros (ASF).

Além de arrebatar o poder de supervisão macroprudencial ao Banco de Portugal, esta nova entidade vai desempenhar funções de autoridade de resolução bancária, “roubando” o poder de dissolver bancos a Carlos Costa. E é aqui que está a grande rutura com o passado que o Governo pretende empreender com a revisão do sistema de supervisão financeira com dois detalhes importantes: 1) as competências de resolução de bancos são atribuídas a uma entidade autónoma dentro do CSEF; 2) e este órgão interno do CSEF será liderado por um dos dois administradores executivos escolhidos pelo ministro das Finanças.

Ou seja, será Mário Centeno a nomear quem decide o futuro dos bancos em grandes dificuldades, a exemplo do que aconteceu no passado com o BES (2014) e Banif (2015). Ainda assim, Carlos Tavares, que nos últimos meses esteve a elaborar o relatório para reformar a supervisão financeira, propõe que o Banco de Portugal (e Carlos Costa) não fique totalmente apartado destas competências.

“Recomenda-se que as funções da autoridade nacional de resolução (…) sejam confiadas à nova entidade (CSEF) a quem, nessa qualidade e em articulação com o Banco de Portugal e outras autoridades, deveriam caber as decisões relativas i) à avaliação dos planos de recuperação e emissão de eventuais recomendações; ii) avaliação de resolubilidade das instituições; iii) elaboração e atualização de planos de resolução; iv) avaliação do preenchimento das condições para aplicação de uma medida de resolução; v) aplicação de medidas de resolução (…)”, lê-se na proposta para a Reforma do Modelo de Supervisão Financeira.

Para lá dos dois administradores executivos apontados pelo Governo, que trabalhariam em regime de exclusividade, o Conselho de Administração do CSEF vai contar com um presidente (cujo modo de designação será idêntico ao previsto para o governador do Banco de Portugal) e ainda representantes dos supervisores setoriais (Banco de Portugal, CMVM e ASF).

Governo entra para o sistema nacional de supervisão

As mudanças não se ficam pela redistribuição de competência. Vêm aí o novo Sistema Nacional de Supervisão Financeira (SNSF), constituído pelos atuais três supervisores, pelos novos CSEF e Conselho Superior de Política Financeira (CSPF). Este último conselho será liderado pelo ministro das Finanças e ficaria “com a missão de assegurar a estabilidade financeira do país”

“O CSPF seria presidido pelo Ministro das Finanças e integraria o Governador do Banco de Portugal, o Secretário de Estado do Ministério das Finanças com a responsabilidade do sistema financeiro, um Vice-Governador do Banco de Portugal, bem como o Presidente e o Vice-Presidente do CSEF, podendo ainda estar representados diretamente os supervisores setoriais ASF e CMVM”, recomenda Carlos Tavares.

“Este Conselho reuniria regularmente (com a periodicidade definida por lei) e pronunciar-se-ia sobre as matérias submetidas à sua apreciação pelo órgão de administração do CSEF, bem como sobre propostas apresentadas pelo Ministro das Finanças ou pelo Governador do Banco de Portugal, podendo o primeiro convocar reuniões extraordinárias do CSPF”, sublinha o relatório.

Supervisão comportamental dos produtos bancários passa para a CMVM

Outra mudança em vista poderá passar pela separação das competências de supervisão comportamental de produtos de natureza bancária, atribuída ao Banco de Portugal. “Duas soluções são avançadas” pelo grupo liderado por Carlos Tavares.

“Numa lógica de integração aprofundada, esta última vertente [supervisão comportamental de produtos bancários] seria agregada às funções que cabem à CMVM, criando uma nova entidade de supervisão comportamental transversal”, sugere o relatório. “Em alternativa, numa lógica de minimização das alterações na atual estrutura dos supervisores, poderia manter-se a atual repartição de competências”, em que tudo ficaria como está atualmente.

(Notícia clarificada às 22h24 acerca da autoridade nacional de resolução)

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Marcelo felicita Costa e Passos por subida do rating e diz que “a luta continua”

  • Lusa
  • 18 Setembro 2017

"Em primeiro lugar, estão de parabéns os portugueses", afirmou o Presidente da República, felicitando depois os governos de Passos Coelho e António Costa.

O Presidente da República felicitou esta segunda-feira os portugueses, o atual Governo PS, os partidos que o apoiam, e o anterior executivo PSD/CDS-PP pela subida do rating da dívida portuguesa, mas advertiu que, nesta matéria, “a luta continua”.

“Nós ganhámos uma batalha, não ganhámos a guerra. Portanto, há outras batalhas pela frente. A luta continua, a guerra continua a ter de ser travada todos os dias, mas para isso estão cá os portugueses”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado, que falava aos jornalistas na Base Aérea de Málaga, Espanha, durante uma visita aos militares da Força Aérea Portuguesa ao serviço da agência europeia de controlo de fronteiras, Frontex, considerou que, “em primeiro lugar, estão de parabéns aos portugueses” pela subida do rating da dívida soberana portuguesa pela Standard and Poor’s (S&P).

“Conseguiram, conseguimos. Em segundo lugar, está de parabéns o Governo de Passos Coelho, e os partidos que integraram esse Governo e os parceiros sociais que o apoiaram por um período muito difícil de vitória sobre a crise”, prosseguiu.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que “está de parabéns o Governo liderado pelo doutor António Costa, o partido que o integra e os partidos que o apoiam no parlamento e viabilizam orçamentos, bem como os parceiros sociais que têm viabilizado ou apoiado o Governo”.

Referindo-se ao atual executivo, o Presidente da República disse que “conseguiu fazer aquilo que muita gente pensava que era impossível, antevendo o pior, quando aconteceu o melhor”.

Questionado pelos jornalistas sobre esta matéria, o chefe de Estado salientou que se encontrava em território estrangeiro, mas disse que iria “abrir uma exceção” para falar do tema, até por se trata de “uma problemática europeia”.

Na sexta-feira, a agência de notação financeira Standard and Poor’s (S&P) reviu em alta o ‘rating’ da dívida soberana portuguesa, retirando-a da classificação de ‘lixo’ para um primeiro nível de investimento.

Com esta subida do ‘rating’ de ‘BB+’ para ‘BBB-‘, Portugal volta a ter uma notação de investimento, atribuída por uma das três principais agências de ‘rating’ mundiais.

Desde 2012 que a agência S&P atribuía à dívida soberana portuguesa um ‘rating’ de ‘BB+’, a nota mais elevada de não investimento, com uma perspetiva ‘estável’.

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