Acordo entre democratas e republicanos acalma Wall Street

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Setembro 2017

Democratas e republicanos concordam acerca do teto da dívida. Decisão acalma os mercados norte-americanos, que se preparam para a chegada do furacão Irma.

O Governo norte-americano estava à beira de uma paralisação total, caso não se chegasse a um acordo em relação à divida. Esta quarta-feira, Donald Trump informou os jornalistas que esse acordo já tinha sido fechado entre os dois partidos, com o teto da dívida a ser aumentado até ao próximo dia 15 de dezembro. Com a incerteza em relação à estabilidade governativa a dispersar-se, os mercados norte-americanos iniciaram este dia de quinta-feira acima da linha de água.

Esta expansão do teto da dívida incluirá também uma verba para apoiar as vítimas do furacão Harvey, estando também já previsto um pacote de financiamento para os efeitos do furacão Irma — que os especialistas apontam para que seja ainda mais forte que o primeiro. O Irma já atingiu as Caraíbas, deixando a ilha de Barbuda totalmente devastada e 95% da parte francesa de Saint-Martin, nas Antilhas Pequenas, destruída.

Assim, estes danos estão a travar a confiança dos investidores, com os três principais índices norte-americanos a registarem ganhos ligeiros no início da sessão. O industrial Dow Jones avançava 0,06% para 21.820,38 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq acumulava ganhos de 0,15%, atingindo os 6.402,93 pontos. O S&P 500 subia 0,10% para os 2.468,06 pontos.

“À medida que o furacão avança, os investidores estão a tentar perceber os danos que este vai causar”, afirma à Reuters Andre Bakhos, da Janlyn Capital. “Há mais implicações a longo prazo do que as que temos até agora.” O Irma poderá tornar-se o segundo maior furacão a chegar ao território norte-americano, semanas depois de o Harvey ter causado cerca de 60 mortos e ter destruído património no valor de 180 mil milhões de dólares no Texas e no Louisiana.

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Túnel do Marão: Somague exige dívida de 150 milhões, Governo só reconhece cinco

  • Lusa
  • 7 Setembro 2017

Sindicato pede ao Estado que pague os 150 milhões de euros que deve à Somague, da obra do túnel do Marão. O Governo diz que a dívida é de apenas 5 milhões de euros.

A Somague vai solicitar uma reunião ao ministro do Trabalho para discutir a dívida de 150 milhões de euros do Estado, relacionada com o túnel do Marão, no sentido de assegurar postos de trabalho na construtora, anunciou fonte sindical.

Segundo Albano Ribeiro, do Sindicato da Construção de Portugal, “o Estado deve 150 milhões de euros” à Somague, da obra do túnel do Marão, e a administração da empresa, por proposta do sindicato, vai solicitar com “caráter de urgência” uma reunião ao ministro do Trabalho.

“Estes trabalhadores e trabalhadoras merecem mais respeito, porque é um capital humano muito qualificado, e a administração deve respeitá-los”, afirmou o dirigente sindical da CGTP-IN, após um plenário nas instalações da Somague Engenharia, no Linhó, concelho de Sintra.

O sindicato e a comissão sindical reuniram-se com a administração da Somague para discutir a situação de cerca de 700 postos de trabalho em perigo na empresa, que tem pago os salários em prestações e cortou regalias, como seguros de vida e de saúde.

Governo diz que a dívida é de 5 milhões

Fonte oficial do gabinete do ministro Pedro Marques disse à agência Lusa que “o Estado deve cinco milhões de euros à Somague”, em vez dos 150 milhões reclamados pela empresa, e que “só ainda não pagou porque há recursos a decorrer nos tribunais”. O valor reclamado pela Somague dificilmente será reconhecido pelo Estado, uma vez que decisões posteriores de tribunais reduziram substancialmente o montante em causa.

De acordo com o Boletim Anual das PPP (Parcerias Público-Privadas), relativo ao quarto trimestre de 2016, da Unidade Técnica de Acompanhamento de Projetos do Ministério das Finanças, a concessionária da Autoestrada do Marão requereu a constituição de tribunal arbitral, em 2012, com o objetivo de requerer “a restituição do valor integral das obras” realizadas.

O Estado decidiu, entretanto, “resolver o contrato de concessão do túnel do Marão, com justa causa, por impossibilidade de execução do mesmo por inexistência de financiamento” e, em 2015, o tribunal determinou a concessionária apenas devia ser compensada “pelo valor do edificado recebido”.

O tribunal arbitral proferiu então acórdão de liquidação, quantificando a restituição a favor da concessionária “em 46,9 milhões de euros (acrescida de juros)”, mas o Estado reclamou da decisão.

“O referido valor deverá ser compensado com o valor dos juros transcorridos sobre o valor da construção pago pelo Estado no final de 2011, resultando num valor líquido de 8 milhões de euros, dos quais 3 milhões de euros correspondem à devolução do valor da caução acionada pelo Estado em 2014”, refere-se no boletim dos serviços do Ministério das Finanças.

O Estado recorreu para o Tribunal Central Administrativo Sul da decisão do tribunal arbitral, enquanto a concessionária também apresentou, em abril de 2016, recurso solicitando a declaração de nulidade do acórdão arbitral, aguardando ambos por uma decisão.

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Esta startup alemã deu asas à imaginação e quer criar táxis voadores

  • ECO
  • 7 Setembro 2017

A ideia surgiu na Alemanha e o objetivo é usar avionetas que sirvam de táxis compartilhados, que podem atingir os 300km/h e transportar cinco passageiros de cada vez.

Já há alguns anos que temos vindo a ouvir que o mundo dos transportes vai sofrer uma revolução. Carros voadores sempre foram umas das coisas que muito se ouvia por aí. A ideia não se aplica literalmente, mas o conceito está todo lá.

A startup alemã Lilium decidiu marcar a diferença e teve a ideia de criar um serviço de táxis voadores, uma espécie de uber, mas com avionetas. O objetivo é ser uma alternativa ao táxi nas grandes cidades e as avionetas podem chegar a atingir os 300km/h com uma carga máxima de cinco passageiros.

A ideia já cativou o interesse de alguns investidores, nomeadamente do co-fundador do Skype, chinesa Tencent e de um dos co-fundadores do Twitter, que investiram com 90 milhões de dólares. Os veículos voadores serão elétricos, pouco ruidosos e o serviço poderá ser pedido através de uma aplicação no telemóvel.

O transporte será compartilhado de maneira a ser mais acessível para todos os cidadãos. A empresa prevê que dentro de alguns anos os táxis possam começar a ser comercializados, algo que ainda não é possível devido a problemas de homologação e de certificados.

Veja aqui o vídeo do projeto

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Portugal teve o pior crescimento em cadeia da União Europeia

A subida do PIB em cadeia no segundo trimestre em Portugal situou-se nos 0,3%, o mesmo valor registado no Reino Unido. É o pior desempenho entre os Estados-membros.

A subida do PIB de 2,9% no segundo trimestre foi o maior crescimento económico dos últimos 17 anos, em comparação homóloga. No entanto, a comparação em cadeia — ou seja, com o trimestre anterior — fixou-se nos 0,3%. Este desempenho da economia portuguesa foi o pior registo da União Europeia, apenas igualado pelo Reino Unido, mostram os números do Eurostat revelados esta quinta-feira.

Este crescimento em cadeia é metade da média da zona euro (0,6%), e menos ainda face à média dos 28 Estados-membros (0,7%). A liderar as subidas em cadeia estiveram a República Checa (2,5%), a Suécia (1,7%), a Roménia (1,6%) e a Holanda (1,5%). Em contraste, Portugal e Reino Unido fixaram-se ambos em 0,3%.

Fonte: Eurostat

Contudo, a figura muda quando se muda de ótica para a comparação homóloga. São já nove meses em que Portugal está a crescer acima da média da zona euro. Desde 2001 que isso não acontecia. No segundo trimestre deste ano, o PIB cresceu 2,3% na zona euro e 2,4% na União Europeia — uma aceleração face a 2% e 2,1% no primeiro trimestre.

E o que fez crescer a economia europeia? O consumo interno e a formação bruta de capital fixo (investimento) foram os principais motores da subida do PIB, tal como em Portugal. Já a balança externa teve um contributo ligeiramente positivo, algo que também se verificou na economia portuguesa.

Também esta quinta-feira, a OCDE revelou o indicador compósito avançado para a zona euro, onde mantém a perspetiva de “crescimento estável”. A OCDE destaca França e Itália pela positiva, mas assinala o Reino Unido — que está neste momento a negociar o Brexit — pela negativa.

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Catarina Martins não compreende “estados de alma” de Costa

  • Lusa
  • 7 Setembro 2017

"O discurso sobre os passos maiores do que a perna, ou as restrições, às vezes esconde um outro que é sobre as escolhas", alerta a líder do bloco de Esquerda.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, afirmou esta quinta-feira que as negociações para o Orçamento do Estado para 2018 são “complexas”, mas estão a ser feitas, admitindo não compreender “os estados de alma” do primeiro-ministro.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou na quarta-feira que a proposta de Orçamento para 2018 será de “progresso sustentável”, mas com gestão “prudente”, recusando a ideia de “folga financeira” e a perspetiva de dar um “passo maior do que a perna”.

Perante a posição de António Costa, a líder bloquista admitiu que “não compreende os estados de alma do primeiro-ministro”, sublinhando que “o problema que se põe sobre as restrições e do tamanho do passo” já se ouviu “vezes demais”.

“Diziam-nos que se não cortássemos 600 milhões de euros nas pensões era uma desgraça. O PS dizia ‘tudo bem, não cortamos 600 milhões, mas congelamos e com isso poupamos 250 milhões de euros’. Provámos que era possível fazer diferente e, na verdade, o aumento das contribuições para a Segurança Social por via da criação de emprego prova como foi importante ter passos determinados para melhorar a economia”, sustentou, em declarações aos jornalistas à margem de uma ação de pré-campanha eleitoral para as autárquicas na Feira de Carcavelos, em Cascais.

Catarina Martins deu ainda o exemplo das restrições impostas à subida do salário mínimo nacional que, afinal, disse, “aumentou duas vezes no espaço de 12 meses e foram criados quase 200 mil postos de trabalho”.

“Mas é ainda pouco. Os salários em Portugal são ainda muito baixos, a precariedade ainda é regra, há pensões que são de miséria, os serviços públicos estão a precisar de capacidade para responder às populações, portanto, é preciso fazer escolhas e as escolhas têm de ser feitas pelo modelo que queremos para o país e é com a coragem de colocar os recursos do país ao serviço das pessoas, de quem vive do seu trabalho, que melhora a economia”, acrescentou.

Pois, insistiu, “o discurso sobre os passos maiores do que a perna, ou as restrições, às vezes esconde um outro que é sobre as escolhas”.

“A quem é que cobramos mais impostos? A quem vive do seu trabalho? À classe média que foi tão penalizada pelo gigantesco aumento de impostos de Vítor Gaspar ou àqueles que, tendo muita riqueza, na verdade nunca pagaram a sua parte de impostos? Como é que fazemos com as pensões? Apostamos que o que faz a sustentabilidade da Segurança Social é a criação de emprego ou vamos insistir num modelo que por só criar desemprego afundou as contas da Segurança Social? São escolhas”, fundamentou.

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Euro acelera apesar dos travões de Mario Draghi

  • ECO
  • 7 Setembro 2017

O presidente do BCE mostrou-se preocupado com a valorização do euro. Mario Draghi afirma que cria "incerteza" e que o banco central irá estar atento às oscilações da moeda única.

Tal como esperado, a crescente subida do euro foi um dos temas abordados por Mario Draghi no arranque da conferência de imprensa que seguiu a reunião desta quinta-feira. O presidente do BCE diz que a crescente valorização do euro representa um fator de preocupação.

“A recente volatilidade no mercado cambial acrescenta incerteza”, afirmou o presidente do BCE, acrescentando por isso que esta situação “requer monitorização”. Apesar de Draghi se ter mostrado preocupado com a forte valorização do euro, a moeda única continua a acelerar contra o dólar. O euro ganha 1,16%, para os 1,2055 dólares.

Mas ao mesmo tempo que alertou para a incerteza associada à valorização do euro, o BCE mantém o outlook de médio prazo. Mario Draghi promete voltar ao tema do euro na próxima reunião de política monetária de outubro, ocasião em que também vai reavaliar o programa de estímulos. Draghi referiu que a taxa cambial “é um fator que terá de ser tido em conta para eventuais decisões futuras de política monetária”.

Um dos fatores cruciais para eventuais alterações da política de estímulos relaciona-se com as perspetivas para a inflação. Neste âmbito, o presidente do BCE mostra-se otimista. “A inflação vai acelerar gradualmente no médio prazo”, salientou na conferência que se seguiu à reunião de governadores desta quinta-feira. Apesar disso, a instituição reviu em baixa as suas estimativas para a inflação: de 1,2%, em 2018 e 1,5% em 2019. A inflação na Zona Euro manteve-se nos 1,3%, em julho. O BCE afirma que “o alívio quantitativo vai continuar enquanto a inflação não for sustentada”.

Relativamente ao crescimento da Zona Euro, o BCE subiu a previsão deste ano para os 2,2% para este ano, o ritmo mais célere desde 2007.

BCE mantém juros. Draghi preparado para prolongar estímulos

As declarações de Mario Draghi são feitas depois de o BCE ter decidio manter a taxa de juro de referência em 0%, como já era amplamente antecipado pelos economistas. Sobre o programa de compra de dívida de 60 mil milhões de euros mensais, Mario Draghi aponta que este deverá manter-se até ao final do próximo ano, mas não descarta a possibilidade de vir a prolongar o programa de estímulos no tempo e em dimensão.

“Se as perspetivas passarem a ser menos favoráveis ou se as condições financeiras deixarem de ser consistentes com uma evolução no sentido de um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, o Conselho do BCE está preparado para aumentar o volume e/ou a duração do programa“, de acordo com o BCE.

Em Sintra, o presidente do BCE já tinha sinalizado que poderia estar perto o início da retirada gradual dos estímulos, ainda que a taxa de inflação continue aquém da meta. “A ameaça de deflação já não existe e as forças reflacionárias [impulso dos preços por via de políticas orçamentais] estão em jogo”, disse. Foi esta a parte do discurso do italiano que levou os investidores a acreditarem que o BCE pode começar a retirar os estímulos mais cedo que o previsto.

(Notícia atualizada às 14h34 com mais informação)

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Espanha dá como perdidos 40 mil milhões com ajuda à banca

  • Rita Atalaia
  • 7 Setembro 2017

Antes o valor ascendia a 60 mil milhões de euros, agora o Banco de Espanha fala em 40 mil milhões. Este é o total injetado na banca espanhola durante a crise que deve ser dado como perdido.

Espanha já não vai perder mais de 60 mil milhões de euros injetados na banca espanhola durante a crise. Apesar de a fatura ainda ser elevada, ascende agora a 40 mil milhões de dinheiros públicos, de acordo com os cálculos atualizados do Banco de Espanha. Mas a instituição liderada por Luís Linde faz uma ressalva: este valor pode baixar ainda mais com a conclusão de várias operações pendentes, como é o caso da venda do Bankia.

Segundo dados citados pelo El País, o Estado injetou 54.353 milhões de euros nas instituições financeiras espanholas. E, desse total, o regulador prevê que tenha recuperado apenas 3.873 milhões. Com operações que ainda estão pendentes, como é o caso da venda da participação que o Estado tem no Bankia, estima que a esse valor se juntem outros 10.402 milhões. Por isso, feitas as contas, vão ficar por devolver perto de 40 mil milhões. De acordo com as tabelas reveladas, o banco liderado por Luís Linde dá este dinheiro público como perdido.

Em causa está a injeção de capital que o Estado fez em 14 bancos desde 2009. Este resgate foi feito de duas maneiras diferentes: uma parte em dinheiro dos contribuintes, canalizado através do Fondo de Reestructuración Ordenada Bancaria (Frob), ou seja através do regulador; a outra parte através do Fundo de Garantia de Depósitos. No total, estes dois mecanismos injetaram 64.098 de euros, tendo apenas recuperado 4.546 milhões.

Mas o Banco de Espanha insiste que este processo ainda não está fechado, uma vez que são perdas potenciais. Segundo o relatório da entidade, o cálculo final destas contribuições “não pode ser feito até à liquidação final” de todos os ativos, referindo-se sobretudo à futura venda do Bankia.

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Fórum para a Competitividade homenageia Medina Carreira

Numa conferência sobre a dívida pública e o crescimento económico, o Fórum para a Competitividade vai homenagear o economista Henrique Medina Carreira, falecido em julho.

A 28 de setembro, o Fórum para a Competitividade promove uma conferência de homenagem ao ex-ministro das Finanças. Foi a 3 de julho que Henrique Medina Carreira faleceu.

Sob o tema “A dívida pública e o crescimento económico em Portugal“, a conferência terá a presença de várias personalidades. É o caso de Isabel Mota, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, que fará a abertura do evento. Segue-se a intervenção do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa.

A sessão contará com uma mesa redonda sobre a “A sustentabilidade do défice e da dívida pública em Portugal e a importância de um crescimento económico robusto como condição da sustentabilidade do ‘Estado Social’” que vai ser moderada por João Salgueiro, ex-presidente da Associação Portuguesa de Bancos. Daniel Bessa, Paulo Trigo Pereira, Pedro Braz Teixeira, Ricardo Costa e Teodora Cardoso são os oradores.

O encerramento ficará a cargo do presidente do Fórum para a Competitividade, Pedro Ferraz da Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. A conferência começa às 15h30 do próximo dia 28 de setembro, quinta-feira, na Fundação Calouste Gulbenkian.

Henrique Medina Carreira tinha 86 anos. Nascido em Bissau, capital da Guiné, em 1931, o ex-ministro das Finanças foi, nos últimos anos, presença assídua no pequeno ecrã, no programa de comentário “Olhos nos Olhos” emitido pela TVI 24. Foi também comentador na SIC, nomeadamente no programa “Plano Inclinado”, transmitido pela SIC Notícias entre 2009 e 2011.

Medina Carreira teve duas passagem pelo Governo: foi subsecretário de Estado do Orçamento no VI Governo Provisório em 1975 e logo de seguida ministro das Finanças do I Governo Constitucional de julho de 1976 a janeiro de 1978.

Licenciado em Direito, em 1962, pela Faculdade de Direito, da Universidade de Lisboa, dedicou a sua carreira à advocacia, à consultoria em empresas e à docência universitária, a última das quais exercida no Instituto Superior de Gestão, no Instituto Universitário de Lisboa e no Instituto Estudos Superiores Financeiros e Fiscais.

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BCE mantém juros. Draghi preparado para prolongar estímulos para além de dezembro

  • ECO
  • 7 Setembro 2017

A taxa de juro de referência vai manter-se nos 0%, algo que já era antecipado pelos economistas. As compras de dívida mantêm-se durante os próximos meses até dezembro, mas podem prolongar-se.

O Banco Central Europeu (BCE) manteve a taxa de juro de referência em 0%, como já era amplamente antecipado pelos economistas. Sobre o programa de compra de dívida, Mario Draghi aponta que este deverá manter-se até ao final do próximo ano. Na conferência de imprensa deverão ser conhecidos mais detalhes sobre o timing de início de retirada dos estímulos.

O programa de compra de ativos, no valor de 60 mil milhões de euros mensais, vai manter-se durante os próximos meses. O BCE afirma que “o alívio quantitativo vai continuar enquanto a inflação não for sustentada”. O banco liderado por Mario Draghi voltou a dizer que poderá prolongar os estímulos além de dezembro, “podendo estender, caso seja necessário”. Isto numa altura em que os investidores aguardam por sinais concretos sobre quando é que Draghi poderá começar a retirá-los.

“Se as perspetivas passarem a ser menos favoráveis ou se as condições financeiras deixarem de ser consistentes com uma evolução no sentido de um ajustamento sustentado da trajetória de inflação, o Conselho do BCE está preparado para aumentar o volume e/ou a duração do programa”, de acordo com o BCE.

Em Sintra, o presidente do BCE já tinha sinalizado que poderia estar perto o início da retirada gradual dos estímulos, ainda que a taxa de inflação continue aquém da meta. “A ameaça de deflação já não existe e as forças reflacionárias [impulso dos preços por via de políticas orçamentais] estão em jogo”, disse. Foi esta a parte do discurso do italiano que levou os investidores a acreditarem que o BCE pode começar a retirar os estímulos mais cedo que o previsto.

De acordo com uma sondagem da Bloomberg, 52% dos economistas acredita que Draghi não dará grandes pistas sobre o tema na conferência de imprensa que se seguirá à reunião realizada esta manhã, adiando-o para a reunião seguinte, que acontecerá a 26 de outubro.

De acordo com uma sondagem da Reuters, três quartos dos economistas inquiridos preveem que o BCE apenas anuncie a redução dos estímulos monetários em outubro, e que este apenas entre em vigor a partir de janeiro.

Outro tema que deverá centrar atenções na conferência é o euro. A moeda única europeia tem estado a negociar nos 1,20 dólares, um valor bastante superior ao registado em janeiro (1,04 dólares). Desde o início do ano o euro já valorizou mais de 13% face à moeda dos EUA.

(Atualizado às 12h56 com mais informação)

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BCP dá novo trambolhão. Queda de 5% leva Lisboa a contrariar ganhos da Europa

As ações do banco liderado por Nuno Amado desvalorizam mais de 5%. Estão a negociar num novo mínimo do final de abril, levando a bolsa nacional a contrariar os ganhos da Europa.

Após um dia de acalmia… o BCP regressa às perdas. As ações do banco liderado por Nuno Amado sofrem um novo trambolhão nesta sessão, ao desvalorizarem mais 5%, para um novo mínimo de mais de quatro meses. As perdas do BCP são as principais responsáveis pelo desempenho negativo da praça bolsista lisboeta que contraria os ganhos registados pelas pares europeias. O PSI-20 cai 0,51%, destoando face aos ganhos de 0,19% registados pelo índice Stoxx 600.

As ações do BCP deslizam 5,49%, para os 24,21 cêntimos, protagonizando a maior queda intradiária desde fevereiro. Essa evolução arrasta o título para um novo mínimo desde 28 de abril.

Ações do BCP sob pressão

Mas as fortes quedas das ações do banco de Nuno Amado não são exclusivas à sessão desta quinta-feira, dão seguimento a uma tendência. As perdas registadas nesta sessão estendem para perto de 10% a desvalorização acumulada na semana: a maior desde fevereiro deste ano.

A pressão sobre os títulos do BCP acontece num período em que o setor financeiro está sob pressão. Ainda na passada segunda-feira, no âmbito das comemorações dos 30 anos do banco em bolsa, Nuno Amado assumiu isso mesmo. Sobre o desempenho das ações, o presidente do banco referiu que a “única forma de ter uma sustentabilidade a longo prazo é apresentando resultados e uma evolução favorável”. “É para isso que estamos a trabalhar”, afirmou.

No mesmo evento comemorativo, a presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários referiu ainda que o regulador tem consciência “de que o mercado atravessa um período particularmente difícil. E o BCP insere-se nesse contexto”. Gabriela Figueiredo Dias refere, contudo, que se deve “desdramatizar”. “Todos sabemos que o mercado tem comportamentos cíclicos”, por isso “este não é certamente o fim da história”.

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Jaguar e Land Rover vão ser todos elétricos a partir de 2020

  • ECO
  • 7 Setembro 2017

A gasolina ou a gasóleo? Não. A marca vai eletrificar todos os seus modelos lançados a partir de 2020. Só haverá automóveis híbridos ou totalmente elétricos.

A partir de 2020 todos os veículos produzidos pela Jaguar Land Rover serão eletrificados. O anúncio foi feito pela fabricante no primeiro Tech Fest, um evento em torno do futuro da indústria, passando os clientes a ter acesso apenas a modelos híbridos ou totalmente elétricos. O primeiro exemplo, o I-Pace, chega já no próximo ano.

“Todas as novas linhas do modelo Jaguar Land Rover serão eletrificadas a partir de 2020, oferecendo ainda mais opções aos nossos clientes”, refere Ralf Speth, CEO de Jaguar Land Rover, em comunicado.

“Vamos apresentar um conjunto de produtos eletrificados em todas as nossas gamas de modelos, que incluirão veículos totalmente elétricos, híbridos de carregamento em tomada e híbridos suaves”, acrescenta.

Seguindo esta lógica, a marca prepara-se para colocar no mercado já no próximo ano o primeiro modelo totalmente elétrico. “O Jaguar I-Pace, o nosso primeiro SUV de elevadas prestações totalmente elétrico, será posto à venda no próximo ano”, diz Ralf Speth.

Depois do I-Pace, o SUV que combina uma silhueta de super-veículo com as prestações de um desportivo, outros automóveis elétricos se seguirão, sendo a condução autónoma outra das apostas da fabricante. A marca revelou recentemente o visionário concept virtual Future-Type imagina uma mobilidade autónoma, online, elétrica e compartida. Só será uma realidade a partir de 2040.

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Canábis medicinal chega a Cantanhede. É um investimento de 20 milhões

  • Lusa
  • 7 Setembro 2017

A Tilray é a empresa canadiana que escolheu Portugal para produzir canábis medicinal. Até 2020, pretende investir 20 milhões de euros neste negócio que se está a instalar em Cantanhede.

A empresa canadiana Tilray estima investir, até 2020, 20 milhões de euros em Portugal na produção de canábis medicinal com que abastecerá o mercado europeu, tendo o país sido escolhido pelo clima favorável à produção desta planta.

A escolha de Portugal para o investimento na Europa desta empresa líder mundial na produção de canábis deveu-se, segundo o seu presidente executivo, ao facto de o país ter acesso ao mercado comum e aos trabalhadores altamente qualificados na área da biotecnologia. Contudo, destacou, o principal fator foi mesmo o clima, favorável ao desenvolvimento da planta canábis. “Portugal tem o clima ideal (…). O clima foi extremamente importante [na escolha], porque podemos produzir produtos [de canábis] mais amigos do ambiente”, disse à Lusa Brendan Kennedy, presidente executivo da Tilray.

"Portugal tem o clima ideal (…). O clima foi extremamente importante [na escolha], porque podemos produzir produtos [de canábis] mais amigos do ambiente”

Brendan Kennedy

Presidente executivo da Tilray

O responsável explicou ainda que a empresa quer levar a cabo, em Portugal, investigação sobre a eficácia da canábis em várias doenças, como stress pós-traumático (PTSD), doença pulmonar obstrutiva crónica, epilepsia pediátrica e náuseas provocadas pela quimioterapia, através de parcerias com investigadores académicos e hospitalares, como já faz noutros países.

Os campos de cultivo, unidades fabris e laboratórios da Tilray em Cantanhede empregarão 100 pessoas e o volume de produção deverá superar as 60 toneladas anuais, até final de 2018. A canábis medicinal e as substâncias derivadas de canabinoides produzidos em Portugal terão como destino os países europeus, sobretudo a Alemanha, onde no início deste ano foi legalizada a canábis para fins terapêuticos, disse Brendan Kennedy.

O uso de canábis para fins medicinais é proibido em Portugal. No início do ano, foi noticiado que o Bloco de Esquerda pretendia avançar ainda este ano com iniciativas para legalizar a canábis para uso terapêutico, bem como para recreativo, mas até agora ainda não entrou qualquer legislação no Parlamento. Fonte oficial do Bloco de Esquerda disse hoje à Lusa que o partido está a preparar o diploma.

A Tilray Portugal foi criada já em março deste ano. Os contactos para a Tilray ter unidades em Portugal de plantação e produção de canábis começaram em 2015, tendo em 2016 feito um acordo com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) com vista a esse investimento. Em novembro do ano passado, durante a Web Summit, em Lisboa, Brendan Kennedy já tinha admitido que estava “em conversações” com o Governo português.

Ainda este mês, a empresa prevê que arranque a construção de instalações para cultivo e processamento da canábis, incluindo campos de cultivo, estufa de 10.000 m2 (metros quadrados), instalação de processamento de 1.500 m2, laboratório interno e banco genético. O objetivo é estas infraestruturas estarem concluídas até à primavera de 2018.

De futuro, e até 2020, é esperada a outra fase do projeto, com mais 15 mil m2 de espaço de cultivo em estufa, 1.500 m2 destinados de área de processamento. No total, a Tilray espera ter na unidade de produção e processamento de canábis medicinal em Cantanhede estufas de 25.000 m2 e instalações de 3.000 m2. Apenas com a primeira fase do projeto concretizada, a Tilray prevê aumentar a sua “capacidade de produção global em 62 toneladas anuais, até ao final de 2018”.

As instalações da Tilray para a produção de canábis situam-se perto do parque biotecnológico BIOCANT em Cantanhede, distrito de Coimbra. A Tilray tem operações no Canadá, na Alemanha, na Austrália e na Nova Zelândia e o investimento em Portugal, através da subsidiária Tilray Portugal, visa responder ao aumento da procura de canábis para fins medicinais. A empresa exporta os seus produtos para seis países e, até o final de 2017, a Tilray estima exportar produtos de canábis com fins medicinais para mais cinco países.

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