DBRS: Plataforma do malparado é um passo “positivo”, mas “curto”
A agência de notação financeira canadiana não espera que a criação desta plataforma resulte numa "redução significativa do elevado nível de malparado dos bancos".
A plataforma de gestão do crédito malparado, criada no mês passado pelo BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos (CGD), é um passo positivo, mas insuficiente para resolver os problemas da banca, considera a DBRS. A agência de notação financeira canadiana reconhece, ainda assim, que a plataforma deverá acelerar os processos de recuperação dos devedores.
“A DBRS vê a iniciativa acordada pelos três maiores bancos em Portugal para criar uma plataforma de gestão do malparado como um passo positivo, mas curto, para fortalecer os processos de recuperação”, refere a agência de rating, num comentário enviado esta manhã às redações. Assim, a agência não espera que a criação desta plataforma resulte numa “redução significativa do elevado nível de malparado dos bancos”.
Ainda assim, reconhece a DBRS, “o impacto nas contas dos três bancos deverá ser limitado, uma vez que os riscos serão mantidos nos respetivos balanços dos bancos”. Por outro lado, a plataforma não vai realizar vendas de retalho ou institucionais de malparado, mas “deverá acelerar o processo de recuperação dos devedores“.
A agência reconhece, ainda, que a banca portuguesa tem vindo a registar progressos nos últimos anos, sobretudo no primeiro semestre deste ano, mas sublinha que “é essencial” que os bancos nacionais continuem a reduzir o malparado.
O memorando assinado pelo BCP, Novo Banco e CGD prevê que a plataforma faça a gestão de créditos individuais acima de cinco milhões de euros, numa fase inicial. No futuro, outros bancos poderão associar-se, voluntariamente, a outra plataforma. O objetivo é recuperar créditos incobráveis e ajudar na recuperação das empresas endividados.
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