Incêndios: Meia centena de estações Siresp foram afetadas pelas chamas e estão em “modo local”
A líder da PT avançou que os incêndios provocaram problemas em "cerca de 50" estações do Siresp. Estão a operar em "modo local", isoladas da restante rede de comunicações do Estado.
Meia centena de estações do Siresp estarão a atuar em “modo local” por causa dos incêndios que lavram desde domingo em Portugal continental, o que significa que estão a operar de forma isolada, cada uma por si, fora da rede de emergências do Estado. Em causa estão os danos provocados na rede pelas chamas, nomeadamente a destruição das linhas de fibra ótica que ligam estas estações umas às outras. A informação foi avançada pela Altice num encontro com jornalistas esta segunda-feira. É a PT, participada do grupo franco-israelita, que faz a gestão da rede.
Cláudia Goya confessou que, nesta altura, existirão “cerca de 50 sites que estão a funcionar em modo local” — isto é, permitem as comunicações apenas a terminais ligados à mesma torre, impossibilitando as comunicações com a totalidade da rede e, consequentemente, dificultando as comunicações aos agentes no terreno. Este é um problema que tem valido críticas severas à PT/Meo, incluindo do primeiro-ministro, António Costa. Em causa está o facto de a PT usar linhas de fibra ótica em postes, que acabam por arder nos incêndios.
Sobre a hipótese que está a ser estudada de usar condutas para passar esses cabos de forma subterrânea, a líder da Meo disse: “Temos um grupo de trabalho no sentido de analisar essas alternativas relativamente a enterrar os cabos. É algo no qual estamos a trabalhar ativamente.”
Fogo danificou 3% da infraestrutura
Os incêndios que lavram em Portugal desde domingo já provocaram danos em “cerca de 150” postos de telecomunicações da Meo no país, aproximadamente 3% do total. Destes, três deles “arderam na totalidade”, nas localidades de Santa Comba Dão e Arganil. O último balanço da Proteção Civil dá conta de pelo menos 35 mortos e sete desaparecidos.
Cláudia Goya, presidente executiva da PT/Meo, disse que as chamas afetaram infraestruturas da operadora “em nove distritos”, seis deles “em situação crítica”. “Temos cerca de 150 sites que foram afetados, 3% daquilo que é o nosso número total de sites“, avançou a gestora.
As chamas têm vindo a provocar falhas nas comunicações em vários concelhos do país e, por isso, a Altice decidiu deslocar para vários pontos do país 17 unidades móveis para “assegurar as comunicações”. “Duas encontram-se em trânsito para a zona centro”, acrescentou Cláudia Goya, a meio da tarde desta segunda-feira.
[A Altice] assume o compromisso total de modo a poder recuperar da forma mais célere possível, e à medida que as condições o forem permitindo, todas as infraestruturas de comunicação.
Algumas frentes da crítica apontam o dedo à Meo, acusando-a de não ser capaz de garantir as comunicações nestas situações mais extremas, alegadamente ao contrário do que acontece com as operadoras concorrentes. Críticas que a Meo rejeita com veemência. “Existem condições difíceis a nível nacional que afetam todos os operadores. É um impacto que deriva, obviamente, da extensão dos incêndios”, recordou Alexandre Fonseca, chefe de tecnologia da PT.
Nem Armando Pereira, o cofundador do grupo Altice, ficou alheio a esta questão e disse, com ironia: “Os nossos sites ardem e os dos outros não. Não sei porquê. Devem ser feitos de maneira diferente.” E explicou: “Ardem porque houve fogo”, sublinhando que “não é verdade” que as outras operadoras concorrentes, nomeadamente a Nos e a Vodafone, não estejam a sofrer do mesmo tipo de problemas.
Antes, já Cláudia Goya tinha deixado “uma palavra de solidariedade, de conforto e também de força a todos os portugueses e a todas as famílias afetadas pelos incêndios”. “[A Altice] assume o compromisso total de modo a poder recuperar da forma mais célere possível, e à medida que as condições o forem permitindo, todas as infraestruturas de comunicação”, afirmou.
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