Diretora-Geral do Tesouro e Finanças demite-se

O Ministério das Finanças informou esta sexta-feira que a diretora-geral do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon Santos, demitiu-se.

A diretora-geral do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon dos Santos acompanhada pelo presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito à Celebração de Contratos de Gestão de Risco Financeiro por Empresas do Sector Público, Jorge Lacão, ouvida na mesma esta tarde na Assembleia da República em Lisboa 16 de julho de 2013. MIGUEL A. LOPES/LUSALUSA / MIGUEL A. LOPES

O Ministério das Finanças informou esta sexta-feira que a diretora-geral do Tesouro e Finanças, Elsa Roncon Santos, demitiu-se. “A Diretora-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), Elsa Roncon Santos, cessará funções, a seu pedido, a partir do dia 13 de fevereiro de 2017”, escreve o gabinete do Ministério das Finanças.

O nome de Elsa Roncon Santos aparece na troca de emails entre os membros de gabinetes das Finanças, António Domingues e o secretário de Estado Mourinho Félix. O tema dessas cartas, expresso numa mensagem com data de 3 de maio de 2016, às 20h51, de Susana Larisma (chefe de gabinete de Mourinho Félix) para a diretora do Tesouro, era as mudanças do Estatuto do Gestor Público: “Conforme já por nós falamos, muito agradecia que habilitasse este gabinete com as informações necessárias para que a CGD deixe de estar abrangida pelo Estatuto do Gestor Público”.

Elsa Roncon Santos tinha-se demitido em julho de 2013 deste mesmo cargo por causa do caso dos swaps, mas voltou a concorrer ao lugar em 2014. A agora ex-diretora-geral do Tesouro e Finanças foi superior hierárquica de Maria Luís Albuquerque na Refer. Esta sexta-feira, Elsa Roncon voltou a pedir para cessar funções, o que acontecerá a partir da próxima segunda-feira.

O secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, agradeceu a “competência, lealdade e sentido de responsabilidade na prossecução do interesse público com que desempenhou as suas funções ao longo de mais de um ano de trabalho conjunto“. Além disso, compromete-se a, “com a maior brevidade possível”, iniciar o processo de seleção e de nomeação de um novo responsável para a Direção-Geral do Tesouro e Finanças. “Até que o processo esteja concluído, assumirá o lugar, em substituição, a atual Subdiretora-Geral do Tesouro e Finanças, Maria João Araújo”, esclarece o Ministério das Finanças.

Recorde-se que há uma semana o Ministério das Finanças fez uma mudança na sua organização com a entrada de Álvaro Novo para secretário de Estado do Tesouro, até então economista-chefe no gabinete do ministro das Finanças. Ricardo Mourinho Félix deixou de ser secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças para passar a ser secretário de Estado Adjunto e das Finanças.

(Notícia atualizada às 16h49)

Comunicado do Ministério das Finanças

A Diretora-Geral do Tesouro e Finanças (DGTF), Elsa Roncon Santos, cessará funções, a seu pedido, a partir do dia 13 de fevereiro de 2017.

A equipa liderada pela DGTF, que iniciou funções em 2011, conduziu os destinos da Direção-Geral do Tesouro e Finanças num período particularmente exigente para a Administração Pública, nomeadamente para os serviços do Ministério das Finanças.

Neste contexto, o Secretário de Estado Adjunto e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix, gostaria de expressar publicamente o seu agradecimento pela competência, lealdade e sentido de responsabilidade na prossecução do interesse público com que desempenhou as suas funções ao longo de mais de um ano de trabalho conjunto.

O Governo promoverá, com a maior brevidade possível, o processo de seleção e de nomeação do novo Diretor-Geral do Tesouro e Finanças. Até que o processo esteja concluído, assumirá o lugar, em substituição, a atual Subdiretora-Geral do Tesouro e Finanças, Maria João Araújo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

LVMH, a benfeitora das pequenas companhias

  • ECO
  • 10 Fevereiro 2017

A LVMH, de que fazem parte marcas gigantes de luxo como a Louis Vuitton, a Fendi ou a Givenchy, quer lançar uma aceleradora de pequenas empresas do mundo da moda, cosmética e acessórios.

A holding LVMH Moët Hennessy Louis Vuitton S.A, ou só LVMH, que integra, entre outras, a marca Louis Vuitton, está prestes a lançar a LVMH Luxury Ventures, uma fábrica de aceleração que vai investir em pequenas companhias nas áreas da moda, cosmética e acessórios que considere promissoras.

A LVMH Luxury Ventures vai ser liderada por Julie Bercovy, responsável pelas fusões e aquisições do grupo, e vai comprar quotas em empresas de produtos de luxo que tenham vendas entre os dois e os cinco milhões de euros e que apresentem um elevado potencial de crescimento.

“O objetivo é acompanhar financeiramente o desenvolvimento destes pequenos negócios para criar valor”, afirmou um porta-voz do grupo.

A LVMH Luxury Ventures contará com um capital inicial de 50 milhões de euros, e os montantes que investirá nas diversas empresas variam entre os dois e os dez milhões.

E também já anunciou uma parceria com a produtora de cosméticos Marcolin, especializada em sombras de olhos, da qual vai comprar uma quota de 10%. Tudo para dar à Louis Vuitton um maior controlo nas marcas de sombras de olhos que utiliza, e para mudar da marca com que trabalhava anteriormente, a Safilo. A Marcolin afirma que vai começar por produzir sombras de olhos para a Celine e a Louis Vuitton, ambas do grupo LVMH, em 2018, antes de passar para outras grandes marcas no panorama francês da moda.

A indústria dos produtos de luxo está a ganhar várias marcas novatas, que estão a crescer em popularidade devido, em grande parte, aos jovens consumidores, que as conhecem através das redes sociais. Um exemplo: a marca de maquilhagem Anastasia Beverly Hills, distribuída nas lojas da marca Sephora, tem 13 milhões de seguidores na sua página na rede Instagram, enquanto a Louis Vuitton, a principal marca do grupo LVMH, só tem pouco mais: 14,6 milhões de seguidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

António Gomes Mota: “Período de nojo não deve ser excessivo”

  • Rita Atalaia
  • 10 Fevereiro 2017

O presidente do Instituto Português de Corporate Governance defende que é preciso moderação na definição dos períodos de nojo. E "bom senso" de quem formula e aceita convites.

Carlos Albuquerque fecha a porta do Banco de Portugal e abre a da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Mas não sem antes ter de passar pelo chamado “período de nojo” imposto pelo Banco Central Europeu (BCE). Ou seja, durante seis meses não pode ter contacto com a banca antes de assumir novas funções. Mas esta “pausa” não pode ser excessiva, defende António Gomes Mota, presidente do Instituto Português de Corporate Governance (IPCG). O agora chairman dos CTT diz que é importante “resistir à tentação, muito comum em Portugal, de sempre que há problemas se exagere na dose de terapia“.

Paulo Macedo — ex-ministro da Saúde, ex-diretor geral dos Impostos, ex-vice-presidente do BCP e atual presidente da CGD — convidou Carlos Albuquerque, ex-diretor do Departamento de Supervisão do Banco de Portugal, para a administração do banco do Estado. Mas o regulador exige que Albuquerque cumpra um período de nojo, com duração de seis meses, antes de começar a trabalhar na CGD. Mas porquê? Para que a informação confidencial a que teve acesso nas suas funções de vigilância da saúde financeira dos bancos (e, portanto, de toda a concorrência da CGD) perca atualidade.

"Importa também resistir à tentação, muito comum em Portugal, de sempre que há problemas se exagere na dose da terapia e se, por exemplo a existência de períodos de nojo fará sentido em muitos casos, não deverá ser excessivo, pois as pessoas tem também direito a terem opções justas de continuação da sua vida profissional e se assim não for, reduz-se por certo o leque de talento suscetível de ser atraído em particular para funções de regulação”

António Gomes Mota

Presidente do Instituto Português de Corporate Governance

Mas estas “pausas” têm de ser definidas com moderação. Ao ECO, António Gomes Mota, presidente do IPCG, diz que as “práticas de boa governance recomendam a existência de regras claras que enquadrem os movimentos de pessoas entre entidades reguladoras e entidades reguladas”. Mas é importante “resistir à tentação, muito comum em Portugal, de sempre que há problemas se exagere na dose da terapia”. Para o agora chairman dos CTT — que era vice-presidente do conselho de administração da empresa de serviços postais — os períodos de nojo não devem ser excessivos, uma vez que “as pessoas têm também direito a terem opções justas de continuação da sua vida profissional”. Caso contrário, pode estar a afastar-se talento para funções de regulação, esclarece.

Tudo depende do bom senso. “O bom senso, atributo bastas vezes ignorado, deve também imperar, em quem formula e aceite convites, evitando situações na fronteira do que é consentido”, remata Gomes Mota.

Afinal quem é que define este período de nojo?

Durante este período de “cooling off”, Carlos Albuquerque vai trabalhar “num projeto externo de solidariedade social, ligado ao tema do sobre-endividamento”, adiantou o Banco de Portugal. O nome do gestor tem ainda de ser aprovado pelo BCE, que é quem define estas regras de conduta. Paulo Macedo já confirmou que foi feito um convite a Carlos Albuquerque. “Confirmo que há um convite e que terá de ser sujeito a todos os procedimentos, quer seja de cooling off, quer seja de aprovações. Até tudo isso estar feito, nada acontece”, sublinhou.

Segundo o artigo 8.2 do Código de Conduta dos membros do Conselho de Supervisão do Banco Central Europeu, “os outros participantes nas reuniões do Conselho de Supervisão devem informar o presidente do BCE da sua intenção de exercer qualquer outra atividade profissional, remunerada ou não, no primeiro ano a seguir à data da cessação das suas funções” e só podem exercer atividades profissionais “numa instituição de crédito diretamente supervisionada pelo BCE, depois de expirado o prazo de seis meses a contar da dada da cessação das suas funções”.

Contactado pelo ECO, o banco central não quis fazer comentários sobre este caso em concreto. O Banco de Portugal também remeteu qualquer questão para o BCE, por ser o responsável pela legislação que define o período em que os responsáveis devem estar afastados do setor antes de entrarem num banco.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Oi tem nova proposta de aquisição. Pharol dispara 100% este ano

Pharol já recuperou as perdas de 2016, seguindo em máximos de ano e meio. Ações duplicam de valor este ano, numa altura prossegue o plano de recuperação da Oi com mais um interessado na sua compra.

A Pharol continua a brilhar intensamente no PSI-20. Desde o início do ano, as ações da antiga PT SGPS disparam mais de 100%. Ou seja, em pouco mais de um mês os títulos duplicaram de valor, uma evolução que surge numa altura em que a Oi, a operadora brasileira onde a Pharol é a principal acionista, prossegue o seu plano de recuperação, com mais um interessado na sua aquisição: a Cerberus Capital Management.

A sessão desta sexta-feira marcou um novo máximo do último ano e meio para a cotada liderada por Luís Palha da Silva. As ações aceleraram 11,51% para os 0,44 euros, a cotação mais elevada desde junho de 2015. E isto num contexto de forte volume de transações: foram trocados mais de 24 milhões de papéis da Pharol ao longo desta sessão, mais de quatro vezes a média diária de negociação verificada nos últimos 12 meses.

Do outro lado do Atlântico, a Oi também segue em destaque no pregão brasileiro. As ações da operadora brasileira somam hoje 1,6% para os 3,19 reais (cerca de 96 cêntimos). E acumulam uma valorização de mais de 40% desde o início do ano.

Segundo a Reuters, há mais um interessado na aquisição da Oi. Trata-se de um grupo de investidores liderados pelo fundo Cerberus Capital Management, que está a planear avançar com uma proposta alternativa de recuperação judicial em março, logo após a finalização do processo de due dilligence, revelou uma fonte à agência Reuters.

Além da participação na Oi, a Pharol detém ainda cerca de 900 milhões de euros em papel comercial da Rioforte, embora a empresa já só espere recuperar 85,8 milhões de euros.

Pharol acompanha recuperação da Oi

Fonte: Bloomberg (valores em euros)

A Oi encontra-se sujeita a um plano de proteção de falência desde junho, o maior processo deste género alguma vez desencadeado no Brasil. A operadora tem procurado formas de evitar o desaparecimento, nomeadamente através de um plano de recuperação judicial, face às dívidas avultadas que ultrapassam os 19 mil milhões de euros.

A administração da Oi está neste momento a analisar várias alternativas quanto ao futuro da operadora. Entre as opções em cima da mesa está a possibilidade de converter parte dessa dívida em ações. A ideia de conversão dívida em capital foi proposta por credores e apresentada aos administradores pela LaPlace, a assessora financeira da empresa. Neste sentido, “o conselho [de administração] autorizou a diretoria da Oi a prosseguir com entendimentos junto dos credores, aprofundando alguns itens críticos”, segundo comunicou ao mercado na semana passada.

Perante esta possibilidade, a gestão da Oi deixou temporariamente de lado duas propostas que visam a aquisição da operadora. Existe uma proposta da Elliot Management, do multimilionário Paul Singer, que envolve uma injeção de capital no valor de nove mil milhões de reais (2,9 mil milhões de dólares) que daria uma participação maioritária àquele fundo norte-americano na operadora brasileira, segundo a Reuters. Este negócio tem a oposição da Pharol, que revelou à agência que apenas aceitará um plano de reorganização alternativo se tiver o aval da administração da Oi.

Entretanto, a Orascom, detida pelo multimilionário Naguiv Sawiris, decidiu estender o prazo de validade das sugestões para um plano alternativo de recuperação judicial da operadora brasileira Oi. A proposta da Orascom já só expira a 28 de fevereiro.

(notícia atualizada às 17h20 com informações da nova proposta da Cerberus Capital Management)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Um português gasta 500€ por mês com o carro

A fatura mensal com o automóvel pode variar, em média, até 344 euros na Europa. Portugal nem é onde é mais expressiva, mas fica, ainda assim, em torno dos 500 euros.

Os combustíveis estão mais caros. E estão a fazer aumentar os custos que as famílias têm de suportar mensalmente com o automóvel, mas não são os únicos a afetar a carteira dos proprietários. Há vários. A fatura varia entre 364 e mais de 700 euros por mês, na Europa. E em Portugal? Nem é onde é mais expressiva. Ainda assim, fica em torno dos 500 euros, de acordo com um estudo da LeasePlan.

Entre os proprietários europeus, os noruegueses são os que mais pagam para conduzir um automóvel. Mensalmente, os noruegueses pagam quase o dobro do que os automobilistas húngaros em veículos a gasolina, 708 e 364 euros, respetivamente”, refere a gestora de frotas no seu LeasePlan CarCost Index 2016.

“A Holanda é o país mais caro para os condutores de veículos a gasóleo. Em média, os holandeses gastam 695 euros por mês no seu veículo a gasóleo. Nos carros a gasóleo, a Hungria é, mais uma vez, o país mais barato (369 euros)”, acrescenta, salientando que o custo médio mensal de propriedade do veículo pode variar até 344 euros entre o país europeu mais caro e o país mais barato analisado.

Portugal está na média europeia nos custos mensais com veículos suportado pelas famílias, mas também pelas empresas. Segundo a gestora de frotas, ter um automóvel a gasolina custa, em média, 525 euros. A gasóleo sai 9,1% mais barato: 477 euros. A diferença mensal é de 48 euros, o que totaliza 576 euros ao final de um ano.

Fonte: LeasePlan

Estes valores resultam da “comparação os custos mais importantes, como o preço de compra, custos de depreciação, reparações e manutenção, seguros, impostos e despesas de combustível, incluindo pneus de inverno, se exigido por lei. A análise é baseada nos primeiros três anos de custos operacionais e uma quilometragem anual de 20.000 km”.

Segundo a gestora, os custos de depreciação representam a maior despesa relacionada com a propriedade de automóveis na Europa (37%). Estes são seguidos pelo Imposto Único de Circulação e IVA que representam 20% da fatura mensal. A seguir vem o combustível, representando 16% do total. Não existe uma discriminação do peso por país, mas se houvesse o combustível seria relevante em Portugal tendo em conta os preços elevados.

Portugal tem dos combustíveis mais caros da Europa, de acordo com os dados da Comissão Europeia. Na próxima semana haverá novos aumentos de preços nos postos de abastecimento em resultado da subida dos preços do petróleo. A gasolina tem margem para aumentar um cêntimo por litro no arranque da próxima semana, enquanto os condutores de automóveis a gasóleo, que são a larga maioria em Portugal, deverão sentir um agravamento em torno de meio cêntimo por litro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Retornos na Europa podem duplicar face aos EUA, diz o Goldman Sachs

  • Rita Atalaia
  • 10 Fevereiro 2017

Há muitas dúvidas em torno das decisões de Donald Trump. Mas, assim que esta incerteza desaparecer, os retornos das ações europeias devem duplicar em relação às pares norte-americanas.

O retorno das ações europeias está preparado para duplicar em relação às pares norte-americanas. Tudo depende de Donald Trump. As mais recentes decisões do novo presidente dos EUA têm sido controversas e criam incerteza no mercado. Mas o Goldman Sachs está otimista. O banco diz que, assim que estas dúvidas se dissiparam, os investidores que apostam nos títulos do Velho Continente vão sair a ganhar.

Em apenas dez dias de presidência, Donald Trump já tomou várias decisões controversas. Desde suspender a entrada de refugiados nos Estados Unidos à construção de um muro com o México. E esta incerteza em torno dos próximos passos do novo Presidente dos EUA deixa o mercado nervoso. Mas, assim que estas dúvidas desaparecerem, o retorno das ações europeias deve duplicar este ano em relação aos títulos norte-americanos. Pelo menos é esta a previsão do Goldman Sachs.

"O índice Stoxx Europe 600 vai oferecer retornos de 8%, incluindo dividendos, até ao final de 2017, graças à depreciação do euro, forte crescimento global e recuperação dos preços do petróleo”

Christian Mueller-Glissmann

gestor do Goldman Sachs

O índice Stoxx Europe 600 vai oferecer retornos de 8%, incluindo dividendos, até ao final de 2017, graças à depreciação do euro, forte crescimento global e recuperação dos preços do petróleo, explica Christian Mueller-Glissmann, responsável pela gestão de portefólio e alocação de ativos do Goldman Sachs, citado pela Bloomberg. Já o índice S&P 500 vai oferecer retornos de 4%, prevê o Goldman Sachs, à medida que o otimismo em torno do crescimento económico nos EUA desaparece e põe um travão à subida das ações.

Christian Mueller-Glissmann relembra que o que está a alimentar o otimismo nos EUA é o corte dos impostos e a despesa orçamental — promessas feitas por Donald Trumo durante a campanha eleitoral — e este efeito pode diluir-se ao longo do ano. A Europa tem todas as condições para se sair bem, nota o gestor. Mas como? As exportadoras europeias vão beneficiar se Trump continuar a adotar medidas que levem o dólar a apreciar e o euro a cair, diz Mueller-Glissmann.

As ações globais têm subido desde a eleição de Donald Trump para a presidência dos EUA, com o S&P e o Dow Jones a registarem novos máximos recorde. Mas este otimismo deve amenizar, uma vez que “será difícil ao novo presidente norte-americano cumprir todas as promessas”, explica o gestor.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Trump espalha amor pela internet

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Fevereiro 2017

Agora já pode ouvir Donald Trump a dizer palavras simpáticas sobre o que quiser. Não é dia das mentiras, é só o poder da Internet.

Não concorda com as políticas de Donald Trump? Não consegue ouvir os discursos? Já não pode ver “Make America Great Again”? Agora pode escolher as palavras que saem da boca do novo presidente dos Estados Unidos, com o Trump With Love.

A ideia é de um grupo de criativos de uma agência de Santa Monica, no estado da Califórnia, que juntaram mais de 30 horas de imagens de discursos, debates e entrevistas do republicano para assim conseguirem “costurar” as mensagens que são pedidas.

“As palavras dele parecem trazer o que há de pior em muitas pessoas”, explicou Eduardo Rafael, diretor executivo da agência, em entrevista ao AdWeek. “Então pensámos: E se elas fizessem o contrário? E se o homem que vemos a gritar, apontar e arrastar as suas palavras a toda a hora o fizesse para promover amor e união?“.

Embora não seja possível escrever todas as palavras — nomeadamente em português –, já foram feitas mais de 36 mil frases. É fácil, intuitivo e promete arrancar uma gargalhada de qualquer um.

Assim, no próximo dia dos namorados surpreenda a sua cara-metade e diga-lhe o que sente, mas com a voz de Donald Trump.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo Banco: Lone Star e Estado juntos na compra

O Governo estuda a possibilidade de o Estado entrar ao lado do Lone Star na compra do Novo Banco, e conta com Eurostat para apurar efeitos no défice só quando houver venda da participação pública.

O Governo tem (outro) plano A para a venda do Novo Banco. Não é a nacionalização, nem a venda a 100% ao fundo Lone Star, é uma compra conjunta de ações do Novo Banco por parte do Estado e do Lone Star ao Fundo de Resolução, com a consequente capitalização em proporção do capital de cada um. A maioria do capital terá de ser sempre de Lone Star, para o Novo Banco deixar de ser um ‘banco de transição’, e, neste contexto, o governo está a negociar com o Eurostat uma solução que permita que o apuramento do impacto dessa operação no défice seja feito apenas quando se efetivar uma venda posterior da posição do Estado, revelaram ao ECO várias fontes conhecedoras do processo.

A negociação é complexa e decorre diretamente de um quadro de fundo: o ministro das Finanças traçou várias linhas vermelhas para dar o ‘ok’ a uma operação de venda do Novo Banco, uma das quais a existência de uma garantia pública, que comporta um risco para os contribuintes sem qualquer tipo de participação nas decisões futuras do Novo Banco. Ora, o fundo Lone Star continua a negociar com o Banco de Portugal e a equipa liderada por Sérgio Monteiro a compra do Novo Banco e os sinais que transmitem é de que estão disponíveis para negociar soluções alternativas à garantia de Estado. Mas uma coisa é certa, tendo em conta as avaliações e due diligence realizadas, o Lone Star identificou áreas de risco, nomeadamente no ‘side bank’ do Novo Banco e quer proteger-se. De uma forma ou de outra.

De resto, o Lone Star passou a estar mais ativo do ponto de vista mediático, contratou a JLM&A e isso é visível nas notícias que saíram nas últimas duas semanas, e todas no mesmo sentido: não é um fundo abutre, tem um projeto para o Novo Banco, quer melhorar a oferta, cumprir as linhas vermelhas do ministro Mário Centeno e já deixou saber que quer manter António Ramalho como presidente executivo. Será suficiente para convencer o governo?

António Costa tem uma prioridade, sim, a de vender o Novo Banco, por razões económicas e financeiras, mas também por razões políticas. A nacionalização já mereceu uma resposta negativa das agências de rating, que avisaram o governo para as consequências dessa operação na notação da República. E num momento em que os juros da dívida estão sob pressão, é um risco impossível de gerir. Por outro lado, continua a existir um prazo imposto pela Concorrência Europeia – 3 de agosto – para uma liquidação. Finalmente, o BE e o PCP continuam a pressionar uma nacionalização e, à medida que o calendário aperta, mais ainda. Assim, a alternativa, um novo Plano A, seria a saída perfeita para o governo. Uma compra conjunta, com a cobertura do organismo de estatística europeu.

Portugal ainda não saiu do Procedimento dos Défices Excessivos (PDE) e uma nacionalização oficial poderia impossibilitar uma decisão favorável de Bruxelas e dos ministros das Finanças do euro, prevista para este ano. Ora, a solução que está a ser trabalhada é garantir uma capitalização pública do Novo Banco em simultâneo com o fundo Lone Star. Do ponto de vista económico, os custos seriam idênticos aos associados a uma garantia de Estado, mas tem uma vantagem: o Estado continuaria acionista, com uma posição que poderá ser vendida posteriormente, com potencial recuperação do investimento num momento futuro da venda.

Oficialmente, nenhuma das entidades envolvidas nesta operação faz comentários. Mas fontes que estão a acompanhar as negociações revelaram ao ECO que, neste contexto, o objetivo do governo é garantir que o Eurostat avalie o impacto da operação nas contas públicas depois da venda da participação pública. O Estado, recorde-se, emprestou 3,9 mil milhões de euros ao Fundo de Resolução para este capitalizar o Novo Banco à data da sua constituição. O valor total atingiu, em agosto de 2014, os 4,9 mil milhões.

Mas Costa também precisa de convencer a direção-geral da Concorrência europeia, que tem o poder de definir os prazos de venda do Novo Banco como ‘banco de transição’. O prazo de venda que está em cima da mesa é 3 de agosto de 2017, sob pena de ser liquidado.

De acordo com o business plan da administração do Novo Banco, será necessária uma recapitalização de 750 milhões de euros durante este ano em dinheiro fresco para cumprir os rácios de capital regulamentares e estar mesmo acima da linha mínima exigida pelo BCE. É este valor inscrito na proposta do Lone Star, enquanto o consórcio Apollo/Centerbridge continua em processo de due diligence, a terminar nos próximos dias, com vista à apresentação de uma proposta vinculativa. Mas, de acordo com várias fontes, o consórcio já esteve mais empenhado na operação do que está hoje.

Em simultâneo com a capitalização pública e privada do Novo Banco, o governo quer também envolver os obrigacionistas seniores no reforço do capital do banco. Aliás, esta solução também está implícita nas propostas de compra do Lone Star e também do consórcio Apollo/Centerbrige. E, nestes modelos, a solução passa por convencer estes obrigacionistas, especialmente os que investiram em linhas de obrigações seniores de longo prazo, a passarem a acionistas. Qual será o montante? até 750 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

É fenomenal. Wall Street volta a bater recordes

Trump anunciou um "fenomenal" plano de corte de impostos a apresentar nas próximas semanas, motivo pelo qual Wall Street celebra novos máximos históricos na abertura da sessão desta sexta-feira.

Donald Trump apelidou o plano de redução de impostos às empresas de “fenomenal”. Os mercados norte-americanos gostaram de ouvir. Depois de ontem ter fechado em valores recordes, Wall Street mantém esta sexta-feira tendência de subida.

O Presidente norte-americano não deu muitos detalhes em relação à política fiscal que deverá apresentar nas próximas semanas. Apenas disse que as empresas precisam de ver algum alívio nos impostos que pagam. Ainda assim, este anúncio colocou as bolsas do outro lado do Atlântico de novo em rota de subida, depois da ordem executiva para proibir temporariamente a entrada de pessoas oriundas de sete países com maioria muçulmana ter provocado alguma desconfiança entre os investidores.

Neste cenário, o S&P 500 avança 0,18% para 2.311,94 pontos. Também o tecnológico Nasdaq sobe 0,24% e o industrial Dow Jones soma 0,23%, com ambos os índices a voltarem a bater recordes.

Em termos empresariais, destaque para o setor financeiro. Os bancos têm estado em evidência com a intenção da nova Administração de aliviar a regulação financeira. O Morgan Stanley valoriza 0,2%. Bank of America e JPMorgan Chase também seguem em terreno positivo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

PSD: “António Domingues já confirmou que tinha este acordo com Mário Centeno”

O cerco aperta-se à volta de Mário Centeno. António Costa, PS, PCP e Marcelo continuam ao lado do ministro, mas o PSD e CDS atacam a credibilidade de Centeno. BE exigirá explicações.

O deputado Hugo Soares atacou esta sexta-feira o ministro das Finanças por ter mentido “descaradamente aos portugueses”. No entanto, o PSD não pede a demissão de Mário Centeno, argumentando que essa decisão é da responsabilidade do primeiro-ministro. O responsável dos sociais-democratas na comissão de inquérito à CGD é direto: “O senhor ministro das Finanças perdeu toda a credibilidade”.

António Costa “é que tem que saber se quer ter um ministro das Finanças que mente descaradamente aos portugueses ou se o quer trocar por outro”, defendeu Hugo Soares, esta manhã, no Fórum TSF, referindo que, no entanto, avaliam as escolhas do primeiro-ministro e que “Portugal merecia muito mais”.

O senhor ministro das Finanças perdeu toda a credibilidade.

Hugo Soares

Deputado do PSD

O deputado social-democrata vai mais longe: “António Domingues já confirmou que tinha este acordo com Mário Centeno“, afirma, dizendo que o “executante” foi Centeno, mas o “mandante” foi António Costa. Em causa está o facto de ser o primeiro-ministro a assinar, a par da secretária de Estado Carolina Ferra, o decreto-lei que retira os gestores da CGD do Estatuto de Gestor Público.

A acusação com mais consequências chegou esta quinta-feira pela voz dos centristas. No mesmo fórum, João Almeida reiterou que era preciso fazer-se justiça. “Não queremos fazer sensacionalismo ou judicialização. Um ministro não pode dizer a um Parlamento que não existem documentos que existem”, reforçou o deputado centrista esta manhã. “O Governo tem outras obrigações por isto ter acontecido numa comissão de inquérito e se tiver que se ir por aí, assim será”, argumenta João Almeida.

O Governo tem outras obrigações por isto ter acontecido numa comissão de inquérito e se tiver que se ir por aí, assim será.

João Almeida

Deputado do CDS

Do lado do PS, o deputado João Paulo Correia voltou a sair em defesa de Mário Centeno. No entanto, tal como tinha referido esta quinta-feira, o socialista não respondeu a mais perguntas argumentando que não quer quebrar a confidencialidade dos documentos. Já o PCP, pela voz do deputado Miguel Tiago, refere que, consoante os dados, não encontra motivos para concluir que o ministro das Finanças mentiu.

“Nós temos informação parcial divulgada pela imprensa”, começa por dizer Moisés Ferreira, referindo que a comissão de inquérito é o “local ideal” para esclarecer o assunto. “Esse será o momento ideal para confrontar o ministro das Finanças”, diz o deputado bloquista, reforçando que quando Centeno for ao Parlamento o BE “exigirá explicações sobre toda esta situação e o exercício de transparência na CGD”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGD: CDS-PP reitera acusações e diz que Centeno e Costa têm de retirar consequências

  • ECO e Lusa
  • 10 Fevereiro 2017

"Ao proceder desta forma ficou claro que o Ministério das Finanças procurou ocultar as comunicações que manteve com o Dr. António Domingues", afirmam os centristas em comunicado.

O CDS-PP reiterou esta sexta-feira que o Ministério das Finanças “procurou ocultar” comunicações com António Domingues, insistiu que mentir numa comissão de inquérito pode constituir crime e desafiou o ministro e o primeiro-ministro a retirarem consequências.

“Mentir numa comissão de inquérito é politicamente grave e pode, inclusivamente, nos termos da lei, constituir crime. O senhor ministro das Finanças e o senhor primeiro-ministro terão de retirar as suas consequências“, declarou o CDS-PP, em comunicado, em que reitera o que o porta-voz do partido e deputado João Almeida afirmou em conferência de imprensa na quinta-feira.

A tomada de posição dos centristas segue-se a uma declaração escrita do ministro das Finanças, Mário Centeno em que acusou o CDS de truncar factos para produzir uma “vil tentativa de assassinato” do seu caráter.

O CDS-PP disponibilizou o requerimento formulado e a resposta do Ministério das Finanças, na sua totalidade, não tendo truncado nenhum documento, nem omitido qualquer informação prestada”, lê-se no comunicado do partido. O requerimento do CDS-PP foi enviado, ao tempo, ao Ministério das Finanças e ao dr. António Domingues, afirmam.

“O Ministério das Finanças respondeu que essas comunicações ‘inexistiam’. O dr. António Domingues enviou as comunicações. O que permite concluir que, de facto, existiam e estavam enquadradas no objeto do requerimento“, frisam.

O partido respondeu ainda que, “quanto ao critério cronológico invocado pelo Ministério das Finanças para excluir ‘comunicações posteriores à entrada em funções do dr. António Domingues’, este não tem qualquer relação com o objeto do requerimento que apenas tinha uma limitação cronológica inicial (20 de Março de 2016)”.

“É relevante e exigível qualquer comunicação em que se refiram as ‘condições colocadas para a aceitação dos convites’, independentemente do momento em que foram enviadas. A entrada em funções da nova administração não impede a referência posterior às condições acordadas previamente”, declaram.

O partido concluiu que, “nestes termos, só é possível concluir que o objeto do requerimento que o CDS-PP formulou existe e que o Ministro das Finanças ao responder ‘Inexistem trocas de comunicações com as características descritas?’ não disse a verdade“.

Comunicado do CDS na íntegra

Na sequência de uma conferência de imprensa dada ontem pelo CDS-PP, a propósito do Inquérito Parlamentar à Caixa Geral de Depósitos, o Ministério das Finanças acusou o CDS-PP, em comunicado, de “vil tentativa de assassinato de carácter”.

O CDS-PP repudia tal acusação, reitera o que afirmou na referida conferência de imprensa e responde a cada um dos pontos do comunicado do Ministério das Finanças:

1. O CDS-PP disponibilizou o requerimento formulado e a resposta do Ministério das Finanças, na sua totalidade, não tendo truncado nenhum documento, nem omitido qualquer informação prestada. Facto que o Ministério das Finanças escolheu omitir, insinuado e chegando até a afirmar o contrário.

2. A informação sobre a comunicação de 14 de Abril de 2016, referida no comunicado do Ministério das Finanças, consta da resposta distribuída pelo CDS-PP. A referência a que a mesma “…não integrava uma troca de comunicações, uma vez que nunca teve resposta do MF…” é demonstrativa da tentativa de o Ministério das Finanças iludir o que efectivamente está em causa. De qualquer forma, essa informação também constava da documentação distribuída.

3. Quanto às comunicações relativas à aprovação do Decreto-Lei n. º39/2016, de 28 de julho, que alterou o Estatuto do Gestor Público, o Ministério das Finanças refere “…não se ajustam ao objecto do pedido, uma vez que não correspondem a condições formuladas pelo Dr. António Domingues para aceitação do convite”. O requerimento do CDS-PP foi enviado, ao tempo, ao Ministério das Finanças e ao Dr. António Domingues. O Ministério das Finanças respondeu que essas comunicações “inexistiam”. O Dr. António Domingues enviou as comunicações. O que permite concluir que, de facto, existiam e estavam enquadradas no objecto do requerimento

4. Quanto ao critério cronológico invocado pelo Ministério das Finanças para excluir “comunicações posteriores à entrada em funções do Dr. António Domingues”, este não tem qualquer relação com o objecto do requerimento que apenas tinha uma limitação cronológica inicial (20 de Março de 2016) e nenhuma final. Sendo, assim, é relevante e exigível qualquer comunicação em que se refiram as “condições colocadas para a aceitação dos convites”, independentemente do momento em que foram enviadas. A entrada em funções da nova administração não impede a referência posterior às condições acordadas previamente.

Ao proceder desta forma ficou claro que o Ministério das Finanças procurou ocultar as comunicações que manteve com o Dr. António Domingues e a forma inaceitável como conduziu este processo.

Nestes termos, só é possível concluir que o objecto do requerimento que o CDS-PP formulou existe e que o Ministro das Finanças ao responder “Inexistem trocas de comunicações com as características descritas…” não disse a verdade. Mentir numa Comissão de Inquérito é politicamente grave e pode, inclusivamente, nos termos da lei, constituir crime. O Senhor Ministro das Finanças e o Senhor Primeiro-Ministro terão de retirar as suas consequências.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Salário mínimo subiu 31% em nove anos

  • Cristina Oliveira da Silva e Margarida Peixoto
  • 10 Fevereiro 2017

Entre 22 países da União Europeia que contam com um salário mínimo, Portugal ocupa o 12º lugar. Excluindo o efeito dos preços, desce para 13º.

Em quase uma década, o salário mínimo em Portugal aumentou 31%. Este foi o 11º maior aumento entre 21 países da União Europeia, aos quais este cálculo se pode aplicar. Os dados foram revelados esta sexta-feira, pelo Eurostat.

A remuneração mínima garantida esteve congelada em Portugal entre 2012 e outubro de 2014, anos de resgate da ‘troika’. Contudo, recuando a 2008 e tendo em conta os aumentos recentes — que colocaram já este ano o salário mínimo nos 557 euros por mês — verifica-se um aumento de 31%.

Neste período, o salário mínimo cresceu em todos os países da União Europeia que fixam este limiar, exceto na Grécia, onde sofreu uma quebra de 14%.

Aumento do salário mínimo entre 2008 e 2017

Fonte: Eurostat

Ainda que a subida seja expressiva, Portugal ocupa o meio da tabela dos 22 países quando a análise incide sobre o valor mínimo pago. Os 557 euros são contabilizados pelo Eurostat como 649,83 euros para permitir a comparação entre países, uma vez que, por cá, o salário mínimo é pago 14 vezes. Portugal ocupa então o 12º lugar do ranking, com o Luxemburgo a liderar a tabela (1.998,59 euros). Bulgária surge em último (235,2 euros).

Salário mínimo, em euros

Fonte: Eurostat

Eliminando o efeito dos preços, Portugal desce para 13º lugar, com a Polónia a ganhar vantagem neste caso.

Porém, o Eurostat nota que as disparidades são “consideravelmente menores” neste caso. Os salários mínimos nos países com preços mais baixos “tornam-se relativamente mais altos quando expressos em paridades de poder de compra (PPC), e relativamente mais baixos naqueles estados-membros com níveis de preços mais altos”, refere.

Salário mínimo, em PPC

Fonte: Eurostat

Na União Europeia, há 22 países que fixam um salário mínimo. O grupo exclui Dinamarca, Itália, Chipre, Áustria, Finlândia e Suécia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.