João Ferreira volta a concorrer a Lisboa pela CDU

O eurodeputado e vereador na Câmara Municipal de Lisboa é o nome escolhido pelo PCP e PEV para concorrer às eleições autárquicas este ano.

Depois de, em 2013, arrecadar 9,85% dos votos na corrida à presidência da Câmara Municipal de Lisboa (CML), João Ferreira, eurodeputado comunista e vereador da autarquia, é novamente o candidato escolhido pela CDU para as eleições autárquicas. O anúncio foi feito esta manhã, nos Paços do Concelho.

Na apresentação, o candidato apontou o dedo aos anos de governação de PSD e CDS, período no qual “degradou-se a atividade económica com a falência de milhares de micro, pequenas e médias empresas”. Criticou ainda a “monocultura do turismo” e referiu que “os problemas do trânsito e do estacionamento acentuaram-se, mostrando o fracasso das políticas neste domínio, se as houve”. “A alternância PS, PSD e CDS não é, nunca foi, algo a que os lisboetas se tenham de resignar. As próximas eleições poderão significar o fecho de um ciclo”, acrescentou.

João Ferreira, com 38 anos, torna-se o segundo nome oficialmente conhecido para as eleições deste ano, depois de Assunção Cristas ter anunciado a sua candidatura pelo CDS-PP. Espera-se ainda que Fernando Medina, atual presidente da CML, se apresente como candidato do PS em breve. Garante uma candidatura assente no “trabalho, honestidade e competência”, por uma “cidade onde o interesse público prevalece”, onde há “uma política de habitação que garanta o direito à habitação” e “encarando o património municipal como uma reserva que deve ser posta ao serviço desta política”, apontou João Ferreira.

Nas autárquicas de 2013, a CDU (constituída pelo PCP e pelo Partido Ecologista “Os Verdes”) arrecadou 22.519 votos, conquistando assim dois mandatos, um deles atribuído a João Ferreira e outro a Carlos Moura. À frente ficaram o PS — cuja lista integrou os movimentos “Cidadãos por Lisboa” e “Lisboa é muita gente” –, com 50,91% (116.425) dos votos e 11 mandatos, e a coligação PSD/CDS-PP, com 22,37% (51.156) dos votos e quatro mandatos. Nas eleições de 2009, a CDU elegeu um vereador.

Atualizado às 12h com declarações do candidato João Ferreira.

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BCP e BPI ganham nova vida (quase) no mesmo dia

Um está a fazer um aumento de capital que evita a entrada do Estado, já o outro está a ver o CaixaBank a assumir o controlo. Duas operações distintas que se "tocam" no timing em que terminam.

O BCP passou vários meses a afastar os rumores de um aumento de capital, mas acabou por avançar, já o BPI viu a OPA do CaixaBank arrastar-se até ser aprovada pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Dois processos que demoraram bastante tempo a chegar ao mercado, mas que acabaram por arrancar praticamente em simultâneo. Ambos os bancos estão, assim, a poucos dias de rumar a uma nova vida. O curioso é que essa chega (quase) no mesmo dia.

O banco liderado por Nuno Amado foi adiando o que há muito os investidores antecipavam. Acabou por anunciar a 9 de janeiro um aumento de capital de 1.300 milhões de euros que arrancou esta semana, isto ao mesmo tempo que a oferta pública de aquisição (OPA) do CaixaBank recebeu luz verde do regulador do mercado de capitais português.

Enquanto a subscrição das novas ações do BCP arrancou a 19 de janeiro, o primeiro dia que os investidores tiveram para aceitar a oferta do banco catalão sobre a instituição liderada por Fernando Ulrich aconteceu a 17. Foi quase ao mesmo tempo que os dois bancos cotados deram este tiro de partida para uma nova fase que, por coincidência, arranca praticamente em simultâneo.

A subscrição dos títulos do BCP acaba a 2 de fevereiro, mas apenas no dia 7 é feita a liquidação financeira da operação. De acordo com o prospeto do aumento de capital, os novos títulos do banco arrancam para a bolsa no dia 9. Um dia antes, no dia 8, tem lugar a sessão especial de bolsa para apuramento dos resultados da OPA do BPI que vai tirar algumas ações ao “free float” do BPI, passando para as mãos do CaixaBank.

Enquanto o BPI fará a “festa” na Euronext Lisboa, o BCP não. Os resultados da OPA serão revelados num evento que decorrerá na gestora da bolsa nacional, mas no caso dos aumentos de capital não é habitual que seja realizada qualquer evento do género, salientou fonte oficial da bolsa de Lisboa, que é ainda liderada por Maria João Carioca.

O timing muito próximo da conclusão das duas operações é coincidência. É a partir da segunda semana de fevereiro que ambos os bancos entram numa nova fase: se o BCP fica preparado para retomar o negócio com maior solidez (apesar de manter um peso elevado de malparado no balanço), o BPI ganha o músculo financeiro do banco catalão.

Enquanto estes dois bancos arrancam para um nova fase, a CGD prossegue com o processo de recapitalização de mais de cinco mil milhões de euros (parte desse montante já foi injetado no banco público) mas o Novo Banco continua a ser incógnita no sistema financeiro português. A ideia é vender, mas o processo tem enfrentado obstáculos.

O Banco de Portugal apresentou a proposta do Lone Star como a preferencial, mas essa oferta exige uma garantia estatal para os ativos no “side bank”. O Governo rejeita essa garantia que pode pôr em causa o défice, sendo que o fundo diz que sabe ser criativo. E é nesse sentido que têm surgido várias vozes a apontarem para uma nacionalização do banco que, ainda assim, obrigará a uma injeção de 750 milhões de euros.

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Mineira australiana quer investir 370 milhões em Portugal

  • ECO
  • 26 Janeiro 2017

A Dakota Minerals espera criar 200 postos de emprego e investir até 370 milhões na zona de Montalegre, distrito de Vila Real, onde vai combinar a extração e o processamento de lítio.

A empresa mineira australiana Dakota Minerals conta investir até 370 milhões de euros em Portugal para extrair e processar compostos de lítio perto de Montalegre, escreve esta quinta-feira o Jornal de Negócios. Segundo disse ao jornal o CEO da empresa, David Frances, o prazo é 2019 e a ideia é concentrar todas as partes do processo no distrito de Vila Real.

O lítio para fazer baterias será processado no local com recurso à energia hídrica, e camiões elétricos serão usados para fazer chegar o produto às fábricas europeias, explicou David Frances, reduzindo assim a pegada de carbono deste processo — um interesse da empresa australiana que quer contrariar a regra da Austrália, onde o lítio é enviado para a China para ser processado. A concentração da extração e processamento num só local contribui muito para reduzir as emissões do processo.

O investimento pode ir dos 200 aos 400 milhões de dólares (185 a 370 milhões de euros), e espera-se que empregue cerca de 200 pessoas. Para acelerar os processos de licenciamento e de instalação da fábrica, que pretende ter completa até 2019, David Frances vai mudar-se para Portugal, onde a Dakota Minerals tem focado a sua atividade. “Usar produtos de Portugal que ajudam o resto da Europa a tornar-se sustentável é algo de que Portugal deve ficar orgulhoso, além de criar empregos e riqueza”, disse ao Negócios.

O projeto encontra-se em fase de prospeção, esperando que as análises mostrem que Cepeda, uma das três concessões que agora detém, poderá ser explorada durante dez anos.

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Fitch: “Desenvolvimentos no setor financeiro são elemento chave para rating”

  • Margarida Peixoto
  • 26 Janeiro 2017

A agência vai rever o rating português na próxima semana. Estará atenta aos impactos da banca nas finanças públicas, avisou o diretor do departamento de risco soberano.

“Portugal mantém um endividamento excessivo”, disse esta quinta-feira Federico Barriga, o diretor do departamento de análise de risco soberano da Fitch, numa conferência em Lisboa. O responsável frisou que este endividamento não se limita ao setor público e avisou que a banca é um fator chave para decidir o rating do país, já na próxima semana.

“Portugal continua a ser um dos países mais endividados do mundo, mantém uma dívida externa líquida muito elevada”, avisou Federico Barriga, da Fitch, uma das três agências de rating que mantém a notação portuguesa no nível de “lixo”. Também a Standard & Poor’s e a Moody’s consideram o investimento em dívida portuguesa especulativo — uma avaliação que se mantém desde 2011, quando estalou a crise de dívidas soberanas.

"Os desenvolvimentos no setor financeiro são um elemento chave para decidir o rating.”

Federico Barriga

Diretor do departamento de risco soberano da Fitch

Sem querer adiantar muitos detalhes sobre a avaliação que a agência faz da economia portuguesa — porque está marcada para 3 de fevereiro uma avaliação de rating — o responsável da Fitch reconheceu que “os desenvolvimentos no setor financeiro são um elemento chave para decidir o rating”.

"Qualquer solução que se encontre para o setor bancário e o potencial impacto nas finanças públicas será seguido atentamente.”

Federico Barriga

Diretor do departamento de risco soberano da Fitch

Federico Barriga explicou que uma das questões chave será avaliar os impactos do sistema bancário nas finanças públicas. “Qualquer solução que se encontre para o setor bancário e o potencial impacto nas finanças públicas será seguido atentamente”, avisou.

Para além da questão do Novo Banco — que tem de ser vendido até agosto, mas que cujas propostas de compra têm sido desanimadoras ao ponto de a hipótese de nacionalização tomar conta do debate público — a banca portuguesa lida também com um nível de malparado elevado.

A Fitch mantém Portugal no nível BB+, com outlook estável. Na última análise que fez à economia portuguesa, a agência avisou que o elevado endividamento e o fraco crescimento são dois fatores que comprometem a notação de crédito atribuída à República. No mercado secundário, os investidores têm mostrado algum nervosismo, com o nível dos juros da dívida soberana a rondar os 4%. Bastará a Portugal perder a notação de crédito que consegue junto da agência DBRS — a única que não classifica o país como investimento especulativo — para que o acesso ao financiamento junto do Banco Central Europeu fique comprometido.

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Economia britânica cresce mais do que o previsto

  • Leonor Rodrigues
  • 26 Janeiro 2017

O crescimento económico do Reino Unido foi maior do que o que previam os analistas, graças aos serviços e ao aumento do consumo.

A economia britânica cresceu mais rapidamente do que o previsto no último trimestre do ano passado e continua a desafiar as expectativas de que a saída do Reino Unido da União Europeia vai travar o crescimento do país.

Os analistas da Bloomberg previam um crescimento de 0,5% da economia do Reino Unido, mas, na realidade, este crescimento situou-se nos 0,6%. O setor dos serviços foi, em grande parte, o responsável por este crescimento mas o aumento do consumo também contribuiu.

Desde que o Brexit foi a votos, em junho, o Reino Unido tem sido penalizado com a queda da libra e pelo aumento da inflação, com os investidores relutantes em apostar no país devido à incerteza no futuro. A primeira-ministra, Theresa May, pretende implementar várias medidas para minimizar o impacto desta saída na economia, nomeadamente atrair empresas e instituições financeiras com uma regulação menos rígida e impostos mais baixos. No entanto, para que as negociações do Brexit comecem, o Parlamento britânico ainda as vai ter de aprovar.

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Bankinter com lucros recorde de 490 milhões. Portugal ajudou

O espanhol Bankinter registou um lucro recorde de 490 milhões de euros em 2016, ligeiramente abaixo do esperado pelo mercado. O negócio em Portugal adquirido ao Barclays ajudou.

O espanhol Bankinter registou um lucro recorde de 490 milhões de euros em 2016, mais 30,4% do que no ano anterior, um resultado que ficou ligeiramente abaixo das expectativas do mercado, que apontava para um lucro de 498,5 milhões.

O banco espanhol finalizou a compra da atividade do Barclays em Portugal a 1 de abril. Sem esta operação, o resultado líquido do Bankinter seria de 426,5 milhões de euros, um crescimento de 13,4%. Em relação à operação portuguesa, o lucro antes de impostos fixou-se nos 7,7 milhões de euros.

“No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, o resultado nestes nove meses, entre 1 de abril e 31 de dezembro, permite suportar fundadas esperanças sobre o seu potencial“, diz o banco no comunicado à imprensa. “Os resultados demonstram que o negócio com clientes do Bankinter mantém todo o seu potencial, vê ampliado o seu perímetro depois da abertura estratégica no mercado português e continua a ser a principal fonte de receitas do grupo”, salienta.

"No que se refere ao negócio do Bankinter Portugal, o resultado nestes nove meses, entre 1 de abril e 31 de dezembro, permite suportar fundadas esperanças sobre o seu potencial. Os resultados demonstram que o negócio com clientes do Bankinter mantém todo o seu potencial, vê ampliado o seu perímetro depois da abertura estratégica no mercado português e continua a ser a principal fonte de receitas do grupo.”

Bankinter

A dar força aos resultados esteve ainda a subida da margem financeira — diferença entre os juros cobrados nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos. Esta rubrica registou um crescimento de 12,6% para os 979 milhões de euros, “pese embora o enquadramento de taxas de juro em mínimos” promovido pelo Banco Central Europeu (BCE).

Já o rácio de capital estava fixado nos 11,2% no final de 2016, “muito acima das exigências do BCE aplicáveis em 2017 para o Bankinter, depois do exercício de revisão e avaliação do supervisor (SREP) e que se situa nos 6,5%, as mais baixas da banca em Espanha”, destaca o banco.

O jornalista viajou para Madrid a convite do Bankinter

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Galo de Barcelos na ‘crista’ do Ano Novo chinês

Depois de anos a cantar como ‘souvenir’ de Macau, o galo de Barcelos figura na ‘crista’ das celebrações do Ano Novo Chinês, servindo de inspiração a formas e cores do animal do zodíaco.

Este é o ano do galo, na China. Uma oportunidade para o tradicional galo de Barcelos saltar das montras de ‘souvenirs’ em Macau e inspirar as celebrações que só voltarão à cena dentro de 12 anos.

O galo de Barcelos surge há anos em diferentes montras espalhadas pela cidade, principalmente de lojas de recordações – sob a forma de miniaturas, porta-chaves e mealheiros, ou pintado em t-shirts ou aventais – como um ‘souvenir’ de Macau, por razões que o próprio universo do turismo parece desconhecer.

Perto da rua cheia de gente que leva às Ruínas de São Paulo nem turistas nem vendedores sabem explicar realmente por que razão o galo de Barcelos figura como um símbolo de Macau, território que deixou de ser um enclave português em 1999.

galo

Em três lojas de lembranças diferentes, perto do ‘ex-libris’ da cidade, abundam galos de Barcelos de diferentes cores e tamanhos – uns com a inscrição “Portugal”, outros com a palavra “Macau” e outros sem qualquer indicação relativa à origem.

Os vendedores garantem que “vende bem” – ainda por cima nesta altura – e os curiosos em torno das imagens comprovam-no.

Uma turista da China demonstra interesse num íman com o galo de Barcelos “porque é bonito”, ainda que não tenha a certeza tratar-se de um “símbolo” de Macau – a vendedora garante que sim, aos muitos que lhe perguntam, mas liga a imagem à influência da “cultura portuguesa”.

Não muito longe, na popular pastelaria Choi Heong Yuen, sobressaem cartazes e bandeirolas com um colorido galo de Barcelos ao centro, com as patas sobre um ‘yuan bao’ – uma barra de ouro em forma de barco que serviu, durante um longo período de tempo, como moeda na China.

A imagem surge com desejos de bom ano aos clientes, com o comércio a usar o galo de Barcelos como ‘chamativo’ durante os dias que antecedem a subida do galo ao poleiro do Ano Novo chinês.

Tanto Fernando Sales Lopes como Rui Rocha – dois portugueses interessados pela cultura e tradições chinesas radicados em Macau há mais de 30 anos – definem o fenómeno como “relativamente recente”, surgido curiosamente após a transferência do exercício de soberania.

“Não sei precisar o momento em que aparece como símbolo de Macau, mas era algo que não existia. Penso que começou depois da transferência – não me recordo de ver o galo de Barcelos à venda antes”, observa Rui Rocha, notando ser “interessantíssimo” que seja “quase como um ícone de Macau, onde pegou muito bem, de uma forma curiosa, quando em Portugal até se brinca de uma forma jocosa com ele”.

Para Sales Lopes, o uso do galo de Barcelos como um símbolo pode ser comparado à adoção do pastel de nata, por oferecer uma imagem que pretende “marcar a diferença” de Macau relativamente à grande China.

Depois da transferência surgiram símbolos que se atribuem a Portugal – desde o galo de Barcelos, aos azulejos, aos bordados ou à cortiça –, “mais do que aqueles que existiam antes”, pelo que o investigador e jornalista Sales Lopes arrisca falar num “fenómeno identitário”.

Já o professor universitário considera que “apesar de reconhecerem que é capaz de não ser chinês, os chineses identificam, por outro lado, que o galo é um signo extremamente positivo e benfazejo na sua cultura, portanto, fazem um certo sincretismo cultural, juntando o útil ao agradável”.

Nem só de ‘souvenirs’ vive o galo de Barcelos em Macau

A título de exemplo, empresta a sua forma e cores garridas a um óleo da medicina tradicional chinesa para curar dores da coluna, encontrado à venda numa farmácia popular local.

O galo surge também na edição especial do clássico jogo “Monopólio”, de 2015, como um dos oito ‘tokens’, lado a lado com as Ruínas de São Paulo, um pastel de nata, ou um carro de corrida que simboliza o Grande Prémio de Macau.

Com os preparativos para dar as boas-vindas ao Ano Lunar do Galo – que vai reinar por 12 meses a partir do próximo sábado –, a imagem do de Barcelos ganhou um novo ímpeto.

Foi nele que Wilson Lam se inspirou quando fez o ‘design’ da emissão filatélica especial do Ano Novo Lunar, a qual ilustra o galo de Barcelos, “um ícone português bem conhecido e integrado na cultura de Macau”, como descrevem os Correios.

Wilson Lam explica à Lusa que recorreu ao galo de Barcelos por “simbolizar a harmonia entre as culturas” portuguesa e chinesa, embora reconheça que, aos olhos da maioria dos turistas, o galo de Barcelos poderá ser percecionado como um símbolo exclusivo de Macau – e não de Portugal –, o que também sucede, aliás, com o pastel de nata.

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Eletricidade: Famílias têm até 2020 para mudar para mercado livre

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 26 Janeiro 2017

Portaria dá seguimento ao que já estava previsto no Orçamento do Estado. Famílias têm mais tempo para mudarem para um comercializador de eletricidade em mercado livre.

As famílias vão ter mais três anos para mudarem para um comercializador de eletricidade em mercado livre. A medida já estava prevista no Orçamento do Estado mas faltava alterar a portaria que fixava em 31 de dezembro de 2017 a data de extinção das tarifas transitórias para fornecimentos de eletricidade aos clientes finais com consumos em baixa tensão normal.

A alteração ocorreu agora, com a publicação de uma portaria em Diário da República. A nova data, “relativa à obrigatoriedade de fornecimento de eletricidade, pelos comercializadores de último recurso, a clientes finais com consumos em BTN que não exerçam o direito de mudança para um comercializador de mercado livre, é fixada em 31 de dezembro de 2020“, indica.

Esta medida foi incluída no Orçamento do Estado para 2017 por iniciativa do PCP. Os deputados argumentavam que a liberalização das tarifas reguladas de eletricidade “falhou completamente […] como mecanismo para provocar a descida do valor das tarifas de energia elétrica”.

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J&J paga 30 mil milhões para apostar nas doenças raras

A gigante mundial de produtos de saúde selou o acordo para a compra da Actelion. As ações da empresa suíça disparam 20%.

A Johnson & Johnson JNJ 0,00% já chegou a acordo para adquirir a suíça Actelion, e entrar no negócio das doenças raras. Segundo avança a Bloomberg, a maior fabricante de produtos de saúde do mundo, vai desembolsar 30 mil milhões de dólares (cerca de 28 mil milhões de euros), naquele que é o seu maior negócio de sempre, para adquirir a empresa de biotecnologia suíça.

A Johnson & Johnson conseguiu assim “passar a perna” à francesa Sanofi que também estava interessada em adquirir a Actelion. Contudo, o valor desta compra é considerado demasiado elevado quando comparado com aquisições recentes, como é o caso da compra da Medivation pela Pfizer ou a aquisição da Pharmacycles por parte da AbbVie, segundo mostra uma análise efetuada pelos especialistas da Bloomberg.

A gigante norte-americana oferece 280 dólares por cada ação da Actelion, um preço que iguala 280,08 francos suíços e que está 23% acima do valor a que as ações da empresa encerraram na última sessão bolsista suíça.

Após esta aquisição, o passo seguinte passará por destacar a unidade de investigação e de desenvolvimento da Actelion e colocá-la em bolsa, onde a Johnson & Johnson deterá uma participação de 16%.

Com este negócio, a empresa norte-americana concretiza a ambição de entrar numa nova área de negócio ligada à investigação de medicamentos para doenças raras. Passará a ter acesso aos medicamentos Tracleer, Opsumit e Uptravi, destinados ao tratamento da hipertensão arterial pulmonar, o que lhe permitirá assumir uma posição de liderança mundial no tratamento dessa doença.

As ações da Actelion estão a reagir em forte alta ao anúncio deste negócio. Disparam 20,01%, para os 272,9 francos suíços, na bolsa de Zurique.

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Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 26 Janeiro 2017

Hamon afirma-se como o melhor candidato do PS francês, a UE preocupada-se com os estrangeiros no Reino Unido e Espanha vai descansada à reunião do Eurogrupo. As notícias que marcam esta quinta-feira.

A China quer acelerar a natalidade, assumindo que quatro décadas da política do filho único deixaram o país vulnerável, enquanto o Brasil está a braços com uma crise de febre-amarela que levou à encomenda de milhões de doses da vacina. Na União Europeia, Espanha vai confiante de que não serão pedidos novos cortes no Eurogrupo, França está mais perto de escolher o seu candidato do PS ao Eliseu, e o Reino Unido vai ser alvo de uma investigação do Parlamento Europeu acerca do seu tratamento dos residentes europeus no país. Leia aqui as cinco notícias que marcam a atualidade mundial esta quinta-feira.

The Guardian

UE vai investigar tratamento de europeus pelo Reino Unido

O Parlamento Europeu vai investigar a forma como os europeus que vivem no Reino Unido estão a ser tratados após o referendo do Brexit, com a eurodeputada Sophie in ‘t Veld a anunciar que vai criar uma equipa multipartidária para analisar alguns casos. Sophie in ‘t Veld deu o exemplo de uma holandesa que vivia no Reino Unido há 24 anos, casada com um homem britânico e com dois filhos britânicos, a quem foi pedido que se “preparasse para sair do país” quando não entregou todos os documentos na sua candidatura para permanecer no Reino Unido. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

Les Échos

Hamon sai vencedor do primeiro debate com Valls

O primeiro debate frente a frente entre os dois finalistas das primárias da esquerda correu favoravelmente para Benoît Hamon, o candidato inesperado que se afirma cada vez mais como o favorito para competir contra François Fillon, Marine Le Pen e Emmanuel Macron nas eleições presidenciais. A sua confiança fez dele o “candidato mais convincente” para 60% dos telespetadores, com a maioria a considerar que Hamon é ainda o candidato que melhor defende os valores da esquerda e que quer realmente mudar as coisas. O ex-primeiro-ministro Manuel Valls parece estar a ficar para trás na corrida. Leia a notícia completa no Les Échos. (Conteúdo em francês / Acesso pago)

BBC

Brasil encomenda 11,5 milhões de vacinas da febre-amarela perante crise

O Brasil está a braços com a maior crise de febre-amarela desde 2000, com mais de 40 mortes registadas no estado de Minas Gerais. O Ministério da Saúde encomendou 11,5 milhões de doses da vacina para tentar combater a epidemia transmitida por mosquitos, e foi declarado estado de emergência em Minas Gerais. Também já houve casos confirmados em São Paulo. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

El Economista

Eurogupo não vai pedir mais cortes a Espanha

Quando o ministro das Finanças espanhol Luís De Guindos comparecer na reunião desta quinta-feira do Eurogrupo, vai receber boas notícias, segundo o El Economista, que falou com um alto quadro do Eurogrupo. “Não serão pedidas medidas adicionais” ao Governo de Mariano Rajoy, disse a fonte, que se mostrou confiante que não há sinais de preocupação no Eurogrupo apesar de o Governo espanhol ainda não ter aprovado o seu Orçamento para 2017. Leia a notícia completa no El Economista. (Conteúdo em espanhol / Acesso gratuito)

South China Morning Post

Governo chinês admite que a natalidade é demasiado baixa

Após quatro décadas da política do filho único, a China enfrenta agora uma crise de natalidade, conforme admite o próprio Governo no seu plano de políticas demográficas até 2030. O número de filhos por mulher precisa de subir agora que a mão-de-obra disponível encolhe cada vez mais e a população envelhece, assinala o documento, mas as famílias continuam relutantes em ter um segundo filho mesmo agora que isso lhes é permitido, por preocupações ligadas ao orçamento familiar em primeiro lugar. Leia a notícia completa no South China Morning Post. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

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Ficam vazias 74% das vagas para médicos no Sul

  • ECO
  • 26 Janeiro 2017

Das vagas abertas para médicos nas regiões do Alentejo e do Algarve, a grande maioria ficou vazia. Mesmo na região de Lisboa e Vale do Tejo há especialidades carenciadas sem candidatos.

Das 1710 vagas abertas nos últimos dois anos para unidades com especialidades carenciadas, mais de metade não foram preenchidas, avança esta quinta-feira o Diário de Notícias, com as regiões do Alentejo e do Algarve a serem aquelas onde a situação é mais flagrante, com 74% das vagas a ficarem vazias.

Embora sem resposta da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, as contas do DN às restantes ARS mostram que inúmeras vagas em especialidades que vão desde a medicina geral e familiar à cardiologia e anestesiologia ficaram sem candidatos. Na região de Lisboa e Vale do Tejo, abriram 855 vagas e 389 ficaram sem médicos colocados.

“Verificou-se existir grande dificuldade em colocar especialistas em todas as áreas, sendo que várias não tiveram sequer candidatos como anatomia patológica, cardiologia e otorrinolaringologia. Nas áreas de ginecologia-obstetrícia e medicina interna verifica-se um número significativo de vagas desertas, maioritariamente por desistência dos candidatos”, segundo disse ao DN a ARS de Lisboa e Vale do Tejo. A situação é mais grave no Alentejo, onde das 230 vagas abertas, em 2015 e 2016, ficaram 180 por preencher.

O diploma com os novos incentivos à fixação de médicos em zonas com carência de especialistas já foi promulgado pelo Presidente da República, faltando agora a publicação em Diário da República, e o dirigente da ARS do Alentejo, José Robalo, espera que sirvam para incentivar os jovens a fixar-se nas regiões onde fazem mais falta.

Também o bastonário dos Médicos, José Manuel Silva, disse ao DN que os novos incentivos são “claramente superiores” aos anteriores, e poderão ajudar a que o Serviço Nacional de Saúde consiga competir melhor com o sistema de saúde privado e com o estrangeiro.

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Banco CTT entra na “guerra” dos spreads

Menos de um ano depois do lançamento, o Banco CTT chega ao mercado do crédito à habitação. Apresenta hoje a sua oferta numa altura em que os spreads para a compra de casa estão em queda.

Depois das contas, dos depósitos a prazo e dos cartões de crédito (em parceria), o Banco CTT avança com o produto mais aguardado de todos: o crédito para a compra de casa. Uma oferta que Francisco Lacerda quer que seja competitiva numa altura em que todos os bancos estão a baixar spreads. Estão todos com margens mínimas em torno de 1,5%.

Sem desvendar o spread que irá praticar, o banco diz que a sua oferta de crédito à habitação manterá “os valores de simplicidade e confiança que desde o início têm suportado o posicionamento” da instituição. Mas, como disse Francisco Lacerda ao ECO, a ideia será ter também aqui um produto “com custo baixos”.

Perante essa premissa, o Banco CTT deverá apontar para taxas entre 1% e 1,5%. Entre um conjunto de dez bancos a operar em Portugal, todos oferecem spreads a partir de valores inferiores a 2%. Uma realidade bastante distinta face a margens mínimas que chegaram a rondar os 4% durante o pico da crise.

Banca dá spreads mínimos a partir de 1,25%

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Estas margens têm vindo a descer paulatinamente, sendo que têm sido os grandes bancos a fomentar essa redução numa altura em que o setor financeiro procura aumentar a concessão de crédito de forma a puxar pelos resultados. BCP e Santander Totta têm taxas mínimas que só são superadas pelo Bankinter: dá 1,25%.

Até novembro, segundo dados do Banco de Portugal, os bancos concederam um total de 5.164 milhões de euros em novos empréstimos à habitação, o que corresponde a um crescimento de 46% face ao montante concedido em igual período do ano anterior. Ainda assim, o saldo de créditos para a compra de casa continua a encolher tendo em conta que os juros negativos estão a acelerar o ritmo das amortizações.

Produto simples

Uma das promessas de Francisco Lacerda, que juntamente com o CEO do Banco CTT, Luís Pereira Coutinho, vai revelar hoje o novo produto, é de que além de terem custos reduzidos, os produtos comercializados na rede de 200 balcões sejam simples. E no caso do crédito à habitação, isso significará a implementação de critérios simples para aceder ao spread que ficar definido.

Esta lógica está a começar a ser aplicada nos créditos para a casa. O Bankinter passou a considerar apenas o valor dos empréstimos para a atribuição do spread nos créditos para a compra de habitação própria. Simplificou ao máximo os critérios para a definição da margem do financiamento, passando a dar a taxa mais baixa, de 1,25%, a quem peça créditos acima de 150 mil euros.

E para obter este spread, limitou as exigências nas vendas cruzadas à subscrição de seguros de vida, multirriscos e proteção ao crédito, bem como da domiciliação de ordenado no Bankinter. Em muitos bancos, atingir a margem mínima não é fácil — impossível em alguns –, sendo que para lá chegar tende a ser necessário a subscrição de uma série de produtos pouco comuns ou a aplicação de montantes elevados em investimentos específicos.

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