Arguidos têm apenas mês e meio para requerer instrução

Os 28 arguidos da Operação Marquês têm 20 dias, segundo a lei, para pedir a instrução. Mas nos casos de especial complexidade esse prazo pode ir até aos 50 dias.

As defesas dos 28 arguidos da Operação Marquês – entre eles José Sócrates – têm agora 50 dias para pedir a abertura de instrução. O Código de Processo Penal prevê que o prazo é de 20 dias a partir da data de notificação do último de todos os arguidos. Mas para os processos de especial complexidade, esse prazo pode ser estendido por mais 30 dias.

A fase de instrução consiste num pedido feito pelas defesas dos arguido, ou assistentes no processo, após a dedução de acusação ou de arquivamento se, do decurso do inquérito e da instrução resultam indícios de facto e elementos de direito suficientes para justificar a submissão ou não do arguido a julgamento. O ex-primeiro ministro está acusado de 31 crimes.

O presidente do Sindicato dos Magistrados do Ministério Público (SMMP) admite que o prazo de 50 dias que, no limite, a defesa de José Sócrates e restantes arguidos têm para requerer a abertura de instrução “poderá não ser suficiente” para analisar as cerca de 4 mil páginas do despacho de acusação. Ainda assim, António Ventinhas lembra que “há muito tempo” que os advogados de defesa “vão tendo acesso ao processo”.

O pedido será analisado pelo juiz de instrução que, neste caso concreto, poderá ser Carlos Alexandre, que até aqui esteve com o processo. Porém, segundo a lei, o magistrado judicial que ficará com a fase da instrução será nomeado por sorteio. Sendo que, no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), onde decorre o processo, apenas existem dois magistrados: Carlos Alexandre e Ivo Rosa. Um destes dois magistrados decidirá se haver pronúncia (em que os arguidos irão a julgamento) ou não pronúncia (em que estarão livres do julgamento).

Nesta fase de instrução não podem ser chamadas mais de 20 testemunhas, segundo está previsto no Código de Processo Penal.

 

 

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Governo pode descongelar progressões em dois anos

  • ECO
  • 11 Outubro 2017

O impacto orçamental não deverá ser sentido em partes iguais em 2018 e 2019: as progressões vão ser descongeladas mas os aumentos remuneratórios virão em duas fases.

O Governo abriu hoje, nas suas negociações com os partidos, a hipótese de descongelar as carreiras da Função Pública até ao fim da legislatura, em dois anos. De acordo com fontes citadas pelo Jornal de Negócios, que incluirão uma fonte governamental, 2018 trará um terço do aumento remuneratório devido, com o remanescente do aumento salarial a chegar em 2019.

Assim, o Governo pode responder à exigência do Bloco de Esquerda de finalizar o descongelamento das carreiras da Função Pública dentro desta legislatura.

Entre 2011 e 2017 as carreiras dos funcionários públicos têm estado congeladas, sem permitir aumentos remuneratórios nem progressões, apesar de haver avaliações nas quais os trabalhadores vão reunindo condições para ter direito a eles. Agora, o Governo propõe-se, de acordo com as fontes do Jornal de Negócios, a fazer este descongelamento em dois anos.

Em 2018, as carreiras seriam descongeladas mas seria pago apenas um terço dos acréscimos remuneratórios em questão. O Ministério das Finanças divulgara que o descongelamento das carreiras teria um custo geral de 600 milhões de euros, e que apenas planeava gastar 200 milhões em 2018, o que corresponde a esta nova informação.

Em 2019, seria então pago o remanescente do aumento devido, que se aproximaria dos 400 milhões de euros.

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Rui Rio: “O PSD não é um partido de direita”

Rui Rio é oficialmente candidato à presidência do PSD. O anúncio aconteceu esta quarta-feira, em Aveiro. Rio diz que "este terá que ser o princípio do fim desta coligação parlamentar" que nos governa.

É oficial. Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto, é candidato a presidente do PSD, procurando suceder a Pedro Passos Coelho.

“Hoje estou disponível, neste tempo próprio, para estar com os dois pés no PSD e no país. Decidi, por isso, ser candidato a presidente do Partido Social Democrata, nas próximas eleições internas de janeiro”, afirmou Rui Rio, na tarde desta quarta-feira, em Aveiro perante uma plateia de cerca de 200 apoiantes social-democratas.

Num discurso com perto de 18 minutos, o agora candidato social-democrata respondeu aqueles que olham para o PSD como um partido de direita.

"Para o PSD este será o primeiro dia da sua caminhada para a reconciliação com os portugueses. Mas para Portugal, este terá de ser, acima de tudo, o principio do fim desta coligação parlamentar que hoje, periclitantemente, nos governa.”

Rui Rio

Candidato à liderança do PSD

O PSD não é um partido de direita. O PPD que Sá Carneiro, Francisco Balsemão e tantos outros, fundaram com raízes profundas na nossa classe média e transversal a toda a sociedade é um partido do centro; que vai do centro direita ao centro esquerda”, referiu para logo a seguir acrescentar: “Somos sociais-democratas”.

Rio alertou para a necessidade de mudar de política e aproveitou o ensejo para atirar críticas ao atual governo.

“Para o PSD este será o primeiro dia da sua caminhada para a reconciliação com os portugueses. Mas para Portugal, este terá de ser, acima de tudo, o principio do fim desta coligação parlamentar que hoje, periclitantemente, nos governa”.

Tudo na vida tem o seu tempo. Hoje o meu tempo, é o tempo de me dedicar a servir o PSD, num dos momentos mais difíceis da sua história

Rui Rio

Candidato à liderança do PSD

Para isso frisou: “temos de mudar de política. Temos de olhar mais para o futuro do que para o presente“. Nesse sentido “só um PSD com novas formas de funcionamento, bem mais perto das pessoas, mais aberto à sociedade e umbilicalmente ligado ao quotidiano dos portugueses, é que pode voltar a ser a força politica liderante, capaz de levar Portugal a ultrapassar os constrangimentos estruturais que o condicionam; e que pelas contradições que em si encerra, esta coligação parlamentar que hoje nos governa, jamais será capaz de o fazer”.

Sobre o momento escolhido para se assumir como candidato, Rio evocou António Costa “palavra dada deve ser palavra honrada”, justificando assim que em momentos anteriores não tenha “abandonado” a Câmara do Porto para liderar o partido.

“Tudo na vida tem o seu tempo. Hoje o meu tempo, é o tempo de me dedicar a servir o PSD, num dos momentos mais difíceis da sua história”, justificou Rio.

O ex-presidente da Câmara do Porto disse ainda que seria mais cómodo: “não responder afirmativamente aos apelos que me fazem. Mas como sempre pensei, sempre disse, e sempre fiz, eu jamais defraudaria a esperança que tantos em mim depositam”.

O ex-líder do partido, Pedro Passos Coelho não foi também esquecido. “Este é também o momento certo para firmar uma palavra de respeito, de consideração e de gratidão ao Dr. Pedro Passos Coelho, pelos serviços que prestou ao Partido e ao país”.

Sobre Santana Lopes, e o anúncio deste a candidato ao PSD, nem uma palavra.

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Alibaba vai investir 15 mil milhões em projetos “moonshot”

O gigante do comércio eletrónico quer investir 15 mil milhões de dólares em projetos moonshot, nas áreas da Inteligência Artifical, Internet das Coisas e Computação Quântica nos próximos três anos.

O chinês Alibaba pretende gastar 15 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros) em projetos moonshot de forma a impulsionar os seus negócios. Entre os planos estão a criação de laboratórios de pesquisa e a contratação de cientistas, para o desenvolvimento de tecnologia de nova geração nos próximos três anos.

O gigante eletrónico Alibaba não para e desta vez decidiu apostar na tecnologia de nova geração, através de projetos moonshot. A ideia passa por obter avanços nos campos da Inteligência Artificial, da Internet das Coisas e na Computação Quântica – que difere dos sistemas informáticos tradicionais/atuais e se baseia nos estudos do átomo como modelos para realizar processos.

Projetos moonshot. O que é isso?

Os projetos moonshot não são aquilo que normalmente as pessoas acham que são – alguma inovação não factível, ou até mesmo lunática. Numa tradução livre, podemos dizer que vem adaptado de “voo à lua”. Foram inspirados no projeto lunar Apolo XI, que levou o Homem à Lua, e servem para qualificar projetos tecnológicos cujo objetivo, normalmente, é resolver grandes problemas com soluções bastante radicais e extremamente inovadoras. Na maioria das vezes são projetos caros, arriscados e de longo prazo.

Centro de Operações do Alibaba

Para esses estudos, a empresa de Jack Ma vai investir 15 mil milhões de dólares (12,7 mil milhões de euros) e prevê abrir sete laboratórios – China, Estados Unidos, Rússia, Israel e Singapura, e contratar cem cientistas de todo o mundo. “Os laboratório ajudarão a resolver os problemas que o Alibaba enfrenta atualmente nas suas linhas de negócio”, disse o diretor de tecnologia, Jeff Zhang, em declarações à Bloomberg. Nos planos constam ainda parcerias com universidades, incluindo a Universidade da Califórnia.

O total do investimento é mais do dobro do que aquele que a empresa tem vindo a investir neste segmento. Até à data, já investiu 6,4 milhões de dólares (5,4 milhões de euros), uma média de três mil milhões de dólares (2,57 mil milhões de euros) por ano em pesquisa, segundo dados avançados pela empresa em comunicado. Com este investimento, está a tentar pôr-se à altura das suas principais rivais – Amazon e Tencent, e pretende ainda investir na aprendizagem automática, na computação visual e na segurança nas redes.

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Nike continua a patrocionar FPF até 2024

  • ECO
  • 11 Outubro 2017

Contrato que durará até 31 de dezembro de 2024 permitirá à Federação Portuguesa de Futebol manter em atividade 25 seleções nacionais, de futebol, futsal e futebol de praia.

Com patrocinadores de referência, há resultados de referência. A conclusão é de Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que anunciou, esta quarta-feira, a renovação do contrato com a Nike por mais seis anos.

O dirigente, que fez questão de lembrar a vitória contra a França no Campeonato Europeu, sublinhou o caráter histórico da parceria (desde 1997, que a Nike está ligada à FPF). “Foi há 20 anos que a Nike se associou à FPF. Desde então, a Seleção A qualificou-se para dez fases finais consecutivas, sendo a última qualificação para o Mundial da Rússia 2018”, adiantou Fernando Gomes.

A renovação do patrocínio permitirá à FPF manter em atividade 25 seleções nacionais, de futebol, futsal e futebol de praia. O acordo é agora válido até 31 de dezembro de 2024.

“Esta é uma ligação feita de seriedade, lealdade e estabilidade, em que se partilham valores comuns sem nunca descurar o profissionalismo”, prosseguiu o dirigente. A Nike, na voz do seu vice-presidente, Bert Hoyt, prometeu, por sua vez, “continuar a providenciar às seleções portuguesas os mais inovadores equipamentos“.

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Católica espera crescimento homólogo de 2,8% no 3º trimestre

  • Lusa
  • 11 Outubro 2017

Católica defende que crescimento tendencial da economia portuguesa apresenta-se mais forte do que há apenas três meses. Universidade diz que sistema económico continua em recuperação cíclica.

A Universidade Católica estima que, no terceiro trimestre, Portugal tenha crescido 0,8% face aos três meses anteriores e 2,8% em relação ao mesmo período do ano passado, mantendo uma projeção de crescimento anual de 2,7%.

Na folha trimestral de conjuntura relativa ao terceiro trimestre deste ano divulgada esta quarta-feira, o Núcleo de Estudos da Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP), da Universidade Católica, justifica esta expectativa de crescimento entre julho e setembro com “a melhoria da situação económica que é transversal aos diversos agregados, incluindo o investimento“.

O NECEP mantém a projeção avançada em julho para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2017, nos 2,7%, que assenta no “bom primeiro semestre do ano”, no “comportamento da economia da zona euro” e também nos “efeitos desfasados da política orçamental de 2016, agora menos intensos”.

A economia portuguesa continua a “recuperação cíclica iniciada no primeiro trimestre de 2013” e, apesar do menor crescimento do consumo privado face ao PIB, os economistas da Católica consideram que “o investimento e as exportações deverão crescer de forma robusta este ano”.

No entanto, apontam que o investimento ainda está “num patamar cerca de 22% abaixo dos níveis registados em 2010”, destacando que “será importante continuar a observar crescimentos fortes neste agregado para consolidar a recuperação em curso”.

Para 2018, a previsão do NECEP é de um crescimento de 2,3%, uma melhoria de 0,2 pontos percentuais face à última estimativa, e, para 2018, a perspetiva é que o PIB cresça 2,1%, tendo igualmente sido revista em alta em 0,2 pontos, “fruto de perspetivas mais favoráveis sobre o crescimento potencial da economia portuguesa e sobre a envolvente externa”.

Na análise divulgada hoje, os economistas afirmam que “o crescimento tendencial da economia portuguesa apresenta-se agora mais forte do que há apenas três meses”, mas salvaguardam que estas projeções “estão rodeadas de grande incerteza devido aos desequilíbrios financeiros do Estado e das necessidades de capital no sector financeiro já este ano e nos próximos”.

Também na vertente externa, há desafios, nomeadamente “a complexidade da formação do Governo na Alemanha e a situação política disfuncional na Catalunha”, que se somam ao “processo do ‘Brexit’ e à instabilidade oriunda da governação dos Estados Unidos da América”.

O NECEP não faz previsões para o défice orçamental mas indica que, tendo em conta a informação disponibilizada no âmbito da primeira notificação do Procedimentos dos Défices Excessivos e os últimos desenvolvimentos orçamentais e económicos, “o novo ponto central para o défice nominal [é] de 1,7%, na ausência de medidas discricionárias de gestão orçamental”, um valor que é próximo mais pessimista do que o do Governo, que espera um défice de 1,5% em 2017.

Questionado pela Lusa, o coordenador no NECEP, João Borges Assunção, explicou que este “ponto central” calculado para o défice “resulta de um crescimento da economia maior que o previsto há um ano”, mas que “basta que o Governo aperte outra vez, mas apenas um pouco, o investimento público até ao final do ano para atingir a sua própria meta para o défice nominal”, sublinhando que o executivo “só não cumprirá a sua meta do défice este ano se não quiser”.

Quanto à dívida pública, o NECEP entende que, “apesar das operações extraordinárias no sector financeiro, o cenário da estabilização da dívida pública em percentagem do PIB este ano parece plausível”.

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As contas à moda do Porto: a visão de Rio para a economia

Qual é o pensamento económico do candidato à liderança do PSD? Com este mote, o ECO foi à procura das declarações de Rui Rio que dão pistas sobre o que quer para o país.

Depois de anos como o “eterno” candidato à liderança do PSD, Rui Rio apresenta esta quarta-feira a sua candidatura às diretas marcadas para dia 13 de janeiro. Em Aveiro, o ex-autarca do Porto vai dar o pontapé de partida. Formado em economia, Rio esteve 12 anos à frente da câmara portuense. Desde 2013 que não ocupa nenhum cargo público, mas continuou a dar a sua opinião sobre a economia nacional. O ECO reuniu as ideias que marcam o pensamento económico de Rui Rio.

Atualmente, Rui Rio trabalha na consultora de recursos humanos Boyden. Além disso, é membro do comité de investimento do BCP Capital. Mas agora “é hora de agir”, como se lê no seu slogan revelado pelo Expresso. Depois de ter sido deputado de 1991 a 2002 — dedicando-se maioritariamente à Comissão de Economia e Finanças — e autarca durante três mandatos, agora com 60 anos quer chegar à liderança do PSD e candidatar-se a primeiro-ministro em 2019.

Banca: Do Banif ao Novo Banco

A banca é um dos assuntos com que mais se revoltou. Rui Rio classificou de “chocante” a intervenção da União Europeia no processo de resolução do Banif por não ter em conta o interesse português. Em abril deste ano, num artigo de opinião no Diário de Notícias, o economista criticou “a falta de transparência” e o “desastroso resultado final”, arrasando a burocracia europeia.

Já no processo do Novo Banco, o agora candidato à liderança do PSD defendeu a anulação da venda do Novo Banco e uma nacionalização temporária. Num artigo de opinião no Observador, Rui Rio atacava o processo de venda ao Lone Star, referindo que as regras estiveram “em constante mutação”.

Mais uma vez, o Estado não acautelou o interesse público, argumenta. “Acima de tudo, uma palavra se impõe que seja dita perante tudo o que os portugueses têm sido obrigados a suportar no sistema financeiro: BASTA!”, rematava, não deixando também de criticar a atuação do Banco de Portugal, tendo dito até que o regulador funciona mal. Rio defendeu uma nacionalização temporária em que o Estado rentabilize o banco para, no futuro, ter o retorno de todo o capital investido.

O economista social-democrata salientou, no passado, que “não há dúvida nenhuma” que o Banco de Portugal “não esteve à altura das circunstâncias”.

Contudo, também deixou elogios a duas pessoas: António Costa e Marcelo Rebelo de Sousa por se terem unido para influenciar o setor bancário português. Em entrevista à TSF em março de 2016, o ex-autarca afirmou que “o poder político, podendo, deve interferir e influenciar as grandes questões estratégicas para o país”. Porquê? Porque o setor bancário tem um “valor estratégico muito grande”.

Regionalização e descentralização para diminuir despesa pública

Foi em maio deste ano que, num encontro de autarcas do PSD, o social-democrata voltou a insistir numa ideia antiga que defende. Em causa está a regionalização que — “se a coisa for bem feita” — pode resultar numa diminuição da despesa pública, além de aumentar a sua eficiência. “Quem deu cabo das finanças públicas deste país não foram as autarquias, foi a Administração Central”, argumentou Rio, referindo que ao estar mais perto consegue-se fazer mais com menos.

Em abril de 2016, num debate sobre o poder local promovido pelo Clube Coimbra XXI, dizia: “Não consigo descortinar nenhuma grande reforma que possa dar esse abanão no regime. A única que eu vejo é a regionalização”.

No caso da Agência Europeia do Medicamento, Rio também saiu em defesa de uma candidatura fora de Lisboa, ainda que não obrigatoriamente o Porto. “Acho bem que o país seja descentralizado e que se deem oportunidades de desenvolvimento a todas as cidades e ao dizer a todas as cidades, começo pela cidade de Lisboa, porque a cidade de Lisboa, com a concentração que aqui tem, degrada a vida das próprias pessoas que vivem em Lisboa“, argumentou num almoço do International Club of Portugal.

“Mão de ferro” nas finanças públicas

Questionado sobre o primeiro Orçamento do Estado da geringonça, relativo ao ano passado, Rui Rio foi elogioso perante as reversões aplicadas por António Costa. “Concordo com todas as medidas — devolução dos salários da Função Pública, redução do IVA, eliminação da sobretaxa de IRS, melhores prestações sociais”, disse numa entrevista à RTP, mas acrescentou uma nuance: “As pessoas merecem, o problema é correr riscos demasiado grandes“. Mais tarde disse também que o Governo “conseguiu uma solidez superior” à esperada.

Ainda assim, também reconheceu que os Orçamentos de 2016 e 2017, no conjunto, tinham mais impostos. O antigo autarca defendeu que não acredita que os impostos diretos sejam socialmente mais justos do que os indiretos. “Isso é verdade até certo ponto, mas por diversas razões não se pode levar esse raciocínio até ao infinito”, explicou em entrevista ao DN. E Rio não deixou de criticar os Orçamentos por não serem virados para o objetivo de promover o crescimento económico.

No passado, disse haver um “discurso político de facilidades”, um “desprezo pela poupança” e um “desprezo pelo endividamento externo” — três fatores que tiram potencial de crescimento ao país. Além disso, Rio rejeita uma política keynesiana, dado que só seria possível num contexto diferente, onde uma dívida pública superior a 250 mil milhões de euros não existisse.

Sobre a situação atual, numa das últimas vezes em que falou publicamente, Rio assinalou que o país vive “um momento de excesso de confiança” que pode comprometer o alcance de uma “competitividade a sério da economia”. “Otimista e responsável”, classifica, são os dois ingredientes que é necessário ter para o futuro de Portugal.

Ao mesmo tempo que criticava o Governo de Passos Coelho, Rio reconhecia, em 2013, quando abandonou a Câmara do Porto, que era “quase antipatriótico” pensar que era negativo para o país “pôr as contas direitas”. Em entrevista à SIC, o ex-autarca chegou mesmo a dizer que “com o país neste estado, haver quem ainda não entende que não pode ser assim porque conduz a isto já é um problema de inteligência”.

O ajustamento orçamental no Porto

Quando entrou para a autarquia, Rio comprometeu-se com um ajustamento das contas do Porto. Quando saiu da câmara, Rio garantiu que herdou uma dívida de 200 milhões de euros e que deixou uma dívida de 99 milhões de euros. Além disso, congratulou-se por ter um prazo médio de pagamento a fornecedores de seis dias. Mas, pelo caminho, Rio colecionou inimigos, nomeadamente na área da cultura onde fez vários cortes.

Acresce que o então presidente da Câmara do Porto garantia que as empresas municipais e as fundações não tinham dívida à banca. Rui Rio chegou a dizer que a gestão da autarquia exigiu “mão de ferro”: reduziu funcionários, criou maior disponibilidade financeira, avançou com a reabilitação urbana e recuperou os bairros sociais da cidade. Ainda assim, deixou por fazer o investimento no mercado do Bolhão e do Palácio de Cristal — algo que reconheceu numa entrevista de balanço dos três mandatos à SIC.

Imposto para a dívida? Sim, mas há nuances

Classifica a dívida pública portuguesa de “brutal”. É, por isso, preciso diminuí-la, mas acima de tudo fazer com que os portugueses saibam quanto pagam de juros por causa do endividamento do país, argumenta Rio. Por essa razão, sugeriu que se reduza algum imposto para que, em contrapartida, seja criado um imposto “consignado” ao pagamento dos juros da dívida pública.

Assim, “as pessoas passariam a perceber melhor os efeitos nocivos de um défice público”. Porém, a medida teria um efeito neutro do ponto de vista fiscal. No entanto, a sugestão foi rejeitada tanto à esquerda como à direita.

Em última instância, Rui Rio defendeu que a carga fiscal tenderia “a baixar paulatinamente” porque a transparência do novo imposto pressionaria os governos a criar excedentes orçamentais. Contudo, o próprio social-democrata identificou uma desvantagem: a possibilidade de o novo imposto “poder dar demasiada força a posturas de perfil mais populista, que reclamem, por exemplo, o não-pagamento da dívida, senão mesmo dos próprios juros”.

Já em 2014, em declarações noutra conferência, admitiu que Portugal pode ter de renegociar a dívida pública caso não haja um crescimento económico sustentável. “Se conseguirmos esse crescimento, teremos riqueza suficiente para fazer face à dívida acumulada”, afirmou, não indicando o período a que se referia. “Temos de eliminar esse défice, conseguir crescimento e ter um horizonte positivo para Portugal”, argumentou.

Empresas públicas, privatizações e nacionalizações

Comecemos pela transportadora aérea. “A TAP não pode continuar a ser um sorvedouro de dinheiros públicos”, disse Rio em entrevista à RTP3, criticando a gestão danosa que levou à acumulação de prejuízos. Além disso, Rui Rio acompanhava as críticas de Rui Moreira à centralização da operação da TAP em Lisboa, retirando da sua estratégia o aeroporto Francisco Sá Carneiro, situado na Maia.

Foi também na privatização dos Aeroportos de Portugal (ANA) à Vinci que Rio pediu ao Governo uma indemnização à autarquia pelo investimento feito no aeroporto do Porto.

Quem teve culpa na crise?

Poder político, em primeiro lugar. Depois a banca e, por fim, a troika. São estes os culpados, disse Rui Rio, à margem de uma conferência no Porto em maio deste ano. “O poder político é aquele que tem um conjunto maior de más decisões tomadas, ou por omissões tomadas, que nos conduziram até aqui“, acusou. Já a banca foi “muito mal gerida durante muitos anos em Portugal”, onde a “dimensão dos erros foi brutal”.

Por fim, a crítica vai para o FMI, o BCE e a Comissão Europeia pela receita que impuseram ao país. “Entrou com uma altivez que nos ia ensinar tudo e que nos ia ensinar como as coisas se fazem e ia fazer as coisas direitas e não foi bem assim e os indicadores do pós-troika não merecem que nós possamos bater palmas à troika. Portanto, ela tem, nesta parte final, algum nível de responsabilidade, porque não soube encontrar as soluções mais capazes e eficazes para a economia portuguesa”, defendeu.

Não é só por causa do papel na troika e na banca que Rio critica a Comissão Europeia. Também no episódio das sanções, o agora candidato à presidência do PSD criticou Bruxelas por se estar a sancionar a si própria, numa altura em que ainda não se sabia se as sanções seriam aplicadas. “Vem agora a Comissão Europeia dizer que nos aplica sanções que, em grande medida, têm origem num programa que eles aqui impuserem e elogiaram o Governo que o levou a cabo”, afirmou, em declarações numa conferência, citadas pela Lusa.

Estas são algumas pistas daquilo que poderá vir a ser um programa eleitoral de Rio. Contudo, as ideias do candidato à presidência do PSD vão para lá da economia. São polémicas as suas declarações sobre a reforma do sistema político, a justiça e até a comunicação social — por exemplo, o anúncio desta quarta-feira não terá direito a perguntas. Rio teve como bandeira o combate à corrupção e a separação entre a política, o poder económico e até o futebol, tendo aberto uma guerra com o presidente do Futebol Clube do Porto, Pinto da Costa. Falta saber que ideias serão prioritárias e que batalhas terá em mente.

(Texto publicado originalmente a 11 de outubro de 2017, quando Rui Rio anunciou a candidatura a líder do PSD)

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Em caso de stress, Estado pode ter de injetar mais dinheiro no Novo Banco

  • Rita Atalaia
  • 11 Outubro 2017

O Novo Banco vai ser vendido, mas, mesmo depois da alienação ao Lone Star, o Estado pode injetar mais dinheiro na instituição. No entanto, só num cenário extremo.

O Estado pode vir a injetar mais dinheiro no Novo Banco, mas apenas num cenário extremo. A Comissão Europeia deixou em aberto a possibilidade de Portugal colocar mais fundos no banco de transição mesmo depois da venda ao Lone Star como medida preventiva perante um contexto em que não existam quaisquer outras formas de garantir a solvabilidade da instituição liderada por António Ramalho.

“Na medida em que surjam necessidades de capital em circunstâncias adversas graves que não possam ser resolvidas pela Lone Star ou por outros operadores de mercado, Portugal disponibilizará capital adicional limitado”, refere a Comissão Europeia no comunicado em que deu a sua aprovação ao plano de reestruturação do banco.

“A decisão de conceder auxílios estatais é da competência exclusiva do Estado-Membro em causa“, salienta o mesmo documento que não especifica, no entanto, que condições adversas são essas. Um forte abrandamento da economia, por exemplo, pode levar a essa injeção extra de capital por parte do Estado português.

Bruxelas não revela qual o valor máximo que Portugal está autorizado a injetar no banco, nem se essa potencial injeção é feita de forma direta ou através do Fundo de Resolução, que ficará com 25% do Novo Banco. Recorde-se que o Governo aprovou recentemente um acordo-quadro que vem garantir que, se necessário, o Fundo de Resolução tem acesso a financiamento. Ainda assim, segundo o Negócios, será mesmo o Estado a fazê-lo diretamente, isto é, com dinheiro dos contribuintes.

Na prática, com este acordo, fica assegurado o acesso a liquidez por parte do fundo que se manterá acionista do Novo Banco, sendo esse dinheiro utilizado para suprir quaisquer eventuais necessidades de capital da instituição liderada por António Ramalho uma vez vendida ao Lone Star. Essa injeção acontecerá sempre que os rácios de capital baixem de um patamar predefinido, de 12,5%.

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Empresa portuguesa resolve problema de 45 anos à Mattel

Imagine que é daltónico. Agora tente jogar às cartas, nomeadamente ao UNO. Impossível? Agora já não. A Mattel debatia-se há 45 anos com este problemas. A portuguesa ColorADD resolveu.

Sair de casa com uma meia de cada cor. Ser incapaz de introduzir num documento as correções que o chefe pediu, porque não consegue distinguir as anotações feitas a vermelho e a verde. Ir ao hospital e não perceber o grau de prioridade que lhe foi dado no atendimento. Ser incapaz de jogar Uno. Este é o dia-a-dia de 350 milhões de pessoas em todo o mundo. Pessoas que sofrem de daltonismo.

Foi a pensar nelas que nasceu o ColorADD. Um sistema de identificação de cores inventado pelo português Miguel Neiva (que não é daltónico) e que permite através de símbolos — traços e triângulos — perceber as diferenças. A ideia, inédita a nível mundial, partiu de um exercício de escola. A cada cor primária (amarelo, vermelho e azul) atribuir um símbolo e depois combiná-los da mesma forma como se combinam as cores.

“Assim nasceu uma linguagem de 27 carateres que pode ser usada em qualquer parte do mundo“, explicou Miguel Neiva, numa apresentação de projetos de Inovação Social. E é exatamente isso que está a acontecer. A equipa está a trabalhar com o metro de Londres e de Madrid para usarem o código para identificar as diferentes linhas, que são distinguidas por cores, isto depois de uma experiência com o metro do Porto. Mas está também em conversas com a Liga de Clubes e com a UEFA na organização dos estádios, sendo que no capítulo do futebol a grande vitória para os daltónicos foi conseguir que a bola não fosse laranja.

O grande marco para a ColorADD foi conseguir resolver um problema com 45 anos à Mattel. A multinacional norte-americana fabricante de brinquedos veio encontrar em Portugal a solução para o seu jogo mais vendido em todo o mundo — o UNO.

O jogo UNO, nos Estados Unidos, já vem equipado com o código de identificação de cores da ColorADD. Na União Europeia só em Novembro.

Miguel Neiva conta que, para já, o jogo identificado com o código de cores só está disponível nos Estados Unidos mas, na primeira semana de novembro, passará também a estar na União Europeia. Esta alteração permitiu que as vendas subissem 66%. “É a prova de que é possível pôr as empresas a ganhar dinheiro e fazer o bem às pessoas”, sublinhou o designer gráfico.

A ajuda que é dada já valeu à ColorADD o reconhecimento por parte da ZeroDiscrimination, das Nações Unidas, mas também um prémio do Banco Europeu de Investimento, que validou o modelo de negócio da empresa. Este modelo consiste na cobrança de uma taxa às empresas, que varia de acordo com a sua dimensão. Ou seja, a Mattel pagará um valor superior ao do Continente, por exemplo, que também usa este código universal e não discriminatório no semáforo nutricional dos produtos ou nas roupas da Zippy, ou o Hospital de São João do Porto que rotula os fármacos no bloco operatório para evitar a troca de seringas, ou ainda a Viarco que o usa para identificar os lápis de cor, uma opção que também ajudou a recuperar as vendas, diz Miguel Neiva. Exceção feita para o setor da educação que, no entender do promotor do projeto, deve ser gratuita.

Para este projeto, Miguel Neiva contou com um apoio muito importante do Portugal Inovação Social — cerca de 250 mil euros para apoiar a execução do “programa ColorADD nas Escolas” na região Norte e Alentejo — da Fundação Calouste Gulbenkian. O Portugal Inovação Social resulta da opção de Portugal destinar 150 milhões de euros do Fundo Social Europeu para a inovação social. Foi o primeiro Estado membro a fazê-lo. O dinheiro é atribuído aos projetos através de candidaturas, a quatro linhas de financiamento.

Através das Parcerias para o Impacto já foram aprovados 35 projetos, que terão um apoio de 7,5 milhões de euros do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE) e três milhões de investidores sociais como a Gulbenkian, as câmaras municipais, etc.. O projeto de Miguel Neiva foi um dos vencedores, assim como um outro de inclusão social de reclusos, através da sua participação na criação de uma ópera e da gestão de um novo espaço dentro da prisão dedicado às artes performativas.

Estas parcerias destinam-se a promotores que queiram implementar um plano de desenvolvimento de um a três anos, para alcançarem maior escala e impacto. O instrumento financia os custos elegíveis num valor superior a 50.000 euros de subvenção não reembolsável do Portugal 2020 e até um máximo de 70% das suas necessidades de financiamento, sendo o restante financiamento suportado por investidores sociais.

Já no âmbito dos Títulos de Impacto Social, outra das linhas de financiamento possível também já foi aberto um aviso de candidaturas e aprovados três projetos que vão receber um apoio de 1,5 milhões de euros do POISE. De salientar que estes Títulos funcionam “numa lógica de Parceria Público Privada ao contrário”, explicou Filipe Almeida, presidente do Portugal Inovação Social, numa apresentação aos jornalistas, em antecipação da conferência europeia para promover a inovação social, que se realiza a 27 e 28 de novembro. “Nos Títulos de Impacto Social, o risco é transferido para os parceiros, já que são contratualizados resultados e só se estes forem alcançados, o projeto poderá ser financiado a 100%”, acrescentou o responsável.

O Portugal Inovação Social também já fez previamente um concurso para capacitação para o investimento que tinha por objetivo “ajudar a desenvolver as equipas de gestão que vão desenvolver estes projetos”, disse Filipe Almeida. Em causa estava uma dotação de três milhões de euros, um valor que se mostrou aquém do entusiasmo desenvolvido. Foram apresentadas 168 candidaturas, que correspondem a 7,85 milhões de euros de necessidades de financiamento. Estas candidaturas foram distribuídas da seguinte forma: Norte – 81 candidaturas (3,8 milhões de euros); Centro – 72 candidaturas (3,4 milhões) e Alentejo – 15 candidaturas (700 mil euros).

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Pharol deu luz à bolsa. PSI-20 sobe com BCP e EDP

As ações da Pharol dispararam mais de 7%, mas foram os ganhos do BCP e da EDP que ditaram o rumo da praça bolsista lisboeta. O PSI-20 avançou 0,5%.

A praça bolsista lisboeta encerrou a sessão em alta, reaproximando-se de máximos do início de novembro de 2015. O PSI-20 valorizou em torno de 0,5%, com a Pharol a ser estrela do índice que mais brilhou. Mas os méritos do avanço da bolsa nacional vão quase todos para o BCP e a EDP.

O PSI-20 terminou a sessão a valorizar 0,56%, para os 5.439,32 pontos, com dez das suas atuais 18 cotadas em alta e as restantes oito em queda. A Pharol foi ao guia dos ganhos na praça bolsista nacional, com as suas ações a dispararem 7,18%, para os 41,8 cêntimos, perante sinais positivos sobre a sua participada Oi. Esta terça-feira foi noticiado que a administração da telecom brasileira terá aprovado um novo plano de recuperação judicial que vai ser submetido à aprovação dos credores ainda este mês.

Contudo, os ganhos do índice bolsista nacional deveram-se, sobretudo, ao avanço dos títulos do BCP e da EDP. As ações do banco liderado por Nuno Amado valorizaram 2,07%, para os 24,65 cêntimos, quase conseguindo anular o tombo de 2,5% registado na sessão anterior, dia em que o setor financeiro foi condicionado pela expectativa relativamente à declaração de independência da Catalunha de Espanha.

A EDP também ajudou a puxar pelo desempenho do PSI-20, com as suas ações a somarem 1,74%, para os 3,09 euros, a corrigir pela segunda sessão consecutiva após uma longa série de sessões no vermelho. Os restantes títulos do setor energético também registaram ganhos. As ações da EDP Renováveis valorizaram 0,23%, para os 7,126 euros, enquanto as da Galp energia somaram 0,53%, para os 15,10 euros, em contraciclo com as cotações do petróleo que recuavam nos mercados internacionais.

Nota positiva também para a Mota-Engil e para os CTT. As ações da construtora valorizaram 2,6%, para os 3,32 euros, enquanto as dos Correios avançaram 0,26%, para os 5,01 euros.

Em contraciclo, destaque para a Jerónimo Martins que foi a cotada do PSI-20 que mais desvalorizou: 1,21%, para os 16,32 euros. Em queda, também terminaram as cotadas do universo Sonae. As ações da Holding Sonae perderem 0,1%, para os 1,025 euros, enquanto as da Sonae Capital recuaram 0,82%, para os 85 cêntimos.

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Justiça pede 58 milhões aos arguidos da Operação Marquês

Ministério Público actua em defesa do Estado no pedido de indemnização cível e pede quase 60 milhões. Só Sócrates e Santos Silva deverão pagar 19,5 milhões, de forma solidária.

No total, o Ministério Público (MP) considera que os 28 arguidos da Operação Marquês lesaram o Estado em 58 milhões de euros. Concretamente, o Ministério Público considera que José Sócrates e o amigo Carlos Santos Silva “devem ainda ser condenados a pagar solidariamente a quantia de 19,5 milhões de euros”. O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) acusa os arguidos de causarem ao Estado, de forma ilícita, uma lesão, através da frustração da arrecadação devida em sede de IRS e IRC.

Já Ricardo Salgado e Henrique Granadeiro deverão ser condenados a pagar solidariamente mais de 4,7 milhões de euros. Granadeiro terá ainda de pagar 11,6 milhões, segundo a acusação.

Zeinal Bava deverá pagar, segundo o entendimento do MP, 16,7 milhões de euros.

A Helder Bataglia e Ricardo Salgado, é pedida a sua condenação ao pagamento de quase 1,5 milhões, e a Carlos Santos Silva que indemnize o Estado em mais de 1,5 milhões.

O MP pede ainda a condenação de Armando Vara ao pagamento de quase 1,5 milhões de euros e que seja declarado perdido a favor do Estado vários saldos de contas bancárias e imóveis. Contas essas em nome de Carlos Santos Silva, Gonçalo Trindade Ferreira, Armando Vara, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.

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Operação Marquês: Confiante quanto à acusação? “Sim, com certeza”, diz DCIAP

Rosário Teixeira, o responsável pela acusação na Operação Marquês, diz que o DCIAP está confiante quanto à solidez da acusação, "senão não teria sido deduzida".

Confiante quanto à solidez desta investigação? “Sim, com certeza, senão não teria sido deduzida”, afirma Rosário Teixeira, o responsável pela acusação, em declarações transmitidas pela SIC Notícias. José Sócrates, Ricardo Salgado e Zeinal Bava terão agora que enfrentar o julgamento.

O DCIAP está confiante na acusação que faz a 28 arguidos no âmbito da Operação Marquês. Quando questionado acerca do possível impacto das críticas dos advogados, o Rosário Teixeira acrescenta “isso está resolvido processualmente, não é uma questão”. Quanto aos prazos, comenta apenas: “acabou quando acabou”, negando qualquer constrangimento ao tentar cumprir os prazos definidos pela PGR.

Momentos antes, também o diretor do DCIAP, Amadeu Guerra, afirmou que “cumprimos a nossa função” e que dentro do DCIAP “Todos estamos de consciência tranquila, claro”, recusando-se a prestar mais declarações.

No âmbito deste processo, José Sócrates é alvo de 31 acusações, enquanto o ex-banqueiro Ricardo Salgado foi alvo de 21 acusações, e o antigo presidente da PT, Zeinal Bava tem cinco acusações. Para além destes, o processo tem mais 25 acusados entre personalidades e empresas.

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