“Portugal teve uma performance das exportações superior à da Alemanha”, diz Caldeira Cabral
O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, identificou dois problemas estruturais e cinco oportunidades para a economia portuguesa.
“Portugal teve nos últimos dez anos uma performance das suas exportações superior à da Alemanha”, defendeu o ministro da Economia, Caldeira Cabral, esta sexta-feira, na conferência Portugal, from here to where, em Lisboa. É certo que partiu de um ponto muito inferior, mas evoluiu mais depressa, defendeu o ministro. Esta é apenas uma das cinco oportunidades identificadas por Caldeira Cabral, para o crescimento da economia portuguesa.
Caldeira Cabral alinhou “dois problemas estruturais importantes” que Portugal evidencia, e “cinco oportunidades que devemos aproveitar”.
Do lado dos problemas, o ministro sublinhou “a dívida e a demografia.” Para responder ao excessivo endividamento, o governante frisou o programa Capitalizar e destacou as “medidas fiscais, de financiamento”, os “instrumentos de acesso ao mercado de capitais para pequenas empresas” e os “instrumentos de reestruturação.”
No que toca à questão demográfica, reconheceu que é “importante e vai ter efeitos quer na Segurança Social, quer no crescimento económico da economia portuguesa.”
Mas para responder a estas questões estruturais, Manuel Caldeira Cabral destacou cinco oportunidades:
- Qualificações: “Ao mesmo tempo que temos uma quebra na natalidade, estamos a substituir uma geração que está acima dos 60 anos por uma geração mais nova com níveis de qualificação diferentes”, explicou o ministro. “A geração entre os 25 e os 35 tem qualificações que comparam bem com, por exemplo, a população alemã”, defendeu. Esta geração entrou no mercado de trabalho no meio de uma crise internacional muito grande e teve pouca oportunidade de demonstrar o seu potencial, frisou, adiantando que agora o fundamental é permitir que estes jovens ganhem condições para fazer a diferença.
- Sistema judicial: é preciso “mudar o funcionamento do sistema judicial para torná-lo mais ágil e mais rápido”, defendeu Caldeira Cabral, sublinhando que esta é uma área em que “Portugal tem potencial para melhorar.”
- Energia: Portugal é um importador líquido de energia, sublinhou o ministro. “Mas Portugal ser hoje um país escasso em energia é uma questão de tecnologia”, garantiu, frisando que foram licenciados já “200 milhões de euros de energia solar”, sem qualquer subsídio. “Nas próximas décadas, Portugal poderá tornar-se um país abundante em energia”, sublinhou Caldeira Cabral, notando que este é “um défice estrutural que pode ser corrigido.”
- Inovação: “Um dos grandes desafios é melhorar o sistema de inovação”, disse Caldeira Cabral. Para isso, o ministro destaca o Programa Interface, que visa reforçar a ponte entre as empresas e as universidades.
- Internacionalização: Este é um ponto em que Portugal tem empresas de grande qualidade, frisou o ministro, notando que as exportações já vêm a crescer desde a última década. “Portugal teve nos últimos dez anos uma performance das suas exportações superior à da Alemanha”, defendeu, admitindo, contudo, que a economia alemã partiu de um ponto muito diferente, “desde logo de um superavit para um superavit ainda maior.”
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