Carlos Moedas: “Sou totalmente contra uma Europa punitiva”

  • ECO
  • 29 Dezembro 2017

Moedas deixa claro que o caminho segue não só pela flexibilidade da economia, como também pela uma aproximação e descomplicação dos processos de decisão na união.

Para Carlos Moedas, e depois de uma era de discursos punitivos, está na hora de incentivos positivos. “Não podemos ter incentivos negativos, porque isso é aquela Europa punitiva que eu estou totalmente contra”, expõe Moedas, afirmando que medidas como o estabilizador automático comum e o acordo sobre a garantia de depósitos são provas disso.

Em entrevista ao Diário de Notícias, o comissário europeu para a Investigação, Ciência e Inovação considera que é necessário “dar incentivos aos países para fazerem as reformas necessárias”, bem como perceber como conectar “os fundos estruturais a estas reformas”, sendo isto “uma luta com o Parlamento e com o Conselho”, mas que “a Comissão teve a coragem de propor”.

Para o fortalecimento da Europa, e considerando-se “um apaixonado pela Europa”, Moedas deixa claro que o caminho segue não só pela flexibilidade da economia, como também pela uma aproximação e descomplicação dos processos de decisão na união, uma vez que “os europeus não percebem a Europa exatamente por essa tomada de decisão”.

Além disto, e reiterando o valor da unidade defendido por tantos governantes europeus, “precisamos de uma união cada vez mais perfeita”, porque a fragmentação “é o que nos mata”. Moedas deixa ainda claro: “Quem não estiver de acordo com os valores europeus não deve estar connosco”.

Reino Unido vai continuar a cumprir regras europeias

Questionado sobre o processo de saída do Reino Unido da União Europeia, o comissário europeu afirmou que este vai mesmo acontecer e que espera que esteja concluído nos próximos dois anos, mas deixa a ressalva: “Espero que consigamos realmente fazer [o Brexit] nos tempos dos dois anos que temos pela frente, até 2019, mas acho difícil, acho muito difícil.”

Quando se concretizar o Brexit, Moedas considera que o Reino Unido “será sempre parte da Europa”, porque “no dia em que uma empresa britânica de venda, vamos dizer, bananas ou aspiradores ou o que for para a Europa tem de respeitar as regras da Europa, porque senão ela não pode vender”.

Ainda assim, “qualquer relação, por mais especial que seja, entre a Europa e o Reino Unido, é uma relação em que o Reino Unido não está sentado à mesa“, conclui o comissário europeu.

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